Apostila Projeto Multiplicadores Solares

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Projeto Multiplicadores Solares

Energia SolaR
GUIA PRÁTICO

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INDICE
Capítulo I Introdução 03

Capítulo II Energia Solar Térmica e Fotovoltaica 04

Capitulo III Módulos Fotovoltaicos 07

Capítulo IV Curvas Características das Células 10


Fotovoltaicas

Capítulo V Conceitos Elétricos 12

Capítulo VI Radiação Solar, Massas de Ar, Irradiância, 15


Insolação e Mapas Solarimétricos

Capítulo VII Dimensionamento de Sistemas 19


Solares Fotovoltaicos

Capítulo VIII História e Situação Atual da Energia 41


Solar Fotovoltaica no Mundo

Capítulo IX Oficina de Lanterna Solar 43

Capítulo X Oficina de Cozinha Solar 50

Fontes de Pesquisa 57

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Capítulo I

introducao
O aproveitamento da energia gerada pelo Sol tanto como fonte de calor quanto de luz, é hoje uma das alternativas energéticas mais
promissoras para prover a energia necessária ao desenvolvimento humano.

O Relatório Especial sobre Fontes Renováveis de Energia e Mitigação das Mudanças Climáticas publicado pelo IPCC
(Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), agrupou a energia solar direta em cinco categorias:

1) solar passiva, onde se insere a arquitetura bioclimática;

2) solar ativa, onde se inserem o aquecimento e a refrigeração solares;

3) solar fotovoltaica, para produção de energia elétrica com e sem concentradores;

4) a geração de energia elétrica a partir de concentradores solares térmicos para altas temperaturas;

5) um processo inspirado na fotossíntese através do qual, em um reator alimentado por dióxido de carbono (CO2), água e
metal ou óxido metálico, exposto à radiação solar, produz-se hidrogênio, oxigênio e monóxido de carbono (técnica ainda em
desenvolvimento).

Esta apostila tem como objetivo auxiliar nos projetos de formação de outros multiplicadores solares, de forma que possamos espalhar
conhecimento sobre energia solar e realizar a Revolução Solar!

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Capítulo II

Energia Solar TErmica e Fotovoltaica


ENERGIA SOLAR TÉRMICA

É a transformação da radiação solar em calor, de forma que um


dos fatores mais importantes para sua eficiência é a quantidade
de calor que um corpo é capaz de absorver a partir da radiação
incidente nele. A utilização dessa forma de energia implica não
somente em saber captá-la, mas também em como armazená-la. Os
equipamentos mais difundidos com o objetivo específico de se utilizar
a energia solar térmica são conhecidos como coletores solares.

Os coletores solares são aquecedores de fluidos (líquidos ou gasoso)


e são classificados em coletores concentradores e coletores planos, Coletor Concentrador Plano
em função da existência ou não de dispositivos de concentração da
radiação solar. O fluido aquecido pode ser mantido em reservatório
termicamente isolados até o seu uso final.
SOLAR TÉRMICO
Os coletores concentradores estão associados a aplicações em
temperaturas superiores a 100°C podendo alcançar até 400°C para o
acionamento de turbinas a vapor e posterior geração de eletricidade.
Já os coletores planos são usados para aplicações residenciais e
comerciais em baixa temperatura (por volta de 60°C), tais como: água
aquecida para banho, ar quente para secagem de grãos, aquecimento
de piscinas, etc.

Coletor
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ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

A energia solar fotovoltaica é obtida através da conversão direta da luz em eletricidade (efeito fotovoltaico). A célula fotovoltaica é um
dispositivo fabricado com silício, unidade fundamental desse processo de conversão.

O silício é o segundo material mais abundante no mundo e geralmente se apresenta no estado de areia. Através de métodos
adequados obtém-se o silício em forma pura. O cristal de silício puro não possui elétrons livres e portanto é um mau condutor
elétrico. Para alterar isto acrescentam-se porcentagens de outros elementos. Este processo denomina-se dopagem. Mediante a
dopagem do silício com o fósforo obtém-se um material com elétrons livres ou material com portadores de carga negativa (silício
tipo N). Realizando o mesmo processo, mas acrescentando boro ao invés de fósforo, obtém-se um material com características
inversas, ou seja, déficit de elétrons ou material com cargas positivas livres (silício tipo P).

Cada célula solar compõe-se de uma camada fina de material tipo N e outra com maior espessura de material tipo P.

Separadamente, ambas as capas são eletricamente neutras. Mas ao serem unidas, exatamente na união P-N, gera-se um campo
elétrico devido aos elétrons do silício tipo N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P.

Ao incidir a luz sobre a célula fotovoltaica, os fótons que a integram chocam-se com os elétrons da estrutura do silício dando-lhes
energia e transformando-os em condutores.

Devido ao campo elétrico gerado na união P-N, os elétrons são orientados e fluem da camada "P" para a camada “N".

Por meio de um condutor externo, conecta-se a camada negativa à positiva. Gera-se assim um fluxo de elétrons (corrente elétrica)
na conexão. Enquanto a luz continuar a incidir na célula, o fluxo de elétrons se manterá. A intensidade da corrente gerada variará
proporcionalmente conforme a intensidade da luz incidente.

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VANTAGENS FUNDAMENTAIS DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA:
• Não produz ruídos
• Não polui nem contamina o meio ambiente
• Não necessita de combustível
• Durabilidade, tem uma vida útil superior a 20 anos
• É resistente a diversas condições climáticas (vento, chuva, granizo)
• Exige pouca manutenção, é necessário fazer a limpeza dos painéis
• É modular, permite aumentar a potência instalada
• Pode trabalhar de forma independente (em locais remotos), ou combinada com a rede elétrica convencional.

PRINCIPAIS APLICAÇÕES:
Suas principais aplicações são:
• Eletrificação urbana (conectada à rede elétrica convencional)
• Eletrificação rural: luz, TV, rádio, comunicações, bombeamento de água
• Eletrificação de cercas
• Iluminação exterior
• Sinalização
• Náutica
• Sites de telecomunicação

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Capítulo III

Modulos Fotovoltaicos
C ada módulo fotovoltaico é formado por uma determinada quantidade de células conectadas em série. Como se viu anteriormente, ao
unir-se a camada negativa de uma célula com a positiva da seguinte, os elétrons fluem através dos condutores de uma célula para a
outra. Este fluxo repete-se até chegar à última célula do módulo, da qual fluem para o acumulador ou a bateria.

Cada elétron que abandona o módulo é substituído por outro que regressa do acumulador ou da bateria. O cabo da interconexão entre
módulo e bateria contém o fluxo, de modo que quando um elétron abandona a última célula do módulo e encaminha-se para a bateria
outro elétron entra na primeira célula a partir da bateria.

É por isso que se considera


inesgotável um dispositivo
fotovoltaico. Produz energia
elétrica em resposta à energia FUNCIONAMENTO DO MÓDULO SOLAR
luminosa que entra no mesmo.
Deve-se esclarecer, entretanto,
que uma célula fotovoltaica não
pode armazenar energia elétrica.

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TIPOS DE CÉLULAS

Existem basicamente três tipos de células, conforme o método de fabricação:

SILÍCIO MONOCRISTALINO:
Estas células obtêm-se a partir de barras cilíndricas de silício
monocristalino produzidas em fornos especiais. As células são
obtidas por corte das barras em forma de pastilhas finas (0,4-0,5
mm de espessura). A sua eficiência na conversão de luz solar em
eletricidade é superior a 12%.

SILÍCIO POLICRISTALINO:
Estas células são produzidas a partir de blocos de silício obtidos por
fusão de silício puro em moldes especiais. Uma vez nos moldes,
o silício arrefece lentamente e solidifica-se. Neste processo,
os átomos não se organizam num único cristal. Forma-se uma
estrutura policristalina com superfícies de separação entre os
cristais. Sua eficiência na conversão de luz solar em eletricidade é
ligeiramente menor do que nas de silício monocristalino.

FILME FINO OU SILÍCIO AMORFO:


Estas células são obtidas por meio da deposição de camadas muito
finas de silício ou outros materiais semicondutores sobre superfícies
de vidro ou metal. Sua eficiência na conversão de luz solar em
eletricidade varia entre 5% e 7%.

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FABRICAÇÃO DOS MÓDULOS
FOTOVOLTAICOS

O módulo fotovoltaico é composto por células individuais conectadas em


série. Este tipo de conexão permite adicionar tensões. A tensão nominal do
módulo será igual ao produto do número de células que o compõem pela
tensão de cada célula (aprox. 0,5 Volt).

Geralmente produzem-se módulos formados por 30, 32, 33 e 36 células em


série, conforme a aplicação requerida.

Procura-se dar ao módulo rigidez na sua estrutura, isolamento elétrico e


resistência aos fatores climáticos. Por isso, as células conectadas em série
são encapsuladas num plástico elástico (Etilvinilacetato-EVA) que faz também
o papel de isolante elétrico, um vidro temperado com baixo conteúdo de ferro,
na face voltada para o sol, e uma lamina plástica multicamada (Poliéster)
na face posterior. Em alguns casos o vidro é substituído por uma lâmina de
material plástico transparente.

O módulo tem uma moldura composta de alumínio ou poliuretano e caixas de


conexões às quais chegam os terminais positivo e negativo da série de células.
Nos bornes das caixas conectam-se os cabos que ligam o módulo ao sistema.

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Capítulo IV

Curvas Caracteristicas das Celulas Fotovoltaicas


CURVA DE CORRENTE X TENSÃO
(CURVA I -V) Os valores desta curva são:

A representação típica da característica de saída de um dispositivo


fotovoltaico (célula, módulo, sistema) denomina-se curva corrente tensão.
Corrente de curto-circuito (ICC): Máxima corrente que
pode entregar um dispositivo sob condições determinadas
de radiação e temperatura correspondendo a tensão nula
A corrente de saída mantém-se praticamente constante dentro da amplitude e conseqüentemente a potência nula.
de tensão de funcionamento e, portanto, o dispositivo pode ser considerado
uma fonte de corrente constante neste âmbito. Tensão de circuito aberto (VCA): Máxima tensão que pode
entregar um dispositivo sob condições determinadas de
radiação e temperatura correspondendo à circulação de
A corrente e a tensão em que opera o dispositivo fotovoltaico são
corrente nula e conseqüentemente à potência nula.
determinadas pela radiação solar incidente, pela temperatura ambiente, e
pelas características da carga conectadas ao mesmo. Potência Pico (PPM): É o valor máximo de potência que
pode entregar o dispositivo. Corresponde ao ponto da
curva no qual o produto V x I é máximo.

Corrente a máxima potência (IMP): corrente que


entrega o dispositivo a potência máxima sob condições
determinadas de radiação e temperatura. É utilizada como
corrente nominal do mesmo.

Tensão a máxima potência (Vmp): tensão que entrega


o dispositivo a potência máxima sob condições
determinadas de radiação e temperatura. É utilizada como
tensão nominal do mesmo.

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POTÊNCIA MÁXIMA DE SAÍDA
DURANTE O DIA

A característica I-V do módulo varia com as condições ambientais


(radiação, temperatura). Isto quer dizer que haverá uma família de
curvas I-V que nos mostrará as características de saída do módulo
durante o dia numa época do ano. Figura ao lado:

A curva de potência máxima de um módulo em função da hora do


dia tem a forma indicada neste diagrama de carga ao lado:

A quantidade de energia que o módulo é capaz de entregar


durante o dia é representada pela área compreendida sob a curva
da figura ao lado, e mede-se em Watts.hora/dia.

Observa-se que não é possível falar de um valor constante de


energia entregue pelo módulo em Watts hora uma vez que varia
conforme a hora do dia. Será necessário então trabalhar com os
valores da quantidade de energia diária entregue. (Wh/dia).

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Capítulo V

Conceitos Eletricos
TENSÃO E CORRENTE

A eletricidade é o fluxo de partículas carregadas (elétrons) que circulam através de materiais condutores (como cabos ou barras de
cobre). Estas partículas adquirem energia numa fonte (gerador, módulo fotovoltaico, bateria de acumuladores, etc) e transferem
esta energia a uma carga (lâmpada, motor, equipamento de comunicações, etc.) e a seguir retornam à fonte para repetir o ciclo.

Se imaginarmos um circuito básico como uma bateria de acumuladores conectada a uma lâmpada teremos a seguinte figura:

A bateria de acumuladores é uma fonte de eletricidade, ou uma força eletromotriz (FEM).


A magnitude desta FEM é o que chamamos tensão e mede-se em Volts.

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TENSÃO ELÉTRICA
Tensão elétrica é a diferença de potencial
entre dois pontos e é medida em Volts (V).
Com exemplo podemos medir 12V entre
os pólos de uma bateria, podemos também
medir 220V entre os pinos de uma tomada.
Enquanto a bateria apresenta uma tensão
contínua, A tensão da tomada se inverte
de polaridade 60 vezes por segundo e
é chamada, portanto, de tensão alternada
de 60Hz. Como mostra a figura ao lado.

CORRENTE
Corrente elétrica é o fluxo de elétrons que percorre um circuito elétrico quando este é conectado a uma fonte de tensão elétrica. Sua
unidade de medida é o Ampere. Sua intensidade varia de acordo com a carga, ou seja, para uma mesma intensidade de tensão, quanto
maior a carga, maior a corrente elétrica.

Uma fonte de tensão contínua, como a bateria ou o painel solar, provoca uma corrente contínua no circuito, enquanto que, uma fonte
de tensão alternada, como a tomada, provoca no circuito uma corrente alternada.

POTÊNCIA
Potência elétrica é a capacidade de produzir trabalho, em um circuito simples é calculada como sendo um produto da tensão pela
corrente: Potência (P) = Tensão (V) x Corrente (I)

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RESUMINDO: TENSÃO, CORRENTE, RESISTÊNCIA, POTÊNCIA E ENERGIA

Tensão Elétrica “voltagem"


Símbolo = V
Unidade = Volt, V
Diferença de potencial entre dois condutores elétricos (fase e neutro)

Corrente Elétrica “amperagem"


Símbolo = I
Unidade = Ampere, A
Passagem de energia elétrica por um condutor elétrico submetido a uma diferença de potencial

Resistência Elétrica
Símbolo = R
Unidade = Ohm
Resistência à passagem de corrente elétrica em um condutor elétrico

Potência
Símbolo = P
Unidade = Watt, W
Energia instantânea, o consumo em cada instante de um aparelho elétrico

Energia
Símbolo = E
Unidade = Watt-hora, Wh
Capacidade de realizar trabalho; potência num intervalo de tempo

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Capítulo VI

Radiacao Solar Massas de Ar Irradiancia


Insolacao e Mapas Solarimetricos
RADIAÇÃO SOLAR Considera-se potência como a grandeza que expressa a energia
A radiação solar é formada de ondas eletromagnéticas com transportada durante um certo intervalo de tempo; assim, quanto
frequências e comprimentos de ondas diferentes que chegam a maior a potência da radiação solar, maior é a quantidade de energia
Terra por meio do espaço extraterrestre. Sabe-se que frequência e transportada em um dado instante de tempo.
comprimento de onda são grandezas inversamente proporcionais,
entretanto energia e frequência se relacionam de forma direta. A irradiância é medida através de sensores de radiação solar. Sabe-se
que na superfície da Terra, registra-se cerca de 1000W/m² de potência
– valor adotado como padrão na indústria fotovoltaica – entretanto
MASSAS DE AR no espaço sideral, entre o Sol e a Terra, estima-se que irradiância solar
Conceitua-se como massas de ar a porção individualizada do ar seja de, aproximadamente, 1353W/m². O cálculo da irradiância em W/
atmosférico cujas características e propriedades representam as m² configura-se como uma importante ferramenta na avaliação da
condições gerais do tempo de onde são formadas. Deslocam-se, eficiência dos dispositivos e sistemas fotovoltaicos, servindo, ainda, de
portanto, a partir da diferença de pressão entre e temperatura das parâmetro de teste da qualidade das células e módulos fotovoltaicos
diversas áreas da superfície. Quando a radiação solar atravessa a fornecidas pelos fabricantes.
atmosfera sofre diversas alterações ocasionadas por fatores, tais
como: vapor de água, ar, partículas em suspensão, sujidade, dentre
outros. Deste modo, ao incidirem na atmosfera terrestre, a radiação INSOLAÇÃO
solar pode perfazer um percurso maior ou menor na massa de ar: esse Denomina-se insolação a medida expressa, em unidade de Wh/m²
trajeto será determinado pelo ângulo de incidência dos raios solares (watt-hora por metro quadrado), referente a energia solar que incide
(ângulo zenital) em relação à linha do zênite. sobre uma área de superfície plana num dado intervalo de tempo.
Os dados práticos de insolação são utilizados no dimensionamento
dos sistemas fotovoltaicos e estão disponibilizados em mapas de
IRRADIÂNCIA insolação ou através de ferramentas como a calculadora solar. O mapa
A irradiância, também chamada de irradiação, é uma grandeza que de insolação contém o valor da energia do Sol, recebida diariamente
mensura a potência da radiação solar em uma determinada área por metro quadrado nas diversas regiões brasileiras.
através da unidade W/m² (watt por metro quadrado).

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Componentes da Radiação Solar Massa de Ar

Sombreamento Movimento do Sol - Verão/Inverno

O sombreamento é outro fator importante neste tipo de sistema. As


sombras provocadas por edifícios, obstáculos ou vegetação variam
na sua amplitude ao longo do ano, resultado fundamentalmente dos
diferentes valores de altura solar e azimute solar ao longo do ano.

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Mapas Solarimétricos Brasil e América do Sul

17 www.greenpeace.org
Mapa Solarimétrico Mundial

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Capítulo VII

Dimensionamento de Sistemas Solares Fotovoltaicos


DIRETAMENTE LIGADOS A UMA CARGA SISTEMA FOTOVOLTAICO ISOLADO COMPOSTO POR: PAINEL
É o sistema mais simples de todos. O gerador SOLAR, BATERIA, CONTROLADOR DE CARGA E INVERSOR
fotovoltaico liga-se diretamente à carga, geralmente É a configuração utilizada com módulos de 33 ou 36 células na qual se liga o
um motor de corrente contínua. Utiliza-se este gerador fotovoltaico a uma bateria através de um controlador para que esta não se
modelo sobretudo em bombeamento de água. Por não sobrecarregue. As baterias de acumuladores alimentam cargas em corrente contínua.
existirem baterias de acumuladores nem componentes
eletrônicos melhora-se a confiabilidade do sistema, mas Quando se necessitar energia em corrente alternada poderá ser incluído um inversor.
torna-se difícil manter um desempenho eficiente ao A potência gerada no sistema fotovoltaico poderá ser transformada integralmente
longo do dia. Ver figura abaixo. em corrente alternada ou poderão alimentar-se simultaneamente cargas de corrente
contínua (CC) e de corrente alternada (CA). Ver figura abaixo.

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SISTEMAS HÍBRIDOS
Sistemas híbridos são aqueles que, desconectado da rede convencional, apresenta várias fontes de geração de energia como por
exemplo: turbinas eólicas, geração diesel, módulos fotovoltaicos entre outras. A utilização de várias formas de geração de energia
elétrica torna-se complexo na necessidade de otimização do uso das energias. É necessário um controle de todas as fontes para que
haja máxima eficiência na entrega da energia para o usuário.

Em geral, os sistemas híbridos são empregados para sistemas de médio a grande porte vindo a atender um número maior de usuários.
Por trabalhar com cargas de corrente contínua, o sistema híbrido também apresenta um inversor.

Devido a grande complexidade de arranjos e multiplicidade de opções, a forma de otimização do sistema torna-se um estudo particular
para cada caso.

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DADOS NECESSÁRIOS PARA DIMENSIONAR UM
SISTEMA ISOLADO - OFF GRID

Tensão nominal do sistema:


Refere-se à tensão típica em que operam as cargas a conectar. Deve-se, além disso,distinguir se a referida tensão é
alternada ou contínua.

Potência exigida pela carga:


A potência que cada carga exige é um dado essencial. Os equipamentos de comunicações requerem potências elevadas
quando funcionam em transmissão e isto, muitas vezes, ocorre só durante alguns minutos por dia. Durante o resto do
tempo requerem uma pequena potência de manutenção (stand by). Esta diferenciação deve ser levada em conta no
dimensionamento do sistema.

Horas de utilização das cargas – Perfil de Carga:


Juntamente com a potência requerida pela carga deverão especificar-se as horas diárias de utilização da referida potência.
Multiplicando potência por horas de utilização serão obtidos os Watts hora requeridos pela carga ao fim de um dia.

Localização geográfica do sistema (Latitude, Longitude e a altura relação ao nível do mar do local da instalação)
Estes dados são necessários para determinar o ângulo de inclinação adequado para o módulo fotovoltaico e o nível de
radiação (médio mensal) do lugar.

Autonomia prevista:
Isto refere-se ao número de dias em que se prevê que diminuirá ou não haverá geração e que deverão ser tidos em conta
no dimensionamento das baterias de acumuladores. Para sistemas rurais domésticos tomam-se de 3 a 5 dias e para
sistemas de comunicações remotos de 7 a 10 dias de autonomia.

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DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA SOLAR ISOLADO - OFF GRID

O dimensionamento do sistema solar é simples quando aplicado a uma só voltagem de trabalho e alguns pontos de consumo.

Para um dimensionamento correto, o conhecimento básico de alguns valores e grandezas são necessários:
Volts (V) é a grandeza usada para medir Tensões
Ampère (I) é a grandeza usada para medir a Corrente
Watt (W) é a medida da potência e é o resultado da multiplicação de tensão pela corrente:
[W]att = [V]olts x [I]Ampère

Desta forma, tendo dois valores de grandezas, podemos calcular o terceiro.

Outras medidas encontradas em sistemas solares são:


• Wp = Watt de pico: é a máxima potência gerada pelo painel solar em uma condição ideal.
• Wh = Watt hora: a potencia gerada ou consumida por hora.
• Ap ou Ip = Ampère de pico: é a corrente máxima possível em uma determinada condição especial.
• Ah ou Ih= Ampère hora: a corrente máxima obtida ou consumida por hora.

Para iniciar o dimensionamento é preciso saber o quanto será consumido. Para isso, faça a relação e quantidade de todos os equipamentos,
luzes, etc..., que pretende ligar no sistema solar. Verifique o consumo individual (em Watts) como mostra o exemplo abaixo e faça uma
estimativa de horas que cada equipamento ou grupo ficará ligado por dia. Multiplique os valores totais de consumo pelas horas de uso.

Some os resultados e obtenha a demanda diária de energia, ou seja, o valor em Watt x dia.

Conclui-se que o sistema deverá gerar um mínimo de 4.500 Watts por dia para a aplicação.

Quando o consumo não for regular, tais como residências de final de semana, é preferível trabalhar com o valor de demanda mensal e
depois dividir por 30 (a conta de energia elétrica mostra o consumo mensal em Kwh/mês).

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Valores estimados de consumo médio mensal de alguns equipamentos elétricos.

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Segue abaixo uma tabela para auxílio no cálculo do consumo em Ah de diversos tipos de
equipamentos comumente utilizados em sistemas fotovoltaicos em vários regimes de operação:

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DIMENSIONAMENTO DO PAINEL SOLAR

O resultado da soma da demanda diária de energia (no exemplo


anterior 4.500W/dia), deve ser dividido pelo tempo médio de Será necessário gerar 750 Watts por hora para suprir o consumo de
insolação do local onde será instalado o sistema. um dia. Seu sistema deverá ter no mínimo tal capacidade.

Obtém-se o valor estimado necessário a ser gerado pelos painéis A associação de painéis é recomendada somente para painéis com
solares. potência e características elétricas semelhantes.

Para se obter uma quantidade alta de energia, utiliza-se da Como respondem à Lei de Ohm, com a associação obtemos:
associação de vários painéis que, uma vez interligados, fornecem a
potência necessária de geração elétrica. • Se conectarmos um painel a outro em PARALELO (positivo com
positivo e negativo com negativo), as correntes “I” serão somadas.
A escolha do painel solar deve ser feita escolhendo-se um ou mais
painéis semelhantes que, sozinhos ou reunidos darão a potência • Se conectarmos em SÉRIE (positivo com negativo), as tensões
maior e mais próxima do valor Watt / dia encontrado. "V"serão somadas.

Os painéis solares geram eletricidade em corrente contínua (igual ao Consequentemente, podemos associar e ter um sistema em
que é gerado em automóveis) e fornecem a energia polarizada, ou múltiplos de tensões (12V / 24V / 48V ... 96V, 108V, etc); E com
seja, um pólo é POSITIVO (+) e o outro pólo é NEGATIVO (-). Em sua múltiplos de corrente, conforme mostrado a seguir.
grande maioria, são fabricados para atender a uma tensão nominal
de 12 ou 24 Volts.

Exemplo: Estando na média de 6h de insolação:

4500 Watts / 6 = 750Wh

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Ligação em série
Se os elementos de um circuito se conectarem em série (polo positivo com
polo negativo), isso quer dizer que todo o fluxo de elétrons deve passar por
cada um dos seus elementos.

Isto equivale a dizer que numa ligação em série as pressões somam-se.


Recordando a analogia elétrica, o equivalente de pressão é tensão . Portanto
se dispormos de dois módulos fotovoltaicos em que cada um entregue 12
Volts, 5 Amperes e se pretendermos implementar um sistema de 24 Volts e 5
Amperes deve-se montar um circuito conforme a figura ao lado.

Conclusão: Quando se ligam módulos em série, a tensão resultante é a soma


das tensões de cada um deles e a corrente resultante coincide com a menor
das correntes entregues pelos módulos.

Ligação em paralelo
Painéis podem ser instalados interligados em série ou paralelo, obedecendo
à Lei de Ohm, ou seja, quando interligados dois ou mais unidades em paralelo
(pólo positivo com pólo positivo e negativo com negativo) a tensão não se
altera, mas a corrente é somada.

Se necessitarmos fornecer à carga 12 volts, 20 Amperes, o circuito será o da


figura ao lado.

Conclusão: Quando se ligam módulos em paralelo, a corrente resultante é a


soma das correntes de cada um deles e a tensão resultante coincide com a que
é entregue por cada módulo.

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Ligação em Série Paralelo
Pode-se também conjugar uma instalação com painéis ligados
em série e paralelo para atingir valores de tensão e corrente
compatíveis com a aplicação desejada.

Quando há a instalação de conjuntos de painéis ou painéis com


capacidades diferentes, é imprescindível a instalação de diodos para
proteção e equalização da carga.

Ligação de Baterias

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Controladores de Carga Dimensionamento do Controlador de Carga
A função do controlador de carga é a de proteger as baterias O controlador de carga é definido pela tensão de trabalho
de serem sobrecarregadas, ou descarregadas profundamente, do sistema e pela maior corrente exigida. A capacidade do
e assim garantir que toda a energia produzida pelos painéis controlador deve superar a corrente dos painéis ou as de
fotovoltaicos seja armazenada com maior eficácia nas baterias. consumo, naquele em que for maior o valor.

O controlador de carga é um dos principais componentes de um Devem ser calculadas ambas as correntes (corrente dos painéis
sistema solar fotovoltaico, sendo o responsável pela duração solares e a corrente a ser consumida) sendo seleccionada a
da vida útil dos bancos de baterias, os quais são os ítens mais corrente mais elevada.
dispendiosos nesse tipo de sistema.
O valor total de corrente é o consumo dividido pela tensão de
Os controladores de carga possuem uma série de dispositivos que trabalho do equipamento.
informam permanentemente sobre o estado de carga do sistema
e alertam o utilizador para que este possa adaptar a instalação às Verifique a corrente máxima exigida pelos equipamentos que
suas necessidades particulares, aumentando assim o tempo de serão ligados ao sistema solar. Para os painéis solares, deve-se
vida útil das baterias. basear na corrente discriminada na tabela de características do
produto.
Os controladores de carga são utilizados principalmente em
sistemas isolados da rede, ou Off Grid. A corrente do sistema será a soma das correntes máximas
geradas pelo(s) painel(is) solar(es). Obtenha o total, levando em
São encontrados em dois tipos: consideração a associação dos painéis conectados. Defina o
controlador pelo maior valor encontrado (painel ou consumo).
• WM (Pulse Width Modulation) são os mais utilizados, pois
apesar da menor eficiência se justificam pelo custo. EXEMPLO: Para um consumo diário de Watt/hora, sendo a
produção de 750W. Divide-se este valor pela tensão do sistema,
•MPPT (Maximum Power Point Tracking), possuem maior obtendo-se a corrente que será necessária para escolher o
eficiência e são cerca de duas vezes mais caros. controlador: 750 W / 12 V = 62,5 Amperes

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Caso a corrente total supere a capacidade de um controlador, divida sua
instalação em duas ou mais linhas (barramentos) de energia, executando
o mesmo princípio de balanceamento de carga de uma instalação
eléctrica convencional.

Se a instalação for em 12V será necessária a divisão da carga em dois


controladores de 30A + 20A + 20A = 70A que será maior que os 62,5A.

PWM
MPPT

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Banco de Baterias (acumuladores) Dimensionamento do Banco de Baterias
A função prioritária das baterias num sistema de geração Some a corrente (Ampere) produzida pelos painéis, respeitando a
fotovoltaico é acumular a energia que se produz durante as horas regra da associação (Lei de Ohm). Multiplique pelas horas diárias
de luminosidade a fim de poder ser utilizada à noite ou durante de insolação e utilize um fator de segurança de 50% a mais. Deste
períodos prolongados de mau tempo. Outra importante função valor encontrado, escolha a bateria ou o arranjo de baterias que
das baterias é prover uma intensidade de corrente superior àquela acumulem essa energia. Quanto maior a quantidade de baterias,
que o dispositivo fotovoltaico pode entregar. É o caso de um maior será a autonomia de seu sistema.
motor, que no momento do arranque pode exigir uma corrente de
4 a 6 vezes sua corrente nominal durante uns poucos segundos. É conveniente ter a energia excedente acumulada para dias
Normalmente o banco de baterias de acumuladores e os módulos chuvosos ou nublados.
fotovoltaicos trabalham em conjunto para alimentar as cargas.
Durante a noite toda a energia pedida pela carga é fornecida pelo No caso de 12Volts, temos :
banco de baterias.
4500W/dia / 12V = 375A
375 + 50% = 562,5 A
Utiliza-se principalmente baterias estacionárias de 12V./150Ah.
Recomenda-se o uso de baterias seladas de ciclos constantes, Se escolhermos baterias de 115Ah:
livres de manutenção. Baterias não devem ser instaladas 562 / 115 = 4,8 ou seja 5 baterias.
diretamente sobre o solo ou piso: devem sempre ser assentadas
Agora multiplique este valor pelo número de dias/autonomia
sobre uma base plástica ou de madeira. Observar que o local
Ex: 5 baterias x 3 dias = 15
esteja sempre livre de umidade e impurezas, e seja ventilado.
Mantenha a bateria em local abrigado do sol e da chuva. A
eficiência do sistema de energia solar depende diretamente da
qualidade e do estado das baterias. Baterias velhas aceitam
menos carga e ainda desperdiçam a energia de carga fornecida.

A capacidade de armazenagem de energia de uma bateria


depende da velocidade de descarga. A capacidade nominal que a
caracteriza corresponde de uma maneira geral a um tempo médio
de descarga de 10 horas. Quanto maior for o tempo de descarga,
maior será a quantidade de energia que a bateria fornece.

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Sistemas Conectados à Rede Elétrica - Grid Tie compensação de energia elétrica, cujas definições são:

Os Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede (SFCR) dispensam • Microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica,
o uso de acumuladores (baterias), pois a energia por eles com potência instalada menor ou igual a 100kW e que utilize
produzida pode ser consumida diretamente pela carga, ou injetada fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa
diretamente na rede elétrica convencional, para ser consumida ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da Aneel,
pelas unidades consumidoras conectadas ao sistema de conectada na rede de distribuição por meio de instalações de
distribuição. Estes sistemas são basicamente de um único tipo e unidades consumidoras.
são aqueles em que o gerador fotovoltaico representa uma fonte
complementar ao sistema elétrico ao qual está conectado. • Minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica,
com potência instalada superior a 100kW e menor ou igual a 1
Instalações deste tipo vêm se tornando cada vez mais populares MW para fontescom base em energia hidráulica, solar, eólica,
em diversos países europeus, Japão, Estados Unidos, e mais biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação
recentemente no Brasil. As potências instaladas vão desde poucos da Aneel, conectada na rede dedistribuição por meio de
kWp em instalações residenciais, até alguns MWp em grandes instalações de unidades consumidoras.
sistemas operados por empresas.
• Sistema de compensação de energia elétrica: sistema no
Estes sistemas se diferenciam quanto à forma de conexão à rede, qual a energia ativa injetada por unidade consumidora com
que, dentre outras características, depende também da microgeração distribuída ou minigeração distribuída é cedida,
legislação vigente. por meio de empréstimo gratuito, à distribuidora local e
posteriormente compensada com o consumo de energia
elétrica ativa dessa mesma unidade consumidora ou de outra
Micro e Minigeração Fotovoltaica - unidade consumidora de mesma titularidade da unidade
Resolução Aneel 482/2012 consumidora onde os créditos foram gerados, desde que
possua o mesmo Cadastro de Pessoa Física (CPF), ou Cadastro
No Brasil, os sistemas fotovoltaicos como sistemas de micro e de Pessoa Jurídica (CNPJ), junto ao Ministério da Fazenda.
minigeração, são regulamentados pela Resolução Normativa
Aneel No. 482/2012, e devem atender aos Procedimentos de Nesses sistemas, a energia consumida e energia injetada na rede
Distribuição (PRODIST), Módulo 3, e às normas de acesso das de distribuição são registradas separadamente pelo medidor
distribuidoras locais. A Resolução 482 estabelece as condições bidirecional. A cada instante apenas o registro em um dos
gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuídas sentidos será realizado, dependendo da diferença instantânea
aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de entre a demanda e a potência gerada pelo sistema fotovoltaico.

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Passo a passo do sistema fotovoltaico Quanto custa a energia solar fotovoltaica?
conectado à rede elétrica - Grid Tie
O custo de um sistema de energia solar fotovoltaico depende
1) Painel Solar Fotovoltaico - Produz energia elétrica em corrente principalmente do tamanho e da complexidade da instalação.
contínua.
Residências: (preço aproximado em Janeiro/2015)
2) Inversor Solar inverte a corrente contínua em corrente Casa pequena, até 2 pessoas
alternada e equaliza com a rede elétrica - Desta forma a = Sistema de 1.5Kwp = R$ 12.000 a R$ 15.000
energia gerada pelo painel solar fica idêntica à energia que Casa pequena, até 3 pessoas
você consome da rede elétrica, e assim pode utilizá-la para o = Sistema de 2Kwp = R$ 16.000 a R$ 20.000
seu consumo próprio. Casa grande, 5 pessoas
= Sistema de 5Kwp = R$ 40.000 a R$ 50.000
3) Quadro de Luz - A energia que sai do inversor solar vai para
o seu "quadro de luz" e assim é distribuída para a sua casa, Comércios e Indústrias:
comércio ou indústria.
100Kw = R$ 650.000 – R$ 900.000
4) Eletricidade gerada pelos painéis solares alimenta utensílios, 500Kw = R$ R$3Mi – R$3.5Mi
eletrodomésticos, equipamentos e máquinas. 1MW = R$ 5mi – R$ 6Mi

5) Excesso de Eletricidade volta para a rede elétrica através do Usinas de Energia


Relógio de Luz fazendo ele "rodar ao contrário", gerando assim Solar Fotovoltaica:
um "crédito de energia" para ser utilizado de noite ou em até 5MW
36 meses. Em outras palavras: você produz energia limpa com = R$20Mi
a luz do Sol e reduz a sua conta de luz!!
30MW
= R$120Mi

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Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico O sistema isolado não deixa de merecer cuidados por não estar
ligado à rede, já que ele também é um gerador de energia elétrica,
Conectado à Rede - Grid Tie e que dependendo da potência, pode causar incêndios, explosões
e acidentes fatais.
Para participar do Sistema de Compensação de Energia,
é necessária a contratação de profissional que possua Do ponto de vista dos componentes, um sistema fotovoltaico Grid
conhecimentos técnicos em eletricidade e energia solar Tie é composto por painéis solares e inversores. Os inversores
fotovoltaica, o qual será o responsável técnico pelo sistema junto Grid Tie, além de transformar a corrente contínua em alternada,
à concessionária de energia elétrica local. devem sincronizar o sistema com a rede pública. Por o sistema
estar conectado à rede, a falta de energia é compensada pela
Durante a visita técnica, o projetista/instalador irá avaliar as mesma, o que elimina a necessidade de baterias.
condições físicas da edificação, seu consumo no período de um Os inversores para sistemas conectados à rede são diferentes
ano através da conta de luz, de modo que o projeto atenda às daqueles usados nos sistemas isolados.
necessidades energéticas do local. Após a visita, o projetista/
instalador deverá preparar um projeto das instalações de conexão Veja a seguir como projetar um Sistema Fotovoltaico Conectado
à rede (memorial descritivo) e, se aprovado pelo cliente, dar à Rede.
entrada no projeto junto à concessionária.

Isso inclui especificar os equipamentos mais adequados (tipo,


modelo e quantidade de módulos fotovoltaicos e inversores),
como os módulos fotovoltaicos devem ser ligados, qual o melhor
posicionamento para garantir a melhor eficiência, qual a melhor
estrutura para fixação dos módulos e se serão necessárias obras
estruturais para, por exemplo, suportar o peso do sistema ou para
proteger o telhado.

A grande diferença entre um sistema isolado e o conectado à


rede, é que o último, por se comunicar com a rede elétrica, exige
documentação específica, e cuidados adequados para que o
sistema de distribuição não sofra danos.

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Cálculo do Número de Módulos Necessários 6) O número de módulos solares para este sistema será: no
módulos = Consumo Total / Geração Módulo = 23.21 / 24.15 =
Devem-se conhecer os níveis de radiação solar típicos da região 0.96 = 1
(ver tabela abaixo com as principais cidades do Brasil). Como já se
viu, a capacidade de produção dos módulos varia com a radiação. 7) Arredonda-se o valor encontrado para um múltiplo inteiro.
A tabela indica qual é a radiação média em kWh/m2.dia para cada Portanto um módulo de 4.4 A de corrente nominal é suficiente
um dos meses do ano. Por uma questão de facilidade iremos para esta instalação.
tomar a média anual referida na última coluna.Para realizar um
cálculo aproximado da quantidade de módulos necessários para
uma instalação pode-se proceder da seguinte forma:

1) Calcular o Consumo Total da instalação em Ah.

2) Determinar em que local se realizará a instalação.

3) Com base nos valores da tabela de radiação identificar qual


das cidades mais se aproxima do local de sua instalação.
Identificar qual é a radiação média anual desta localidade em
kWh/m2.dia (última coluna da tabela).

4) Multiplicar o valor encontrado pela corrente nominal do


módulo solar escolhido. Para isto recorrer à tabela do
fabricante do módulo solar.

5) Supondo que a localidade da instalação seja em Teresina e o


módulo solar escolhido seja o modelo com corrente nominal
de 4.4Ah, teremos:

Geração do Módulo = Radiação x Corrente Nominal =


5.49(Teresina) x 4.4 Ah= 24.15 Ah/dia

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Instalação de Módulos Fotovoltaicos
Durante a instalação de módulos solares, algumas variáveis devem ser observadas para melhor aproveitamento da captação dos raios
solares. Devem ser considerados, portanto, a inclinação do eixo de rotação da Terra, o ângulo da altura solar, o ângulo de inclinação dos
módulos e o ângulo azimutal do Sol. Assim, enquanto descreve uma trajetória elíptica em torno do Sol, conhecida por movimento de
translação; concomitantemente, a Terra gira em torno do seu próprio eixo, desenvolvendo um movimento de rotação. A inclinação do
eixo de rotação da Terra, em relação à órbita elíptica em torno do Sol, forma um ângulo de 23,5°, aproximadamente, e determina as
estações do ano a depender da posição do planeta em sua trajetória de translação.

O ângulo da altura solar é determinado a partir do ângulo de inclinação da trajetória do sol com o plano horizontal. É influenciado pela
localização geográfica, bem como pelo ângulo da declinação solar.

Conforme Villalva e Gazoli (2012, p. 56), “a altura do Sol no céu é maior nos dias de verão, o que significa que nessa época os raios
solares incidem sobre a cabeça do observador com um ângulo azimutal menor, percorrendo uma massa de ar reduzida ”. No inverno,
acontece o contrário, a altura do Sol no céu é menor, ângulo azimutal é maior e as massas de ar também. Vide figuras abaixo:

Algumas regras devem ser observadas durante a instalação de um módulo solar. A primeira delas refere-se à orientação do
equipamento que deve estar voltado para o norte geográfico; uma segunda observação deve ser feita quanto ao ajuste do ângulo
de inclinação do módulo em relação ao solo. Este deverá ser escolhido a partir do ângulo da latitude geográfica da localidade onde o
sistema será instalado.

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Inclinação Módulos Fotovoltaicos

A posição ideal para os seus painéis fotovoltaicos no Brasil é voltado para o Norte.
O Sol nasce no leste, sobe se inclinando ao Norte e se põe no Oeste, como na
figura abaixo. A Direção Ideal para o Painel Solar no Brasil é virado para o Norte.

Então, se você possui um telhado com face voltada ao norte e não há sombras
nesta parte do telhado, deveria instalar o seu painel solar fotovoltaico nesta face.
Desta forma o seu gerador de energia solar produzirá mais energia.

Para sistemas fotovoltaicos conectados a rede elétrica, o ângulo de inclinação


igual ao da Latitude é normalmente o melhor ângulo para se instalar um painel
fotovoltaico. Ex: A Latitude do Rio de Janeiro é 22° , portanto a melhor posição
possível para um painel fotovoltaico no RJ é: Face Norte a 22° de inclinação.

Para aqueles que não têm uma face do telhado voltada ao Norte, não se
preocupem! A perda de geração da energia solar fotovoltaica não é tão grande se
o sistema for instalado nas faces voltadas ao Leste e Oeste:

• As perdas direcionais para telhados com face NE ou NO variam entre 3% e 8%.

• Para um telhado com face Leste ou Oeste, você pode perder entre 12% e 20%.

Dica: No Brasil, devido a sua posição privilegiada em relação ao Sol, é melhor


o sistema fotovoltaico ter um grau de Inclinação menor do que o da Latitude,
do que um maior. Ex: se a sua propriedade encontra-se em São Paulo (Latitude
aproximada de 23°), a sua casa possui dois telhados com face norte: o Primeiro é
bem inclinado, com uma inclinação aproximada de 32°. O segundo Telhado é mais
plano, com uma inclinação de aproximadamente 10°. Se você tiver que escolher
entre os dois, o com a inclinação menor do que a latitude deve gerar mais energia.

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Inversor para Conexão à Rede - Grid Tie Funcionamento
Inversor para conexão à rede (Grid Tie), é um dispositivo O inversor funciona captando a tensão fornecida por um gerador
eletrônico que permite aos usuários de energia fotovoltaica ou CC - módulos fotovoltaico ou aerogeradores - e convertendo para
eólica interligar seus sistemas com a rede da concessionária e a forma de corrente alternada (CA), podendo assim alimentar
injetar na rede o excedente de energia produzido pelos sistemas diretamente a rede. O inversor deve estar também em sincronia
(fotovoltaico ou eólico). Sistemas fotovoltaicos conectados à com a frequência da rede (60 Hz, no Brasil), usando um oscilador
rede (SFVCR) são muito comuns em países da Europa e nos EUA, local e limitar a tensão para que a mesma não seja superior
sendo o excedente de energia gerada envido para a concessionária à tensão da rede.Os modernos inversores têm a unidade de
(durante o dia) e compensado quando o consumo aumenta (por fator de potência fixa, isso significa que a tensão de saída e a
exemplo, à noite). corrente estão perfeitamente alinhadas. O inversor possui um
computador de bordo que analisa a frequência da onda da rede e
O inversor funciona convertendo a tensão e a corrente elétrica "corrige" tensão e frequência provindas do gerador. Os sistemas
contínuas, que recebe dos módulos fotovoltaicos (ou de geradores fotovoltaicos de conexão à rede são caracterizados por estarem
eólicos), em corrente alternada. A principal característica de um integrados à rede elétrica que abastece a população. Diferente dos
inversor para conexão à rede é a capacidade de se interligar com sistemas isolados que atendem a um propósito específico e local,
a rede da concessionária, sincronizando sua frequência (60 Hz, no estes sistemas também são capazes de abastecer a rede elétrica
Brasil) e tensão de saída (CA) com a mesma, e se desconectar da com energia que pode ser utilizada por qualquer consumidor
rede quando esta deixa de fornecer energia como, por exemplo, da rede.
devido a desligamento para reparo ou falha na rede.
Sistemas de conexão à rede podem ser utilizados tanto para
abastecer uma residência, ou então simplesmente produzir
e injetar a energia na rede elétrica, assim como uma usina
hidroelétrica ou térmica.

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Dimensionando o Inversor Grid Tie

Assim como o dimensionamento do inversor para sistemas


isolados, faz-se necessária uma análise da necessidade de
produção de energia em função do consumo (carga), a escolha
dos painéis, e sua forma de instalação (como mostrado nas
páginas 27 e 28 deste guia).

De posse desses valores, será possível calcular o número e


potência dos inversores.

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Fiação para Sistema Solar Fotovoltaico

Utilize somente fiação de qualidade comprovada e dentro das normas da ABNT e com aprovação do Inmetro. Fios de baixa qualidade
ou fora de especificação irão comprometer o rendimento do sistema, provocando perda de energia, aquecimento e mau contato. Veja
na tabela abaixo a bitola de fio a ser utilizada x a distância e amperagem de seu sistema. A recomendação é para fio flexível, singelo
com perda máxima até 5% para tensão em 12 Vdc. Para sistemas em 24 Vdc multiplique a distância por 2.

Conectores

Os conectores para instalação de sistema


solar fotovoltaico são específicos.

Os mais utilizados são o MC4

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Estrutura Metálica para Fixação dos Módulos Fotovoltaicos

Considerando-se que um sistema solar fotovoltaico tem duração aproximada de 20 anos, torna-se importante que o material
utilizado para fixação dos módulos seja de excelente qualidade, grande durabilidade, e leve, a fim de não gerar carga extra aos
telhados e estruturas existentes.

Recomenda-se o uso de alumínio, preferencialmente junto a empresas que desenvolvem produtos voltados à energia solar, e que
garantam a perfeita fixação, prevenindo-se possíveis danos ao sistema em caso de ventos fortes e demais intempéries.

40 www.greenpeace.org
Capítulo VIII

Historia e Situacao Atual da Energia


Solar Fotovoltaica no Mundo

O s principais eventos associados ao desenvolvimento dos equipamentos de conversão da energia solar fotovoltaica podem ser
visualizados na figura ao lado.

O efeito fotovoltaico foi descoberto por Edmond Becquerel em 1839.Em 1873, Willoughby Smith descobriu o efeito fotovoltaico
em sólidos com o selênio. A produção da primeira célula fotovoltaica neste metal veio quatro anos mais tarde, com W. G. Adams e
R.E. Day. Em 1904 Albert Einstein publicou um artigo sobre o efeito fotovoltaico, ao mesmo tempo em que divulgava ao mundo sua
teoria da relatividade. E foi com a explicação do efeito fotovoltaico que Einstein ganhou seu primeiro Prêmio Nobel, em 1923.

O primeiro agente impulsionador desta tecnologia foi a necessidade de empresas do setor de telecomunicações encontrar fontes de
energia para sistemas instalados em localidades remotas. O segundo foi a chamada “corrida espacial”. A célula solar fotovoltaica era,
e continua sendo o meio mais adequado para abastecer equipamentos eletrônicos no espaço.

Em 1973 a crise do petróleo renovou e ampliou o interesse por aplicações terrestres da tecnologia fotovoltaica. Empresas
americanas do petróleo começaram a gerar e investir em energia solar.

Em 1998 a produção mundial de céluas fotovoltaicas atingiu a marca de 150MWp.

Em 2009 a China já ocupava a liderança na fabricação de módulos.

Embora abundante na Terra, a energia solar fotovoltaica ainda é pouco utilizada.

41 www.greenpeace.org
Abaixo, Evolução da potência instalada em
sistemas fotovoltaicos no mundo (EPIA 2013)

42 www.greenpeace.org
Capítulo IX

OFIcina de Lanterna Solar Elementos do sistema fotovoltaico isolado

A Lanterna Solar é um modelo reduzido de um sistema fotovoltaico completo.


Ela contém os mesmos componentes em versão simples: um painel solar,
uma bateria (pilha recarregável), um aparelho (carga - lâmpada LED), um
controlador da carga (diodo) e um inversor (composto pelo micro chip e indutor).

Nesta oficina você irá compreender melhor, para multiplicar melhor, como
funciona um sistema solar. E diferentemente de um sistema solar fotovoltaico
isolado, devido a suas proporções, a lanterna poderá ser apresentada em eventos
públicos a título de demonstração.

Elementos da lanterna solar


Placa PCB com chip,
Painel Solar, Interruptor,
Pilha Recarregável,
Lâmpada LED, Diodo,
Indutor de 100MHz e
Suporte da Pilha

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A solda

Soldar é o método utilizado para unir duas partes de metal (cobre, ferro..), com ajuda de um terceiro metal para a fusão
(neste caso, estanho).

Antes de iniciar a solda, certifique-se que todas as partes estejam limpas e livres de impurezas, e que a voltagem do ferro
de solda seja o mesmo da corrente elétrica em que estiver trabalhando (110/220V)

Ferro de Solda Estanho

44 www.greenpeace.org
O primeiro elemento é a lâmpada LED

Ela tem duas pernas: a mais longa é positiva (+), e a mais curta é negativa (-).

Insira as pernas em seus respectivos orifícios LED+ e LED -, indicados na placa.

Deixe aproximadamente 8mm entre a placa e o LED.

Na parte de baixo, dobre as pernas para mantê-las na posição durante a solda.

Solde uma perna de cada vez, tomando cuidado para aquecer as partes a serem
soldadas antes de colocar o fio de estanho.

Espere alguns minutos para a soldagem esfriar, vire a placa e corte as pernas que
estavam dobradas no lado de baixo, usando um cortador de unhas ou alicate.

Dobre as pernas do Led até que estejam em 90 graus.

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O próximo elemento é o Indutor

Junto ao pequeno chip negro (fixado à placa), transforma a voltagem de 1,2V da pilha,
em 3,6V do LED.

O Indutor não tem polaridade, então não devemos nos preocupar com os polos
negativo e positivo. Coloque-o nos pequenos orifícios próximos ao chip negro. Pelo lado
de baixo, dobre as pernas para deixá-lo no local exato a ser soldado. Após a solda, vire
do lado oposto e corte a sobra das pernas.

Nosso terceiro elemento é o Diodo

Ele evita que o fluxo de energia retorne à Placa Solar durante a noite.

Ele tem polaridade. Portanto, o lado com a linha cinza, deve ser inserido no orifício B+,
e o outro no PV+.

O próximo passo é cortar pequenos pedaços de cabo

Você pode consegui-los cortando o excesso dos cabos que vem no suporte da pilha.
Não se esqueça de cortar as pontas. Use um cortador de unhas ou alicate.

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A placa solar

Você vai precisar de dois pedaços de cabos.

Use um pedaço vermelho no contato (+), e um pedaço preto no contato (-).

Encoste a ponta do ferro de solda por alguns segundos nos elementos, e somente
depois de aquecidos, coloque o fio de solda.

Solde o cabo vermelho no contato PV+ , e o preto no PV- da placa.

O interruptor

Ele é composto por muitas partes plásticas. Para que ele não derreta com o calor do ferro
de solda, lixe os orifícios com uma lixa de unhas, coloque um pedaço de fio em cada orifício
e solde por no máximo 3 segundos.

Não importa a posição dos fios. Caso seu interruptor tenha três orifícios, solde um fio no
orifício central e outro numa das extremidades.

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Agora, solde as pontas dos fios nas linhas vermelhas marcadas na placa.

Não importa a ordem, de acordo com a imagem ao lado.

Pilha Recarregável

Para finalizar, vamos soldar a pilha.

Retire a pilha do suporte antes da solda.

Solde a ponta vermelha do cabo no contato (B+) e a ponta negra no contato (B-) da placa.

Após a solda, insira a pilha no suporte e fixe-a com um pedaço de fita . Cheque se todos
os pontos de solda estão firmes, organize os elementos e teste o Interruptor, caso sua
pilha esteja carregada, o LED irá acender. Se não acender, coloque a placa solar por
alguns minutos sob a luz do sol e teste novamente , ligando e desligando o interruptor.

Caso o problema persista, troque a pilha. E se ainda assim persistir, reveja todos os
pontos de solda, refaça os que não estiverem firmes e brilhantes.

O ideal é que o sistema seja deixado sob a luz solar por algumas horas para a carga
completa da pilha.

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Pronto, sua lanterna solar está pronta para ser usada!

Mas, não esqueça que ela deverá ser carregada no mínimo durante uma hora sob a
luz solar direta para cada hora de luz do LED.

Se ela estiver sendo carregada através da janela de vidro, o carregamento será um


pouco mais lento.

Quando a bateria estiver completamente carregada, você terá seis horas de luz.

E lembre-se que as pilhas recarregáveis comportam até 1.000 recargas.

Agora, é usar a criatividade para escolher um objeto que receberá sua lanterna!

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Capítulo X

OFIcina de Cozinha Solar


A lém de aquecer a água do banho, gerar energia elétrica, suprir de energia equipamentos espaciais e secar roupa no varal,
a energia do Sol pode ser usada para cozinhar alimentos.

Os primeiros registros encontrados sobre fogões solares, datam do Século Dezoito.

Livro de 1882 Fogão Parabólico Moderno

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Desde que descobriu o fogo, o homem passou a cozinhar seu alimento.

Primeiro usava-se lenha, e depois combustíveis fósseis.

Ainda nos dias de hoje, milhares de pessoas continuam usando madeira para cozinhar seus
alimentos, principalmente os habitantes de regiões afastadas no Brasil, Índia e África.

A fumaça gerada pela queima da lenha causa inúmeros problemas de saúde, e em algumas
regiões se torna cada vez mais difícil encontrar galhos secos que sirvam para alimentar os fogões.

A maior parte da humanidade usa energia elétrica oriunda de combustíveis fósseis para cozinhar.
Uma outra parte também usa combustíveis fósseis, dois tipos de gases:

GÁS BUTANO
É o conhecido gás de cozinha. O butano é um combustível gasoso derivado do petróleo utilizado
principalmente para cozinhar e em isqueiros. Ele é misturado com o gás propano e vendido
comercialmente como GLP, ou gás de petróleo liquefeito. GPL é usado em veículos e aparelhos de
aquecimento também

GÁS NATURAL
O gás natural é um combustível usado para aquecer edifícios, cozinhar alimentos, e até mesmo
para ajudar a produzir eletricidade. Às vezes é chamado de combustível. Mas não confunda isso
com a gasolina que roda de seu carro. A gasolina é um líquido enquanto o gás natural é um gás,
mesmo ambos podendo ser usados em carros que são capacitados para isso.

O gás natural é composto por uma mistura de gases que se formaram a partir de restos fósseis
de plantas e animais antigos enterrados no fundo da terra. O principal ingrediente de gás natural
é o metano.

Agora, é usar a criatividade para escolher um objeto que receberá sua lanterna!

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O forno solar

O forno solar é um tipo de forno descrito por Nicholas de Saussure por


volta de 1770 e criado por Horace de Saussure em 1767. É constituído de
uma caixa com fundo preto e tampa de vidro, com abas refletoras. O fundo
preto absorve a luz solar e converte-a em radiação infravermelha, que não
passa pela tampa de vidro, criando o efeito estufa. Desta forma, possui a
capacidade de atingir 150ºC, cozinhando qualquer alimento sem dificuldade

O forno solar não usa gás, nem lenha, nem energia elétrica: o calor que
cozinha o alimento vem diretamente do sol, cujos raios multiplicam-se ao
encontrar as superfícies espelhadas do forno.

Claro que, apesar de atingir temperaturas surpreendentes, possibilitando


assar um bolo em uma hora e meia, o forno solar é totalmente dependente
da condição climática .

Mas, em regiões pobres, principalmente na África, onde o sol é constante e


a lenha responde por quase 100% da energia consumida, os fornos solares
podem provocar uma verdadeira revolução.

A lenha tem pelo menos dois grandes problemas associados ao seu uso
como fonte de energia: sua "colheita" destrói ecossistemas e sua queima
libera gases de carbono, que poluem o ar e intensificam o efeito estufa.

O forno solar não só é capaz de cozinhar sem poluir como também esteriliza
a água em meros 20 minutos, quando atinge 65 ºC, temperatura necessária
para matar todos os microorganismos capazes de causar alguma doença.

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Fogão solar parabólico

O modelo em formato parabólico usa a angulação de 90º para


melhor aproveitamento dos raios solares que são refletidos na
superfície aluminizada para um ponto focal, que no caso é o fundo
da panela.

A temperatura pode atingir 120ºC, e em dias claros com sol forte,


ferve-se 3 litros de água em até 10 minutos.

É o modelo mais rápido e eficiente. Quanto maior for sua superfície,


maior também será sua potência.

Lembramos que o Sol derrama 1.oooW por metro quadrado em


horário de pico.

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Fogão solar painel

O modelo painel é muito simples, rápido de execução, eficiente (caso se


adote o uso de panelas pretas bem vedadas). O tempo médio de cocção
do alimento depende da radiação solar disponível no momento, e caso
adequada, cozinha meio quilo de arroz em 50 minutos.

No Quênia, com o mesmo valor usado para comprar carvão, donas de


casa podem comprar este montante de alimentos. Figura ao lado.

54 www.greenpeace.org
55 www.greenpeace.org
fontes de
Cepel / Cresesb - www.cresesb.cepel.br

Wikipedia - www.wikipedia.org

Empresa Sun Lab Power - www.sunlab.net.br

pesquisA Organização America do Sol - www.americadosol.org

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica - www.aneel.gov.br

Greenpeace Brasil - www.greenpeace.org.br

Guia Prático formulado para atender aos treinamentos do


Projeto Multiplicadores Solares do Greenpeace Brasil

Vânia Stolze
Consultoria e Treinamentos em Energia Solar
Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2015.

56 www.greenpeace.org
VocE escolheu ser um
Multiplicador Solar
Compilamos muitas informações nessa apostila para
que você possa criar ferramentas, articular eventos
de multiplicação deste conhecimento e espalhar o
conhecimento sobre energia solar no Brasil!

Vamos, juntos, promover a Revolução Solar!

57 www.greenpeace.org

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