Aula 01 - Administração de Marketing
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MARKETING
©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília
Apresentação
Olá, seja bem-vindo (a)!
Objetivos
Compreender os conceitos centrais de marketing.
Conhecer a evolução histórica do marketing.
Entender o objetivo do marketing interno.
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Desafio
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Conteúdo
Conceitos centrais de Marketing
O termo “Marketing” é bastante popular e, é provável que ao pedir uma definição para algum
conhecido a resposta esteja associada a conceitos como vendas, propaganda e
publicidade. Embora essa associação não seja um erro, o Marketing é bem mais abrangente
e complexo que isso, permeando questões em várias atividades.
Nos últimos anos, mais especificamente após a campanha à presidência dos Estados
Unidos, em 2008, por Barack Obama, é comum ver planos de marketing sendo usados pelos
vários candidatos a cargos públicos. Este é apenas um exemplo das diversas áreas onde se
pode observar a presença de estratégias baseadas no marketing. A equipe responsável pelo
marketing da campanha do candidato americano foi brilhante. Utilizando as várias
ferramentas disponíveis, sobretudo as mídias sociais, a campanha obteve uma série de
resultados positivos, tais como 13,5 milhões de contatos por e-mail, US$ 500 milhões em
doações e, é claro, a eleição de Obama.
Para que você conheça de forma mais ampla o “universo” do Marketing, é importante
estabelecer as definições e conceitos centrais deste campo de pesquisa. Mas afinal, o que
você compreende por Marketing?
Keller e Kotler (2012), oferecem uma definição consonante com a da AMA, indicando que
o Marketing busca identificar e satisfazer as necessidades, humanas e sociais, com geração
de lucro. Estes autores definem ainda a Administração de Marketing como “a arte e a
ciência de selecionar mercados-alvo e captar, manter e fidelizar clientes por meio da
criação, entrega e comunicação de um valor superior para o cliente” (KELLER; KOTLER, 2012,
p. 3).
Observando as definições é possível compreender que o Marketing está diretamente
relacionado com a entrega de valor aos clientes. Este processo ocorre não apenas com
produtos e serviços, mas também com aspectos mais amplos, tais como experiências,
informações e ideias.
Por exemplo, se você pensar em Jogos Olímpicos verá o Marketing sendo aplicado em uma
categoria de eventos. Em um contexto distinto, é possível observar países e cidades
desenvolvendo ações de marketing para atrair turistas. Elas também são utilizadas para a
promoção de pessoas e organizações. Ou seja, ações de marketing podem ser observadas
em todas as partes.
Para que as estratégias de marketing adotadas obtenham êxito, é fundamental que esses
profissionais conheçam profundamente o comportamento de seus consumidores. Para
Engel et al. (1990), o comportamento do consumidor pode ser definido como os
processos que abrangem o consumo, a avaliação e o descarte de um bem ou serviço. Este
conjunto de ações, físicas e mentais, praticadas por um indivíduo, tem por objetivo
satisfazer uma necessidade latente.
É necessário compreender que as empresas não podem atender a todos os consumidores e,
buscando ser mais assertivas e eficazes, selecionam apenas algumas partes deste
mercado total.
Esta estratégia servirá de base para que a empresa consiga entregar valor a seu cliente,
deixando-o satisfeito. Segundo Keller e Kotler (2012), o valor pode ser definido como a
percepção do consumidor em relação à diferença entre os benefícios e os custos envolvidos
na aquisição de produtos e serviços. As empresas buscam satisfazer seus clientes e, para
tanto, é necessário que eles tenham a percepção de que receberam mais benefícios com a
compra, quando comparado com os custos dispendidos. O valor (intangível) é observado,
fisicamente, por meio de ofertas, definidas como a combinação de serviços, produtos,
experiências e informações. Seguindo este mesmo raciocínio, a marca pode ser
compreendida como uma oferta reconhecida pelo consumidor, ou seja, a marca faz o
consumidor relembrar as ofertas recebidas com a aquela aquisição.
Keller e Kotler (2012), indicam a necessidade de atualizar esses quatro componentes para
melhor representar a totalidade do cenário observado. Assim, propõem que os 4Ps seriam
mais assertivos, a saber:
Definidos estes conceitos centrais, uma análise simplista poderia resumir a atuação do
profissional de marketing na busca por oportunidades, geradas por necessidades, desejos e
demandas, na seleção de mercados-alvo e no desenvolvimento de estratégias que
entreguem valor ao cliente. Embora esta visão represente uma parte das atividades de
marketing, ela não consegue contemplar a complexidade gerada por mercados muito
competitivos e consumidores cada vez mais empoderados.
Qual é o produto fornecido pela Walt Disney Company, por exemplo, em seu Magic Kingdom
Park? Veja a figura 2.
Se você pensou em parques temáticos, errou. O negócio da Walt Disney Company não é o
ramo de parques temáticos, mas sim a felicidade de seus clientes. Assim, tudo é finamente
planejado para que o consumidor se sinta feliz e satisfeito em qualquer atividade que realize
no parque. O sucesso da empresa é reflexo de uma série de acertos, mas pode-se destacar
o papel fundamental desempenhado pelos funcionários, empoderados pela empresa. Os
funcionários se comportam como um “elenco”, criando a magia e encantando os clientes,
como em um filme.
O exemplo da Disney serve para destacar que o marketing não deve ficar restrito a um
departamento, mas sim englobar todos os colaboradores e setores da empresa. A filosofia
adotada pela organização orientará as estratégias e ações de marketing.
A orientação mais antiga adotada no mundo dos negócios é a orientação para a produção.
A ideia central é oferecer produtos de baixo custo, com distribuição em massa. A empresa
se destaca ao ser eficiente na produção e as que adotam esta orientação necessitam de
mão de obra barata.
Evolução do Marketing
Cabe salientar que o século XXI trouxe um maior dinamismo às relações entre empresa e
consumidor, sobretudo com a popularização da Internet. Estas novas demandas
conduziram as empresas a uma nova orientação, chamada de marketing holístico. Refere-
se ao “desenvolvimento, estruturação e implementação de programas, processos e
atividades de marketing, com reconhecimento da amplitude e interdependência de seus
efeitos” (KELLER; KOTLER, 2012, p. 17). Esta orientação representa uma evolução no
entendimento das relações entre empresa e consumidor. Sob essa ótica, os profissionais de
marketing assumem que é necessário alinhar os esforços e harmonizar equipes e
processos, dando coesão aos objetivos propostos. Veja figura 3.
Marketing de desempenho
As empresas têm utilizado de vários padrões distintos para medir seu desempenho, não se
limitando aos indicadores financeiros. Infelizmente, tragédias tais como a ocorrida em 25 de
janeiro de 2019, em Brumadinho, demonstram que as organizações devem considerar
aspectos legais, sociais, éticos e ambientais em suas atividades e estratégias. No caso da
Vale S.A., se a companhia considerasse apenas os indicadores financeiros, estaria
cometendo um grande equívoco. A empresa gerou grandes prejuízos socioambientais e, por
consequência, gerou perdas em seus ativos tangíveis e intangíveis.
Marketing integrado
Segundo Keller e Kotler (2012, p. 19), o marketing integrado refere-se aos “programas de
marketing voltados para criar, comunicar e entregar valor aos consumidores de tal forma
que o todo seja maior que a soma das partes”. Ou seja, parte-se do pressuposto que todas
as estratégias e ações da empresa devem estar sincronizadas.
Por exemplo, quando uma empresa adquire um sistema integrado de gestão empresarial,
como o SAP, ela espera alguns serviços extras, tais como, treinamento, instalação e
atualização do software.
As comunicações desenvolvidas pela empresa também devem ser integradas, de modo que
cada canal escolhido complemente os demais. Essa estratégia tem por objetivo adequar a
comunicação para todo ponto de contato com o consumidor.
Marketing de relacionamento
As empresas sabem que manter os clientes atuais é mais barato do que conquistar novos.
Portanto, os profissionais de marketing buscam elaborar estratégias que resultem em
relacionamentos longevos com os clientes. Essa é a base do marketing de relacionamento,
caracterizado por uma postura de interação adotada pelas empresas em relação a seus
clientes. O foco da organização passou a ser direcionado ao cliente. O marketing de
relacionamento tem por objetivo a construção e a manutenção de relacionamentos com os
clientes, de modo a manter e usufruir dessa relação por longos períodos. “Quando a
empresa tem uma atitude voltada para o relacionamento, os clientes se tornam mais ativos,
e o que seria uma reclamação se torna uma sugestão de melhoria” (TORRES , 2018, p.
118).
De uma forma simples, as empresas devem entregar, no mínimo, o que foi prometido. Ao
cumprir com as promessas, elas transmitem mais confiança aos consumidores. E isso é a
base de relacionamentos duradouros. Vale ressaltar que quando a empresa tem uma
postura orientada ao cliente, aumenta a atitude colaborativa e, aquilo que seria uma
reclamação pode tornar-se uma sugestão de melhoria.
Marketing digital
Nas redes sociais, as pessoas podem gerar e veicular conteúdo, compartilhando suas
experiências de compra com os demais usuários. Nesse ambiente, surge um novo
consumidor, mais informado e com acesso a uma maior variedade de ofertas. As empresas
necessitam acompanhar seus consumidores no ambiente on-line que estão “mergulhando”
no mundo virtual.
A internet amplia o leque de clientes atendidos pelas empresas, visto que a limitação
geográfica praticamente inexiste. O ambiente virtual permite ainda que as empresas
coletem informações mais abrangentes sobre mercados e consumidores. As mídias sociais
aumentam exponencialmente as mensagens enviadas e simplificam a comunicação com os
clientes. Diante desse cenário, as organizações têm aumentado a atuação no contexto on-
line. Esta nova realidade gerou novas demandas para os profissionais de marketing, pois
tiveram de ajustar suas “ferramentas”, dando início ao marketing digital.
Marketing digital é definido como as estratégias de marketing adaptadas aos meios digitais
(TURCHI , 2011). O objetivo é alcançar a mesma eficácia do marketing tradicional no
ambiente virtual. Algumas particularidades da Internet, como velocidade e a extensão,
potencializam o alcance da comunicação. O marketing digital traz algumas vantagens para
as empresas, tais como redução de valores em propagandas, além de melhorar a
assertividade da comunicação para o público-alvo. A Internet também possibilita um
monitoramento dos consumidores, permitindo que as organizações obtenham opiniões
espontâneas sobre seus produtos e serviços.
Inbound Marketing
Os consumidores mudaram, não restam dúvidas. Nos anos iniciais do Marketing Digital,
ações com uso de pop-up (tipo de “janela” que se abre automaticamente no navegador e
traz informação extra, normalmente propaganda) eram utilizadas em larga escala. Com a
evolução das tecnologias o consumidor, não querendo ser incomodado, passou a utilizar
softwares para bloquear esses pop-ups.
O consumidor passou a receber respaldo governamental para evitar esse assédio por parte
das empresas. Por exemplo, em julho de 2019, o governo brasileiro criou um site, no qual as
pessoas poderão bloquear o chamado de empresas de telemarketing. Para que as
empresas pudessem continuar sua conexão com esses consumidores, novas soluções
foram encontradas.
Inbound Marketing
Uma das medidas encontradas para solucionar a mudança de comportamento observada
nos consumidores é o conceito de Inbound Marketing. A ideia central deste conceito é a de
oferecer conteúdo relevante ao consumidor, de tal forma que reconheça a empresa que
produz o conteúdo como uma especialista no assunto.
Para criar um perfil de consumidor alvo representativo, o Inbound usa o conceito de “buyer
persona”. Buyer personas são arquétipos ou representações de consumidores reais, criados
para ajudar os profissionais de marketing a compreender o comportamento de consumo do
público-alvo. Quanto mais real for a buyer persona, mais assertiva será a estratégia de
marketing (PATRUTIU-BALTES, 2016). A buyer persona não precisa ser perfeita, mas deve se
aproximar ao máximo do cliente real. Uma buyer persona bem construída oferece
informações sólidas sobre os hábitos, necessidades e desejos dos clientes. Permite que as
empresas adotem ações que as aproxime deles.
Um exemplo prático do uso de buyer persona pode ser observado no caso da empresa
varejista BEST BUY. A fim de melhor atender os diversos perfis de consumidores, ela se
baseou em cinco diferentes personas para criar seu suporte técnico, como mostra a figura
6. Segundo Keller e Kotler (2012, p. 117), as seguintes personas foram criadas: Jill, mãe de
classe média alta que usa diariamente seu computador, e conta com o Geek Squad como
um serviço terceirizado semelhante ao de um jardineiro ou encanador; Charlie, homem, com
mais de 50 anos, que tem interesse por tecnologia, mas precisa de um guia; Daryl, um
consumidor mais informado que às vezes precisa de uma ajuda com seus projetos de
tecnologia; Luís, pequeno empresário, cujo principal objetivo é executar tarefas rápidas;
e Nick, agente em potencial do Geek Squad que vê o site de maneira crítica e precisa ser
desafiado.
Definida a “buyer persona”, o próximo passo será identificar o estágio de compra que o
consumidor se encontra, conforme figura 7. Cada estágio deve possuir um conteúdo
adequado. No estágio de consciência o consumidor começa a perceber um problema ou
necessidade. No estágio da consideração o consumidor já está consciente de seu problema
e começa a avaliar o modo como procederá. No estágio de decisão o consumidor toma a
decisão de como agirá.
A metodologia inbound, é planejada de acordo com quatro etapas: atrair, converter, fechar e
encantar, conforme representado na figura 8. A ideia é transformar estranhos em clientes,
mas, sobretudo, transformar clientes em “defensores” da marca (PATRUTIU-BALTES, 2016).
Finalizando a Unidade
Dica do Professor
Quer saber mais sobre Inbound Marketing? Clique aqui .
Para aprimorar seus conhecimentos, leia: Como o Inbound Marketing pode revolucionar os
resultados das empresas?
Leia também o seguinte artigo: Como construir a "buyer persona" para sua empresa .
©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da Universidade Católica de Brasília
Saiba Mais
Para saber mais sobre Marketing Digital, leia a seguinte matéria: Como saber se sua
estratégia de Marketing Digital resulta em vendas .
Referências
AMERICAN MARKETING ASSOCIATION – AMA. Definitions of Marketing. Disponível
em: https://www.ama.org/the-definition-of-marketing-what-is-marketing/ . Acesso
em: 05 nov. 2019.
ENGEL, J. F.; KOLLAT, D. T.; MINIARD, P. W. Consumer behavior. 6th ed. New York:
Dryden Press, 1990.
KELLER, Kevin Lane; KOTLER, Philip. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo:
Editora Pearson do Brasil, 2012.
TORRES, Claudio. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre
marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec
Editora, 2018.