Coerência e Coesão - Slides

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Reflexão sobre a gramática

Gémeos do mal
“Onde” e “aonde”
“Descrição” e “discrição”
“Comprimento” e “cumprimento”
Coerência e Coesão
COERÊNCIA

Quando se fala da coerência, refere-se ao


sentido ou lógica interna de um texto, isto é, o
assunto abordado não deve ter distorções, de
modo a facilitar o entendimento da mensagem.
Coerência e Coesão
COESÃO
A coesão tem a ver com selecção adequada de palavras; a ligação harmônica
entre as frases e/ou parágrafos de um texto, fazendo com que fiquem ajustados
entre si, mantendo uma relação de significação.

A coesão diferentemente da coerência, preocupa-se com a estrutura de um


texto, ou seja, procura garantir a ligação harmônica das palavras num texto.
Coerência e Coesão
I. Tipos de coerência

Os tipos de coerência textual são imprescindíveis para a coerência global de um texto:

➢ Coerência sintáctica

Tem a ver com a estrutura frásica, por exemplo, a ordem como os elementos
linguisticos são dispostos na frase, a selecção lexical, as regras de concordância e de
regência, etc.

A sua principal função é eliminar, por exemplo, as estruturas ambíguas, o uso


inadequado de conectores como elementos indispensáveis para a coesão textual.
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➢ Coerência semântica

Relaciona-se com os significados dos elementos que compõem um texto. Quando as frases
veiculam devidamente e de forma compreensivel a mensagem.

Quando as frases aparecerem desprovidas de sentido ou quando houver ideias contraditórias,


logo a coerência semântica não foi observada.

➢ Coerência temática

Refere-se ao princípio que privilegia apenas as ideias que sejam relevantes para o bom
desenvolvimento do tema. Para que se consiga a coerência temática, as frases ou ideias que
em nada contribuem para a sequência lógica dos argumentos devem ser evitadas.
Coerência e Coesão
➢ Coerência pragmática

Acontece quando as condições do contexto são favoráveis aos actos de fala dos interlocutores, por
exemplo, quando fazemos uma pergunta para um interlocutor. A coerência pragmática exige que ele
elabore uma resposta, dando sequência aos actos de fala e à comunicação. Se essas condições forem
ignoradas, o resultado é a incoerência pragmática.

➢ Coerência estilística

A coerência estilística exige a manutenção de um único tipo de linguagem. Se for contemplada a


linguagem formal, ela deverá ser preservada até ao final da composição. O mesmo serve para a
linguagem coloquial. A incoerência estilística não afecta o entendimento de um texto, mas o ideal é
manter um padrão de linguagem único, sobretudo o que esteja adequado à situação linguística.
Coerência e Coesão
➢ Coerência genérica
Está relacionada à escolha adequada do género textual, por exemplo, se a
intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda,
provavelmente ele optará pela linguagem utilizada nos classificados de um
jornal. Se a intenção é contar uma história, optará pelo conto ou crónica.

Os seis tipos de coerência textual apresentados, contribuem para a


construção de enunciados aceitáveis, seja do ponto de vista semântico,
sintáctico, estilístico, temático, genérico ou pragmático.
Coerência e Coesão
Princípios da coerência
A coerência depende das relações de sentido que se estabelecem entre as
partes textuais e tais relações devem obedecer os três princípios:

➢ Princípio da relevância
Rejeita eventos que não estejam logicamente relacionados entre si, ou
seja, não aprova a existência de partes textuais que falam de assuntos
diferentes, mesmo que tais partes contenham, individualmente, uma certa
coerência.
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➢ Princípio da não contradição

Enfatiza a inexistência de situações logicamente incompatíveis, ou seja, num texto,


não se pode ter factos ou ideias que se contradizem.

➢ Princípio da não tautologia

Tautologia é o vício de linguagem, isto é, repetição de factos ou ideias, mas com


recurso à expressões ou palavras diferentes. Nesse caso, este princípio exclui a
existência de factos repetidos, pois um texto coerente deve ser claro e conciso,
evitando rodeios ou repetições desnecessárias.
Coerência e Coesão
II. Tipos de Coesão

➢ Coesão frásica

Tem a ver com a ligação existente entre os componentes da frase. Verifica-se ao nível :

Da concordância:

Em género e número

Exemplos:

Ele (masculino, 3ª pessoa do singular) chegou (3ª pessoa do singular);

Estas laranjas (feminino, plural) são (plural) azedas (feminino, plural).


Coerência e Coesão
Da ordem das palavras na frase

Veja-se a ambiguidade de sentido da frase seguinte, consequência da incorrecta colocação das palavras:

*O homem admirava a bailarina que dançava com um olhar sensual.

Esta frase pode ser compreendida de duas formas, a saber:

O homem, com um olhar sensual, admirava a bailarina que dançava. Ou

O homem admirava a bailarina que, com um olhar sensual, dançava.

Portanto, a ocorrência deste tipo de situações pode ser corrigida reordenando e pontuando a frase ou
enunciado, de forma a retirar a ambiguidade patente no enunciado.
Coerência e Coesão
➢ Coesão interfrásica
A coesão interfrásica é assegurada pelos marcadores discursivos (articuladores ou
conectores discursivos). Deste modo, quando escrevemos ou falamos, devemos
assegurar-nos de que usamos o conector adequado em relação ao que queremos
expressar.

➢ Coesão referencial
A Coesão referencial é a propriedade de qualquer texto em que se assinala, através da
utilização de formas linguísticas apropriadas, que os indivíduos designados por uma
dada expressão são introduzidos pela primeira vez no texto.
Coerência e Coesão
➢ Referência
Há referência quando no discurso (oral ou escrito), o locutor introduz pela primeira vez algo
(pessoa, coisa, ideia…) sobre que deseja falar.

Exemplo:

A menina que já andava… (A menina: segmento textual A)

➢ Co-referência

Há co-referência quando o locutor, na sua cadeia discursiva, após a primeira introdução de algo
– segmento textual A – continua a referir esse mesmo algo em segmentos textuais sucessivos –
B, C, D… (porque referem o mesmo, são co-referentes do segmento textual A).
Coerência e Coesão
Exemplo:

A menina que já andava morta de saudades, por se ver sem


os seus filhos, vestiu-se à pressa com a sua saia de
esquilhas e partiu para a corte. A rainha estava à espera
dela e, assim que a viu, deixou-a entrar para um corredor, e
lançou-lhe as unhas, furiosa, para a afogar.
Coerência e Coesão
➢ Cadeia anafórica

Conjunto de segmentos A, B, C, D… que


num texto têm o mesmo referente, de modo
explícito ou subentendido.
Coerência e Coesão
➢ Coesão lexical por semelhança ou oposição entre
palavras
Substituição
▪ Sinonímia – sinónimos: palavras ou expressões de sentido
idêntico.

▪ Antonímia – antónimos: palavras ou expressões de sentido oposto.


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Hiperonímia – hiperónimo: nome que engloba os elementos de
um conjunto, de uma classe. Por exemplo: o hiperónimo felino
inclui todo o ‘género’ de animais com garas, como: jaguar, chita,
tigre, etc.

Exemplo:

Os leões caçam também nas noites. Isto porque estes felinos são
ágeis.
Coerência e Coesão
Hiponímia – hipónimo: nome que individualiza os elementos de
uma classe. É o conceito oposto de hiperónimo. Assim: pardal,
águia, periquito, rouxinol, avestruz, etc., são hipónimos de ave.

Exemplo:

Gosto de quase todas as aves, mas tenho uma preferência muito


especial por rouxinóis.
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AMBIGUIDADE
Ambiguidade é a designação atribuída à duplicidade
de sentidos.

Na gramática da língua portuguesa, diz-se que uma


palavra, vocábulo ou frase é ambígua quando nos
remete a diferentes interpretações.
Coerência e Coesão
Classificação das ambiguidades

➢ Ambiguidade sintáctica

Ambiguidade sintáctica refere-se à posição de um sintagma, que é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem
um significado, mas que por si só não podem formar uma frase completa.

Exemplo:

O rapaz viu a moça na moto.

Neste contexto, a ambiguidade resulta da posição em que o sintagma “na moto” ocorre na frase.

Esta frase pode ser interpretada como descrevendo a situação em que o rapaz estava na moto quando viu a moça ou, ainda,
como descrevendo a situação em que a moça estava na moto quando o rapaz a viu.

Na moto, o rapaz viu a moça.


Coerência e Coesão
➢ Ambiguidade lexical

Quando uma determinada palavra assume dois ou mais significados, remetendo o


leitor a várias interpretações.

Exemplo:

O rapaz pediu um prato ao garçom.

Nessa frase, a ambiguidade é resultado da palavra “prato” que pode ser interpretada
de várias formas, por exemplo: pode-se interpretar prato como objeto onde se coloca
a comida; em um segundo momento, é possível interpretar como um tipo de refeição.

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