Manutenção Preventiva em Equipamentos Medico Hospitalares

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PROCEDIMENTO DE GESTÃO

MANUTENÇÃO PREVENTIVA EM EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

Código: PG.HEC.014 Versão: 00 Página: 1 de 7

1 – OBJETIVO
Esse documento objetiva definir e sistematizar as atividades de manutenção preventiva realizadas pela equipe de
Engenharia Clínica em equipamentos de diagnóstico e suporte a vida de pacientes.

2 – RESPONSABILIDADE
Unidades assistenciais, Farmácia, Laboratório, Banco de Sangue, SEMST, Serviço de Imagem
Disponibilizar os equipamentos para realização de manutenção preventiva.

Engenheiro / Supervisor
Definir relação equipamentos, faixas de tolerância e pontos de calibração dos equipamentos médico-hospitalares.
Elaborar o cronograma de manutenção preventiva/calibração.
Executar e coordenar operacionalmente manutenção preventiva/calibração.
Providenciar os registros e relatórios sobre manutenção preventiva/calibração.
Manter em ordem as Pastas de Cadastro de Equipamentos.
Implantar o acompanhamento dos resultados por meio de indicadores de qualidade.
Promover a melhoria continua dos processos por meio de estudo de indicadores e pesquisas.

Técnicos
Executar manutenção preventiva/calibração e Rondas.
Providenciar os registros da manutenção preventiva/calibração.

Qualidade, Diretoria de Apoio, Diretoria Técnica e Diretoria Assistencial


Aprovar cronograma de manutenção preventiva/calibração.
Aprovar equipamentos, faixas de tolerância e pontos de calibração dos equipamentos médico-hospitalares.

3 – DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
Portaria do INMETRO nº 24 para verificação anual de aparelho de PA.

4 – DEFINIÇÕES E SIGLAS
IDEC
É o código de identificação de engenharia clínica para equipamentos médicos ou equipamentos padrões
(analisadores e simuladores). Identifica cada equipamento unicamente. Normalmente formado por 4 dígitos
alfabéticos seguidos por 4 dígitos numéricos. Os quatro dígitos alfabéticos fazem referência à Instituição, a unidade
ou ao agrupamento de equipamento ao qual pertence.
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Software de Engenharia
Software utilizado para gerenciar a vida útil de um equipamento médico ou equipamento de medição, inspeção e
ensaios. Gerencia eventos como manutenções corretivas e preventivas, além de dados gerenciais. Neste caso é
utilizado o MV.

Manutenção Preventiva
Manutenção Preventiva é definida como uma intervenção programada no equipamento médico visando à
detecção prévia de defeitos ou o aumento de sua confiabilidade. Consta de ações como limpeza, verificação de
funcionamento e integridade física, calibração e ajustes dos parâmetros de funcionamento se necessário. Nesta
intervenção também deve ser feita a calibração dos parâmetros de funcionamento (quando houver parâmetro a ser
calibrado, ou quando não houver legislação específica sobre o assunto para o equipamento), ou seja, são feitas
medidas dos parâmetros com três leituras de cada ponto pré-estabelecido da escala de trabalho, dentro de um
padrão de confiabilidade metrológica, garantindo assim a confiabilidade do funcionamento do equipamento. Os
resultados são comparados com valores padrões definidos por normas e regulamentos nacionais e/ou internacionais.
As manutenções preventivas nos equipamentos podem ser internas ou externas, através de serviços
terceirizados contratados.

Manutenção Corretiva
Os serviços de Manutenção Corretiva são todos aqueles necessários para o restabelecimento do pleno
funcionamento do equipamento, quando tecnicamente possível e recomendável, com reparos dos defeitos
constatados.

Produtos Médicos da Classe 3 (Alto Risco)

Produtos Médicos da Classe 3 (Alto Risco) são os produtos que por necessitarem do emprego de procedimentos e
técnicas especiais de produção, bem como de cuidados ou precauções em seu uso ou aplicação, representam alto
risco intrínseco à saúde de seus usuários, seja paciente ou operador.

EMH
Equipamento médico-hospitalar, equipamento de diagnóstico e suporte a vida de pacientes.

O.S.
Ordem de Serviço
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5 – DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE GESTÃO


A Engenharia Clínica gerencia e planeja o uso de equipamentos médico-hospitalares no ambiente da
instituição.
Todas as atividades realizadas pela engenharia clínica devem ser registradas. A grande maioria destas
atividades é registrada no software de engenharia, segue abaixo um quadro com um resumo dos tipos de O.S
existentes no software, e exemplos dos tipos de atividades que devem ser registrados através de cada um destes
tipos de O.S.
As manutenções preventivas internas são realizadas pela equipe de Engenharia Clínica do hospital. Toda
intervenção preventiva interna deve gerar um documento chamado de Certificado, onde é comprovada a intervenção
bem como o registro da análise dos parâmetros e sua calibração. Todos os equipamentos, nos quais forem
realizadas manutenções preventivas internas devem ser etiquetados.
Toda manutenção preventiva externa, proveniente de um serviço terceirizado, também deve gerar um
certificado proveniente do fornecedor que executou o serviço, onde é comprovada a intervenção no equipamento.
O armazenamento dos certificados de manutenções preventivas dos equipamentos deve ser feito da
seguinte forma:
- Forma documental (obrigatória): O certificado deve ser impresso e assinado pelo gerente da unidade e
pelo serviço de qualidade. Deve ser arquivado na pasta de nome Certificados de Manutenção
Preventiva/Calibração/Verificação. Sugerem-se duas formas para armazenar os certificados de manutenção
preventiva:
1. Separados por agrupamento e organizados por equipamento
2. Simplesmente separados por equipamento, por agrupamento ou por mês.
Obs.: Se durante a Manutenção Preventiva percebe-se uma falha no equipamento, as ações corretivas
tomadas devem ser todas registradas na própria O.S. PREVENTIVA. A execução da Manutenção Preventiva é
programada, e encontrar falhas no equipamento pode fazer parte desta manutenção. Em resumo, NÃO deve ser
aberta uma OS CORRETIVA para um equipamento que está em manutenção preventiva.

Calendário para Realização de Manutenção Preventiva:


Deve ser feita uma programação das manutenções preventivas internas e externas a serem realizadas. A
periodicidade das manutenções preventivas a serem realizadas é definida a seguir:

Equipamento Periodicidade

Aspirador Semestral

Banho-maria Semestral

Centrífuga Quadrimestral

Respirador Anual
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Monitor multiparamétrico e módulos Anual

Oxímetro Anual

Aparelho de pressão (manutenção preventiva) Semestral

Aparelho de pressão (verificação do IPEM) Anual

Eletrocardiógrafo Anual

Carro de anestesia Anual

Blender Anual

Cardioversor Anual

Bisturi elétrico Anual

Autoclave (manutenção preventiva) Mensal

Autoclave (validação) Anual

Termodesinfectora Semestral

Lavadora Ultrassônica Trimestral

Arco cirúrgico Anual

Foram selecionados os equipamentos médico-hospitalares abaixo listados por representarem um potencial de


risco à saúde do usuário, seja paciente ou operador, caso estejam descalibrados, pertencentes à classe 3 (alto risco),
em conformidade com a regra estabelecida no Anexo II da portaria MS nº 2.043, de 12 de dezembro de 1994.
Os equipamentos de diagnóstico e imagem devem seguir a periodicidade definida pelos seus contratos e/ou
garantias, uma vez que as manutenções preventivas destes equipamentos são externas.
As manutenções preventivas externas devem seguir a periodicidade sugerida pela assistência técnica
autorizada ou de acordo com o que define o contrato de manutenção. Os custos e possíveis trocas de peças devem
seguir as cláusulas descritas em contratos e devem ser registrados no controle de custos da engenharia clínica.
Será entregue as unidades no 1º dia útil de cada mês o cronograma de manutenção preventiva atualizado,
constando os dados lançados no mês anterior. A unidade poderá acompanhar durante o mês a realização via
software.
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Análise Crítica do Intervalo de Manutenção Preventiva


A cada três calibrações do agrupamento de equipamentos, o intervalo de calibração é analisado quando:
 Mais de 95% de resultados dentro do critério de aceitação – aumenta o intervalo
 De 5% a 10% dos resultados fora do critério de aceitação – mantém o intervalo
 Mais de 10% dos resultados fora do critério de aceitação – reduz o intervalo

O intervalo será analisado em reunião entre a Engenharia Clínica, A Diretoria de Apoio e o Serviço de
Qualidade e será documentado em ata.

Etapas para programação de manutenções preventivas:


1. Listar equipamentos nos quais serão realizadas preventivas internas;
2. Agrupar os equipamentos em planos de manutenção preventiva;
3. Sugere-se dividir o ano em 48 semanas para que haja uma certa folga para o caso de atraso da programação
no decorrer do ano;
4. As manutenções preventivas nos equipamentos da instituição devem ser programadas de acordo com a
periodicidade sugerida para cada tipo de equipamento no software de calibração. Os supervisores devem auxiliar na
determinação da periodicidade.
5. Totalizar o número de manutenções preventivas anuais e alocá-las nas semanas disponíveis do ano. Tentar
alocar os equipamentos que usem o mesmo aparelho de simulação ou analisador na mesma semana;
6. Registrar a programação e controlar sua execução através do Software de Engenharia ou planilha de controle.

As faixas de aceitações definidas para os pontos de calibração dos equipamentos são:

Equipamento Parâmetro Unidade De Medida Tolerância No Processo (+/-)

Berço Aquecido temperatura ambiente ºC 1


Blender concentração de O2 % O2 3
Cardioversor energia J 4 ou 15%
Bisturí potência W 20%
Cardioversor pulso bpm 5 ou 5%
Cardioversor saturação de O2 % O2 3
Cardioversor amplitude de onda mm 2
Cardioversor freqüência cardíaca bpm 5 ou 5%
Cardioversor velocidade de impressão mm 2%
Carro de Anestesia freqüência respiratória RESPPM 10%
Carro de Anestesia concentração de O2 % O2 10%
Carro de Anestesia pressão inspiratória cmH2O 10%
Carro de Anestesia concentração de O2 % O2 10%
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Carro de Anestesia volume mL 10%


ECG freqüência cardíaca bpm 5 ou 5%
ECG velocidade de impressão mm 2%
ECG amplitude de onda mm 5%
Tensiômetro pressão não invasiva mmHg 3
Monitoração pressão não invasiva mmHg 3
Respirador tempo inspiratório s 10%
Berço Aquecido temperatura ambiente ºC 1
Blender concentração de O2 % O2 3
Cardioversor energia J 4 ou 15%
Bisturí potência W 20%
Cardioversor pulso bpm 5 ou 5%
Respirador volume mL 10%
Respirador PEEP cmH2O 10%
Respirador freqüência respiratória RPM 10%
Respirador pressão inspiratória cmH2O 10%
Respirador concentração de O2 % O2 3
Respirador volume minuto L/min 10%
Respirador pressão de pico cmH2O 10%
Monitoração freqüência cardíaca bpm 5 ou 5%

Manutenção Corretiva
As Manutenções Corretivas ocorrerão de duas formas:
- Solicitadas via Software efetuado pelo responsável pelo setor, procurando especificar ao máximo o defeito do
equipamento;
- Via Ronda, executada no exato momento da ronda ou no caso de haver necessidade de maior tempo, ao
final desta.
Tipos de Rondas
A programação de rondas deve ser feita de forma a acompanhar e ser informado de possíveis problemas de
caráter técnico ou gerencial nas unidades, definir inspeções de caráter preventivo/preditivo e diagnosticar possíveis
falhas/defeitos nos equipamentos utilizados nas unidades.
- Ronda Geral – é uma visita realizada em todas as unidades da instituição. O contato é feito diretamente
com o responsável pela unidade e tem o objetivo de detectar problemas, tanto do ponto de vista técnico
(equipamentos com problema sem que a unidade tenha conhecimento ou tenha informado à Engenharia Clínica
sobre tal falha) como operacional (relatos de usuários que não saibam utilizar os equipamentos);
- Ronda em Equipamentos de Imagem – também de caráter preventivo. O engenheiro/técnico deve verificar
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o funcionamento de cada equipamento de diagnóstico por imagem e o ambiente de operação do mesmo com o
objetivo de descobrir e prever falhas/defeitos no seu funcionamento. Semelhantemente às rondas setoriais não
requer o uso de simuladores ou analisadores.
Cabe ao gerente da unidade definir a periodicidade das rondas setoriais, de acordo com as características
das unidades.
Unidades como UTI’s, blocos cirúrgicos, e emergências devem ser obrigatoriamente contemplados pela
ronda setorial. Para as demais unidades da instituição não se faz obrigatório a execução de nenhuma das rondas
supracitadas, ficando, portanto a critério do Gerente de unidade a sua aplicação. Mas, em havendo qualquer rotina
de ronda, esta deve ser registrada. Este registro deve ser armazenado na pasta Rondas.
 A tolerância de não execução das manutenções preventivas acima descritas será definida pontualmente a cada
caso, dependendo a existência de equipamento reserva ou não, e do motivo da indisponibilidade do
equipamento para realização da manutenção preventiva no prazo previsto. A aceitação da não realização só
poderá ocorrer caso tal ação não represente risco eminente para o paciente que está utilizando o equipamento.
Devem estar envolvidos nesta decisão a unidade assistencial, a engenharia clínica e o serviço da qualidade.

6 – REGISTRO
Via software de gestão de engenharia clínica.

7 – HISTÓRICO DE REVISÕES:

Elaborado por: Verificado por: Aprovador por: Data elaboração: Data revisão:

Engenheiro Clínico Qualidade Diretoria Técnica 07/01/2013 08/04/2013

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