3.Decreto-Lei Nº 276 2001

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Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

Decreto-Lei n.o 276/2001:

Estabelece as normas legais tendentes a pôr em aplicação em


Portugal a Convenção Europeia para a Protecção dos Animais
de Companhia e um regime especial para a detenção de
animais potencialmente perigosos

6572 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 241 — 17 de Outubro de


2001

Decreto-Lei n.o 276/2001 de 17 de Outubro

O Decreto n.o 13/93, de 13 de Abril, aprovou a Convenção Europeia para a


Protecção dos Animais de Companhia, da qual foram signatários os Estados-
Membros do Conselho da Europa.

De acordo com o disposto no artigo 2. o da referida Convenção, as Partes


Contratantes comprometem-se a tomar as medidas necessárias para pôr
em execução as disposições da mesma.

Assim, para que a referida Convenção possa ser aplicada no território


nacional importa complementar as suas normas, bem como definir a
autoridade competente e o respectivo regime sancionatório.

Por outro lado, a diversidade de animais que cabem no âmbito da definição


de animais de companhia da Convenção em causa, nomeadamente os
selvagens que não se encontrem ao abrigo de convenções internacionais ou
legislação nacional que lhes confiram protecção específica vai, de igual
sorte, ser aqui contemplada.

Finalmente as preocupações respeitantes à manutenção de animais de


companhia que possam vir a ser potencialmente perigosos foram tidas em
consideração, em capítulo próprio deste diploma, complementando-se,
assim, os normativos neste domínio.

Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas e a


Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Assim:

Nos termos da alínea a)do n.o 1 do artigo 198. o da Constituição, o


Governo decreta o seguinte:
CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 1. o

Âmbito de aplicação

1 — O presente diploma estabelece as medidas complementares das


disposições da Convenção Europeia para a Protecção dos Animais de
Companhia, aprovada pelo Decreto n.o 13/93, de 13 de Abril, de ora em
diante designada de Convenção.

2 — Excluem-se do âmbito de aplicação deste diploma as espécies da fauna


selvagem objecto de regulamentação específica.

Artigo 2. o

Definições

Para efeitos do disposto no presente diploma, entende-se por:

a) «Animal de companhia» qualquer animal detido ou destinado a ser detido


pelo homem, designadamente, no seu lar, para seu entretenimento e
companhia;

b) «Animais selvagens» todos os especímenes das espécies da fauna


selvagem;

c) «Animal vadio ou errante» qualquer animal que seja encontrado na via


pública ou outros lugares públicos fora do controlo e guarda dos respectivos
detentores ou relativamente ao qual existam fortes indícios de que foi
abandonado ou não tem detentor e não esteja identificado;

d) «Animal potencialmente perigoso» qualquer animal que, devido à sua


especificidade fisiológica, tipologia racial, comportamento agressivo,
tamanho ou potência de mandíbula, possa causar lesão ou morte a pessoas
ou outros animais e danos a bens;

e) «Mamífero, peixe e réptil de médio porte» qualquer animal adulto destas


classes que apresente comprimento igual ou superior a 50 cm, contado a
partir da extremidade proximal da cabeça até à extremidade distal da
coluna;

f) «Ave de médio porte» qualquer animal adulto desta classe cuja altura
seja igual ou superior a 50 cm, contada a partir da extremidade superior da
cabeça até à extremidade inferior das patas com o animal assente numa
superfície plana e horizontal e na sua posição natural considerando-se,
ainda, igual comprimento, para as asas quando em plena extensão;
g) «Envergadura de uma ave» largura medida da extremidade de uma asa
à outra com as mesmas em plena extensão;

h) «Gaiola ou jaula» espaço fixo ou móvel, fechado por paredes sólidas,


uma das quais, pelo menos, constituída por grades, redes metálicas ou,
eventualmente, por redes de outro tipo, em que são mantidos ou
transportados animais, sendo a liberdade de movimentos destes animais
limitada em função da taxa de povoamento e das dimensões da gaiola ou
jaula;

i) «Altura da gaiola» distância vertical entre o chão e a parte horizontal


superior da cobertura ou da gaiola;

j) «Recinto fechado» superfície cercada por paredes, grades ou redes


metálicas, na qual são mantidos um ou vários animais, sendo a sua
liberdade de movimentos, em regra, menos limitada do que numa gaiola;

l) «Recinto fechado exterior» superfície cercada por uma vedação, paredes,


grades ou redes metálicas, frequentemente situada no exterior de uma
construção fixa, na qual os animais mantidos em gaiolas ou jaula ou recinto
fechado têm acesso, podendo movimentar-se livremente durante
determinados períodos de tempo, segundo as suas necessidades etológicas
e fisiológicas, como, por exemplo, a de fazerem exercício;

m) «Baia» pequeno compartimento de três lados, dispondo, normalmente,


de uma manjedoura e de separações laterais, no qual podem ser mantidos
presos um ou dois animais;

n) «Alojamento» qualquer instalação, edifício, grupo de edifícios ou outro


local, podendo incluir zona não completamente fechada, onde os animais de
companhia se encontram mantidos;

o) «Hospedagem»» alojamento, permanente ou temporário, de um animal


de companhia;

p) «Hospedagem sem fins lucrativos» alojamento, permanente ou


temporário, de animais de companhia que não vise a obtenção de
rendimentos;

q) «Hospedagem com fins comerciais» alojamento para reprodução,


criação, manutenção e venda de animais de companhia que vise interesses
comerciais ou lucrativos, incluindo-se no alojamento para manutenção os
hotéis e os centros de treino;

r) «Hospedagem com fins médico-veterinários» alojamento de animais de


companhia em clínicas e hospitais veterinários, durante um período
limitado, necessário ao seu tratamento e ou restabelecimento;

s) «Hospedagem com fins higiénicos» alojamento temporário de animais de


companhia, por um período que não ultrapasse doze horas sem pernoita em
estabelecimentos, com ou sem fins lucrativos, que vise os seus cuidados de
limpeza corporal externa;

t) «Centro de recolha» qualquer alojamento oficial onde um animal é


hospedado por um período determinado pela autoridade competente,
nomeadamente os canis e os gatis;

u) «Detentor» qualquer pessoa, singular ou colectiva, responsável pelos


animais de companhia para efeitos de reprodução, criação, manutenção,
acomodação ou utilização, com ou sem fins comerciais;

v) «Pessoa competente» qualquer pessoa que demonstre, junto da


autoridade competente, possuir os conhecimentos e a experiência prática
para prestar cuidados aos animais, nomeadamente proceder ao seu abate;

x) «Autoridade competente» a Direcção-Geral de Veterinária (DGV),


enquanto autoridade veterinária nacional, as direcções regionais de
agricultura (DRA), enquanto autoridades veterinárias regionais, a Direcção-
Geral de Administração Autárquica (DGAA), enquanto autoridade
administrativa do território, a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a
Polícia de Segurança Pública (PSP), enquanto autoridades policiais.

Artigo 3. o

Licenças de alojamento

1 — Os alojamentos de animais de companhia para hospedagem sem fins


lucrativos, com fins comerciais e com fins higiénicos carecem de licença de
utilização, a emitir pela câmara municipal da área, nos termos do disposto
no Decreto-Lei n.o 370/99, de 18 de Setembro.

2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior os centros de recolha, os


alojamentos de reprodução e os de criação, os centros de treino e os
alojamentos para hospedagem com fins médico-veterinários, os quais
carecem de licença de funcionamento, a emitir pela DGV, sob parecer da
DRA e do médico veterinário municipal da área.

3 — Para os efeitos referidos no n.o 2, deve ser apresentado um


requerimento, na DRA da área, onde conste a identificação do detentor, a
indicação do fim a que se destina o alojamento, as espécies de animais de
companhia a alojar e a indicação do médico veterinário que é responsável
pelo alojamento.

4 — Com o requerimento devem ser entregues os seguintes documentos:

a) Planta de localização e licença de construção e ou licença de utilização,


sempre que aplicável, emitida pela câmara municipal da área;
b) Parecer do médico veterinário municipal em folha timbrada da respectiva
edilidade com selo branco sobre a sua assinatura;

c) Planta do piso;

d) Cortes e alçados;

e) Planta de rede eléctrica;

f) Planta da rede de águas;

g) Planta da rede de esgotos;

h) Memória descritiva, nomeadamente com indicação precisa da função dos


diferentes locais e das instalações destinadas ao alojamento dos animais em
menção. Terá de ser indicado o número e o tipo de alojamentos disponíveis,
assim como as dimensões dos mesmos, o número e as espécies de animais
susceptíveis de serem detidos;

i) A prova de inscrição no registo comercial, sempre que aplicável;

j) Certificado de capacidade do treinador, no caso dos centros de treino.

5 — Após análise dos documentos referidos no número anterior a DRA


emite o seu parecer e envia o processo à DGV para decisão.

6 — As licenças referidas no n.o 2 são emitidas nas seguintes condições:

a) As licenças têm a validade de cinco anos a contar da data de emissão;

b) No prazo de 60 dias antes do termo de validade das licenças referidas na


alínea anterior, deve o interessado solicitar a sua renovação, fazendo-as
acompanhar de um novo parecer do médico veterinário municipal da área,
nos termos do disposto na alínea b)do n.o 4, sem o que esta caducará.

7 — A DGV comunica à DRA e esta à câmara municipal os licenciamentos


referidos no n.o 2 deste artigo, bem como o número de autorização
atribuído.

8 — A DGV mantém a nível nacional um registo dos alojamentos a que se


refere o n.o 2.

9 — Os alojamentos dos animais de companhia referidos no n.o 2 já


existentes à data de entrada em vigor deste diploma carecem de licença de
funcionamento nos termos do disposto nos números anteriores, a qual deve
ser requerida no prazo de 90 dias a partir da data da publicação deste
diploma.
Artigo 4. o

Assessoria técnica médico-veterinária

1 — Os requerentes que solicitem as licenças previstas no artigo anterior


necessitam de ter ao seu serviço um médico veterinário como assessor,
inscrito na Ordem dos Médicos Veterinários e acreditado nos termos do
Decreto-Lei n.o 275/97, de 8 de Outubro.

2 — Ao assessor técnico compete:

a) A elaboração e a execução de programas e acções que visem o bem-


estar dos animais;

b) A orientação técnica do pessoal que cuida dos animais;

c) A colaboração com as autoridades competentes em todas as acções que


estas determinarem.

3 — Exceptuam-se do disposto no n.o 1 os centros de recolha oficiais, os


quais ficam sob a responsabilidade técnica do médico veterinário municipal.

Artigo 5. o

Manutenção de registos de alojamentos

1 — Os proprietários dos alojamentos de animais de companhia sem fins


lucrativos, comerciais, médico-veterinários e higiénicos e dos centros de
recolha devem manter, pelo prazo de um ano, os seguintes registos:

a) A identificação do detentor do animal, designadamente nome e morada;

b) A identificação dos animais, nomeadamente o número de identificação,


se aplicável, nome,

espécie, raça, idade e quaisquer sinais particulares, sempre que aplicável;

c) O número de animais por espécie;

d) O movimento mensal, nomeadamente registos relativos à origem e às


datas das entradas, nascimentos, óbitos e, ainda, datas de saída e destino
dos animais referidos nas alíneas b) e c)

deste artigo.

2 — Exceptuam-se do disposto na alínea a) os alojamentos sem fins


lucrativos e com fins higiénicos e os centros de recolha.

3 — Exceptuam-se do disposto nas alíneas c) e d)os alojamentos de


animais com fins higiénicos.
CAPÍTULO II

Normas gerais de detenção, alojamento, maneio,

intervenções cirúrgicas, captura e abate

Artigo 6. o

Dever especial de cuidado do detentor

Incumbe ao detentor do animal o dever especial de o vigiar, de forma a


evitar que este ponha em risco

a vida ou a integridade física de outras pessoas.

Artigo 7. o

Princípios básicos para o bem-estar dos animais

1 — As condições de detenção e de alojamento para reprodução, criação,


manutenção e acomodação dos animais de companhia devem salvaguardar
os seus parâmetros de bem-estar animal, nomeadamente nos termos dos
artigos seguintes.

2 — Nenhum animal deve ser detido como animal de companhia se não


estiverem asseguradas as condições referidas no número anterior ou se não
se adaptar ao cativeiro.

Artigo 8. o

Condições dos alojamentos

1 — Os animais devem dispor do espaço adequado às suas necessidades


fisiológicas e etológicas, devendo o mesmo permitir:

a) A prática de exercício físico adequado;

b) A fuga e refúgio de animais sujeitos a agressão por parte de outros;

2 — Os animais devem poder dispor de esconderijos para salvaguarda das


suas necessidades de protecção, sempre que o desejarem.

3 — As fêmeas em período de incubação, de gestação ou com crias devem


ser alojadas de forma a assegurarem a sua função reprodutiva natural em
situação de bem-estar.

4 — As estruturas físicas das instalações, todo o equipamento nelas


introduzido e a vegetação não podem representar nenhum tipo de ameaça
ao bem-estar dos animais, designadamente não podem possuir objectos ou
equipamentos perigosos para os animais.
5 — As instalações devem ser equipadas de acordo com as necessidades
específicas dos animais que albergam, com materiais e equipamento que
estimulem a expressão do repertório de comportamentos naturais,
nomeadamente material para substrato, cama ou ninhos, ramos, buracos,
locais para banhos e outros quaisquer adequados ao fim em vista.

Artigo 9. o

Factores ambientais

1 — A temperatura, a ventilação, a luminosidade e obscuridade das


instalações devem ser as adequadas à manutenção do conforto e bem-estar
das espécies que albergam.

2 — Os factores ambientais referidos no número anterior devem ser


adequados às necessidades específicas de animais quando em fase
reprodutiva, recém-nascidos ou doentes.

3 — A luz deve ser de preferência natural mas quando a luz artificial for
imprescindível, esta deve ser o mais próxima possível do espectro da luz
solar e deve respeitar o foto-período natural do local onde o animal está
instalado.

4 — As instalações devem permitir uma adequada inspecção dos animais,


devendo ainda existir equipamento alternativo, nomeadamente focos de luz,
para o caso de falência do equipamento central.

5 — Os tanques ou aquários devem possuir água de qualidade adequada


aos animais que a utilizem, nomeadamente tratada por produtos ou
substâncias que não prejudiquem a sua saúde.

6 — As instalações devem dispor de abrigos para que os animais se


protejam de condições climáticas adversas.

Artigo 10. o

Carga, transporte e descarga de animais

1 — O transporte de animais deve ser efectuado em veículos e contentores


apropriados à espécie e número de animais a transportar, nomeadamente
em termos de espaço, ventilação ou oxigenação, temperatura, segurança e
fornecimento de água, de modo a salvaguardar a protecção dos mesmos e a
segurança de pessoas e outros animais.

2 — As instalações dos alojamentos previstos nas alíneas p) a t) do artigo


2. o devem dispor de estruturas e equipamentos adequados à carga ou à
descarga dos animais dos meios de transporte, assegurando-se sempre que
os mesmos não sejam maltratados ou derrubados durante aquelas
operações e procurando-se minorar as causas que lhes possam provocar
medo ou excitação desnecessárias.
3 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2, a deslocação de animais em
transportes públicos, nomeadamente de cães e gatos, deve ser efectuada
de forma que os animais estejam sujeitos a meios de contenção que não
lhes permitam morder ou causar quaisquer prejuízos a pessoas, outros
animais ou bens.

Artigo 11. o

Sistemas de protecção

As instalações dos alojamentos previstos nas alíneas p) a t) do artigo 2. o


devem dispor de um sistema de protecção contra incêndios, alarme para
aviso de avarias deste sistema e, ainda, dos equipamentos referidos no
artigo 8. o , quando se tratar de alojamentos em edifícios fechados.

Artigo 12. o

Alimentação e abeberamento

1 — Deve existir um programa de alimentação bem definido, de valor


nutritivo adequado e distribuído em quantidade suficiente para satisfazer as
necessidades alimentares das espécies e dos indivíduos de acordo com a
fase de evolução fisiológica em que se encontram, nomeadamente idade,
sexo, fêmeas prenhes ou em fase de lactação.

2 — As refeições devem ainda ser variadas, sendo distribuídas segundo a


rotina que mais se adequar à espécie e de forma a manter, tanto quanto
possível, aspectos do seu comportamento alimentar natural.

3 — O número, formato e distribuição de comedouros e bebedouros deve


ser tal que permita aos animais satisfazerem as suas necessidades sem que
haja competição excessiva dentro do grupo.

4 — Os alimentos devem ser preparados e armazenados de acordo com


padrões estritos de higiene, em

locais secos, limpos, livres de agentes patogénicos e de produtos tóxicos e,


no caso dos alimentos compostos, devem, ainda, ser armazenados sobre
estrados de madeira ou prateleiras.

5 — Devem existir aparelhos de frio para uma eficiente conservação dos


alimentos.

6 — Os animais devem dispor de água potável e sem qualquer restrição,


salvo por razões médico-veterinárias.

Artigo 13. o

Maneio
1 — A observação diária dos animais e o seu maneio, a organização da
dieta e o tratamento médico-veterinário devem ser assegurados por pessoal
técnico competente e em número adequado à quantidade e espécies
animais que alojam.

2 — O maneio deve ser feito por pessoal que possua formação teórica e
prática específica ou sob a supervisão de uma pessoa competente para o
efeito.

3 — Todos os animais devem ser alvo de inspecção diária, sendo de


imediato prestados os primeiros cuidados aos que tiverem sinais que levem
a suspeitar estarem doentes, lesionados e com alterações comportamentais.

4 — O manuseamento dos animais deve ser feito de forma a não lhes


causar quaisquer dores, sofrimento ou distúrbios desnecessários.

5 — Quando houver necessidade de recorrer a meios de contenção, não


devem estes causar ferimentos, dores ou angústia desnecessária aos
animais.

Artigo 14. o

Higiene

1 — Devem ser cumpridos adequados padrões de higiene, nomeadamente


no que respeita à higiene pessoal dos tratadores e demais pessoal em
contacto com os animais, às instalações e a todas as estruturas de apoio ao
maneio e tratamento dos animais.

2 — As instalações, equipamento e áreas adjacentes devem ser limpas com


a periodicidade adequada, de modo a não criar perturbações desnecessárias
aos animais e, sempre que existirem tanques ou aquários, a água neles
contida deve ser renovada com a frequência necessária à manutenção das
suas condições hígio-sanitárias.

3 — As instalações devem possuir uma boa capacidade de drenagem das


águas sujas e os animais não devem poder ter acesso a tubos de drenagem
de águas residuais.

4 — Os detergentes e demais material de limpeza ou de desinfecção não


devem ser tóxicos.

5 — O lixo deve ser removido das instalações de forma a salvaguardar


quaisquer riscos para a saúde pública.

6 — Deve existir um plano seguro e eficaz para o controlo de animais


infestantes.

7 — Devem ser observadas rigorosas medidas de higiene em todos os


espaços e utensílios usados na prestação de cuidados médico-veterinários e
todo o material não reutilizável deve ser eliminado de forma adequada.
Artigo 15. o

Segurança de pessoas, animais e bens

Os alojamentos devem assegurar que as espécies animais neles mantidas


não possam causar quaisquer riscos para a saúde e para a segurança de
pessoas, outros animais e bens.

Artigo 16. o

Cuidados de saúde animal

1 — Sem prejuízo de quaisquer medidas determinadas pela DGV, deve


existir um programa de profilaxia médica e sanitária devidamente elaborado
e supervisionado pelo médico veterinário responsável e executado por
profissionais competentes.

2 — No âmbito do número anterior, os animais devem ser sujeitos a


exames médico-veterinários de rotina, vacinações e desparasitações
sempre que aconselhável.

3 — Os animais que apresentem sinais que levem a suspeitar de poderem


estar doentes ou lesionados devem receber os primeiros cuidados pelo
detentor e, se não houver indícios de recuperação, devem ser tratados por
médico veterinário.

4 — Sempre que se justifique, os animais doentes ou lesionados devem ser


isolados em instalações adequadas e equipadas, se for caso disso, com
cama seca e confortável.

5 — Os medicamentos, produtos ou substâncias de prescrição médico-


veterinária devem ser armazenados em locais secos e com acesso restrito.

6 — A administração e utilização de medicamentos, produtos ou substâncias


referidas no número anterior deve ser feita sob orientação do médico
veterinário responsável.

Artigo 17. o

Intervenções cirúrgicas

As intervenções cirúrgicas destinadas ao corte de caudas nos canídeos têm


de ser executadas por um médico veterinário.

Artigo 18. o

Amputações

1 — Os detentores de animais de companhia que os apresentem com


quaisquer amputações que modifiquem a aparência dos animais ou com fins
não curativos devem possuir documento comprovativo, passado pelo
médico veterinário que a elas procedeu, da necessidade dessa amputação,
nomeadamente discriminando que as mesmas foram feitas por razões
médico-veterinárias ou no interesse particular do animal ou para impedir a
reprodução.

2 — O documento referido no número anterior deve ter a forma de um


atestado, do qual conste a identificação do médico veterinário, o número da
cédula profissional e a sua assinatura.

3 — Os detentores de animais importados que apresentem quaisquer das


amputações referidas no n.o 1 devem possuir documento comprovativo da
necessidade dessa amputação, passada pelo médico veterinário que a ela
procedeu, legalizado pela autoridade competente do respectivo país.

Artigo 19. o

Normas para a recolha, captura e abate compulsivo

1 — A DGV pode determinar a recolha, a captura e o abate compulsivo de


animais de companhia, nomeadamente de cães e de gatos, sempre que seja
indispensável, nomeadamente, por razões de saúde pública, de segurança e
de tranquilidade de pessoas e de outros animais e, ainda, de segurança de
bens.

2 — As normas de captura e abate referidas no número anterior serão


definidas pela DGV, sob a forma de despacho, a publicar no prazo de seis
meses.

3 — As câmaras municipais, de acordo com as normas referidas nos


números anteriores e sob a responsabilidade do médico veterinário
municipal, promovem a recolha ou a captura de animais, nomeadamente de
cães e gatos vadios ou errantes, fazendo-os alojar em centros de recolha
oficiais onde permanecem, no mínimo, oito dias.

4 — Os animais recolhidos ou capturados nos termos do número anterior


podem ser entregues aos detentores desde que cumpridas as normas de
profilaxia médica e sanitária em vigor, e pagas as despesas de manutenção
dos mesmos referentes ao período de permanência no centro de recolha
oficial.

5 — Os animais não reclamados nos termos do número anterior podem ser


alienados pelas câmaras municipais, sob parecer obrigatório do médico
veterinário municipal, por venda ou cedência gratuita quer a particulares,
quer a instituições zoófilas devidamente legalizadas e que provem possuir
condições adequadas para o alojamento e maneio dos animais, nos termos
do presente diploma.

6 — Os animais não reclamados nem cedidos serão abatidos pelo médico


veterinário municipal, de acordo com as normas referidas no n.o 2.
7 — Apenas um médico veterinário ou pessoa competente pode abater um
animal de companhia, de acordo com as normas referidas no n.o 2.

8 — As entidades policiais podem proceder ao abate imediato de animais


potencialmente perigosos sempre que estiverem em causa medidas
urgentes de segurança de pessoas e de outros animais.

Artigo 20. o

Destino dos animais

Os animais que ofendam o corpo ou a saúde de outra pessoa são


obrigatoriamente recolhidos em centros de recolha oficial, a expensas do
detentor, e posteriormente abatidos por método de occisão que não lhe
cause dores e sofrimento desnecessários, não tendo o seu detentor direito a
qualquer indemnização.

Artigo 21. o

Controlo da reprodução pelas câmaras municipais

As câmaras municipais podem, sempre que necessário e sob a


responsabilidade do médico veterinário municipal, incentivar e promover o
controlo da reprodução de animais de companhia, nomeadamente de cães e
gatos vadios ou errantes, o qual deve ser efectuado por métodos
contraceptivos que garantam o mínimo sofrimento dos animais.

Artigo 22. o

Controlo da reprodução pelo detentor

O detentor de um animal de companhia que pretenda controlar a


reprodução do mesmo deve fazê-lo de acordo com as orientações de um
médico veterinário, salvaguardando sempre o mínimo sofrimento do animal.

Artigo 23. o

Exames médico-veterinários, laboratoriais ou outros

A DGV pode, sempre que entender necessário, determinar a realização de


quaisquer exames médico-veterinários, laboratoriais ou outros, para
verificar se foi administrada a um animal de companhia qualquer
substância, tratamento ou procedimento que vise aumentar ou diminuir o
nível natural das capacidades fisiológicas e etológicas desse animal nas
seguintes situações:

a) No decurso de competições;

b) Em qualquer momento, quando constitua risco para o bem-estar do


animal.
CAPÍTULO III

Normas para os alojamentos de reprodução, criação,

manutenção e venda de animais de companhia

Artigo 24. o

Disposições gerais

Os detentores de animais de companhia que se dediquem à sua reprodução,


criação, manutenção ou venda devem cumprir, sem prejuízo das demais
disposições aplicáveis, as condições previstas no presente capítulo.

Artigo 25. o

Instalações

1 — Os alojamentos no âmbito deste capítulo devem possuir instalações


individualizadas destinadas à armazenagem de alimentos e equipamento
limpo e à lavagem e recolha de material.

2 — Os alojamentos para a reprodução/criação, para além do disposto no


número anterior, devem possuir instalações individualizadas destinadas à
maternidade e à criação até à idade adulta, a quarentena, a enfermaria, o
manuseamento de alimentos e à higienização dos animais.

3 — Os hotéis para animais, para além do disposto no n.o 1, devem possuir


instalações individualizadas para enfermaria, manuseamento de alimentos e
higienização dos animais.

4 — Os alojamentos referidos ao abrigo deste capítulo devem possuir área


de recreio coberta e descoberta com estruturas e objectos que permitam
enriquecer o meio ambiente, nomeadamente prateleiras, poleiros, ninhos,
esconderijos e material para entretenimento dos animais conforme as
espécies e o seu grau de desenvolvimento, consoante se trate de adultos,
jovens ou fêmeas com ninhadas.

5 — Os alojamentos referidos neste capítulo devem obedecer aos


parâmetros mínimos previstos no anexo I ao presente diploma, do qual faz
parte integrante.

Artigo 26. o

Condições particulares para a manutenção

de pequenos roedores e coelhos

1 — As caixas onde os animais são colocados devem estar providas com


material de cama em quantidade suficiente, adaptada às espécies em
causa, o qual deve ser renovado regularmente.
2 — As medidas mínimas das caixas para pequenos roedores e coelhos
figuram no anexo II ao presente diploma, do qual faz parte integrante.

3 — Ao planear a criação e ou manutenção deverá ter-se em conta o


crescimento potencial dos animais, a fim de lhes assegurar um espaço
apropriado, em conformidade com as medidas das caixas previstas no
anexo II, durante todas as suas fases de desenvolvimento.

Artigo 27. o

Condições particulares para a manutenção de cães e gatos

1 — O alojamento de cães e gatos deve obedecer às dimensões mínimas


indicadas no anexo III ao presente diploma, do qual faz parte integrante.

2 — Os cães e gatos só podem ser expostos nos locais de venda a partir da


6. a semana de idade.

3 — O alojamento de cães e gatos em gaiolas deve ser estritamente


limitado, nunca superior a 15 dias, contados a partir da data de entrada no
alojamento.

4 — Os cães e gatos confinados em gaiolas devem poder fazer exercício


pelo menos uma vez por dia, devendo este, no caso dos cães, ser feito em
recinto exterior, coberto ou descoberto, com superfícies de exercício
suficientemente grandes para permitir que os animais se movimentem
livremente e materiais para seu entretenimento.

5 — Os recintos para gatos devem estar sempre providos de tabuleiros para


excrementos, de uma superfície de repouso e de estruturas e objectos que
lhes permitam subir, afiar as garras, bem como entreter-se.

6 — É preciso prever superfícies de repouso em diferentes níveis de altura.

7 — Não devem ser utilizados pavimentos de grades nas gaiolas para cães.

8 — Tendo em conta as grandes diferenças de tamanho e a fraca relação


entre o tamanho e o peso das diferentes raças de cães, a altura da gaiola
deve ser fixada em função da altura do corpo de cada animal medido à
altura das espáduas.

Artigo 28. o

Condições particulares para a manutenção de aves

1 — As dimensões das gaiolas devem ser tais que os pássaros possam bater
as asas sem entrave.

2 — As gaiolas devem estar equipadas de poleiros cujo diâmetro esteja


adaptado às espécies.
3 — Os comedouros e os bebedouros devem ser colocados de forma a não
serem sujos pelos excrementos.

4 — As aves devem ter a possibilidade de tomar banhos de areia ou de


água consoante as suas necessidades, devendo, para isso, ter à sua
disposição recipientes adequados, com areia ou água.

5 — As gaiolas de aves não devem localizar-se em locais com correntes de


ar e devem ser bem iluminadas em todos os seus cantos.

6 — O público, nas lojas de venda de animais, não pode ter acesso a todos
os lados das gaiolas.

7 — Para além das condições acima referidas, as gaiolas para pássaros


cantores, pombos e papagaios devem ser pelo menos quatro vezes mais
compridas e duas vezes mais altas que o comprimento total da ave e, pelo
menos, uma vez e meia mais largas que a medida da envergadura, sendo
que em caso de alojamento em casais ou em grupo, a largura das gaiolas
deve ser de pelo menos o dobro da envergadura da ave.

8 — Nas gaiolas onde se faça o alojamento de aves em grupo é necessário


instalar vários poleiros (mínimo de três), em diferentes alturas e de tal
forma que os animais sejam pouco incomodados no seu voo e que possam
utilizar de forma adequada o espaço que têm à sua disposição.

9 — A taxa de ocupação tem de ser prevista de forma que os animais não


se incomodem uns aos outros nos seus movimentos.

10 — Os pequenos pássaros exóticos devem dispor, cada um, de pelo


menos duas vezes o espaço que ocupam sobre os poleiros, tendo em conta
a sua envergadura individual.

11 — Para outros pássaros, o número de espécimes não pode ser superior


ao número de poleiros existentes na gaiola.

12 — O ambiente a fornecer a psitacídeos deverá ainda obedecer às


seguintes condições:

a) Os espécimes deste grupo de aves não devem ser alojados isoladamente,


a não ser na impossibilidade de se fazerem alojamentos em pares ou
grupos, caso em que a atenção dos tratadores ou detentores para com
estes animais terá de ser fortemente incrementada;

b) Estes animais precisam de banhar-se frequentemente, pelo que o local


de alojamento tem de conter um recipiente com água devidamente limpa,
para esse efeito;

c) A alimentação a fornecer a estes animais tem de ser o mais diversificada


possível para melhorar o seu estado nutricional e estimular as suas
actividades exploratórias, razão pela qual se deverá complementar a sua
base alimentar, nomeadamente com frutos e vegetais;
d) Dever-se-á, também, enriquecer o ambiente dos alojamentos destes
animais, colocando objectos com substrato de madeira, nomeadamente
ramos, troncos, poleiros, vegetação e outros objectos de diversão, tais
como bolas, em material inócuo para os animais.

13 — As dimensões mínimas para o alojamento de certas aves constam do


anexo IV ao presente diploma, que dele faz parte integrante.

Artigo 29. o

Condições particulares para a manutenção de répteis

Os alojamentos para a manutenção de répteis devem obedecer aos


seguintes requisitos:

a) Os terrários devem ser equipados com um mínimo de infra-estruturas


correspondentes às necessidades dos seus ocupantes, como, por exemplo,
ramos para trepar, plantas vivas ou artificiais, recipientes como
possibilidade de esconderijo, paraventos, possibilidade de se banhar;

b) A parte aquática dos recipientes para tartarugas deve ser aquecida


através de calor irradiado, nomeadamente lâmpadas incandescentes e
lâmpadas de aquecimento especiais;

c) Os grupos de répteis devem ser manuseados de tal forma que os factores


de perturbação sejam reduzidos ao mínimo possível;

d) Os terrários de animais perigosos para as pessoas e outros animais


devem poder ser fechados à chave, devendo todas as lojas de venda de
animais que os alojem dispor de instruções de segurança e de emergência
para salvaguarda da saúde pública;

e) No caso de animais venenosos, não deve ser mantida mais de uma


espécie por recipiente sendo que, em certos casos, por razões de
segurança, não se deve alojar mais de um animal por recipiente;

f) As dimensões mínimas a levar em consideração no alojamento de répteis


devem ser as que se discriminam no anexo V ao presente diploma, que dele
faz parte integrante.

Artigo 30. o

Condições particulares para a manutenção de anfíbios

As condições para a manutenção de anfíbios são as seguintes:

a) Nos recipientes que só dispõem de parte aquática podem-se deter tritões


durante a sua fase de reprodução, rãs Xenopus e sapos Pipa pipa, devendo
os terrários para o seu alojamento dispor das dimensões mínimas previstas
no anexo VI ao presente diploma, que dele faz parte integrante;
b) Os outros anfíbios correntemente comercializados necessitam de
aquiterrários, que devem dispor das dimensões mínimas previstas no anexo
VII ao presente diploma, que dele faz parte integrante.

Artigo 31. o

Condições particulares para a manutenção de peixes

A manutenção de peixes deve obedecer às seguintes condições:

1) Em cada aquário devem ser indicados os seguintes dados:

a) O nome científico dos peixes, sempre que possível;

b) O grau de salinidade ou a densidade da água quando se trata de água do


mar;

c)OPh quando se trata de água doce;

d) A dureza (gH e kH) ou a conductividade quando se trata de água doce;

2) As condições para a manutenção de peixes de água doce são as


seguintes:

a) Os aquários devem dispor uma capacidade de, pelo menos, 45 l,


correspondente a 2 l ou a 3 l de água por 10 cm de peixe, ou seja, no
máximo, 90 peixes de 2,5 cm em 45 l de água;

b) Não é admitida a manutenção de peixes vermelhos em aquários de


forma esférica;

c) A água de cada aquário deve ser filtrada por um sistema de filtração,


individual ou centralizado, sendo indispensável e obrigatória a filtração
permanente nos casos de forte taxa de ocupação com peixes de espécies
frágeis;

d) Os peixes devem apresentar uma respiração normal e calma, devendo o


teor em nitrito (NO2 –) ser sempre inferior a 0,3 mg por litro e o teor em
oxigénio ser sempre superior a 5 mg por litro;

e) Os aquários devem ser aquecidos de tal forma que a temperatura seja


adequada aos peixes que alojam devendo a intensidade de iluminação e a
qualidade da luz ser tais que o crescimento de plantas seja possível;

3) As condições para a manutenção de peixes de água salgada são as


seguintes:

a) É desejável que os aquários tenham uma capacidade de pelo menos 200


l, correspondente a 2 l a 3 l de água por 10 cm de peixe, ou seja, no
máximo, 90 peixes de 2,5 cm em 45 l de água;
b) A quantidade de água, a filtração e a aerificação da água devem ser
controladas, de forma a permitir que os peixes possam apresentar uma
respiração normal e calma;

c) A filtração permanente é indispensável e obrigatória;

d) Os aquários devem ser aquecidos de tal forma que a temperatura seja


adequada aos peixes que alojam, devendo a intensidade de iluminação e a
qualidade da luz ser tais que o crescimento de algas seja possível.

Artigo 32. o

Instalações para venda

Os alojamentos de reprodução ou criação de mamíferos, aves, peixes e


répteis de médio e grande porte só funcionam como locais de venda desde
que esta se efectue em instalações diferenciadas das anteriores,
salvaguardando-se sempre as condições de bem-estar animal, de acordo
com o disposto no presente diploma para os alojamentos para hospedagem
com fins comerciais.

Artigo 33. o

Cuidados médico-veterinários

Aos animais feridos ou doentes devem ser assegurados os cuidados médico-


veterinários adequados.

Artigo 34. o

Alojamento por espécies

1 — Nos locais de venda, designadamente lojas, lojas de centros


comerciais, feiras e mercados, o alojamento de animais deve ser efectuado
separando-os por espécies, de forma a salvaguardarem-se as suas
condições específicas de bem-estar, conforme o disposto nos artigos 8. o a
15. o e 16. o ,n.os 3,4,5 e 6.

2 — Os operadores-receptores que alojem animais por um período superior


a vinte e quatro horas devem mantê-los separados por espécies e em
adequadas condições de bem-estar.

Artigo 35. o

Venda em feiras e mercados

1 — É excepcionalmente admitida a venda de animais de companhia em


feiras e mercados dependendo da concessão de licença, a requerer pelos
interessados na câmara municipal da área onde as mesmas tiverem lugar,
no prazo mínimo de 30 dias antes da realização das mesmas.
2 — A licença referida no número anterior é concedida com base no parecer
obrigatório do médico veterinário municipal, sobre o requerimento em
causa, desde que estejam asseguradas as condições de bem-estar animal e
de segurança para as pessoas, outros animais e bens.

3 — A venda de cães e gatos deve obedecer às seguintes condições:

a) Cumprir os requisitos hígio-sanitários em vigor;

b) Os animais devem ter idade superior a seis semanas;

c) A sua permanência nos locais não deve ultrapassar o limite máximo de


15 dias, contados a partir da data em que neles deram entrada, prazo após
o qual os animais deverão ser retirados para o seu alojamento de origem.

Artigo 36. o

Animais feridos ou doentes

Os animais feridos ou doentes não podem ser mantidos nos locais de venda,
devendo ser-lhes assegurados cuidados médico-veterinários.

Artigo 37. o

Fêmeas prenhes e ninhadas

As fêmeas prenhes, bem como as ninhadas em período de aleitamento, não


podem ser mantidas nos locais de venda.

Artigo 38. o

Pessoal auxiliar

Os alojamentos devem dispor de pessoal auxiliar que possua os


conhecimentos e a aptidão necessária para assegurar os cuidados
adequados aos animais, o qual fica, contudo, sob a orientação do médico
veterinário responsável.

CAPÍTULO IV

Normas para os alojamentos de hospedagem sem fins lucrativos e


centros de recolha

Artigo 39. o

Disposições gerais

Os detentores de animais de companhia em aloja-mentos de hospedagem


sem fins lucrativos e em centros de recolha devem cumprir, sem prejuízo
das demais disposições aplicáveis, as condições previstas no presente
capítulo.
Artigo 40. o

Âmbito

Os alojamentos de hospedagem sem fins lucrativos e os centros de recolha


não podem funcionar como locais de reprodução, criação, venda e
hospitalização.

Artigo 41. o

Instalações individualizadas para machos e fêmeas

1 — Os alojamentos a que se refere este capítulo devem possuir instalações


por espécie, para machos, fêmeas e fêmeas com respectivas ninhadas.

2 — Nos alojamentos referidos no número anterior as fêmeas e machos


adultos podem coabitar, se esti-verem esterilizados.

3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1, devem existir instalações


diferenciadas para enfermaria, higiene, armazém, manuseamento de
alimentos, lavagem de material e armazém de material e equipamento
limpo.

Artigo 42. o

Outras disposições

1 — Além das condições previstas no artigo anterior, aplica-se também o


disposto nos artigos 8. o a 16. o , 19. o , n.o 7, e 22. o

2 — Os alojamentos de hospedagem sem fins lucra-tivos devem dispor de


sala de quarentena.

CAPÍTULO V

Normas para alojamentos destinados a fins higiénicos

Artigo 43. o

Disposições gerais

Os alojamentos de animais de companhia, nomeadamente de cães e de


gatos, destinados exclusivamente aos seus cuidados de higiene corporal,
devem cumprir, sem prejuízo das demais disposições aplicáveis, as
condições previstas neste capítulo.

Artigo 44. o

Âmbito dos alojamentos


Os alojamentos destinados a fins higiénicos só podem proceder a banhos,
secagem e escovagem dos pêlos, desparasitações externas, tosquias e
cortes de unhas.

Artigo 45. o

Equipamento, material e produtos

Os alojamentos devem possuir o equipamento, o material e os produtos


adequados aos procedimentos referidos no artigo anterior.

Artigo 46. o

Pessoal

O pessoal responsável pelas tarefas referidas no artigo 44. o deve possuir


os conhecimentos e a experiência adequada para as executar.

CAPÍTULO VI

Normas para a hospedagem com fins médico-veterinários

Artigo 47. o

Disposições gerais

A hospedagem de animais de companhia com fins médico-veterinários deve


cumprir, sem prejuízo das demais disposições aplicáveis, as condições
previstas no presente capítulo.

Artigo 48. o

Alojamentos

Os animais devem ser alojados por espécies, caso existam instalações para
hospitalização.

Artigo 49. o

Alimentação e abeberamento

Deve ser mantida comida suficiente e de boa qualidade e água potável, a


administrar de acordo com a prescrição do médico veterinário.

Artigo 50. o

Fins do alojamento

Oalojamento com fins higiénicos só é permitido desde que em instalações


devidamente separadas das com fins médico-veterinários.
Artigo 51. o

Equipamento, material e produtos

Os alojamentos referidos neste capítulo devem estar equipados com o


material e os produtos adequados para os fins previstos.

Artigo 52. o

Pessoal

O pessoal auxiliar deve possuir os conhecimentos e a experiência adequada,


o qual fica, contudo, sob a orientação do médico veterinário responsável.

CAPÍTULO VII

Normas para circos, espectáculos, competições, concursos,

exposições, publicidade e manifestações similares

Artigo 53. o

Disposições gerais

Os detentores de animais de companhia que os utilizem em circos,


espectáculos, competições, concursos, provas, exposições, publicidade ou
manifestações similares devem cumprir, sem prejuízo das demais
disposições aplicáveis, as condições previstas no presente capítulo.

Artigo 54. o

Condições de utilização dos animais

1 — A utilização de animais de companhia em circos, espectáculos,


competições, concursos, exposições, publicidade ou manifestações similares
só deve ser realizada se os responsáveis pelos mesmos tiverem assegurado
as condições necessárias para que o bem-estar dos animais não seja posto
em causa.

2 — Os responsáveis pela realização de circos, espectáculos, competições,


concursos, exposições ou manifestações similares em que intervenham
animais de companhia devem assegurar a presença de médicos veterinários
em número a determinar pela DRA da área onde os mesmos sejam levados
a efeito, sempre que esta assim o determine.

3 — Os responsáveis pela realização de espectáculos, competições,


concursos e exposições em que intervenham cães e gatos devem assegurar
obrigatoriamente, no decurso das mesmas, a presença de médicos
veterinários.

4 — Não se podem utilizar animais feridos ou doentes.


Artigo 55. o

Condições de alojamento e maneio

As condições de alojamento e maneio dos animais devem obedecer aos


seguintes requisitos:

a) Os alojamentos e os animais devem ser mantidos em boas condições


hígio-sanitárias;

b) Devem ser cumpridas normas de profilaxia médica e sanitária


adequadas;

c) Os animais devem ser protegidos de condições ambientais ou climáticas


adversas, nomeadamente da chuva, do frio, do calor, das correntes de ar e
da excessiva exposição solar;

d) Os animais devem ser manuseados e treinados de forma a não sofrer


quaisquer ferimentos, dores ou angústia desnecessárias;

e) O pessoal responsável pelo manuseamento dos animais, em especial os


treinadores, deve possuir os conhecimentos e a experiência adequada às
espécies que utilizam;

f) Os meios de contenção não podem causar quaisquer ferimentos, dores ou


angústias desnecessárias aos animais;

g) Os detentores devem salvaguardar que os animais não causem


quaisquer riscos para a saúde e a segurança de pessoas, outros animais e
bens.

Artigo 56. o

Áreas de exercício durante os períodos de actividade e inactividade


circense

1 — Durante o período de actividade circense, o circo deve dispor de


recintos que permitam uma área de exercício diário adequada às espécies
animais que mantém, recomendando-se, para os carnívoros de grande
porte, as dimensões mínimas de 6 m por 12 m de área ou 12 m de
diâmetro.

2 — Durante o período de inactividade dos circos, em especial dos


itinerantes, os animais devem ser descarregados dos contentores de
transporte e mantidos em alojamentos adequados.

3 — Os alojamentos referidos no número anterior devem dispor de área


suficiente ou de recintos que permitam que os animais façam exercícios
físicos diários adequados às espécies, sendo recomendadas, para os
carnívoros de grande porte, as seguintes dimensões: 6 m por 12 m de área
ou, em alternativa, 12 m de diâmetro.
4 — Nos alojamentos referidos no n.o 2 devem ser previstas estruturas e
objectos que permitam enriquecer o meio ambiente, tais como prateleiras,
poleiros, esconderijos, ninhos e material para entretenimento dos animais,
adequados às espécies e ao seu grau de desenvolvimento, consoante se
trate de adultos, jovens ou fêmeas com as suas ninhadas.

5 — Os animais ficam sob a vigilância do médico veterinário municipal da


área onde o mesmo se situa.

Artigo 57. o

Abate compulsivo

Se houver quaisquer riscos para a segurança das pessoas, outros animais e


bens, deve proceder-se ao abate do animal em causa, recorrendo a
métodos de occisão que não lhe causem dores e sofrimento desnecessários,
e que devem, preferencialmente, ser executados por médico veterinário.

CAPÍTULO VIII

Normas para a detenção e o alojamento de animais selvagens ou de


animais potencialmente perigosos

Artigo 58. o

Disposições gerais

Os detentores de animais selvagens ou de animais potencialmente


perigosos, sem prejuízo das demais disposições aplicáveis, devem cumprir
as condições previstas no presente capítulo.

Artigo 59. o

Licença de detenção de animais selvagens ou de animais


potencialmente perigosos

1 — A detenção de animais selvagens que não se encontrem abrangidos


pelo disposto no n.o 2 do artigo 1. o ou de animais potencialmente
perigosos como animais de companhia carece de licença emitida pela
câmara municipal, sob parecer favorável, obrigatório, do médico veterinário
municipal da área do alojamento.

2 — Para cumprimento do referido no número anterior, a câmara municipal


só outorga a referida licença se o requerente preencher os seguintes
requisitos:

a) Ser maior de idade e não estar interdito, por decisão judicial, para gerir a
sua pessoa e os seus bens;

b) Não ter sido condenado, por sentença transitada em julgado, por crime
contra a vida ou a integridade física, quando praticados a título de dolo,
assim como se deve verificar a ausência de sanções por infracções em
matéria de detenção dos animais a que se refere este capítulo;

c) Apresentar documento que certifique a formalização de um seguro de


responsabilidade civil por danos a terceiros que possam ser causados pelos
animais referidos no n.o 1.

3 — Às pessoas colectivas apenas se aplica o disposto nas alíneas a) e b) do


número anterior.

4 — A licença deve ser renovada todos os anos.

Artigo 60. o

Manutenção

À manutenção de animais a que diz respeito este capítulo aplica-se também


o disposto nos artigos 3. o a 5. o ,7.o a 18. o e 22. o do presente diploma.

Artigo 61. o

Medidas de segurança especiais nos alojamentos e na circulação

1 — O detentor de animal selvagem ou de animal potencialmente perigoso


fica obrigado a manter medidas de segurança reforçadas, nomeadamente,
nos alojamentos, os quais não podem permitir a fuga dos animais e devem
acautelar de forma eficaz a segurança de pessoas, outros animais e bens.

2 — O detentor fica obrigado à afixação no alojamento, em local visível, de


aviso da presença e perigosidade do animal.

3 — Sempre que o detentor necessite circular na via pública ou nos lugares


públicos com os animais a que diz respeito este capítulo, deve fazê-lo com
meios de contenção adequados à espécie e à raça ou cruzamento de raças,
nomeadamente, usando contentores adequados (caixas, jaulas, gaiolas ou
outros) ou açaimo funcional que não permita comer nem morder e, neste
caso, seguro com trela curta (até 1 m de comprimento) que deve estar fixa
a coleira ou a peitoral, tudo de material resistente.

Artigo 62. o

Treino

1 — Os detentores de animais selvagens ou de animais potencialmente


perigosos não podem proceder ao seu treino visando a participação em
lutas ou o aumento ou reforço da sua agressividade para pessoas, outros
animais e bens.

2 — Os detentores de animais potencialmente peri-gosos, nomeadamente


mamíferos, devem promover o treino dos mesmos com vista à sua
domesticação, desde que a espécie seja passível de tal.
3 — O treino referido no número anterior deve ser efectuado por
treinadores que estejam na posse de um certificado de capacidade, emitido
por entidade reconhecida pela DGV, nas condições e com as obrigações
estabelecidas em portaria do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento
Rural e das Pescas.

4 — Os treinadores devem comunicar trimestralmente, por escrito, à


câmara municipal da área de residência dos detentores, quais as espécies
animais que tenham sido treinadas, bem como a identificação dos seus
detentores, visando a anotação deste facto numa ficha de registo do
animal.

Artigo 63. o

Seguro de responsabilidade civil

O detentor de qualquer animal potencialmente perigoso fica obrigado a


possuir um seguro de responsabilidade civil em relação ao mesmo.

Artigo 64. o

Regime de excepção

1 — Exceptua-se o disposto neste capítulo para os cães pertencentes às


Forças Armadas ou às forças de segurança do Estado.

2 — As entidades referidas no número anterior devem manter os animais


em condições de bem-estar animal, nomeadamente conforme o disposto
nos artigos 7. o a 15. o e 16. o ,n.os 3 a 6.

3 — As entidades referidas no n.o 1 devem manter os cães identificados.

CAPÍTULO IX

Disposições especiais

Artigo 65. o

Recusa ou suspensão de licenças

1 — Pode ser recusada ou suspensa a licença de detenção de animais de


companhia, nomeadamente as de animais selvagens ou animais
potencialmente perigosos, sempre que entender não estarem garantidas as
condições de bem-estar dos animais, bem como a segurança e a
tranquilidade para pessoas, outros animais e bens, determinando o destino
dos animais, quando necessário.

2 — Compete às câmaras municipais, sob a responsabilidade do médico


veterinário municipal, executarem as determinações referidas no número
anterior, podendo solicitar expressamente a colaboração de outras
autoridades ou entidades, com especial referência para as DRA, Direcção-
Geral das Florestas, Instituto da Conservação da Natureza, GNR, PSP,
corporações de bombeiros e instituições zoófilas legalmente constituídas.

CAPÍTULO X

Fiscalização, inspecção e contra-ordenações

SECÇÃO I

Disposições gerais

Artigo 66. o

Fiscalização

Compete à DGV, às DRA e aos médicos veterinários municipais assegurar a


fiscalização do cumprimento das normas constantes do presente diploma,
sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades.

Artigo 67. o

Inspecções

1 — As DRA efectuam anualmente inspecções periódicas aos alojamentos


de hospedagem sem fins lucrativos, comerciais, médico-veterinários,
higiénicos e aos seus animais de companhia, devendo abranger pelo menos
5% das existências nas respectivas áreas de jurisdição.

2 — Os relatórios anuais daquelas inspecções devem ser enviados à DGV o


mais tardar até ao final do mês de Março do ano seguinte.

3 — As autoridades administrativas, policiais e as pessoas singulares e


colectivas devem prestar toda a colaboração necessária às inspecções a
efectuar no âmbito do presente diploma.

SECÇÃO II

Das contra-ordenações

Artigo 68. o

Contra-ordenações

1 — Constituem contra-ordenações puníveis pela DGV, com coima cujo


montante mínimo é de 5000$ ou E 24,939 e o máximo de 750 000$ ou E
3740,984:

a) A falta da licença de alojamento prevista no artigo 3. o ;

b) A falta de licença para a venda de animais em feiras e mercados fixos


prevista no artigo 35. o ;
c) A realização de circos, espectáculos, competições, concursos ou
manifestações similares em que intervenham animais de companhia em
incumprimento das normas regulamentares deste diploma, bem como das
previstas na Convenção;

d) A negação ou inviabilização de dados ou de informações requeridas pelas


autoridades competentes ou seus agentes, em ordem ao cumprimento de
funções estabelecidas neste diploma, assim como a prestação de
informações inexactas ou falsas;

e) A venda ambulante, que não em feiras e mercados fixos;

f) O alojamento de animais de companhia em desrespeito das condições


fixadas no presente diploma;

g) A venda de animais feridos, doentes, com defeitos ou taras congénitas;

h) A utilização dos alojamentos destinados a fins higiénicos que contrarie o


disposto no artigo 44. o ;

i) O abate em desrespeito das disposições do artigo 19. o

2 — A reincidência é punida com o máximo da coima.

3 — Constituem contra-ordenações puníveis pela DGV, com coima cujo


montante mínimo é de 100 000$ ou E 498,797 e o máximo de 750 000$ ou
E 3740,984:

a) A violação do dever de cuidado previsto no artigo 6. o que crie perigo


para a vida ou integridade física de outrem;

b) O maneio e treino dos animais com brutalidade, nomeadamente as


pancadas e os pontapés;

c) As intervenções cirúrgicas e as amputações destinadas a modificar a


aparência de um animal de companhia, excepto as previstas nos artigos 17.
o e 18. o ;

d) Os espectáculos ou outras manifestações similares que envolvam lutas


entre animais de companhia;e) O desrespeito pelas disposições contidas no
capítulo VIII.

4 — A tentativa e a negligência são punidas.

5 — O comportamento negligente será sancionado até metade do montante


máximo da coima prevista.

6 — As coimas aplicadas às pessoas colectivas poderão elevar-se até ao


montante máximo de 9 000 000$ ou E 44 891,81.
7 — Sem prejuízo dos montantes máximos fixados, a coima deverá, sempre
que possível, exceder o benefício económico que o agente retirou da prática
do acto ilícito.

Artigo 69. o

Sanções acessórias

Consoante a gravidade da contra-ordenação e a culpa do agente, poderão


ser aplicadas, simultaneamente com a coima, as seguintes sanções
acessórias:

a) Perda a favor do Estado de objectos e animais pertencentes ao agente


utilizados na prática do acto ilícito;

b) Interdição do exercício de uma profissão ou actividade cujo exercício


dependa de título público ou de autorização ou homologação de autoridade
pública;

c) Privação do direito a subsídio ou benefício outorgado por entidades ou


serviços públicos;

d) Privação do direito de participarem em feiras ou mercados de animais;

e) Encerramento de estabelecimento cujo funcionamento esteja sujeito a


autorização ou licença de autoridade administrativa;

f) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás.

Artigo 70. o

Tramitação processual

1 — Ao processo administrativo conducente à aplicação de coimas aplica-se,


com as devidas alterações, toda a tramitação processual prevista no
Decreto-Lei n.o 433/82, de 27 de Outubro, com as alterações que lhe foram
introduzidas pelo Decreto-Lei n.o 244/95, de 14 de Setembro.

2 — A entidade que levantar o auto de notícia enviará o mesmo à DRA


respectiva que, após a instrução do competente processo, o remeterá à
DGV para decisão.

3 — A decisão da DGV que aplica a coima é susceptível de impugnação


judicial, nos termos do diploma referido no n.o 1.

Artigo 71. o

Afectação do produto das coimas

A afectação do produto das coimas far-se-á da seguinte forma:


a) 10% para a autoridade autuante;

b) 10% para a DGV;

c) 20% para a entidade que instruiu o processo;

d) 60% para o Estado.

Artigo 72. o

Competências das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira

Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira as competências


cometidas à DGV no presente diploma são exercidas pelos correspondentes
serviços e organismos das administrações regionais com idênticas funções e
competências, constituindo receita das Regiões Autónomas o produto das
coimas aí cobradas e o produto das taxas devidas pela aprovação dos
alojamentos dos animais a que se referem o n.o 2 do artigo 3. o e o n.o 3
do artigo 73. o

CAPÍTULO XI

Disposições finais

Artigo 73. o

Taxas

1 — Pelos custos inerentes à aprovação dos alojamentos, nos termos do


artigo 3. o , é devida uma taxa a pagar pelos requerentes.

2 — A taxa devida pela aprovação dos alojamentos referidos no n.o 1 do


artigo 3. o constitui receita da respectiva câmara municipal.

3 — A taxa devida pela aprovação dos alojamentos referidos no n.o 2 do


artigo 3. o constitui receita da DGV e da respectiva DRA.

4 — Por portaria conjunta dos Ministros da Agricultura, do Desenvolvimento


Rural e das Pescas e do Ambiente e do Ordenamento do Território serão
fixados os custos específicos a serem tomados em conta no cálculo das
taxas, o montante das taxas a cobrar, bem como os aspectos
administrativos do pagamento das mesmas.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 9 de Agosto de 2001. —


António Manuel de Oliveira Guterres — Guilherme d’Oliveira Martins —
Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira — Eduardo Arménio do Nascimento
Cabrita — Luís Manuel Capoulas Santos — Rui Nobre Gonçalves.

Promulgado em 27 de Setembro de 2001.

Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendado em 4 de Outubro de 2001.

O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.

ANEXO I

Temperatura ambiente/humidade relativa

Animais alojados em gaiolas ou jaulas ou em recintos interiores

Espécies ou grupos de Gama óptima HR


espécies
(graus centígrados) (percentagem)
Ratinho ............................................ 55 (+10)
20-24

Rato ...............................................
20-24

Hamster-da-síria ...................................
20-24

Gerbo ..............................................
20-24

Cobaia .............................................
20-24

Codorniz (codorniz-japónica) .......................


20-24

Coelho ( 1 ) .......................................
15-21

Gato ...............................................
15-21
Cão.................................................
15-21

Aves de capoeira ( 2 )..............................


15-21

Pombo ..............................................
15-21

Porco ..............................................
10-24

Cabra ..............................................
10-24

Ovelha..............................................
10-24

Bovinos ............................................
10-24

Cavalo e
asinino.....................................10-24

( 1 ) Não aplicável a coelho-bravo.

( 2 ) Não aplicável às espécies cinegéticas.

Nota. — Em casos especiais, por exemplo quando se albergam animais


muito jovens ou sem pêlo, podem ser necessárias temperaturas ambientais
mais elevadas.

A humidade relativa (HR) deve ser adequada às espécies alojadas e


normalmente mantida a 55 % + 10 % evitando-se valores inferiores a 40 %
ou superiores a 70 %.

ANEXO II

Medidas mínimas das caixas para pequenos roedores e coelhos

Caixas para animais detidos individualmente ou em grupo (*)

Espécies, peso vivo Superfície Para cada Altura


animal a
(centímetros mais (centímetros)
quadrados) adicionar
superfície
extra
(centímetros
quadrados)
Murganho: 200 40 12

Até30g................................. 200 75 12

Mais de 30g .........................


Rato: 350 100 14

Até100g................................ 350 150 14

De 100 g a 250g ................... 600 250 14

De250 g a 500g .................... 800 300 14

Mais de 500 g .......................


Hamster-dourado, hamster- 200 75 14
chinês e hamster-estriado:
200 150 14
Até80g.................................

Mais de 80g .........................


Cobaia: 600 150 25

Até200g................................ 600 200 25

De200 g a 400g 800 500 25


..........................

Mais de 400 g
............................
Coelho: 1 500 500 40

Até1kg ................................. 2 000 1000 40

De 1 kg a 2 kg 2 500 1 500 40
............................
3 000 2000 40-60
De 2 kg a 3 kg
............................ De 3 kg a 3 600 2500 40-60
4 kg ............................

De 4 kg a 5 kg
............................

(*) Não aplicável a coelhos-bravos.

a) Caixas para outros pequenos roedores:

Espécies Número Superfície Altura


de base
(cm)
(cm
quadrados)
Murganhos-espinhosos Um a dois adultos, 600 14
eventualmente com
Pequeno rato das estepes ninhada
(Sicista betulina)

Gerbilos (género Gerbillus


spp.)

Rato de mamas múltiplas


Gerbo das estepes Um a dois adultos, 1 500 25
(géneros Allactaga spp., eventualmente com
Dipus spp., Notomys spp.). ninhada
Tâmias-estriadas (Tamias Um a quatro 3 000 74
striatus) animais sociáveis
Chinchilas Um a dois adultos, 2 500 50
eventualmente com
ninhada

Nota. — Para a definição de altura de gaiola, v. a nota do quadro de cima.

b) Caixas de pequenos roedores em reprodução:

Espécies Superfície mínima do chão da Altura mínima da gaiola


gaiola
(centímetros)
para uma mãe e respectiva
ninhada

(centímetros quadrados)
Murganho 220 12
Rato 800 14
Hamster 650 14
Cobaio 1 200 25

Nota. — Para a definição de altura de gaiola, v. a nota dos quadros


anteriores.

c) Caixas de coelhos em reprodução (*):

Peso da Superfície mínima do Altura mínima da Superfície


coelha chão da gaiola gaiola mínima do ninho

(quilogramas) para uma coelha e (centímetros) (centímetros


respectiva ninhada quadrados)

(centímetros
quadrados)
1 3000 40 1000
2 3500 40 1000
3 4000 40 1200
4 5000 40-60 (segundo 1200
a raça)
5 7000 40-60 (segundo 1400
a raça)
5a7 9000 40-60 (segundo 1400
a raça)

(*) Não aplicável aos coelhos-bravos.

ANEXO III

Dimensões mínimas para o alojamento de cães e gatos

a) Alojamento de gatos em lojas de venda:


Peso vivo Superfície de base Altura

(quilogramas) (centímetros (metros)


quadrados)
Até 3 3000 1
De 3 a 4 4000 1
Mais de 3 6000 1

b) Alojamento de gatos:

Peso do gato Superfície mínimado Altura mínima da


chão da gaiola para o gaiola
(quilogramas) gato
(centímetros)
(centímetros
quadrados)
De 0,5 a 1 2000 50
De 1a3 3000 100
De 3a4 4000 100
De 4a5 6000 100

Nota. — Para o cáculo da superfície mínima do chão pode incluir-se a


superfície dos tabuleiros de repouso.

c) A superfície mínima do chão do recinto para uma gata e respectiva


ninhada deve ser de pelo menos 1 m 2 ;

d) Alojamentos de cães:

d.1) Individualmente:

Unidade de Peso vivo Superfície de Altura


detenção base
(quilogramas) (centímetros)
(metros
quadrados)
Recinto fechado Até 16 2 180

De 16 a 20 2,2

De 20 a 24 3

De 24 a 28 3,6

De 28 a 32 4

Mais e 32 Mais de 4,3


Recinto fechado Até 24 6 180
exterior
De 24 a 28 7,2
De 28 a 32 8

Mais de 32 8,6

d.2) Em grupo:

Número Unidade de Superfície Superfície Superfície


detenção de base de base de base
de
para um para um para um
animais peso vivo peso vivo peso vivo

até 16 kg de 16 kg a maior que


28 kg 28 kg
(metros
quadrados) (metros (metros
quadrados) quadrados)
2 Recinto 2,5 3,5 6,4
Fechado
3 3,5 4,6
4 4 5,6
5 4,7 6,5
6 5,3
7 5,9
2 Recinto 7,5 10 13
Exterior
3 10 13 17
4 12 15 20
5 14 18 24
6 16 20 27
7 17,5 22 29
8 19,5 24 32
9 21 26 35
10 23 28 37

e) A superfície mínima do chão do recinto para uma cadela e respectiva


ninhada deve estar compreendida entre 4 m 2 e 6 m 2 .

f) Alojamento de cães em locais de venda:

Tamanho do cão à Superfície mínima do Altura mínima da


altura da espádua chão gaiola

(centímetros) da gaiola por cão (metros quadrados)

(metros quadrados)
30 1 90

40 1,25 120

70 2 160
ANEXO IV

Dimensões mínimas para o alojamento de certas aves

Comprimento Dimensões Volume por Poleiro por ave


da ave ( 1 ) mínimas ave
(centímetros)
(centímetros) (centímetros
cúbicos)
Até 12 cm Altura: 40. 5 000 8
(pequenos
exóticos) Largura: 30.

Comprimento ( 2
).
Até 14 cm Altura: 40. 6 400 10
(canários)
Largura: 30.

Comprimento ( 2
).
Até 18 cm Altura: 40. 8 000 12
(piriquitos,
canários Largura: 30.
grandes)
Comprimento ( 2
).
Até 20 cm - - 16
(papagaios
pequenos)
Até 25 cm Altura: 50. 20 000 20
(estorninhos e
tordos exóticos) Largura: 50.

Comprimento ( 2
).
Até 25 cm - - 20
(pombos)
Até 30 cm Altura: 50. 25 000 25
(grandes
pássaros Largura: 50.
exóticos)
Comprimento ( 2
).
Até 40 cm - - 30
(papagaios
cinzentos)
Mais de 40 cm Altura: 150. 450 000 50
(araras)
Largura: 60.
Comprimento:
100 (máximo
duas aves).

( 1 ) O comprimento é medido da cabeça à ponta da cauda. As espécies de


animais só são mencionadas a título indicativo.

( 2 ) O comprimento não é fixado. Depende do volume disponível e do


número de pássaros detidos.

Nota. — O alojamento, por seis semanas, de um casal de Colibris e de aves


pertencentes às famílias Nectariniidae e Meliphagidae tem de ser feito numa
gaiola de, pelo menos, 80 cm de comprimento por 40 cm de largura e por
40 cm de altura, sendo que, em caso de detenção mais longa, é necessário
uma gaiola de 1,5 m 3 para quatro aves.

O alojamento de um casal e respectiva ninhada de codornizes-anãs-da-


china tem de ser feito numa gaiola de pelo menos 80 cm×40 cm×40 cm,
devendo o seu pavimento ser coberto com um substrato de terra mas
nunca de areia.

ANEXO V

Superfície e altura mínimas de terrários para alojamento de répteis

Espécie Número de Superfície de base Altura


animal animais
Tartaruga 1 (3×comprimento da -
terrestre carapaça dorsal) ×
Para cada (3×comprimento da
outro carapaça dorsal)
indivíduo a
mais. Comprimento da carapaça
dorsal × (3×comprimento
da carapaça dorsal).
Tartaruga Para cada (2×comprimento da Comprimento da
aquática: outro carapaça dorsal) carapaça
indivíduo ×(2×comprimento da
Porção carapaça dorsal). dorsal.
aquática do a mais.
terrário. Comprimento da carapaça
dorsal × (2×comprimento
Porção não da carapaça dorsal).
aquática do
terrário.
Tartaruga Para cada Comprimento da carapaça Comprimento da
aquática: outro dorsal × (2×comprimento carapaça
indivíduo da carapaça dorsal).
Porção dorsal.
aquática do a mais. Comprimento da carapaça
dorsal ×
terrário. (1,5×comprimento da
carapaça dorsal).
Porção não
aquática do
terrário.
Lagartos 1 a 4, Comprimento do 1×comprimento
que vivem consoante a corpo×(2×comprimento total.
no solo espécie do corpo).
Lagartos 1a8, Comprimento do 3×comprimento
trepadores consoante a corpo×(2×comprimento total.
espécie do corpo).
Serpentes 1 a 4, 2 /3×metade do Metade do
que vivem consoante a comprimento do corpo comprimento do
no solo espécie
corpo.
Serpentes 1a4, 2 /3×metade do 2
arborícolas consoante a comprimento do corpo /3×comprimento
espécie do corpo

Exemplos:

20 tartarugas terrestres cujo comprimento da carapaça dorsal é


de 15 cm:

Superfície de base

(centímetros quadrados)

1. o animal — 45 cm×45 cm .......................


2 025

2. o ao 20. o animal —19 cm×15 cm×30 cm ....................


12 825

14 850

Quatro pitões jovens cujo comprimento é de 90 cm:

60 cm×45 cm=2700 cm 2 de superfície de


base e 45 cm de altura;

Um casal de lagartos trepadores com o comprimento total de 20


cm:

20 cm×40 cm=800 cm 2 de superfície de


base e 60 cm de altura.

ANEXO VI
Dimensões mínimas de terrários para alojamento de anfíbios

Espécies Número Volume de água

(litros)
Tritões Por 10 cm de animal 3
..........................................
Rãs anãs do género Hymenochirus ... Até cinco animais
15

Por cada animal a mais


0,5

Rãs do género Xenopus Até cinco animais


25

Por cada animal a mais .


0,5

Sapos da espécie Pipa pipa Até cinco animais


100

Por cada animal a mais


5

Sapos da espécie Pipa carvalhoi Até cinco animais


50

Por cada animal a mais


2

ANEXO VII

Dimensões mínimas de aquiterrários para alojamento de outros


anfíbios

Espécies Número Espaço necessário


Rãs verdadeiras até ao Para cada animal (3×comprimento do
tamanho de rãs-gaivota corpo) × (3 ×
Para cada animal a comprimento do corpo).
Sapos mais
Comprimento do corpo ×
Sapos escavadores (3 × comprimento do
corpo).
Pequenas rãs verdes Para 20 animais 800cm 2 , 40 cm de
arborícolas, vulgo relas altura
(Hyle arborea) Para cada animal a
mais 1 l decapacidade a mais
Outras espécies de O número de animais
pequenas rãs verdes tem de ser corrigido de
arborícolas acordo com o seu
tamanho.

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