Exame de Filosofia 2024, 1 Fase, Critérios de Classificação

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Exame Final Nacional de Filosofia

Prova 714 | 1.ª Fase | Ensino Secundário | 2024


11.º Ano de Escolaridade
Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho | Decreto-Lei n.º 62/2023, de 25 de julho

Critérios de Classificação 15 Páginas

CRITÉRIOS GERAIS DE CLASSIFICAÇÃO

A classificação a atribuir a cada resposta resulta da aplicação dos critérios gerais e dos critérios específicos
apresentados para cada item e é expressa por um número inteiro.

A ausência de indicação inequívoca da versão da prova implica a classificação com zero pontos das respostas
aos itens de escolha múltipla.

HO
As respostas ilegíveis ou que não possam ser claramente identificadas são classificadas com zero pontos.

Em caso de omissão ou de engano na identificação de uma resposta, esta pode ser classificada se for
possível identificar inequivocamente o item a que diz respeito.

AL
Se for apresentada mais do que uma resposta ao mesmo item, só é classificada a resposta que surgir em
primeiro lugar. AB
ITENS DE SELEÇÃO

Nos itens de escolha múltipla, a pontuação só é atribuída às respostas que apresentem de forma inequívoca
a opção correta. Todas as outras respostas são classificadas com zero pontos.
TR

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, a transcrição do texto da opção escolhida é considerada
equivalente à indicação da letra correspondente.

ITENS DE CONSTRUÇÃO
DE

Nos itens de resposta restrita e nos itens de resposta extensa, os critérios de classificação podem apresentar-se
organizados apenas por níveis de desempenho ou por parâmetros com os respetivos níveis de desempenho.

A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação. Se permanecerem dúvidas quanto ao nível
a atribuir, deve optar-se pelo nível mais elevado de entre os dois tidos em consideração. Qualquer resposta
que não atinja o nível 1 de desempenho é classificada com zero pontos.
ÃO

Nos itens cujos critérios de classificação se apresentam organizados por parâmetros com os respetivos
níveis de desempenho, a classificação a atribuir à resposta resulta da soma das pontuações atribuídas aos
diferentes parâmetros.
RS

Os itens que requerem competências de problematização e de argumentação ou apenas de argumentação


podem incluir o parâmetro Comunicação. A resposta é classificada com zero pontos neste parâmetro se não
for atingido o nível 1 de desempenho em, pelo menos, um dos outros parâmetros.

As respostas que não apresentem os termos ou as interpretações constantes nos critérios específicos são
VE

classificadas em igualdade de circunstâncias com aquelas que os apresentem, desde que o seu conteúdo seja
cientificamente válido, adequado ao solicitado e enquadrado pelos documentos curriculares de referência.

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CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO

Item Versão 1 Versão 2 Pontuação

01. (D) (C) 11


02. (B) (A) 11
03. (C) (D) 11
04. (A) (B) 11

HO
05. (D) (C) 11
06. (C) (D) 11
07. (A) (A) 11

AL
08. (B) (A) 11
09. (A) (C) 11
10. (C) (D) 11

AB
TR
DE
ÃO
RS
VE

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11. .................................................................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Apresentação do princípio da utilidade:


− d
 e acordo com o princípio da utilidade (ou da maior felicidade), devemos maximizar a felicidade
agregada (OU o saldo de felicidade) OU uma ação é boa se maximiza a felicidade agregada.

Caracterização da imparcialidade exigida pelo princípio da utilidade:


− n
 o cálculo da felicidade agregada, aumentos (OU incrementos) iguais de felicidade têm o mesmo

HO
valor (OU peso), sejam quais forem os seres (OU indivíduos) que deles beneficiem;
− o
 cálculo utilitarista (feito ao agir ou ao avaliar uma ação) obriga-nos a adotar o ponto de vista de um
espectador benevolente e desinteressado.

AL
Nota ‒ Caso a apresentação do princípio da utilidade não seja feita no início da resposta, tal desvio em relação à
instrução do item, por si só, não compromete a qualidade do desempenho.

Nível Descritor de desempenho

AB Pontuação
TR
Apresenta corretamente o princípio da utilidade.
4 Caracteriza, de modo completo e preciso, a imparcialidade exigida pelo princípio da 14
utilidade.
Apresenta corretamente o princípio da utilidade.
Caracteriza, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas
DE

incompleto, a imparcialidade exigida pelo princípio da utilidade.


3 11
OU
Apenas caracteriza, de modo completo e preciso, a imparcialidade exigida pelo princípio
da utilidade.
Apresenta corretamente o princípio da utilidade.
ÃO

Caracteriza, de modo incompleto e com imprecisões, a imparcialidade exigida pelo


princípio da utilidade.
2 8
OU
Apenas caracteriza, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas
incompleto, a imparcialidade exigida pelo princípio da utilidade.
RS

Apenas apresenta corretamente o princípio da utilidade.


OU
1 4
Apenas caracteriza, de modo incompleto e com imprecisões, a imparcialidade exigida
pelo princípio da utilidade.
VE

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12. ................................................................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Apresentação inequívoca da posição defendida.

Argumentação a favor da posição defendida – cenários de resposta:

No caso de o examinando concordar com a perspetiva de Kant acerca do valor moral das ações
− (sim, é possível fazermos o bem e, mesmo assim, as nossas ações não terem valor moral;)
− s e uma pessoa for honesta por esperar colher benefícios da sua excelente reputação (e por recear
que a mais pequena desonestidade pudesse afetar a sua reputação), ela faz o bem, pois age
corretamente, de acordo com o seu dever OU se uma pessoa for generosa por sentir alegria na
dádiva e oferecer dinheiro para causas importantes (OU com valor reconhecido), ela faz o bem, pois

HO
ajuda os necessitados, de acordo com o seu dever (OU pois faz aumentar a felicidade, quer a sua
quer a dos outros);
− c ontudo, essa pessoa estaria a agir motivada por interesses (egoístas), ou por inclinações, ou por
impulsos, ou seja, apesar de fazer o bem, não agiria pelo único motivo que confere valor moral às

AL
ações: o cumprimento do dever (OU a determinação da vontade pelo puro respeito à lei moral);
− a
 sua ação apenas teria valor moral se o comportamento honesto fosse motivado pelo respeito à lei
moral que manda ser-se honesto OU a sua ação apenas teria valor moral se a oferta de dinheiro fosse

AB
motivada pelo respeito à lei moral que manda, estando isso ao nosso alcance, ajudar quem necessita
de ajuda.

No caso de o examinando discordar da perspetiva de Kant acerca do valor moral das ações
TR
− ( não, não é possível fazermos o bem e, mesmo assim, as nossas ações não terem valor moral OU se
fazemos o bem, então as nossas ações têm valor moral;)
− s e uma pessoa for honesta por esperar colher benefícios da sua excelente reputação (e por recear
que a mais pequena desonestidade pudesse afetar a sua reputação), ela faz o bem, pois (age de
acordo com regras morais e) o que faz tem boas consequências OU se uma pessoa for generosa por
DE

sentir alegria na dádiva e oferecer dinheiro para causas importantes (OU com valor reconhecido), ela
faz o bem, pois a sua ação tem boas consequências;
− o
 comportamento impoluto é bom se tem boas consequências, isto é, se contribui para aumentar
o saldo de felicidade, e a sua bondade é independente do motivo que o determina OU a oferta de
dinheiro para causas importantes (OU com valor reconhecido) é boa se tem boas consequências, isto
é, se contribui para aumentar o saldo de felicidade, e a sua bondade é independente do motivo que
ÃO

a determina;
− o
 motivo na origem das ações apenas é relevante para julgar o valor moral dos agentes, mas não o
das ações.
RS

Nota ‒ Os aspetos constantes nos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o
espectro de respostas adequadas possíveis.
VE

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

A – Argumentação a favor de uma posição pessoal .......................................................................................... 8 pontos


B – Adequação conceptual e teórica .................................................................................................................. 4 pontos
C – Comunicação ............................................................................................................................................... 2 pontos

Parâmetro Nível Descritor de desempenho Pontuação

Apresenta inequivocamente a posição defendida.


Evidencia competências argumentativas:
• apresenta, com clareza e correção, argumentos persuasivos, razões
3 ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição 8
defendida, ou contra posições rivais da defendida;
• articula adequadamente os argumentos, as razões ou os exemplos

HO
apresentados.

A Apresenta inequivocamente a posição defendida.


Evidencia competências argumentativas:
Argumentação • apresenta, com imprecisões, argumentos persuasivos, razões

AL
a favor de uma 2 ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição 5
posição pessoal defendida, ou contra posições rivais da defendida;
• elenca os argumentos, as razões ou os exemplos, sem os articular
adequadamente.

AB
Apresenta a posição defendida, ainda que de modo implícito.
Evidencia uma intenção argumentativa, mas os argumentos ou as razões
1 apresentados a favor da posição defendida, ou contra posições rivais 2
da defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou os exemplos
TR
selecionados são inadequados.
Aplica corretamente conceitos relevantes para a discussão do problema.
2 Mobiliza, com clareza e correção, (uma) perspetiva(s) teórica(s) 4
B adequada(s) à discussão do problema.
Adequação
Aplica, com imprecisões, conceitos relevantes para a discussão do
DE

conceptual e
problema.
teórica 1 2
Mobiliza, com imprecisões, (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à
discussão do problema.

Apresenta um discurso estruturado e fluente.


2 Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas 2
ÃO

C pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.


Comunicação Apresenta um discurso com falhas na estruturação ou pouco fluente.
1 Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas 1
pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.
RS

Nota ‒ A resposta é classificada com zero pontos no parâmetro C – Comunicação se não for atingido o nível 1 de
desempenho em, pelo menos, um dos outros parâmetros.
VE

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13. ................................................................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Descrição da distribuição que o princípio da diferença visa assegurar:


– o
 princípio da diferença regula as desigualdades económicas e sociais OU estabelece a condição em
que as desigualdades económicas e sociais são aceitáveis;
– a
 s desigualdades de rendimento e de riqueza devem ser ajustadas de modo a beneficiarem o mais
possível os membros menos favorecidos da sociedade OU a distribuição do rendimento e da riqueza
deve ser feita de modo a beneficiar o mais possível os membros menos favorecidos da sociedade.

Nível Descritor de desempenho Pontuação

HO
Descreve, de modo completo e preciso, a distribuição que o princípio da diferença visa
3 14
assegurar.
Descreve, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto,
2 9
a distribuição que o princípio da diferença visa assegurar.

AL
Descreve, de modo incompleto e com imprecisões, a distribuição que o princípio da
1 4
diferença visa assegurar.

AB
TR
DE
ÃO
RS
VE

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14. ................................................................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Crítica, com base na teoria da justiça de Rawls, da ideia de que há equivalência moral entre as
reivindicações dos dois grupos referidos no texto:
– as pessoas são livres e iguais (e isto decorre de todas terem certas capacidades – ou poderes –
morais, a saber: a capacidade para o bem, ou seja, a capacidade para adotar, prosseguir e rever
uma conceção pessoal do bem, e a capacidade para a justiça, ou seja, a capacidade para avaliar,
honrar e aplicar princípios de justiça);
– a marcha neonazi referida no texto (que acabou por não se realizar) seria um gesto de afirmação
de que algumas pessoas não são livres e iguais – no caso, os sobreviventes do Holocausto (OU os
judeus) –, ao passo que as marchas pelos direitos civis foram gestos de afirmação de que todas as

HO
pessoas são livres e iguais;
– (contrariamente ao que a ACLU defendeu) é falso que exista qualquer equivalência moral entre
as reivindicações de quem luta por direitos iguais (designadamente, direitos civis e oportunidades
iguais), combatendo discriminações injustificadas (e injustas), e as reivindicações dos neonazis

AL
(e, em geral, de todos os que se opõem aos princípios da igual liberdade e da igualdade de
oportunidades).

OU

AB
– o
 princípio da igual liberdade, que é o primeiro e mais importante princípio de justiça, estabelece
um sistema inviolável de direitos e liberdades fundamentais, e desse sistema fazem parte o direito
à integridade física e o direito à integridade psicológica, que são, assim, direitos fundamentais
TR
protegidos pelo primeiro princípio;
– a
 reivindicação de direitos civis para os afro-americanos reconhece esses direitos fundamentais como
aspetos indispensáveis da dignidade de qualquer pessoa, mas a reivindicação de que os sobreviventes
do Holocausto não têm direito à existência não lhes reconhece a dignidade de serem pessoas;
– a
 reivindicação que reconhece os direitos fundamentais referidos é protegida pelo primeiro princípio
DE

de justiça, mas não a reinvidicação dos grupos neonazis, pelo que não há equivalência moral entre
as duas reivindicações.

Nota ‒ Os aspetos constantes nos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o
espectro de respostas adequadas possíveis.
ÃO

Nível Descritor de desempenho Pontuação

Critica, de modo completo e preciso, com base na teoria da justiça de Rawls, a ideia de que
3 14
há equivalência moral entre as reivindicações dos dois grupos referidos no texto.
RS

Critica, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto,
2 com base na teoria da justiça de Rawls, a ideia de que há equivalência moral entre as 9
reivindicações dos dois grupos referidos no texto.
VE

Critica, de modo incompleto e com imprecisões, com base na teoria da justiça de Rawls,
1 a ideia de que há equivalência moral entre as reivindicações dos dois grupos referidos 4
no texto.

Prova 714/1.ª F. | CC • Página 7/ 15


15. ................................................................................................................................................... 14 pontos
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Apresentação inequívoca da posição defendida.

Argumentação a favor da posição defendida – cenários de resposta:

No caso de o examinando defender a existência de um critério satisfatório de demarcação entre


ciência e pseudociência
− é
 razoável presumir que a realização de testes empíricos rigorosos seja uma característica
indispensável da investigação científica;
− o
 ra, testar rigorosamente uma teoria significa procurar casos que a possam falsificar (OU casos que

HO
ela exclua/proíba), como se faz, por exemplo, na Física e na Química, em vez de procurar casos que
sejam concordantes com ela;
− a
 proposição (da astrologia) de que «os nativos de Caranguejo podem realizar no futuro um negócio
lucrativo», por exemplo, não pode ser falsificada, por não excluir nenhum estado de coisas (tanto se

AL
admite que o negócio se realize como que não se realize);
− e
 m geral, as teorias dos astrólogos são formuladas de tal modo que não admitem refutação, pois, não
havendo casos proibidos, todas as observações serão compatíveis com o seu conteúdo;

AB
− a falsificabilidade é um critério que permite demarcar satisfatoriamente ciência de pseudociência.

OU

− e
 spera-se que a ciência produza teorias (OU enunciados teóricos) que possam ser apoiadas por
TR
dados empíricos relevantes (provenientes de observações e experiências), como acontece, por
exemplo, na Biologia e na Geologia;
− o
 ra, há proposições (OU teorias OU enunciados teóricos) que não são suscetíveis de obter apoio
empírico, ou seja, que não podem ser confirmadas (OU que não são confirmáveis);
− a
 proposição de que um grande dilúvio já cobriu toda a Terra e de que foram necessárias intervenções
DE

sobrenaturais para que o dilúvio tivesse início e fim (que faz parte da teoria criacionista), por exemplo,
não pode ser confirmada, por não haver observações que sejam relevantes para tornar provável a
sua verdade;
− e
 m geral, teorias como a criacionista são formuladas de tal modo que nenhuma experiência as poderia
confirmar (OU de tal modo que delas não é possível deduzir proposições que possam ser apoiadas
ÃO

por dados empíricos relevantes);


− a confirmabilidade é um critério que permite demarcar satisfatoriamente ciência de pseudociência.

No caso de o examinando defender a inexistência de um critério satisfatório de demarcação


RS

entre ciência e pseudociência


− as disciplinas consideradas científicas são muito diferentes entre si nos seus métodos e finalidades;
− o
 s métodos e finalidades da Antropologia ou da Economia, por exemplo, são muito diferentes dos
métodos e finalidades da Física ou da Química;
VE

− a
 lém disso, também há investigação científica em que são cometidos erros metodológicos básicos
(OU conduzida de modo grosseiro OU que constitui má ciência);
− p
 arece não haver diferenças relevantes entre certos casos de má ciência e práticas típicas de
pseudociência (por exemplo, ignorar observações que contrariam as teorias que se pretende
estabelecer), mas tais casos continuam a ser encarados como ciência (ainda que má);
− por conseguinte, não parece possível demarcar satisfatoriamente ciência de pseudociência.

Nota – Os aspetos constantes dos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o
espectro de respostas adequadas possíveis.

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

A – Argumentação a favor de uma posição pessoal .......................................................................................... 8 pontos


B – Adequação conceptual e teórica .................................................................................................................. 4 pontos
C – Comunicação ............................................................................................................................................... 2 pontos

Parâmetro Nível Descritor de desempenho Pontuação

Apresenta inequivocamente a posição defendida.


Evidencia competências argumentativas:
• apresenta, com clareza e correção, argumentos persuasivos, razões
3 ponderosas e, pelo menos, um exemplo adequado e plausível a favor 8
da posição defendida, ou contra posições rivais da defendida;
• articula adequadamente os argumentos, as razões e o(s) exemplo(s)

HO
apresentado(s).

A Apresenta inequivocamente a posição defendida.


Evidencia competências argumentativas:
Argumentação • apresenta, com imprecisões, argumentos persuasivos, razões

AL
a favor de uma 2 ponderosas e, pelo menos, um exemplo adequado e plausível a favor 5
posição pessoal da posição defendida, ou contra posições rivais da defendida;
• elenca os argumentos, as razões e o(s) exemplo(s), sem os articular
adequadamente.

AB
Apresenta a posição defendida, ainda que de modo implícito.
Evidencia uma intenção argumentativa, mas os argumentos ou as razões
1 apresentadas a favor da posição defendida, ou contra posições rivais 2
da defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou o(s) exemplo(s)
TR
selecionado(s) é(são) inadequado(s).
Aplica corretamente conceitos relevantes para a discussão do problema.
2 Mobiliza, com clareza e correção, (uma) perspetiva(s) teórica(s) 4
B adequada(s) à discussão do problema.
Adequação
Aplica, com imprecisões, conceitos relevantes para a discussão do
DE

conceptual e
problema.
teórica 1 2
Mobiliza, com imprecisões, (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à
discussão do problema.

Apresenta um discurso estruturado e fluente.


2 Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas 2
ÃO

C pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.


Comunicação Apresenta um discurso com falhas na estruturação ou pouco fluente.
1 Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas 1
pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.
RS

Nota ‒ A resposta é classificada com zero pontos no parâmetro C – Comunicação se não for atingido o nível 1 de
desempenho em, pelo menos, um dos outros parâmetros.
VE

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16. ................................................................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Caracterização do conceito de mundo da arte, de acordo com a perspetiva institucional da arte referida
no texto:
– o
 mundo da arte é a instituição social no âmbito da qual (OU o contexto institucional no âmbito do
qual) é conferido o estatuto de obra de arte a certos artefactos;
– ( uma vez que «o mundo da arte não requer procedimentos rigídos») qualquer pessoa pode
tornar-se membro desta instituição, desempenhando seja o papel de artista (pintores, escultores,
poetas, compositores, coreógrafos, etc.), seja o papel de público de uma dada forma de arte (públicos
da pintura, da dança, do teatro, da ópera, da música jazz, da música rock, etc.), seja o papel de
apresentador que faz a mediação (OU mediador) entre o artista e o público de cada forma de arte

HO
(diretores e curadores de museus de arte, programadores de acontecimentos artísticos, como
feiras ou festivais, jurados de concursos artísticos, comissários de exposições, galeristas, críticos
especializados das diferentes formas de arte, historiadores da arte e também, frequentemente,
encenadores, atores, intérpretes, etc.);

AL
– o
 s membros do mundo da arte têm consciência dos seus papéis e reconhecem o uso de certas
convenções na apresentação das obras que são propostas para apreciação.

AB
Nível Descritor de desempenho Pontuação

3 Caracteriza, de modo completo e preciso, o conceito de mundo da arte. 14

Caracteriza, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas


TR
2 9
incompleto, o conceito de mundo da arte.

1 Caracteriza, de modo incompleto e com imprecisões, o conceito de mundo da arte. 4


DE
ÃO
RS
VE

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17. ................................................................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Indicação de que a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe:
– não (OU a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe).

Justificação:
– P
 ascal reconheceu a natureza inconclusiva das «provas» da existência de Deus apresentadas pelos
seus predecessores, ou seja, reconheceu que não dispunha de um «argumento […] a favor da
verdade das crenças religiosas»;
– c iente de que não tinha justificação (OU razões epistémicas) para acreditar na existência de Deus

HO
(nem para não acreditar), procurou saber se tinha razões práticas, isto é, razões «a favor da utilidade
de acreditar»;
– p
 onderou quatro possibilidades: acreditar na existência de Deus e Deus existir; acreditar na existência
de Deus e Deus não existir; não acreditar na existência de Deus e Deus não existir; não acreditar na
existência de Deus e Deus existir;

AL
– c oncluiu que a aposta mais vantajosa era acreditar na existência de Deus, pois, caso Deus existisse,
poderia conquistar a salvação e, caso não existisse, nada de significativo perderia; em contrapartida,
se não acreditasse, deixar-se-ia condenar, caso Deus existisse, e nada de significativo ganharia, caso

AB
não existisse (por conseguinte, o argumento de Pascal consiste em tentar mostrar que, do ponto de
vista prático OU prudencial, é preferível acreditar que Deus existe).
TR
Nível Descritor de desempenho Pontuação

Indica que a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe.
5 Justifica de modo completo e preciso. 14
Integra adequadamente informação do texto.
Indica que a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe.
DE

Justifica de modo completo e preciso.


4 11
Integra, com falhas, informação do texto: transcreve expressões do texto sem indicação
de citação, ou usa o texto com imprecisões para ilustrar o que afirma.
Indica que a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe.
3 Justifica de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto. 8
Integra adequadamente informação do texto.
ÃO

Indica que a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe.
Justifica de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto.
2 5
Integra, com falhas, informação do texto: transcreve expressões do texto sem indicação
de citação, ou usa o texto com imprecisões para ilustrar o que afirma.
RS

Indica que a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe.
Justifica de modo incompleto e com imprecisões.
Pode integrar com falhas informação do texto, ou não integrar informação do texto.
OU
VE

1 Não indica que a aposta de Pascal não permite concluir que Deus existe OU indica, 2
incorretamente, que a aposta de Pascal permite concluir que Deus existe.
Explica corretamente aspetos centrais da aposta de Pascal (por exemplo, explica as
quatro possibilidades consideradas por Pascal e as implicações de cada uma delas).
Pode integrar com falhas informação do texto, ou não integrar informação do texto.

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18. ................................................................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Clarificação do problema:
− o
 problema do livre-arbítrio é o de compatibilizar/conciliar duas crenças (plausíveis): por um lado,
acreditamos que muitas das coisas que fazemos resultam de escolhas livres (escolhemos de uma
maneira, mas podíamos ter escolhido de outra); por outro lado, acreditamos que, na natureza, da qual
fazemos parte, tudo é determinado (de acordo com as leis da natureza);
− a
 dificuldade em compatibilizar/conciliar as duas crenças está em parecer que a aceitação do
determinismo em todos os fenómenos, incluindo os mentais, não deixa lugar para a noção de escolha
genuína, inerente à noção de livre-arbítrio, e que, por sua vez, a existência de livre-arbítrio põe em
causa o funcionamento determinístico da natureza.

HO
Apresentação inequívoca da posição defendida.

Argumentação a favor da posição defendida – cenários de resposta:

AL
No caso de o examinando defender que a existência de livre-arbítrio não é a melhor explicação
para «o sentimento inevitável de que nós tomamos decisões para agir desta ou daquela forma»
− m
 uitas vezes estamos conscientes do que queremos e, quando fazemos o que queremos, encontramos

AB
um nexo causal entre o que queremos e o que fazemos;
− c ontudo, não estamos conscientes dos processos fisiológicos que, de modo determinístico, levaram
a um estado mental de preferência (ou querer) e a um comportamento concordante com esse estado
TR
mental;
− a
 ausência de consciência destes processos fisiológicos leva-nos a pensar que as nossas preferências
escapam à determinação pelas leis da natureza (OU escapam à causalidade natural) e que resultam
autenticamente da nossa vontade livre (OU resultam da causalidade do agente);
− à
 medida que cresce o conhecimento acerca dos processos fisiológicos na origem dos estados
DE

mentais, decresce o número de comportamentos atribuídos a uma vontade genuinamente livre (por
exemplo, atualmente, comportamentos associados às dependências são interpretados como doenças
e tratados com medicação, e não com apelos ao autocontrolo).

No caso de o examinando defender que a existência de livre-arbítrio é a melhor explicação para


«o sentimento inevitável de que nós tomamos decisões para agir desta ou daquela forma»
ÃO

− a
 natureza funciona de modo determinístico, mas também é um facto natural que os sistemas nervosos
mais evoluídos não estão equipados apenas com a capacidade de, perante certos estímulos externos,
reagir de uma certa maneira (por exemplo, perante um estímulo de calor excessivo, movimentar-se
na direção oposta à fonte de calor);
RS

− o
 s sistemas nervosos mais evoluídos e complexos – por exemplo, o humano – conseguem interpretar
estímulos e circunstâncias externas, podendo em certos casos atribuir-lhes significados variáveis
de indivíduo para indivíduo, e, além disso, conseguem (de modo astuto, inteligente e até criativo)
produzir respostas surpreendentes, inovadoras ou únicas;
VE

− o livre-arbítrio é uma propriedade dos sistemas nervosos evoluídos e intervém tanto em


comportamentos com conteúdo moral como em comportamentos criativos, tais como a criação
artística, a elaboração de sistemas jurídicos ou a gestão do quotidiano;
− a
 firmar que alguns comportamentos resultam em parte do livre-arbítrio não é o mesmo que afirmar
que todos resultam, ou que todos resultam da mesma maneira (por exemplo, os sistemas nervosos
mais evoluídos e complexos incorporam esquemas instintivos de reação às ameaças à sobrevivência,
e tais esquemas também podem explicar alguns dos nossos comportamentos).

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OU

− a
 natureza funciona causalmente, ou seja, certos estados de coisas, em conjunto com certas leis
gerais, determinam o que ocorrerá;
− o
 funcionamento (deterministicamente) causal da natureza cobre os processos fisiológicos que levam
a estados mentais de preferência (ou querer) e a comportamentos concordantes com esses estados
mentais, ou seja, as nossas escolhas são (deterministicamente) causadas;
− a
 inda que sejam (deterministicamente) causadas – e, nessa medida, explicáveis por referência a
certos estados de coisas anteriores e a certas leis gerais (determinísticas) –, desde que não sejamos
coagidos ou forçados, as nossas escolhas são livres;
− a
 ação livre requer, não a ausência de causa (determinística) (ou seja, não a ausência de explicação
por referência a certos estados de coisas anteriores e a certas leis gerais determinísticas), mas a
ausência de coação (ou seja, a ação livre requer que a ação também decorra da vontade do agente).

HO
OU

− a
 natureza (OU o mundo natural) funciona causalmente, ou seja, certos estados de coisas, em

AL
conjunto com certas leis gerais, determinam o que ocorrerá;
− c ontudo, pelo menos no caso dos seres humanos, a mente e a vontade são de ordem imaterial,
distinta da ordem material do corpo (este, sim, na sua morfologia e na sua fisiologia, inteiramente
sujeito ao funcionamento determinístico da natureza), e esta distinção é interiormente vivida (OU

AB
sentida OU percebida) por todos, não sendo razoável descartá-la como mera ilusão (OU como mera
ilusão em contradição com o que atualmente sabemos acerca do funcionamento do cérebro);
− ( dada a sua imaterialidade) a mente e a vontade não estão sujeitas ao funcionamento determinístico
TR
da natureza, e é isso que explica e torna possível a autonomia (moral) das pessoas;
− e
 m muitos casos, impulsos ou instintos (com origem no corpo) podem inclinar as pessoas a
agir de um certo modo, mas está ao seu alcance agir de um modo contrário a tais inclinações,
autodeterminando-se OU determinando-se por uma mente e uma vontade livres (OU em muitos casos,
a mente e a vontade livres das pessoas podem dar origem a novas cadeias causais, dependentes da
causalidade do agente).
DE

Nota ‒ Os aspetos constantes nos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o
espectro de respostas adequadas possíveis.
ÃO
RS
VE

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

A – Problematização ........................................................................................................................................... 2 pontos


B – Argumentação a favor de uma posição pessoal .......................................................................................... 6 pontos
C – Adequação conceptual e teórica .................................................................................................................. 4 pontos
D – Comunicação ............................................................................................................................................... 2 pontos

Parâmetro Nível Descritor de desempenho Pontuação

A 2 Clarifica adequadamente o problema filosófico proposto. 2

Problematização 1 Clarifica com imprecisões o problema filosófico proposto. 1

HO
Apresenta inequivocamente a posição defendida.
Evidencia competências argumentativas:
• apresenta, com clareza e correção, argumentos persuasivos, razões
3 ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição 6

AL
defendida, ou contra posições rivais da defendida;
• articula adequadamente os argumentos, as razões ou os exemplos
apresentados.

AB
B Apresenta inequivocamente a posição defendida.
Evidencia competências argumentativas:
Argumentação • apresenta, com imprecisões, argumentos persuasivos, razões
a favor de uma 2 ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição 4
posição pessoal defendida, ou contra posições rivais da defendida;
TR
• elenca os argumentos, as razões ou os exemplos, sem os articular
adequadamente.
Apresenta a posição defendida, ainda que de modo implícito.
Evidencia uma intenção argumentativa, mas os argumentos ou as razões
1 apresentados a favor da posição defendida, ou contra posições rivais 2
DE

da defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou os exemplos


selecionados são inadequados.
Aplica corretamente conceitos relevantes para a discussão do problema.
2 Mobiliza, com clareza e correção, (uma) perspetiva(s) teórica(s) 4
C adequada(s) à discussão do problema.
Adequação
Aplica, com imprecisões, conceitos relevantes para a discussão do
ÃO

conceptual e
problema.
teórica 1 2
Mobiliza, com imprecisões, (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à
discussão do problema.

Apresenta um discurso estruturado e fluente.


RS

2 Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas 2


D pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.
Comunicação Apresenta um discurso com falhas na estruturação ou pouco fluente.
1 Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas 1
VE

pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

Nota ‒ A resposta é classificada com zero pontos no parâmetro D – Comunicação se não for atingido o nível 1 de
desempenho em, pelo menos, um dos outros parâmetros.

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COTAÇÕES

As pontuações obtidas
nas respostas a estes
12 itens da prova contribuem 2. 3. 8. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. Subtotal
obrigatoriamente para
a classificação final.

HO
Cotação (em pontos) 11 11 11 11 14 14 14 14 14 14 14 14 156
Destes 6 itens, contribuem
para a classificação final da
1. 4. 5. 6. 7. 9. Subtotal
prova os 4 itens cujas respostas
obtenham melhor pontuação.

AL
Cotação (em pontos) 4 × 11 pontos 44
TOTAL 200

AB
TR
DE
ÃO
RS
VE

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