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Torres
Resumo:
O artigo busca realizar uma revisão da temática relacionada com a origem das
mitocôndrias em células eucariontes e, neste caso, da teoria endossimbiôntica.
Palavras-chave: Mitocôndrias; Teoria Endossimbiôntica.
Abstract:
The article seeks to review the theme related to the origin of mitochondria in eukaryotic
cells and, in this case, the endosymbiotic theory.
Keywords: Mitochondria; Endosymbiotic Theory.
Introdução
A organização interna das células vivas está relacionada à presença de organelas
especializadas, com estruturas complexas que possibilitam à vida se expressar em sua
plenitude.
É indiscutível, pelos registros fósseis, que organismos constituídos por células simples,
com pequena ou nenhuma organização intracelular, dominaram a Terra.
Acredita-se que no começo da vida, organismos aparentados à algas cianofíceas
regeram o planeta, tendo entrado porém, em declínio há, aproximadamente, 1,6 bilhões
de anos; semeando as sementes da própria extinção ao produzir oxigênio que, a um
ponto de massa crítico, já não pôde ser absorvido pelos oceanos e poderia ser
acumulado na atmosfera da Terra, tais organismos criaram condições de outros
organismos celulares poderem crescer em um ambiente oxigenado.
A origem e o desenvolvimento dos processos aeróbios e autotróficos em organismos
eucariontes resultam de processos simbióticos ancestrais, em que alfa-proteobactérias
originaram mitocôndrias e, ulteriormente, cianobactérias colonizaram e foram
integradas em células primitivas aeróbias evoluindo para cloroplastos (CARRAPIÇO;
RITA, 2009). Assim, estes novos organismos marcaram a origem das células
Analisando
Darwinistas clássicos, ou proponentes de teoria de seleção natural, discutiriam que algas
verde-azuis (= cianofíceas?) modificaram-se e realizaram ainda muitas mutações
vantajosas no transcorrer de milhões de anos até que, por competição e seleção, uma
combinação premiada de características permitiu às algas sobreviverem na presença de
oxigênio, embora como uma forma de vida mudada. A possibilidade de que todas as
plantas e animais se tenham desenvolvido por associações simbióticas de dois ou mais
seres vivos num passado remoto foi discutida por diversos cientistas originando acesos
debates desde os fins do século XIX.
O papel evolutivo da simbiose podia ser deduzido da observação dos líquenes,
associação de uma alga e de um fungo, das simbioses entre algas fotossintéticas e
animais, dos nódulos de leguminosas, associação de bactérias fixadoras de nitrogênio e
plantas, das micorrizas associação muito comum entre fungos e raízes de vegetais e das
observações citológicas da divisão de mitocôndrias e cloroplastos (SANTOS; MELO;
SANTOS, 2019).
Figura 4. Estrutura de uma eubactéria típica. A ilustração representa uma bactéria genérica, haja
vista que nem todas possuem todas as estruturas evidenciadas. As estruturas assinaladas em
vermelho representam aquelas observadas em todas as eubactérias (fonte: modificado de Silva,
2018).
Este gradiente de prótons energiza a membrana. Esta energia pode ser usada em
trabalho direto, um processo conhecido como próton força-motriz, ou pode ser
conduzida através de uma proteína especial conhecida como ATPase (ATPsintetase). A
ATPase pode realizar a conversão: ADP – ATP, através de uma endergônica que agrega
um Pi ao ADP.
Finalmente
A teoria endosimbiôntica é sustentada por exemplos naturais, observados de relações
simbióticas. Certos peixes marinhos podem emitir luz devido à presença de bactérias
luminosas no interior dos mesmos. Estas bactérias luminosas também vivem livremente
na água do mar, mas não apresentam luminosidade (DYER; OBAR, 1985). Outros
exemplos categóricos de simbiose são representados pelas relações entre vários fungos e
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