Sentença: Ação Monitória em Face de Nobre de Vinhedo Serviços Especiais em

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE VINHEDO
FORO DE VINHEDO
2ª VARA
ESTRADA DA BOIADA, 530, Vinhedo - SP - CEP 13289-086

SENTENÇA

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1003076-17.2019.8.26.0659 e código A619D9B.
Processo nº: 1003076-17.2019.8.26.0659
Classe - Assunto Monitória - Duplicata
Requerente: Masifer Comercio de Ferros Ltda
Requerido: Nobre de Vinhedo Servicos Especiais Em Aco Ltda Me

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Érica Midori Sanada

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ERICA MIDORI SANADA, liberado nos autos em 30/09/2022 às 22:11 .
Vistos.

MASIFER COMÉRCIO DE FERROS LTDA ajuizou a presente


AÇÃO MONITÓRIA em face de NOBRE DE VINHEDO SERVIÇOS ESPECIAIS EM
AÇO LTDA - ME, alegando, em síntese, que é credora da requerida no valor de R$
39.009,24 (trinta e nove mil e nove reais e vinte e quatro centavos), atualizado até
01/09/2019, decorrente do não pagamento de produtos siderúrgicos adquiridos pela
demandada junto à requerente, representado pela emissão de duplicatas/notas fiscais.
Pugnou, ao final, pela expedição de mandado monitório para citação/intimação da
requerida para pagar o débito ou oferecer embargos, sendo que, em caso de inércia da
demandada, que fosse constituído o título executivo judicial. Juntou documentos.

Regularmente citada (pág. 182), a requerida opôs embargos monitórios


(páginas 172/174), requerendo lhe fossem concedidos os benefícios da justiça gratuita e
aduzindo, em suma, excesso no valor cobrado pela autora, porque os juros foram
calculados desde o vencimento e deveriam ser computados a partir da citação, bem
como, porque incidiu multa moratória de 2% que seria incabível, requerendo, ao final, a
procedência de seus embargos para que fossem afastados dos cálculos a incidência de
juros desde o vencimento e a multa moratória. Juntou documentos.

A autora se manifestou sobre os embargos monitórios às páginas


186/194. Impugnou a gratuidade processual pretendida pela requerida/embargante.
Arguiu ser caso de rejeição liminar da "impugnação", com fulcro no artigo 525, §§ 4º e

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5º, do CPC, porque a embargante "não apresenta planilha de cálculo demonstrando o

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valor correto que entende para a presente execução" (pág. 189). Sustenta que "os juros
de mora em ação monitória baseada em duplicatas correm a partir da data do
vencimento da dívida" (pág. 191), bem como, que a "aplicação de multa é penalidade
imposto em decorrência do atraso no cumprimento da obrigação, tendo sua aplicação
prevista em Lei" (pág. 193). Ao final, requereu a rejeição dos embargos.

Na decisão de pág. 206, foi indeferida a gratuidade processual à


requerida/embargante.

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Instadas para especificarem provas, ambas as partes informaram não ter
mais provas a produzir (páginas 209 e 212), ocasião em que a requerida/embargante
também "renovou" seu pedido de concessão da justiça gratuita (pág. 209).

É o Relatório do essencial.
FUNDAMENTO e DECIDO.

Julgo o processo no estado em que se encontra, na forma do artigo 355,


inciso I, do Código de Processo Civil, uma vez que a matéria controvertida não desafia a
produção de outras provas, além dos documentos já juntados aos autos.

De início, em que pese o pedido da requerida/embargante de pág. 209,


mantenho a decisão de pág. 206, por seus próprios e jurídicos fundamentos.

Com efeito. Insta consignar que restaram incontroversas a relação


comercial entre as partes e a falta de pagamento pela requerida/embargante em relação
aos títulos objetos da presente ação.

A controvérsia cinge-se em relação ao valor cobrado/computado pela


autora/embargada, eis que alega a requerida/embargante a ocorrência de excesso,
arguindo que os juros deveriam ser computados a partir da citação (e não desde o
vencimento) e que a multa moratória de 2% seria incabível.

Pois bem. De início, não há que se falar em rejeição liminar dos

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embargos, com fulcro no artigo 525, §§ 4º e 5º, do CPC, eis que tais dispositivos legais

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se aplicam ao cumprimento de sentença (execução), tratando-se a presente, no entanto,
de ação monitória (ação de conhecimento). Mesmo porque, diante das alegações da
requerida/embargante, extrai-se o valor incontroverso através de simples cálculo
aritmético operado em cima dos cálculos apresentados pela autora/embargada, razão
pela qual não se mostra razoável a rejeição liminar dos embargos porque não
apresentado demonstrativo de cálculo.

Ainda, não procede a alegação da requerida/embargante de que os juros

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deveriam ser calculados somente a partir da citação, já que, tratando-se de compra e
venda de produtos representada pela emissão de duplicatas/notas fiscais e uma vez não
adimplidos os valores, estes devem ser atualizados – tanto com juros como com
correção monetária – a partir da data dos respectivos vencimentos dos títulos.

Para corroborar, citamos:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. JUROS MORATÓRIOS. AÇÃO MONITÓRIA.
DÍVIDA LÍQUIDA E CERTA. TERMO INICIAL. PRECEDENTES.
INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Tratando-se de
dívida líquida e certa, os juros de mora devem incidir a partir
do vencimento de cada parcela da obrigação, nos termos do
art. 397 do Código Civil. 2. É inviável a análise de teses alegadas
apenas nas razões do regimental por se tratar de evidente
inovação recursal. 3.Agravo regimental não provido.” (STJ, AgRg.
no AREsp.656.494/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2015, DJe
23/10/2015, grifo nosso).

Por outro lado, incabível, no presente caso, o cômputo de multa moratória


de 2%, posto que não há instrumento contratual firmado entre as partes dispondo
acerca da aplicação de tal multa em caso de inadimplência.

Neste sentido:

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Monitória cobrança embasada em notas fiscais e
comprovantes de entrega das mercadorias - embargos
monitórios parcialmente acolhidos tão-somente para
exclusão da multa moratória de 2% por ausência de previsão
contratual - regularidade da correção dos valores com
atualização monetária e juros moratórios de 1% a.m. desde o
vencimento da dívida - precedentes do STJ - recurso improvido.
(TJSP, Apelação nº 1008141-23.2017.8.26.0510, 16ª Câmara de

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Direito Privado, Relator: Des. Jovino de Sylos, Data do
julgamento: 28/11/2018, Data da publicação: 06/12/2018, grifo
nosso).

Dessa forma, há que se deduzir do valor (total) apresentado pela


autora/embargada (R$ 39.009,24 - pág. 24) o valor (total) da multa computado (R$
580,90 - pág. 24), perfazendo, assim, como correto, o montante de R$ 38.428,34 (trinta
e oito mil e quatrocentos e vinte e oito reais e trinta e quatro centavos).

Nesses termos, o parcial acolhimento dos embargos monitórios e a


procedência em parte da ação são medidas de rigor.

Diante de todo o exposto, ACOLHO PARCIALMENTE os embargos


monitórios e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a ação, resolvendo o seu mérito,
nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para, com fundamento
no artigo 701, § 2º, do Código de Processo Civil, DECLARAR constituído de pleno direito
o título executivo judicial objeto do feito, no valor de R$ 38.428,34 (trinta e oito mil e
quatrocentos e vinte e oito reais e trinta e quatro centavos), sobre tal valor devendo
incidir correção monetária, pelos índices da Tabela Prática do E. Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, e juros de mora de 1% ao mês, ambos contados a partir de
01/09/2019 (data da atualização do valor apresentado na inicial, consoante
demonstrativo de cálculo de páginas 18/24).

Face à sucumbência, arcará a parte requerida com o pagamento das


custas e despesas processuais, bem como, com honorários advocatícios do(a)

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patrono(a) da autora que, nos termos do artigo 85, § 2º, do Código de Processo Civil,

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arbitro em 10% sobre o valor do proveito econômico obtido pela demandante,
correspondente ao valor do título executivo ora constituído.

Publique-se, Intime-se e Cumpra-se, arquivando-se oportunamente.

Vinhedo, 30 de setembro de 2022.

ÉRICA MIDORI SANADA


Juíza de Direito

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DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,
CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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