CFO Literatura Listas de Exerccios Completo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 30

LIZ

EN
E
SYD
OL DE
CA M POS
747
15 99
29 49
LI ZE
NE
SY
DO L D E
CA
MP OS
747
15 99
29 49
LI ZE
NE
SY
DO L D E
CA
MP OS
747
15 99
29 49
LI ZE
NE
SY
DO
L
DO
SUMÁRIO

SY
E
EN
IZ
9L
94
92
59
Listas de Exercícios Disponíveis

71
Marília de Dirceu.....................................................................................................................01

74
Noite na Taverna.....................................................................................................................05

S
A Falência.............................................................................................................................. 09

O
Sagarana................................................................................................................................11

MP
Quarto de Despejo...................................................................................................................15

CA
Morte e Vida Severina..............................................................................................................18
Nove Noites............................................................................................................................22

DE
O Livro das Semelhanças..........................................................................................................26

L
DO
SY
E
EN
IZ
9L
94
92
59
71
74
OS
MP
CA
E
LD
DO
SY
E
EN
IZ
9L
4
29
99
5
71
74
OS
MP
CA
E
LD
DO
SY
E
EN
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MARÍLIA DE DIRCEU

SY
01. Com base nos fragmentos abaixo, extraídos da fortemente marcada pelo pessimismo.

E
EN
Lira II, da obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio a) Apenas I está correta.
Gonzaga, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as b) Todas estão corretas.

IZ
afirmações que seguem. c) Nenhuma está correta.

9L
d) Apenas II está correta.
“Pintam, Marília, os Poetas e) I e II estão corretas.

94
A um menino vendado,

92
Com uma aljava de setas, 04. Leia o fragmento de texto a seguir e faça o que se

59
Arco empunhado na mão; pede:

71
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido, Esprema a vil calúnia muito embora

74
E de Amor ou de Cupido Entre as mãos denegridas, e insolentes,

S
São os nomes, que lhe dão.” Os venenos das plantas,

O
E das bravas serpentes.

MP
[...] Chovam raios e raios, no seu rosto
“Tu, Marília, agora vendo Não hás de ver, Marília, o medo escrito:

CA
De Amor o lindo retrato, O medo perturbador,
Contigo estarás dizendo Que infunde o vil delito.

DE
Que é este o retrato teu. […]

L
Sim, Marília, a cópia é tua, Eu tenho um coração maior que o mundo.

DO
Que Cupido é Deus suposto: Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Se há Cupido, é só teu rosto, Eu tenho um coração maior que o mundo.

SY
Que ele foi quem me venceu.” Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Um coração …. e basta,

E
EN
( ) Na primeira estrofe, o poeta descreve uma figura Onde tu mesma cabes.
representativa do amor na mitologia clássica.

IZ
( ) Na primeira estrofe, a amada Marília é alertada (TAG, MD, Parte II, Lira II)
sobre a violência que se esconde por detrás da 9L
94
superfície do amor. Sobre o fragmento de texto de Tomás Antônio
( ) Na segunda estrofe, o poeta transfere o retrato de Gonzaga, Marília de Dirceu, assinale a alternativa
92

Cupido para o rosto vencedor de Marília. FALSA:


59

( ) Na segunda estrofe, o poeta confessa à amada a


71

sua rendição em relação aos poderes do amor. a) a interferência do mito na tessitura dos poemas,
74

mantendo o poeta dentro dos padrões poéticos clássicos,


A sequência correta de preenchimento dos impede-o de abordar problemas pessoais.
OS

parênteses, de cima para baixo, é b) a interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto para
o poeta celebrar sua inocência e seu destemor diante das
MP

a) V - V - F - F. acusações feitas contra ele.


b) V - F - V - V. c) a revelação sincera de si próprio e a confissão do
CA

c) F - F - V - V. padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com o


d) V - F - F - V. decálogo arcádico, prenunciando a poética romântica.
E
LD

e) F - V - F - F. d) a desesperança, o abatimento e a solidão, presentes nas


liras escritas depois da prisão do autor, revelam contraste
DO

02. Assinale a alternativa correta em relação a Marília com as primeiras, concentradas na conquista galante da
de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga. mulher amada.
SY

e) embora tenha a estrutura de um diálogo, o texto é um


a) No livro, é estabelecido um contraste entre a paisagem, monólogo – só Gonzaga fala e raciocina.
E
EN

bucólica e amena, e o cenário da masmorra, opressivo e


triste. 05. Leia os excertos abaixo, extraídos de Marília de
LIZ

b) Trata-se de um conjunto de cartas de amor, enviadas por Dirceu (Lira XIV), de Tomás Antonio Gonzaga.
Marília, de Minas Gerais, a Dirceu, que se encontra em
49

Moçambique. 01. "Minha bela Marília, tudo passa;


9

c) Na obra, o pensamento racional é anulado em favor do 02. A sorte deste mundo é mal segura;
92

sentimentalismo romântico. 03. Se vem depois dos males a ventura,


59

d) Nas liras de Gonzaga, Marília é uma mulher irreal, 04. Vem depois dos prazeres a desgraça."
71

incorpórea, imaginada pelo pastor Dirceu. 05. "Ornemos nossas testas com as flores
74

e) Trata-se de um livro satírico, carregado de termos 06. E façamos de feno um brando leito;
pejorativos em relação às convenções da época. 07. Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
OS

08. Gozemos do prazer de sãos Amores.


03. Sobre a obra Marília de Dirceu, é correto afirmar: 09. Sobre as nossas cabeças,
MP

10. Sem que o possam deter, o tempo corre;


I. Tem caráter autobiográfico, sendo Marília o sujeito 11. E para nós o tempo, que se passa,
CA

lírico de Maria Joaquina Dorotéia Seixas, amor 12. Também, Marília, morre."
13. "Ah, não, minha Marília,
E

proibido de Tomás Antônio Gonzaga.


LD

II. Contém as seguintes características árcades: 14. Aproveite-se o tempo, antes que faça
exaltação ao bucolismo, linguagem coloquial, culto à 15. O estrago de roubar ao corpo as forças,
DO

simplicidade. 16. E ao semblante a graça."


III. Está dividida em três partes: a primeira tem como
SY

foco a exaltação da amada, a segunda expressa Considere as seguintes afirmações sobre esses
sentimento de solidão, enquanto a terceira é excertos.
E
EN

1
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MARÍLIA DE DIRCEU

SY
c) como um refúgio da vida atribulada das metrópoles do

E
EN
I. Os versos chamam a atenção para a passagem do século XIX.
tempo e expressam um convite aos prazeres de um d) como um prolongamento do estado emocional do poeta

IZ
amor sadio. e) como uma fonte para o retrato crítico às desigualdades

9L
II. Os versos 05 a 12 descrevem uma cena amorosa sociais.
ambientada na paisagem mineira da cidade então

94
chamada de Vila Rica. 08. Leia a estrofe de Tomás Antônio Gonzaga e faça o

92
III. Marília é um nome literário adotado para referia que se pede:

59
noiva do poeta inconfidente, cujo nome verdadeiro

71
era Maria Dorotéia de Seixas Brandão. Os teus olhos espalham a luz divina,
A quem a luz do sol em vão se atreve;

74
Quais estão corretas? Papoila ou rosa delicada e fina

S
Te cobre as faces, que são cor da neve.

O
a) Apenas I. Os teus cabelos são uns fios de ouro;

MP
b) Apenas II. Teu lindo corpo bálsamo vapora.
c) Apenas III. Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,

CA
d) Apenas I e III. Para glória de amor igual Tesouro.
e) I, II e III.

DE
(TAG, MD, Parte I, Lira I)

L
06. Leia e responda.

DO
Sobre a personagem central feminina, podemos
Primeira Parte afirmar que:

SY
Lira I a) Marília é mostrada, ao mesmo tempo, como pessoa e

E
EN
como encarnação do Amor, como categoria absoluta.
Os teus olhos espalham luz divina, b) Apesar da beleza deslumbrante da amada, não se verifica,

IZ
A quem a luz do sol em vão se atreve; na construção dessa personagem, qualquer idealização
Papoila ou rosa delicada e fina 9L
clássica da mulher.
94
Te cobre as faces, que são cor da neve. c) A beleza luxuriante de Marília contrasta com o ideal de
Os teus cabelos são uns fios, d’ouro; serena fruição dos prazeres sadios da vida.
92

Teu lindo corpo bálsamos vapora. d) O poeta dirige-se a Marília unicamente como sua noiva e
59

Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora, futura esposa.


71

Para glória de amor igual Tesouro! e) Marília, pela sua intensa sensualidade, representa o ideal
74

Graças, Marília bela, de amante e não o de noiva ou esposa.


Graças à minha Estrela!
OS

09. Compare as descrições de Marília trechos das liras


(bálsamos vapora = exala perfumes) XI – parte I, XXXVII – parte II e I – parte I,
MP

respectivamente:
Segunda Parte
CA

Trecho I
Lira XV
E
LD

“Vivos olhos, e faces cor-de-rosa,


Se o rio levantado me causava, Com crespos fios de ouro:
DO

Levando a sementeira, prejuízo, Meus olhos se vêem graças e loureiros.”


Eu alegre ficava, apenas via
SY

Na tua breve boca um ar de riso. Tomás Antônio de Gonzaga – “Marília de Dirceu”.


Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
E
EN

De ver-te ao menos compassivo o rosto. Trecho II


LIZ

Em relação à compreensão dos dois fragmentos e à “O seu semblante é redondo,


compreensão global da obra “Marília de Dirceu”, Sobrancelhas arqueadas,
49

assinale a alternativa correta. Negros e finos cabelos,


9

Carnes de neve formadas.”


92

a) A descrição de Marília é real, o retrato fiel da mulher


59

daquela época. Tomás Antônio de Gonzaga – “Marília de Dirceu”.


71

b) O tom de felicidade e otimismo permeia os dois


74

fragmentos e constitui-se característica da obra toda. Trecho III


c) O “eu lírico”, mesmo fragilizado pela incerteza de seu
OS

destino, não demonstra desalento e amargura. “Papoula, ou rosa delicada, e fina,


d) A descrição de Marília é uma convenção clássica, tudo Te cobre as faces, que são cor de neve.
MP

nela é ideal, sublimado e hiperbólico. Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
e) Observa-se a exploração do motivo da mulher inacessível Teu lindo corpo bálsamo vapora.
CA

e misteriosa desejada por um homem cansado e doente.


E

”Tomás Antônio de Gonzaga – “Marília de Dirceu”.


LD

07. Na composição poética árcade, a natureza é


tratada: A pastora Marília, conforme é apresentada nas liras de
DO

Tomás Antônio Gonzaga, carece de unidade de


a) como uma lembrança da pátria da qual foram exilados. enfoques; ora é descrita como tendo cabelos negros,
SY

b) como um local em que se busca a vida simples, pastoril ora loiros. A oscilação que se observa nas descrições
E

e bucólica. de Marília permite ao leitor concluir que:


EN

2
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MARÍLIA DE DIRCEU

SY
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro

E
EN
a) Embora Marília corresponda a um ser real, Maria Que viva de guardar alheio gado,
Doroteia, ligado à vida do poeta, ele é, antes de tudo, uma De tosco trato, d`expressões grosseiro,

IZ
idealização poética. As descrições apenas atendem à Dos frios gelos e dos sóis queimado.

9L
idealização da mulher, exigida pelas convenções Tenho próprio casal e nele assisto;
neoclássicas. Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

94
b) O autor das liras está preocupado com a coerência dessas Das brancas ovelhinhas tiro o leite

92
descrições, com o padrão poético realizado em cada E mais as finas lãs, de que me visto.

59
composição, por isso a amada do poeta deixa de ser Graças, Marília bela,

71
associada à figura convencional da pastora. Graças à minha estrela!
c) O sujeito lírico, caracterizado como pastor, descreve sua Irás a divertir-te na floresta,

74
amada, a pastora Marília, na atmosfera atormentada dos Sustentada, Marília, no meu braço;

S
conflitos da paixão, fugindo às convenções bucólicas e Aqui descansarei a quente sesta,

O
pastoris do Arcadismo. Dormindo um leve sono em teu regaço;

MP
d) Apesar de o autor invocar a pastora Marília, suas liras são Enquanto a luta jogam os pastores,
destinadas a afirmar a dignidade e a valia do pastor Dirceu. E emparelhados correm nas campinas,

CA
As descrições mostram a intenção do autor em não revelar Toucarei teus cabelos de boninas,
o objeto de seu amor. Nos troncos gravarei os teus louvores.

DE
Graças, Marília bela,

L
10. Graças à minha estrela!”

DO
GONZAGA, Tomás Antônio. “Marília de Dirceu”.
Lira XI

SY
In: Literatura comentada. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
“Não toques, minha musa, não, não toques
Na sonorosa lira,

E
É correto afirmar sobre as estrofes:

EN
Que às almas, como a minha, namoradas
Doces canções inspira: a) Ilustram não só preferências temáticas do Arcadismo,

IZ
Assopra no clarim que apenas soa, como o ideal de vida simples, o herói que se faz pela
Enche de assombro a terra! 9L
honradez e pelo trabalho, mas também o sentimento de
94
Naquele, a cujo som cantou Homero, transitoriedade da vida, que arrasta o poeta ao carpe diem
Cantou Virgílio a guerra.”
92

(aproveitar a vida) horaciano.


b) Representam os temas do bucolismo, do fugere urbem
59

Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu. (fuga da cidade), da áurea mediocritas (existência dentro da
71

mediania), mas fogem do convencionalismo arcádico da


74

Marília de Dirceu apresenta um dos principais traços linguagem simples, o que torna o poema artificial.
do Arcadismo. A opção que aponta essa característica b) Apresentam a fina ironia de Gonzaga, o que liga o poema
OS

temática, presente no texto, é às Cartas Chilenas, escritas pelo autor, depois que estava
preso, para ridicularizar o Visconde de Barbacena, feroz
MP

a) O bucolismo. inimigo dos Inconfidentes.


b) O pessimismo e negatividade.
CA

c) Reiteram o nome de Marília nos estribilhos, mas, ao


c) A descrição sensual da mulher amada. contrário do que pode parecer, esse recurso não imprime
d) A presença de valores ou elementos clássicos.
E

musicalidade ao texto, serve para enaltecer a mulher, vista,


LD

e) A fixação do momento presente. naquele momento, como elemento angélico e divinal, o que
faz a poética de Gonzaga preceder o Romantismo.
DO

11. Leia e responda. e) Ilustram tópicos preferenciais do Arcadismo, como o locus


SY

amenus (lugar ameno), o ideal de vida simples, a pintura de


“Tu não verás, Marília, cem cativos cenas pastoris, e revelam os valores da classe burguesa, de
tirarem o cascalho e a rica terra,
E

então, presentes na preocupação econômica que o pastor


EN

ou dos cercos dos rios caudalosos, enuncia.


ou da minada serra.
LIZ

Não verás separar ao hábil negro 13. Sobre o fragmento abaixo e sobre a escola a que
do pesado esmeril a grossa areia,
49

ele pertence, assinale a alternativa incorreta.


e já brilharem os granetes de oiro
9

no fundo da bateia.”
92

Minha bela Marília, tudo passa;


a sorte deste mundo é mal segura;
59

No trecho de Marília de Dirceu, expressões como “cem se vem depois dos males a ventura,
71

cativos”, “rios caudalosos” e “granetes de oiro” vem depois dos prazeres a desgraça.
74

remetem para: Estão os mesmos deuses


sujeitos ao poder do ímpio fado:
OS

a) A profissão de minerador exercida por Dirceu. Apolo já fugiu do céu brilhante,


b) Uma atividade econômica exercida na época. já foi pastor de gado.
MP

c) O desagrado de Dirceu em relação à atividade do pai de


Marília.
CA

“Marília de Dirceu” – Tomás Antônio Gonzaga


d) Preocupações de Dirceu relativas à poluição dos rios.
E

e) A prosperidade em que vivia o povo brasileiro. a) O trecho acima alterna versos decassílabos com versos
LD

hexassílabos. Curiosamente, o tema da estrofe é a


12. Tomás Antônio Gonzaga escreveu Marília de inconstância da sorte. É como se o encurtamento do verso,
DO

Dirceu, um dos mais conhecidos poemas de nosso alternado com o verso mais longo, imitasse os altos e baixos
Arcadismo. Leia duas estrofes da Lira I, da primeira do destino
SY

parte do poema. b) A referência ao deus grego Apolo é típica do Arcadismo,


E

escola que pretendia uma espécie de retorno ao tempo


EN

3
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MARÍLIA DE DIRCEU

SY
mitológico da Grécia clássica. Além disso, segue-se a I – O poeta convida a amada, Marília, para

E
EN
referência ao período em que o deus foi pastor, reforçando aproveitarem juntos as maravilhas da cidade (a
o elo com a escola árcade, na qual os poetas corte).

IZ
frequentemente adotavam um pseudônimo pastoril, como II – Trata-se de um célebre poema de Tomás Antônio

9L
Glauceste ou Elmano. Gonzaga, no qual faz um elogio à vida simples e
c) Para o Arcadismo, a vida do pastor, singela e próxima da natural dos camponeses.

94
natureza, é bela e pura. No entanto os versos “Apolo já fugiu III – A natureza é idealizada como perfeita, em

92
do céu brilhante / já foi pastor de gado” criam uma imagem oposição à esterilidade e à inutilidade da cidade.

59
dentro da qual estar no céu é o polo positivo (felicidade) e Quais estão corretas?

71
ser pastor é o polo negativo (degradação). Portanto a
imagem contida nos versos é surpreendente quando a) Apenas I.

74
percebemos que ela subverte o tema árcade da vida pastoril b) Apenas II.

S
como ideal a ser buscado. c) Apenas III.

O
d) A imagem do deus Apolo fugindo do céu possui forte valor d) Apenas II e III.

MP
simbólico, explicável pelas características do Arcadismo: ela e) I, II e III.
remete a um conceito de mundo como espaço democrático,

CA
aberto às mudanças. Fica implícito que, se um Deus pode
fugir do seu destino traçado (estar no céu), seja por

DE
vontade, seja por necessidade, um homem comum também

L
pode mudar a própria condição de vida, tornando-se até

DO
mesmo rico e poderoso.
e) Os principais autores do Arcadismo, homens cultos e

SY
educados, escreviam poemas nos quais se exaltavam a
simplicidade e a vida em contato com a natureza. Gonzaga

E
EN
é, até certo ponto, coerente com isso, embora o eu-lírico
das Liras alterne poemas (ou estrofes) nos quais ele é “um

IZ
triste pastor” com outros (ou outras) nos quais surge a
figura do magistrado, diante de “altos volumes” sobre a 9L
94
mesa, decidindo processos jurídicos.
92

14. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:


59
71

Ornemos nossas testas com as flores


74

E façamos de feno um brando leito;


Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
OS

Gozemos do prazer de sãos amores.


Sobre as nossas cabeças,
MP

Sem que o possam deter, o tempo corre,


E para nós o tempo, que se passa,
CA

Também, Marília, morre.


E
LD

(TAG, MD, Lira XIV)


DO

Todas as alternativas a seguir apresentam


características do Arcadismo, presentes na estrofe
SY

anterior, EXCETO:
E
EN

a) Ideal de ÁUREA MEDIOCRITAS, que leva o poeta a exaltar


o cotidiano prosaico da classe média.
LIZ

b) Tema do CARPE DIEM – uma proposta para se aproveitar


a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
49

c) Ideal de uma existência tranquila, sem extremos,


9

espelhada na pureza e amenidade da natureza.


92

d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade


59

de envelhecer com sabedoria.


71

e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos


74

sentimentos e paixões do “eu” lírico.


OS

15. Leia o seguinte texto, fragmento do poema Marília


de Dirceu, para responder a questão 15.
MP

Vem, ó Marília, vem lograr comigo


CA

Destes alegres campos a beleza,


E

Destas copadas árvores o abrigo...


LD

Deixa louvar da corte a vã grandeza: GABARITO


Quanto me agrada mais estar contigo,
DO

Notando as perfeições da Natureza! 1. B 2. A 3. B 4. A 5. D


6. D 7.B 8. C 9. A 10. D
SY

Considere as seguintes afirmações sobre o texto. 11. B 12. E 13. D 14. A 15. E
E
EN

4
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOITE NA TAVERNA

SY
Textos para as questões 01, 02 e 03 04. O excerto a seguir foi extraído da obra Noite na

E
EN
Taverna, livro de contos escritos pelo poeta
ultrarromântico Álvares de Azevedo (1831-1852).

IZ
A linha imaginativa, no ciclo da ficção em prosa, se inicia

9L
com Álvares de Azevedo. Começa, efetivamente, com Noite “Uma noite, e após uma orgia, eu deixara dormida no leito
na Taverna. [...] E por isso mesmo é que, se [sic, por

94
dela a condessa Bárbara. Dei um último olhar àquela forma
embora] de enorme significação no Romantismo,

92
nua e adormecida com a febre nas faces e a lascívia nos
ultrapassa-o para tornar-se uma das matrizes na ficção lábios úmidos, gemendo ainda nos sonhos como na agonia

59
brasileira: a matriz imaginativa, de fundo trágico, com voluptuosa do amor. Saí. Não sei se a noite era límpida ou

71
repercussão poética em seu irrealismo. negra; sei apenas que a cabeça me escaldava de

74
embriaguez. As taças tinham ficado vazias na mesa: aos
[...] O acervo do cancioneiro anônimo em sua fase oral, lábios daquela criatura eu bebera até a última gota o vinho

S
criado pelo povo em sua imaginação mítica – os fantasmas do deleite…”

O
e os aventureiros, a mulher e o demônio, o amor e a morte

MP
–, ressurge nos contos de Noite na Taverna transfigurado
literariamente. A base, pois, é cultural mente brasileira. E Com relação ao fragmento acima, afirma-se:

CA
isso explica por que o livro nasceu popular.
I) Acentua traços característicos da literatura

DE
[...] As personagens que narram – Solfieri, Bertram, romântica, como o subjetivismo, o egocentrismo e o
Genaro, Claudius Hermann, Johann –, e narram aventuras sentimentalismo, e despreza o nacionalismo e o

L
DO
em algumas partes do mundo, excluem aparentemente o indianismo, temas característicos da primeira geração
seu sentido brasileiro. [...] A paisagem, a fixação social e os romântica.

SY
costumes − que o documentário registra na poesia de II) Idealiza figuras imaginárias, mulheres incorpóreas
Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Castro Alves; na

E
ou virgens, personagens que confirmam o amor

EN
novelística de Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar inatingível, idealizado na literatura ultrarromântica.
e Bernardo Guimarães; na dramaturgia de Martins Pena – Dessa forma, no 1º parágrafo, o amor platônico não é

IZ
estão ausentes nos contos de Álvares de Azevedo. superado pelo amor físico.
9L
III) Tematiza a morte, presente em grande parte da
94
(Adonias Filho, Apresentação de Noite na Taverna)
obra do autor.
92
59

Assinale a alternativa correta.


01. No último período do texto, a citação de vários
71

escritores românticos é feita para indicar que Noite


a) Apenas I está correta.
74

na Taverna:
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e II estão corretas.
OS

a) exclui, tal como eles, o caráter nacionalista que poderia


d) I, II e III estão corretas.
dar um “sentido brasileiro” à narrativa.
MP

e) Apenas I e III estão corretas.


b) mantém com eles uma relação de similaridade no que diz
respeito à natureza documental do texto.
CA

c) aproxima-se deles, ao apresentar uma narrativa de 05. Álvares de Azevedo é considerado o autor mais
caráter universal. intenso de uma geração da literatura brasileira e
E
LD

d) apresenta personagens que não se relacionam com o possuía suas inspirações. Assinale a alternativa
Romantismo. correta em que diga o autor que Álvares mais se
DO

e) distancia-se deles, ao não incorporar o ambiente físico e inspira e a geração em que escrevia.
humano do Brasil.
SY

a) Gil Vicente, 2ª Geração do Romantismo.


E

02. O primeiro parágrafo permite inferir que Noite da b) Edgar Allan Poe, 1ª Geração do Romantismo.
EN

Taverna: c) Luís Vaz de Camões, Arcadismo.


d) Lord Byron, 2ª Geração do Romantismo.
LIZ

a) seria uma referência para a prosa ficcional brasileira, caso e) José de Alencar, 1ª Geração do Romantismo.
49

se libertasse dos padrões românticos.


b) inaugura a prosa romântica brasileira, sendo essa a causa
9
92

de sua importância literária. Texto para as questões de 06 e 07.


c) é responsável pela predominância da narrativa de final
59

trágico no Romantismo brasileiro.


71

d) não se restringe aos limites do Romantismo, apesar de Se romantismo quer dizer, antes de mais nada, um
74

sua importância dentro dessa escola literária. progressivo dissolver-se de hierarquias (Pátria, Igreja,
e) ultrapassa os limites do Romantismo ao fundir Tradição) em estados de alma individuais, então Álvares de
OS

imaginação e realismo. Azevedo, Junqueira Freire e Fagundes Varela1 serão mais


românticos do que [Gonçalves de] Magalhães e do que o
MP

03. De acordo com o texto, Noite na Taverna “nasceu próprio Gonçalves Dias2; estes ainda postulavam, fora de si,
CA

popular” pelo fato de: uma natureza e um passado para compor seus mitos
poéticos; àqueles caberia fechar as últimas janelas a tudo o
E

que não se perdesse no Narciso sagrado do próprio eu, a que


LD

a) explorar narrativas de caráter trágico.


conferiam o dom da eterna ubiquidade3.
b) apresentar, em seu irrealismo, uma forte significação
[...] Ora a oclusão do sujeito em si próprio é detectável por
DO

romântica.
uma fenomenologia bem conhecida: o devaneio, o erotismo
c) refletir em seus contos a imaginação do povo.
SY

difuso ou obsessivo, a melancolia, o tédio, o namoro com a


d) reproduzir literariamente a linguagem oral.
imagem da morte, a depressão, a autoironia masoquista:
e) iniciar uma nova abordagem na ficção em prosa.
E

desfigurações todas de um desejo de viver que não logrou


EN

5
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOITE NA TAVERNA

SY
sair do labirinto onde se aliena o jovem crescido em um

E
EN
meio romântico-burguês em fase de estagnação. a) Gennaro é o único conto de Noite na Taverna em que não
A poesia de Álvares de Azevedo e a de Junqueira Freire se tem registro de mortes ou comportamentos moralmente

IZ
oferecem rica documentação para a psicanálise; e é nessa questionáveis.

9L
perspectiva que a têm lido alguns críticos modernos, b) O velho pintor, chamado de mestre, ao confrontar o jovem
ocupados em dar certa coerência ao vasto anedotário pintor, faz menção à história de como Judas traiu Jesus

94
biográfico que em geral empana, em vez de esclarecer a Cristo.

92
nossa visão dos românticos típicos. c) O dinamarquês Bertram, ao fazer uma aparição no conto,

59
Mas, para um enfoque artístico, importa mostrar como revela que Ângela poderia estar viva em algum lugar

71
todo um complexo psicológico se articulou em uma distante.
linguagem e em um estilo novo, que se manteve por quase d) Laura tinha a mesma idade de Nauza, a esposa do mestre,

74
trinta anos na esfera da história literária e sobreviveu, revelando, assim, uma crítica de Álvares de Azevedo a

S
esgarçado e anêmico, até hoje, no mundo da subcultura e relacionamentos com grande diferença de idade.

O
das letras provincianas. e) Gennaro planejou atirar no velho pintor para, então, poder

MP
Para tanto, a leitura de Álvares de Azevedo merece assumir seu relacionamento com Laura, sua filha.
prioridade, pois foi o escritor mais bem dotado de sua

CA
geração. Em vários níveis se apreendem as suas tendências
para a evasão e para o sonho. 09. Assinale a alternativa correta a respeito de Noite

DE
(Alfredo Bosi, História Concisa da Literatura Brasileira) na Taverna, de Álvares de Azevedo.

L
DO
1Poetas da Segunda Geração romântica. a) Em Solfieri, uma mulher em estado de catalepsia é tida
2Poetas da Primeira Geração romântica. como morta pela personagem que dá nome ao conto.

SY
3ubiquidade: onipresença. b) Álvares de Azevedo escreve Bertram de forma a ser um
conto de teor extremamente autobiográfico, quase como

E
EN
uma confissão.
06. As informações contidas no texto permitem à c) Claudius Hermann, ao se envolver com a criada do Duque

IZ
seguinte conclusão: Maffio, exprime uma postura crítica à divisão da sociedade
em classes.9L
94
a) Os poetas da Segunda Geração criticaram as instituições d) Apesar de ser uma obra crítica e transgressora à moral
porque as consideravam empecilhos para a expressão da cristã, o abuso de substâncias ainda é tratado como tabu.
92

individualidade. e) Último Beijo de Amor é o único conto narrado por uma


59

b) Diferentemente dos poetas da Primeira Geração personagem feminina.


71

Romântica, os da Segunda Geração afastaram-se dos


74

elementos do mundo externo.


c) A temática da natureza e do passado é mais característica 10. Cada resumo de história a seguir é do livro Noite
OS

do Romantismo e, por esse motivo, a Primeira Geração é a na Taverna, de Álvares de Azevedo. Relacione cada
que melhor representa essa escola. personagem com sua respectiva história e assinale a
MP

d) O narcisismo dos poetas da Segunda Geração Romântica alternativa correta.


substitui a religiosidade defendida pela Primeira Geração.
CA

e) Os mitos poéticos que melhor expressam o caráter (1) SOLFIERI (2) BERTRAM
romântico foram desenvolvidos pelos poetas da Primeira (3) GENNARO (4) CLAUDIUS HERMANN
E
LD

Geração. (5) JOHANN


DO

( ) Pintor, apaixona-se pela mulher de seu mestre


07. A tendência romântica para a evasão e o sonho (Godofredo Walsh) e consegue conquistá-la. Porém, Laura
SY

pode ser vista como: (filha de Nauza e Godofredo) estava enamorada pelo pintor
que acabou se matando ao saber que ele não queria.
E
EN

a) uma tentativa de vencer a depressão. Godofredo, irritado, tenta convencê-lo a se matar, para
b) um desejo de viver plenamente o ideal burguês. vingar a morte da filha. O jovem pintor aceita, mas
LIZ

c) uma consequência do erotismo obsessivo. sobrevive. Quando volta a mansão dos Walsh, encontra
d) decorrência do fechamento do indivíduo em si mesmo. Nauza e Godofredo mortos.
49

e) a negação do passado alienante. ( ) Enquanto jogava bilhar, achou que Arnold (jovem loiro)
9
92

roubara no jogo. Decidiu travar um duelo, uma arma com


08. Leia o excerto e responda o que se pede. munição, a outra não. Ganhando de Arnold, o jovem realiza
59

o último desejo de Arnold, entregar uma carta à mãe e outra


71

“ — Nauza! Nauza! Uma palavra, tu me amas? a “Tua G”, o jovem, curioso, vai ao encontra da tal. E ao
74

entrar no quarto, escuro, tem sua noite de amor com a


*** virgem. Ao amanhecer, sai do quarto e encontra um homem
OS

com uma faca, luta e mata-o. Quando o ilumina percebe que


Tudo o mais foi um sonho: a Lua passava entre os vidros da era seu irmão. Quando volta para o quarto vê que a moça
MP

janela aberta e batia nela: nunca eu a vira tão pura e divina! que desonrara era Giórgia, sua própria irmã.
CA

***
( ) Em uma bela noite em Roma, o jovem vê uma mulher
chorando na janela, ela sai de casa e segue pela rua, ele a
E

E as noites que o mestre passava soluçando no leito vazio


LD

segue. Ela para em um cemitério, no qual chora e cantarola,


de sua filha, eu as passava no leito dele, nos braços de
o homem se apaixonara pela bela moça. Depois, ele foi
Nauza.”
DO

embora de Roma, sempre pensando nela. Um ano depois,


volta naquele mesmo lugar e encontra um caixão, ele o abre
SY

A respeito de Gennaro, quarto conto de Noite na


e era aquela mesma mulher. Aproveitando que estava
Taverna, de Álvares de Azevedo, assinale a
morta, ele transou com ela. Porém, a moça fora revivendo,
E

alternativa correta.
EN

6
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOITE NA TAVERNA

SY
sofria de catalepsia. O jovem a levou para casa e trancou-a moça. Descobre que matou o próprio irmão e que “a virgem”

E
EN
em seu quarto. Ela morreu após dois dias e duas noites de que lhe propiciara “uma noite deliciosa” era sua irmã.
febre. Ele a enterrou embaixo da cama. Termina sua história e todos dormem. Chega à taverna sua

IZ
( ) Rico e amante de cavalos, o jovem se apaixona pela irmã, Giorgia, que se vinga, matando-o com uma punhalada.

9L
Duquesa Eleonora. Após seis meses contemplando-a, ele a Descobrimos então que o jovem Arthur continua vivo e é
quer, carnalmente. Suborna o servo da Duquesa para Arnold, que participava da orgia na taverna. Giorgia se mata

94
colocar sonífero na bebida dela e todas as noites ela a e Arnold, beijando-a, crava um punhal no próprio peito.

92
possuía. Queria mais, quando o servo faz Eleonora dormir,

59
o jovem a rapta e a leva para um estábulo. Lá, tenta 12. Os principais temas presentes em Noite na

71
conquistá-la, mostrando as cartas de amor que escrevia. E Taverna são:

74
consegue, porém, a mulher é morta pelo marido que depois
se mata. a) Necrofilia, Morte e Assassinatos.

S
b) Bebida, Amizade e Amores Impossíveis.
( ) Se apaixonou por Ângela, a espanhola. Fugiu com ela c) Amor, Bebida e Morte.

O
MP
e viajaram, porém ela começou a beber, fumar, se vestir d) Viagens, Fratricídios e Morte.
como um homem e o abandonou. Depois, o jovem tenta se e) Amor, Assassinatos e Terror.

CA
suicidar na Itália, mas é salvo por um homem. O apaixonado
acorda em um barco onde o comandante o acolheu. Ele

DE
tinha uma mulher, no qual tal jovem se apaixonara. 13. Em vez de uma visão lógica da realidade, a
Dormiam todas as noites juntos. Porém uma noite, houve narrativa gótica prefere sondar as zonas obscuras do

L
DO
um ataque pirata e o navio encalhou. Sobraram os dois e o subconsciente, beirando os limites do sonho e da
capitão e por uma luta, o capitão tinha que morrer para loucura. Identifique no comportamento de Solfieri e de

SY
alimentá-los. A mulher propôs que morressem juntos, sua amada atitudes que sejam exemplo dessa
porém, o jovem a matara e uma onda a levara. inclinação para o inconsciente.

E
EN
A alternativa que indica a ordem correta das a) Comportamentos da mulher: o canto do início do texto;

IZ
personagens é: sua visita ao cemitério à noite; comportamento de Solfieri:

a)2–3–1–5–4. 9L
as orgias, a embriaguez, a necrofilia, a devassidão, a
94
morbidez.
b)3–5–1–4–2. b) Comportamentos da mulher: a busca por Solfieri; a briga
92

c)2–1–5–4–3. com sua irmã. Comportamento de Solfieri: a visão de seu


59

d)3–4–1–5–2. futuro; a devassidão.


e)2–1–3–4–5.
71

c) Comportamentos da mulher: a depressão diagnosticada;


74

comportamentos de Solfieri: a morbidez.


d) Comportamentos da mulher e de Solfieri: o canto no início
11. Dentre as descrições, a seguir, a partir da trama no texto; as orgias; a embriaguez.
OS

romântica de Noite na taverna, de Álvares de e) Comportamentos da mulher: as orgias; a embriaguez, a


MP

Azevedo, assinale a alternativa incorreta. necrofilia, a devassidão, a morbidez; comportamentos de


Solfieri: o canto do início do texto; sua visita ao cemitério à
CA

a) A primeira parte da narrativa apresenta a cena que noite.


emoldura todas as demais partes: embriagados, vários
E

amigos, em uma taverna, discutem filosofia e poesia, até


LD

que passam a contar histórias – “uma lembrança do 14. Os relatos emoldurados em Noite na taverna, de
DO

passado” de cada um – que, na definição que apresentam, Álvares de Azevedo, são todo construídos a partir de
semelham aos “contos fantásticos” de Hoffmann. uma oposição entre amor e morte. Assinale a
SY

b) “A saciedade é um tédio terrível”, afirma Bertram, que alternativa correta.


entre diversas aventuras amorosas rocambolescas, narra
E
EN

ter sido recebido no palácio de “um nobre velho viúvo e uma a) No relato de Bertram, o protagonista se apaixona por
beleza peregrina de dezoito anos”; depois de “desonrá-la”, Claudius Hermann, o amor homossexual terminando com os
LIZ

foge com a moça, vende-a para o pirata Siegfried, a quem amantes condenados, pela Inquisição, à morte na fogueira.
a moça envenena antes de se afogar. b) No relato de Johann, o herói que narra a sua história
49

c) Nauza é a jovem mulher de Godofredo, mestre de informa aos ouvintes de como, em um acesso de ciúmes,
9

Gennaro; ela e o aluno se apaixonam, mas Gennaro se matou a sua amante, Ângela.
92

envolve com Laura, “virginal” filha de Godofredo; Laura, c) Giorgia, que surge como amante virgem, em relato
59

grávida, morre, e enquanto Godofredo chora, Gennaro e narrado por um dos convivas que desfiam aventuras na
71

Nauza se amam; Godofredo atrai Gennaro para uma cilada, taverna, ressurge ao final para vingar-se da desonra,
74

atira-o em um despenhadeiro, mas ele, por milagre, se suicidando-se em seguida.


salva; retornando à casa do mestre, encontra Godofredo e d) O relato de Solfieri mescla aventuras amorosas com fuga
OS

Nauza envenenados. de piratas e expedição ao extremo Oriente.


d) Claudius Hermann – narrador de sua própria história – e) A expressão “estou de esperanças” indica uma amante
MP

rouba ao Duque Maffio a mulher, Eleonora; certo dia, ao grávida e surge como um sinal positivo para o futuro – que,
voltar para casa, Hermann depara-se com “o leito ensopado no entanto, não se realiza, pois a gestante mata o feto,
CA

de sangue e num recanto escuro da alcova um doido morrendo em seguida.


E

abraçado com um cadáver”: o Duque os encontrara e


LD

matara Eleonora. Claudius e Maffio duelam, e Hermann 15. Álvares de Azevedo, poeta paulista, falecido
crava a espada no peito do Duque. precocemente, escreveu, em prosa, o livro de Contos
DO

Noites na Taverna. Esta obra:


e) Johann, em duelo, mata Arthur com um tiro à queima-
SY

roupa, e vai a um encontro amoroso no lugar do oponente.


(1) Traz a marca da adolescência, mas o poeta finge
Descoberto no idílio, mata “um vulto” que veio proteger a
E

um formidável (e idealizado) conhecimento de vida.


EN

7
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOITE NA TAVERNA

SY
13.a 14.e 15.c

E
(2) É constituída por contos devassos,

EN
melodramáticos, típicos do ultrarromantismo.

IZ
9L
(3) Tem como ponto de partida a história de sete
jovens que bebem numa taverna, cada um deles

94
contando sua aventura criminosa e/ou moralmente

92
questionável.

59
(4) Apresenta um clima de pesadelo, de horror.

71
74
Estão corretas:

S
a) 1, 2 e 3 apenas.

O
b) 1, 3 e 4 apenas.

MP
c) 1, 2, 3 e 4.

CA
d) 2, 3 e 4 apenas.
e) 2 e 4 apenas.

LDE
DO
SY
E
EN
IZ
9L
94
92
59
71
74
OS
MP
CA
E
LD
DO
SY
E
EN
LIZ
949
92
59
71
74
OS
MP
CA
E
LD

GABARITO
DO

1.e 2.d 3.c 4.c


SY

5.d 6.b 7.d 8. b


9. a 10.b 11. d 12.c
E
EN

8
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – A FALÊNCIA

SY
1. Leia e responda. do enterro do marido de Camila.

E
EN
“Era Noca, que vinha toda alterada. 4. O protagonista de A Falência encarna um tipo

IZ
─ Nossa Senhora! Quebrou-se o espelho grande do salão! representativo da sociedade brasileira do século XIX.

9L
─ Quem foi que o quebrou? Perguntou Nina, para dizer Aponte a alternativa que apresenta duas
alguma coisa. características desse tipo social constatadas na

94
─ Ninguém sabe. Veja só, que desgraça estará para trajetória de Francisco Teodoro.

92
acontecer! Espelho quebrado: morte ou ruína.

59
─ Morte! Se fosse a minha...” a) De baixa posição social e sem recursos.

71
b) Brasileiro e herdeiro.
(ALMEIDA, Júlia Lopes de. A Falência. Campinas: Editora
c)Trabalhador livre e burguês.

74
da Unicamp, 2018, p. 257.)
d) Burguês e de baixa posição social

S
O diálogo apresenta a reação das personagens

O
5. Os trechos estão corretamente associados às

MP
femininas ao incidente doméstico com o objeto de
correspondentes personagens entre parênteses,
decoração no palacete de Botafogo.
EXCETO:

CA
a) “Esta ideia trouxe a lembrança da mãe, morta a facadas
Assinale a alternativa que justifica a fala final de Nina.
pelo pai, como adúltera”. (Capitão Rino)

DE
b) “Oh! Ser honesta, viver honesta, morrer honesta, que
a) A destruição do espelho a leva a desejar a morte, pois

L
felicidade!” (Camila)
sugere o alívio para a frustração amorosa.

DO
c) “Mais grave que o suicídio, o crime de Francisco Teodoro,
b) A quebra do espelho lhe provoca o temor da morte, uma
para ela, era deixar a família na miséria”. (D. Itelvina)

SY
vez que antecipa a ruína financeira.
d) “Era uma mulher delgada, branca e loira, com um par de
c) A destruição do espelho traz a certeza da morte, pois
olhos semelhantes ao do Capitão Rino, de um azul de

E
sinaliza o suicídio do ser amado.

EN
faiança, uma fisionomia vaga, de anjo de corativo”. (Ruth)
d) A quebra do espelho a faz desejar a morte, pois sugere a
6. Analise todos os itens a seguir feitos sobre a obra A

IZ
catástrofe amorosa do casamento.
falência, de Júlia Lopes, para em seguida marcar o
2. Leia e responda. 9L
único errado sobre o romance:
94
a) A narrativa em questão se passa no “ano de 1891 em que
o preço do café assumira proporções extraordinárias”
92

“─ Reputação! Ora, mamãe, e é a senhora quem me fala


(ALMEIDA, 2003, P.31).
59

nisso!
b) Imigrante português pobre, Teodoro conseguiu, por meio
71

do trabalho árduo, enriquecer, e desejava, ainda, ser


Camila estacou, sem atinar com a resposta, compreendendo
74

considerado o maior comerciante de secos e molhados do


o alcance das palavras do filho.
Rio de Janeiro.
OS

c) As menções ao passado de Francisco Teodoro surgem


A surpresa paralisou-lhe a língua; o sangue arrefeceu-selhe
como meio de justificar o seu comportamento ambicioso, o
MP

nas veias; mas, de repente, a reação sacudiu-a e então,


qual levou a personagem a envolver-se em transações que
num desatino, ferida no coração, ela achou para o Mário
desembocam, ao final da narrativa, em sua falência e na
CA

admoestações mais ásperas. Percebeu que a língua mais


perda de todos os bens, inclusive da casa da família.
dizia que a sua vontade; mas não poderia contê-la. A dor
d) Francisco Teodoro é apresentado como um comerciado
E

atirava-a para diante, contra aquele filho, até então


LD

sério e altivo, orgulhoso de sua fortuna. Porém, é também


poupado.”
um homem de pouco estudo, que vê tanto no Dr. Gervásio
DO

(ALMEIDA, Júlia Lopes de. A Falência. Campinas: Editora quando em Inocêncio uma superioridade intelectual.
da Unicamp, 2018, p. 123.) e) As constantes referências a Gama Torres como o
SY

Rottschild brasileiro despertam a inveja do protagonista, que


A passagem apresenta a reação de Camila às palavras acaba por ceder às investidas de Inocêncio, muito embora
E
EN

de seu filho. Assinale a alternativa que explica seus amigos tenham opiniões negativas a respeito dele.
corretamente o comentário de Mário. 7. No início do romance A falência, de Júlia Lopes, o
LIZ

ambiente do armazém e da área do comércio, como


a) Mário contrapõe-se à censura materna com sentimento podemos verificar, é sempre quente, sendo utilizadas
49

de compaixão. palavras do mesmo campo semântico para descrevê-


9

b) Mário rejeita as reservas maternas com censura moral. lo: quente, arfante, fornalha, bafejante/bafejada,
92

c) Mário contrapõe-se à censura materna com desdém pela incêndio, febre/febril, arder/ardente. Elas
59

família. contribuem:
71

d) Mário rejeita as reservas maternas com vergonha pelas


74

dívidas acumuladas. a) para ressaltar a ideia de caoar e estão também associadas


à ideia de ambição.
OS

3. Tendo em vista a relação amorosa entre Camila e o b) para expressar a noção de justiça social do livro.
Dr. Gervásio, assinale a única opção ERRADA entre as c) ao revelar o bem-estar dos funcionários do lugar.
MP

que se seguem: d) mostrando o quanto é fácil o trabalho braçal.


a) O amor entre eles pode ser rotulado de “romântico” e) para dizer o quanto é rico o Brasil, por isso a riqueza
CA

porque se trata de amor à primeira vista. descrita do café.


E

b) Dr. Gervásio consegue, aos poucos, mudar os hábitos de


LD

Camila e passa a encará-la como uma obra sua. 8. Todas as opções a seguir referem-se à narrativa A
c) A relação entre os dois termina quando o médico revela Falência e estão corretas, EXCETO:
DO

a Camila que continuava oficialmente casado. a) A autora não se limita a retratar a sociedade burguesa
SY

d) A primeira vez que se repeliram aconteceu logo depois carioca. Lança também os olhos sobre os espaços
E

9
EN
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – A FALÊNCIA

SY
suburbanos. do que com os braços e alarga seus horizontes pelas

E
EN
b) No final da narrativa, a autora defende a tese de que é conquistas nobres do pensamento e do cálculo. O Torres é
possível às mulheres (espaço privado) sobreporem-se às de bom estofo; é destes. Conheço os homens.

IZ
adversidades do mundo masculino (espaço público). (A falência, de Júlia Lopes, p.9).

9L
c) A principal razão para o suicídio do protagonista Francisco A fala acima pode ser vinculada ao personagem:
Teodoro é o arrependimento pelo seu passado dedicado

94
a) Francisco Teodoro.
apenas ao trabalho, sem tempo para a família.

92
b) Inocêncio Braga.
d) Um dos assuntos mais importantes desse romance é a
c) Motta.

59
situação da mulher na sociedade do Rio de Janeiro, na
d) Dr. Gervásio.

71
virada do século XIX para o século XX.
e) Capitão Rino.

74
9. A narrativa A falência, de Júlia Lopes, se passa
quando o casal já tem duas décadas de casamento e 13. Em certa passagem da narrativa, Camila e Dr.

S
quatro filhos. Avalie as informações abaixo sobre Gervásio, acompanhados de Ruth (filha de Camila), ao

O
chegarem a uma confeitaria, encontram uma mulher

MP
cada um dos membros da casa:
ainda moça, “toda de luto”, que causou forte comoção

CA
I. Mário, um jovem que gasta o dinheiro da família em no médico e preocupação em Camila. Assinale a opção
jogatinas e com prostitutas, mas é dado ao universo que revela a identidade dessa mulher.

DE
do trabalho.
a) Antiga namorada de Dr. Gervásio, já falecida.
II. Ruth, uma adolescente apaixonada por música e
b) A esposa de Dr. Gervásio.

L
arte sendo o piano o seu instrumento predileto.

DO
c) Uma amante do marido de Camila.
III. Lia e Raquel, gêmeas ainda muito crianças e
d) A amante francesa de Mário, filho de Camila.

SY
apegadas a mãe.
IV. Ao longo da história, descobrimos que Camila,
14. A temática amorosa envolve várias personagens.

E
muito mais conhecida apenas por Mila, mantinha um

EN
As opções a seguir mostram situações relacionadas à
relacionamento adúltero com Dr. Gervásio, médico e
vida amorosa dessas personagens que são
amigo da família.

IZ
confirmadas pela narrativa, EXCETO:
São CORRETAS as alternativas:
9L
a) Se a esposa do Dr. Gervásio lhe tivesse concedido o
94
a) Apenas I e III. divórcio, ele assumiria Camila como esposa no final da
92

b) Apenas II e III. trama.


c) Apenas I, II e IV. b) O Dr. Gervásio e o Capitão Rino sentem ciúmes um do
59

d) Apenas III e IV. outro por causa de Camila.


71

e) Todas as alternativas. c) Na preparação do casamento de Francisco Teodoro com


74

Camila, não se fala de amor.


10. Como a narrativa A falência, de Júlia Lopes, se d) Nina tinha inveja de Camila por esta viver uma
OS

situa em um período posterior, mas não muito experiência amorosa e ela, Nina, não ser correspondida em
distanciado da abolição da escravidão e da sua paixão.
MP

Proclamação da República, tem-se uma sociedade em


transição, na qual começava a ganhar força o trabalho 15. Segundo a leitura do livro A falência, de Júlia
CA

assalariado por meio da presença de fábricas e casas Lopes, a momentos de um misticismo como a morte de
E

comerciais, como a de Teodoro. O tema da escravidão, um pássaro e quebra de um espelho, que são sempre
LD

no corpo do livro, é apresentado por meio da figura interpretados pela(o) personagem:


de:
DO

a) Noca.
a) Francisco Teodoro. b) Joca.
SY

b) Sancha. c) Motta.
c) Joca. d) Mattos.
E

d) Camila.
EN

e) Inocêncio Braga.
e) Paquita.
LIZ

11. Noca, personagem do romance A falência, de Júlia


49

Lopes, que acreditava em premonições, isto era “sinal


9

de desastre em casa...” (ALMEIDA, 2003, p. 288).


92

Sendo assim, qual dos elementos abaixo anuncia a


59

morte de Francisco Teodoro:


a) Cachorro que estava preso no portão de casa.
71

b) O passeio ao barco Netuno de Rino.


74

c) A morte de cacatua.
d) a religiosidade de Joana.
OS

e) O veneno colocado no prato de uma negra.


MP

12. A seguir está um trecho do livro A falência de Júlia


CA

Lopes procure lê-lo com atenção:


— Quem fala em baixa?! Eu só lhe digo que o comércio do GABARITO
E

Rio de Janeiro seria o melhor do mundo se tivesse muitos


LD

1. a 2.b 3.a 4.c 5.d


homens como aquele. Senhores, a audácia ajuda a fortuna.
6.b 7.a 8.c 9.d 10.b
DO

Fiquem certos que o bom negociante não é o que trabalha


como um negro, e segue a rotina dos seus antepassados 11.c 12.b 13.b 14.a 15. a
SY

analfabetos. O negociante moderno age mais com o espírito


E

10
EN
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – SAGARANA

SY
1. A respeito do contexto histórico, estético e artístico 4. A respeito dos personagens dos contos que fazem

E
EN
da escrita e da publicação de Sagarana, de João parte do livro Sagarana, de João Guimarães Rosa,
Guimarães Rosa, assinale a alternativa correta: assinale a alternativa correta:

IZ
9L
a) Sagarana foi publicado em 1946 e não faz parte do a) Guimarães Rosa retrata, em Sagarana, vários
movimento cultural e artístico conhecido como modernismo, personagens que detêm algum tipo de poder econômico ou

94
mais precisamente a fase conhecida como geração de 30, social. Exemplos disso são os fazendeiros Major Saulo,

92
marcada por preocupação social e política e por temáticas personagem do conto “A volta do marido pródigo”, e Augusto

59
universais. Matraga, personagem do conto “A hora e vez de Augusto
b) Sagarana foi publicado em 1945 e faz parte do

71
Matraga”; e o político Major Anacleto, personagem do conto
movimento cultural e artístico conhecido como modernismo, “O Burrinho Pedrês”.

74
mais precisamente a fase conhecida como geração de 30, b) Guimarães Rosa retrata, em Sagarana, vários
marcada por preocupação social e política e por temáticas

S
personagens que detêm algum tipo de poder econômico ou
universais.

O
social. Exemplos disso são os fazendeiros Major Saulo,

MP
c) Sagarana foi publicado em 1946 e faz parte do personagem do conto “O Burrinho Pedrês”, e Augusto
movimento cultural e artístico conhecido como Matraga, personagem do conto “A hora e vez de Augusto

CA
modernismo; apesar de ter sido publicado na fase do Matraga”; e o político Major Anacleto, personagem do conto
modernismo que se costuma chamar de geração de 45, o “A volta do marido pródigo”.

DE
livro começou a ser escrito ainda na fase do modernismo c) Guimarães Rosa retrata, em Sagarana, vários
que se costuma chamar de geração de 30.

L
personagens que detêm algum tipo de poder econômico ou

DO
d) Sagarana foi publicado em 1947 e faz parte do social. Exemplos disso são os fazendeiros Major Saulo,
movimento cultural e artístico conhecido como modernismo, personagem do conto “Questões de família”, e Augusto

SY
mais precisamente a fase conhecida como geração de 30, Matraga, personagem do conto “A hora e vez de Augusto
marcada por preocupação social e política e por temáticas Matraga”; e o político Major Anacleto, personagem do conto

E
regionais.

EN
“O Burrinho Pedrês”.
e) Sagarana foi publicado em 1946 e faz parte do d) Guimarães Rosa retrata, em Sagarana, vários

IZ
movimento cultural e artístico conhecido como personagens que detêm algum tipo de poder econômico ou
9L
modernismo; apesar de ter sido publicado na fase do social. Exemplos disso são os fazendeiros Major Saulo,
modernismo que se costuma chamar de geração de 45, o
94
personagem do conto “São Marcos”, e Augusto Matraga,
livro começou a ser escrito ainda na fase do modernismo personagem do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”; e
92

que se costuma chamar de geração heroica. o político Major Anacleto, personagem do conto “Questões
59

de família”.
2. A respeito de Sagarana, leia atentamente as
71

e) Guimarães Rosa retrata, em Sagarana, vários


seguintes afirmativas:
74

personagens que detêm algum tipo de poder econômico ou


I. Todos os contos de Sagarana se passam no sertão; social. Exemplos disso são os fazendeiros Major Saulo,
OS

mas poucas vezes esse sertão é o sertão de Minas personagem do conto “Corpo Fechado”, e Augusto Matraga,
Gerais. personagem do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”; e
MP

o político Major Anacleto, personagem do conto “Minha


II. Apenas dois dos contos de Sagarana são narrados
gente”.
CA

em primeira pessoa; todos os outros são narrados em


terceira pessoa.
5) Leia o trecho abaixo, de Guimarães Rosa:
E
LD

III. O espaço do sertão, com exceção dos contos


Duelo e Sarapalha, não desempenha função [...] Ela veio de longe, do São Francisco. Um dia, tomou
DO

significativa na maioria dos contos de Sagarana. caminho, entrou na boca aberta do Pará, e pegou a subir.
Cada ano ameaçava um punhado de léguas, mais perto,
SY

Estão corretas:
mais perto, pertinho, fazendo medo no povo, porque era
sezão brava – “da tremedeira que não desmontava” –
E

a) Apenas I.
EN

b) Apenas II. matando muita gente” [...].


c) Apenas III.
LIZ

Em que conto de Sagarana, de Guimarães Rosa, o tema


d) Apenas I e II.
da malária está presente?
e) Apenas II e III.
9 49

a) “A volta do marido pródigo”.


92

3. O Modernismo brasileiro costuma ser dividido em


b) “ Minha gente”.
três fases: a Geração de 22, a de 30 e a de 45. Essas
59

c) “Sarapalha”.
Gerações têm como um de seus representantes,
71

d) “Conversa de bois”.
respectivamente,
e) “Corpo fechado”.
74

a) Mário de Andrade, Aluísio de Azevedo e Euclides da


6. Guimarães Rosa afirmou, em uma entrevista, que
OS

Cunha.
b) Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e somente renovando a língua é que se pode renovar o
MP

Vinícius de Moraes. mundo. Visando a essa renovação, recorria a


c) José de Alencar, Machado de Assis e João Cabral de Melo neologismos e inversões pouco usuais de termos,
CA

Neto. explorando novos sentidos em seus textos. Um


d) Oswald de Andrade, Cecília Meireles e Guimarães Rosa. exemplo dessas inversões encontra-se em:
E
LD

e) Vinícius de Moraes, Ariano Suassuna e Olavo Bilac.


a) “Nossa mãe era quem regia”.
DO

b) “Nossa mãe muito não se demonstrava”.


c) “Nossa mãe terminou indo também, de uma vez”.
SY

d) “Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura”.


E
EN

11
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – SAGARANA

SY
7. “Em cima das rapaduras, o defunto. Com os 9. Leia o trecho de “A hora e vez de Augusto Matraga”,

E
EN
balanços, ele havia rolado para fora do esquife, e conto presente em Sagarana, de Guimarães Rosa:
estava espichado, horrendo. O lenço de amarrar o

IZ
queixo, atado no alto da cabeça, não tinha valido de “Matraga não é Matraga, não é nada. Matraga é

9L
nada: da boca, dessorava um mingau pardo, que ia Esteves. Augusto Estêves, filho do Coronel Afonsão
babujando e empestando tudo. E um ror de moscas, Esteves, das Pindaíbas e do Saco-da-Embira. Ou Nhô

94
encantadas com o carregamento duplamente Augusto – o homem”.

92
precioso, tinham vindo também.”

59
O trecho acima integra um dos contos de Sagarana, Esse trecho, presente no início do conto, sugere que a

71
obra de João Guimarães Rosa, publicada em 1946. trajetória de Augusto Estêves/Nhô Augusto/Matraga
Considerando o trecho indicado podemos afirmar que pode ser dividida em três fases distintas. Para cada

74
se trata de: uma dessas fases, o personagem adota um nome

S
diferente. Sobre isso, marque a alternativa correta:

O
a) “Conversa de Bois”, que relata a viagem de uma comitiva

MP
em que os bois falam entre si, tramam o destino dos a) Matraga representa a primeira fase, quando o
humanos, e é acompanhada por uma irara, curiosa dos personagem adota um comportamento libertino e

CA
acontecimentos da jornada. desenfreado. Nhô Augusto representa a segunda fase,
b) “O Burrinho Pedrez” que conta um episódio de catástrofes quando o personagem muda de postura e passa a desejar

DE
em que, em sua maioria, boiada e vaqueiros se afogam nas buscar a salvação para a sua alma. Augusto Estêves

L
águas tempestuosas de um rio, ao tentarem fazer a sua representa a terceira fase, quando o personagem, agindo

DO
travessia. sob dois impulsos que são amálgamas de suas duas fases
c) “A Hora e a vez de Augusto Matraga”, que narra as anteriores, sai em busca de sua “hora” e “vez”.

SY
vicissitudes de um fazendeiro valentão, vítima de um b) Nhô Augusto representa a primeira fase, quando o
atentado que, após, marcado com ferro em brasa, é lançado personagem adota um comportamento libertino e

E
EN
num despenhadeiro. desenfreado. Augusto Estêves representa a segunda fase,
d) “Duelo”, cuja narrativa revela a perseguição mútua de quando o personagem muda de postura e passa a desejar

IZ
dois homens com intenção assassina para a vingança de um buscar a salvação para a sua alma. Nhô Augusto representa
crime passional. 9L
a terceira fase, quando o personagem, agindo sob dois
94
impulsos que são amálgamas de suas duas fases anteriores,
8. Leia a cantiga que serve como epígrafe de “O sai em busca de sua “hora” e “vez”.
92

Burrinho Pedrês”, primeiro conto de Sagarana, de c) Augusto Estêves representa a primeira fase, quando o
59

João Guimarães Rosa: personagem muda de postura e passa a desejar buscar a


71

salvação para a sua alma. Nhô Augusto representa a


74

“E, ao meu macho rosado, segunda fase, quando o personagem adota um


carregado de algodão, comportamento libertino e desenfreado. Matraga representa
OS

preguntei: p'ra donde ia? a terceira fase, quando o personagem, agindo sob dois
P'ra rodar no mutirão.” impulsos que são amálgamas de suas duas fases anteriores,
MP

(Velha cantiga, solene, da Roça.) sai em busca de sua “hora” e “vez”.


d) Augusto Estêves representa a primeira fase, quando o
CA

Sobre essa epígrafe e sobre o conto “O Burrinho personagem adota um comportamento libertino e
Pedrês”, analise as afirmativas abaixo: desenfreado. Nhô Augusto representa a segunda fase,
E
LD

quando o personagem muda de postura e passa a desejar


I. Na epígrafe, há aglutinação de elementos buscar a salvação para a sua alma. Matraga representa a
DO

contrastantes não apenas no uso de léxico, que indica terceira fase, quando o personagem, agindo sob dois
a oposição entre masculino e feminino impulsos que são amálgamas de suas duas fases anteriores,
SY

(macho/rosado) e entre pesado e leve sai em busca de sua “hora” e “vez”.


(carregado/algodão), como também no uso de rimas e) Augusto Estêves representa a primeira fase, quando o
E
EN

consoantes (/ã/) e toantes (/a/ e /e/); personagem muda de postura e passa a desejar buscar a
II. Na epígrafe, o destacamento das sílabas em salvação para a sua alma. Matraga representa a segunda
LIZ

carre(gado) e (mu)tirão sugerem a importância da fase, quando o personagem adota um comportamento


presença dos bois no conto; libertino e desenfreado. Nhô Augusto representa a terceira
49

fase, quando o personagem, agindo sob dois impulsos que


III. No conto, o início dos dois primeiros parágrafos é
9

são amálgamas de suas duas fases anteriores, sai em busca


92

exemplo de como Guimarães Rosa aproxima


de sua “hora” e “vez”.
59

elementos normalmente tidos como contrastantes


justamente por trazerem, juntas, as noções de tempo
71

10. A respeito de Sagarana, de João Guimarães Rosa,


passado (ERA UM BURRINHO PEDRÊS, miúdo e
74

leia atentamente as afirmativas abaixo:


resignado, vindo de Passa-Tempo...) e de tempo
presente (Agora, porém, estava idoso, muito
OS

I. Luísa, de Sarapalha, não abandona o marido para


idoso...).
seguir um boiadeiro.
MP

Estão corretas: II. Dionóra, de A hora e vez de Augusto Matraga,


CA

abandona a família para seguir Nhô Augusto.


a) Apenas I. III. Silivana, de Duelo, não repassa, ao amante,
E

b) Apenas II.
LD

informações das rotas de fuga do marido.


c) I e II. IV. Maria Irma, de Minha gente, leva o Primo e a noiva
DO

d) II e III. de Ramiro a se enamorarem, abrindo caminho para a


e) I, II e III. conquista de Ramiro.
SY
E
EN

12
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – SAGARANA

SY
Estão corretas: III. O trecho “O mosquito fêmea não ferroa de-dia;

E
EN
está dormindo, com a tromba repleta de maldades ...
a) I e III. Primo Ribeiro dormiu mal e o outro não dorme quase

IZ
b) II e IV. nunca. Mas ambos escutaram o mosquito a noite

9L
c) I, II e III. inteira. E o anofelino é o passarinho que canta mais
d) II, III e IV. bonito, na terra bonita onde mora a maleita”, de

94
e) I, II, III e IV. “Sarapalha”, trata do pássaro Anopheles

92
(“anofelino”), cujo macho é o transmissor da Malária

59
11. Leia o texto abaixo: (“maleita”).

71
“A partir da cegueira, o protagonista percebe que é Estão corretas:

74
possível não apenas ver, mas sentir e ouvir o mundo a) Apenas I.

S
exterior. Predomina, nesse instante, a percepção b) Apenas II.

O
auditiva e tátil.” c) Apenas I e II.

MP
(Godoy, Maria Carolina de. O Tempo em “São Marcos” de Guimarães Rosa: Pausas que
d) Apenas II e III.

CA
poetizam, retrocessos que antecipam e preparam. Itinerários, Araraquara, n. 12, 1998.) e) I, II e III.

DE
A partir do texto acima, e levando em consideração a 13. A partir da leitura integral dos contos “Corpo
leitura integral de São Marcos, conto que faz parte da fechado”, “O Burrinho Pedrês” e “Duelo”, todos

L
obra Sagarana, de João Guimarães Rosa, leia pertencentes a Sagarana, de João Guimarães Rosa,

DO
atentamente as afirmativas abaixo: assinale a alternativa correta:

SY
I. No trecho “Bem, até há pouco, estava uma pedra a) “Corpo fechado” não trata de um personagem situado no
limite entre o humano e o animal. Além disso, possui

E
solta ali. Tateio. Ei-la. Bato com a mão, à procura do

EN
tronco da minha coraleira. Sim: a ponta da lagoa fica afinidades com “O Burrinho Pedrês” e com “Duelo”: a
mesmo à minha frente.”, a percepção é auditiva. afinidade com “Duelo” se dá porque a mula Beija-Flor acaba

IZ
salvando seu dono; a afinidade com “O Burrinho Pedrês” se
9L
II. No trecho “Bem, até há pouco, estava uma pedra dá pela existência de um triângulo amoroso e pela iminência
solta ali. Tateio. Ei-la. Bato com a mão, à procura do
94
de um confronto em torno da honra.
tronco da minha coraleira. Sim: a ponta da lagoa fica b) “Corpo fechado” trata de um personagem situado no
92

mesmo à minha frente.”, a percepção é tátil. limite entre o humano e o animal. Além disso, possui
59

III. No trecho “Tempo assim estive, que deve ter sido afinidades com “O Burrinho Pedrês” e com “Duelo”: a
71

longo. Ouvindo. Passara toda a minha atenção para os afinidade com “O Burrinho Pedrês” se dá porque a mula
74

ouvidos.”, a percepção é tátil. Beija-Flor acaba salvando seu dono; a afinidade com “Duelo”
se dá pela existência de um triângulo amoroso e pela
IV. No trecho “Tão claro e inteiro me falava o mundo,
OS

iminência de um confronto em torno da honra.


que, por um momento, pensei em poder sair dali,
c) “Corpo fechado” trata de um personagem situado no limite
orientando-me pela escuta.”, a percepção é auditiva.
MP

entre o humano e o animal. Além disso, possui afinidades


com “O Burrinho Pedrês” e com “Duelo”: a afinidade com “O
CA

Estão INCORRETAS:
Burrinho Pedrês” se dá porque a mula Beija-Flor acaba não
salvando seu dono; a afinidade com “Duelo” se dá pela
E

a) I e II.
LD

inexistência de um triângulo amoroso e pela iminência de um


b) II e IV.
confronto que não gira em torno da honra.
c) I e III.
DO

d) “Corpo fechado” não trata de um personagem situado no


d) I, II e IV.
limite entre o humano e o animal. Além disso, possui
SY

e) II, III e IV.


afinidades com “O Burrinho Pedrês” e com “Duelo”: a
afinidade com “O Burrinho Pedrês” se dá porque a mula
E

12. Levando em consideração a leitura integral dos


EN

Beija-Flor quase salva seu dono; a afinidade com “Duelo” se


contos presentes em Sagarana, de João Guimarães
dá pela não existência de um triângulo amoroso e pelo
LIZ

Rosa, leia atentamente as afirmativas:


abandono de um confronto que gira em torno da honra.
e) “Corpo fechado” trata de um personagem situado no
49

I. O trecho “E assim se passaram pelo menos seis ou


limite entre o humano e o animal. Além disso, possui
9

seis anos e meio, direitinho deste jeito, sem tirar e


afinidades com “O Burrinho Pedrês” e com “Duelo”: a
92

nem pôr, sem mentira nenhuma, porque esta aqui é


afinidade com “O Burrinho Pedrês” se dá pela existência de
59

uma estória inventada, e não é um caso acontecido,


um triângulo amoroso; a afinidade com “Duelo” se dá porque
não senhor”, de “A hora e vez de Augusto Matraga”,
71

a mula Beija-Flor acaba salvando seu dono e pela iminência


estabelece um jogo de contradição que equipara os
74

de um confronto em torno da honra.


opostos “verdade” e “invenção” e que pode ser
percebido em expressões como “sem mentira
OS

nenhuma” e “estória inventada”.


MP

II. O trecho “No alto, com broto de brilhos e


asterismos tremidos, o jogo das estrelinhas esteve
CA

completo. Então, o Major voltou a aparecer na


E

varanda, seguro e satisfeito, como quem cresce e


LD

acontece, colaborando, sem o saber, com a direção


escondida–de–todas–as–coisas–que–devem–
DO

depressa–acontecer”, de “A volta do marido pródigo”,


é exemplo de uma visão negativa sobre a política
SY

brasileira da época.
E
EN

13
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – SAGARANA

SY
14. Sobre o conto Sarapalha, presente em Sagarana,

E
EN
assinale a alternativa correta:

IZ
a) O trânsito entre o conhecimento científico e a medicina

9L
popular fica pouco explícito no uso que Guimarães Rosa faz
de duas teorias acerca do surgimento da malária, que são

94
verbalizadas e separadas em dois tipos de personagens: o

92
sertanejo (primo Ribeiro e primo Argemiro) e o doutor

59
"apessoado". Se exemplos do conhecimento científico
aparecem em trechos como “Disse que não era das frutas e

71
nem da água”; exemplos da medicina popular aparecem em

74
trechos como “Que era o mosquito que punha um bichinho
amaldiçoado no sangue da gente”.

S
b) O trânsito entre o conhecimento científico e a medicina

O
MP
popular não fica explícito no uso que Guimarães Rosa faz de
ao menos quatro teorias acerca da transmissão da malária,

CA
que são verbalizadas e separadas em dois tipos de
personagens: o sertanejo (primo Ribeiro e primo Argemiro)

DE
e o doutor "apessoado". Se exemplos do conhecimento
científico aparecem em trechos como “Disse que não era das

L
DO
frutas e nem da água”; exemplos da medicina popular
aparecem em trechos como “Que era o mosquito que punha

SY
um bichinho amaldiçoado no sangue da gente”.
c) O trânsito entre o conhecimento científico e a medicina

E
popular fica vago no uso que Guimarães Rosa faz de apenas

EN
uma teoria acerca da transmissão da malária, verbalizada e

IZ
separada em dois tipos de personagens: o sertanejo (primo

9L
Ribeiro e primo Argemiro) e o doutor "apessoado". Trechos
que servem como exemplos dessa única teoria são “Disse
94
que não era das frutas e nem da água”; e “Que era o
92

mosquito que punha um bichinho amaldiçoado no sangue


59

da gente”.
d) O trânsito entre o conhecimento científico e a medicina
71

popular fica explícito no uso que Guimarães Rosa faz de


74

duas teorias acerca da transmissão da malária, que são


verbalizadas e separadas em dois tipos de personagens: o
OS

sertanejo (primo Ribeiro e primo Argemiro) e o doutor


MP

"apessoado". Se exemplos da medicina popular aparecem


em trechos como “Disse que não era das frutas e nem da
CA

água”; exemplos do conhecimento científico aparecem em


trechos como “Que era o mosquito que punha um bichinho
E

amaldiçoado no sangue da gente”.


LD

e) O trânsito entre o conhecimento científico e a medicina


DO

popular se confunde no uso que Guimarães Rosa faz de duas


teorias acerca da transmissão da malária, que são
SY

verbalizadas e unificadas em dois tipos de personagens: o


sertanejo (primo Ribeiro e primo Argemiro) e o doutor
E

"apessoado". Se exemplos do conhecimento científico


EN

aparecem em trechos como “Disse que não era das frutas e


LIZ

nem da água”; exemplos da medicina popular aparecem em


trechos como “Que era o mosquito que punha um bichinho
49

amaldiçoado no sangue da gente”.


9
92
59
71
74
OS
MP
CA
E
LD
DO

GABARITO
SY

1.c 2.b 3.d 4.b 5.c 6.b 7.c


E

8.e 9.d 10.b 11.c 12.c 13.b 14.d


EN

14
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – QUARTO DE DESPEJO

SY
01) Na obra Quarto de despejo: diário de uma para conversar. (...) Quando passei perto da fabrica vi varios

E
EN
favelada, Carolina Maria de Jesus retrata, em uma tomates. Ia pegar quando vi o gerente. Não aproximei
dimensão sociológica e literária, suas impressões porque ele não gosta que pega. Quando descarregam os

IZ
sobre o cotidiano dos moradores de uma favela. Para caminhões os tomates caem no solo e quando os caminhões

9L
responder à questão, leia a seguir dois excertos saem esmaga-os. Mas a humanidade é assim. Prefere vê
transcritos da referida obra. estragar do que deixar seus semelhantes aproveitar. (JESUS,

94
2014, p. 78)

92
Texto I

59
20 de maio Sobre o excerto anterior e sobre o livro Quarto de

71
despejo, a única afirmativa incorreta é:
... Quando cheguei do palacio que é a cidade os meus filhos

74
vieram dizer-me que havia encontrado macarrão no lixo. E a) Para a autora, os papeis colhidos nas ruas são sua fonte
a comida era pouca, eu fiz um pouco do macarrão com de sobrevivência e, mais tarde, a matéria prima para a

S
feijão. E o meu filho João José disse-me:

O
escrita dos seus diários.

MP
– Pois é. A senhora disse-me que não ia mais comer as b) Os diários, além de uma forma de extravasamento da
coisas do lixo. raiva e de fazer-se conhecer, eram, para a autora, um

CA
registro da memória.
Foi a primeira vez que vi a minha palavra falhar. [...]
c) A dimensão social e humanística do livro é perceptível por

DE
Texto II meio da confissão diarística da narradora.
d) A linguagem de norma culta e singular da escritora do

L
30 de maio

DO
povo legitima o lugar social de sua autora.
Chegaram novas pessoas para a favela. Estão esfarrapadas,

SY
andar curvado e os olhos fitos no solo como se pensasse na 04) Os registros de Carolina Maria de Jesus revelam,
sua desdita por residir num lugar sem atração. Um lugar dentre várias questões, seu desejo de sair da favela.

E
que não se pode plantar uma flor para aspirar o seu De acordo com o livro, esse desejo se fundamenta:

EN
perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou o colibri

IZ
acariciando-a com seu frágil biquinho. O único perfume que I. No desejo de conviver com pessoas brancas.
exala na favela é a lama podre, os excrementos e a pinga.
9L
II. Na necessidade de proteger seus filhos dos
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. excessos da polícia.
94
9. ed. São Paulo: Ática, 2007. [Fragmento]
III. Na preocupação com as enchentes e
92

A noção de contexto e de repertório social sugerida deslizamentos dos barracões.


59

pela narradora-personagem revela o(a) IV. Na necessidade de matricular seus filhos na escola.
71

V. Na sua revolta com o que as crianças presenciam –


palavras de baixo calão e violência doméstica.
74

a) resistência de moradores ao novo ambiente.


b) visão de contraste entre o lugar ideal e o real.
a) Estão corretas as assertivas I, II, III, IV e V.
OS

c) impacto dos novos moradores a ambiente infértil.


d) embate entre pessoas que residem em ambientes b) Todas as assertivas são incorretas.
MP

distintos. c) Apenas as assertivas II, III e V.


e) ambição de pessoas que residem em lugares insalubres. d) Apenas as assertivas II, III, IV e V.
CA

e) Apenas a assertiva V.
E

02) O trecho a seguir faz parte das considerações


LD

políticas que aparecem repetidamente em Quarto de 05) “Vi as moças da Fábrica de Doces, tão limpinhas.
despejo. AI. e a C. podiam trabalhar. Ainda não tem 18 anos.
DO

São infelizes que iniciam a vida no lodo... Hoje estou


“...O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já triste. Deus devia dar uma alma alegre para o poeta.”
SY

passou fome. A fome também é professora.”


De acordo com o contexto, é viável afirmar que:
E
EN

Considerando o conjunto dessas observações, indique


a) Carolina lamenta a prostituição infantil.
a alternativa que resume de modo adequado a
LIZ

b) Carolina se contradiz ao afirmar que as meninas “são


posição da autora sobre a lógica política das eleições.
limpinhas” e “iniciam a vida no lodo”.
49

c) Embora Carolina denuncie a prostituição infantil, entende


a) A única coisa que os políticos sabem fazer é empregar
9

que as meninas não têm opção.


92

seus filhos e parentes no poder.


d) O tema da prostituição infantil causa um sofrimento a
b) Os políticos fazem o que querem porque o povo se omite.
59

mais, pelo fato da filha de Carolina ter se tornado garota de


c) As pessoas pobres não sabem analisar os candidatos,
71

programa.
votam naquele que eles acham que vai ganhar, o que
e) Carolina defende, durante todo o livro, que todos têm a
74

prejudica a democracia.
opção de trabalhar dignamente, nem que seja como
d) Melhor que a democracia, seria a monarquia, já que o
catadora de papel, como é o caso dela.
OS

povo não sabe votar.


e) Os políticos se aproximam do povo e, depois das eleições,
MP

06) Leia o fragmento a seguir para responder à


se esquecem dos compromissos assumidos.
questão.
CA

03) O fragmento a seguir foi extraído do livro Quarto


Ao fazer uma reflexão sobre o momento presente, a autora
E

de despejo, de Carolina Maria de Jesus. Leia-o com


LD

volta-se para o passado histórico, marcado pela escravidão


atenção.
e, de uma forma crítica, confere à abolição uma nova
DO

roupagem: os negros que antes se encontravam presos às


1 de julho ... Eu percebo que se este Diário for publicado
amarras do sistema escravocrata, hoje se encontram presos
SY

vai maguar muita gente. Tem pessoa que quando me vê


aos grilhões da miséria e do descaso social.
passar saem da janela ou fecham as portas. Estes gestos LOPES, Elisangela. Denúncia e reflexão no Quarto de despejo.
E

não me ofendem. Eu até gosto porque não preciso parar Disponível em: <www.letras.ufmg.br/literafro>. Acesso em: 17 out. 2010.
EN

15
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – QUARTO DE DESPEJO

SY
Baseado no trecho acima e na leitura integral da obra 09) “Ele diz que queria ser meu filho. Então eu lhe

E
EN
de Carolina Maria de Jesus, assinale a alternativa que digo: - Se você fosse meu filho, você era preto. E sendo
apresenta um trecho que ilustre o comentário filho de Rosalina você é branco. Ele respondeu-me: -

IZ
anterior. Mas se eu fosse teu filho eu não passava fome. A

9L
mamãe ganha pão duro e nos obriga a comer os pães
a) “(...) eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo duro até acabar. Segui pensando na desventura das

94
rustico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que crianças que desde pequeno lamenta sua condição no

92
o cabelo de branco”. mundo. Dizem que a Princesa Margareth da Inglaterra

59
b) “Nunca vi uma preta gostar tanto de livro como você”. tem desgosto de ser princesa. São os dilemas da vida.”

71
c) “E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a
escravatura atual – a fome!”. De acordo com o enredo da obra Quarto de Despejo e

74
d) “O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já com o perfil da narradora, é possível afirmar que:

S
passou fome. A fome também é professora”.

O
a) Carolina Maria de Jesus era frequentemente procurada

MP
07) Com base na leitura do trecho abaixo e na leitura por crianças órfãs, que enxergavam nela a possibilidade de
integral do livro Quarto de despejo, responda o que uma vida melhor.

CA
se pede: b) Carolina Maria de Jesus defendia a segregação racial,
propondo a divisão da favela entre brancos, pretos e ciganos.

DE
“20 de julho... Deixei o leito as 4 horas para escrever. Abri c) Carolina Maria de Jesus era considerada pela comunidade

L
a porta e contemplei o céu estrelado. Quando o astro-rei como mãe de todos, por diferenciar-se intelectualmente e

DO
começou a despontar eu fui buscar agua. Tive sorte! As ser a porta-voz da favela.
mulheres não estavam na torneira. Enchi minha lata e d) A fome dos filhos era o motivo de maior tristeza para

SY
zarpei (...) Fui no Arnaldo buscar o leite e o pão. Quando Carolina Maria de Jesus.
retornava encontrei o senhor Ismael com uma faca de 30 e) A referência à Princesa Margareth foi uma contradição.

E
EN
centimetros mais ou menos. Disse-me que estava a espera
do Binidito e do Miguel para mata-los, que eles lhe 10) “28 de maio... A vida é igual um livro. Só depois de ter

IZ
expancaram quando ele estava embriagado. [...]” lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos no
9L
fim da vida é que sabemos como a nossa vida decorreu. A
94
Diário é um gênero textual no qual são registrados minha, até aqui, tem sido preta. Preta é a minha pele.
acontecimentos cotidianos com base em uma Preto é o lugar onde eu moro.”
92

perspectiva pessoal. A partir dessa definição, é


59

correto afirmar que, no texto: Considerando o excerto e a leitura integral de Quarto


71

de Despejo, marque a alternativa correta.


74

a) o vocabulário utilizado vai de encontro às características


de relatos pessoais. a) A obra tem valor literário, pois é perceptível um traço
OS

b) a linguagem utilizada foi inadequada. autoral em relação à estética da autora, e valor


c) a incorreção de alguns aspectos gramaticais ajuda a dar sociológico/antropológico, uma vez que registra o discurso
MP

autenticidade a ele. de uma moradora no início do processo de favelização no


d) não há elementos suficientes que o caracterizem como Brasil.
CA

um diário. b) O emprego de metáforas e comparações auxilia na


recriação ficcional do cotidiano da favela, como é o caso do
E
LD

08) Na obra: “O quarto de despejo: diário de uma adjetivo “acinzentado”, tomado como a cor da fome, numa
favelada”, a autora Carolina Maria de Jesus, retrata clara alusão às casas sem reboco do entorno.
DO

de maneira concreta o cotidiano de um morador de c) Reforçando o mito do “homem cordial” na tradição literária
favela. Observe os trechos abaixo e depois responda brasileira, a obra revela como os moradores da favela do
SY

à questão. Canindé e arredores são acolhedores, solidários e solícitos


com Carolina e com seus filhos.
E
EN

“20 de maio (...) Como é horrível ver um filho comer e d) A autora emprega frases muito longas e parágrafos sem
perguntar: “Tem mais? Esta palavra “tem mais” fica nenhuma pontuação, o que confere extrema lentidão à obra.
LIZ

oscilando dentro do cérebro de uma mãe que olha as e) Quarto de despejo é uma coletânea de relatos pessoais,
panelas e não tem mais. (...) 21 de maio (...) Deu-me uns altamente intimistas, restringindo-se, portanto, ao propósito
49

pedaços. Para não maguá-lo aceitei. Procurei convencê-lo a do deleite, a despeito de uma análise científica.
9

não comer aquela carne. Para comer os pães duros ruídos


92

pelos ratos. Ele disse-me que não. Que há dois dias não 11) “E se somos severinos iguais em tudo na vida,
59

comia. Ascendeu o fogo e assou a carne. (...)” morremos de morte igual, mesma morte severina: que
71

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 9. ed. São Paulo:
é a morte que se morre de velhice antes dos trinta, de
Ática, 2007.
74

emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia


(de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca
Os relatos da obra trazem à tona a desigualdade
OS

em qualquer idade, e até gente não nascida)”.


social no nosso país. A noção dessa realidade
MP

sugerida pela autora revela:


O trecho acima provém de Morte e vida severina, de
João Cabral de Melo Neto. Baseado na leitura excerto
CA

a) A fome como um estágio constante na vida do favelado.


e na leitura integral de Quarto de Despejo, de Carolina
b) A oportunidade de matar a fome por meio do trabalho.
E

Maria de Jesus, responda.


c) A diferença de condições de vida de um favelado e um
LD

morador de rua.
a) Apesar da temática da fome, as obras pouco se
DO

d) A preocupação com a política do país.


relacionam entre si.
e) A preocupação com a qualidade do alimento que se
b) João Cabral e Carolina, por escreverem nos mesmos
SY

consome.
círculos literários e períodos, são considerados autores
E

gêmeos.
EN

16
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – QUARTO DE DESPEJO

SY
c) Enquanto João Cabral de Melo Neto ficcionaliza, Carolina 14) “18 de dezembro... Eu estava escrevendo. Ela

E
EN
Maria de Jesus relata o que não só vê, mas vive. perguntou-me:
d) A prosa de Carolina Maria de Jesus tem mais valor – Dona Carolina, eu estou neste livro? Deixa eu ver!

IZ
literário que os poemas de Morte e Vida Severina, uma vez – Não. Quem vai ler isto é o senhor Audálio Dantas, que vai

9L
que se enquadra no gênero literário de denúncia social. publicá-lo.
e) Vera Eunice, como narra Carolina Maria de Jesus, morre – E porque é que eu estou nisto?

94
de ‘morte severina’, revelando a bagagem literária da – Você está aqui por que naquele dia que o Armin brigou com

92
autora. você e começou a bater-te, você saiu correndo nua para a

59
rua.

71
12) “Eu classifico São Paulo assim: O Palacio, é a sala Ela não gostou e disse-me:
de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é – O que é que a senhora ganha com isto?

74
o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.” ... Resolvi entrar para dentro de casa. Olhei o céu com suas

S
nuvens negras que estavam prestes a transformar-se em

O
(JESUS, C. M. Quarto de Despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 1997.).
chuva.”

MP
Sobre o fragmento destacado, considere as Considere as seguintes afirmações sobre o trecho

CA
afirmativas a seguir. acima.

DE
I. Nesta descrição de São Paulo, é perceptível a visão
crítica da narradora a respeito dos políticos e da I - Está presente no fragmento uma tensão que

L
desigualdade social. perpassa o conjunto do livro: ao mesmo tempo em que

DO
II. A aproximação entre a favela e o quintal se apropria da experiência de pobreza e violência da
favela, Carolina quer diferenciar-se dela.

SY
caracteriza o modo como a narradora se vê na
sociedade. II - Audálio Dantas aparece como figura que
representa oportunidade de publicação e autoridade

E
III. Nota-se, neste fragmento, o desejo da narradora

EN
em se tornar escritora. letrada.
IV. Percebe-se a preocupação da narradora em III- Aparece no fragmento uma alternância narrativa

IZ
apresentar uma descrição objetiva das mudanças que marca Quarto de despejo: do dia a dia inclemente
pelas quais passou o espaço urbano. 9L
na favela para certa linguagem literária idealizada por
94
Assinale a alternativa correta. Carolina.
92

a) Somente as afirmativas I e II são corretas. Quais estão corretas?


59

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.


71

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. a) Apenas I.


74

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. b) Apenas II.


e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas c) Apenas III.
OS

d) Apenas I e III.
13) Leia os excertos e responda o que se segue. e) I, II e III.
MP
CA

TEXTO 01
E

“—Dize que leva somente


LD

coisas de não:
fome, sede, privação”
DO
SY

TEXTO 02
E

“...Comecei queixar para a Dona Maria das Coelhas


EN

que o que eu ganho não dá para tratar os meus filhos.


LIZ

Eles não tem roupas nem o que calçar. E eu não paro


um minuto. Cato tudo que se pode vender e a miseria
49

continua firma ao meu lado. Ela disse-me que já está


com nojo da vida. Ouvi seus lamentos em silêncio. E
9
92

disse-lhe: - Nós já estamos predestinados a morrer de


fome!”
59
71

A partir da leitura dos textos 01 e 02, bem como o


74

perfil de Carolina Maria de Jesus, autora de Quarto de


Despejo, é viável afirmar que a “predestinação”
OS

observada por ela diz respeito à/ao:


a) desigualdade social nas raízes do Brasil.
MP

b) determinismo racial, política imposta pelo governo de


CA

Juscelino Kubitschek, personagem criticado pela autora.


c) pessimismo, inspirado nas leituras prévias do simbolismo
E

fin-de-sécle.
LD

d) seleção natural, conteúdo que lhe fora apresentado em


sala de aula. GABARITO
DO

e) destino, explicitando o misticismo da autora. 1.b 2.e 3.d 4.e 5.a 6.c 7.c
8.a 9.d 10.a 11.c 12.a 13.a 14.e
SY
E
EN

17
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MORTE E VIDA SEVERINA

SY
1. Leia: 3. “Inicialmente, essa peça foi escrita para atender a uma

E
EN
encomenda, Maria Clara Machado pediu para João Cabral
Mas, para que me conheçam uma peça que seria encenada no período natalino, e Cabral

IZ
melhor Vossas Senhorias fez um auto de natal tipicamente pernambucano, no qual o

9L
e melhor possam seguir espaço onde se representa o nascimento de Cristo é um
a história de minha vida, manguezal, e a criança salvadora é representada por um

94
passo a ser o Severino filho de um carpinteiro pernambucano.”

92
que em vossa presença emigra.

59
Aguiar, Larissa W. T. In: Os aspectos sociais de Morte e Vida Severina, de
(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina) João Cabral de Melo Neto, e suas rupturas. Disponível em:

71
http://uniandrade.br/revistauniandrade/index.php/ScriptaAlumni/index

74
Neste trecho, localizado ao final da primeira jornada
Mesmo levando o subtítulo de “Auto de Natal
do livro Morte e Vida Severina, o protagonista

S
Pernambucano”, em Morte e Vida Severina o ‘auto’ em

O
si aparece ao final do livro. Pode-se dizer que:

MP
a) encontra-se confuso com sua própria identidade, não
sendo capaz de se apresentar ao leitor.
a) o nascimento da criança representa a renovação da vida

CA
b) finaliza a primeira parte do texto sem explicar à que vem.
em meio a todo o cenário de morte retratado ao longo da
c) por fim esclarece seu objetivo, a ser realizado ao longo

DE
obra.
do livro.
b) o auto retratando a vida de Cristo tem pouca importância
d) após várias tentativas falhas, consegue se ‘individualizar’

L
diante do contexto de crítica social da obra.
perante ao leitor.

DO
c) o nascimento da criança reforça a tragédia vivida pelo
e) permanece incógnito perante o leitor.
retirante, ratificando a miséria daquele povo.

SY
d) a encenação do auto de natal ao final do livro procura
2.

E
encerrá-la de modo alegre, diferentemente do tom sombrio

EN
adotado ao longo da obra.
Vejo agora: não é fácil
e) a morte do protagonista é apagada pelo nascimento da

IZ
seguir essa ladainha;
criança.
9L
entre uma conta e outra conta,
entre uma e outra ave-maria,
94
4. De acordo com o seguinte trecho:
há certas paragens brancas,
92

de planta e bicho vazias,


- Finado Severino,
59

vazias até de donos,


quando passares em Jordão
e onde o pé se desencaminha.
71

e os demônios te atalharem
74

perguntando o que é que levas...


[...] - Dize que levas cera,
OS

capuz e cordão
Pensei que seguindo o rio mais a Virgem da Conceição.
MP

eu jamais me perderia: - Finado Severino,


ele é o caminho mais certo, etc...
CA

de todos o melhor guia. - Dize que levas somente


Mas como segui-lo agora
E

coisas de não:
LD

que interrompeu a descida? fome, sede, privação.


Vejo que o Capibaribe,
DO

como os rios lá de cima, (João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina)
é tão pobre que nem sempre
SY

pode cumprir sua sina Podemos afirmar que:


e no verão também corta,
E

a) Severino encontra um defunto com o seu nome,


EN

com pernas que não caminham.


Mas não vejo almas aqui, evidenciando o que é dito no início do livro, que existem
LIZ

nem almas mortas nem vivas; muitos como ele.


ouço somente à distância b) ao usar a expressão “coisas de não”, o homem destaca as
49

o que parece cantoria. qualidades do morto quando em vida.


9

Será novena de santo, c) os ‘demônios’ que o morto encontra no pós vida são
92

será algum mês-de-Maria; responsáveis pelas “coisas de não” repetidas na ladainha.


59

quem sabe até se uma festa d) ao repetir as excelências dadas ao morto, o homem do
71

ou uma dança não seria? lado de fora teme levar o mesmo fim que o defunto.
e) o ‘Jordão’ mencionado neste trecho é, na verdade, uma
74

(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina) referência ao Capibaribe e o perigo dos caminhos que o
cercam.
OS

No trecho acima, o retirante vê sua caminhada


MP

interrompida diante da seca do rio. Pode-se dizer que, 5. Com base no excerto, analise as alternativas e
para ele, o rio indique as corretas.
CA

a) representa o fim de sua jornada em busca da morte. - Desde que estou retirando
E
LD

b) é o guia de sua viagem, sem ele, não há como prosseguir. só a morte vejo ativa,
c) é o guia principal de sua viagem, mas, como o próprio só a morte deparei
DO

retirante, o rio nem sempre resiste à seca. e às vezes até festiva;


d) é de onde o retirante retira seu alimento. só morte tem encontrado
SY

e) é o local de descanso para aqueles que migram. quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
E
EN

18
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MORTE E VIDA SEVERINA

SY
foi de vida severina pela vida, só encontrara a morte.”

E
EN
(aquela vida que é menos
Alves, Paula de Sousa. In: O sentido da morte no poema “Morte e vida
vivida que defendida,

IZ
severina”. Disponível em:
e é ainda mais severina https://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/4864/1/PDF%20-

9L
para o homem que retira). %20Paula%20de%20Sousa%20Alves.pdf (adaptado)

94
(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina) O diálogo entre os coveiros da jornada “Chegando ao

92
Recife, o retirante senta-se para descansar ao pé de

59
I. Após se deparar com a morte em vários pontos do um muro alto e caiado e ouve, sem ser notado, a
caminho, e com a seca do Rio Capibaribe, Severino

71
conversa de dois coveiros”, como analisado por Alves
avalia que ela, a morte, é uma das constantes na vida no trecho acima, ratifica a morte como a definitiva

74
do retirante; companhia de Severino ao longo de seu caminhar.
II. A ‘vida severina’ é aqui explicada de forma direta Ainda sobre este ponto da história, é correto afirmar

O S
(“aquela vida que é menos / vivida que defendida”); que:

MP
III. Mesmo seguindo o caminho que acreditava ser o
que continha vida, o retirante percebe que ambas, a) Após ouvir os coveiros, Severino passa a acreditar que

CA
‘morte’ e ‘vida severina’ são suas únicas perspectivas. sua caminhada foi em vão, o que é confirmado mais a frente
por Seu José mestre carpina.

DE
a) Apenas a afirmativa I está correta. b) O diálogo entre os coveiros escancara ao retirante a
necessidade de fazer o caminho inverso e voltar à sua terra,

L
b) Apenas a afirmativa III está correta.

DO
c) As afirmativas I e II estão corretas. o que era sua vontade desde o início.
d) As afirmativas II e III estão corretas. c) O diálogo entre os coveiros evidencia que, mesmo no

SY
e) Todas as afirmativas estão corretas. litoral, a morte está no encalço dos mais pobres, pois o
cemitério destinado a eles continua sendo o mais

E
EN
6. Na jornada “Dirige-se à mulher na janela que movimentado.
depois descobre tratar-se de quem se saberá”, d) Todos os retirantes acabam retornando ao seu local de

IZ
encontramos o seguinte diálogo entre o retirante e a origem, tal qual Severino, pois não encontram trabalho no
mulher à janela: litoral.
9L
e) Os coveiros, mesmo sem saber que Severino os escuta,
94
detalham como sua profissão é bem paga naquela região, o
92

- Aqui não é Surubim


nem Limoeiro, oxalá! que lhes permite galgar uma posição social melhor.
59

mas diga-me, retirante,


71

que mais fazia por lá? 8. Ao encontrar o mestre carpina, Severino questiona
a valia da vida perante tanta morte. O mestre defende
74

- Em qualquer das cinco tachas


de um banguê sei cozinhar; a vida perante as insistências do retirante a retirar
OS

sei cuidar de uma moenda, dela:


de uma casa de purgar.
MP

- Com a vinda das usinas - Seu José, mestre carpina,


e que interesse, me diga,
CA

há poucos engenhos já;


nada mais o retirante há nessa vida a retalho
que é cada dia adquirida?
E

aprendeu a fazer lá?


LD

espera poder um dia


(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina) comprá-la em grandes partidas?
DO

- Severino, retirante,
Nesta passagem, o retirante descobre que: não sei bem o que lhe diga:
SY

não é que espere comprar


a) sua mão-de-obra é qualificada para o trabalho de em grosso de tais partidas,
E
EN

cozinheiro. mas o que compro a retalho


b) todo o trabalho que sabe executar não é mais útil nas é, de toda forma, vida.
LIZ

terras em que se encontra. (João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina)
c) não é capaz de trabalhar num engenho e, por isso, opta
49

por tentar um emprego em uma usina. Nesta última parte do diálogo, Seu José:
9

d) os engenhos se sobrepuseram às usinas naquela parte


92

do país. a) diz a Severino que o que vale na vida são as posses e o


59

e) a mulher à janela procura alguém para trabalhar com ela dinheiro que se possui.
71

na usina. b) explica ao retirante que o pobre não consegue adquirir


nada na vida e deve se conformar com isso.
74

7. “Envolvido pelo fantástico o retirante chega ao Recife, c) demonstra que, ao seu ponto de vista, a vida nada mais
é que um bem físico, como um retalho.
OS

cansado da extensa viagem resolve sentar-se por trás de


uma parede alta e decorada sem que percebam sua d) rebate a concepção do retirante de que a vida deve ser
MP

presença, e escuta mesmo sem querer a conversa entre dois ‘grande’, ressaltando que, mesmo cada pedaço pequeno
coveiros. [...] Essa passagem é decisiva para Severino, que ainda é vida.
CA

sempre lutou de forma obstinada pela vida, mas a partir de e) contradiz seu discurso ‘pró vida’ de até então,
então passa a defender um discurso de morte, a simbologia concordando com o retirante sobre a pouca valia de cada
E
LD

que traz a respeito do litoral pouco a pouco se extingue, ‘retalho’ adquirido diariamente.
levando-o a concluir que toda sua viagem foi em vão, a vida
DO

do litoral não passa de uma falsa fantasia, não existe vida 9. Em “Começam a chegar pessoas trazendo presentes
sem que seja rígida. Nesse momento há uma para o recém-nascido”, o filho de Seu José começa a
SY

conscientização por parte do retirante, pois desde o início receber vários presentes:
da sua trajetória, embora ele lutasse de forma obstinada
E
EN

19
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MORTE E VIDA SEVERINA

SY
- Minha pobreza tal é b) Mesmo sem saber responder diretamente os

E
EN
que coisa não posso ofertar: questionamentos de Severino, o mestre carpina acredita que
somente o leite que tenho a melhor resposta a vida deu por si mesma.

IZ
para meu filho amamentar; c) A conversa anterior entre o retirante e o mestre carpina

9L
aqui são todos irmãos, acaba esquecida pelo nascimento, mantendo a ideia de
de leite, de lama, de ar. Severino sobre o triunfo da morte.

94
Minha pobreza tal é d) O nascimento da criança e as cenas que se seguem

92
que não tenho presente melhor: funcionam como argumento para Seu José convencer

59
trago papel de jornal Severino a desistir do suicídio.

71
para lhe servir de cobertor; e) Ainda que trate da morte ao longo de toda a jornada de
cobrindo-se assim de letras Severino rumo ao litoral, o livro se encerra com uma elegia

74
vai um dia ser doutor. à vida, nas palavras de Seu José.

S
(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina)

O
11. O movimento modernista no Brasil contou com

MP
Sobre essa cena, pode-se afirmar: três gerações: a primeira foi de 1922 a 1930, a
segunda de 1930 a 1945 e a terceira teve seu início em

CA
a) O auto de natal está ocorrendo nesta cena, numa clara 1945, cujo objetivo era de renovar os meios de
referência a passagem onde os reis magos surgem e expressão: Com relação as gerações que compõe o

DE
entregam presentes ao menino Jesus. período modernista é incorreto afirmar que a poesia:
b) O auto de natal é revertido nessa passagem, pois o filho

L
DO
de Seu José, ao contrário do menino Jesus, não está a) A poesia da segunda geração foi, essencialmente, uma
destinado a nenhuma glória. poesia de questionamento: da existência humana, do

SY
c) Os presentes levados ao recém nascido não são bem sentimento de “estar-no-mundo”, da inquietação social,
recebidos, pois não passam de quinquilharias. religiosa, filosófica, amorosa.

E
d) Aqui percebemos o destino do pobre sendo ligado à morte b) A primeira geração tem uma postura negadora e

EN
desde o nascimento, pois o pequeno que acaba de nascer destrutiva de todo academicismo (o nacional e o importado)

IZ
não gera expectativas nos que chegam para vê-lo. – a métrica, a rima, a linguagem de dicionário, a linearidade
9L
e) A mulher que chega para visitar e oferece leite ao recém- do discurso, o sentimentalismo romântico, o racionalismo
nascido não padece da mesma pobreza que os demais.
94
realista-naturalista.
c) Os poetas da terceira geração são chamados “poetas de
92

10. No último trecho de Morte e Vida Severina o cosmovisão”, pois possuem aguda percepção do tempo em
59

mestre carpina diz a Severino: que vivem e da necessidade de transformá-lo pelos


71

caminhos escolhidos por sua sensibilidade poética.


- Severino retirante,
74

d) A geração de 45 tinha o princípio de que “a poesia é a arte


deixe agora que lhe diga: da palavra” que implicava a alteração de pontos de vista da
eu não sei bem a resposta
OS

poesia de 30, que já tinha sido social, político, religioso,


da pergunta que fazia, filosófico.
MP

se não vale mais saltar


fora da ponte e da vida; 12. Sobre Morte e vida Severina é incorreto afirmar:
CA

nem conheço essa resposta,


se quer mesmo que lhe diga; a) O auto utiliza-se de uma linguagem grandiosa, de tom
E
LD

é difícil defender, eufórico, para exaltar a capacidade de resistência do


só com palavras, a vida, nordestino que a todas as privações resiste sem sucumbir. O
DO

ainda maus quando ela é nordestino é visto aqui sobretudo como um forte e é
esta que vê, severina; justamente esta sua qualidade que o texto de João Cabral
SY

mas se responder não pude celebra.


à pergunta que fazia, b) Severino retirante, em sua viagem, encontra sempre à
E
EN

ela, a vida, a respondeu morte, até que, já em Recife, chega-lhe a notícia do


com sua presença viva. nascimento de um menino, signo de que ainda resiste à
LIZ

E não há melhor resposta constante negação da existência “severina”.


que o espetáculo da vida: c) Os versos breves e concisos de Morte e vida Severina
49

vê-la desfiar seu fio, acentuam o que tematicamente o poema enfoca: o


9

que também se chama vida, sufocamento das “vidas severinas”, confinadas no horizonte
92

ver a fábrica que ela mesma, estreito da vivência nordestina.


59

teimosamente, se fabrica, d) O auto realiza uma personalização dramática de um


71

vê-la brotar como há pouco sujeito coletivo: os “severinos” que a seca escorraça do
em nova vida explodida;
74

sertão e que o latifúndio escorraça da terra.


mesmo quando é assim pequena e) Pela fala final do mestre carpina, Seu José, o auto parece
OS

a explosão, como a ocorrida; sugerir que a “severinidade” não é condição, mas estado,
mesmo quando é uma explosão não é permanente nem intrínseca ao sujeito e, portanto,
MP

como a de há pouco, franzina; pode ser transformada.


mesmo quando é a explosão
CA

de uma vida severina.


E
LD

(João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina)


DO

De acordo com o que é dito, não é correto afirmar que:


SY

a) A ‘explosão da vida’, como diz Seu josé, é parte do


espetáculo da vida, mesmo sendo franzina e severina.
E
EN

20
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – MORTE E VIDA SEVERINA

SY
As questões 13 e 14 referem-se ao seguinte excerto 15. Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo

E
EN
do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Neto, identifica-se como:
Melo Neto:

IZ
a) uma obra que, refletindo inovações e experimentações

9L
linguísticas do autor, torna tênues as barreiras entre a prosa
— Nunca esperei muita coisa, e poesia.

94
é preciso que eu repita. b) um auto que explora a temática do nascimento como

92
Sabia que no rosário signo do ressurgir da esperança.

59
de cidade e de vilas, c) um auto de Natal que rememora a visita dos reis Magos
e mesmo aqui no Recife

71
e pastores ao Deus Menino.
ao acabar minha descida, d) um poema que encerra uma síntese das propostas

74
não seria diferente vanguardistas contidas na obra geral do autor.
a vida de cada dia:

S
e) um conto cujo interesse se centraliza na preocupação do

O
que sempre pás e enxadas autor como problema da seca no Nordeste.

MP
foices de corte e capina,
ferros de cova, estrovengas 16. Leia as seguintes afirmações sobre Morte e Vida

CA
o meu braço esperariam. Severina:
Mas que se este não mudasse

DE
seu uso de toda vida, I. O nascimento do filho do compadre José é
esperei, devo dizer,

L
antagônico em relação aos outros fatos apresentados

DO
que ao menos aumentaria na obra, já que esses são marcados pela morte.
na quartinha, a água pouca, II. Podemos dizer que o conteúdo é completamente

SY
dentro da cuia, a farinha, pessimista, considerando-se que a jornada é marcada
o algodãozinho da camisa, pela tragédia da seca, o que leva Severino à tentativa

E
ao meu aluguel com a vida.

EN
de suicídio. III. Mais do que a seca, as desigualdades
sociais do Nordeste são o tema da obra.

IZ
E chegando, aprendo que,
nessa viagem que eu fazia, 9L
Assinale a alternativa correta sobre as afirmações:
94
sem saber desde o Sertão,
meu próprio enterro eu seguia. a) Somente I e II estão corretas.
92

b) Somente I e III estão corretas.


59

13. No excerto acima, c) Somente II e III estão corretas.


71

d) As três estão corretas.


74

a) Severino, em meio à retirada, desiste de permanecer por e) As três estão incorretas.


uns dias no Recife, onde esperava readquirir as forças dos
OS

membros cansados.
b) a expressão "meu próprio enterro eu seguia" indica que,
MP

desde o início de sua jornada pelo "rosário/ de cidades e de


CA

vilas", Severino estava consciente do termo final de sua


penitência.
E

c) o retirante chega a seu destino e vê desvanescerem-se


LD

no Recife as esperanças já mínimas de uma vida melhor,


substituídas agora por uma trágica convicção.
DO

d) o retirante resolve subitamente encerrar a viagem no


SY

Recife, certo de que levaria sua maldição a qualquer lugar


em que buscasse exercer seu ofício de carpinteiro.
E

e) Severino chega, enfim, ao litoral, e sente que tinha razão


EN

em seus fúnebres presságios – presságios que o leitor verá


LIZ

confirmar-se na fala de Seu José, mestre carpina, ao fim do


poema.
49

14. As expressões "rosário / de vilas e cidades" e


9
92

"meu próprio enterro eu seguia" estão intimamente


ligadas ao tema central do poema, que é
59
71

a) a devoção religiosa dos nordestinos, marca profunda de


74

uma cultura de cuja linguagem o poeta extraiu diretamente


o seu estilo.
OS

b) a penitente retirada de um nordestino que, ao longo de


sua viagem, só a morte vê ativa, e ao chegar ao seu destino GABARITO
MP

pensa não ter razões para viver.


CA

c) a busca de esperanças nas condições mais adversas, 1–D 2–C 3–A 4–A 5–E
apoiada na significação do nascimento de Cristo e no 6–B 7–C 8–D 9–A 10 – C
E

confronto da prática religiosa. 11– C 12 – A 13 – C 14 – B 15 - B


LD

d) a desmistificação das crenças populares, já que este


16 –B
"auto de natal pernambucano" propõe, na verdade, soluções
DO

políticas para os problemas sociais do Nordeste.


SY

e) a reflexão mística sobre a morte a partir da cultura


popular, representada aqui pela figura do retirante
E

nordestino.
EN

21
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOVE NOITES

SY
1. Leia as afirmações sobre o romance Nove Noites, c) O narrador-investigador criou a carta de Manoel Perna por

E
EN
de Bernardo Carvalho. não conseguir fazer contato com ninguém que conheceu
Quain, nem ler as cartas escritas pelo antropólogo antes de

IZ
I. No final do livro, o narrador-investigador descobre morrer, como relata ao falar da secura da autora do artigo.

9L
que Buell Quain não morreu, mas voltou a Nova York d) Ao não contrariar que seu interesse era literário, o
para ficar com seu filho bastardo. narrador-investigador admite que não tem nenhum

94
II. Manoel Perna é um personagem inventado pelo compromisso com a realidade factual, ou seja, que todo o

92
narrador-investigador para tentar ter o mínimo de texto é ficcional.

59
controle dos fatos. e) Este artigo mencionado é o elemento que marca a relação

71
III. Por meio da investigação da morte de Buel Quain, do romance com a realidade factual, sendo o resto do
o narrador-investigador passa a reconstruir suas romance ficcional.

74
memórias de infância e a rememorar sua relação com

S
o pai. 3. Leia o trecho abaixo para responder à questão:

O
IV. O narrador-investigador se revela o autor do livro,

MP
Bernardo Carvalho, ao relatar viagem a Nova York “Isto é para quando você vier. É preciso estar
antes de seu pai falecer. preparado. Alguém terá que preveni-lo. Vai entrar

CA
numa terra em que a verdade e a mentira não têm
Assinale a alternativa CORRETA: mais os sentidos que o trouxeram até aqui. Pergunte

DE
aos índios.

L
a) Apenas a afirmação I está correta. Qualquer coisa. O que primeiro lhe passar pela

DO
b) Apenas a afirmação II está correta. cabeça. E amanhã, ao acordar, faça de novo a
c) Apenas as afirmações II e III estão corretas. mesma pergunta. E depois de amanhã, mais uma

SY
d) As afirmações II e IV estão corretas. vez. Sempre a mesma pergunta. E a cada dia
e) As afirmações I, II, III e IV estão corretas. receberá uma resposta diferente. A verdade está

E
EN
perdida entre todas as contradições e os disparates.
2. Leia o excerto abaixo, de Nove Noites: Quando vier à procura do que o passado enterrou, é

IZ
preciso saber que estará às portas de uma terra em
“Não posso dizer que nunca tivesse ouvido falar
nele, mas a verdade é que não fazia a menor idéia 9L
que a memória não pode ser exumada, pois o
94
segredo, sendo o único bem que se leva para o
de quem ele era até ler o nome de Buell Quain pela túmulo, é também a única herança que se deixa aos
92

primeira vez num artigo de jornal, na manhã de 12 que ficam, como você e eu, à espera de um sentido,
59

de maio de 2001, um sábado, quase sessenta e dois nem que seja pela suposição do mistério, para
71

anos depois da sua morte às vésperas da Segunda acabar morrendo de curiosidade. Virá escorado em
Guerra. O artigo saiu meses antes de outra guerra
74

fatos que até então terão lhe parecido


ser deflagrada. Hoje as guerras parecem mais incontestáveis.”
pontuais, quando no fundo são permanentes. Li
OS

várias vezes o mesmo parágrafo e repeti o nome em Fonte: Nove noites, de Bernardo Carvalho (2006).
MP

voz alta para me certificar de que não estava


sonhando, até entender — ou confirmar, já não sei a) Manoel Perna, no trecho, afirma que, se forem feitas as
CA

— que o tinha ouvido antes. O artigo tratava das perguntas corretas e de forma insistente, é possível
cartas de outro antropólogo, que também havia encontrar uma resposta verdadeira dentre as variadas
E

morrido entre os índios do Brasil, em circunstâncias respostas recebidas durante a investigação, porque a
LD

ainda hoje debatidas pela academia, e citava de verdade se sobrepõe à mentira.


DO

passagem, em uma única frase, por analogia, o caso b) A investigação do narrador-personagem prova como a
de "Buell Quain, que se suicidou entre os índios verdade perdida de que fala Manoel Perna é capaz de ser
SY

krahô, em agosto de 1939". Procurei a antropóloga encontrada, como o fato de que Quain se matou por
que havia escrito o artigo. A princípio, foi seca no descobrir que tinha um filho.
E

telefone. Deve ter achado estranho que alguém lhe c) No trecho acima, escrito por Manoel Perna, há um
EN

telefonasse por causa de um detalhe do texto, mas comentário autorreflexivo do caráter metaficcional do
LIZ

não disse nada. Trocamos alguns e-mails, que romance, que questiona o caráter ficcional e factual dos
serviram como uma aproximação gradual. acontecimentos e já dialoga com comentário de Bernardo
49

Preferia não me encontrar pessoalmente. Queria ter Carvalho sobre a própria escritura do romance.
9

certeza de que os meus objetivos não eram d) Manoel Perna afirma que a memória é uma herança capaz
92

acadêmicos. Mas mesmo se de início chegou a de ser reconstruída completamente, basta que sejam feitas
59

desconfiar do meu interesse por aquele homem, não as perguntas corretas.


perguntou as minhas verdadeiras intenções. Ou, e) A indicação de que era necessário perguntar aos índios é
71

pelo menos, não insistiu em saber as minhas razões. confirmada pelo narrador-investigador, ao conversar com o
74

Supôs que eu quisesse escrever um romance, que índio João, que testemunhou o suicídio de Quain, por
meu interesse fosse literário, e eu não a contrariei.” conseguir recuperar uma carta perdida em que Quain
OS

confessava o motivo de ter se matado.


MP

Nove noites, de Bernardo Carvalho (2006).


4. Assinale a alternativa INCORRETA sobre o romance
CA

A partir do trecho acima e da leitura integral do


Nove noites:
romance, assinale a alternativa CORRETA:
E

a) O narrador-investigador foi confundido com o antropólogo


LD

a) O trecho mostra a metodologia de investigação do


pelo senhor internado no hospital.
narrador-investigador, por meio de ligações, entrevistas,
DO

b) Buel Quain se suicidou durante o Estado Novo, antes da


documentos e viagens.
segunda guerra mundial.
SY

b) O artigo lido pelo narrador-investigador foi um texto


c) O livro mistura personagens ficcionais, como Manoel
escrito por ele mesmo para criar a morte de seu
Perna, e personagens reais, como Levi-Strauss.
E

personagem.
EN

22
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOVE NOITES

SY
d) Dois indígenas krahô presenciaram a morte de Buel de que seriam presa fácil no rés do chão. É uma casa solitária

E
EN
Quain. no meio do nada, erguida numa área desmaiada e plana da
e) O título do livro se deve ao período que Buell Quain floresta, cercada de capim-colonião e de morte. Tudo o que

IZ
passou com os índios krahô na frente dos quais se suicidou. não é verde é cinzento. Ou então é terra e lama. Há uma

9L
estrada de terra que chega até a escada à entrada da casa
5. O romance Nove Noites (2002), de Bernardo mas que dali não parece levar a nenhum lugar conhecido. A

94
Carvalho, apresenta um narrador em primeira pessoa maneira mais fácil de chegar é de avião, que não deve ser

92
que é uma espécie de investigador – o seu objetivo grande, no máximo um bimotor, para poder pousar na pista

59
inicial é o de desvendar o mistério em torno da morte de terra aberta ao lado da casa. Do alto, quando nos

71
do antropólogo Buell Quain. Em determinado aproximamos em voo rasante, é só o que vemos: a casa
momento, em relação à leitura, o narrador revela: solitária com a pista de pouso ao lado, numa grande clareira

74
de capim alto, cercada por todos os lados de uma floresta a

S
“Cada um lê os poemas como pode e neles entende perder de vista. A estrada de terra leva da casa ao campo de

O
o que quer, aplica o sentido dos versos a sua própria pouso e depois segue direto para a mata, onde desaparece,

MP
experiência acumulada até o momento em que os como tudo ali, à procura de um caminho — ou talvez num
lê”. impulso suicida.”

CA
(Nove Noites, 2019, p. 60, 61)
A visão do narrador-personagem relativa ao ato de ler

DE
assemelha-se à própria investigação por ele
A partir do fragmento extraído do romance Nove

L
empreendida. No romance, essa busca
Noites, de Bernardo Carvalho, e considerando o

DO
enredo da referida obra, assinale a afirmação que NÃO
a) é conduzida de forma precisa e obstinada, o que é

SY
corresponde a uma adequada interpretação dela:
decisivo para a resolução do caso.
b) realiza-se de modo obsessivo e os resultados finais do

E
a) Na recuperação do passado, percebem-se um

EN
caso se mostram, portanto, tendenciosos.
desvelamento arqueológico das realidades perdidas na
c) revela-se um capricho, já que o personagem, inclusive,

IZ
lembrança e, a partir daí, o surgimento de novas realidades.
abandona a investigação no meio da narrativa.
9L
b) A infância é apresentada como lembrança do narrador-
d) está ligada às experiências particulares e a jornada do
investigador e não é o objetivo final de seu romance.
94
personagem acaba por ser mais gratificante do que o caso
c) As lembranças do narrador-investigador estão inseridas
em si.
92

em uma história na qual ele não tem participação.


e) é realizada de forma intuitiva e os seus resultados finais
59

d) A experiência do narrador-investigador, desencadeada


são, portanto, questionáveis.
pelo convívio com os índios na infância, é o ponto de partida
71

para a recuperação da memória de seu avô, Marechal


74

6. Considerando a obra Nove noites e a introdução


Cândido Rondon.
abaixo, assinale a alternativa CORRETA.
e) A narração envolvendo fatos da vida do narrador-
OS

investigador aparece entremeada à carta-testamento de


“Isto é para quando você vier. É preciso estar preparado.
MP

Manoel Perna.
Alguém terá que preveni-lo. Vai entrar numa terra em que
a verdade e a mentira não têm mais os sentidos que o
CA

8. Publicado em 2002, Nove Noites narra as


trouxeram até aqui. Pergunte aos índios. Qualquer coisa. O
desventuras do jovem antropólogo estadunidense
que primeiro lhe passar pela cabeça. E amanhã, ao acordar,
E

Buell Quain, durante sua estada no Brasil no final da


LD

faça de novo a mesma pergunta.”


década de 1930. Quanto às características e ao enredo
DO

Bernardo Carvalho. Nove noites. do romance, assinale a alternativa FALSA:


SY

a) O fragmento acima refere-se a carta que Buell Quain a) O relato dos fatos reais é inquestionavelmente verdadeiro,
escrevera antes de cometer o suicídio e que fora deixada uma vez que Buell Quain existiu e esteve no Brasil para
E

para Manoel Perna, seu grande amigo, como forma de desempenhar uma pesquisa.
EN

atestar a inocência dos índios. b) Bernardo Carvalho desenvolve na dimensão ficcional fatos
LIZ

b) A narrativa é constituída por relatos verídicos, incluindo ocorridos, confundindo o leitor por meio de uma narrativa
cientistas verdadeiros como Lévi-Strauss (antropólogo) e as híbrida, em que o mistério em torno do suicídio de Quain não
49

respostas às indagações sobre a morte de Buell Quain é resolvido.


9

encontravam-se em poder dos índios Krahô. c) Há na obra dois focos narrativos: Manoel Perna,
92

c) Na busca de dados sobre Buell Quain, o narrador volta ao engenheiro da cidade de Carolina e amigo de Buell, e um
59

Xingu para ouvir o que os índios lembravam de Quain, jornalista, o narrador-investigador, anônimo.
conseguindo, durante o tempo que lá permaneceu, o d) Sessenta e três anos depois da morte de Buell, a
71

testemunho dos índios envolvidos no mistério do suicídio. curiosidade do narrador-investigador é despertada por meio
74

d) O autor Bernardo Carvalho constrói uma obra diferente e da leitura de um artigo de jornal.
complexa, em que mistura realidade e ficção, apresentando e) Enquanto o narrador-investigador deseja revelar o motivo
OS

um enigma em torno de um suicídio cujas causas serão pelo qual Quain se matou, Manoel Perna parece tentar
MP

investigadas. Porém, a verdade permanecerá ambígua. preservá-lo.


CA

7. Leia: 9. Sobre Nove noites (2002), de Bernardo Carvalho,


assinale a alternativa CORRETA.
E

“Ninguém nunca me perguntou, e por isso nunca precisei


LD

responder que a representação do inferno, tal como a a) Retomando certa corrente da tradição literária brasileira,
DO

imagino, também fica, ou ficava, no Xingu da minha o romance-reportagem, tradição esta que remete à década
infância. E uma casa pré-fabricada, de madeira pintada de de 1970, esse romance apresenta o que se pode denominar
SY

verde-vômito, suspensa sobre palafitas para a proteção dos como uma versão realista sobre o suicídio de Buell Quain,
moradores contra os eventuais animais e ataques noturnos pois a narrativa se constrói com base em uma série de fontes
E
EN

23
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOVE NOITES

SY
factuais (depoimentos, fotos, cartas, reportagens etc.) que, Resenhas, da Folha de São Paulo, há mesclas de cartas e

E
EN
ao final do livro, acabam por borrar as fronteiras entre documentos verdadeiros, podendo se separar o que é fato,
romance e jornalismo. do que é ficção.

IZ
b) Construído a partir da alternância entre dois grandes b) A obra faz junção de realidade e ficção, é considerada um

9L
planos narrativos – a longa carta de Manoel Perna e a romance de investigação e, conforme o próprio autor, é uma
pesquisa do narrador-investigador –, os reais motivos que combinação de memória e imaginação. Outro recurso

94
levaram Buell Quain ao suicídio são revelados ao final do importante na obra é o tom confessional do narrador e a

92
romance, graças à carta deixada por Manoel Perna, conversa com o leitor.

59
testemunha ocular, que informa o narrador-investigador c) A obra é caracterizada pela narrativa centralizada na

71
sobre a doença degenerativa que o antropólogo havia investigação de uma misteriosa morte de um antropólogo
contraído ao chegar no Brasil. americano, Buell Quain, que desenvolvia um trabalho em

74
c) Embora esse romance seja construído, em grande parte, uma aldeia indígena, situada no Tocantins, Brasil. Quain, aos

S
com base em fontes factuais, a alternância entre os dois 27 anos, suicida em frente a dois índios, quando estava

O
grandes planos narrativos – a longa carta de Manoel Perna prestes a voltar para a cidade de Carolina.

MP
e a pesquisa do narrador-investigador – não permite que se d) A obra é caracterizada pela alternância narrativa, uma vez
chegue às verdadeiras razões que levaram Buell Quain ao que apresenta um narrador, que é um engenheiro sertanejo,

CA
suicídio, mas sim a conjecturas possíveis, pois os elementos amigo de Quain (marcado em itálico) e a outra narrativa é
“memória” e “ficção” são partes constitutivas do processo conduzida pelo narrador-repórter, que intenta descobrir a

DE
de construção da narrativa. verdadeira história em torno da morte de Quain.

L
d) Embora construído a partir da alternância entre dois

DO
grandes planos narrativos – a longa carta de Manoel Perna 12. Sobre Nove Noites (2002), de Bernardo Carvalho,
e a pesquisa do narrador-investigador –, o mistério sobre a considere as seguintes afirmativas:

SY
morte do antropólogo é solucionado a partir do encontro ao
acaso do narrador com um velho senhor americano, em I. É um romance em que o narrador-investigador, ao

E
EN
2001, que, em seu leito de morte no hospital, ouvia as coletar uma série de informações em fontes diversas
histórias lidas por um jovem rapaz; rapaz este que revela a (cartas, depoimentos, entrevistas etc.), não consegue

IZ
identidade do doente: Buell Quain. explicar, de forma definitiva, a misteriosa morte de
9L
Buell Quain, antropólogo americano que se suicidou
no Brasil em 1939.
94
10. Leia este trecho de Nove Noites:
92

II. É um romance publicado em 2002 que retoma a


“Leusipo perguntou o que eu tinha ido fazer na aldeia. tradição do romance-reportagem, muito em voga nos
59

Preferi achar que o tom era amistoso e, no meu anos de 1970, que, com base em fontes diversas –
71

paternalismo ingênuo, comecei a lhe explicar o que era um jornais, cartas, entrevistas, fotos e depoimentos –
74

romance. Eu tentava convencê-lo de que não havia motivo elucida, do ponto de vista realista, o mistério em torno
para preocupação. Tudo o que eu queria saber já era do suposto suicídio de Buell Quain.
OS

conhecido. E ele me perguntava: "Então, por que você quer


III. É um romance cuja alternância entre dois planos
saber, se já sabe?" Tentei lhe explicar que pretendia
MP

narrativos – a carta de Manoel Perna e o discurso do


escrever um livro e mais uma vez o que era um romance, o
narrador-investigador – conduz a um desfecho no qual
que era um livro de ficção (e mostrava o que tinha nas
CA

não se chega à conclusão definitiva sobre as razões do


mãos), que seria tudo historinha, sem nenhuma
suicídio de Buell Quain.
consequência na realidade. Ele seguia incrédulo. Fazia-se de
E
LD

desentendido, mas na verdade só queria me intimidar. As IV. É um romance em que o narrador-investigador,


minhas explicações sobre o romance eram inúteis. Eu após coletar uma série de informações, descobre que
DO

tentava dizer que, para os brancos que não acreditam em Buell Quain não se suicidou, pois, em uma viagem para
deuses, a ficção servia de mitologia, era o equivalente dos os Estados Unidos, o narrador encontra e conversa
SY

mitos dos índios, e antes mesmo de terminar a frase, já não com esse antropólogo, um velho senhor, em seu leito
sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a não ser: de morte.
E
EN

"O que você quer com o passado?". Repetia. E, diante da


sua insistência bovina, tive de me render à evidência de que Assinale a alternativa CORRETA.
LIZ

eu não sabia responder à sua pergunta.”


a) Somente a afirmativa II é verdadeira.
49

Bernardo Carvalho, Nove noites. Adaptado.


b) Somente a afirmativa III é verdadeira.
9

As respostas do narrador às perguntas de Leusipo são c) Somente a afirmativa IV é verdadeira.


92

uma tentativa de disfarçar o caráter d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.


59

e) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.


a) fabular do romance, inspirado nas lendas e tradições dos
71

Krahô. 13. Avalie os seguintes comentários a respeito de


74

b) investigativo do romance, embasado em testemunhos Nove Noites.


dos Krahô.
OS

c) político do romance, a respeito das condições de vida dos


I. No embaralhamento de fatos e relatos, a figura do
MP

Krahô.
narrador-detetive ou narrador-jornalista se perde no
d) etnográfico do romance, através do registro da cultura
emaranhado de tais relatos, tentando seguir as
CA

dos Krahô.
pegadas dos textos para reconstruir seu sentido.
e) biográfico do romance, relatando sua vivência junto aos
E

Krahô. II. No trabalho de reelaboração dos fatos e ideias, as


LD

lacunas e vazios de palavras exigem uma


DO

11. Sobre a obra Nove noites, de Bernardo Carvalho, complementação fantasiosa que desvirtua totalmente
só NÃO é correta a seguinte afirmativa: as pistas verdadeiras.
SY

a) A obra tem enredo bem arranjado, Quain de fato existiu, III. No início da narrativa, o leitor ou o interlocutor, já
E

o autor soube da história através de um artigo no Jornal de se deparam com uma advertência de que toda verdade
EN

24
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – NOVE NOITES

SY
é movediça e incompleta estando, portanto, perdida 16. Assinale a alternativa CORRETA a respeito de

E
EN
em contradições. Nove Noites.
Assinale a alternativa que contenha apenas os

IZ
comentários CORRETOS. a) A narrativa é marcada pela subjetividade, com excesso de

9L
derramamentos emotivos, sentimentais.
b) Na narrativa há inúmeros comentários sobre o divórcio

94
a) I e II.
dos pais de Quain, o que faz com que os conflitos conjugais

92
b) I e III.
tenham grande relevância na obra.

59
c) II.
c) Ao final da narrativa, os mistérios que cercam a morte de
d) II e III.

71
Quain permanecem insolúveis.
e) III. d) Uma característica do etnólogo era sua ganância e a

74
importância exagerada que ele dava ao dinheiro.
14. Avalie as afirmativas a respeito de Nove Noites.

S
e) A insatisfação sobre o andamento de seus trabalhos é tida

O
como forte motivo para o seu suicídio.

MP
I. Nove Noites é uma narrativa inventada a partir dos
interstícios de uma realidade dada (o suicídio de um

CA
antropólogo).

DE
II. As vozes que articulam os relatos deparam-se com
as verdades precárias, fragmentadas, errantes e,

L
diante da incerteza, a possibilidade de uma outra

DO
realidade torna-se inevitável; realidade essa apoiada
na ficção.

SY
III. O narrador-jornalista tem certeza de encontrar a

E
EN
verdade sobre a morte de Buell Quain, pois está
consciente de que os documentos e as cartas são

IZ
suficientes na decifração do que teria levado o
antropólogo a se matar.
9L
94
IV. Diante da impossibilidade de solução, a criação do
92

romance como ficção torna-se a saída para o enigma


59

ainda não solucionado. Entretanto, a publicação do


romance, sustentada por depoimentos e
71

personalidades reais, corria o risco de cair no ridículo,


74

caso surgisse algum parente de Buell Quain com “a


solução de toda a história e o motivo real do suicídio”.
OS
MP

Estão CORRETAS apenas as afirmativas:


CA

a) I, II e III.
b) I, II e IV.
E
LD

c) II e IV.
d) I e IV.
DO

e) III e IV.
SY

15. Todas as passagens, do romance Nove noites,


E

evidenciam uma combinação entre memória e


EN

imaginação, EXCETO:
LIZ

a) “O que agora lhe conto é a combinação do que ele me


contou e da minha imaginação ao longo de nove noites.”
49

b) “Mas a idéia de uma relação ambígua com a irmã, embora


9

imaginária, nunca mais me saiu da cabeça, como uma


92

assombração cuja verdade nunca poderei saber.”


59

c) “Assim como o que tento lhe reproduzir agora, e você


71

terá que perdoar a precariedade das imagens de um


74

humilde sertanejo que não conhece o mundo e nunca viu a


neve e já não pode dissociar a sua própria imaginação do
OS

eu ouviu.”
d) “Meu pai morreu há mais de onze anos, às vésperas da
MP

guerra que antecedeu a atual e que de certa forma a


CA

anunciou. Hoje, as guerras são permanentes.


E
LD

GABARITO
DO

1-C 2-A 3-C 4-E 5-E


6-D 7-D 8-A 9-C 10 - B
SY

11 - A 12 - D 13 - E 14 - B 15 - C
E

16 - C
EN

25
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – O LIVRO DAS SEMELHANÇAS

SY
1. Assinale a alternativa correspondente à obra O 4. Leia o poema Boa ideia para um poema da obra O

E
EN
Livro das semelhanças de Ana Martins Marques. livro das semelhanças de Ana Martins Marques.
a) É um romance jornalístico pertencente à literatura

IZ
contemporânea brasileira. Boa ideia para um poema

9L
b) É um clássico brasileiro símbolo do Naturalismo.
c) É uma obra de contos integrada ao Modernismo Anotei uma frase num caderno

94
brasileiro. encontrei-a algum tempo depois

92
d) É um livro de poesias pertencente à literatura pareceu-me uma boa ideia para um poema

59
contemporânea brasileira. escrevi-o rapidamente
o que é raro

71
e) É um poema pertencente à literatura regionalista
brasileira. logo depois me ocorreu que a frase anotada no caderno

74
parecia uma citação
pensei me lembrar que a copiara de um poema

S
2. Leia o poema Esconderijo da obra O livro das

O
semelhanças de Ana Martins Marques. pensei me lembrar que lera o poema numa revista

MP
procurei em todas as revistas
Esconderijo são muitas

CA
Involuntariamente plagiado do não encontrei
poema “Os vivos devem pensei: se eu não tivesse me lembrado de que a frase não

DE
ultrapassar os mortos”, de Robert era minha
ela seria minha?

L
Bringhurst, em tradução de Virna

DO
Teixeira publicada no número 17 pensei: se eu me lembrasse onde li todas as frases que
da revista Inimigo Rumor. escrevi

SY
alguma seria minha?
Estas são palavras que eu não pensei: é um plágio se ninguém nota?

E
pensei: devo livrar-me do poema?

EN
deveria dizer
pensei: é um poema tão bom assim?

IZ
palavras que ninguém pensei: palavras trocam de pele, tanto roubei por amor, em
devia ouvir 9L
quantos e quantos livros já li
histórias sobre nós dois
94
que elas permanecessem no silêncio pensei: nem era um poema tão bom assim
92

de onde vêm
59

Observe as afirmativas a seguir e assinale a


71

no fundo escuro da língua alternativa CORRETA.


74

cheio de doçura e ruídos


a) O poema está centralizado unicamente no ato de pensar.
b) o verso em que o eu lírico declara “palavras trocam de
OS

com o ranço informulado


dos segredos pele, tanto roubei por amor” pode ser associado ao
MP

repertório literário que inspirou o eu lírico a realizar suas


por via das dúvidas escondi-as aqui criações poéticas e, por isso, tornaram-se obras parecidas.
CA

neste poema c) O eu lírico objetiva mostrar que as criações poéticas


onde ninguém as vai encontrar precisam ser autorais e originais, caso contrário, não serão
E
LD

uma boa criação, isso fica claro no último verso “pensei: nem
Observe as afirmativas a seguir e analise a veracidade era um poema tão bom assim”.
DO

das alternativas d) O eu lírico aponta que mesmo existindo possibilidades de


alterar a frase, ela continua não sendo autoral, por isso,
SY

I. Há contradição entre a primeira e a segunda configura-se plágio utilizá-la, mesmo que não seja possível
estrofe. notar que foi plagiada, isso fica claro no verso “pensei: é um
E
EN

plágio se ninguém nota?”


II. O termo “língua” pode ser entendido tanto como
e) O poema mostra que a memória é a principal aliada para
órgão quanto idioma.
LIZ

evitar o plágio, é por esse motivo que o eu lírico retorna às


III. O título indica a temática central do poema, o suas lembranças, um exemplo disso é o verso “pensei me
49

próprio esconderijo. lembrar que a copiara de um poema”.


9

IV. O poema se configura como o esconderijo.


92

Leia o poema Primeiro poema da obra O livro das


Estão CORRETAS as afirmativas:
59

semelhanças de Ana Martins Marques que


71

corresponde às questões 5 e 6.
a) I e II.
74

b) I, III e IV.
Primeiro poema
c) I, II e III.
OS

d) II, III e IV.


O primeiro verso é o mais difícil
e) I, II e IV.
MP

o leitor está à porta


não sabe ainda se entra ou só espia
CA

3. Assinale a alternativa que NÃO corresponde às


se se lança ao livro
partes da obra O Livro das semelhanças de Ana
ou finalmente encara
E

Martins Marques.
LD

o dia
a) Cartografias. o dia: contas a pagar
DO

b) Visitas ao lugar-comum. correspondência atrasada


SY

c) Paisagens com figuras. congestionamentos


d) Livro. xícaras sujas
E

e) O livro das semelhanças.


EN

26
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – O LIVRO DAS SEMELHANÇAS

SY
aqui ao menos não encontrarás, a) O eu lírico do poema A imagem e a realidade de Ana

E
EN
leitor, Martins Marques é pessimista diante da realidade observada,
xícaras sujas é possível atribuir isso a sua melancolia sobre a imagem

IZ
desfeita e a imagem do arranha-céu pela metade.

9L
5. Observe as afirmativas a seguir e analise a b) Diferentemente do eu lírico de A imagem e a realidade de
veracidade das alternativas. Ana Martins Marques, o eu lírico de A realidade e a imagem

94
de Manuel Bandeira tem uma posição neutra e analítica,

92
I – É um poema metaliterário.
buscando fazer apenas uma descrição da realidade

59
II – É um poema que está em 1ª pessoa. observada.

71
III – É um poema que exercita a interlocução com c) O poema A imagem e a realidade de Ana Martins Marques
uma segunda pessoa, o leitor. trabalha, de modo distinto, com a mesma noção de espaço

74
IV – É um poema que enaltece o dia a ser encarado e e imagem presente em A realidade e a imagem de Manuel

S
inferioriza a experiência literária. Bandeira.

O
d) A temática central de ambos poemas é a chuva por ser a

MP
Estão CORRETAS as afirmativas: responsável por constituir o elemento que gera a reflexão,
portanto, a poça.

CA
a) I e II. e) As pombas retratadas em ambos poemas ocupam uma
b) I, II e III. posição primária de relevância por serem responsáveis pela

DE
c) I, III, IV. ação em que se decorre a reflexão.
d) I e III.

L
DO
e) I, II, III, IV. 8. Leia o poema 2 da obra O livro das semelhanças de
Ana Martins Marques.

SY
6. Assinale a alternativa CORRETA sobre o poema
Primeiro poema.

E
EN
2
a) O poema representa, simbolicamente, o início do livro

IZ
que é marcado pela metáfora da porta. Pagar para ver
b) O título Primeiro poema tem relação direta com o fato
desse poema ser o primeiro poema do livro. 9L e receber
94
em troca
c) O poema demonstra que o cotidiano é dispensável diante vistas parciais
92

da experiência e produção literárias. uns cobres


59

d) O poema apresenta o cotidiano e a literatura como de paisagem


71

experiências equivalentes.
e) O eu lírico do poema ao trazer aspectos ruins do cotidiano
74

demonstra sua melancolia. Com base nas características do poema, em qual seção
OS

do livro encontra-se este poema?


7. Analise e compare o poema A realidade e a imagem a) Cartografias.
MP

de Manuel Bandeira e A imagem e a realidade de Ana b) Visitas ao lugar-comum.


Martins Marques. c) O livro das semelhanças
CA

d) Livro.
A realidade e a imagem e) Nenhuma das alternativas.
E
LD

(Manuel Bandeira) 9. Leia o poema Ideias para um livro da obra O livro


DO

das semelhanças de Ana Martins Marques.


O arranha-céu sobe no ar puro lavado pela chuva
SY

E desce refletido na poça de lama do pátio.


Entre a realidade e a imagem, no chão seco que as separa, Ideias para um livro
E
EN

Quatro pombas passeiam.


I
LIZ

A imagem e a realidade Uma antologia de poemas escritos


por personagens de romance
49

(Ana Martins Marques)


9

Refletido de um poema de Manuel II


92

Bandeira Uma antologia de poemas-


59

Refletido na poça -epitáfios


71

do pátio
o arranha-céu cresce
74

III
para baixo Uma antologia de poemas que citem
OS

as pombas — quatro — o nome dos poetas que os escreveram


voam no céu seco
MP

até que uma delas pousa IV


na poça Uma antologia de poemas
CA

desfazendo a imagem que atendam às condições II e III


dos seus tantos andares
E

V
LD

o arranha-céu
agora tem metade Um livro de poemas
DO

que sejam ideias para livros de poemas


Assinale a alternativa CORRETA em relação aos
SY

VI
poemas.
Este livro de poemas
E
EN

27
LIZ
L
DO
LITERATURA – LISTA DE EXERCÍCIOS – O LIVRO DAS SEMELHANÇAS

SY
Observe as afirmativas a seguir e assinale a 11. Leia o poema abaixo da obra O livro das

E
EN
alternativa CORRETA em relação ao poema. semelhanças de Ana Martins Marques.

IZ
a) O poema faz parte da primeira seção do livro em que os Não sei viajar não tenho disposição não tenho coragem

9L
títulos dos poemas correspondem à estrutura de um livro:
Capa, Título, Dedicatória, entre outros. mas posso esquecer uma laranja sobre o México

94
b) O poema faz parte da seção Livro e representa a ideia
desenhar um veleiro sobre a Índia

92
para produção da seção. pintar as ilhas de Cabo Verde uma a uma

59
c) O poema não pertence a nenhuma seção do livro, mas é
como se fossem unhas

71
o primeiro poema da obra O livro das semelhanças. duplicar a África com um espelho
d) O poema faz parte da seção Livro das Semelhanças em
criar sobre o Atlântico um círculo de água

74
que os poemas são centrados em seres mitológicos, a
pousando sobre ele meu copo de cerveja

S
exemplo dos poemas Centauro e Ícaro. circunscrever a Islândia com meu anel de noivado

O
e) O poema Ideias para um livro é o primeiro poema da
ou ocultar o Sri Lanka depositando sobre ele

MP
seção Livro das Semelhanças em que os poemas têm como
uma moeda média
temática central o amor, a exemplo dos poemas Três vezes
visitar os nomes das cidades

CA
tu e O que já se disse do amor. levar o mundo a passeio
por ruas conhecidas

DE
10. Leia e analise os poemas Capa e Contracapa da abrir o mapa numa esquina, como se o consultasse apenas

L
obra O livro das semelhanças de Ana Martins para que

DO
Marques. tome algum sol

SY
Capa O poema foi retirado da seção cartografias. Sobre a
seção, é correto afirmar:

E
EN
Um biombo
entre o mundo a) Os poemas da seção apresentam o lirismo amoroso, e a

IZ
e o livro imagem do mapa seria o eixo central das metáforas.

Contracapa 9L
b) Os poemas da seção retratam o processo minucioso de
94
criação, produção e análise de mapas gráficos.
c) Os poemas da seção apresentam a observação do mapa
92

Um biombo como material lúdico capaz de incitar a imaginação.


59

entre o livro d) Os poemas da seção retratam o mapa com a


e o mundo
71

funcionalidade de guia do indivíduo devido às suas


74

representações do espaço.
Observe as afirmativas a seguir e assinale a e) Os poemas da seção se complementam de modo a
alternativa INCORRETA.
OS

apresentar possibilidades de divertimento com um mapa, já


que o eu lírico tem medo de viajar.
MP

a) “Mundo” em ambos poemas é entendido como mundo


literário e o “biombo”, em sentido metafórico, seria o
CA

elemento que une o mundo literário ao livro.


b) A palavra biombo é utilizada como uma metáfora que
E

pode indicar barreira ou separação.


LD

c) A inversão de “livro” e “mundo” entre os poemas tem


DO

relação com a distinção entre a realidade e a experiência


literária.
SY

d) Os títulos Capa e Contracapa representam as respectivas


funções desses elementos constitutivos do livro que serão
E

abordadas pelo eu lírico no poema.


EN

e) O livro, nas abordagens, pode ser apontado como uma


LIZ

fronteira entre a realidade e a estética literária.


9 49
92
59
71
74
OS
MP
CA
E
LD

GABARITO
1. D 2. E 3. C 4. B 5. D
DO

6. A 7. C 8. B 9. C 10. A
SY

11.A
E
EN

28
LIZ

Você também pode gostar