Cópia de SANTANA Revolução Cultural Chinesa
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Resumo:
Este artigo analisa a história da Revolução Cultural Chinesa ocorrida entre
1966 e 1976. Investigando esse importante período da história recente da
China. Nosso trabalho busca compreender essa tentativa de construção de
um estilo específico de socialismo baseado no retorno periódico dos
militantes do Partido Comunista Chinês ao trabalho no campo e nas fábricas
visando, através deste contato com as massas, a criação de uma nova
sociedade edificada sob um conjunto de valores morais.
Palavras-chave: Revolução Cultural; China; Mao Tsé Tung.
Abstract:
This article analyzes the history of Chinese Cultural Revolution that occurred
between 1966 and 1976. Investigating this important period the recent
history of China, our work aims to understand this attempt to construct a
style of socialism specific based on periodic return militants Chinese
Communist Party to the work in the field and factories to through this contact
with the masses to create a new society built on a set of moral values.
Keywords: Cultural Revolution; China; Mao Tsé Tung.
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Foi justamente nesse contexto do cisma sino soviético que Mao Tsé
Tung começou a refletir sobre os caminhos que a revolução na China estaria
seguindo graças à crescente burocratização do Partido Comunista Chinês.
Para ele, mesmo que a sociedade chinesa fosse controlada por um partido
proletário ela não estaria livre de ver ressurgir as antigas práticas capitalistas.
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A Revolução Cultural teve início com uma crítica literária a uma peça
de teatro chamada “A destituição de Hai Rui”, escrita pelo vice-prefeito de
Xangai, Wu Han, a qual promoveu uma luta no seio do Partido, logo que
tratava da estória de um funcionário antigo que havia sido vítima do
imperador tirânico injustamente. Na verdade, essa peça fazia menção à
destituição do Marechal Peng Dehuai, ocorrida em 1959, quando este
escreveu uma carta tecendo críticas às políticas econômicas adotadas
durante o Grande Salto para Frente.1
Foi escrita uma crítica sobre esta peça na imprensa por Yao
Wenyuan, jornalista e membro da seção de propaganda do Comitê Municipal
de Shangai. Por trás desta crítica estava o descontentamento de Mao Tsé
Tung com o grupo da “elite funcional”, os quais haveriam abandonado as
suas posições socialistas.
Em meio a essa luta no interior do alto escalão, o documento A
Circular 16 de maio promoveu uma verdadeira reviravolta na Revolução Cultural,
já que rompeu com o procedimento de lutas secretas no Partido e trouxe à
tona as contradições existentes entre as facções, convocando a população a
lutar contra os quadros do alto escalão (NAVES, 2005). De modo que,
1
O Grande Salto para Frente foi um conjunto de medidas econômicas que visava a
reorganização e a aceleração da produção no campo através da iniciativa e mobilização
das massas. A implantação de tal idéia enfrentou inúmeros problemas, tais como as
calamidades naturais e a retirada dos técnicos soviéticos devido à ruptura das relações
entre os dois países, o que contribuiu para um processo de retração econômica que se
instalou no país no final dos anos 50 e início dos anos 60. (NAVES, 2005)
2
Segundo CHANG-SHENG (2005), dazibao é uma forma chinesa de declaração política.
São grandes folhas de papel, nas quais o autor escreve suas opiniões políticas. Foi
a mais comum forma de expressão política na China.
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cada vez mais dos camponeses nos seus hábitos e no seu tipo de trabalho
para se tornar um “homem novo”, ou seja, apto à revolução.
A integração na China não se restringiu somente ao campo, pois as
fábricas também foram utilizadas como locais de reeducação pelo trabalho,
já que a ação do Partido não deveria ficar restrita ao campo. O trabalho nas
cidades não deveria ser abandonado, pois, a ação do operariado serviria de
apoio à ação dos camponeses nas bases de apoio rurais. Logo, Mao afirmava
que “O nosso Partido deve, pois, prestar toda a atenção ao trabalho nas grandes
cidades e ao longo das principais vias de comunicação, e, em particular, ganhar
a si os operários e intelectuais”. (TSÉ TUNG, v. IV, 1979, 113)
Desde a fundação da República Popular da China, em 1949, o Partido
cobrava de seus quadros a renúncia aos hábitos burgueses e a dedicação
completa à revolução. A isto está diretamente ligado o combate ao
individualismo através da renúncia, do igualitarismo, da honestidade e do
fim da separação entre o trabalho manual e intelectual; sendo que esses
aspectos faziam parte da diretiva da “reeducação ideológica” através do
trabalho nas fábricas e no campo. Tanto que em 1937, Mao Tsé Tung
declamou numa Conferência Nacional do Partido Comunista que:
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Bibliografia
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