Odis11 23 24 Teste Global Geo
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Grupo I
Texto 1
A cidade de Ronda, na Andaluzia, está localizada no limite sul de uma bacia
intramontanhosa conhecida como Depressão de Ronda, com uma área de cerca de 300 km 2
e altitude variável, entre 500 a 800 m (figura 1). Durante o Miocénico Superior (entre 11 e 5
milhões de anos) o nível do mar era de cerca de 50 m mais alto que o atual, por isso toda esta
província espanhola estava parcialmente coberta por águas marinhas, sendo a bacia de
Ronda a mais profunda.
A erosão de montanhas localizadas na orla dessa bacia forneceu abundante material
detrítico, que foi transportado pelos rios. Um dos principais pontos de entrada de sedimentos
foi a área onde Ronda está localizada atualmente, pelo que a maior parte dos materiais
transportados foram aí depositados, originando conglomerados e, mais tarde, calcoarenitos
(arenitos calcários) com fósseis marinhos. No centro da bacia depositaram-se margas* com
intercalações de areia.
Há cerca de 5,6 milhões de anos houve uma descida do nível do mar e uma intensa
atividade tectónica, que, no seu conjunto, levaram à exposição das rochas desta bacia. Uma
rede incipiente de cursos de água, que convergem atualmente para o rio Guadalevín,
estabeleceu-se na planície e começou a erodi-la. Em rochas mais resistente, como os
conglomerados e os calcoarenitos, a erosão foi mais lenta e o rio criou escarpas e
desfiladeiros verticais, como o famoso Tajo de Ronda. Noutras rochas, como as margas e
argilitos, a erosão foi mais rápida e extensa e deu origem a colinas, planícies e amplos vales.
*Marga – rocha sedimentar constituída por argila e carbonato de cálcio
1
B C
Figura 1. (A) Corte geológico da região de Ronda. (B) Esquema da acumulação progressiva de
sedimentos na depressão de Ronda. (C) Aspeto atual do desfiladeiro de Ronda.
Coluna I Coluna II
(a) Calcário (1) Apresenta, frequentemente, fósseis de seres marinhos.
(b) Diorito (2) Forma-se a partir de uma lava pouco viscosa.
(c) Basalto (3) Faz efervescência com os ácidos.
(4) Apresenta minerais félsicos e máficos.
(5) Resulta da cristalização de magma de composição
intermédia.
(6) Contém, essencialmente, minerais ferromagnesianos.
(7) Resulta de um processo de diagénese.
(8) É uma rocha quimiogénica.
2
5. Explique de que modo o relevo e a disposição das rochas na paisagem de Ronda podem
constituir argumentos para demonstrar uma variação do nível do mar.
Texto 2
O “Caminito del Rey” é um percurso paralelo ao rio Guadalhorce através das montanhas
do Vale de Abdalajís e Huma, no centro da província de Málaga, em Espanha.
A tectónica regional, a sequência estratigráfica, as estruturas geológicas e a geomorfologia
desta paisagem são factores que permitem inferir a evolução geológica da zona e
compreender a sua configuração.
A quarta e a quinta etapas do percurso cruzam o flanco sul da cordilheira Huma, uma
estrutura anticlinal com as camadas mergulhando fortemente em direção ao sul e cujos
flancos se encontram cortados por falhas. Nessas etapas é possível observar a sequência
estratigráfica mais completa do percurso, desde o Triássico Superior até ao Miocénico
Superior (figura 2A).
Na quarta etapa pode-se ver a sequência jurássica (200 a 145 Ma), constituída por enormes
camadas de calcários do Jurássico médio e inferior, bem como calcários nodulares com
amonites e calcários oolíticos do Jurássico Superior. Já no final do percurso, correspondente
ao vale do reservatório El Chorro, sobre os calcários do Jurássico Superior aparecem os
depósitos areníticos e conglomeráticos do Miocénico Superior (11 a 5 Ma).
II
Figura 2. Mapa geológico (I) e corte (II) simplificados, com a identificação do percurso do “Caminito del Rey”.
3
6. O anticlinal de Huma é uma estrutura geológica que apresenta, no núcleo, rochas mais
_______, datadas do _______.
(A) recentes … Jurássico
(B) recentes … Miocénico
(C) antigas … Jurássico
(D) antigas … Miocénico
7. Uma das condições que fazem de algumas amonites bons fósseis de idade é
(A) terem uma curta distribuição estratigráfica.
(B) poderem ser usados na datação absoluta das rochas.
(C) permitirem a reconstituição de paleoambientes.
(D) serem contemporâneos das rochas que os contêm.
10. De acordo com os movimentos relativos dos blocos rochosos, as falhas visíveis no corte
II e a falha no interior do círculo no mapa geológico I, representadas na figura 3A, são
classificadas de
(A) falhas normais.
(B) falhas inversas.
(C) falhas normais e falha de cisalhamento, respetivamente.
(D) falhas inversas e falha de cisalhamento, respetivamente.
11. Explique, de acordo com a informação do texto 2 e da figura 3A, por que razão podemos
afirmar que as rochas da região foram sujeitas a forças compressivas a diferentes
profundidades.
4
Texto 3
A cerca de 10 km a sudoeste de Ronda ocorre um conjunto de rochas metamórficas, que
fazem parte do complexo Alpujárride, que se estende por mais de 400 km, na direção este-
oeste.
O metamorfismo de alta pressão e baixa temperatura que caracteriza o complexo resultou
de processos de convergência, subducção e colisão continental, que ocorreram nas
proximidades durante o Mesozoico Inferior.
Da base para o topo, o complexo é essencialmente constituído por:
• gnaisses, de idades compreendidas entre o Pré-Câmbrico e Paleozoico Inferior;
• micaxistos do Paleozoico Superior;
• filitos1 do Paleozoico Superior;
• série carbonatada metamorfizada, representada por mármores diversos do Triásico
Médio a Superior.
Há a registar, contudo, importantes variações locais, tanto nas rochas como na intensidade
de metamorfismo, que justificaram a subdivisão do complexo de Alpujárride nas unidades
Superior, Intermédio e Inferior (fig. 3).
1Rocha metamórfica de baixo grau que se encontra na evolução entre ardósia e micaxisto.
2 Rochas resultantes da fusão parcial de parte dos seus constituintes.
Baseado em Tubia, J., & Navvaro-Villa, F. (1992). Tectonic evolution of the Alpujárride Complex (Betic Cordillera,
southern Spain). Journal of Structural Geology. DOI: 10.1016/0191-8141(92)90056-3
12. A rocha foliada que indicia, no Complexo Alpujárride Superior, um grau de metamorfismo
elevado é o ______, cujo protólito pode ter sido um ______, já que apresenta minerais
semelhantes.
(A) gnaisse… granito (C) mármore … calcário
(B) micaxisto … argilito (D) filito … arenito
13. A textura _______ do xisto e do gnaisse traduz a influência de uma tensão _______,
responsável pela disposição dos minerais segundo planos paralelos.
(A) não foliada ... tectónica (C) foliada ... tectónica
(B) foliada ... litostática (D) não foliada ... litostática
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14. A presença de silimanite nos gnaisses mostra que esta rocha se formou em ambiente de
_________ temperatura, na qual a estrutura cristalina do mineral se revela mais estável em
relação ao seu _______, a andaluzite.
(A) baixa … polimorfo
(B) baixa … isomorfo
(C) alta … isomorfo
(D) alta … polimorfo
Grupo II
As rochas são, à escala humana, rígidas e reagem lentamente aos agentes de deformação.
Como tal, a mudança de escalas e de materiais permite simular em laboratório processos que
demoram milhões de anos na Natureza. No estudo dos processos da deformação das rochas
os modelos análogos constituem um instrumente de grande utilidade. Considere o dispositivo
da figura 4A e o procedimento associado, bem como os resultados obtidos na figura 4B.
Procedimento:
1. Montar um dispositivo em acrílico como representado na figura 4A.
2. Recorrendo a materiais coloridos que simulem sedimentos, criar camadas de 1 cm de
espessura sobre uma folha de acetato, colocada no fundo da caixa.
3. Mover o acetato na horizontal, muito lentamente, de maneira a que as camadas de
materiais se deformem. Observar os resultados (fig. 4B).
A B
Figura 4. (A) Dispositivo experimental – Caixa de deformação. (B) Resultados obtidos com o dispositivo e
procedimento experimental.
Baseado em Bolacha, E.; Deus, H.; Dias, R.; & Fonseca, P. (2011). Modelação análoga
de um episódio da Geologia de Portugal. In Neves, L. et al., Modelação de sistemas
geológicos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra
5. Explique de que forma os resultados mostram que estes tipos de deformações simuladas,
quando visíveis em paisagens resultam da atuação de forças em profundidade.
7
Grupo III
Kullberg, M. C.; & Kullberg, J. C. (2000). Tectónica da região de Sintra. InTectónica das regiões de Sintra e
Arrábida, Mem. Geociências, 2,1-34. Museu Nac. Hist. Nat., Univ. Lisboa
1. Em alguns locais do maciço de Sintra, afloram rochas com mais de 65% de sílica. De
acordo com os dados, pode inferir-se que estas rochas
(A) resultaram da diferenciação de um magma básico.
(B) são riólitos e têm grande percentagem de minerais máficos.
(C) resultaram da cristalização de minerais félsicos.
(D) são melanocratas e apresentam fenocristais de piroxenas.
8
2. A constituição mineralógica do gabro que aflora no maciço inclui olivina associada a
(A) biotite e moscovite.
(B) piroxena e biotite.
(C) moscovite e plagióclase cálcica.
(D) plagióclase cálcica e piroxena.
3. Podemos deduzir que os filões do complexo ígneo de Sintra são mais recentes do que as
rochas encaixantes, de acordo com o princípio da
(A) inclusão.
(B) sobreposição.
(C) interseção.
(D) continuidade lateral.
a) b) c)
1. ultrabásico 1. melanocratas 1. granitos
2. básico 2. mesocratas 2. sienitos
3. ácido 3. leucocratas 3. andesitos
d) e)
1. cálcica 1. na fusão parcial do peridotito
2. intermédia 2. na fusão de rochas continentais
3. sódica 3. em zonas de subducção
Item
Grupo Total
Cotação(em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
8 8 8 8 8 8 8 8
I 120
9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.
8 8 8 8 8 8 8
1. 2. 3. 4. 5.
II 40
8 8 8 8 8
1. 2. 3. 4. 5.
III 40
8 8 8 8 8
Total 200