Cadeia de Transporte de Elétrons e Fosforilação Oxidativa

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Cadeia de Transporte de Elétrons e Fosforilação Oxidativa

Os processos de oxidação de glicose, ácidos graxos e aminoácidos levam à produção de


acetil-CoA que, no ciclo de Krebs, é totalmente oxidada a CO2.

O cico de Krebs constitui, portanto, o estágio final e máximo de oxidação dos átomos de
carbono que compõem carboidratos, lipídios e proteínas. Isto acompanhado da redução de
NAD+ e FAD.

Há a produção de 4 mols de ATP: 2mols da glicólise e 2mols dos ciclo de krebs.

Do ponto de vista energético, verifica-se que da energia total dispoível na molecula de


fenômeno repete-se na oxidação de lipídios e aminoácidos: ao longo das reações de sua
degradação, pouco ATP é sintetizado e muitas coenzimas são reduzidas.

As coenzimas devem ser reoxidadas por duas razões:


1. Para que, voltando à forma oxidada, possam participar outra vez das vias de
degradação dos nutrientes.
2. A partir da oxidação das coenzimas que a energia nelas conservada pode ser
empregada pelas células para sintetizar ATP.

As células aeróbias produzem a maior parte do seu ATP por oxidação das coenzimas pelo
oxigênio (respiração celular), efetuada por uma cadeia de transporte de elétrons, também
denominada “cadeia respiratória”, à qual está intimamente relacionada com a síntese de
ATP. Esta síntese consiste na fosforilação do ADP (ADP+Pi -> ATP) e, por utilizar a energia
derivada das coenzimas, é denominada “fosforilação oxidativa”.

Fosforilação e cadeia respiratória consistem no mesmo processo.

A oxidação de coenzimas libera grande quantidade de energia.

Nos organismos aeróbios a oxidação é feita por transferência de seus elétrons para o
oxigênio: recebendo elétrons, o oxigênio lga-se a prótons do meio, formando água. Este
processo libera grande quantidade de energia, em virtude da diferença entre os potenciais
de redução da coenzima reduzida e do oxigênio.

A energia liberada na oxidação de 1 mol de NADH permite a produção de cerca de 7 mols


de ATP.

A energia para sintetizar ATP nas células é feita:

1- Transferir elétrons das coenzimas para o oxigênio


2- Transformar a energia contida nas coenzimas reduzidas em um gradiente de prótons,
que é utilizado para sintetizar ATP.
A formação do gradiente de prótons é acoplada às passagens intermediárias dos elétrons
por vários compostos que constituem uma cadeia de transporte de elétrons.

Os compostos que formam a cadeia são organizados em membranas, de acordo com seus
potenciais de redução: os elétrons partem da coenzima reduzida, que tem potencial de
redução menor que os componentes da cadeia e percorrem uma sequência de
transportadores com potenciais crescentes, até atingirem o oxigênio, que tem maior
potencial de redução.

As transferências de elétrons entre estes compostos são sempre acompanhadas de queda


de energia livre.

O transporte é facilitado pela sua organização em membranas, em que é definido qual


componente irá doar elétrons ou receber.

Neste processo também ocorre um gradiente de prótons, onde estabelece-se diferentes


concentrações na parte externa e na parte interna da membrana.

É o aproveitamento da energia potencial contida no gradiente de prótons que torna


possível a síntese de ATP.

● Cadeia de transporte de elétrons mitocondrial.

A maioria dos transportadores de elétrons estão agrupados em 4 complexos enzimáticos.

A oxidação das coenzimas reduzidas processa-se na membrana interna da mitocôndria.

A maior parte destes componentes se organiza em quatro complexos enzimáticos,


designados I, II, III e IV

Cada complexo enzimático é constituído por diversas subunidades proteicas associadas a


grupos prostéticos diferentes.

Sem fazer parte de complexos aparecem ainda dois componentes móveis da cadeia de
transporte de elétrons: a coenzima Q (CoQ), que conecta os Complexos I e II ao Complexo
III, e o citocromo c, que conecta o Complexo III ao Complexo IV.

Complexo I e II -> CoQ <- Complexo III -> citocromo C <- Complexo IV.
A disposição dos transportadores de elétrons na membrana interna da mitocôndria está
esquematizada pela imagem acima.

Dois elétrons do NADH são transferidos para o Complexo I, então vão para o CoQ, depois
para o Complexo III, citocromo C, Complexo IV e finalmente para o oxigênio.
Elétrons presentes no succinato e em outros substratos têm uma entrada especial na
cadeia de transporte de elétrons: são transferidos ao Complexo II e em seguida para CoQ,
desta etapa em diante, seguem o caminho comum: Complexo III, citocromo c, Complexo IV
e oxigênio.

As transferências ocorrem porque todos os compostos nos complexos e CoQ/citocromo c,


podem apresentar-se nos estados reduzidos e oxidados.

Os grupos prostéticos dos complexos atuam como centros de oxidação-redução.

As reações de oxidação-redução são efetivamente cumpridas pelos grupos prostéticos dos


complexos enzimáticos e pelos transportadores móveis que constituem a cadeia
respiratória.

A flavina mononucleotídeo (FMN), um grupo prostético do complexo I, é um derivado da


vitamina riboflavina é capaz de receber 2 prótons e 2 elétrons, passando à forma totalmente
reduzida, FMNH2. A redução de FMN ocorre em duas etapas: ao receber 1 próton e 1
elétron, converte-se em uma semiquinona, um radical livre, que, ao reagir com mais 1
próton e 1 elétron, origina FMNH2. As proteínas que contêm uma coenzima derivada da
riboflavina (FAD ou FMN) são designadas como flavoproteínas.

Os sítios ferro-enxofre são cofatores dos Complexos I, II e III, são formados de íon de ferro
e enxofre. Estão associados à cadeia polipeptídica por ligação covalente a resíduos de
cisteína. As proteínas que contêm sítios desta natureza são chamadas de proteínas ferro-
enxofre.

A ubiquinona ou coenzima Q (CoQ) representa uma família de quinonas que diferem pelo
número de unidades isoprênicas presentes em sua cadeia lateral. A forma mais comum
encontrada nos mamíferos apresenta 10 dessas unidades. As características hidrofóbicas
da ubiquinona permitem sua mobilidade na fase lipídica da membrana, ao contrário dos
outros componentes da cadeia de transporte de elétrons, que têm posições relativamente
fixas na membrana mitocondrial, com exceção do citocromo C. A ubiquinona oxidada
recebe 2 prótons e 2 elétrons, originando a forma reduzida, o ubiquinol (QH2). A redução,
como no caso do FMN, ocorre via uma forma intermediária, que é um radical livre, a
semiubiquinona, QH.

Os citocromos são proteínas transportadoras de elétrons que contém heme como grupo
prostético, faz parte da membrana interna da mitocôndria. O íon de ferro presente no gruo
heme é responsável pela capacidade de transferência de elétrons destas proteínas.
Os citocromos são classificados em a, b e c, segundo o espectro de absorção que
apresentam. Os subtipos de citocromos são caracterizados por um índice que indica, em
nanômetros, o pico de absorção máxima. Os citocromos também diferem quanto aos
radicais substituintes no grupo heme e quanto à forma de ligação do heme à cadeia
polipeptídica. Esta ligação, nos tipos a e b, é não covalente e, no tipo c, é covalente
(tioéter), formada com resíduos de cisteínas. Naturalmente, cada citocromo é constituído
por uma cadeia polipeptídica com uma sequência de aminoácidos que lhe é própria.

O citocromo c, ao contrário dos outros citocromos, que são proteínas integradas, é uma
proteína periférica, situada na face externa da membrana interna da mitocôndria, com a
qual estabelece ligações fracas.

Os grupos prostéticos do complexo IV compreendem dois grupos heme.

O complexo I oxida o NADH, reduz a coenzima Q e atua como uma bomba de prótons

O complexo I, também chamado de NADH-ubiquinona oxirredutase, é a primeira enzima da


cadeia de transporte de elétrons da mitocôndria da maioria dos eucariotos. Ela catalisa a
transferência de dois elétrons do NADH à ubiquinona, acoplada à translocação de quatro
prótons através da membrana interna da mitocôndria.

É um dos maiores complexos de membrana conhecidos, com estrutura extremamente


complexa, contando de 44 cadeias polipeptídicas em mitocôndrias.

Possui formato de L no microscópio eletrônico.

O sítio de ligação da ubiquinona encontra-se na interface entre os dois domínios.

NADH É PRODUTO DE VÁRIAS REAÇÕES DO METABOLISMO


Ex:
- Gliceraldeído 3-fosfato (glicólise)
- Piruvato (conversão piruvato a acetil-CoA)
- Isocitrato, a-cetoglutarato e malato (ciclo de krebs)
- B-hidroxiacil-CoA (ciclo de Lynen)

Todas estas reações acima são catalisadas por desidrogenases que utilizam NAD+ como
coenzima.

O resultado da primeira reação catalisada pelo Complexo I é a oxidação do NADH e a


entrada dos elétrons na membrana interna da mitocôndria, de onde só sairão para serem
doados ao oxigênio, no final da cadeia. A redução de FMN implica a retirada de um próton
da matriz.

NESTE PONTO, DEVE SER RESSALTADO UM FENÔMENO ESSENCIAL DO


TRANSPORTE DE ELÉTRONS, QUE É A MOVIMENTAÇÃO CONCOMITANTE DE
PRÓTONS, ADICIONAIS ÀQUELES UTILIZADOS PARA A REDUÇÃO DOS COFATORES.
O complexo I catalisa a primeira etapa da formação do gradiente de prótons: transferência
de elétrons do NADH à ubiquinona é acoplada à translocação de prótons através da
membrana interna da mitocôndria para o espaço intermembranas. Também atua como uma
bomba de prótons.

O complexo II oxida o succinato, transferindo seus elétrons também para a coenzima


Q.

O complexo II, também denominado succinato desidrogenase, é uma enzima peculiar


porque participa do ciclo de Krebs e faz parte da cadeia respiratória. Ela catalisa a oxidação
de succinato a fumarato, com redução de FAD a FADH2, que ocorre acoplada à redução da
coenzima Q e, por esta razão.

É constituída por uma porção esférica que se projeta para a matriz mitocondrial , unida à um
pêndulo imerso na membrana. O domínio hidrofílico consta de uma flavoproteína (FAD),
que contém um sítio de ligação ao succinato. A porção hidrofóbica é formada por duas
subunidades transmembranas e um grupo prostético heme. O sítio de ligação da CoQ
localiza-se entre dois domínios da enzima.
Não contribui para a formação do gradiente de prótons.

A coenzima Q constitui um ponto de convergência de elétrons.

A coenzima Q recebe elétrons provenientes dos complexos I e II. Não é a única via, pois há
outras vias de transferência de elétrons para a CoQ. Em todas estas vias, o substrato é
oxidado por uma desidrogenase (uma flavoproteína), com redução de FAD e FADH2; os
elétrons depois são entregues à CoQ.

Os elétrons das diferentes procedências descritas percorrem, a partir da coenzima Q, um


caminho comum até o oxigênio.

O complexo III transfere elétrons da coenzima Q para o citocromo c e bombeia


prótons.

O complexo III, ou citocromo bc1 ou ubiquinona-citocromo c oxidorredutase, catalisa a


transferência de elétrons da ubiquinona ao citocromo c, acompanhada de movimentação de
prótons. A enzima da mitocôndria de mamíferos é formada pela associação de dois
monômeros, cada um com 11 subunidades. Três subunidades participam diretamente das
reações redox.

O acoplamento do transporte de elétrons à translocação de prótons pelo Complexo III é


explicado pelo chamado ciclo Q. Este esquema baseia-se na separação dos elétrons de um
composto ao ser oxidado. Na reação QH2, seus elétrons seguem um caminho bifurcado:
um elétron é transferido à proteína Fe-S e o outro, ao citocromo b, disto, dois prótons são
liberados no espaço intermembranas e quando Q é reduzida, são retirados da matriz.

A enzima apresenta dois sítios para ligação da ubiquinona, incluídos no citocromo b.


O complexo IV catalisa a redução do oxigênio a água, acoplada ao bombeamento de
prótons.

O complexo IV é a última enzima das cadeias de transporte de elétrons encontradas desde


bactérias até eucariotos. Ela catalisa a passagem de elétrons do citocromo c para o
oxigênio, combinada à extrusão de prótons.

Em mitocôndrias, a enzima constitui um dímero, sendo cada monômero formado por 13


subunidades proteicas e pelos centros redox. Na superfície externa da membrana interna
da mitocôndria, elétrons provenientes do citocromo c farnham acesso ao Complexo IV.

A redução de uma molécula de O2 a duas moléculas de H20 requer sua associação a


quatro elétrons e quatro prótons; A transferência de cada elétron para o oxigênio é
acompanhada da migração de um próton desde a matriz através de toda a enzima para
reduzir o oxigênio, e é acoplada à translocação de mais um próton da matriz através de
toda a extensão da membrana. Em cada ciclo catalítico, 4 prótons são utilizados como
substrato para a formação de água e 4 prótons são bombeados para o espaço
intermembrana.

Desta forma, o complexo IV contribui para a formação do gradiente de prótons.

A utilização de oxigênio pelo complexo IV responde por cerca de 95% de todo o oxigênio
consumido pelo organismo humano.

A produção de H2O neste processo chega a 300mL diários.

Este processo pode ser importante para animais que hibernam ou para camelos. A
oxidação de ácidos grazos, por gerar grandes quantidades de coenzimas reduzidas, fornece
água, além de energia para cada par de elétrons transferidos do NADH e do FADH2 para o
oxigênio, há produção de uma molécula de H20, além de ATP a partir de ADP e fosfato,
síntese esta que forma mais três moléculas de H20 no caso do NADH e duas para o
FADH2.

Os complexos transportadores de elétrons podem formar supercomplexos.

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