Allan Carlos
Allan Carlos
Allan Carlos
Alfenas - MG
2021
ALLAN CARLOS DE ANDRADE
Alfenas – MG
2021
Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof. Dr. Paulo Henrique de Souza - Orientador - UNIFAL-MG
_____________________________________________
Prof. Ms. Bruno César dos Santos - EESC/USP - Avaliador 01
_____________________________________________
Prof. Dr. Daniel Hideki Bando - UNIFAL-MG - Avaliador 02
_________________________________
Resultado
Dedicatória
Primeiramente, agradeço aos meus pais Vita e Antônio Carlos, por todo o apoio e por
sempre acreditarem em mim e me permitir viver este sonho.
Ao meu irmão Saulo e minha irmã Simone, que sempre estiveram presentes, me
apoiando e me incentivando em todos os momentos.
Ao meu amigo e parceiro de profissão Rodrigo.
Aos meus amigos de Nepomuceno Lucas, Carol, Juliana e Fernando, além de todos os
amigos que conquistei em Alfenas, Caio, Cássio, Filipe, Marco Túlio, Renan e Cauê e todos
os outros que foram importantes dentro e fora da sala de aula.
Em especial à minha companheira Lara, que me incentivou e me deu forças nos
momentos mais difíceis que enfrentei.
A UNIFAL-MG pela possibilidade do estudo público gratuito e de qualidade que me
oportunizou com sua ótima estrutura de ensino – espaço físico, programas de apoio e corpo
profissional atuante.
Aos meus professores no Curso de Geografia que em todos os momentos transferiram
o conhecimento com ética e comprometimento, servindo de grande exemplo e estímulo para
minha caminhada.
De forma especial a meu orientador Prof. Dr. Paulo Henrique de Souza pelo
companheirismo ao longo desse trabalho e pelo horizonte que apresentou para a continuação
dos meus estudos e estímulo oferecido.
A Deus pelo cuidado, vida e forças oferecida para a continuidade dessa caminhada.
Enfim, a todos que de alguma forma estiveram ao meu lado oferecendo seu apoio para
a concretização de mais essa conquista.
Resumo
O presente projeto de pesquisa apresenta uma proposta de inovação tecnológica que procura
disseminar a estrutura de pesquisa pelos diversos municípios brasileiros através do uso de
equipamentos alternativos e baratos que sejam eficazes e confiáveis para a coleta e registro de
dados climatológicos através da montagem de uma estação meteorológica de baixo custo com
sensores articulados a placa Arduino. Tal iniciativa contempla o momento de escassez dos
recursos públicos destinados à pesquisa e ao fomento de estudos, buscando viabilizar a
disseminação de postos de coleta e a difusão da tecnologia de auxílio que cooperem com o
avanço da Ciência Climatológica nestes tempos de mudanças climáticas. Para tanto, após a
montagem da estação, houve a coleta de dados através de seus sensores e análise comparativa
dos mesmos com as previsões do tempo disponibilizadas pelo Climatempo, em razão de
Nepomuceno-MG não possuir no município estações meteorológicas convencionais ou
automáticas instaladas e acessíveis. Após as análises, a eficácia da estação alternativa de
baixo custo ficou evidenciada, estimulando o prosseguimento da pesquisa em nível de
mestrado com sua instalação ao lado de uma estação em funcionamento que possibilite a
comparação dos dados de superfície obtidos sob as mesmas condições.
This research project presents a proposal for technological innovation that seeks to
disseminate the research structure throughout the various Brazilian municipalities through the
use of alternative and cheap equipment that are effective and reliable for the collection and
recording of climatological data through the assembly of a meteorological station low cost
with sensors articulated to arduino plate. This initiative contemplates the moment of scarcity
of public resources destined to research and the promotion of studies, seeking to facilitate the
dissemination of collection points and the diffusion of aid technology that cooperate with the
advancement of Climatological Science in these times of climate change. Therefore, after the
station was assembled, data was collected through its sensors and comparative analysis of
them with the forecasts made available by Climatempo from the use of satellites because
Nepomuceno-MG does not have conventional or automatic meteorological stations in the
municipality. installed and accessible. After the analyses, the effectiveness of the low-cost
alternative station was evidenced, stimulating the continuation of research at the master's
level, with its installation next to a station in operation that allows the comparison of surface
data obtained under the same conditions.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 13
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14
3.1 Climatologia Tradicional e Dinâmica ......................................................................... 14
3.2 Clima e Sociedade ......................................................................................................... 15
3.3 Clima e Agropecuária .................................................................................................. 16
3.4 Pesquisas Climatológicas ............................................................................................. 18
3.5 Estações Meteorológicas Convencionais e Automáticas ........................................... 19
3.6 Estações Meteorológicas Alternativas ........................................................................ 21
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 23
4.1 Aquisição dos equipamentos utilizados na montagem da Estação Alternativa ...... 23
4.4.1 Plataforma Arduíno .............................................................................................. 23
4.4.2 Sensor de Temperatura e Umidade Relativa do ar – DHT22 ........................... 24
4.4.3 Sensor de Pressão Atmosférica – BMP280 .......................................................... 25
4.4.4 Kit Estação Meteorológica: Anemômetro, Biruta e Pluviômetro ..................... 26
4.4.5 Módulo micro SD ................................................................................................... 30
4.4.6 Módulo RTC DS3231 ............................................................................................ 31
4.2 Montagem e Testagem da Mini-Estação .................................................................... 32
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 35
5.1 Dados Primários, Previsão do Tempo e Análise Comparativa ................................ 35
5.1.1 Comparação entre os dados de Temperatura ..................................................... 35
5.1.2 Comparação entre os dados de Umidade Relativa do ar ................................... 37
5.1.3 Comparação entre os dados de Pressão Atmosférica ......................................... 39
5.1.4 Comparação entre os dados de Velocidade do Vento ........................................ 40
5.1.5 Comparação entre os dados de Direção do Vento .............................................. 43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46
11
1 INTRODUÇÃO
O Brasil, assim como muitas nações do planeta, enfrenta um sério problema de gestão
e escassez dos recursos públicos devido a crescente parcela de seu orçamento que é
consumida pelos desvios da corrupção ou ainda são destinadas ao custeio da máquina pública,
previdência social, e, sobretudo, pagamento dos juros da dívida interna. Em face disto, o
investimento na educação, pesquisa e infraestrutura tem diminuído consideravelmente,
privando a Academia dos recursos necessários ao estudo do homem e do espaço, bem como
das mudanças em curso no seio desses domínios que se superpõem e coexistem. Com isso, as
demandas do presente vão sendo postergadas para prejuízo de toda coletividade com
repercussões deletérias por todo o planeta.
Essa conjuntura prejudica sobremaneira a qualidade de vida da população e impacta o
meio ambiente, comprometendo o funcionamento das atividades antrópicas e a infraestrutura
construída nos locais onde a manifestação dos eventos catastróficos se manifesta, pois, pela
ausência de dados e equipamentos de coletas, ensaios e diagnósticos ficam impossibilitados,
privando a humanidade de previsões e estratégias que contemplem medidas mitigadoras e/ou
preventivas que venham a amenizar os efeitos de tais ocorrências.
Dentre as ocorrências em curso no presente momento, as atmosféricas destacam-se
pela abrangência, frequência e intensidade, pois, o ritmo das mudanças climáticas faz com
que suas manifestações se façam sentir por toda parte, repercutindo em diversas áreas da vida
humana, afetando, inclusive, o próprio equilíbrio dos recursos disponibilizados pela
biodiversidade. Em razão disto, esse assunto vem ocupando um espaço cada vez maior na
lista de preocupações da sociedade contemporânea, tratando-se de um dos problemas mais
relevantes da atualidade.
Apesar de o Brasil possui, em números, várias estações meteorológicas, tanto
convencionais, quanto automáticas, algumas regiões ainda ficam desamparadas, pelo fato da
enorme extensão territorial do país, tornando as estações alternativas uma opção para
preencher esta defasagem de dados e monitoramento meteorológico que persiste em
determinadas regiões, como o município de Nepomuceno.
Assim, devido ao número insuficiente de estruturas que se ocupam com a coleta e
registro dos dados atmosféricos pelo território nacional (Figura 1), seu acesso torna-se
restrito, dificultando a pesquisa. Isso decorre dos elevados custos de seus equipamentos e da
conjuntura recobrada para a coleta e registro dos dados atmosféricos – técnicos e instalações.
12
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
1
Consiste na transparência atmosférica para a radiação solar de onda curta, na faixa do espectro das radiações
visíveis, e a opacidade atmosférica à radiação terrestre de onda longa, ou infra-vermelho, emitida para o espaço.
(NOBRE, 2008).
16
De acordo com André (2006), o clima e sua variabilidade são fatores importantes na
configuração do espaço geográfico, ou seja, na composição do meio ambiente,
disponibilidade dos recursos naturais e nas características socioeconômicas.
Ciente desta relevância, Alexandre Mueller, subdiretor geral da FAO para os Recursos
Naturais, durante os trabalhos da terceira Conferência Mundial Sobre Clima (CMC – 3), entre
31 de agosto e 4 de setembro, em Genebra (http://www.unric.org/pt/actualidade/25796)
enfatiza o impacto exercido pelo clima sobre as atividades antrópicas mencionando que
“desde os anos 1950, os custos econômicos das catástrofes naturais, incluindo os fenômenos
climáticos extremos, multiplicaram-se por catorze na agricultura”.
Diante da importância que as atividades agropecuárias possuem – alimento, energia e
riquezas; e da dependência que apresentam frente ao comportamento atmosférico, Valentini
(2011) discutindo o desempenho desse setor durante o Workshop Internacional de Mudanças
Climáticas, ocorrido em outubro de 2011, em Campinas, no interior de São Paulo, expande
sua relevância mencionando que a agricultura também é responsável por questões abrangentes
e estratégicas, como a estabilidade social e a qualidade de vida de uma população, por isso,
independentemente do tipo de cultivo, toda e qualquer iniciativa de otimização da produção
17
Sob esse entendimento, fica evidente que os dados atmosféricos se tornam cruciais
para o entendimento da dinâmica atmosférica que interfere no desempenho das atividades
agropecuárias e nos demais aspectos do cotidiano da sociedade, merecendo, por conseguinte,
de estratégias e ações que favoreçam sua coleta para análise.
De acordo com Zavattini et al (2013), é necessário que se fique atento às técnicas para
realização de pesquisas climatológicas. Segundo ele
Existem técnicas que partem do princípio que o clima de um lugar é fruto das
interações estabelecidas entre os elementos climáticos e destes com o meio
geográfico. São técnicas que buscam, na atmosfera, a gênese dos fenômenos
climáticos e analisam as consequências de seus impactos sobre o ambiente,
encarando-as como resultantes dessas interações. Por outro lado, esteja-se atento
porque existem técnicas que acreditam na existência do estado médio da atmosfera,
um conceito que não se sustenta. São técnicas que, por assim dizer, “caem em
tentação” e decompõem e analisam, separadamente, cada elemento climático.
(ZAVATTINI et al, 2013, p.14a)
Ainda não conta com a devida compreensão pela maior parte das entidades
detentoras e gerenciadoras de dados meteorológicos. Mas, temos a esperança de que
breve, muito brevemente, os ventos passem a soprar na direção correta, isto é, a
favor do acesso grátis – amplo e irrestrito – aos dados meteorológicos, pois eles
representam peça fundamental para o pleno desenvolvimento da Climatologia
Geográfica em nosso país.
verba na ciência, descaso pelos governos recentes, há também a dificuldade de acesso a dados
que deveriam ser amplamente públicos e de graça. A pesquisa climatológica é de extrema
urgência no mundo, por isso não há motivos para que dados de caráter meteorológicos sejam
restritos, por este motivo, a presente pesquisa tem a finalidade de oferecer alternativas baratas
e acessíveis para a ampliação de equipamentos alternativos que produzam dados
meteorológicos tão confiáveis quanto os dados produzidos por instituições públicas e
privadas.
O Arduíno é uma plataforma de hardware open source de fácil utilização, ideal para
a criação de dispositivos que permitam interação com o ambiente, dispositivos estes
que utilizem como entrada sensores de temperatura, luz, som etc., e como saída leds,
motores, displays, alto-falantes etc., criando desta forma possibilidades ilimitadas.
Este alto preço desencoraja o uso dessas estações meteorológicas para diversos fins.
Percebe-se também a dificuldade do uso desses equipamentos encontrada por
profissionais como agricultores, pescadores ou maricultores, por exemplo, que não
receberiam o custo-benefício desses equipamentos, embora os dados meteorológicos
lhes sejam essenciais.
Fica claro através dos inúmeros estudos que vem sendo realizados, o potencial da
ferramenta em contribuir para os mais diversos temas e interesses. Com a integração
das diversas tecnologias as atividades da sociedade, a compreensão holística do
meio em que vivemos será cada vez mais evidente, evidenciando também a
necessidade urgente do homem em sustentabilizar sua relação com o mundo em
vive.
quadro de mudanças climáticas que torna inseguro e arriscado todo e qualquer investimento
que não possa contar com uma perspectiva clara das variáveis que regem seu desempenho.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
A realização desta pesquisa foi feita através de cinco etapas. A primeira etapa
consistiu na aquisição dos equipamentos utilizados para a montagem da mini estação
meteorológica. Na segunda etapa foi feita a montagem e testagem da mini estação. Já na
terceira etapa, houve a instalação da mini estação para a coleta de dados. Na quarta etapa foi
feita a coleta de dados de previsão do tempo para a cidade de Nepomuceno no site do
Climatempo. E por último, foi realizada a comparação ente os dados coletados pela
miniestação e os dados de previsão do tempo.
digitais e analógicas e de alimentação. Para este projeto, foi utilizado o Arduino UNO (Figura
2), que possui um total de 14 entradas/saídas digitais, 6 entradas analógicas, além de dois
pinos de alimentação de 5V (volts), um pino de 3,3V, um VIN e dois GND (terra), e possui
uma memória flash de 32Kb. A plataforma foi adquirida em meados de 2020, pelo valor de
R$ 52,81.
Fonte: www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/10/o-que-e-um-arduino-e-o-que-pode-ser-feito-com-ele.html
Fonte: https://www.arduinoeeletronica.com.br/produto/modulo-dht22-am2302-sensor-umidade-e-temperatura/
Figura 4 - BMP280
Fonte: https://www.baudaeletronica.com.br/sensor-de-press-o-e-temperatura-bmp280.html
Figura 5 - Anemômetro
Fonte: https://www.usinainfo.com.br/estacao-meteorologica-arduino/anemometro-arduino-sensor-de-vento-
para-estacao-meteorologica-sv10-3686.html?search_query=anemometro+arduino&results=2
Fonte: https://www.usinainfo.com.br/estacao-meteorologica-arduino/indicador-de-direcao-do-vento-arduino-
para-estacao-meteorologica-dv10-4638.html?search_query=biruta+arduino&results=1
com o peso da água que caiu da chuva, gerando um pulso elétrico, cada pulso contabiliza 0,25
mm de chuva, ou seja, para contabilizar 1 mm de chuva são necessários 4 pulsos.
Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-724251088-pluvimetro-automatico-p-estaco-meteorologica-
arduino-pic-_JM
Também de fácil ligação, o pluviômetro possui apenas dois cabos, sendo um destinado
à alimentação do dispositivo, conectado ao pino 5V do Arduino e o outro cabo à entrada
digital 6, também sendo necessário um resistor de 10 KΩ entre a entrada digital e o GND do
Arduino. De acordo com a WRFComercial (2021), a seguir estão as especificações do sensor:
- Material: alumínio;
- Sensor reed switch com auto esvaziamento;
- Diâmetro coleto: 147 mm;
- Leitura a cada 0,25 mm (4 pulsos = 1 mm de precipitação);
- Erro máximo de 3% (até 50 mm/h) e 7% (até 90 mm/h);
- Altura: 160 mm;
- Peso: 280 g;
30
Fonte: https://www.filipeflop.com/produto/modulo-cartao-micro-sd/
O módulo é composto por 4 pinos, de acordo com o mesmo site, sendo eles:
- CS: (Chip Select). Os dados são transferidos usando uma SPI (Serial Peripheral
Interface) padrão. Isto significa que dispositivos podem transmitir dados usando a
mesma linha de transmissão. O dispositivo irá receber todos os dados, mas só irá
31
interpretá-los quando selecionado. Isto é o que este pino faz, quando em Zero qualquer
dado é ignorado, conectado ao pino digital 4 do Arduino;
- MOSI: (Master Out Slave In). Esta é uma das formas de comunicação de dispositivos
conforme comentado acima na SPI. Na configuração, o microcontrolador é o Mestre,
enquanto o módulo é o escravo. Conectado ao pino digital 11 do Arduino;
- SCK: (Serial Clock). Este é a saída do que for considerado o mestre que sincroniza os
dados. Conectado ao pino digital 13 do Arduino;
- MISO: (Master In Slave Out). Diferentemente do MOSI, o Mestre é a entrada e o
Escravo a saída. Conectado ao pino digital 12 do Arduino;
- GND: Conectado ao terrado do Arduino.
E por último, o módulo RTC DS3231 (Real Time Clock) foi utilizado para gravar data
e hora das medições da estação (Figura 9). Segundo o site FilipeFlop (2021), o RTC “é um
relógio de tempo real de alta precisão e baixo consumo de energia, sendo capaz de fornecer
informações como segundo, minutos, dia, data, mês e ano”. Para fazer a ligação do módulo são
utilizados 4 pinos, o SCL (conectado à porta analógica A4), o DAS (conectado à porta
analógica A5), o VCC (conectado ao 5V) e o GND (conectado ao GND). De acordo com o
mesmo site, as especificações do módulo são estas:
- Tensão de operação: 3,3 – 5V;
- Interface: I2C;
- Chip de memória: AT24C32, com capacidade de 32 Kb, que podem ser usadas como
RAM estendida do microcontrolador;
- Circuito de detecção de falha de energia;
- Dimensões: 38 x 22 x 14 mm;
- Peso: 8g.
32
Fonte: https://www.filipeflop.com/produto/real-time-clock-rtc-ds3231/
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para fazer a coleta de dados, a estação meteorológica foi instalada na periferia da cidade
de Nepomuceno, ficando instalada por 7 dias, entre os dias 01/09/2021 e 06/09/2021. Os dados
foram coletados de 30 em 30 minutos, porém, para análise, foram considerados os dados de
00:00h, 06:00h, 12:00h e 18:00h, horário mundial da meteorologia, de acordo com a OMM
(Organização Meteorológica Mundial), tanto da estação, quanto da previsão do tempo, que
foram coletados e armazenados diariamente.
dos dias a previsão era de tempo cada vez mais seco, chegando a 12% no dia 06. O horário mais
seco do dia foi às 18h, havendo também uma diferença considerável, porém o mesmo
comportamento entre os dados da estação e da previsão. A média da previsão do tempo ficou
mais próxima da realidade, mas ainda assim não a representa, pois há grande amplitude entre o
horário mais seco e a média e entre o horário mais úmido e a média. O Gráfico 2 ilustra os
dados comparados.
representados no gráfico às 12h e às 18h. A estação registrou umidades muito mais altas que a
previsão do tempo, podendo ser motivado pela região em que a estação foi instalada, próxima
a muitas árvores e a um córrego, além de ser uma região de poucas construções e sem
pavimentação, podendo haver interferência do orvalho ao amanhecer, além da proximidade do
sensor DHT22, estando a aproximadamente 1,5 metros do solo, explicando o porquê dos
99,9% de umidade às 6h da manhã em todos os dias.
O Gráfico 3 mostra que apesar de os dados terem uma diferença aproximada de 90hPa,
eles apresentaram o mesmo padrão, pouca variação horária e diária e um decrescimento
bastante semelhante.
ocorrência. Não houve um padrão entre as velocidades registradas, nem horário e nem diário. A
maior velocidade registrada foi no dia 02, 8,2 km/h às 00h. O horário que mais houve registro
de vento foi às 12h, às 06h não houve nenhum registro. As médias não demonstram a realidade,
pois houveram muitos momentos com nenhuma ocorrência de vento.
nível e ação pontual que acaba por impedir que o modelo computacional utilizado para calcular
a previsão do tempo alcance êxito na projeção que faz, pois aspectos particulares dos materiais
presentes, incluído nesse cômputo o albedo e rugosidade do relevo acabam por influenciar a
movimentação local do ar, conferindo ao anemômetro eficácia maior no registro do
deslocamento ocorrido por se encontrar inserido nesse contexto dinâmico de trocas e
interferências.
Como é possível observar (Gráfico 4), o anemômetro é o sensor que obteve maior
oscilação comparado aos dados de previsão do tempo. Conforme mencionado anteriormente, a
questão pertinente a essa diferença nos índices está ligada aos aspectos específicos da paisagem
local que não são analisados com eficácia pelo modelo computacional em razão da
transitoriedade que podem ocasionar na soma dos fatores que se somam nessa velocidade que o
deslocamento do ar alcança a partir da absorção e transferência de energia que a superfície faz
do calor com base no albedo que possui e na influência exercida pela rugosidade do relevo,
bloqueios e corredores ocasionados pela vegetação e construções antrópicas, umidade local, e,
potencialização ou enfraquecimento da movimentação atmosférica dentre outros. No entanto, é
possível reafirmar que por se encontrar inserido no contexto dinâmico do local, o anemômetro
alcança maior precisão no registro da velocidade do vento, captando toda e qualquer nuance de
deslocamento ocasionado pelas questões supracitadas que o modelo computacional ainda não
consegue contabilizar com a devida acurácia.
Os dados do Climatempo (Tabela 10) para direção do vento possuem os pontos cardeais,
colaterais, além dos pontos subcolaterais.
Alguns dados diferem daqueles relacionados pela estação, porém é possível notar uma
semelhança entre eles, no dia 01, tanto os dados da estação, quanto os dados do Climatempo
apontavam para direções mais ao leste, com exceção do horário das 06h, quando a estação não
projetou nenhum dado. No dia 02 também há uma semelhança, os ventos continuam sendo
soprados mais para o Leste e Sul. No terceiro dia há uma grande discrepância, o único dado
registrado pela estação é a direção contrária da previsão, SW e NNE, respectivamente. No
44
quarto e no quinto dia as direções também foram semelhantes. Nos dois dias às 12h a estação
mostrava que o vento soprava para o Norte (N), enquanto na previsão indicava que o vento
soprava para a direção NNE (nor-nordeste). Já no último dia as direções se divergem nos
horários em que houve ocorrência de vento registrada pela estação, às 12h e 18h, Leste e
Sudeste, respectivamente, enquanto a previsão do tempo previa as direções sul-sudoeste para
ambos horários.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados que foram produzidos pela estação meteorológica e os dados
de previsão do tempo dispostos pelo site Climatempo, foi possível fazer algumas análises acerca
dos sensores utilizados na construção da estação meteorológica e dos dados de previsão.
Feita a comparação entre todos os dados, o sensor que registrou dados mais próximos
daqueles previstos pelo instituto consultado foi o DHT22, que mede a temperatura e a umidade
do ar. Os dados de temperatura seguiram os mesmos padrões da previsão do tempo, tanto na
escala horária, quanto na escala diária, como foi visto no Gráfico 1. Já os dados de umidade
relativa do ar oscilaram bastante, principalmente no período da noite, provavelmente devido às
condições do local em que a estação meteorológica estava instalada, proximidade com o solo,
presença de árvores ao seu redor, além de um pequeno córrego a cerca de 500 metros do local
instalado. Todos esses fatores podem ter influenciado no registro dos dados, visto que durante o
dia as medições se aproximaram mais da previsão consultada.
O sensor de pressão atmosférica, BMP280, também mostrou ser bastante preciso,
comparado à previsão do tempo. Mesmo que os dados tenham dado uma diferença de
aproximadamente 90 hPa, tiveram comportamento extremamente semelhantes, com variações
muito próximas nas escalas horária e diária.
O anemômetro, responsável por medir a velocidade do vento e o indicador de direção do
vento (biruta) foram os sensores que menos se assemelharam aos dados de previsão do tempo.
A biruta obteve maior semelhança entre eles, porém, os dados coletados foram insuficientes
para a comparação. Vários fatores também podem ter influenciado na precisão do anemômetro,
o relevo do local instalado, a ocorrência de árvores ao redor da estação, mesmo que não estejam
tão próximas a ela, mas podendo ocasionar o bloqueio parcial do vento, além de diversos outros
fatores, ou, simplesmente os dados foram coletados corretamente e a previsão do tempo
considera ventos com maior altitude para divulgação.
45
REFERÊNCIAS
SOUZA, R. A. et al. A placa Arduíno: uma opção de baixo custo para experiências de física
assistidas pelo PC. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.33, n. 1, art. 1702, jan, 2011.
47
STANHILL, G. Global Dimming: A new aspect of climate change. In: Weather. Volume 60,
Issue 1, pages 11–14, January 2005.
www.baudaeletronica.com.br/sensor-de-press-o-e-temperatura-bmp280.html
www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/10/o-que-e-um-arduino-e-o-que-pode-ser-feito-
com-ele.html
www.tupinambot.com.br/produto/sensor-de-temperatura-ds18b20-encapsulado/