Dissertacao Eduardoferreirachagas
Dissertacao Eduardoferreirachagas
Dissertacao Eduardoferreirachagas
A Concepção de Estado em
pelos professores:
trabalho.
incentivo constante.
Aos meus caros amgios Expedito Passo, Kleber Amora, Paulo Fleur\',
inestimável.
realização desta.
"Em toda ciência o diíicil é o começo."
K. Marx
K. Marx
Sl'ALVRlO
I - Introdução ^'
V-Conclusão 120
VI - Bibliografia 124
7
I - Introdução
nos a asseverar que em sua obra há. implícita, uma teoria do Estado e. por
acima das camadas sociais, mas é utilizado por elas em prol dos seus
8
propósito da função que o povo deve desempenhar: para este, por exemplo,
Estado; por isso, o Estado não deve assentar-se numa perspectiva abstrata
homens.
uma espécie de arbítrío superíor, com sua vida própría, independente dos
9
sua justificação.
]evar uma vida dúplice. ou seja a ser howgeois na sociedade ci\ü e citoyeu
sua vida genérica. Mas a única forma que Uio permite é a verdadeira
existência genérica.
Alemàes, tendo como editores Arnold Ruge e Karl Marx. Nestes anais. Marx
problemática
X alastra-se. e Marx escTÚiie
W' - mormente contra Bruno Bauer -
por não ter posto a questão no seu verdadeiro terreno, o das conexões entre
colocam não são referentes aos nexos do Estado com a religião, mas as
Estado que nos é proposta por Marx continua a ser, tal como em Hegel, o
fundo, este não soube ver que o verdadeiro problema não era o da
Declaração dos Direiíos do Homem - a que Marx faz uma profunda crítica.
exterior aos indivíduos (e não como sua vida genéricaX como restrição a
interesses privados.
esfera dos interesses particulares. O Estado passa a se lhe opor, tal como o
humana e livxe.
14
II - Capítulo 1°
a reivindicação pela hberdade humana são as duas fi"entes que Marx toma
que os censores cumpram a lei de 1819, para que a imprensa se livre das
do Estado.
indivíduos, que é o seu espírito; autoridades essas que têm por função, não
questão a honra destes, como também a do Estado prussiano; se, por outro,
interbio. pois só devia reger até 1824. enquanto que a nova Instrução não
uma renovação do velho decreto de 1819, também se üudiram, uma vez que
o próprio prólogo dela refuta tal acepção. Marx assegura, ao contrário, que
Para fundamentar análoga poáção, Marx cita uni trecho referente ao artigo
II da sobredita Instrução:
Quanto à seriedade, idêntica lei a toma como "uma hipocrisia do corpo para
escreva, porém o ordena redigir num estilo que não é o seu; se é humorista,
ela decreta que componha de modo sério; se é insolente, ela prescreve que
verdade geral pela verdade dos juizes; negar, enfim, a própria racionalidade
-^Ibid.. p.l51.
18
Estado racional como lei. As leis não são medidas repressivas contra a
universal e da eticidade.
período, é a luta pela separação entre Igreja e Estado. Marx advoga tal
realmente racional deve. pois, eliminar todo vestígio religioso de sua esfera
velho decreto de 1819, Marx evidencia que não havia nenhuma menção
conduta.
Como a nova Instrução indica que o Estado seja imi Estado cristão,
que têm os mesmos direitos, porquanto tém iguais deveres para com ele. Se
católico? numa igreja à qual estes não pertenciam, e cuja essência encontrar-
passa a examinar "as partes mais agradáveis", que são as concessões. Ei-las:
intenções não são, esclarece Marx, leis do Estado voltadas para o indiNÍduo,
■^Ibid, p. 158.
20
senào leis que favorecem uma posição em detrimento dc outra. Essas leis
outro está vedado. Desse modo, um Estado que se coloca cm oposição aos
Direito do Estado.
Gazeta de Colônia, sr. Karl Heinrich Hermes - jornalista pago pelo governo
protótipo mais tosco da religião: assegura ainda que o culto aos animais é o
mves. a reügiâo dos desejos dos sentidos, porquanto, pelo fetichismo, uma
Para corroborar tal idéia. Hermes advoga que todos os Estado; europeus
*Marx. K. El editorial dei número 179 de Ia "Gazeta de Colonia". op. cit.. p. 224.
22
alivTe razão.
decorrência, com que o mdivíduos participe do todo, tal como este desfrute
das mtenções daquele. Mas, como dissemos, Hermes não faz do Estado uma
teocrático. cujo principio está submetido a uma dada Igreja: Igreja essa que
^rbid.p. 228.
23
incerto para a razão. Para Marx. no entanto, tais instituições são cnações do
sua totalidade. .Mém disso, Marx se opõe à tese central de Hugo. segundo a
24
Marx a toma como atividade livTe, capaz de decidir o que é ou não racional.
mais racional.
Marx adverte que o "comunismo", apesar de não ser um bom assunto nos
^Marx, K. El manifesto filosófico de Ia escuela histórica dei Derecho, op. cit., p.243.
5''Marx. K. El comunismo y Ia "Gazeta Geral de Auçsburgo", op. cit.. p. 247.
25
na França e Inglaterra, por isso deve ser tratado, com todo ngor» nos
camada social; pretende, isto sim, que ele se tome uma esfera racionína
a seguinte ponderação:
deverão invocar na próxima Dieta" têm que atender tanto aos interesses
dado que, nos debates sobre o roubo de lenha e a lei de caça, eles se
filosófico, este. por seu caráter concreto, exige de Marx uma abordagem
1 'A Dieta era iima forma de assembléia política, composta, em sua grande maioria, por
representantes da nobreza, da burguesia e do principado.
27
concretos. Marx salienta que é inquestionável que não vallia a pena falar da
lei sobre o roubo de lenha, bem como da lei sobre os delitos de caça, os das
senão também com ela enquanto tal. Todavia antes de tratá-los. convém
e, após um longo debate, ela decide como deüto o fato de subtrair lenha.
bons cidadãos, que ainda não cometeram delitos, e mesmo que venham a
desiguais, pois enquanto uns têm direito à liberdade, outros são condenados
mcluiram na forma da lei legítima. Já num Estado regido por leis gerais, o
Marx elucida tal problema com sua "teoria ideal" do Estado, peculiar
pode pôr sua lei e sua autoridade a serviço do privilégio e dos interesses
aduz Marx.
interesses específicos em lei, e, ao fazê-lo, não pode ser humano, pois seu
adequado a sua essência, a seu caráter geral, tal Estado tem o dever
acusado, imia vez que ele (o Estado) conta com os meios irracionais e
'^Marx. K. Los debates sobre Ia ley castigando los robos de lena. op. cit. p. 259.
30
por ele. é. para esse Estado, uma realidade severa e difícil de superar, Se o
Estado reduz-se à propriedade privada isso significa que não é mais do que
percebida teoricamente, pois Marx não encontra sua negação. Por exemplo,
natureza social.
pressão das leis da hierarquia burocrática, cujo agente é a censura. Por isso.
de classe do Estado como algo necessário, por isso propugna frente a esse
revelar suas intenções. Para ela, evidencia Marx, de nada serviu a outorga
surgia tão-somente em locais públicos nos quais não podia faltar uma
ainda que tente adotar uma inspiração liberal ou, pelo menos, independete.
está privado de espírito político, assim como este não se encontra naquele.
Contudo, a atividade pueril deste jornal, argumenta Marx, não percebe que
humana.
um liame real com essa defesa pois nunca a experimentaram como uma
incompletos sem a mesma e isso evidencia que eles não se acham à altura
deste;
'^Ibid.p. 179.
34
travas que pesam sobre ela, já demonstra, segundo aquele orador, que a
imprensa não se acha destinada a ser livTe. Pelo contrário, é próprio de sua
liberdade de imprensa, para que a verdade possa aflorar nos jornais. Para
''^Ibid.. p. 181.
35
relevância dos alicerces liistóricos, sem os quais ela não teria valor algum.
geral, o faz como se a imprensa não fizessem parte da História. Por um lado,
ele atribui todos os méritos da imprensa inglesa aos fatos históricos; por
constituição de uma nação; quer dizer, o espírito de seu tempo. Esse caráter
a discutir, não polemiza contra o espírito dos diversos países, senão contra
*"Ibid.. p. 182.
36
concepção desse orador é arbitrária, dado que ele manifesta não o que é
aquüo que não é numa existência efetiva. Com efeito, a posição real que tal
abre possibilidade para o mal, de modo que a imprensa só será boa quando
presente, quer seja como privilégio particular de uns, quer seja como direito
censura versus imprensa üvre, estabelece uma di\isão arbitrária entre a boa
estamento:
Tal ponto de vista trata a imprensa como uma coisa formosa algo
Igreja o falar e o pensar seriam aprazíveis e magnifícos. Por isso, frisa ele,
"'^Tbid.. p. 208.
38
algmis desejam uma parte da liberdade, enquanto outros não querem nada
não tem mais garantias juridicas e, em conseqüência, não pode mais tratar,
dos indivíduos. Embora ela não seja toda a imprensa do cidadão alemão, é
Gazeta Renana não foi fundada a fim de lograr especulação editorial nem
enorme perda não só para a província renana, senão também para todo o
espírito alemão. Nesta ocasião, obrigado a um jogo cada vez mais difícil
jornal irá possibilitar ao jovem Marx rever sua "concepção ideal" do Estado
III - Capítulo 2°
propriedade da terra o roubo de lenha etc. Todavia essa luta fora baseada
na idéia hegeüana do Estado racional e. por isso mesmo, fora negada pela
Heget'^. na qual ele encerra; não é o Estado que engendra a sociedade civil,
--'A Critica à Filosofia do Direito de Hegel (1843) foi publicada pela primeira vez na
M.E.G..\.I., em 1927, edição preparada por D. Rjazanow. Esta obra começa analisando
o parágralb § 261 de 05 Pnncipios Fundamentais da Filosofia do Direito (1821). de
Hecel. e termina com uma nota sobre os paráçrafos §§ 312 e 313.
4i
particulares das quais surge o Estado; mas. por outra, tais esferas são
Idéia sua detemiinação ideal. Urge ressaltar que Hegel transforma aídéia
não é inferido a partir do elemento político mesmo, e sim da Idéia. Daí que
como princípio fundante. Para Marx, trata-se de inverter essa posição que
como predicado o que Hegel considera sujeito e coloca como sujeito o que
do Estado, pois ele. consciente de si, conhece o que pretende e tem vontade
Lógica. Por isso, conclui Marx. não estamos fazendo Filosofia do Direito,
seguinte forma:
momento em que uma vontade particular passa a vigorar como lei suprema,
consciência é uma pessoa empírica única que exclui todas as outras, pois
-•'Ibid.p. 333.
46
Estado.
autêntico.--
homem é quem cria a religião, assim também não é a constituição que faz o
seu ser privado. A constituição política - encerra Marx - foi até hoje a
Estado é representado por Ludwiç Feuerbach como "unidade vivente dos homens" e
expressão objetiva da consciência desta unidade. Deduz-se, daqui, que a "política tem de
converter-se em religiáo", apesar de que, paradoxalmente, o aleísmo seja, de fato, um
conditio desta religião. A reliciâo, no sentido tradicional, tende a dissolver o Estado,
nao auniílcá-lo. Por isso, o Estado só se tomará ura instiiunento absoluto para o homem,
quando houver a substituição de Deus pelo homem, ou melhor, da teologia pela
antropologia. O homem é a essência fimdamental do Estado; este é a totalidade da
natureza humana. A esse respeito, c.f Ludwig Feuerbach, Ntccsswade de ur^.a Reiortva
da Filosofia.
49
não existe uma unidade entre a sociedde civil e o Estado; há, isso sim. um
Santo".
civil, são administrados pelas corporações. Porém, acima desta esfera, para
sua consciência, sua vontade, seu poder como corporação, ou seja, como
do Estado. Hegel assenta aqui uma oposição entre Estado e sociedade civil,
--A teoria de uni Estado sem burocracia foi planificada por um dos herdeiros maiores
de K. Man:; V. Lênin, que passou a vida a combatê-la; nâo obstante, o Estado
soviético converteu-se na mais extraordinária máquina burocrática da história Cf. V.
Lénin. O EsíOJO e a Revolução.
52
da seguinte forma:
nascimento. Para Hegel, essa participação direta dos indivíduos, por meio
das eleições, nas discussões relativas aos assuntos do Estado, faz entrar o
icUieiiu dc 1844. os.4//a/,v Frum <>-Ale mães. Na direção, .^jiiold Ruge e Kcirl
crítica do Estado cristão pela critica ao Estado político, pois que a questão
sociabüidade humana.
cristão, o judeu está a pedir a tal Estado que abandone seu preceito
pode ser libertado por aquele, uma vez que semelhante Estado aparece
judeu dos outros súditos, deLxando-o, pois, exposto às pressões das esferas
e aguardar para si um povir que nada tem de similar com o futuro universal
da humamdade.
e por isso se contenta em fazer a crítica ao Estado cristão. Para lograr tal
^®Ibid., p. 349.
57
Estado não atingir mais o cumprimento de unia dada religião e abolir, por
então a idéia de que a supressão da religião é contidio sine qiia non para a
tematização, Marx advoga que tal questão é unilateral, dado que não é
29lbid.,p. 351-52.
59
realmente livre.
que o burgeois - que leva uma vida retraída privada e egoísta - se encontra
30lbid.p.355.
60
vida real c dotada de uma universalidade ilusória. Essa oposição foi deixada
político, o Estado real, não precisa da rehgião para sua consumação política;
nele de maneira profana. Por outro lado, o Estado cristão, que é ainda
3 5lbid..p.362.
61
por causa da dicotomia entre vida individual e vida genérica, isto é, entre
da vida individual, como se fosse sua verdadeira vida. Com efeito, o Estado
deixar de ser judeu, ele não poderá, pois, exigir e lograr os direitos
niodema como algo exterior ao ser humano, como limitação de sua original
Marx frisa que essa contradição se efetiva na oposição do homem como ser
-'^Ibid., p.369.
64
capitalista.
p.374.
05
político.
todo nível histórico, abaixo de toda critica, dado que a luta contra o
presente político dos alemães é, de fato, a luta contra o passado das nações
35ibid.,p.390.
67
assinala que:
■^'Vorvruis era uin jonial bi-senianal alemão, que se publicou em Pariü, de janeiro a
dezembro de 1844. Mai?:, ao ser designado redalor-chefe, atribuiu ao periódico unia
orientação crítica Nele. contestava-se. monnente. a situação retiógrada existente na
Prússia.
-'"'A abordagem teórica desse ti-aballio é similai- ao processo que Mai-x emprega paia
criticar B. Bauer em.4 Q-uesrào Jucaica. Cf a seção anterior deste cajMtulo.
-^^Diário francês, órcâo dos republicandos democratas pequeno-buicueses; publicou-se
em Paris, de 1843 a 1850.
68
Ruge, Marx explica, a partir das relações gerais entre o Estado e os males
sociais, que a sublevação dos tecelões não podia incutir no rei qualquer
medo especial, porque não era dirigida imediatamente contra ele e, sim,
-^■'Marx. K. Glosas Críticas al articulo "El rey de Prussíia y Ia refonna social. Por uh
prussiano". Iri; ., Engels, F. Obras fiw.áamcrtlalcs. Traducción de Wenceslao
Roces. México; Fondo de Cultura Econômica, 1987. v.l,p. 505-06.
69
gabinete red. uma vez que a doutrina real. ao tomar a boa disposição dos
sentimento religioso.
sigmficado geral que reveste uma miséria universal, que manifesta sua
significação global, tanto por sua reiteração periódica no tempo, como por
la. Aijida quanto à situação apolitica na .Memanlia. Ruge salienta que o Rei
de tratar tal problema - aduz Mar.x - não é exclusivo do rei prussiano, haja
para os pobres. Dai que o meio legal empregado contra o mal social, ou
uma etenia lei da natureza: uma vez que a população tende a superar
prestado à miséria. Com efeito, o Estado não pode fazer outra coisa senão
dos pobres.
à qual não se pode fazer frente como uma "desgraça", senão que deve, pelo
Marx - o regime das "casas de trabalho", ou seja, das casas para os pobres,
contra os pobres que apelam para sua caridade. Portanto, vimos - enfatiza
Marx-que:
extensa. No entanto, não tinha mais como propósito acabar com ele. mas,
Marx - quis acabar "de um golpe só" com a mendicância e. para isso.
40ibid.,p. 510-11.
73
nuscna na Fraiiça i 'ontiido. por nia]> que oí-' [--stadoi: sc tciihiuii ocupado da
medida^.
desses males. Âssun. onde quer que existam partidos políticos, cada um
se destruir a si mesmo, dado que ele jaz sobre tal contradição; precisando,
uma aii\idade formal e negativa, já que seu poder cessa onde principia a
acabar com a atual vida privada: e se almeja suprimir a vida privada, terá
que abolir a si mesmo, uma vez que ele só subsiste como antítese dela. Na
mais poderoso é o Estado e, portanto, mais politico é imi pais, tanto menos
•^'Ibid.. p. 513.
75
poUticos.
próximo capítulo.
-!6
IV - Capítulo 3®
Sociedade e o Estado
sua nqueza morta Porem. lujiguém sofre tao cruelmente com seu
trabaDiador não tem apena^ de lutar pelo meio físico de subsistência, deve
ainda lutar para alcançar traballio, isto é. "... pela possibilidade de obter os
singelo aumento dos saláno? nao se constiui como solução adequada; pelo
ser, para o trabalhador, seu próprio ser objetivado, para ser apenas um
trabalho - seu produto - opõe-se a ele como ser estranho, volta-se contra
porém, agora esta não Uie pertence, mas ao objeto. Assim, quanto mais
•^^Ibid.. p. 597.
79
não típica de sua espécie, não própria de seu gênero - o seu ser genérico
(tajito no que diz respeito a sua natureza íisico como a suas faculdades
nesiadora
w da essência humana, o trabaUiador. asseeura
w Marx;
p. 562.
80
que certo número de homens produz para outros e por isso não tem o
controle sobre o produto de seu próprio trabaliio; por outro, pelo fato de
reproduz sua vida. Marx assevera; "No tipo de atividade vital se contém
^"'Ibid, p 601
p. 600.
81
muda dos animais, produz sua existência, cria a consciência de que é um ser
social e. assim, atinge a existência de \mi ser universal e livTe; por isso. o
sujeito de uma atividade livTe e consciente. Daí que o homem, alude Marx:
-^^'Ibid., p 600-01.
'"Ibid., p. 600-01.
82
isso mesmo, objetos humanizados: não são simples natureza, mas natureza
todas as suas forças genéricas, o que, a princípio, só pode ser feito sob a
fonua de alienação.
que o homem se afirme como ser humano, dado que seu produto corrobora
sua atividade objetiva, "a sua atividade objetiva "a sua atividade como a de
^'Ibid.. p. 596.
83
Marx;
enquanto tal, mas apenas uma dada fomia particular do trabalho, isto é, o
homem já não pode reahnente "contemplar-se num mundo por ele criado",
atividade, cria um mundo irreal, submete-se a ele e com isso restringe ainda
capitalista Marx não enceta sua investigação, como fez a economia politica.
burguesa, onde:
externa e sem espírito" da riqueza pródiga. Todavia, nenhum dos dois ha\ia
5<^'Ibid.. p. 606.
88
uma? coi?a^ por outras, poi? pcln pcmuila o homem adquire o que precisa
da troca poi? sem ela nao havena produção. Já para Skarbek a causa que
de Hegel. que acabaram por assumir uma posição inteirainente acrítica a sua
religião e à teologia, pois, para ele. assim como a teologia apreende o real
consiste em que. quando Hegel fala da riqueza poder estatal e fatos sociais
90
57ibid.,p. 649.
5»Cf. capítulo IV, seção A, Independência e Dependência da Cons^ciência-de-si -
Dominação e Escravidão - da Fenomenologia do Espirito, no qual Hegel assevera que.
pela mediação do trabalho, a consciência-de-si toma-se consciência-para-si, ou seja, ela
obtém a intuição de si mesma ao perceber o objeto independente (ser independente).
Portanto, podemos afirmar, de acordo com as proposições de Hegel, que o trabalho
fonna, educa.
91
ato puramente formal, abstrato, que dcLxa. na verdade, seu objeto persistir
que sob forma distinta e, além disso, pretende eliminar qualquer forma de
politica pretende efetivar uma nova realidade, contudo, afetada ainda pela
Comunidade Ilusória
1846)^^ que ela vai adquirir a expressão mais resoluta e clara. Antes de
tratar da questão propriamente dita. Marx trava uin confronto com os neo-
^'.4 Ideologia Aleniü - redigida, de setembro de 1845 a maio de 1846, por Marx e
Engels', e só conliecida em sua totalidade depois de 1932 - é uma obra voluníosa. que
aborda problemáticas mui distintas. Aqui, Hmitamo-nos à primeira parte, que leva o
título; Feuerbach.
95
toda a sua ati\idade, seus grilhões e seus limites - eram ilações de sua
eles são coincide com sua produção - tanto o que produzem, quanto o
modo como produzem. Marx sahenta que a produção não é algo dado
sociedade civil: porém, agora esse Estado não é senão uma forma de
Marx;
p. 69.
98
Quando Marx diz que os homens são aquilo que criam, não entende
por isto que sua existência material é condicionada apenas pela produção.
^•^IbiA.p. 25.
99
produtiva, com o elo niatenal dos indivíduo? e com sua organização sócio-
não é a consciência dos indivíduos - precisa Marx - que determina seu ser.
mas. ao contrário, é seu ser social que detemima sua consciência Os nco-
realmente ativos e de seu processo de vida material, mas sim daquilo que
do pensamento.
sua satisfação constitui o primeiro fato histórico. Por fim, é preciso que haja
humana e pela transmissão das aquisições de uma geração para outra. Não
social como fase? distinto?, ma? simplesmente como três momentos que
consciência, mas não se traia aqui de uma "consciência pura", senão de uma
nação, e persiste, através de toda a hi.?tória até nossos dias. Com a cidade
aos mdivíduos. que os aniquila. Esse fenômeno não pode ser superado se
direito de voto, etc., etc., - são apenas "formas üusória^". na=: quais se
mas sim de forma mecânica unilateral e unposta dado que a própna ação
ao mvés de ser por ele dominado. Para que essa alienação (negativa) e sua
Marx - duas premissas básicas; por um lado, é preciso que haja uma "massa
ser como íenômeno local, que, a qualquer extensão das relações humanas,
acordo com Marx, não é imi "estado que deve ser estabelecido", nem um
"ideal" para o qual a reahdadç terá que se dirigir, mas sim um mo\imento
t-Ibid.. p. 34.
103
poder que lhes é estranlio, um poder que se toma cada vez maior e que se
seu caráter político, ou seja, cessa de existir enquanto tal, e, em seu lugar,
estabelece-se uma comumdade cujo caráter não será mais político, e smi
humano.
Capitalista
'-'o Mühií^^o Comunis-tü, publicado em 1848. está dividido em qualio aeções, daí
quais ai' três primeiras síLü de importância quaüe similai-, enquanto que a quarta é
bastante curta. Vejamo-laí;: a primeira, intitulada "Burgueses e Proletários", é o núcleo
da obra, sua parte vital; a segunda, denominada "Proletários e Comunistas", explica a
posição dos "comunistas" em relação ao conjunto dos trabalhadores, repelindo as
objeçôes feitas ao "comunismo" pela "burguesia". Sob o título "Literatura Socialista e
Comunista", a terceira seção passa sarcasticamente em revista as divesas formas -
"reacionárias" ou "feudais", "pequeno-burçuesas". "conser\'adoras" ou "burguesas",
"critico-utópjcas" - do movmiento social da época A quarta paj1e. brevíssima, sintetiza
a posição dos "comunistas" em face dos outros partidos de oposição. E necessário
105
Marx consigna que a história de todas as sociedades tem sido uma história
proletariado - a classe dos indivíduos assalariados que, para viver, não tem
elucidar que esta obra foi assinada por Marx e Etigels, mas foi redigida unicamente pelo
primeiro.
to^Urge ressaltar que, nos primórdios da humanidade, qualificados de comunidades
humanas, a organização social era coletiva Nesse período, nâo havia poderes estranhos,
superiores aos indivíduos, nem tampouco à comunidade. Daqui se segue que, para Marx,
o Estado é considerado - já o dissemos - como uma espécie de poder político externo,
que se sobrepõe ao aspecto dinâmico e vivo da sociedade. A esse respeito, c£ F. Engels,
Oneem da Familia. da Propriedade Pri\ada e do Estado.
106
bens e o consumo de todos os países, dado que ela não representava mais
cidades em relação à dos campos e, com isso, arrancou uma grande parte da
não só foijou as "annas" que lhe "dariam a morte", como ainda engendrou
^-Ibid.. p. 116.
1U9
reduzido aos meios de manutenção que Uie são necessários para subsistir e
defende Marx;
o Estado perde seu caráter político, ou seja, deixa de ser um poder político
112
conclui Marx:
sua "velha rival". Assinv essas duas forças sociais passaram a se servir
7?lbid.,p. 130.
113
Com efeito, o rei passou - salienta Marx - a assumir amplos poderes. tais
suas mãos todo o poder do Estado e ainda dividia o poder legislativo com
se opor a uma fomia de Estado que não representava mais seus interesses e
caminhos para ver a efetivação de todos os seus desígnios, uma vez que:
insjíirou. por sua vez. na emancipação dos Países Baixos (1566 a 1609)
para a nova sociedade européia. Marx defende que elas marcaram o triunfo
nova época social, de um novo Estado, ela era apenas o retardado eco,
consoante Marx. porque a burguesia prussiana não era. tal como burguesia
''5ibid,p. 229.
117
luilia'^ gerais que deverão ser seguido?, no futuro imediato, pelo conjunto
universal, o direito ao trabalho, etc. Contudo, Marx esclarece que foi uma
''^laix K. Eiigels F. Meíisagem dei comitê central a li^a do& comuiiistai. Iii;
.,Ejij2els, F. Obras escogidas. Moscú; Editorial Progreso, 1974. v.l. p. 183.
118
república burguesa como tal e nada mais. Portanto. Marx demonstra que,
liberdade. Passim sendo, para que suija uma nova forma de sociabüidade
basta, por isso. que ele mude de mãos, com o seu "aparelho centralizado", a
119
aparelho do Estado existente e pô-lo a seu serviço; deve, isto smi. quebrá-lo
- Conclusão
vida real. Por um lado. ele surge como bourgeois - indi\iduo concreto,
cujo único escopo é o interesse particular; por outro, aparece como ciloyen
Marx constata que o Estado tem sua gênese na^ relações sociais concretas, e
o Direito, o Estado, etc., não são mais que modos particulares da produção
social.
sua força de traballio. O Estado deLxa, então, de lhe aparecer como meio do
não resta a esperança de que o Estado possa elevar-se sobre tais interesses,
social.
e.xÍ5tência particular ao lado e fora da sociedade civil: mas esse Estado não é
VI - Bibliografia
1974. 121 p.
1973. 2v.
56.
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99-140.
130
661.