Revista Advocacia 25.01.23
Revista Advocacia 25.01.23
Revista Advocacia 25.01.23
Leg a l i d ad e e
ADVOCACIA HJ. / N. 001 / JUN. 2019
Liber dad e s ão as
tábua s da vocação
d o ad vogad o
RUI BARBOSA
EDITORIAL
Caro Colega,
Você está recebendo a
Revista Advocacia Hoje
Caro Colega,
Você está recebendo a Primeira Edição da Revista do
Conselho Federal da OAB. Um serviço da OAB para levar
informação, por meio de publicações trimestrais, aos
seus milhares de filiados em todo Brasil.
Direito Constitucional, Direito do Trabalho, Direito Civil,
Direito Penal, Processo, entre outros ramos do Direito.
Grandes nomes da nossa advocacia e da sociedade
brasileira contribuirão, sempre com textos atuais e
de interesse prático sobre temas que convivemos
diariamente.
Além daqueles relacionados a matérias específicas,
haverá a nota de um advogado que ocupa um cargo
relevante, demonstrando como a profissão sobressai
em diversos setores. Nesta primeira edição, Marcelo
Barbosa, atual Presidente da CVM, dividirá conosco
de que forma sua experiência de advogado o ajuda a
cumprir sua função.
Em outro tópico, um grande magistrado falará do
papel da advocacia e seus desafios na atualidade. Nesta
edição, o Ministro Luís Roberto Barroso nos deu um belo
testemunho.
Como não vivemos isolados, haverá, finalmente, uma
seção na qual um profissional fora da área jurídica, de
destaque na sociedade brasileira, cuidará dos advogados.
Desta vez, o jornalista e membro da Academia Brasileira
de Letras Merval Pereira assumiu a missão.
Os temas se encontram expostos no índice abaixo.
Para acessá-los, basta clicar. Boa leitura.
Por fim, cada edição será marcada pela homenagem
a um grande advogado. Para começar, vamos prestigiar
Rui.
Rui Barbosa (1849-1923) é justificadamente o patrono
da advocacia brasileira. Natural de Salvador, iniciou seus
estudos na Faculdade de Pernambuco, terminando no
Largo de São Francisco, em São Paulo.
Sua estreia na tribuna se deu para defender um escravo
contra seu senhor, engajando-se à causa abolicionista, o
tema social mais relevante de sua época.
Advogado eloquente, culto e estudioso, Rui também
se notabilizou na política, com fundamental atuação no
início da República. Partiu dele, por exemplo, a ordem
de queimar todos os registros de escravos, a fim de
apagar esse passado nefasto da história (o seu objetivo
não era esconder a verdade, porém proteger a honra e
a liberdade de muitos que viviam nessa condição).
Rui Barbosa participou diretamente de todos os
eventos que marcaram o seu tempo: a Constituição
brasileira de 1891, a elaboração do Código Civil, a
fundação da Academia Brasileira de Letras, a construção de
uma ordem jurídica internacional (ele foi o representante
do Brasil na Convenção de Haia de 1907), a campanha
civilista (movimento que buscava garantir o poder nas
mãos civis – e não de militares), entre tantos outros.
Em 1920, convidado, na condição de paraninfo, à
formatura de uma turma da Faculdade de Direito de São
Paulo, Rui Barbosa elabora a “Oração aos Moços”, texto no
qual oferece reflexões sobre o papel do advogado. Devido
à sua saúde já debilitada, Rui não consegue comparecer
ao evento, mas seu discurso é lido e aclamado.
Uma das principais lições desse texto é a de que
cabe ao advogado trabalhar: inteirar-se, desenvolver-se,
apurar-se. Rui, advogado consagrado, registra a
necessidade de estudo contínuo e da reflexão: “Vulgar
é o ler, raro o refletir”, disse ele. Rui Barbosa concita os
jovens advogados a seguir, com seus atos, uma estrita
fidelidade aos princípios virtuosos, com rigor, constância
e coragem. Ao fim de seu discurso, pontifica Rui, em uma
joia da deontologia jurídica, justificando sua posição de PERSONALIDADE DA CAPA
“
Legalidade e liberdade são as tábuas da
vocação do advogado. Nelas se encerra, para
ele, a síntese de todos os mandamentos. Não
desertar a justiça, nem cortejá-la. Não lhe
faltar com a fidelidade, nem lhe recusar o
conselho. Não transfugir da legalidade para a
violência, nem trocar a ordem pela anarquia.
Não antepor os poderosos aos desvalidos,
nem recusar patrocínio a estes contra
aqueles. Não servir sem independência à
justiça, nem quebrar da verdade ante o
poder. Não colaborar em perseguições ou
atentados, nem pleitear pela iniquidade ou
imoralidade. Não se subtrair à defesa das
causas impopulares, nem à das perigosas,
quando justas. Onde for apurável um grão,
que seja, de verdadeiro direito, não regatear
ao atribulado o consolo do amparo judicial.
Não proceder, nas consultas, senão com a
imparcialidade real do juiz nas sentenças.
Não fazer da banca balcão, ou da ciência
mercatura. Não ser baixo com os grandes, RUI BARBOSA
nem arrogante com os miseráveis. Servir
aos opulentos com altivez e aos indigentes
com caridade. Amar a pátria, estremecer o
próximo, guardar fé em Deus, na verdade e
no bem.”
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05 Advocacia Hoje
Felipe Santa Cruz
06 DIREI TO CONSTI TUC I O N AL
Apontamentos sobre a Repercussão Geral no STF
Marcus Vinicius Furtado Coelho
12 DIREI TO ADMI NI STRAT I VO
O Direito Administrativo e o desafio do “interesse público”
Marçal Justen Filho
18 DIREI TO DO TRABALHO
O acesso à Justiça do Trabalho
João Baptista Louzada Câmara
22 DIREI TO C I VI L
A prescrição da pretensão derivada do inadimplemento contratual
Judith Martins-Costa
27 DIREI TO PENAL
Panorama do Direito Penal Ambiental: do crime à responsabilidade
Ademar Rigueira
57 DIREI TO EM EXPANSÃO
A Lei da inovação (Lei 10.973/2004) e as patentes originadas do
Brasil - um caso de boas intenções não realizadas
Gabriel Leonardos
68 U M ADVOG ADO NA
CVM
Marcelo Barbosa
V O L TA R PA R A O Í N D I C E
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Advocacia hoje
V O L TA R PA R A O Í N D I C E
D I REI TO CO N S TI TUCI O NAL
“
a repercussão geral servirá para
‘restaurar o caráter paradigmático
das decisões do STF, à medida que
possibilitará que essa Corte examine
apenas as grandes questões do país
discutidas no Poder Judiciário’
” 6
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1BARROSO, Luís Roberto; REGO, Frederico Montedonio. Como salvar o sistema de repercussão
geral: transparência, eficiência e realismo na escolha do que o Supremo Tribunal Federal vai
julgar. Revista Brasileira de Políticas Públicas, Brasília, v. 7, n. 3, dez.2017, p. 695-713.
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D I REI TO A D M I N I S TR AT IVO
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“
A determinação do interesse público cabe ao
direito. Mas a determinação concreta daquilo
que é de interesse público ao povo, por meio Todo poder
de seus representantes, nos termos do art. 1º, emana do povo,
parágrafo único da CF/88. As regras jurídicas que o exerce
estabelecem procedimentos e formalidades por meio de
para o reconhecimento formal da existência representantes
do interesse público e atribuem, como regra, às eleitos ou
autoridades estatais a competência para isso. diretamente, nos
Portanto, a lei (entendida em sentido amplo, termos dessa
para abranger inclusive a Constituição) e o Constituição
ato administrativo são o instrumento para a
identificação do interesse público. Isso não
”
art. 1º, parágrafo único da CF/88.
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Conclusão
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D I REI TO DO TR A B A L H O
“
Resistência é forma de luta.
O acesso pleno, integral e total à
Justiça do Trabalho representa um
direito fundamental da cidadania.
”
Iniciava meu caminho pela advocacia trabalhista, ainda estudante,
já lá se vão mais de 60 anos, quando o acesso à justiça era pleno.
A Constituição de 1946, então vigorante, proclamara o acesso à
justiça que havia sido expurgado pela Carta de 1937, como próprio
das ditaduras.
Naquela época, quando começava a minha carreira pelo
apadrinhamento de Evaristo de Moraes Filho, advogar na Justiça do
Trabalho era diferente.
As iniciais podiam ser tomadas a termo. As custas eram pagas
com estampilhas; os agravos de petição eram decididos de modo
monocrático; havia audiências aos sábados; e a primeira máquina
de fotocópia na cidade atraía filas de advogados no Mercado das
Flores, Centro do Rio de Janeiro.
A inépcia dos pedidos só se tornou mais conhecida dos advogados
trabalhistas depois do CPC de 1973.
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D I REI TO CI V I L
1 STJ. EREsp 1.281.594/SP. Corte Especial. Relator Min. Benedito Gonçalves. Relator p/
Acórdão Min. Felix Fischer. J. em 15.05.2019.
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trienal, mas sem análise do mérito, seja porque a matéria não fora
impugnada em sede recursal, mantendo-se a decisão da instância
anterior, seja em virtude do óbice das Súmulas 5 e 7 do STJ.
No final de 2016, porém, concluiu-se em um julgado da 3ª Turma
do STJ, pela aplicação do prazo trienal também para as pretensões
indenizatórias fundadas no inadimplemento contratual. Conquanto
enfrentado o mérito da questão, não se explicou o porquê da
viragem, nada se tendo referido acerca da razão de tão radical
descontinuidade no entendimento do Tribunal responsável por
uniformizar a interpretação das leis infraconstitucionais do país a fim
de dar segurança jurídica e previsibilidade aos cidadãos.
Desde então, proliferaram decisões em ambos os sentidos, até
que, em junho de 2018, no EREsp 1.280.825/SP, da Segunda Seção,
relatora a Min. Fátima Nancy Andrighi, reafirmou-se a aplicabilidade
do prazo de dez anos, sendo essa a solução acorde ao regime da
inexecução contratual previsto no Código Civil. É esse o entendimento
que vem de ser agora respaldado pela acima mencionada decisão
da Corte Especial.
O primeiro ponto a destacar no novel julgado é o fato de ter
obedecido e reafirmado o inafastável princípio da segurança jurídica.
Decisões contraditórias, proferidas ao sabor dos valores – muitas vezes
mutáveis – dos julgadores, não servem ao Estado de Direito.
O segundo e não menos importante aspecto diz respeito à alta
qualidade técnica da decisão. O voto condutor do Exmo. Min. Felix
Fischer, relator para o acórdão, é tecnicamente irretocável, pois
fundado na compreensão da inteira disciplina codificada no que diz
com a execução e à inexecução das obrigações contratuais.
Começa por não ignorar o fato de o inc. V do art. 206, §3º do Código
Civil, ter usado a expressão “reparação civil” ao fixar o prazo trienal.
Porém, como as palavras da lei não são unidades isoladas e soltas no
espaço, a decisão situa o elemento literal no seu entorno normativo.
Visualizando o Código Civil em sua integralidade sistemática, percebe
que o alcance da expressão “reparação civil” é pontuado pelo distinto
tratamento conferido pela Lei, de um lado, às obrigações fundadas
em contrato; de outro, às obrigações fundadas em ato ilícito absoluto.
Analisando a disciplina legal das obrigações contratuais, recorda
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2 Assim, THEODORO JUNIOR, Humberto. Comentários ao novo Código Civil. Vol. III. Tomo
II. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 333). No mesmo sentido: MALUF, Carlos Alberto
Dabus. Código Civil Comentado: artigos 189 a 232. Atlas: São Paulo, 2009, p. 111-112;
CARNEIRO, Athos Gusmão. Prescrição trienal e “reparação civil”. Revista de Direito Bancário
e do Mercado de Capitais vol. 13, n. 49, 2010, p. 18-19.
3 Assim escreveu-se em: MARTINS-COSTA, Judith. Comentários ao novo Código Civil. Vol. V.
Tomo II. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 160-161); Ainda: THEODORO JR., Humberto.
Comentários ao novo Código Civil. Vol. III. Tomo. II. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 310 e
332-334; ZANETTI, Ana Carolina Devito Dearo. Contrato de Distribuição. O inadimplemento
recíproco. São Paulo: Atlas, 2015, p. 121 e ss.; e ZANETTI, Cristiano de Sousa. A transformação
da mora em inadimplemento absoluto. Revista dos Tribunais, vol. 942, 2014, p. 13-14.
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4 In verbis: “Art. 401. Purga-se a mora: I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação
mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta”.
5 Esses argumentos estão mais demoradamente expostos em: MARTINS-COSTA, Judith;
ZANETTI, Cristiano de Sousa. Responsabilidade Contratual: Prazo Prescricional de Dez Anos.
Revista dos Tribunais, vol. 979, mai./2017, p. 215-241.
6 FRITZ, Karina Nunes. Comentário ao EREsp. 1.280.825/RJ: prazo prescricional de dez anos
para responsabilidade contratual? Revista IBERC v. 2, n. 1, p. 01-24 jan-abr.2019. Na doutrina
francesa v. CARVAL, Suzanne. La Construction de la responsabilité civile. Paris, PUF, 2001,
especialmente p. 124-126.
7 FRITZ, Karina Nunes. Comentário ao EREsp. 1.280.825/RJ: prazo prescricional de dez anos
para responsabilidade contratual? Revista IBERC v. 2, n. 1, p. 01-24 jan-abr.2019.
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8 FRITZ, Karina Nunes. Comentário ao EREsp. 1.280.825/RJ: prazo prescricional de dez anos
para responsabilidade contratual? Revista IBERC v. 2, n. 1, p. 01-24 jan-abr.2019.
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D I REI TO PE N A L
Reconhecer que o direito penal tem sido posto à prova não se trata
de uma novidade. Entre todos os ramos do direito talvez seja ele o
que mais prendeu a atenção da sociedade brasileira nos últimos
cinco anos. É verdade que, em parte das discussões, o que está
mesmo em causa é a transformação do método do processo penal:
de um modelo reativo para o proativo.
Apesar do crescente interesse - não por acaso - em temas
de natureza processual, no direito penal também se tem visto o
nascimento de problemas que incidem diretamente no exercício
da advocacia criminal. Refiro-me precisamente a três espécies
de problemas, são eles: a) as dificuldades probatórias quanto a
configuração de determinados delitos ambientais; b) a atribuição
de responsabilidade penal aos dirigentes de empresas acusadas
por crimes ambientais; e c) a defesa criminal das pessoas jurídicas
envolvidas nos delitos contra o meio ambiente.
Como se nota, os problemas apontados se relacionam
diretamente às discussões particulares de qualquer processo criminal
que vise a apuração e determinação de responsabilidade penal aos
sujeitos que possam ser considerados como os “donos do fato” e,
portanto, merecedores do juízo de reprovação penal. Eis a relevância
prática dos temas que serão aqui desenvolvidos, os quais, registro,
de maneira apenas provocativa ante as limitações colocadas pela
finalidade a que se destinam.
Fixadas essas questões, passamos à tentativa – não exaustiva – de
apontar diretrizes para tornar o exercício da advocacia criminal do
meio ambiente menos tortuosa e quiçá mais atenta aos eventuais
obstáculos que se apresentam nesse âmbito já naturalmente
complexo.
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D I REI TO PR OCE S S UA L
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D I REI TO TR I B UTÁ R I O
Historicamente, os municípios,
inconformados com a tributação fixa
das sociedades profissionais, criam
argumentos para que, na prática, a
cobrança do tributo ocorra com base
no preço do serviço, que é a regra
geral.
Inicialmente, sustentavam que o Decreto-lei não havia sido
recepcionado pela Constituição Federal, o que foi solucionado a
partir da análise do tema pelo Supremo Tribunal Federal, quando do
julgamento dos Recursos Extraordinários 220.323/MG e 236.604-7/
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D I REI TO CO M E R CI A L / SOCIE TÁRIO
A limitação de responsabilidade e a
MP da liberdade
Marcelo Trindade
“
Quão limitada é a
responsabilidade dos sócios por
obrigações da empresa?
”
O direito societário é dos campos mais interdisciplinares do direito.
Nele convivem o direito e a economia, normas e números, leis e
negócios, e até mesmo línguas, dada a influência dos modelos e
capitais internacionais. Nada obstante, o direito societário tende a
ser percebido como um assunto de especialistas, o que contrasta,
também, com o fato de que quase todos os advogados lidam
diariamente com as sociedades. As pessoas jurídicas são autoras e
rés, clientes, partes adversas ou contrapartes, e estão sempre nos
obrigando a estudar como organizam-se e presentam-se (para citar
Pontes de Miranda). E talvez a questão mais frequente na vida dos
advogados, envolvendo o direito das sociedades, diga respeito à
responsabilidade por suas dívidas. Quão limitada é a responsabilidade
dos sócios por obrigações da empresa? Como se pode ultrapassar
aquela limitação ou, na mão inversa, como se pode assegurá-la?
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A RB I TR AG E M E M E D I AÇÃO
O progresso da Arbitragem
Selma Ferreira Lemes
“
A arbitragem vive da confiança,
o Judiciário da obediência.
”
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D I REI TO E M E X PA N SÃO
“
isso me lembra de comentar, que o
primeiro ato oficial que eu fiz em minha
administração - e foi em seu primeiro
dia - foi abrir um escritório de patentes,
pois eu sabia que um país sem um
escritório de patentes e uma boa lei de
patentes é como um caranguejo, que
não pode andar de outra forma que não
seja de lado ou para trás1
”
Neste brevíssimo artigo farei uma análise do número de patentes
depositadas no Brasil por entidades nacionais a partir da edição
da Lei de Inovação (Lei nº 10.973, de 02.12.2004, modificada poste-
riormente pela Lei nº 13.243, de 11.01.2016), a fim de verificar se
a referida lei atingiu um de seus principais objetivos, que era o de
estimular o desenvolvimento tecnológico nacional.
Na Exposição de Motivos enviada em 27.04.2004 pela Presidência
da República ao Congresso Nacional do projeto de lei que resul-
taria na Lei de Inovação era possível perceber claramente quais eram
os principais objetivos da legislação proposta, a saber, estimular a
criação de invenções patenteáveis em nosso país e possibilitar a
aproximação entre as forças produtivas da indústria e a Academia.
1 A Connecticut Yankee in King Arthur’s Court, IX, Mark Twain, 1889. A obra citada é uma
alegoria escrita por Mark Twain na qual um engenheiro estadunidense do final do Séc. XIX
é transportado para a Corte do Rei Artur, na Inglaterra do Séc. VI, lá atingindo uma posição
de proeminência equivalente à de um Primeiro Ministro.
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“
A Lei de Inovação implementa
o artigo 218 da Constituição
e cria um dever de proteção
genérico para a produção de
conhecimentos no Brasil. É
algo que foi novo a sua época,
e que, do ponto de vista da
estrutura dos direitos, reverteu
o procedimento costumeiro
anterior2
”
Um instrumento importante da Lei de
Inovação adotado com o objetivo de estimular o
patenteamento é a proibição, contida em seu art.
12, de que o pesquisador divulgue ou publique
as suas descobertas sem que ele ou ela tenha
antes obtido a prévia e expressa anuência da ICT
à qual estiver vinculado. Com isso, o legislador
enviou uma mensagem forte à Academia, qual
seja, a de que não havia mais espaço para o
conhecido adágio “publish or perish” (publique
ou pereça), que até então regia as atividades
dos pesquisadores brasileiros. Evita-se, desta
2 BARBOSA, Denis Borges, “Direito ao desenvolvimento,
inovação e a apropriação das tecnologias após a Emenda
Constitucional no. 85”, 2015, pág. 30 (disponível em: http://
www.denisbarbosa.addr.com/arquivos/200/inovacao/direito_
ao_desenvolvimento_2015.pdf , consulta em 27.09.2017)
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D I REI TO ,L I TE R ATUR A E FILOS OFIA
Justiça e vingança
Tercio Sampaio Ferraz Junior
“
foi pelo bem da nação grega que ele
matou minha filha, eu sei disso, mas
não justifica que ele tenha assassinado
a própria filha e, nesse sentido, eu como
mãe podia e até devia me vingar
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U M A DVOG A DO N A . . .
CVM
Marcelo Barbosa
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“
...para os advogados, a
oportunidade de colaborar
com o setor público abre os
horizontes e oferece novas
perspectivas que de outra
forma não seriam percebidas.
”
O Colegiado da CVM contou, historicamente,
com diversos advogados em seus quadros, que,
com sua experiência e preparo, ofereceram
importantes contribuições para os trabalhos aqui
realizados. Além disso, inúmeros integrantes
da casa – muitos dos servidores e todos os
integrantes de nossa Procuradoria Federal
Especializada - têm formação jurídica. A especial
atenção para aspectos como o devido processo
e a segurança jurídica, tão importantes no
exercício da atividade de supervisão e regulação,
é, portanto, uma prioridade constante.
No entanto, a experiência de um advogado
em uma autarquia como a CVM não se restringe,
por óbvio, à oportunidade de contribuir com sua
experiência. Acredito que, para os advogados, a
oportunidade de colaborar com o setor público
abre os horizontes e oferece novas perspectivas
que de outra forma não seriam percebidas.
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V O L TA R PA R A O Í N D I C E
N ÓS, O S A DVOG A DO S, P OR E LE S , OS JUÍZE S
“
O maior perigo,
para a maioria de nós,
não é que o alvo seja muito alto
e não se consiga alcançá-lo.
É que ele seja muito baixo
e a gente consiga.
”
1. Trinta anos de advocacia e seis de magistratura
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OS OLH O S DO S O UTR OS
O papel do Advogado
Merval Pereira
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Literatura
Responsável pela elaboração do projeto de Código A obra examina a camaleônica figura jurídica do
de Obrigações, o notável professor Caio Mário da “dolo”, cuidando do dolo antecedente, aquele
Silva Pereira expõe, com clareza, suas lições, marco apresentado na fase formativa de um negócio
no Direito Civil nacional. jurídico, e do dolo quando caracterizado por
defeito informativo, aquele que, na prática dos
1ª edição. OAB Editora e GZ Editora, Rio de Janeiro, negócios, seja, talvez, a mais recorrente das suas
2019 (Atualização legislativa: Cristiano de Sousa modalidades.
Zanetti e Leonardo de Campos Melo)
São Paulo: Quatier Latin, 2019.
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Advocacia hj.
n. 1, jun. 2019
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EDITORA
© Ordem dos Advogados do Brasil Conselho Federal, 2019
Setor de Autarquias Sul Quadra 5 Lote 1 Bloco M Brasília/DF | CEP 70070-939
EQUIPE TÉCNICA
Gerência de Relações Externas
Coordenação de Comunicação
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Publicação Trimestral
FICHA CATALOGRÁFICA
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Advocacia hj. n. 1 (jun. 2019) – Brasília, 2019.
Trimestral.
Versão online disponível em: https://www.oab.org.br/publicacoes/revistasadvocaciahj
CDDir: 341.415
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Elaborado por: CRB 1-3148.
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Os conceitos e declarações contidos nos trabalhos são de total responsabilidade dos autores.
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