EQ601 GrupoA Relatório5

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Química


EQ601-A Laboratório de Engenharia Química I

EXPERIMENTO 5:
CAMADA LIMITE

Grupo A
Ana Cristine Boniatti Zilio RA: 231059
Deborah Leal Pedrassoli RA: 237858
Isabela Soares Antunes RA: 238008
Leandro Barbosa RA: 238108
Letícia Marques Rosa RA: 247892
Sabrina Megumi Hayata RA: 238274

Campinas
03 de junho de 2024
SUMÁRIO

1. DECLARAÇÃO DE AUTORIA E RESPONSABILIDADE........................................... 2


2. RESUMO.............................................................................................................................. 3
3. OBJETIVOS......................................................................................................................... 4
4. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 4
5.1. ESCOAMENTO EXTERNO E CAMADA LIMITE................................................... 4
5.2. UTILIZAÇÃO DE MICRÔMETRO PARA MEDIR DISTÂNCIAS.......................... 5
5.3. PERFIL DE VELOCIDADE E UTILIZAÇÃO DO TUBO DE PITOT.......................5
5.4. CLASSIFICAÇÃO DO ESCOAMENTO NA CAMADA LIMITE............................ 7
5.5. ESPESSURA DA CAMADA LIMITE.........................................................................8
6. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 10
6.1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...................................................................... 10
6.1.1. Calibração do micrômetro...............................................................................10
6.1.2. Camada limite................................................................................................... 11
7. DADOS EXPERIMENTAIS..............................................................................................11
8. MEMÓRIA DE CÁLCULO..............................................................................................14
8.1. CALIBRAÇÃO DO MICRÔMETRO E OBTENÇÃO DA DISTÂNCIA REAL..... 14
8.2. CÁLCULO DAS PROPRIEDADES DA ÁGUA E DO AR...................................... 15
8.3. CÁLCULO DA ALTURA REAL............................................................................... 16
8.4. CÁLCULO DA VELOCIDADE................................................................................ 16
8.5. CÁLCULO DO REYNOLDS..................................................................................... 17
8.6. CÁLCULO DA ESPESSURA DA CAMADA LIMITE............................................ 17
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................ 18
9.1. CALIBRAÇÃO DO MICRÔMETRO........................................................................ 18
9.2. PERFIS DE VELOCIDADE.......................................................................................18
9.3. ESPESSURA DA CAMADA LIMITE.......................................................................20
10. CONCLUSÕES E SUGESTÕES.................................................................................... 21
11. DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES............................................................................22
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 23

1
1. DECLARAÇÃO DE AUTORIA E RESPONSABILIDADE

Os integrantes do grupo A (Ana Cristine Boniatti Zilio, Deborah Leal Pedrassoli,


Isabela Soares Antunes, Leandro Barbosa, Letícia Marques Rosa e Sabrina Megumi Hayata)
da disciplina de EQ601 - Laboratório de Engenharia Química I, turma A, declaram que o
conteúdo apresentado neste relatório é original e foi escrito pelos participantes supracitados.
Asseguramos, também, que todo o material consultado para a escrita do relatório está
devidamente referenciado neste documento.

Campinas, 03 de junho de 2024

2
2. RESUMO

A camada-limite é um conceito fundamental para compreender o escoamento de


fluidos sobre superfícies, permitindo a um engenheiro químico otimizar os processos de
transferência de calor e massa, além de afetar significativamente o projeto de equipamentos e
sistemas de tubulação. Com base nessa importância, o Experimento 5 tem como objetivo
compreender os efeitos da rugosidade da superfície e do gradiente de pressão na espessura da
camada-limite e na velocidade de escoamento do fluido dentro dela. Dessa forma, foram
obtidos os perfis de velocidade e as curvas de espessura da camada limite em função da
distância da placa para quatro casos: placa lisa sem aletas, placa rugosa sem aletas, placa lisa
com aletas e placa rugosa com aletas. Os perfis de velocidade apresentaram bastante
proximidade com a literatura para a placa rugosa, mas apresentaram curva praticamente
constante para a placa lisa. O efeito do acoplamento de aletas com gradiente de pressão
desfavorável foi o esperado com base na literatura, com diminuição da velocidade. Por fim,
os resultados obtidos para a espessura da camada limite também foram condizentes com a
literatura, com a placa rugosa com aletas apresentando maior espessura e a placa lisa sem
aletas, a menor.

3
3. OBJETIVOS

O experimento tem como objetivo caracterizar o comportamento da camada limite em


uma placa plana. Para isso, deve-se construir uma curva de calibração do micrômetro, bem
como, determinar o regime de escoamento a partir do cálculo do Número de Reynolds.
Ademais, tem-se interesse em avaliar como obstáculos e a rugosidade da placa podem afetar
o comportamento da camada limite. Dessa forma, gera-se perfis de velocidade da camada
limite, assim como, determina-se a espessura e o regime de escoamento da camada limite.

4. INTRODUÇÃO

É de suma importância, na área de engenharia química, o estudo de escoamentos


através de sólidos que estão submersos em fluidos. Um exemplo de aplicação que pode ser
citado é o escoamento do ar sobre as turbinas em uma planta de energia eólica. Nesse sentido,
é importante compreender como esse tipo de escoamento (fluidos escoando sob sólidos
submersos) ocorre.
Para escoamentos de fluidos sob objetos submersos, no qual o fluido tem viscosidade
relativamente baixa, há a formação de um fenômeno conhecido como camada limite, que é
uma camada de espessura muito fina que se forma por volta do objeto que demarca a região
na qual as forças viscosas ou forças de atrito realmente impactam no escoamento. De acordo
com Prandtl (1904), o escoamento externo à essa camada pode ser considerado sem atrito, ou
seja, independente do sólido.
Para que os escoamentos externos sejam compreendidos em sua integridade, é
necessário considerar a presença da camada limite, assim como os efeitos de fatores como
rugosidade e gradientes de pressão podem ter no escoamento.

5. REVISÃO TEÓRICA

5.1. ESCOAMENTO EXTERNO E CAMADA LIMITE

Para escoamentos nos quais o objeto está submerso no fluido, ou seja, escoamentos
externos, tem-se uma peculiaridade divergente de escoamentos internos: formação da camada
limite para escoamento de fluidos pouco viscosos. Conforme previamente citado, a camada
limite define-se como uma fina camada que se forma em torno do objeto pelo qual o fluido

4
está escoando, onde tem-se o efeito de forças de atrito/forças viscosas, podendo dividir-se o
escoamento em interno à camada limite e externo (independente do sólido, onde as forças
viscosas resultantes são desprezíveis quando comparadas às inerciais ou forças de pressão). A
camada limite (CL) é uma fina região adjacente à superfície, onde o escoamento é
retardado pela influência da fricção entre o sólido e o fluido. (DE AZEVEDO MAIA, et al,
2024).

5.2. UTILIZAÇÃO DE MICRÔMETRO PARA MEDIR DISTÂNCIAS

O micrômetro é um instrumento utilizado para realizar a medição de pequenas


medidas (milésimos de milímetro) com alta precisão. O princípio de funcionamento do
instrumento está relacionado à rotação do parafuso micrométrico que é fixo a um corpo
cilíndrico, chamado de tambor, o qual contém uma escala graduada (YAMAGUTI, CRUZ,
NETO, 2023).
Apesar de ser um instrumento de alta precisão, o micrômetro precisa ser calibrado
para garantir que os erros envolvidos à medida sejam minimizados, garantindo, assim, a
qualidade dos dados obtidos. Para a calibração do micrômetro, utiliza-se a distância aferida
pelo mesmo e a distância real (medida por papel milimetrado, no caso do experimento) de
forma com que os dados sejam linearizados e sejam descobertos os coeficientes linear e
angular, relacionando, assim, a distância real (y) com aquela apresentada pelo micrômetro
(x), de acordo com a Equação 5.1:

𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (5.1)

5.3. PERFIL DE VELOCIDADE E UTILIZAÇÃO DO TUBO DE PITOT

O perfil de velocidade para o escoamento laminar da camada limite é previsível,


enquanto para o escoamento turbulento não. Para ambos os casos, entretanto, tem-se que o
princípio da aderência é seguido: a velocidade para y = 0 é nula para casos nos quais o objeto
está parado. Os perfis para uma placa plana parada podem ser representados pela Figura 4.2:

5
Figura 5.1 - Representação da camada limite (Pequeno, 2020).

O tubo de Pitot é um instrumento de medição que mede a velocidade de fluidos em


modelos físicos em laboratórios de hidráulica, em laboratórios de aerodinâmica e também na
hidrologia para a medição indireta de vazões em canais e rios, em redes de abastecimento de
água, em adutoras, em oleodutos e ainda a velocidade dos aviões, medindo a velocidade de
escoamento do ar (CRISTINE, et al, 2013). Para a determinação da velocidade no
experimento, faz-se necessário a utilização da Equação 5.2, equação de Bernoulli (ÇENGEL,
2007) para o tubo de Pitot, considerando-se como desprezível a perda de carga:

2 2
𝑃1 𝑣1 𝑃2 𝑣2
+ + 𝑧1 = + + 𝑧2 (5.2)
ρ𝑔 2𝑔 ρ𝑔 2𝑔

Considerando-se que a velocidade no ponto 2 é nula devido ao fenômeno de ponto de


estagnação, que as alturas (𝑧1e 𝑧2) são equivalentes, tem-se a velocidade para o tubo de Pitot

(Equação 5.3):

𝑣 = 2 𝑔 ∆ℎ (5.3)

Para o caso de placas inclinadas, o ângulo de inclinação θ deve ser considerado para o
cálculo da altura manométrica, de forma com que a velocidade para o caso de uso do tubo de
Pitot em placas inclinadas seja dada pela Equação 5.4:

𝑣 = 2 𝑔 ∆ℎ 𝑐𝑜𝑠 θ (5.4)

6
Ademais, é importante realizar o cálculo da correção da densidade para o caso dos
pontos 1 e 2 não serem de mesma composição (Equação 5.5):

(ρá𝑔𝑢𝑎 −ρá𝑟 )
𝑣 = 2 𝑔 ∆ℎ 𝑐𝑜𝑠 θ (5.5)
ρá𝑟

5.4. CLASSIFICAÇÃO DO ESCOAMENTO NA CAMADA LIMITE

Dentro da camada limite, o escoamento ainda deve ser classificado, variando entre
escoamento laminar, escoamento em transição e escoamento turbulento. A camada limite
começa com um escoamento laminar, seguido por um que atua na fase de transição e, por
fim, tem-se um escoamento turbulento. É definido como Reynolds crítico (Equação 5.6) o
Número de Reynolds no qual o escoamento na camada limite deixa de ser integralmente
laminar (ÇENGEL, 2007). Para um escoamento externo sob uma placa plana, por exemplo,
este se dá em um comprimento xcr da placa (Figura 5.2). Alguns fatores influenciam esse
comprimento crítico, tal como a rugosidade da placa e a velocidade da corrente livre que
caracteriza o escoamento, bem como a viscosidade do fluido em questão, por exemplo.

Figura 5.2 - Formação da camada limite em uma placa plana (Çengel, 2007).

𝑥𝑐𝑟 ρ 𝑎𝑟
𝑣𝑥
𝑅𝑒𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 = µ
(5.6)
𝑎𝑟

7
Para classificar-se um ponto do escoamento da camada limite para o experimento,
utiliza-se a Equação 5.7, sendo x a distância medida pelo micrômetro entre o tubo de Pitot e a
placa e 𝑣𝑥 a velocidade da corrente livre:

𝑥ρ 𝑎𝑟
𝑣𝑥
𝑅𝑒 = µ
(5.7)
𝑎𝑟

5.5. ESPESSURA DA CAMADA LIMITE

As equações analíticas para cálculo do perfil de velocidade da camada limite derivam


na equação de Bernoulli. Sendo expressas pelas Equações 5.8, 5.9 e 5.10, também conhecidas
como equações de Prandtl.

∂𝑢 ∂𝑣
∂𝑥
+ ∂𝑦
= 0 (5.8)

( )
2
∂𝑢 ∂𝑣 1 ∂𝑃 ∂𝑢
𝑢 ∂𝑥
+𝑣 ∂𝑦
= − ρ ∂𝑥
+ 𝑣 ∂𝑦
(5.9)

∂𝑃
∂𝑦
≈ 0 (5.10)

No entanto, tais equações não apresentam soluções analíticas, dessa forma, para
resolução desse problema, principalmente, Blasius propôs soluções por similaridade. Para
permitir os cálculos da espessura da camada limite, assim como, coeficiente de atrito e
também força de arraste, expressas nas Equações 5.11, 5.12 e 5.13.

δ 4,64
𝑥
= (5.11)
𝑅𝑒𝑥

0,664
𝐶𝑓𝑥 = (5.12)
𝑅𝑒𝑥

2
ρ𝑣∞
𝐹𝐾 = 𝐴𝐶𝑓 (5.13)
2

8
Representado na Figura 5.3 tem-se um esquema da camada limite para visualização
da espessura da camada limite, bem como qual seria a velocidade 𝑣∞, que representa a

velocidade de escoamento do fluido livre.

Figura 5.3 - Representação da camada limite em uma placa plana horizontal parada. Fonte: Roteiro do
Experimento 5.

Vale ressaltar que para as equações de espessura da camada limite (Equação 5.11) e
para coeficiente de atrito (Equação 5.12) a equação tem uma faixa de validade de acordo com
o regime de escoamento. O que faz necessário as Equações 5.14 e 5.15 para quando o regime
de escoamento for turbulento, ou seja, Número de Reynolds maior que 3106
(ÇENGEL,2007).

δ 0,376
𝑥
= 0,2 (5.14)
𝑅𝑒𝑥

0,059
𝐶𝑓𝑥 = 1
(5.15)
5
𝑅𝑒𝑥

9
6. MATERIAIS E MÉTODOS

Figura 6.1 - Aparato experimental para o experimento de camada limite. Fonte: Roteiro.

No aparato experimental tem-se marcados em números as principais partes do aparato,


as quais são: 1 - Manômetro inclinável com doze (12) hastes comunicantes (água com corante
vermelho como fluido manométrico); 2. Soprador; 3. Termômetro; 4. Duto de escoamento
vertical (área = 0,21 m2).
Já a marcação referente às letras se deve a uma ampliação do duto de escoamento,
com suas principais partes sendo: a. Placa plana (0,265 m de comprimento) com um lado liso
e um rugoso; b. Aletas (inseridas nas laterais do duto); c. Tubo de Pitot (diâmetro 0,4 mm); d.
Micrômetro (menor escala de 1 μm); e. Folha de papel milimetrado.

6.1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

6.1.1. Calibração do micrômetro

Inicialmente devem ser medidas utilizando o papel milimetrado 10 diferentes

10
distâncias entre o tubo de Pitot e a placa. E juntamente medir essas distâncias utilizando o
micrômetro. Para assim, obter-se uma curva de calibração para o micrômetro, ou seja, um
gráfico que relacione a distância real (medida no papel milimetrado) com a escala do
micrômetro.

6.1.2. Camada limite

Antes de se realizar as medições, é necessário ajustar o aparato experimental,


primeiramente em relação à placa com um dos lados (liso ou rugoso) virado para o tubo de
Pitot. Na sequência, o manômetro é inclinado na máxima angulação possível (78°), a fim de
facilitar a leitura das diferenças de alturas manométricas e também afasta-se o tubo de Pitot o
máximo possível da placa. Por conseguinte, liga-se o soprador com a válvula de entrada de ar
fechada e anota-se a temperatura inicial. Então, abra-se a válvula de entrada de ar o máximo
possível, sem que o manômetro seja afogado. Aguarda-se a estabilização dos manômetros e
após isso, anotam-se as leituras manométricas e do micrômetro em 10 diferentes distâncias
entre o tubo de Pitot e a placa. Anota-se a temperatura ao final das medições. Finalmente,
retorna-se o micrômetro à posição inicial e repete-se todo o procedimento descrito para o
outro lado da placa (lado rugoso), bem como com a inserção de aletas no escoamento.

7. DADOS EXPERIMENTAIS

11
Tabela 7.1 - Dados de distância em relação à placa utilizados para calibração do micrômetro.

Papel Micrômetro
Medida
milimetrado (m) (m)

1 0,005 0,00477

2 0,008 0,00732

3 0,011 0,01069

4 0,014 0,01360

5 0,017 0,01508

6 0,020 0,01801

7 0,022 0,02135

8 0,023 0,02134

9 0,025 0,02513

Tabela 7.2 - Medidas coletadas para placa lisa sem aleta.

Ponto h1 (mm) h2 (mm) x (mm)

1 208,0 136,0 18,5

2 209,0 135,0 17,0

3 208,0 136,0 15,5

4 209,0 136,0 14,0

5 209,0 136,0 12,5

6 209,0 135,5 11,0

7 209,5 135,7 9,5

8 209,0 136,0 8,0

9 209,3 135,0 6,5

10 209,2 135,3 5,0

12
Tabela 7.3 - Medidas coletadas para placa lisa com aleta.

Ponto h1 (mm) h2 (mm) x (mm)

1 210,5 155,8 18,5

2 211,0 156,0 17,0

3 211,0 156,2 15,5

4 211,0 156,0 14,0

5 211,0 156,0 12,5

6 211,5 156,0 11,0

7 211,0 155,9 9,5

8 211,0 156,0 8,0

9 212,0 156,0 6,5

10 211,8 156,0 5,0

Tabela 7.4 - Medidas coletadas para placa rugosa sem aleta.

Ponto h1 (mm) h2 (mm) x (mm)

1 204,0 136,5 18,5

2 205,8 136,0 17,0

3 205,7 136,2 15,5

4 206,0 136,1 14,0

5 206,6 136,0 12,5

6 206,0 136,0 11,0

7 206,1 136,0 9,5

8 206,0 137,0 8,0

9 204,0 137,0 6,5

10 196,0 138,0 5,0

13
Tabela 7.5 - Medidas coletadas para placa rugosa com aleta.

Ponto h1 (mm) h2 (mm) x (mm)

1 202 156 18,5

2 204 155 17,0

3 204 155 15,5

4 204 155 14,0

5 204 155 12,5

6 204 155 11,0

7 202 155 9,5

8 196 156 8,0

9 188 156 6,5

10 176 158 5,0

Tabela 7.6 - Temperaturas obtidas para cada caso estudado.

Placa T inicial (ºC) T final (ºC)

Lisa plana 26 27

Lisa com aleta 26 26

Rugosa 27 26

Rugosa com aleta 26 26

8. MEMÓRIA DE CÁLCULO

Nesta seção serão apresentados os cálculos que foram realizados para chegar nos
resultados obtidos. Para efeitos de simplificação, para os exemplos foi utilizada a medição 1
do experimento com a placa lisa sem aletas.

8.1. CALIBRAÇÃO DO MICRÔMETRO E OBTENÇÃO DA DISTÂNCIA REAL

Como descrito anteriormente, a primeira parte do experimento consistiu na calibração


do micrômetro (Figura 9.1). Dessa forma, após a obtenção do coeficiente angular da equação

14
da reta, a distância real foi calculada pela Equação 8.1. A partir disso, foram obtidas as
distâncias para cada medição. Abaixo, segue o exemplo da distância obtida para a medição 1.

𝑥 = 5 𝑚𝑚 e 𝑦 = 4, 77 𝑚𝑚
𝑦 = 0, 967𝑥 − 0, 0003268 (8.1)

8.2. CÁLCULO DAS PROPRIEDADES DA ÁGUA E DO AR

Para o cálculo da densidade da água e do ar, foram utilizados dados da literatura


[HAYNES, 2014] e a partir disso feita a interpolação dos dados a fim de obter os valores na
temperatura medida no experimento. Sendo assim, após fazer a média da temperatura medida
no início e no final do experimento foram obtidos os valores de densidade. Abaixo segue o
exemplo para a determinação da densidade para placa plana lisa sem aletas.

𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙+𝑇𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 26+27
𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 2
= 2
= 26, 5°𝐶 (8.2)

ρ30−ρ25
ρ26,5, á𝑔𝑢𝑎 = ρ25 + 𝑇30−𝑇25 (𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑎 − 𝑇25) (8.3)

995,6−997
ρ26,5, á𝑔𝑢𝑎 = 997 + 30−25
(26, 5 − 25)
−3
ρ26,5, á𝑔𝑢𝑎 = 996, 58 𝑘𝑔 𝑚

ρ30−ρ25
ρ26,5, 𝑎𝑟 = ρ25 + 𝑇30−𝑇25 (𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑎 − 𝑇25) (8.4)

1,164−1,184
ρ26,5, 𝑎𝑟 = 1, 184 + 30−25
(26, 5 − 25)
−3
ρ26,5, 𝑎𝑟 = 1, 178 𝑘𝑔 𝑚

Desse mesmo modo foi feito o cálculo da viscosidade, porém não foi necessário
calcular para água, pois o Número de Reynolds depende apenas da viscosidade do ar.

15
µ30−µ25
µ26,5, 𝑎𝑟 = µ25 + 𝑇30−𝑇25 (𝑇𝑚é𝑑𝑖𝑎 − 𝑇25) (8.5)

−4 −4
−4 18,6×10 −18,37×10
µ26,5, 𝑎𝑟 = 18, 37 × 10 + 30−25
(26, 5 − 25)
−6 −1 −1
µ26,5, 𝑎𝑟 = 18, 439 × 10 𝑘𝑔 𝑚 𝑠

Esse mesmo cálculo foi repetido para todos os outros casos.

8.3. CÁLCULO DA ALTURA REAL

Na sequência, o cálculo para definir a altura manométrica real foi feito utilizando a
Equação 8.6. Dessa forma, a inclinação escolhida foi 1,36136 radianos (78º), para demonstrar
o cálculo foi utilizada a medição 1, consulta na Tabela 7.2, do experimento de placa plana lisa
sem aletas.

| |
∆ℎ𝑟𝑒𝑎𝑙 = ℎ2 − ℎ1 . 𝑐𝑜𝑠(𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜) (8.6)

|208−136|
∆ℎ𝑟𝑒𝑎𝑙 = 1000
. 𝑐𝑜𝑠(78°)

∆ℎ𝑟𝑒𝑎𝑙 = 0, 072. 0, 208


−2
∆ℎ𝑟𝑒𝑎𝑙 = 1, 50 × 10 𝑚

Sendo assim, essa abordagem foi repetida para todas as medições.

8.4. CÁLCULO DA VELOCIDADE

Já para efetuar o cálculo da velocidade foi utilizada a Equação 7.4. Dessa forma, para
demonstrar foram utilizados os valores de densidade, viscosidade e altura real calculados nas
seções anteriores, 8.2 e 8.3, e a gravidade como 9,81 m.s-2.

ρá𝑔𝑢𝑎−ρ𝑎𝑟
𝑣= 2 𝑔 ∆ℎ𝑟𝑒𝑎𝑙 (8.7)
ρ𝑎𝑟

−2 996,58−1,178
𝑣= 2 · 9, 81 · 1, 50 × 10 1,178

16
−1
𝑣 ≃ 15, 75 𝑚 . 𝑠

Mais uma vez esse cálculo foi repetido para todas as medições. Com as velocidades
calculadas, foi possível obter o perfil da velocidade através de gráficos do tipo velocidade em
função da distância real (Figura 9.2)

8.5. CÁLCULO DO REYNOLDS

A partir da Equação 8.8 foi calculado o Número de Reynolds para cada medição.
Sendo assim, para demonstrar foram utilizados os valores calculados anteriormente para
medição 1 do experimento de placas plana lisa sem aletas.
ρ𝑎𝑟𝑣 𝐷𝑟𝑒𝑎𝑙
𝑅𝑒𝑥 = µ𝑎𝑟
(8.8)

1,178×15,75×0,018
𝑅𝑒𝑥 = −4
18,439×10

2
𝑅𝑒𝑥 = 1, 81 × 10

Mais uma vez esse cálculo foi repetido para todas as medições.

8.6. CÁLCULO DA ESPESSURA DA CAMADA LIMITE

Por fim, por meio da Equação 8.9 foi calculada a espessura da camada limite de todos
os casos. Para exemplificar, foi calculado utilizando o Número de Reynolds obtido
anteriormente e a distância real calculada através da calibração do micrômetro.

4,64𝑥 6
δ𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟,𝑥 = 1 . 10 (8.9)
2
𝑅𝑒𝑥

4,64×0,018 6
δ𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟,𝑥 = 1 𝑥10
(1,81×102)
2

4
δ𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟,𝑥 = 2, 19 × 10 𝑚
0,376𝑥
δ𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜,𝑥 = 0,2
𝑅𝑒𝑥

17
Esse mesmo cálculo foi repetido para todas medições do experimento, e no final foi
obtida uma curva demonstrando o perfil da camada limite (Figura 9.3).

9. RESULTADOS E DISCUSSÃO

9.1. CALIBRAÇÃO DO MICRÔMETRO

Figura 9.1 - Curva de calibração do micrômetro.

Através dos dados obtidos na calibração do micrômetro, foi possível realizar o ajuste
linear da distância medida no papel milimetrado pela distância medida no micrômetro através
−4
do gráfico mostrado na Figura 9.1. Obteve-se, então, a equação 𝑦 = 0, 967𝑥 − 3, 27 · 10
para o ajuste, em que o coeficiente angular é aproximadamente 1, indicando uma boa
aproximação entre os valores de distância real e os medidos pelo micrômetro. E como o R2
também está próximo de 1, o ajuste tem precisão suficientemente grande.

9.2. PERFIS DE VELOCIDADE

A partir dos valores de velocidade encontrados, foi possível obter os perfis de


velocidade para a placa lisa sem aleta (Figura 9.2 A), para a placa rugosa sem aleta (Figura
9.2 B), para a placa lisa com aleta (Figura 9.2 C) e para a placa rugosa com aleta (Figura 9.2
D).

18
Figura 9.2 - Perfil de velocidade para placa A) lisa sem e com aletas, B) rugosa sem e com aletas.

Como ilustrado pela Figura 9.2, os perfis de velocidade para a placa lisa (A)
apresentam curvas bem mais constantes do que os perfis para a placa rugosa (B). Isso indica
que a velocidade para a placa lisa é, provavelmente, bastante próxima à velocidade de
corrente livre a qualquer distância da placa e, portanto, a camada limite seria muito delgada.
Por outro lado, os perfis para a placa rugosa apresentam clara diferença na velocidade em
função da distância da placa.
Comparando, agora, os casos sem aleta e com aleta, pode-se perceber que, tanto para
a placa lisa (Figura 9.2A) quanto para a placa rugosa (Figura 9.2B), a velocidade diminuiu
diante do acoplamento das aletas. Isso ocorre porque as aletas foram acopladas de forma a
gerar um gradiente de pressão desfavorável, o que diminui a velocidade e, como será
explorado na próxima seção, aumenta a espessura da camada-limite. Apesar da diminuição
significativa da velocidade, nenhum dos dois perfis com aleta apresenta descolamento da
camada limite.
Os resultados obtidos na Figura 9.2A foram distantes dos esperados na literatura, já
que, para uma camada limite laminar, esperava-se um perfil de velocidade parabólico, como
apresentado anteriormente na Figura 5.1. Para a Figura 9.2B, os perfis foram mais próximos
dos perfis parabólicos encontrados na literatura (Figura 5.1). Por fim, a redução da velocidade
diante da adição de aletas com gradiente de pressão positivo era esperado.

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9.3. ESPESSURA DA CAMADA LIMITE

A partir dos valores de espessura da camada limite encontrados, foi possível obter os
perfis de camada limite para a placa lisa sem aleta, para a placa rugosa sem aleta, para a placa
lisa com aleta e para a placa rugosa com aleta (Figura 9.3).

Figura 9.3 - Perfil de camada limite para os quatro casos analisados.

Analisando a espessura da camada limite, ou seja, a região em que o escoamento é


retardado pela influência do contato do fluido com a placa placa, nota-se, pela Figura 9.3, que
uma rugosidade maior e a presença de aletas causam uma expansão da camada limite.
Comparando os casos de placa lisa com e sem aleta percebe-se que a camada limite é
levemente mais espessa quando há a presença de aletas. A troca de movimento do fluido é
maior quando existe o impedimento causado pelas aletas, isso repercute na camada limite
fazendo com que ela se expanda.
No caso da placa rugosa com e sem presença de aletas, há uma diferença de espessura
mais considerável e aparente do que no caso da placa lisa. Aqui as aletas também geram um
aumento na espessura da camada limite, como era esperado pela literatura para casos em que
a rugosidade é maior.

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10. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Os resultados obtidos para o escoamento sobre placa lisa com e sem acoplamento de
aletas ficaram distantes dos observados na literatura. Para uma camada limite laminar, o perfil
de velocidade esperado era parabólico e a mudança de espessura da camada limite deveria ser
mais abrupta. Isso pode ter ocorrido devido a erros cometidos durante a realização do
experimento, como: o tubo de Pitot não estar totalmente fixo em sua base e eventualmente
rotacionar, o que gera leituras imprecisas das alturas manométricas. Apesar disso, a espessura
mais delgada da camada limite em placas lisas condiz com a literatura.
A placa rugosa teve resultados mais próximos aos da literatura. O perfil de velocidade
segue um padrão parabólico e a camada limite é mais larga. Portanto, chega-se à conclusão de
que a rugosidade tem um papel importante nos resultados do perfil de velocidade e no perfil
de camada limite. Nota-se que utilizando a placa lisa alcança-se velocidades mais altas e uma
menor espessura da camada limite, ou seja, o fluido, nesse caso, o ar conseguiu chegar
próximo de sua velocidade de corrente livre, por conta da menor resistência de atrito na
placa.
A presença de aletas fica aparente ao comparar ambos os perfis (Figuras 9.2 e 9.3),
em que nota-se uma queda na velocidade de escoamento e um aumento na espessura da
camada decorrentes do gradiente de pressão positivo gerado por essas estruturas.
Sugere-se uma melhoria no equipamento em que se está fixado o tubo de Pitot, além
de uma forma de relacionar a espessura da camada limite com o decorrer do escoamento, ou
seja, uma outra disposição do tubo de Pitot em que se possa realizar as medidas da camada
limite em cada ponto da placa (do zero ao comprimento total).

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11. DISTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES

Tabela 11.1 - Distribuição de atividades do relatório

Nome Atividade

Ana Cristine Memória de cálculo; planilha

Deborah Resultados e discussão; conclusão

Isabela Memória de cálculo; planilha

Introdução; materiais e métodos; revisão


Leandro
teórica

Introdução; materiais e métodos; revisão


Leticia
teórica

Sabrina Resultados e discussão; conclusão

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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÇENGEL, Y. A. J. M. C. Mecânica dos fluidos : fundamentos e aplicações. [S.l.]: São Paulo,


SP: Mc Graw-Hill, 2007;

CRISTINE, Aline et al. Tubo de Pitot. UNESP, 2013. Disponível em:


https://www.sorocaba.unesp.br/Home/Extensao/Engenhocas/projeto-tubo-de-pitot.pdf.
Acesso em 28/05/2024;

DE AZEVEDO MAIA, Cássia Silva; NETO, Marlipe Garcia Fagundes; MARIANO, Felipe
Pamplona. Análise da camada limite a partir de experimento em túnel de vento utilizando
placa plana de camada limite para estimativa de potencial eólico. Cuadernos de Educación
y Desarrollo, v. 16, n. 1, p. 2566-2585, 2024;

FREIRE, Atila Pantaleao Silva. Teoria de camada limite. 2012;

HAYNES, W. M.; LIDE, D. R.; BRUNO, T. J. CRC handbook of chemistry and physics a
ready-reference book of chemical and physical data. 95th. ed. [s.l.] Boca Raton, Fla Crc
Press, 2014.

PEQUENO, Alexandre. Camada limite - Projeto e Otimização. Engenharia Aeronáutica,


2020. Disponível em:
https://engenhariaaeronautica.com.br/curiosidades-engenharia-aeronautica/camada-limite-pro
jeto-e-otimizacao/. Acesso em 28/05/2024;

YAMAGUTI, Mateus Xavier; CRUZ, Ricardo Souza; NETO, João Teles de Carvalho.
Simulação de paquímetro e micrômetro para ensino e avaliação em ambientes virtuais de
aprendizagem. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 45, p. e20230178, 2023.

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