Apostila Supply Chain Management
Apostila Supply Chain Management
Apostila Supply Chain Management
ELIA, B. S.; FIALKOVITS, R. J. Supply Chain Management. Rio de Janeiro: FGV, 2022.
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forma que é proibida a reprodução no todo ou em parte, sem a devida autorização.
INTRODUÇÃO
Gerenciamento da cadeia de suprimentos pode ser entendido
como o gerenciamento de relacionamentos entre fornecedores e clientes,
com o intuito de criar valor para estes últimos, otimizando os custos na
cadeia de suprimentos.
A necessidade de respostas mais ágeis às demandas de clientes vem
levando organizações a buscar processos enxutos e estruturas flexíveis
para atender a tais exigências. Respostas a essas demandas de modo
individual em cada organização, com recursos próprios, não alcançariam
a agilidade exigida pelos novos padrões de consumo e não otimizariam
os custos ao longo da cadeia. Dessa forma, as organizações passaram a
desenvolver relacionamentos interorganizacionais de forma análoga aos
esforços que faziam na busca pelos melhores arranjos
intraorganizacionais.
Sob essa ótica, a disciplina Supply Chain Management trará para
discussão aspectos fundamentais para entender as dinâmicas das cadeias
de suprimentos e as relações interorganizacionais que as acompanham.
Isso se dará com o uso de recursos didáticos atuais, estudos de caso e
abordagem prática, em que emergirão conceitos, ferramentas e consensos
importantes sobre esse tema, extremamente atual.
O objetivo geral desta apostila é apresentar alguns dos principais
conceitos, ferramentas de suporte à tomada de decisão e estudos de casos
de empresas que se destacam em gerenciamento da cadeia de
suprimentos, sendo referencial para a análise comparativa e inspiração
para otimizar a produtividade e a lucratividade das empresas de diversos
setores.
Entre os objetivos específicos, estão as questões trazidas em cada
um dos capítulos desta apostila, que contribuem para tornar a gestão da
cadeia de suprimentos mais complexa e cara, criando desafios a gestores
e gestoras para responder às seguintes perguntas:
Como reduzir o tempo de desenvolvimento de um produto
para a sua efetiva disponibilização no ponto de vendas?
Como aumentar o nível de serviço para clientes e reduzir
custos com estoques ao longo da cadeia de suprimentos?
Como se adequar às questões ambientais, que envolvem
devoluções e manutenções, melhorando o desempenho da
cadeia de suprimentos, por meio da logística reversa,
reduzindo custos operacionais e impactos socioambientais?
Sabe-se que os desafios são muitos e estão crescendo em número e complexidade, por isso, a
quem é responsável pela gestão de qualquer área, faz-se necessário conhecer a importância dos
principais processos logísticos e da sua integração com fornecedores e clientes nas suas organizações.
Esta apostila está dividida em quatro módulos, subdivididos em 10 unidades, nas quais o
gerenciamento da cadeia de suprimentos é abordado por diferentes enfoques, conforme a seguir:
Módulo I – História e evolução da logística empresarial ao supply chain management –
introduz os temas logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos, contextualiza-os e
trata-os sob uma perspectiva histórica; apresenta acus, vel varius nunc gravida vitae.
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Módulo II – Infraestrutura brasileira, custos logísticos, globalização e internacionalização
da produção e os seus impactos em supply chain management – apresenta elementos da
infraestrutura brasileira e dos custos logísticos, bem como das suas influências em supply
chain management; analisa a globalização e a internacionalização da produção e destaca os
seus impactos na cadeia de suprimentos;
Módulo III – Ferramentas e fatores de sucesso em supply chain management – aborda
decisões de trocas compensatórias em supply chain management (trade-offs); destaca a
importância da tecnologia da informação e de ferramentas para a avaliação de desempenho
como fatores de sucesso aplicados ao gerenciamento da cadeia de suprimentos;
Módulo IV – Sustentabilidade em supply chain management – apresenta e discute temas
extremamente atuais que vêm gerando impactos positivos para organizações em todo o
mundo, mas que são pontos de atenção para o supply chain management: ESG, green supply,
sustentabilidade e redução de riscos ambientais.
Bom estudo!
SUMÁRIO
MÓDULO I – HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA EMPRESARIAL AO SUPPLY CHAIN
MANAGEMENT ................................................................................................................................... 9
ESG E PRÁTICAS DE GREEN SUPPLY CHAIN PARA REDUÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS E
OBTENÇÃO DE VANTAGEM COMPETITIVA....................................................................................71
ESG e estrutura da cadeia de suprimentos verde ...............................................................71
ESG E SUSTENTABILIDADE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS .........................................................75
Ecodesign ...................................................................................................................................77
Capacidade dinâmica da cadeia de suprimentos sustentável...........................................78
Impacto de crises pandêmicas e humanitárias nas cadeias de suprimento...................80
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 81
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 83
BIBLIOGRAFIA COMENTADA.......................................................................................................... 90
PROFESSORES-AUTORES................................................................................................................ 92
MÓDULO I – HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA
LOGÍSTICA EMPRESARIAL AO SUPPLY
CHAIN MANAGEMENT
Uma abordagem efetiva no gerenciamento da cadeia de suprimentos pode ser decisiva como
estratégia empresarial, permitindo geração e manutenção de vantagens competitivas para as
organizações por meio de diferenciação nos seus serviços ou otimização de investimentos e custo.
Em última análise, o gerenciamento da cadeia de suprimentos contribui para criar valor para clientes
e reduzir gastos operacionais nas organizações.
O conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos leva à compreensão do processo de
gerenciamento de prestação de serviços ou provimento de produtos como um processo único. Nesse
sentido, uma organização em rede ou cadeia de abastecimento tem por objetivo a integração e a
coordenação de processos entre organizações, visando à otimização na gestão de prestação de
serviços ou provimento de produtos, desde as fontes de até a entrega ao consumo final.
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Figura 2 – Cadeia de abastecimento
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desenvolvimento de fornecedores – permite que haja mais agilidade nas mudanças e
resultados a serem compartilhados;
proliferação de novos produtos e serviços ofertados em parcerias entre clientes e
fornecedores – esse fato também reduz os custos e os prazos de execução de projetos. Tais
parcerias são consideradas uma evolução da gestão logística, também chamada integração
externa.
Logística
Até o final da década de 1940, a palavra “logística” era usada predominantemente no meio
militar. Antoine-Henri Jomini, um oficial que pertenceu ao exército de Napoleão Bonaparte, citou
o termo logística na sua obra Précis de l'art de la guerre (1837-8). Esse livro teve como foco cinco
elementos fundamentais para promover deslocamentos de tropas, invasões e manutenção de
territórios conquistados:
estratégia;
grandes táticas;
logística;
engenharia;
logística;
táticas menores.
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a parte da administração da cadeia de suprimento que planeja, implementa
e controla, de forma eficiente e eficaz, o fluxo direto e reverso e a
armazenagem de bens, serviços e informações relacionadas, entre um
ponto de origem e um ponto de consumo, com o objetivo de atender aos
requisitos do cliente (CSCMP, s.d.).
São atribuições da área de logística, mesmo que sejam operacionalizadas por profissionais de
áreas distintas em uma organização.
gerenciar informações sobre necessidades e demandas de cliente;
controlar o atendimento de pedidos;
manter o rastreamento das entregas realizadas e dos correspondentes pagamentos.
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Pela observação da figura 3, pode-se entender cada um dos subprocessos da seguinte forma:
1. Logística de entrada ou inbound logistics se refere a interações, fluxos de materiais, dados
e informações entre uma organização e os seus fornecedores.
2. Logística interna ou operações internas se refere a interações, fluxos de materiais, dados e
estoques em processo nas linhas produtivas de uma organização.
3. Logística reversa diz respeito aos fluxos inversos de produtos ou subprodutos, entre
clientes e uma organização. A reciclagem ou “logística verde” ressaltou a importância
desse macroprocesso logístico, notadamente onde instruções normativas e legislação
obrigam produtores a se responsabilizar pelo destino final do produto ou partes deste
após o uso.
4. Logística de distribuição, distribuição física ou outbound logistics se refere à destinação
de produtos acabados considerando os seus fluxos de materiais, dados e informações,
desde o local de armazenagem até a entrega, tendo em vista o atendimento e o
processamento de pedidos ou especificações contratuais para o fornecimento contínuo.
Costuma-se atribuir a esse macroprocesso grande importância, uma vez que na percepção de
clientes finais essa etapa impacta de forma mais expressiva o nível de serviço prestado pela
organização.
Outra forma de abordar a logística, conceitualmente, é enxergá-la segundo quatro pilares
interdependentes: i) infraestrutura; ii) cadeia de suprimentos; iii) tecnologia; iv) pessoas.
Considerando a abrangência adotada, logística pode ser considerada também como participante
ativa de planejamento estratégico em uma organização.
Por conta da sua abrangência e importância estratégica, a logística passou a ser considerada
fundamental em diversos campos da atividade econômica, incluindo organizações militares,
financeiras, indústrias, hospitais, bem como órgãos governamentais ligados à segurança pública e
ao combate a calamidades.
É comum limitar o entendimento de logística à gestão de estoques e transportes, porque tais
atividades são as mais importantes no que se refere a custos logísticos e imobilização de recursos.
Apesar da falta de consenso acadêmico, muitos autores e autoras enxergam o gerenciamento
da cadeia de suprimentos como uma evolução da logística. A integração de processos internos e
externos às empresas se tornou comum por conta do aumento nos patamares de competitividade.
Nesse contexto, as parcerias para coordenar conjuntamente processos eficientes em termos de custos
e agilidade que superem as capacidades individuais das organizações vêm tornando real um sonho
antigo na logística: o gerenciamento da cadeia de suprimentos em escala global.
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Da logística ao gerenciamento da cadeia de suprimentos
Originalmente, a logística era entendida como uma atividade de suporte; muitas vezes, um simples
apoio à área de vendas ou manufatura. Essa visão limitada era explicada pela associação que se fazia com
as atividades de transporte e armazenagem. Para grande parte das pessoas em cargos executivos, essa era a
função da logística; dessa forma, viam-na como um centro de custos e despesas necessárias para atender à
clientela, transportando-se matéria-prima da origem até o local da sua utilização na produção ou então
mantendo estoques de produtos acabados ou insumos para minimizar o impacto das variações na
demanda.
Antes dos anos 1990, a logística nas organizações brasileiras era vista como um conjunto de
atividades operacionais de menor importância, um mal necessário, sem grandes reflexos dos seus resultados
nas métricas de desempenho do negócio. Às vezes, esse conjunto de atividades era visto como meramente
administrativo. Tanto a logística de suprimentos, quanto a distribuição física eram tratadas de modo
estritamente funcional. Falava-se na eficiência no uso de recursos, mas sem considerar os seus impactos no
potencial competitivo das organizações.
Esse fato teve como principal influência a baixa competitividade das empresas brasileiras, protegidas
pela legislação que impedia a importação de produtos concorrentes e ainda associada aos grandes cartéis,
preferindo sempre aumentar preços a investir em ganhos de produtividade, o que contribuía para o
processo inflacionário.
Quando houve a abertura de capital, na década de 1990, ocorreram mudanças estruturais na
economia brasileira, permitindo três condições fundamentais para que as empresas brasileiras fossem
obrigadas a se confrontar com padrões de preços e qualidade mundiais, a saber:
efetivo controle inflacionário;
estabilização da moeda;
início do processo de globalização.
Essas novas condições desencadearam uma profunda reflexão sobre as práticas organizacionais e a
necessidade de adaptações em prazos curtos para garantir a sua sobrevivência.
Os anos se passaram, e surgiram necessidades com a mudança no comportamento do público
consumidor, por conta da economia globalizada. Passaram a perceber a logística e a cadeia de suprimentos
como algo capaz de criar vantagens para si por meio das suas escolhas, gerando vantagem competitiva às
organizações que soubessem interpretar e satisfazer os anseios e as necessidades do público.
Para superar a concorrência não era apenas suficiente dispor do produto que alguém necessitava: a
organização precisava ser percebida como capaz de atender aos anseios e às expectativas das pessoas. Dessa
forma, a logística e as cadeias de suprimentos se tornaram o caminho para atingir esses objetivos. Passou a
ser vital dispor de processos otimizados capazes de garantir o atendimento de parâmetros como qualidade,
tempo, local e conhecimento das expectativas e necessidades de clientes. Pode-se afirmar que a decisão de
compra vai além da qualidade e da disponibilidade do produto, no lugar e no momento em que as pessoas
necessitam.
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A logística empresarial é capaz de agregar valor de lugar, tempo, qualidade e conhecimento
sobre a cadeia produtiva. Além de agregar os quatros tipos de valores positivos para o consumo
final, a logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos contemporâneo visam eliminar os
processos que não agreguem valor ao produto ou que não sejam percebidos como valiosos para
clientes. Isso otimiza recursos, e permite o aumento de eficiência e a melhoria dos níveis de serviço,
tornando as organizações mais competitivas e garantindo uma redução contínua nos custos.
A evolução da logística pode ser representada por quatro fases bem caracterizadas, que vão
desde uma atuação sem integração até o conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos
(SCM), conforme apresentado na figura 4, a seguir:
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No momento seguinte, as organizações passaram a se dar conta de que a falta de integração
das atividades tornava os seus custos maiores, reduzindo a eficiência dos processos. Então a
integração dos seus processos se tornou uma tendência.
Uma das maiores evoluções conceituais nesse momento foi o conceito de custo total e
posteriormente o Custo Total de Propriedade – Total Cost of Ownership (TCO). O principal
objetivo foi a otimização dos custos totais em vez dos custos individuais. Em outras palavras, ainda
que se observasse aumento nos custos individuais em algumas atividades, eles seriam aceitos, desde
que houvesse compensações por reduções nos custos totais.
Um exemplo interessante é o aumento nos custos de embalagem para reduzir os custos de
transporte, por permitir maior ocupação, no que se refere à cubagem dos modais utilizados no
transporte. Isso foi observado e perseguido tanto no transporte de insumos como no de produtos
acabados, graças à maior adequação do formato geométrico das embalagens aos volumes dos
compartimentos de carga, nos modais escolhidos.
Em um terceiro momento, houve a incorporação do conceito de flexibilidade para melhor
atender à clientela. Isso demandou maior investimento em tecnologia da informação e aumentou o
dinamismo dos processos produtivos e logísticos
Ao final do século XX, dos anos 1990 para a frente, observou-se maior tendência à integração
interna de processos organizacionais. Nesse período, emergiu a noção do conceito de cadeia de
valor, facilitando que o produto estivesse disponível nos locais, nas quantidades e dentro dos prazos
desejados pelo público. A mais importante mudança percebida nesse quarto momento evolutivo da
logística foi o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Nesse contexto, a integração física e
estratégica dos processos resultou em menores custos, redução de desperdícios e maior valor
percebido pelo cliente.
A finalidade de toda empresa é ter sucesso no mercado e, em grande parte das vezes, o
mercado é acessado por canais de vendas. Por esse motivo são associados aos canais de vendas e
distribuição ao trade marketing.
O tópico seguinte fará breve apresentação dos conceitos fundamentais de trade marketing.
Trade marketing
O trade marketing trata do desenvolvimento da interface entre canais de vendas e produtores
por meio da relação entre marcas, consumidores e pontos de vendas. O esforço é adaptar produtos,
logística, estratégias de marketing e de marcas, e políticas, de modo a encantar clientes nos pontos
de venda, atendendo aos seus anseios e às suas necessidades por meio de canais comerciais e pessoas
estratégicas.
Trata-se de uma disciplina de trabalho com foco nos canais de vendas, objetivando fortalecer
e desenvolver a interação entre produtores e distribuidores, bem como o atendimento com
excelência a consumidores finais. Dessa forma, a logística se mantém encarregada de todos os
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processos necessários para disponibilizar, nos pontos de vendas, produtos e serviços; empresas
buscam atender às necessidades do público e, concomitantemente, maximizar lucro e market share;
a distribuição física e o trade marketing associados dão corpo e robustez ao processo comercial.
A distribuição a partir do ponto de venda visa garantir a disponibilidade de produto,
reduzindo a perda de vendas por indisponibilidade e aumentando a percepção de superioridade em
relação à concorrência.
Para um efetivo enfrentamento da concorrência é necessário conhecer como clientes avaliam
os serviços em comparação ao que é ofertado pela concorrência. Não se deve esquecer que, para
ofertar produtos e serviços, é necessário saber a que custo a organização pode oferecer um serviço
ou produto compatível com as expectativas do público.
Outsourcing
O aumento da competitividade fez com que empresas percebessem oportunidades no
trabalho em conjunto com outras empresas, com a finalidade de utilizar melhores práticas e
competências específicas com vistas à redução de custos e à otimização de processos organizacionais.
Nos primórdios dos anos 1970, a logística empresarial era praticamente uma exclusividade
do setor industrial. A competitividade fez com que as organizações evoluíssem se dedicando às suas
atividades-fim. No mundo inteiro, o setor de serviços se torna um dos segmentos mais importantes
da economia.
Decisões do tipo make or buy precisam ser cuidadosamente avaliadas, considerando-se um
sem-número de variáveis envolvidas. São quesitos como:
capacidade técnica da própria empresa e do fornecedor dos produtos ou serviços,
requerimentos de qualidade;
prazo exigido;
custos envolvidos em ambas as alternativas;
métodos matemáticos e algoritmos capazes de dar uma resposta numérica à análise;
segurança;
compliance;
questões políticas.
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Entre os principais motivos que levam uma organização a considerar a terceirização de parte
da sua operação logística, estão:
redução de custos – organizações procuram contratar fornecedores ou prestadores de
serviços especializados em áreas ou processos em que estes tenham maior produtividade,
sobretudo aquelas de menor valor agregado: vigilância, limpeza, manutenção, etc.;
core business – organizações contratantes objetivam concentrar esforços nas suas
competências centrais;
conhecimento – organizações menores, com menos disponibilidade de recursos para
contratar ou se desenvolver internamente em áreas de alto nível de especialização
tecnológica: marketing digital, inovação, market place, last mile, picking automático, etc.;
escalabilidade – quando uma organização precisar expandir a sua capacidade produtiva ou
operacional, sem fazer crescer os custos fixos com quadro de funcionários ou parque de
equipamentos e dependências;
agilidade nas respostas ao mercado – necessidades de expansão rápida ou entradas em
mercados potencialmente favoráveis de modo ágil e sem o comprometimento significativo
de capital expenditure (Capex), isto é, despesas de capital.
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identificação de custos de atividades que podem ser eliminadas ou transferidas aos
fornecedores;
comparações entre fornecedores por meio de outros fatores, além de preços;
identificação dos custos reais de negociação com fornecedores;
identificação de oportunidades de melhorias contínuas junto aos fornecedores.
Desvendando a logística
O objetivo final de uma operação logística é a disponibilização de bens e serviços ao público
consumidor, de acordo com as necessidades deste, e as suas atividades primárias são fundamentais
para o atendimento a esse objetivo.
Atividades logísticas
A seguir, estão listadas as três atividades primárias da logística:
1. transporte,
2. manutenção de estoque;
3. processamento de pedido.
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Ainda que o transporte, a estocagem e as comunicações já existissem antes do estabelecimento
de relações comerciais e entre indivíduos, somente nas últimas décadas essas atividades têm sido
consideradas fundamentais aos negócios nas empresas.
A razão para a alta gestão das organizações estar mais atenta ao controle e à coordenação das
atividades relacionadas à cadeia de suprimentos é que isso pode ajudar a levar os negócios à condição
de maior destaque na competitividade empresarial, graças ao aumento da produtividade, à redução
de custos operacionais e à criação de valor para clientes.
Transporte
O transporte não inclui apenas a movimentação de cargas da planta ao armazém ou de um
armazém para outro, mas também do armazém até clientes finais.
As principais características do transporte são custo, velocidade e segurança.
Mais adiante, serão estudados em detalhe os modais de transporte.
Manutenção de estoque
Os estoques têm o objetivo de reduzir o hiato que costuma existir entre a oferta e a demanda.
A necessidade de estoques pode gerar custos logísticos em ordens de grandeza comparáveis aos
custos de transporte. Dessa forma, a adequada gestão de estoques deve ocupar-se em manter os seus
níveis baixos, sem pôr em risco o abastecimento.
As atividades de manutenção de estoques ou inventários também fazem parte do suprimento
físico, das operações internas e da distribuição física.
Processamento de pedidos
O processamento ocupa 50% do ciclo do pedido. Este último se refere ao ciclo de operações
que tem início com a entrada ou a colocação do pedido por clientes e se encerra com a entrega final
do produto, ou então quando o serviço contratado é cumprido.
A redução do tempo de processamento do pedido pode representar um atendimento mais
rápido, aumentando o nível de serviço prestado pela empresa, constituindo um diferencial
competitivo relevante. Essa redução também é capaz de diminuir a necessidade de capital de giro
que as empresas apresentam durante o ciclo financeiro, porque a agilidade no atendimento ao
pedido representa maior disponibilidade de fluxo de caixa referente ao recebimento de valores.
Dessa forma, mesmo representando custos relativamente menores quando comparados aos custos
de transporte ou de manutenção de estoques, o processamento de pedidos é uma atividade-chave
para a gestão da cadeia de suprimento.
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Funções logísticas
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Administração de materiais, gestão de estoques e armazenagem
A gestão de estoque é estratégica e tem como finalidade permitir o abastecimento de uma
linha de produção ou o provimento de produtos para venda.
As tarefas executadas dentro da área de estoque são operacionais. Entre elas, tem-se:
recebimento de materiais;
inspeção e conferência;
separação de produtos;
alocação em prateleiras;
consolidação de pedidos.
A seguir, estão listadas algumas vantagens da gestão de estoques:
c) Redução de custos
A redução de custos se torna perceptível a médio prazo. A melhoria nos processos de
armazenagem leva à redução de desperdícios, obsolescência e outras perdas de materiais, bem como
retrabalhos. A empresa passa a ofertar uma experiência satisfatória ao público consumidor,
cumprindo os prazos de entrega, reduzindo custos e aumentando a fidelização de clientes. Nesse
sentido, a gestão de estoque e armazenagem é fundamental para o aumento da competitividade e a
conquista de market share.
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O PCP é essencial para garantir que a planta esteja produzindo da melhor forma e de modo
coerente com o planejamento prévio. Sem planejamento, programação e controle da produção, a
organização terá dificuldade para se manter competitiva.
A seguir, estão listados os benefícios que se originam dos processos de PCP:
melhoria no fluxo de materiais para a linha de produção;
disponibilidade de materiais e componentes para utilização quando necessário, durante a
produção;
redução no investimento em inventário;
decisões mais assertivas;
otimização das tarefas dos colaboradores;
otimização de máquinas e equipamentos;
monitoramento e controle do desempenho da produção;
redução de perdas na produção e desperdícios em geral;
redução de custos operacionais;
manutenção de estoques em níveis ideais;
otimização do tempo de produção;
aumento da qualidade de produtos finais;
redução da ociosidade;
otimização da capacidade produtiva;
organização de cronogramas de produção da planta.
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A finalidade da distribuição física é fazer com que os produtos estejam separados, em quantidades
corretas e no tempo combinado para atender à demanda da clientela.
Nem sempre a movimentação do produto se encerra quando estes chegam até o público. Em
muitas situações, a mercadoria pode ser devolvida, em razão de entrega errada, produto danificado ou
mudança de ideia, mas a organização deve estar preparada para proceder de forma efetiva em tais
situações.
É preciso considerar casos em que as embalagens fazem o caminho inverso ao da distribuição. É
o caso de embalagens reutilizáveis ou retornáveis, que costumam ser mais caras e apropriadas para
acondicionar determinados produtos. A logística reversa ou inversa foi concebida para tratar ou
descrever o caminho que a embalagem faz após a entrega de produtos, no sentido da reciclagem.
As atividades de distribuição física costumam estar interligadas às funções de produção e de
marketing da empresa. Nas situações em que ela é ligada à área de marketing, a distribuição física segue
as orientações de atendimento a clientes. Por outro lado, quando a distribuição física se encontra
vinculada à produção, ela segue orientações do planejamento e controle da produção.
A seguir, estão listadas algumas atribuições da área responsável pela distribuição física:
gerenciamento de estoques de produtos acabados;
elaboração de previsões de demanda, com a área de marketing;
empacotamento – bundling;
fornecer garantias;
atendimento a clientes;
transporte;
definição de abastecimento de depósitos de distribuição;
satisfação das expectativas de clientes;
determinação de itens que deverão ser mantidos em inventário.
Milk run
Sistemática de coletas programadas de produtos ou materiais que utiliza um único veículo de
transporte, normalmente de um operador logístico, para coletas em um ou mais fornecedores e entrega
dos produtos ou materiais no destino determinado, em horários preestabelecidos. Isto é, consiste na
coleta de produtos diretamente nos fornecedores de modo programado.
Nesse processo, o estoque é transferido para o fornecedor. O cliente ou o seu operador logístico
é o responsável pela busca do que precisa, quando necessita. Não é utilizado para longas distâncias.
O setor automobilístico possui cadeias complexas, por conta do número elevado de empresas
fornecedoras participantes, os suppliers. Para gerenciar o suprimento físico, empresas têm aplicado a
sistemática de coletas programadas – milk run –, para atender às suas necessidades no momento em que
precisam das peças, ao menor custo possível.
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O milk run foi desenvolvido a partir de leiterias, para agregar valor à sua cadeia de
suprimentos. Cada fornecedor deixava o seu produto – leite – em um local predeterminado para
ser coletado, em horário estabelecido e embalado conforme especificação para o acondicionamento
do produto. Realizava-se um sistema de coletas programadas do leite, entre a indústria de
processamento e os fornecedores, em rotas estabelecidas, com janela de tempo para a coleta de
A sistemática milk run é praticada por diversas montadoras brasileiras. O foco é a redução de
custos de transporte e o abastecimento constante e confiável das linhas produtivas. As montadoras
são o centro de informação da cadeia, por essa razão são responsáveis por gerenciar a coleta e a
contratação de serviços. Entre as vantagens associadas ao milk run estão:
redução no custo de transporte;
monitoramento do fluxo de matérias;
redução do número de veículos na planta;
agilidade e eficiência no recebimento e conferência;
redução de atrasos na chegada de insumos produtivos;
menor ocupação das docas;
redução de pessoal de movimentação;
melhoria na qualidade, graças ao manuseio de embalagens;
maior ocupação volumétrica no espaço de carga dos veículos.
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Transit point
Esta é uma sistemática que se parece com centros avançados de distribuição, com a diferença
de não existirem estoques. Tal modalidade de distribuição física não requer investimento elevado
por ser simples, ter baixa modificação nas instalações e demandar baixa manutenção. O seu
gerenciamento é simplificado pela exclusão de atividades de picking e estocagem.
Condomínio industrial
Sistemática de distribuição em que os fornecedores estão instalados nas proximidades da
indústria principal e a abastecem diretamente na sua linha de produção em tempo e sequenciamento
predeterminados. Na sua configuração, alguns fornecedores, escolhidos pela indústria principal,
estabelecem as instalações nas proximidades da planta principal para fornecer componentes ou
insumos produtivos.
A característica principal de um condomínio industrial é a presença de uma planta principal,
normalmente uma montadora da indústria automotiva, como centralizadora do projeto. Essa
indústria definirá que produtos serão fornecidos na modalidade de condomínio, quais empresas
deverão fornecer tais produtos e até onde estas se localizarão no condomínio, além da definição de
como serão realizadas as entregas, definindo frequências, especificações técnicas de produtos e
preços.
Um exemplo desse modelo é a fábrica de caminhões MAN, em Resende, estado do Rio de
Janeiro, onde são produzidos diariamente centenas de caminhões e ônibus para atender a clientes
da América do Sul.
No próximo tópico, atividades envolvidas nas operações de chão de fábrica relacionadas à
atividade produtiva.
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Integração dos processos logísticos
A seguir, serão apresentados cinco pontos de atenção para aumentar a eficiência na gestão de
operações logísticas:
a) Monitoramento de transportes
Trata-se de uma atividade que permite acompanhar mais de perto o processo de identificação
de falhas, no instante em que elas acontecem, de maneira a facilitar a identificação das suas causas
e o encaminhamento de soluções efetivas.
O monitoramento do transporte é uma rotina que favorece a organização de diferentes
formas. Entre elas, estão:
acompanhamento e controle de cumprimento das rotas planejadas;
controle de status da atividade de transporte em tempo real, permitindo a identificação de
ocorrências de modo a alcançar ações mais efetivas e ágeis;
controle de status do pedido disponível a clientes – a notificação proativa a consumidores
o avisa antes que este precise fazer contato com a central de pedidos.
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d) Investimento em tecnologia da informação
São muitas as soluções disponíveis no mercado capazes de otimizar os processos em uma
organização. É fundamental poder contar com soluções que possam auxiliar as rotinas e, ao mesmo
tempo, permitir a integração de atividades e departamentos, criando uma comunicação mais fluida
e precisa.
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Figura 5 – Logística reversa
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MÓDULO II – INFRAESTRUTURA
BRASILEIRA, CUSTOS LOGÍSTICOS,
GLOBALIZAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO
DA PRODUÇÃO E OS SEUS IMPACTOS EM
SUPPLY CHAIN MANAGEMENT
Este módulo apresenta elementos da infraestrutura brasileira e dos custos logísticos, bem
como das suas influências em supply chain management. Além disso, analisa a globalização e a
internacionalização da produção e destaca os seus impactos na cadeia de suprimentos.
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risco intercultural – está relacionado à diferença de idiomas, religião, costumes,
organização social, forma como profissionais se comportam no ambiente de trabalho e
também os padrões de consumidores em relação às compras;
risco cambial – são os riscos financeiros. Está diretamente ligado às flutuações adversas das
taxas de câmbio, pois, quando moedas passam por acentuadas flutuações, o valor dos
ativos sofre reduções bruscas;
risco-país – são os riscos relacionados à instabilidade política, jurídica e econômica que
venham afetar diretamente o desenvolvimento de um mercado e a lucratividade das
corporações estrangerias;
risco comercial – refere-se à possibilidade de prejuízo ou fracasso, resultante de estratégias
mal planejadas. É fato que falhas como essa, ocorrem também no mercado doméstico,
mas, quando acontecem em países estrangeiros, normalmente os prejuízos são maiores.
Ao optar por uma estrutura de fragmentação de produção, as empresas podem produzir partes
ou componentes dos seus produtos em países estrangeiros com maior vantagem em custos ou até
mesmo vantagem de localização geográfica. As estratégias são desenvolvidas levando em
consideração uma série de possibilidades que possam gerar maior competitividade. Desta forma, a
modelagem da cadeia de suprimentos e dos processos logísticos deve ser elaborada levando em conta
as transações entre fronteiras. Para isso, faz-se necessário entender as melhores possibilidades dos
arranjos operacionais quanto à movimentação de mercadoria entre os diversos países e limitações
impostas pelos incoterms.
Os incoterms são as regras de movimentação de bens e produtos no mercado que regulam o
comércio internacional com 11 critérios, como demonstrado na figura 6, a seguir:
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Figura 6 – Incoterms
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Figura 7 – Tabela Incoterms (2020)
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b) FCA – Free carrier (Livre no transportador)
Na FCA, é obrigação do vendedor entregar a mercadoria ao transportador nomeado pelo
comprador no local designado. É responsabilidade do vendedor a ocorrência de avarias ou extravios
que possam acontecer antes da entrega. O comprador se responsabiliza pelo transporte e pelo seguro
da mercadoria assim que o vendedor conclui a entrega.
✔ FCA: todos os modais.
f) CIP – Carriage and insurance paid to (Transporte e seguro pagos até – local de destino
nomeado)
Na CIP, o vendedor é responsável por todos os custos e riscos até o momento em que a
mercadoria chegar ao local de destino.
✔ CIP: todos os modais.
36
g) CFR – Cost and freight (Custo e frete)
Na CFR, o vendedor é responsável pela entrega da mercadoria a bordo do navio e pelo
pagamento do frete marítimo até o porto de destino. O comprador assume toda a responsabilidade
a partir do momento em que a carga passar pela amurada do navio. É responsabilidade do
comprador contratar o seguro a partir do momento em que o navio estiver carregado.
✔ CFR: modal marítimo.
h) CIF – Cost insurance and freight (Custo, seguro e frete – porto de destino nomeado)
Na CIF, a carga é entregue pelo vendedor a bordo do navio. O vendedor é responsável pela
contratação, bem como pelo pagamento do frete marítimo e do seguro da carga até o porto de
destino. O comprador assume toda a responsabilidade a partir do momento em que a carga passa
pela amurada do navio.
✔ CFR: modal marítimo.
37
Devido à sua propriedade de criar valor a clientes, as operações logísticas, como suprimento
físico, operações internas de apoio à produção e distribuição física, passaram a demandar maiores
investimentos – Capex e Opex – e atenção. Um dos maiores desafios continua sendo balancear a
relação custos logísticos versus nível de serviço. Uma das mais relevantes dificuldades para isso é a
pequena oferta de sistemas adequados para a gestão dos custos logísticos. Diante disso, melhorar a
rentabilidade da empresa e dos serviços ao público consumidor são objetivos fundamentais da
logística e do gerenciamento da cadeia de suprimentos, o que tem grande potencial de melhoria
com uma eficiente gestão de custos.
Entre os maiores empecilhos à produtividade e à otimização de custos logísticos estão a
infraestrutura de transportes, portuária, estrutura alfandegária, bem como a incidência de impostos
em cascata, que, quando não tornam inviáveis soluções logísticas, forçam soluções impensáveis em
outros países.
O levantamento dos custos logísticos brasileiros ainda é uma grande preocupação para
organizações e profissionais do setor. Existe consenso de que não há estatísticas confiáveis sobre os
custos logísticos brasileiros, apenas algumas estimativas variadas que diferem entre si.
Gargalos históricos que se contrapõem à produtividade no escoamento de produtos para a
exportação, na atividade de transporte desde os polos de produção agrícola até os seus respectivos
portos, resultam em custos desnecessários à economia, reduzindo a competitividade dos produtos
brasileiros no exterior.
Uma consequência nefasta da expansão no mercado de empresas de transporte que se
consideram operadores logísticos no mercado brasileiro é a oferta a preços baixos de serviços pouco
eficientes.
A logística integrada ainda é nova no Brasil e fazem parte desse conceito as seguintes
atividades listadas a seguir:
previsão de vendas;
estoques e inventário;
embalagem;
fluxo de informações;
movimentação;
compliance, aspectos legais e regulatórios;
planejamento operacional;
armazenagem e serviço a clientes;
suprimentos;
transporte;
planejamento estratégico.
38
A definição do custo de cada uma dessas atividades ainda desafia muitas organizações.
A estimativa acerca dos custos de transporte no Brasil aponta para 60% dos Custos Logísticos
Totais (CLTs). É estimado que estes últimos já superem a marca de 12,0% do Produto Interno
Bruto (PIB) brasileiro. Quando comparado aos 7,6% na operação norte-americana, a operação
brasileira fica 58% mais onerosa de acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) em
2021.
Sobre a infraestrutura de transportes no Brasil, há um consenso por parte dos especialistas de
que houve um aumento expressivo no volume de investimentos e, consequentemente, passou-se a
observar uma melhoria de eficiência significativa nos últimos quatro anos. Programas de concessões
de portos, ferrovias, hidrovias e rodovias vêm gerando bons resultados, permitindo rotas mais
vantajosas economicamente, o que é muito impactante em produtos de menor valor agregado,
como as commodities brasileiras.
No transporte de grãos, por exemplo, desde as áreas produtivas até os portos, observa-se a
crescente utilização de trens e barcaças e outras formas de multimodalidade que vêm permitindo
uma economia de milhões de dólares em fretes e combustível.
Já em relação ao transporte ferroviário e marítimo, há uma nova perspectiva consolidada. A
prática da cabotagem e as ferrovias privatizadas têm permitido reduções de custos nunca antes
auferidas. No que se refere aos custos portuários, há uma tendência expressiva de redução de custos.
Além disso, a automação portuária tem avançado de forma a aumentar a produtividade, de modo
a ceder às pressões mercadológicas.
39
Para a escolha adequada dos modais é necessário considerar as características operacionais, as
características físicas, os tipos e os atributos dos produtos que serão transportados.
Entre as características mais relevantes estão: capacidade de movimentação; custo; velocidade;
disponibilidade; frequência; confiabilidade; regularidade.
Entre os atributos dos produtos que devem ser considerados estão: valor agregado; forma;
volume/peso; perecibilidade; segurança exigida; temperatura recomendada; risco envolvido
(periculosidade).
Modal rodoviário
Este é o modal que representa cerca de 60% do total de cargas transportadas no Brasil. É
também considerado um dos mais utilizados no planeta.
Em 1950, as ferrovias respondiam por 29% do mercado; as rodovias, por 38%; a cabotagem,
32%; e menos de 1% para as demais modalidades. A partir de 1957, ano marcado pela instalação
da indústria automobilística no Brasil, o governo passou a priorizar os investimentos, com o intuito
de integrar as regiões do País.
O modal rodoviário compete com o modal aéreo em pequenas cargas e curtas distâncias,
inferiores a 300 km; e também com o modal ferroviário, em grandes distâncias para médias cargas,
com peso menor que 25 ton. Este modal é o mais adequado a operações de coleta e entrega de
produtos para a última milha – last mile.
Modal ferroviário
Durante anos, a linha férrea ficou restrita ao transporte de minério e combustíveis. O
sucateamento e o abandono da malha ferroviária limitaram a utilização desse modal de maneira
racional. É adequado para grandes distâncias, permitindo uma boa otimização dos custos, além de
excelente opção para baixar custos da produção destinada ao mercado externo, de commodities e
produtos acabados brasileiros, que diversas vezes são mais desfavorecidos na atividade de transporte
e manuseio que na produção.
Entre os gargalos do transporte ferroviário estão o carregamento e o descarregamento. Desde
o início dos anos 2000, graças à privatização, deu-se início a um processo de recuperação.
Nos últimos três anos, as ferrovias e a integração modal no Brasil têm recebido vultosos
investimentos dos setores público e privado, gerando ampliações significativas. Esse fato representa
possivelmente o início de uma nova fase do modal ferroviário na distribuição física brasileira.
40
Modal aquaviário
O transporte aquaviário costuma ser subdividido em: transporte marítimo e transporte
hidroviário. O transporte marítimo pode receber duas denominações: navegação de longo curso;
cabotagem.
A navegação de longo curso ocorre entre portos de diferentes países. Já a cabotagem se
caracteriza pelo transporte ao longo da costa de um país ou entre portos costeiros e fluviais.
Normalmente, efetuado por navios de bandeira do referido país.
Quando a navegação ocorre entre portos fluviais, ela se denomina navegação interior.
Sobre a cabotagem na costa brasileira, nas rotas Sul-Sudeste para Norte-Nordeste, os
principais entraves são regularidade, no que se refere à consistência nos prazos de entrega, e
disponibilidade. Este último se relaciona com a quantidade de navios e o espaço para a carga. Boa
parte desses entraves são originados por burocracia para o desembaraço das mercadorias.
A cabotagem é considerada um modal extremamente promissor para um país que apresenta
aproximadamente 7.500 km de costa navegável. Dessa forma, é uma alternativa de transporte
interessante e com alto potencial de contribuição para a cadeia de suprimentos em muitos
segmentos.
A navegação hidroviária, conhecida como navegação interior – fluvial e lacustre –, utiliza rios,
lagoas e lagos. É adequado ao transporte de produtos pesados e volumosos, de baixo valor agregado,
que possam ser embarcados e desembarcados por meio de processos mecânicos. No Brasil, é
utilizado predominantemente para o transporte de produtos agrícolas e combustíveis,
principalmente na região Norte e no extremo Sul (Lagoa dos Patos).
O transporte aquaviário tem como características: baixo custo; grande capacidade de carga;
menores índices de poluição e impacto ambiental que as demais modalidades. Atualmente, recebeu
grandes investimentos e é considerado o modal com maior potencial de crescimento no Brasil.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a movimentação
portuária se classifica de acordo com a natureza da carga transportada pelos portos e Terminais de
Uso Privativo (TUP) em três modalidades:
1. granel sólido – os principais produtos são minério de ferro e grãos;
2. granel líquido – minerais, combustíveis e derivados do petróleo e óleos;
3. carga geral – produtos siderúrgicos.
41
Modal dutoviário
As dutovias transportam produtos específicos, como petróleo e os seus derivados (oleodutos),
gás natural (gasodutos), grãos, minério (mineriodutos), água (aquedutos).
No mundo, o maior oleoduto se chama Druzhba, parte da Rússia e chega à Bielorrússia,
bifurcando-se em dois ramais diferentes. Um deles cobre a Polônia e a Alemanha, e o outro chega
à Ucrânia, à Hungria, à Eslováquia e à República Tcheca. No total, são cerca de 8.900 km.
Na América Latina, o maior gasoduto em extensão é o Gasbol, com um total de 3.150 km, e
a sua extensão em território brasileiro é de 2.593 km.
Modal aéreo
O transporte aéreo tem como característica o menor tempo em trânsito quando comparado
a qualquer outro modal em longas distâncias, mas o elevado custo faz com que o modal aéreo esteja
na última posição no ranking de cargas transportadas.
Vem crescendo significativamente, nos últimos anos, inclusive no segmento cargas. Trata-se
do modal mais adequado para o transporte de mercadorias de alto valor e perecíveis, bem como
para entregas emergenciais.
Intermodalidade e multimodalidade
A utilização combinada de mais de um modal entre origem e destino de produtos se
denomina intermodalidade ou multimodalidade.
Intermodalidade é o transporte por mais de um modal, que se beneficia das melhores
características de cada um, de modo a reduzir ou eliminar os empecilhos ao fluxo de cargas desde a
origem até o destino final.
A responsabilidade pela operação é do operador de transporte multimodal em face do
embarcador, da origem ao destino final, como transportador principal.
Canais de distribuição
Também conhecida como outbound logistics, a distribuição física integra todas as atividades
que vão desde o final do processo produtivo e da armazenagem até a sua entrega no ponto de
consumo. Para tais atividades acontecerem são necessários os canais de distribuição. Em linhas
gerais, define-se canal de distribuição como o caminho que os produtos percorrem das empresas ao
público. É a forma em que um sistema de livre mercado operacionaliza a transferência de
propriedade de produtos e serviços ao longo da cadeia de valor.
A distribuição física é desempenhada pelos fabricantes ou pelos intermediários, que podem
ser distribuidores, atacadistas, brokers ou varejistas.
42
As organizações vêm adotando estratégias objetivando atuar prioritariamente na sua
competência central. Para tal, buscam-se parceiros para desempenhar atividades de distribuição dos
produtos, nos seus nichos de mercado.
No Brasil, em regiões de difícil acesso, como na Amazônia, na caatinga nordestina ou na mata
atlântica remanescente em algumas regiões no Sudeste, as empresas necessitam dispor de diversos
canais de distribuição e potenciais parceiros para intermediar o abastecimento do mercado.
As atividades que se relacionam com a distribuição física demandam know-how, bem como
vultosos investimentos em ativos logísticos e em sistemas de informação.
Intermediários
A seguir, estão listados os intermediários e as funções operacionalizadas por eles:
distribuidores (agentes) – responsáveis pela compra de produtos dos fabricantes e pela
revenda a varejistas ou atacadistas. Normalmente, distribuem produtos para diversas
empresas. Desempenham funções, como processamento de pedidos, armazenagem,
separação e entrega dos produtos. Costumam prover crédito, assistência financeira e
treinamento para clientes (varejistas);
varejistas – têm como características lojas ou pontos de vendas onde mercadorias são
comercializadas em pequenas quantidades. Fazem a ponte adquirindo produtos de
fabricantes ou de atacadistas e os revendem a consumidores finais;
atacadistas – têm foco em produtos de consumo, adquirindo grandes quantidades de
fabricantes, aproveitando-se de ganhos resultantes da escala de compra e revendendo ao
público consumidor;
brokers (corretores) – são empresas ou indivíduos que transacionam entre compradores e
vendedores. A sua remuneração se baseia em comissões por vendas efetivadas. Não
manuseiam ou armazenam mercadorias, nem têm a posse delas. Não costumam dar
assistência financeira a clientes;
intermediários e facilitadores – dão suporte às atividades de distribuição. Entre as
modalidades mais comuns estão: transportadores; operadores logísticos; prestadores de
serviços; agentes financeiros; agências comerciais e de publicidade; seguradoras.
43
Um canal de nível 0 não tem nenhum intermediário entre fabricante e consumidores. Como
exemplo, lembre-se de empresas que comercializam produtos apenas via internet ou televendas.
Esse formato é também conhecido como venda direta.
Um canal de nível 1 normalmente utiliza uma rede varejista entre si e o consumo final.
b) Amplitude do canal
Sobre a amplitude de canais de distribuição, apresentam-se as seguintes modalidades:
distribuição exclusiva – acontece quando em determinada região só existe uma empresa
credenciada com exclusividade para comercializar produtos da empresa fabricante.
Utilizada comumente por empresas com produtos de alto valor agregado, tecnologia,
grifes famosas, denominados usualmente produtos especiais;
distribuição seletiva – quando há mais de uma empresa que atua em uma mesma região,
de forma definida pelo fabricante. O objetivo é permitir aumento na capilaridade de
vendas dos produtos. Adequam-se produtos que demandam treinamento para vendedores,
uma vez que consumidores façam pesquisas antes da aquisição, buscando obter
informações sobre os produtos;
distribuição intensiva – visa alcançar penetração no mercado consumidor, a partir de um
grande número de praças. É um tipo de distribuição adequado a commodities e produtos
de baixo valor agregado.
44
MÓDULO III – FERRAMENTAS E FATORES DE
SUCESSO EM SUPPLY CHAIN MANAGEMENT
Este módulo aborda decisões de trocas compensatórias em supply chain management – trade-
offs – e destaca a importância da tecnologia da informação, bem como de ferramentas para a
avaliação de desempenho como fatores de sucesso aplicados ao gerenciamento da cadeia de
suprimentos.
A tarefa de custear os itens e recursos capazes de agregar valor às atividades é essencial para
não deixar passar despercebidos custos ocultos.
A figura 9, a seguir, demonstra as relações entre custo total, transporte e estoque, e perda de
vendas. Quanto mais o nível de serviço aumenta, mais os custos relacionados à perda de vendas
diminuem, por conta de investimentos feitos na gestão de estoques e transportes.
46
Figura 9 – Trade-off de custos versus nível de serviço
47
Figura 10 – Trade-off de custos versus nível de estoque
Trade-off do estoque
Nessa decisão sobre a troca compensatória é necessário levar em conta o transporte e a
disponibilidade de itens em estoque, de forma a atender o apoio à produção e à distribuição física
de produtos acabados. Como se pode notar na figura 11, a seguir, o custo com transporte diminui
à medida que os pontos de abastecimento de estoques se tornam próximos ou em número maior.
Isso se deve ao fato de o tamanho do lote transportado ser maior. Entretanto, para transportar lotes
maiores e conseguir economizar na atividade de transporte, será necessário estocar mais ou por mais
tempo.
O nível de serviço aumentará, caso os pontos de estoque considerados sejam mais bem
distribuídos para o abastecimento de acordo com a demanda de produtos.
48
Figura 11 – Trade-off de custos versus número de pontos de estoque
Quando, após a decisão de trade-off, a diferença entre a receita e os custos for maior do que
antes da decisão, pode-se considerar que esse trade-off está melhorando a eficiência. Convém
ressaltar que, sem a existência de um sistema de acompanhamento de custos dirigido às atividades
logísticas, será extremamente difícil quantificar o ganho em produtividade gerado por um trade-off.
49
Uma das maneiras de se avaliar o capital financeiro investido pela organização em um
investimento seria utilizar o retorno sobre o investimento de forma a conhecer o custo de
oportunidade do capital aplicado.
Em relação às atividades logísticas, o custo de oportunidade é facilmente percebido em
operações envolvendo estoques elevados (Opex) ou operações que demandam imobilização de
capital em ativos logísticos caros (Capex).
50
Exemplo de análise de custo total e trade-offs
O exemplo hipotético a seguir será apresentado com o auxílio da figura 12. Ele foi
desenvolvido pelos autores Fornaciari et al. (2003) e trata da análise de custos relacionados aos
trade-offs com foco na otimização do nível do serviço a clientes
A empresa Fábrica S.A. precisa decidir sobre a contratação de uma das duas empresas para o
transporte do produto “X”. Ambas as empresas têm custos de transporte diferentes entre si.
Contratando a empresa “A”, que transporta 10 lotes com 100 unidades cada, têm-se R$ 4,00
para cada lote. Isso representava uma diferença de 25% favorável aos custos totais quando
comparado à empresa “B”. O custo unitário do produto expedido era de R$ 100,00.
Com o intuito de analisar e avaliar as operações foi apurado que, em cada lote, eram avariadas
e posteriormente devolvidas três unidades de produto, por conta do manuseio inapropriado dos
produtos para o entrega ao consumo final em embalagens inadequadas. Essa perda sistemática era
correspondente a 3% quando comparada ao custo total dos produtos.
Comparando numericamente, a escolha da empresa “A” apresentava uma perda sistemática
de 30 produtos em 10 lotes transportados.
Em testes comparativos realizados por áreas envolvidas em processos logísticos,
acompanhados pela área de controladoria, observou-se que o transporte por meio da empresa “B”
não apresentava falhas que resultassem em perdas materiais. A diferença de custo entre ambas as
transportadoras era:
= custo de transporte da empresa “B” – custo de transporte da empresa “A”;
= R$ 5,00 – R$ 4,00 = R$ 1,00.
A cada lote despachado, o custo incremental de mudança de transportadora era de R$ 1,00,
ou seja, um acréscimo de 1% em relação ao custo total do produto.
51
A perda sistemática em cada lote despachado pela empresa “A”, em relação à diferença de
custos marginais, seria:
= R$ 3,00 – R$ 1,00 = R$ 2,00.
A conclusão é que, alterando a transportadora, a Fábrica S.A. auferirá vantagem por conta de
um trade-off favorável, capaz de minimizar as perdas totais, ainda que sejam considerados os
acréscimos em termos de custos nos seus produtos.
A análise apresentada evidenciada por meio de informações comparativas de custos nas
tomadas de decisões gerenciais é conhecida como análise de custos incrementais ou marginais.
A gestão de CLTs se torna mais eficaz e otimizada com o auxílio da tecnologia da informação
aliada aos sistemas de custeio usados pela controladoria.
O objetivo da abordagem da logística integrada à controladoria é identificar e medir os custos
das atividades existentes na sua cadeia de valor, incluindo aquelas que agregam valor e também as
que não agregam.
Em uma análise de custos logísticos são considerados os acréscimos ou decréscimos nos custos
totais, assim como ganhos ou perdas qualitativas, visando a um melhor nível de serviço para o
público.
O fato de ter sido mais vantajosa a decisão em relação à empresa “B” para o transporte de
produtos no exemplo faz com que a empresa “A” seja desconsiderada. Sempre existirá a
possibilidade de a empresa Fábrica S.A. se integrar à empresa “A”, para analisar as suas falhas e
tentar corrigi-las de modo a agregar valor para o produto final na sua cadeia de valor.
O impacto que a logística integrada tem na mensuração de atividades operacionais das
organizações, na gestão de CLTs, é um desafio empresarial. O estudo quantitativo de trade-offs que
objetiva adequar as escolhas organizacionais nas trilhas de menores custos por produto, sem alterar
a qualidade, em termo de nível de serviços para clientes, é um desafio ainda maior para a gestão
empresarial.
Apuração do CLT
Com a finalidade de otimizar a gestão dos CLTs e facilitar a sua apuração, indica-se
acompanhamento e gerenciamento coerentes com os preceitos da logística integrada, observando
os seus valores totais, e não segmentados por atividades, assim como os seus impactos devem ser
observados no resultado econômico total da organização, de acordo com o nível de serviço
estabelecido.
A seguir, propõe-se a apuração do CLT da seguinte maneira:
Onde:
CAM – custo de armazenagem e movimentação de materiais;
52
CTRA – custo de transporte, incluindo todos os modais ou operações intermodais;
CE – custos de embalagens utilizadas no sistema logístico;
CMI – custos de manutenção de inventários, como matérias-primas, produtos em
processo e produtos acabados;
CTI – custos de tecnologia da informação;
CTRI – custos tributários – tributos não recuperáveis;
CDL – custos decorrentes de lotes;
CDNS – custos decorrentes de nível de serviço;
CAD – custos de administração logística.
Onde:
CLOGAba – custos logísticos do abastecimento;
CLOGGPla – custos logísticos da planta;
CLOGDis – custos logísticos da distribuição.
O CLT deve ser minimizado, observando o nível de serviço definido pela empresa, com base
nas exigências do público consumidor.
A combinação das atividades deve ocorrer de maneira a criar sinergia para garantir ou ao
menos buscar um nível de serviço equivalente ao anterior, obtido com um menor custo total,
ou, ainda, mantendo-se os mesmos custos caso seja possível melhorar o nível de serviço com a
decisão.
Vale ressaltar que o CLT não é apenas um simples somatório de elementos de custos
logísticos individuais. Ele é um montante encontrado, considerando os possíveis aumentos e as
diminuições de custos auferidos por meio de trocas compensatórias efetuadas – trade offs.
53
Modelagem de processos na cadeia suprimentos
A modelação da cadeia de suprimentos em qualquer negócio ou segmento deve ser
estruturada a partir da visão sistêmica de processos em que os produtos ou serviços de uma empresa
circularão. São muitos os detalhes a serem considerados para que todo o processo, ao final, tenha
uma conexão lógica.
O objetivo dessa modelagem é que tudo funcione como um só bloco, contemplando
movimentações que iniciam nos fornecedores e terminam no atendimento e na satisfação das
demandas do público consumidor. É importante citar que processos devem ser revisados e ajustados
constantemente, o que é natural ocorrer quando se modela qualquer atividade de suprimentos. Os
ajustes ao logo do tempo têm como objetivo equilibrar atividades relacionadas a movimentações,
novas tecnologias, novas legislações e reavaliação de custos, entre outras variáveis, que podem
ocorrer de forma automática, permitindo o aprimoramento da modelagem ao longo do tempo.
54
Figura 14 – Supply chain management
55
Figura 15 – Redesenho do modelo tradicional
As fases que compõem a cadeia de suprimentos de qualquer segmento são mais bem
gerenciadas com a adequada utilização da tecnologia da informação, que gera soluções integradas
para a gestão de: processos logísticos, mensuração de resultados por meio da utilização de
indicadores de desempenho, visibilidade e controle de estoques, seja de matéria-prima, seja de
produto acabado, agilidade quanto ao processamento de pedidos, velocidade em distribuição de
produtos e também monitoramento de clientes quanto à sua satisfação e percepção de novas
tendências de consumo.
Pode-se observar que, nos últimos anos, softwares e hardwares sofrem transformações
constantes e são cada vez mais aprimorados às necessidades de processos dos diversos segmentos de
mercado. Outro ponto a citar é que aplicativos para atendimento ao público são desenvolvidos em
grande velocidade. Existem vários deles que são um sucesso de mercado, tornando exponencial o
faturamento de empresas.
Alguns exemplos de melhores aplicativos para o modelo de compras (2022):
Amazon – melhor aplicativo de comprar;
AliExpress – maior aplicativo de compras internacionais;
Magalu – variedade de produtos e facilidades em retirada em loja física;
Mercado Livre – aplicativo mais popular de compras no Brasil;
Zoom – melhor aplicativo para comparação de preços;
Kabum – mais utilizado para a compra de produtos de tecnologia;
Americanas – oferece a clientes o modelo cashback;
Dafiti – aplicativo de compras para roupas e calçados;
Netshoes – melhor app para a compra de calçados e artigos esportivos.
56
Enterprise resource planning, manufacturing resource planning e sales
and operations planning
O Enterprise Resource Planning (ERP) é um sistema central integrado que tem por objetivo
gerenciar todas as informações de uma empresa, conectando todas as áreas envolvidas no processo,
e assim elaborar uma série de relatórios de controle que auxiliam tomadas de decisão. O ERP, por
meio da alimentação de dados, controla: fluxos financeiros; contabilidade; contas a pagar e receber;
folha de pagamento; controle de colaboradores; benefícios; processos de produção; gerenciamento
de estoques de matéria-prima e produtos acabados; distribuição e logística; fornecedores de
produtos e serviços; entrada e saída de materiais; notas ficais, entre outros. São várias as empresas
que desenvolvem softwares ERP sendo as principais: Totvs, Oracle e SAP.
A implantação de um sistema ERP deve ser elaborada a partir de um projeto que elenca todas
as necessidades da empresa no seu segmento, envolvendo todos os departamentos e as suas
necessidades de controles e elaboração de relatórios; então um time multifuncional é mobilizado –
os key accounts – e administrado por gestores e gestoras do projeto.
Os passos para a implantação do sistema devem seguir as seguintes fases:
identificação das necessidades da empresa;
definição do escopo do projeto de implantação;
avaliação das opções existentes no mercado;
avaliação da infraestrutura instalada;
migração de dados atuais para o novo sistema;
transferência de tecnologia;
elaboração de testes com o novo software escolhido;
treinamento de pessoas que utilizam o serviço;
suporte e atualizações.
57
Figura 16 – Redesenho do modelo tradicional
58
Fases do S&OP:
coleta de dados;
planejamento de demandas;
planejamento das operações de produção e logística;
análise de cenários e tendências;
reunião executiva.
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Engloba cinco etapas relevantes relacionadas ao atendimento dos pedidos de clientes desde
todo o plano de aquisições de insumos até a entrega final.
Etapas:
planejamento – contempla avaliar e planejar todas as necessidades relacionadas ao
cumprimento das atividades por meio da coleta de informações sobre: insumos
disponíveis; avaliação de riscos relacionados ao processo de fabricação; correção de
possíveis lacunas relacionadas ao abastecimento de matéria-prima para produção do bem;
desenvolvimento adequado das melhores práticas no gerenciamento da cadeia de
suprimentos, incluindo variáveis como logística, transportes, níveis de estoques e
disponibilidade dos ativos;
abastecimento – está relacionado às atividades de avaliação e desenvolvimento de
fornecedores, negociações, emissão de pedidos, aquisições de bens e serviços, planejamento
de entregas, recebimento e validação dos insumos recebidos, processos de movimentação
e armazenamento e pagamento dos fornecedores;
fabricação – momento de transformação dos insumos em produtos ou serviços contratados
por clientes. Nesse ponto, o modelo Scor também auxilia processos relacionados às
movimentações internas entre os diversos setores da manufatura e armazenamento de
produtos acabados, além dos departamentos de apoio como manutenção de máquinas e
equipamentos, planejamento e controle da produção, entre outros;
entrega – contempla todo o planejamento e deslocamento logístico com base nos
cronogramas de entrega dos produtos e serviços demandados, mantendo a pontualidade
preestabelecida. Vale lembrar que o item “pontualidade de entrega” é um importante Key
Performance Indicator (KPI) considerado por clientes. Essa pontualidade e essa
conformidade dos produtos e serviços entregues definem relacionamentos de longo prazo
entre cliente e fornecedor;
retorno – diz respeito ao fluxo reverso quando existe a necessidade de recolha de
mercadorias com possíveis defeitos, recolha de determinadas embalagens por critérios de
legislação ou recolha de sobras ou resíduos para o devido tratamento e descarte.
Em resumo, o Scor traz uma série de benefícios, possibilitando um gerenciamento eficaz dos
processos relacionados à cadeia de suprimentos. Ajuda também as pessoas em função executiva, por
meio das ocorrências durante os ciclos de cada produto, a avaliar a maturidade dos seus processos,
permitindo correções e aprimoramento das atividades, sejam internas, sejam externas à empresa.
Outra vantagem importante do modelo
60
Figura 18 –Desenho: modelo Scor
O Make to Order (MTO) – fabricar para venda – é um modelo de produção em que produtos
são confeccionados depois que clientes elaboram pedidos com todas as especificações técnicas a
serem atendidas. O modelo sob demanda tem uma série de vantagens que permitem aos fabricantes
utilizar as melhores práticas quanto à compra de matéria-prima em quantidades corretas, além de
poder estimar o cálculo de horas a serem trabalhadas no desenvolvimento do produto. Existe a
facilidade de melhor planejamento das atividades fabris, bem como a definição dos prazos de
entrega.
Normalmente, esse modelo é aplicado para demandas customizadas e específicas em relação
ao segmento demandante como: fabricação de peças para o segmento aeronáutico, navegação,
exploração de petróleo, equipamentos pesados para construção civil, estruturas metálicas, partes de
máquinas e equipamentos e vários outros.
Esse modelo também é conhecido como “Gestão de Suprimentos Pull”. Isso quer dizer que
toda a cadeia de suprimentos para produção ou montagem de um determinado bem, inclusive a
sua quantidade, é iniciada a partir da confirmação de compra de determinado cliente. Essa prática
é conhecida como sistema puxado.
Vantagens do MTO:
redução de desperdícios;
maior eficiência;
maior variedade e customização.
Desvantagens do MTO:
vendas irregulares;
61
longos períodos de entrega;
disponibilidade de matérias-primas.
O Make to Stock (MTS) – fabricar para estoque – é uma estratégia de produção de grandes
volumes de produtos que vão diretamente para estoque aguardando os pedidos de clientes ou
distribuidores. Os volumes normalmente são produzidos com base em previsões de vendas. É
importantíssimo que essas previsões estejam muito bem embasadas em históricos de vendas e com
o mercado consumidor. Isso gera melhor equilíbrio na quantidade de estoques que não pode ser
baixa a ponto de ocasionar ruptura de estoque com possíveis aumentos de demanda, mas também
não pode ser alta a ponto de fazer a organização incorrer em altos custos de imobilização de capital.
Para o sistema MTS é importante ter padronização em processos, gestão eficaz da cadeia de
suprimentos e baixo custo operacional.
Características do MTS:
padronização em processos e produtos;
antecipação quanto à disponibilização de estoques antes de ter pedidos ou demanda;
dados históricos e comportamento de mercado para a elaboração de previsões de demanda;
riscos de erros em previsão de demanda e possibilidade de produtos ficarem encalhados;
necessidade de maior espaço físico para estoques de matéria-prima e produtos acabados;
processos de distribuição capilarizados.
62
Figura 20 – Exemplo de MTO
O Engineer to Order (ETO) – desenvolver por projeto – é uma forma de produção em que o
projeto do produto é criado no momento em que clientes realizam o pedido. Nessa modalidade,
normalmente o projeto parte do zero onde e o envolvimento do fornecedor que, a partir das
definições estabelecidas pela parte compradora, monta o projeto de forma detalhada, customizada,
submetendo à aprovação de quem pediu. A partir desse ponto, inicia-se o processo de confecção do
bem. Na verdade, existe o total envolvimento da engenharia por parte do fabricante que projeta e
desenvolve as soluções para clientes. Os bens de capital são exemplos clássicos de produto fabricado
a partir do sistema ETO.
Figura 21 – Fluxo de ETO
63
Negócios eletrônicos B2B e B2C
O Business to Business (B2B) é a nomenclatura dada ao modelo de negócios em que as
transações são feitas de empresa para empresa. Em português, business to business significa negócio
para negócio. Isso ocorre quando empresas adquirem produtos ou serviços de outras empresas para
compor a sua cadeia de suprimentos. Para uma empresa denominada fornecedora, o seu produto
pode ser a matéria-prima a ser adquirida por uma segunda empresa que utilizará esse produto ou
serviço fornecido na sua linha de manufatura. Um exemplo prático seria uma empresa que processa
produtos químicos que servirão como componentes utilizados em uma indústria produtora de
fertilizantes.
O e-commerce B2B agrega todas as relações dessas transações de negócios, mas por meio de
comércio eletrônico. Plataformas de compras – e-commerce – centralizam uma série de empresas
fornecedoras devidamente cadastradas nesse segmento e outros segmentos, que criam facilidades
com estratégias bem elaboradas de jornada de compras. Os ganhos são grandes quando se trata de
tempo e agilidade na identificação de fornecedores, captação rápida de preços dos produtos e
serviços, além da clareza das especificações técnicas que ficam disponibilizadas nessas plataformas.
As áreas de procurement das corporações se cadastram nas plataformas para assim fazerem cotações
e interagirem com os fornecedores em caso de detalhamento dos produtos. São grandes as vantagens
quanto à assertividade na identificação de fornecedores, minimizando riscos no fechamento de
negócios. Vale salientar que essas plataformas são portais fechados, acessados por meio de uma
senha para que o cliente consulte o catálogo específico de produtos do seu interesse.
O e-commerce B2B tem alta capilaridade e visibilidade aumentando muito as
possibilidades de negócios. Essa é uma vantagem também para empresas fornecedoras, tendo
maior alcance da sua marca no mercado.
O comércio eletrônico B2B movimentou cerca de R$ 2,4 trilhões no Brasil em 2019,
mas ainda há espaço para crescer. Uma pesquisa feita pela Forrester Research que foi
divulgada no site e-commerce Brasil, informa que 93% das pessoas que consomem B2B
preferem comprar on-line (SYDLE, 2020).
O Business to Consumer (B2C) ou Negócio para Consumidor, diz respeito ao atendimento
direto das empresas ao consumo final. Um exemplo de B2C seria a aquisição de produtos de linha
branca: o consumidor ou a consumidora final, por meio das diversas plataformas de compras –
Americanas, Submarino, Shoptime, etc. – consulta os catálogos virtuais de produtos e faz a
aquisição direta. Essas plataformas estão cada vez mais eficientes e disputam o mercado de forma
acirrada para conquistar a atenção do público consumidor por meio das suas ações de marketing.
Um dos grandes desafios das empresas e-commerce B2C é proporcionar uma boa experiência
de compra ao cliente para fidelização. É comum que empresas que atuam no modelo B2C
trabalhem com diferentes modelos de atendimento a clientes, como possuir lojas físicas. Esse
modelo de negócio traz soluções interessantes que podem ser aproveitadas de forma estratégica.
64
Por exemplo: uma rede varejista que possui lojas físicas espalhadas em determinada área
geográfica pode utilizar esses espaços com dois propósitos: um deles seria manter as vendas
presenciais por meio das vitrines e dos profissionais de vendas que atendam à clientela de forma
física na loja, e outro propósito seria manter parte desse espaço físico como local de estoques com
um portfólio de produtos que mais são consumidos naquela região.
É nesse momento que a estratégia de atendimento do e-commerce com entrega rápida é
favorecida, proporcionando uma boa experiência para o público consumidor. O fato de manter
estoques equilibrados em quantidades e variedades nesses pontos físicos atende às compras feitas
por meio do e-commerce com velocidade de entrega por estarem posicionadas próximo ao público.
Um modelo também aplicado a essa condição é o omnichannel, em que clientes compram pelo e-
commerce, mas preferem retirar na loja física mais próxima. Essa modalidade é muito utilizada e
oferece uma experiência diferenciada e completa ao público.
Figura 22 – Omnichannel
65
Muitas empresas investem em nichos específicos de produtos como: alimentos e bebidas,
cosméticos, artigos esportivos, vestuários e outros, com a estratégia de maior especialização no
segmento e na sustentabilidade dos negócios. Os principais benefícios estão relacionados à variedade
de produtos ofertados no seu portfólio e personalização de serviços para clientes.
A tendência de negócios e-commerce B2C tem crescido de forma exponencial em vista de uma
série de análises que favorecem os investimentos. Pode-se observar algumas vantagens, como:
investimentos – são menores em relação à montagem de uma estrutura física, por exemplo:
lojas físicas para o atendimento do varejo. Os custos com a montagem de uma loja virtual,
por exemplo, são muito menores, além da flexibilidade em necessidades em atualizações
sempre que necessário. Para esse caso da loja virtual, os maiores investimentos estão
relacionados à logística dos produtos que necessitam de atenção, como: organização dos
estoques e variedade de produtos, controle, localização geográfica, logística eficiente de
entrega e integração com produtores e fornecedores. Um dos grandes diferenciais do e-
commerce B2C é a agilidade e o tempo de distribuição. Nesse contexto, atender às
expectativas do público consumidor faz toda a diferença.
escalabilidade – torna-se grande a visibilidade dos seus produtos ou serviços quando
comercializados pelo meio virtual. Os investimentos em propaganda para essa maior
abrangência são relativamente baixos em relação às possibilidades de escalabilidade.
Mesmo a parte relacionada à logística pode ser realizada com parceiros estratégicos bem
localizados geograficamente.
gestão – as lojas on-line podem contar com uma série de ferramentas disponíveis de forma
digital que podem ajudar a gerir o negócio. Um dos principais ferramentais é o sistema de
gerenciamento de relacionamento com clientes (CRM).
66
Figura 23 – Fluxo de processos: e-commerce B2C
67
menos burocracia nos processos;
maior produtividade em aquisições;
maior transparência e velocidade nas operações;
padronização de processos;
redução de erros.
Figura 24 – E-commerce
68
Avaliação do desempenho para qualidade, produtividade e
competitividade
Nível de desempenho de serviços
A forma mais eficaz para a medição dos níveis de serviços é por meio dos key performance
indicator (KPIs), que podem ser elaborados a partir dos desejos e das necessidades de atendimento
dos níveis de serviços acordados entre as partes que se relacionam em um negócio – service level
agreement (SLA). São vários os KPIs possíveis a serem adotados para a cadeia de suprimentos,
exemplos:
custos dos suprimentos;
saving em compras;
pagamentos – média de prazos;
lead time para entregas;
evolução dos preços de produtos e serviços;
nível de pontualidade das entregas.
69
MÓDULO IV – SUSTENTABILIDADE EM
SUPPLY CHAIN MANAGEMENT
Este módulo apresenta e discute temas extremamente atuais que vêm gerando impactos
positivos para organizações em todo o mundo, mas que são pontos de atenção para o supply chain
management: ESG, green supply, sustentabilidade e redução de riscos ambientais.
72
Algumas ações em GSCM podem ser citadas, como: gestão ambiental interna;
desenvolvimento de fornecedores verdes; certificações ambientais; ecodesign de produtos; redesenho
de embalagens; criação de indicadores; gestão de logística reversa e reciclagem.
Ao se pensar no ambiente externo, a empresa focal – aquela que estabelece as regras e controla
a cadeia de suprimento – influencia e define critérios para a sua cadeia de fornecedores, que passam
a adotar a mesma política de práticas ambientais da empresa demandante. Esse movimento se
propaga ao longo de toda a cadeia de fornecimento, chegando a fornecedores secundários. Somente
dessa forma, uma cadeia de fornecimento sustentável se torna legítima.
Grandes corporações como Samsung e Whirlpool, para garantir que os seus fornecedores
sigam as regras por elas estabelecidas, realizam auditorias anuais fazendo todo o monitoramento das
práticas estabelecidas pelos seus programas de sustentabilidade e meio ambiente. Se o fornecedor,
por alguma razão, não estiver seguindo os critérios, é advertido e possivelmente eliminado. Em
contrapartida, empresas que seguem os padrões e se destacam com os melhores resultados são
recompensadas com mais oportunidades de negócios com as companhias.
73
Figura 27 – Desenvolvimento de indicadores
74
Figura 28 – Sustentabilidade na cadeia de suprimentos: efeito chicote em GSCM
Da mesma forma que as pessoas que investem olham para questões ambientais para assegurar
os seus investimentos, o mesmo ocorre do lado do público consumidor. As novas gerações estão
atentas e cada vez mais exigentes quanto à origem dos produtos, bem como às formas de fabricação
e distribuição. Produtos ou serviços que se originam de práticas não conscientes e não sustentáveis
perdem força em comercialização.
75
É cada vez mais comum que as pessoas, antes das aquisições, leiam rótulos, certificados de
origem, pesquisarem sobre formas de produção, origem das matérias-primas utilizadas, mão de obra
empregada nos processos produtivos, tipos e desenhos das embalagens, qualidade e reutilização,
entre outros pontos na cadeia de valor do produto. Trata-se de alguém consciente das boas práticas
do ECG.
Quando a cadeia de suprimentos se transforma, processos logísticos seguem no mesmo
caminho já com nomenclatura estabelecida como “logística verde”.
Logística é a parte operacional inserida na cadeia de suprimentos, e o conceito “verde” explica
uma série de requisitos que são avaliados em todas as etapas da operação. Ao se analisar todo o fluxo
de processos de um determinado segmento, pode-se concluir que cada parcela de uma operação que
compõe a cadeia do produto tem a sua responsabilidade com o meio ambiente.
Exemplos:
armazéns para estocagem de matéria-prima construídos ou adaptados para utilização de
iluminação natural, sistemas de ventilação com aproveitamento externo, energia solar,
sistemas de captação de água e reutilização, manutenção de áreas preservadas, tratamento
de resíduos sólidos e líquidos, além de estruturas adequadas e seguras para quem trabalha;
equipamentos para movimentação interna de materiais como empilhadeiras elétricas
alimentadas por fontes de energia limpa;
equipamentos para transporte de mercadorias menos poluentes – veículos elétricos – com
melhor aproveitamento da capacidade nominal;
melhor planejamento em consolidação de cargas a serem deslocadas;
infraestrutura desenvolvida e segura para os diversos modais de transporte – rodoviário,
ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário.
76
Ecodesign
Ecodesign é uma estratégia de gestão que tem como objetivo ações sustentáveis que promovam
o melhor manejo e utilização de recursos na concepção de um produto. A estratégia está também
atrelada às práticas de produção, distribuição e utilização dos produtos. O Ministério do Meio
Ambiente considera o ecodesign como qualquer ação que envolva políticas ambientais que possam
reduzir a utilização de recursos naturais não renováveis.
Os princípios do ecodesign:
materiais de baixo impacto ambiental – menos poluentes originários de produção
sustentável ou recicláveis e que necessitem de menos energia para fabricação;
eficiência energética – aperfeiçoamento e modernização de matrizes energéticas para
melhor utilização e aproveitamento em processos produtivos. Importante a utilização de
softwares para gerenciamento de consumo;
qualidade e durabilidade – criação e fabricação de produtos que tenham o maior tempo
de utilização possível e que possam ser aproveitados de alguma maneira após o seu uso.
Essa estratégia atende a uma economia circular que mantém materiais dentro de um
circuito fechado que não se torne um resíduo, ao contrário do que acontece na economia
linear, quando o produto é adquirido, consumido e descartado;
modularidade – desenho de produtos que possam ter as partes substituídas quando
apresentam algum defeito ou necessite de manutenção. O princípio da modularidade dá
opções às pessoas para que reparem produtos ao invés de descartá-los, gerando assim
menos resíduos;
reaproveitamento e reutilização – elaboração de produtos a partir do reaproveitamento de
outros produtos projetados para ficar o maior tempo possível em um círculo de
reutilização.
77
Exemplo de ecodesign:
78
gestão do fluxo de fabricação – processos de fabricação mais limpos e sustentáveis com
tecnologia que possibilite melhor utilização dos recursos e menor consumo de energia;
desenvolvimento de produtos – criação de produtos mais sustentáveis com design que
permita a reutilização após o seu consumo. Exemplo: embalagens que possam ser
reaproveitadas para outros fins, ou retorno para reutilização em processos de reciclagem.
gestão de compras e de fornecedores – desenvolvimento de critérios para compras e
fornecedores que sigam os princípios de Green Supply Chain (GSC) para evolução e
manutenção de uma cadeia de suprimentos sustentável em todas as suas etapas.
79
Impacto de crises pandêmicas e humanitárias nas cadeias de suprimento
Os impactos causados por crises mundiais têm reflexos severos não só na economia, mas
também em todos os processos relacionados às movimentações internacionais de produtos e
serviços. Ao se analisarem as ocorrências durante a crise pandêmica da Covid-19, foi possível
entender as severas consequências com todas as paralisações que ocorreram com fechamento de
fronteiras, portos e aeroportos, além de legislações e regras para entrada de produtos em países
estrangeiros. Valores como fretes, combustíveis, serviços com movimentações e armazenamento de
mercadorias foram diretamente afetados, além da desestabilização das operações logísticas ao redor
do mundo. Nesse contexto, a retomada das operações se torna um tanto complexa devido ao
desequilíbrio entre urgência de movimentações em vista de uma demanda reprimida e
disponibilidade de equipamentos para atendimento.
Além de crises pandêmicas, existem as crises políticas que impactam diretamente as cadeias
de suprimentos, como: a instabilidade política entre a Rússia e a Ucrânia, com riscos de reações
militares e guerras; barreiras tarifárias impostas entre os EUA e a China na era Trump e Xi Jin Ping;
crises humanitárias em países do Oriente Médio e da África, resultantes de governos ditatoriais,
influências religiosas e guerras civis.
80
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desejamos que, por meio dos conceitos, das metodologias e das técnicas apresentados,
tenhamos conseguido despertar interesse em cada profissional de gestão, para se tornar ator ou atriz
de um processo de melhoraria de desempenho e lucratividade dos seus negócios.
Cabe a vocês a identificação de áreas de oportunidade de melhoria e crescimento por meio
de monitoramento contínuo de indicadores-chave de desempenho, bem como a sua posterior
comparação aos de organizações consideradas como benchmarking.
O dever das pessoas responsáveis pela gestão é identificar e reduzir ineficiências e altos custos
nos processos, de modo a permitir o direcionamento de recursos investidos em áreas-chave do
negócio.
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https://www.wilsonsons.com.br/pt-br/blog/logistica-portuaria. Acesso em: 16 nov. 2022.
89
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
CORRÊA, Henrique Luiz. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da
indústria. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
A segunda edição desta obra traz os principais e mais contemporâneos conceitos e técnicas da
área, trabalhando rigor conceitual, aplicabilidade prática e tendências tecnológicas. Para isso,
apresenta diversos casos, exemplos e exercícios, não apenas em empresas brasileiras, mas
também em situações internacionais. Temas atuais, como Indústria 4.0, gestão de riscos,
sustentabilidade, gestão de logística reversa, global sourcing, avaliação de desempenho, gestão
de relacionamentos com fornecedores e clientes, coordenação de estoques, análise de
processos e gestão de demanda são tratados de forma aprofundada e prática, com o objetivo
de preparar quem lê para os desafios de gerenciar cadeias de suprimentos no mundo
globalizado. O livro conta ainda com videoaulas exclusivas do autor que abordam tópicos
importantes da área.
LIBERATONE, Matthew J.; MILLER, Tan. Supply chain panning: practical frameworks for
superior performance. 5. ed. Business Expert Press, 2021.
O livro é destinado a profissionais da cadeia de suprimentos, bem como a estudantes de
graduação e pós-graduação. Apresenta novos insights e valiosos exemplos de estruturas e
métodos implementáveis para gerenciar funções e arranjos da cadeia de suprimentos. Ao
longo do livro, os autores facilitam e desenvolvem melhor compreensão das abordagens do
mundo real para planejamento da cadeia de suprimentos, suporte a decisões e muitas outras
atividades importantes.
MCDONOUGH, Ashley. Operations and supply chain management essentials you always wanted to
know. S.l.: Vibrant Publishers, 2020.
Neste livro, discutem-se questões introdutórias importantes, tais como:
O que é gestão de operações e cadeia de suprimentos e por que é importante?
Quais são as principais funções nesse campo e como elas interagem umas com as outras e
com o negócio mais amplo?
Quais são as responsabilidades e as decisões com que gerentes de cada área funcional
precisam lidar?
Como as interrupções na cadeia de suprimentos afetarão o mundo dos negócios e as nossas
vidas?
A autora também utiliza uma empresa hipotética e o produto de consumo que ela fabrica
para explicar como as várias funções da cadeia de suprimentos se entrelaçam para dar vida a
um produto acabado para o mercado consumidor.
90
Apresenta temas como a história de como novas demandas, mudanças de preferências e
circunstâncias imprevistas forçam essa empresa fictícia a se adaptar para sobreviver.
91
PROFESSORES-AUTORES
BRUNO DE SOUZA ELIA
FORMAÇÃO ACADÊMICA
EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS
Professor convidado da Fundação Getulio Vargas e do IBMEC nos cursos de Pós-
Graduação Lato Sensu (MBA).
Atuou como: membro do Conselho de Administração da CHC América Latina –
Logística Aérea Especializada; diretor financeiro da CHC; gerente de Preços e Estudos
Econômicos e Mercadológicos da Quattor Petroquímica S.A.; gerente de Marketing da
Embratel – Área de Gerência de Preços; analista sênior do Banco Pactual – Avaliação
Econômico Financeira; especialista em Precificação – Diretoria de Negócios da Embratel.
Participante da elaboração do mapeamento e da otimização de processos: Braskem, Banco
do Brasil, Embratel, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e Hospital Municipal
Lourenço Jorge.
PUBLICAÇÕES
Coautor dos livros:
AYRES, A. de P. S.; ELIA, B. S.; Pinto, G. L. de A.; Silva, R. B. Logística em organizações de
saúde. Série FGV Management. Rio de Janeiro: FGV, 2010, v. 1. p. 172.
92
ELIA, B. S. Modelo de gestão de riscos PGR/CGU – Controladoria Geral da União e os três
mais Difundidos Modelos Metodológicos: PGR ISO 31.000:2009, Estrutura Integrada –
Coso e Modelo das três Linhas – IIA. In: SOARES, Fábio Lopes (Org.). GRC: governança,
risco e compliance. Temas Contemporâneos: aspectos teóricos e práticos. 1. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2022, v. 1, p. 173-200.
Produções bibliográficas:
ELIA, B. S. Avaliação do valor da Perdigão: um estudo de caso analítico utilizando a
metodologia de fluxo de caixa livre. Rio de Janeiro: IBMEC, 2006.
Prêmios:
Prêmio FGV Rio – professor destaque do curso MBA em Logística e Supply Chain
Management (2019).
Prêmio IBE-FGV – professor MBA de destaque (2013, 2014, 2015).
Prêmio IBMEC 1º Lugar – melhor professor do programa de MBA em Finanças
(2009).
Prêmio IBMEC 2º Lugar – melhor professor do programa de MBA em Gestão de
Negócios (2009).
93
ROBERTO JERGER FIALKOVITS
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Mestre em Comunicação pala Faculdade Cásper Líbero.
Mestre em Business Administration pela Florida Christian
University (Florida – USA).
MBA Executivo pela BBS Business School (Brasil) e pela
University of Richmond (Virginia – USA).
Pós-Graduado em Engenharia de Produção de Papel e
Celulose pela Faculdade de Química Oswaldo Cruz;
Extensão em Administração de Produção pela FGV.
Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade Oswaldo Cruz.
EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS
Desenvolveu a sua carreira em empresas de mídia, alimentos e bebidas.
Possui larga experiência em negociações internacionais, cadeia de suprimentos, logística
internacional e processos de aquisições.
Trabalhou na Expand Group no cargo de COO, atuando no segmento de bebidas e
alimentos; no Grupo: “O Estado de S. Paulo” (constituído por cinco empresas), como
diretor de Suprimentos Corporativos; e no Grupo Abril, gerenciando processos de
produção.
Fundador da South America Connection “Negócios Internacionais” e da
RJFIALKOVITS “Consultorias, cursos e Treinamentos”.
Professor dos cursos de MBA da Fundação Getulio Vargas, do Instituto Superior de
Administração e Economia no Mercosul Paraná (Isae) e da BBS Business School em
Angola – África.
Ministra treinamentos e palestras no Brasil e no exterior em indústrias, cooperativas
agrícolas, distribuidores de defensivos agrícolas, instituições militares, instituições de
ensino superior e associações corporativas.
94
PUBLICAÇÕES E PRÊMIOS
Autor dos livro:
FIALKOVITS, R. J. A logística empresarial em apoio às operações militares. 1. ed. São Paulo:
Laços, 2019. v. 1. 93p.
Produções bibliográficas:
MUNCINELLI, G.; FIALKOVITS, R. J.; PÉCORA, E. Desenvolvimento de fornecedores
de projetos de logística militar com SLA Model Canvas. Project Design Management, ano 17,
edição 87, jun./jul. 2019, p. 50-57
Prêmios:
Prêmio FGV SP – professor destaque do curso MBA GEEP: turmas 41, 43, 44, 48 e
49 Paulista 2016/17.
Prêmio FGV SP – professor destaque do curso MBA GEEP: turma 3 e 4, Faria Lima
2016/17.
Prêmio FGV SP – professor destaque do curso MBA GEERH: turma 3, Berrini 2017.
Prêmio FGV SP – professor destaque do curso MBA GP: turma 55, Paulista 2019.
Prêmio FGV SP – professor destaque do curso MBA Comex e Neg. Internacionais:
turma 4, Faria Lima 2019.
95