Allan Carlos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG

Instituto de Ciências da Natureza


Curso de Geografia – Licenciatura

ALLAN CARLOS DE ANDRADE

ANÁLISE COMPARATIVA DE EFICÁCIA UTILIZANDO DADOS DE


SUPERFÍCIE COLETADOS POR ESTAÇÃO METEOROLÓGICA
ALTERNATIVA E DADOS DE PREVISÃO DO TEMPO DO
CLIMATEMPO

Alfenas - MG
2021
ALLAN CARLOS DE ANDRADE

ANÁLISE COMPARATIVA DE EFICÁCIA UTILIZANDO DADOS DE


SUPERFÍCIE COLETADOS POR ESTAÇÃO METEOROLÓGICA
ALTERNATIVA E DADOS DE PREVISÃO DO TEMPO DO
CLIMATEMPO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como parte dos requisitos para
obtenção do título de Licenciado em
Geografia pelo Instituto de Ciências da
Natureza da Universidade Federal de
Alfenas - MG, sob orientação do Prof. Dr.
Paulo Henrique de Souza.

Alfenas – MG
2021
Banca Examinadora

_____________________________________________
Prof. Dr. Paulo Henrique de Souza - Orientador - UNIFAL-MG

_____________________________________________
Prof. Ms. Bruno César dos Santos - EESC/USP - Avaliador 01

_____________________________________________
Prof. Dr. Daniel Hideki Bando - UNIFAL-MG - Avaliador 02

Alfenas (MG), __/__/____

_________________________________
Resultado
Dedicatória

Dedico aos meus queridos pais, ao meu irmão


Saulo e minha irmã Simone, ao meu cunhado e
meus sobrinhos. Dedico também à minha
companheira Lara e aos meus amigos de
Nepomuceno e os que conquistei em Alfenas.
Todos foram essenciais em minha trajetória.
Agradecimentos

Primeiramente, agradeço aos meus pais Vita e Antônio Carlos, por todo o apoio e por
sempre acreditarem em mim e me permitir viver este sonho.
Ao meu irmão Saulo e minha irmã Simone, que sempre estiveram presentes, me
apoiando e me incentivando em todos os momentos.
Ao meu amigo e parceiro de profissão Rodrigo.
Aos meus amigos de Nepomuceno Lucas, Carol, Juliana e Fernando, além de todos os
amigos que conquistei em Alfenas, Caio, Cássio, Filipe, Marco Túlio, Renan e Cauê e todos
os outros que foram importantes dentro e fora da sala de aula.
Em especial à minha companheira Lara, que me incentivou e me deu forças nos
momentos mais difíceis que enfrentei.
A UNIFAL-MG pela possibilidade do estudo público gratuito e de qualidade que me
oportunizou com sua ótima estrutura de ensino – espaço físico, programas de apoio e corpo
profissional atuante.
Aos meus professores no Curso de Geografia que em todos os momentos transferiram
o conhecimento com ética e comprometimento, servindo de grande exemplo e estímulo para
minha caminhada.
De forma especial a meu orientador Prof. Dr. Paulo Henrique de Souza pelo
companheirismo ao longo desse trabalho e pelo horizonte que apresentou para a continuação
dos meus estudos e estímulo oferecido.
A Deus pelo cuidado, vida e forças oferecida para a continuidade dessa caminhada.
Enfim, a todos que de alguma forma estiveram ao meu lado oferecendo seu apoio para
a concretização de mais essa conquista.
Resumo

O presente projeto de pesquisa apresenta uma proposta de inovação tecnológica que procura
disseminar a estrutura de pesquisa pelos diversos municípios brasileiros através do uso de
equipamentos alternativos e baratos que sejam eficazes e confiáveis para a coleta e registro de
dados climatológicos através da montagem de uma estação meteorológica de baixo custo com
sensores articulados a placa Arduino. Tal iniciativa contempla o momento de escassez dos
recursos públicos destinados à pesquisa e ao fomento de estudos, buscando viabilizar a
disseminação de postos de coleta e a difusão da tecnologia de auxílio que cooperem com o
avanço da Ciência Climatológica nestes tempos de mudanças climáticas. Para tanto, após a
montagem da estação, houve a coleta de dados através de seus sensores e análise comparativa
dos mesmos com as previsões do tempo disponibilizadas pelo Climatempo, em razão de
Nepomuceno-MG não possuir no município estações meteorológicas convencionais ou
automáticas instaladas e acessíveis. Após as análises, a eficácia da estação alternativa de
baixo custo ficou evidenciada, estimulando o prosseguimento da pesquisa em nível de
mestrado com sua instalação ao lado de uma estação em funcionamento que possibilite a
comparação dos dados de superfície obtidos sob as mesmas condições.

Palavras-Chave: Arduino; Estação Meteorológica; Tecnologia; Previsão do Tempo.


Abstract

This research project presents a proposal for technological innovation that seeks to
disseminate the research structure throughout the various Brazilian municipalities through the
use of alternative and cheap equipment that are effective and reliable for the collection and
recording of climatological data through the assembly of a meteorological station low cost
with sensors articulated to arduino plate. This initiative contemplates the moment of scarcity
of public resources destined to research and the promotion of studies, seeking to facilitate the
dissemination of collection points and the diffusion of aid technology that cooperate with the
advancement of Climatological Science in these times of climate change. Therefore, after the
station was assembled, data was collected through its sensors and comparative analysis of
them with the forecasts made available by Climatempo from the use of satellites because
Nepomuceno-MG does not have conventional or automatic meteorological stations in the
municipality. installed and accessible. After the analyses, the effectiveness of the low-cost
alternative station was evidenced, stimulating the continuation of research at the master's
level, with its installation next to a station in operation that allows the comparison of surface
data obtained under the same conditions.

Keywords: Arduino; Weather Station; Technology; Weather Forecast.


Lista de Figuras

Figura 1 - Distribuição de estações meteorológicas convencionais e automáticas


distribuídas pelo território nacional. .................................................................................... 12
Figura 2 - Plataforma Arduíno.............................................................................................. 24
Figura 3 - DHT22 AM2302 .................................................................................................... 25
Figura 4 - BMP280 ................................................................................................................. 26
Figura 5 - Anemômetro .......................................................................................................... 27
Figura 6 - Indicador de Direção do Vento (Biruta) ............................................................. 28
Figura 7 - Pluviômetro de Báscula ........................................................................................ 29
Figura 8 - Módulo Micro SD ................................................................................................. 30
Figura 9 - Módulo RTC ......................................................................................................... 32
Figura 10 – Estação alternativa instalada no local de coleta dos dados ............................ 33
Lista de Gráficos e Tabelas

Gráfico 1 - Temperatura em °C coletadas pela estação meteorológica e prevista pelo


Climatempo ............................................................................................................................ 36
Gráfico 2 - Umidade relativa do ar coletados pela estação meteorológica e prevista pelo
Climatempo ............................................................................................................................ 38
Gráfico 3 - Pressão atmosférica em hPa coletada pela estação meteorológica e prevista
pelo Climatempo .................................................................................................................... 39
Gráfico 4 - Velocidade do vento em km/h coletados pela estação meteorológica e previsto
pelo Climatempo .................................................................................................................... 41

Tabela 1 - Temperatura em °C coletadas pela estação meteorológica .............................. 36


Tabela 2 - Temperatura em °C registrada pela previsão do tempo................................... 36
Tabela 3 - Umidade relativa do ar coletados pela estação meteorológica ......................... 37
Tabela 4 - Umidade relativa do ar registrada pela previsão do tempo ............................. 38
Tabela 5 - Pressão atmosférica em hPa coletada pela estação meteorológica .................. 39
Tabela 6 - Pressão atmosférica em hPa registrada pela previsão do tempo ..................... 40
Tabela 7 - Velocidade do vento em km/h coletados pela estação ....................................... 41
Tabela 8 - Velocidade do vento em km/h registrada pela previsão do tempo ................... 41
Tabela 9 - Direção do vento coletadas pela estação meteorológica .................................... 43
Tabela 10 - Direção do vento registrada pela previsão do tempo ...................................... 43
Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 13
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14
3.1 Climatologia Tradicional e Dinâmica ......................................................................... 14
3.2 Clima e Sociedade ......................................................................................................... 15
3.3 Clima e Agropecuária .................................................................................................. 16
3.4 Pesquisas Climatológicas ............................................................................................. 18
3.5 Estações Meteorológicas Convencionais e Automáticas ........................................... 19
3.6 Estações Meteorológicas Alternativas ........................................................................ 21
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 23
4.1 Aquisição dos equipamentos utilizados na montagem da Estação Alternativa ...... 23
4.4.1 Plataforma Arduíno .............................................................................................. 23
4.4.2 Sensor de Temperatura e Umidade Relativa do ar – DHT22 ........................... 24
4.4.3 Sensor de Pressão Atmosférica – BMP280 .......................................................... 25
4.4.4 Kit Estação Meteorológica: Anemômetro, Biruta e Pluviômetro ..................... 26
4.4.5 Módulo micro SD ................................................................................................... 30
4.4.6 Módulo RTC DS3231 ............................................................................................ 31
4.2 Montagem e Testagem da Mini-Estação .................................................................... 32
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 35
5.1 Dados Primários, Previsão do Tempo e Análise Comparativa ................................ 35
5.1.1 Comparação entre os dados de Temperatura ..................................................... 35
5.1.2 Comparação entre os dados de Umidade Relativa do ar ................................... 37
5.1.3 Comparação entre os dados de Pressão Atmosférica ......................................... 39
5.1.4 Comparação entre os dados de Velocidade do Vento ........................................ 40
5.1.5 Comparação entre os dados de Direção do Vento .............................................. 43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46
11

1 INTRODUÇÃO

O Brasil, assim como muitas nações do planeta, enfrenta um sério problema de gestão
e escassez dos recursos públicos devido a crescente parcela de seu orçamento que é
consumida pelos desvios da corrupção ou ainda são destinadas ao custeio da máquina pública,
previdência social, e, sobretudo, pagamento dos juros da dívida interna. Em face disto, o
investimento na educação, pesquisa e infraestrutura tem diminuído consideravelmente,
privando a Academia dos recursos necessários ao estudo do homem e do espaço, bem como
das mudanças em curso no seio desses domínios que se superpõem e coexistem. Com isso, as
demandas do presente vão sendo postergadas para prejuízo de toda coletividade com
repercussões deletérias por todo o planeta.
Essa conjuntura prejudica sobremaneira a qualidade de vida da população e impacta o
meio ambiente, comprometendo o funcionamento das atividades antrópicas e a infraestrutura
construída nos locais onde a manifestação dos eventos catastróficos se manifesta, pois, pela
ausência de dados e equipamentos de coletas, ensaios e diagnósticos ficam impossibilitados,
privando a humanidade de previsões e estratégias que contemplem medidas mitigadoras e/ou
preventivas que venham a amenizar os efeitos de tais ocorrências.
Dentre as ocorrências em curso no presente momento, as atmosféricas destacam-se
pela abrangência, frequência e intensidade, pois, o ritmo das mudanças climáticas faz com
que suas manifestações se façam sentir por toda parte, repercutindo em diversas áreas da vida
humana, afetando, inclusive, o próprio equilíbrio dos recursos disponibilizados pela
biodiversidade. Em razão disto, esse assunto vem ocupando um espaço cada vez maior na
lista de preocupações da sociedade contemporânea, tratando-se de um dos problemas mais
relevantes da atualidade.
Apesar de o Brasil possui, em números, várias estações meteorológicas, tanto
convencionais, quanto automáticas, algumas regiões ainda ficam desamparadas, pelo fato da
enorme extensão territorial do país, tornando as estações alternativas uma opção para
preencher esta defasagem de dados e monitoramento meteorológico que persiste em
determinadas regiões, como o município de Nepomuceno.
Assim, devido ao número insuficiente de estruturas que se ocupam com a coleta e
registro dos dados atmosféricos pelo território nacional (Figura 1), seu acesso torna-se
restrito, dificultando a pesquisa. Isso decorre dos elevados custos de seus equipamentos e da
conjuntura recobrada para a coleta e registro dos dados atmosféricos – técnicos e instalações.
12

Figura 1 - Distribuição de estações meteorológicas convencionais e automáticas distribuídas


pelo território nacional.

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

Nesse quadro, alternativas fazem-se necessárias, minimizando os custos de aquisição e


consequentemente de funcionamento desses equipamentos e a coleta de dados, expandindo a
rede de coletas e a quantidade de dados disponíveis para as pesquisas que buscam
compreender os padrões atmosféricos nas mais diversas porções do planeta. Uma das
alternativas é uso e emprego do Arduíno, pois com ele é possível construir uma estação
meteorológica de baixo custo e com alto grau de confiabilidade dos dados, permitindo que a
rede de coleta seja expandida por todo o território nacional, para maior conhecimento da
atmosfera e seus padrões, possibilitando que estudos sejam desenvolvidos e cenários sejam
vislumbrados com vistas ao municiamento da sociedade na busca por estratégias eficazes de
superação das ocorrências deletérias que venham manifestar no seu cotidiano.
O monitoramento atmosférico no Brasil sofre com o pequeno número de estações
meteorológicas espalhadas em seu território, porém, a previsão do tempo fornecida na
internet, televisão e rádio é informação indispensável para a sociedade e são acessadas e
divulgadas diariamente. De acordo com Fante e Neto (2008), as previsões do tempo são
informações cada vez mais útil e necessárias para a sociedade atual, possibilitando
13

planejamento de várias atividades, além de reduzir custos econômicos e sociais, a partir do


conhecimento prévio sobre os fenômenos atmosféricos.
Atentando para isto e para a demanda existente de monitoramento das variáveis
atmosféricas, a presente pesquisa foi elaborada objetivando a minimização dos custos da
coleta de dados atmosféricos mediante a montagem de uma estação meteorológica alternativa
que permita a difusão desse tipo de equipamento e sua instalação nos vazios que ainda
existem pelo território nacional, auxiliando no aparelhamento do Estado e aumentando a rede
de coleta, pois em países como o Brasil a maioria dos municípios não conta com uma
estrutura básica de coleta de dados que possibilite o acúmulo de informações que municiem
estudos ocupados com essa temática.
Portanto, na falta de dados reais, coletados por estações meteorológicas, as inúmeras
cidades dependem da previsão do tempo para planejamentos sociais e econômicos,
principalmente as propriedades voltadas para a produção agropecuária. Contudo, as previsões
do tempo fornecidas para a população são confiáveis? Este trabalho pretende responder este
questionamento, tendo como referência os dados coletados pela estação meteorológica de
baixo custo construída através do Arduíno, comparados aos dados de previsão do tempo
fornecidos pelo Climatempo, na cidade de Nepomuceno, localizada no sul de Minas Gerais.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


 Construir uma estação meteorológica de baixo custo por meio da plataforma Arduíno e
sensores que messam as variáveis atmosféricas, comparando os dados por ela
coletados com dados de previsão do tempo obtidos pelo site Climatempo.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Identificar a abrangência e a qualidade da contribuição proporcionada pelo Arduíno na
obtenção de dados atmosféricos e na montagem de miniestações meteorológicas;
 Produzir dados primários confiáveis através de estação meteorológica de baixo custo
que atenda as especificações meteorológicas;
 Averiguar a confiabilidade e a precisão das previsões do tempo realizadas a partir de
imagens de satélites para a cidades sem estações convencionais ou automáticas
instaladas como é o caso de Nepomuceno/MG;
14

 Discutir a proposta e divulgar os resultados para a disseminação da tecnologia e a


possibilidade de utilização de estações meteorológicas alternativas para a expansão da
rede atual de coleta.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Climatologia Tradicional e Dinâmica

A climatologia tradicional, também denominada climatologia separativa, possui este


nome devido à maneira como os elementos do clima são tratados, muitas vezes isoladamente.
Para Cunha et al (2007, p.141)

A climatologia clássica é denominada também de climatologia separativa, uma vez


que os elementos climáticos, tais como temperatura do ar, pressão atmosférica,
umidade, precipitação, direção e velocidade dos ventos e radiação solar, são tratados
de maneira independente e, justamente por isso, muitas vezes, são considerados
isoladamente. A principal crítica a essa visão clássica está justamente no fato de a
conexão entre os elementos do clima não ser considerada, o que, definitivamente,
não representa a realidade.

A climatologia separativa baseia-se na concepção que a visão clássica atribui ao clima,


enfatizando que o “clima é o conjunto de fenômenos meteorológicos que caracterizam o
estado médio da atmosfera sobre um ponto da superfície terrestre”. De acordo com Barros et
al (2009, p.257a)

Este método, apesar de amplamente empregado nos estudos do clima de diversas


regiões do globo, ao separar os elementos climáticos, isolando-os entre si e
transformando-os em médias aritméticas, acaba por dissolver a realidade, que é
constituída pelo conjunto de elementos atuantes, uns através dos outros”.

Ainda de acordo com Barros et al (2009, p.257b), “o método tradicional apresenta


lacunas, uma vez que é estático, ou seja, não é capaz de restituir o dinamismo aos fenômenos
e suas verdadeiras sucessões de estados, o que impossibilita a compreensão fiel da realidade”.
Diferente da climatologia tradicional, na climatologia dinâmica, segundo Cunha et al
(2007) os elementos do clima são tratados de maneira integrada, ou seja, levando em
consideração a realidade e complexidade em seu entorno, como por exemplo, as porções de
cada parte do planeta.
15

Na climatologia dinâmica há diferentes definições de clima. Sorre (1957) o trata como


o ambiente atmosférico constituído pela série de estados da atmosfera, em determinado lugar,
em sua sucessão habitual. Ou seja, os estudos baseados na climatologia dinâmica possuem
maior precisão ao retratar a realidade climática de uma determinada região.

3.2 Clima e Sociedade

O clima é um componente crucial na formação e transformação do espaço geográfico.


Ele influencia todas as atividades, seja social ou econômica, desenvolvidas pela sociedade.
Porém, o desenvolvimento tecnológico e a globalização, vindos desde o século passado,
também influenciam no comportamento climático em todas as regiões do planeta, devido,
principalmente, às atividades de cunho econômico, que tem enorme potencial de destruição de
florestas nativas e lançamentos de gases de efeito estufa1 na atmosfera, fatores capazes de
modificar o comportamento habitual do clima em determinada região, aumentando o índice de
grandes tempestades, secas, ondas de frio e calor extremos, entre outros. De acordo com
Blank (2015, p.2)

A Terra sempre passou por ciclos naturais de aquecimento e resfriamento, da mesma


forma que períodos de intensa atividade geológica lançaram à superfície quantidades
colossais de gases que formaram de tempos em tempos uma espécie de bolha gasosa
sobre o planeta, criando um efeito estufa natural. Ocorre que, atualmente, a atividade
industrial está afetando o clima terrestre na sua variação natural, o que sugere que a
atividade humana é um fator determinante no aquecimento.

Como consequência dos gases de efeito estufa, de origem antrópica, lançados na


atmosfera, há o aumento da temperatura do ar e dos oceanos, causando a elevação do nível
médio do mar e a retração das geleiras, além de fenômenos meteorológicos extremos
(NOBRE, 2008), afetando diretamente a sociedade, tanto em escalas culturais e sociais, como
econômicas.
De acordo com Silva (2018, p.14) apud Drew (2014)
as alterações provocadas pelo homem no ambiente alteram o clima circundante,
modificando o caráter do solo e da vegetação próxima, que por sua vez resultará em
alterações posteriores do clima local. O homem quando altera o ambiente visa um
fim imediato, no entanto essas ações podem extrapolar os locais de intervenção e
acarretar consequências no meio físico, gerando impactos no ambiente circundante
as construções/modificações.

1
Consiste na transparência atmosférica para a radiação solar de onda curta, na faixa do espectro das radiações
visíveis, e a opacidade atmosférica à radiação terrestre de onda longa, ou infra-vermelho, emitida para o espaço.
(NOBRE, 2008).
16

A urbanização e a agropecuária são as principais atividades socioeconômicas que


acarretam impactos ambientais (SILVA, 2018) e estão sujeitas também ao ritmo climático. No
entanto, cumpre observar que
Os efeitos dessas atividades sobre o meio ambiente são sentidos na mesma escala
em que são realizados, considerando a intensidade e o grau de alteração
experimentado pelo solo e vegetação. Nas áreas urbanas, os efeitos das modificações
realizadas pelo homem são profundamente intensivos e localizados, sendo as
cidades a representação mais significativa das alterações na superfície impostas
pelas atividades humanas (DREW, 2014 apud SILVA, 2018).

Portanto, a relação clima-sociedade é dinâmica e estão diretamente relacionados, o


clima tem o potencial de determinar o comportamento de uma sociedade, através de sua
condição meteorológica, além de ser elemento importante na formação de culturas,
comportamentos sociais e desenvolvimento econômico. Por outro lado, a sociedade, cada vez
mais, determina o comportamento do clima em determinada região, modificando o
comportamento atmosférico habitual, causando problemas que podem se tornar irreversíveis
no futuro.

3.3 Clima e Agropecuária

De acordo com André (2006), o clima e sua variabilidade são fatores importantes na
configuração do espaço geográfico, ou seja, na composição do meio ambiente,
disponibilidade dos recursos naturais e nas características socioeconômicas.
Ciente desta relevância, Alexandre Mueller, subdiretor geral da FAO para os Recursos
Naturais, durante os trabalhos da terceira Conferência Mundial Sobre Clima (CMC – 3), entre
31 de agosto e 4 de setembro, em Genebra (http://www.unric.org/pt/actualidade/25796)
enfatiza o impacto exercido pelo clima sobre as atividades antrópicas mencionando que
“desde os anos 1950, os custos econômicos das catástrofes naturais, incluindo os fenômenos
climáticos extremos, multiplicaram-se por catorze na agricultura”.
Diante da importância que as atividades agropecuárias possuem – alimento, energia e
riquezas; e da dependência que apresentam frente ao comportamento atmosférico, Valentini
(2011) discutindo o desempenho desse setor durante o Workshop Internacional de Mudanças
Climáticas, ocorrido em outubro de 2011, em Campinas, no interior de São Paulo, expande
sua relevância mencionando que a agricultura também é responsável por questões abrangentes
e estratégicas, como a estabilidade social e a qualidade de vida de uma população, por isso,
independentemente do tipo de cultivo, toda e qualquer iniciativa de otimização da produção
17

agrícola é muito bem-vinda. Nesse contexto, diante do funcionamento da atmosfera e da


distribuição de terras pelo planeta, o Brasil possui uma característica agroclimática, que aliada
às condições do solo e do relevo, estabelece uma situação diferenciada para a exploração
agropecuária que lhe confere destaque.
Atentando para a relevância do setor agropecuário no país e para sua suscetibilidade às
oscilações climáticas, Girão et al (2008, p. 241) entendem que “a análise rítmica do clima e,
especificamente, a caracterização do comportamento pluvial de uma área é de grande
relevância para uma avaliação de sua susceptibilidade a riscos naturais”. No entanto, isso só
pode ser feito mediante a distribuição espacial de uma vasta rede de coleta de dados
atmosféricos que possibilite e municie os estudos ocupados com essa questão.
Para Santos (2005, p. 65) a compreensão do papel que o ritmo climático possui no
planejamento e produção das safras, passa pelo entendimento de dois momentos do processo
de produção agrícola; o primeiro refere-se à satisfação das necessidades hídricas das plantas
(principalmente nos períodos em que a escassez de água é crítica) e, o segundo, pelo sucesso
na realização das operações agrícolas (plantio, tratos culturais, colheita, etc.), os quais em
conjunto refletem-se na produtividade realmente alcançada no final da safra. Assim, a
compreensão do comportamento climático durante o ano e durante os anos permite uma
avaliação do desempenho da safra e coopera com melhores resultados na produção e
rentabilidade do segmento.
Desta forma, o estudo da dinâmica atmosférica permite que sejam identificadas as
condições mais e menos favoráveis para o desempenho da agropecuária como um todo,
cooperando com a economia e questões sociais.
Atentando para esta relação estreita que existe entre o clima e a atividade econômica,
Monteiro (1976, p. 10) já defendia há algum tempo a necessidade de a climatologia debruçar-
se sobre duas linhas de abordagem que se complementam; “(...) a econômica, onde cumpre
avaliar o papel insumidor do clima na organização do espaço e a ambiental, onde os produtos
da ação humana sobre a atmosfera são referenciados em termos de qualidade.”
Obviamente o estudo da atmosfera da região seguirá pelos parâmetros metodológicos
estabelecidos pela Climatologia Dinâmica, iniciada no Brasil pelo geógrafo Carlos Augusto
de Figueiredo Monteiro. Nela serão evidenciadas as tendências de comportamento
atmosférico e o ritmo climático, cuidando em destacar todo o dinamismo que se apresenta ao
longo de um ano e ao longo do período de anos considerados.
18

Sob esse entendimento, fica evidente que os dados atmosféricos se tornam cruciais
para o entendimento da dinâmica atmosférica que interfere no desempenho das atividades
agropecuárias e nos demais aspectos do cotidiano da sociedade, merecendo, por conseguinte,
de estratégias e ações que favoreçam sua coleta para análise.

3.4 Pesquisas Climatológicas

De acordo com Zavattini et al (2013), é necessário que se fique atento às técnicas para
realização de pesquisas climatológicas. Segundo ele

Existem técnicas que partem do princípio que o clima de um lugar é fruto das
interações estabelecidas entre os elementos climáticos e destes com o meio
geográfico. São técnicas que buscam, na atmosfera, a gênese dos fenômenos
climáticos e analisam as consequências de seus impactos sobre o ambiente,
encarando-as como resultantes dessas interações. Por outro lado, esteja-se atento
porque existem técnicas que acreditam na existência do estado médio da atmosfera,
um conceito que não se sustenta. São técnicas que, por assim dizer, “caem em
tentação” e decompõem e analisam, separadamente, cada elemento climático.
(ZAVATTINI et al, 2013, p.14a)

Portanto, Zavattini (2013) faz uma crítica à climatologia tradicional, descrita


anteriormente, enfatizando na importância de um estudo climatológico se atente às técnicas
adotadas na climatologia dinâmica, com o objetivo de se realizar estudos que obtenham
resultados que representem a realidade climática da região.
No âmbito da pesquisa climatológica brasileira, como foi dito anteriormente, é
necessário que haja a ampliação dos equipamentos que monitoram a atmosfera diariamente,
facilitando o acesso às informações, fomentando assim a pesquisa no Brasil. Zavattini et al
(2013) escreve que a obtenção de dados meteorológicos é parte crucial em pesquisas
climatológicas, porém, esta não é uma tarefa fácil no Brasil. Segundo ele, o Brasil

Ainda não conta com a devida compreensão pela maior parte das entidades
detentoras e gerenciadoras de dados meteorológicos. Mas, temos a esperança de que
breve, muito brevemente, os ventos passem a soprar na direção correta, isto é, a
favor do acesso grátis – amplo e irrestrito – aos dados meteorológicos, pois eles
representam peça fundamental para o pleno desenvolvimento da Climatologia
Geográfica em nosso país.

Como foi dito acima, o interesse e a preocupação em pesquisas climatológicas


crescem cada vez mais no Brasil e no mundo, devido à emergência climática que assola o
planeta. Portanto, fazer pesquisa no país tem sido cada vez mais difícil, além de cortes de
19

verba na ciência, descaso pelos governos recentes, há também a dificuldade de acesso a dados
que deveriam ser amplamente públicos e de graça. A pesquisa climatológica é de extrema
urgência no mundo, por isso não há motivos para que dados de caráter meteorológicos sejam
restritos, por este motivo, a presente pesquisa tem a finalidade de oferecer alternativas baratas
e acessíveis para a ampliação de equipamentos alternativos que produzam dados
meteorológicos tão confiáveis quanto os dados produzidos por instituições públicas e
privadas.

3.5 Estações Meteorológicas Convencionais e Automáticas

As estações meteorológicas são instrumentos fundamentais no monitoramento da


atmosfera, registrando e disponibilizando dados em tempo real e históricos sobre o
comportamento climático da região em que ela está instalada. Existem dois tipos de estações
meteorológicas, as convencionais e as automáticas.
As estações meteorológicas convencionais

exigem a presença diária de uma pessoa para coletar os dados medidos. Os


instrumentos que compõe esse tipo de estação são normalmente de leitura direta,
como os termômetros, ou com sistema mecânico de registro, como o
termohigrógrafo, o pluviógrafo, o anemógrafo. Elas se dividem em classes de acordo
com a finalidade e o número de variáveis observadas. (BALBINO, 2016, não
paginado)

Já as estações meteorológicas automáticas possuem

coleta de dados totalmente automatizada. Nesse tipo de estação os sensores emitem


sinais elétricos, que são captados por um sistema de aquisição de dados
(Datalogger), possibilitando que o armazenamento e o processamento dos dados
sejam informatizados.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INMET), as estações


meteorológicas (automáticas e convencionais), é um conjunto de instrumentos capazes de
fazer medições meteorológicas. Os principais instrumentos que compõe uma estação são:
 Anemógrafo - registra continuamente a direção (em graus) e a velocidade instantânea
do vento (em m/s), a distância total (em km) percorrida pelo vento com relação ao
instrumento e as rajadas (em m/s).
 Anemômetro - mede a velocidade do vento (em m/s) e, em alguns tipos, também a
direção (em graus).
20

 Barógrafo - registra continuamente a pressão atmosférica em milímetros de mercúrio


(mm Hg) ou em milibares (mb).
 Barômetro de Mercúrio - mede a pressão atmosférica em coluna de milímetros de
mercúrio (mm Hg) e em hectopascal (hPa).
 Evaporímetro de Piche - mede a evaporação - em mililitro (ml) ou em milímetros de
água evaporada - a partir de uma superfície porosa, mantida permanentemente
umedecida por água.
 Heliógrafo - registra a insolação ou a duração do brilho solar, em horas e décimos.
 Higrógrafo - registra a umidade do ar, em valores relativos, expressos em
porcentagem (%).
 Microbarógrafo - registra continuamente a pressão atmosférica - em milímetros de
mercúrio (mm Hg) ou em hectopascal (hPa), numa escala maior que a do Barógrafo,
registrando as menores variações de pressão, o que lhe confere maior precisão.
 Piranógrafo - registra continuamente as variações da intensidade da radiação solar
global, em cal.cm². mm¹.
 Piranômetro - mede a radiação solar global ou difusa, em cal.cm². mm¹.
 Pluviógrafo - registra a intensidade de precipitação pluvial (chuva), em milímetros
(mm).
 Pluviômetro - mede a quantidade de precipitação pluvial (chuva), em milímetros
(mm).
 Psicrômetro - mede a umidade relativa do ar - de modo indireto - em porcentagem
(%). Compõe-se de dois termômetros idênticos, um denominado termômetro de bulbo
seco, e outro com o bulbo envolvido em gaze ou cadarço de algodão mantido
constantemente molhado, denominado termômetro de bulbo úmido.
 Tanque Evaporimétrico Classe A - mede a evaporação - em milímetros (mm) -
numa superfície livre de água.
 Termógrafo - registra a temperatura do ar, em graus Celsius (°C).
 Termohigrógrafo - registra, simultaneamente, a temperatura (°C) e a umidade relativa
do ar (%).
 Termômetros de Máxima e Mínima - indicam as temperaturas máxima e mínima do
ar (°C), ocorridas no dia.
 Termômetros de Solo - indicam as temperaturas do solo, a diversas profundidades,
em graus Celsius (°C).
21

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INMET) possui uma rede de estações


meteorológicas distribuídas por todos os estados do país. Os dados são públicos e divulgados
no sítio oficial do Instituto diariamente. As estações automáticas produzem dados diários de
hora em hora, já os dados produzidos pelas estações convencionais são publicados às 00:00,
12:00, 18:00 (UTC).

3.6 Estações Meteorológicas Alternativas

A rede de estações meteorológicas existente no território nacional não é o suficiente


para suprir a demanda de dados de monitoramento atmosférico, devido ao pequeno
investimento destinado pelo Estado, como foi abordado anteriormente. Para suprir esta
demanda, existem alternativas eficientes e baratas, capazes de proporcionar medições
meteorológicas confiáveis e disponibilizar dados diariamente. Uma das alternativas é o
Arduíno.
O Arduíno participa desse momento de inovação tecnológica que vivenciamos,
possibilitando uma maior variedade de estudos de caráter ambiental, devido a facilidade de
manejo e baixo custo, atrelado também ao baixo custo dos dispositivos de entrada e saída
utilizados para manipular dados para a pesquisa científica, pois, como afirma SOUZA, et al
(2011, p. 1702-2)

O Arduíno é uma plataforma de hardware open source de fácil utilização, ideal para
a criação de dispositivos que permitam interação com o ambiente, dispositivos estes
que utilizem como entrada sensores de temperatura, luz, som etc., e como saída leds,
motores, displays, alto-falantes etc., criando desta forma possibilidades ilimitadas.

Diante da possibilidade de produzir dados primários do comportamento momentâneo


da atmosfera através de equipamentos alternativos de baixo custo, como o Arduíno, sua
escolha é feita como base para a produção de miniestações que facilitem a operacionalidade
da coleta e armazenamento de dados atmosféricos com ampla interface às redes,
computadores e demais mecanismos de composição do ambiente digital. McRoberts (2011, p.
20) reconhece tal recurso ao mencionar que

A maior vantagem do Arduíno sobre outras plataformas de desenvolvimento de


microcontroladores é a facilidade de sua utilização; pessoas que não são da área
técnica podem, rapidamente, aprender o básico e criar seus próprios projetos em um
intervalo de tempo relativamente curto.
22

Contudo, o desenvolvimento dessas miniestações recobra o emprego de sensores que


meçam as variáveis meteorológicas, atuando como dispositivos de entrada que coletam e
encaminham dados que serão processados pelo Arduíno, compondo o arcabouço necessário
para a substituição das estações convencionais que encarecem a coleta de dados.
Além da importância que possui para o desenvolvimento da pesquisa científica a
estação meteorológica também possui relevância para o desenvolvimento de diversas
atividades econômicas. No entanto, diante dos custos atuais os pequenos produtores que
necessitam dos dados atmosféricos e seu monitoramento não possuem condições de adquiri-
las, ficando reféns do acaso visto que as variáveis meteorológicas afetam diretamente no
desempenho de suas atividades. A esse respeito Torres et al (2015, p. 2) mencionam que

Este alto preço desencoraja o uso dessas estações meteorológicas para diversos fins.
Percebe-se também a dificuldade do uso desses equipamentos encontrada por
profissionais como agricultores, pescadores ou maricultores, por exemplo, que não
receberiam o custo-benefício desses equipamentos, embora os dados meteorológicos
lhes sejam essenciais.

Em face disto, a utilização da estação produzida através do Arduíno e sensores que


registram as variáveis meteorológicas, torna-se uma possibilidade tanto para a pesquisa
acadêmica, quanto para os pequenos produtores que dependem do monitoramento da
atmosfera, estimulando pesquisas ocupadas com sua aplicação, algo corroborado por Silva et
al (2018, p. 4) ao mencionarem que

Fica claro através dos inúmeros estudos que vem sendo realizados, o potencial da
ferramenta em contribuir para os mais diversos temas e interesses. Com a integração
das diversas tecnologias as atividades da sociedade, a compreensão holística do
meio em que vivemos será cada vez mais evidente, evidenciando também a
necessidade urgente do homem em sustentabilizar sua relação com o mundo em
vive.

Enfatizando que (p.2)

Atualmente existem equipamentos de alta precisão para coleta de dados


climatológicos presentes em modernas estações meteorológicas e automáticas, mas o
alto custo desencoraja o uso por parte do poder público, privado e acadêmico.
Prejudicando imensamente o desenvolvimento de políticas, pesquisas e planos
estratégicos devido à falta destas informações indispensáveis.

Assim, superar paradigmas e ousar na admissão de novas tecnologias e estratégias que


promovam a disseminação do conhecimento e favoreçam o avanço da pesquisa e do
conhecimento, torna-se imperioso, sobretudo no momento em que o planeta atravessa um
23

quadro de mudanças climáticas que torna inseguro e arriscado todo e qualquer investimento
que não possa contar com uma perspectiva clara das variáveis que regem seu desempenho.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

A realização desta pesquisa foi feita através de cinco etapas. A primeira etapa
consistiu na aquisição dos equipamentos utilizados para a montagem da mini estação
meteorológica. Na segunda etapa foi feita a montagem e testagem da mini estação. Já na
terceira etapa, houve a instalação da mini estação para a coleta de dados. Na quarta etapa foi
feita a coleta de dados de previsão do tempo para a cidade de Nepomuceno no site do
Climatempo. E por último, foi realizada a comparação ente os dados coletados pela
miniestação e os dados de previsão do tempo.

4.1 Aquisição dos equipamentos utilizados na montagem da Estação Alternativa

Para a montagem da estação, primeiramente, foi adquirida a plataforma Arduíno, que é


o ‘cérebro’ da estação alternativa. Para as medições das variáveis atmosféricas e aquisição dos
dados meteorológicos, foram utilizados os sensores DHT22, para as medições de temperatura
e umidade relativa do ar, o BMP280, responsável por medir a pressão atmosférica, o
anemômetro e a biruta para captar a velocidade e a direção do vento, respectivamente, o
pluviômetro responsável por medir o volume de chuva. Após a aquisição de todos os sensores
responsáveis pela medição dos dados meteorológicos, foi necessária a utilização de um
módulo micro SD, com a função de armazenar os dados coletados pelos sensores em um
cartão micro SD (cartão de memória), além de um módulo RTC (Real Time Clock) DS3231
para gravar data e hora das medições no cartão de memória.

4.4.1 Plataforma Arduíno

Em termos leigos, de acordo com McRoberts (2013, p.27) “o Arduino é um


computador minúsculo que você pode programar para processar entradas e saídas entre o
dispositivo e os componentes externos que conectar a ela”. Existem quatro tipos de Arduino,
o Arduino NANO, Arduino UNO, Arduino LEONARDO e Arduino MEGA, em que as suas
principais diferenças estão entre a capacidade de armazenamento, o número de entradas
24

digitais e analógicas e de alimentação. Para este projeto, foi utilizado o Arduino UNO (Figura
2), que possui um total de 14 entradas/saídas digitais, 6 entradas analógicas, além de dois
pinos de alimentação de 5V (volts), um pino de 3,3V, um VIN e dois GND (terra), e possui
uma memória flash de 32Kb. A plataforma foi adquirida em meados de 2020, pelo valor de
R$ 52,81.

Figura 2 - Plataforma Arduíno

Fonte: www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2013/10/o-que-e-um-arduino-e-o-que-pode-ser-feito-com-ele.html

4.4.2 Sensor de Temperatura e Umidade Relativa do ar – DHT22

O sensor DHT22 tem a capacidade de medir temperaturas entre -40°C e +80°C e


umidade relativa do ar de 0 a 100%. Este sensor possui três pinos, um pino positivo (+) é
conectado à entrada de 5V do Arduino, um pino negativo (-) que é conectado ao GND do
Arduino, além de um pino com saída digital (out), este foi conectado à entrada digital 3 do
Arduino. De acordo com site FILIPEFLOP (2021), estas são as especificações do DHT22
(Figura 3):
- Modelo: AM2302;
- Tensão de operação: 3 – 5VDC (5,5 VDC máximo);
- Faixa de medição de umidade: 0 a 100% UR;
- Faixa de medição de temperatura: -40°C a +80°C
- Corrente: 2,5mA máxima durante uso, em stand by de 100uA a 150uA
25

- Precisão de medição de umidade: ± 2,0% UR


- Precisão de medição de temperatura: ± 0,5°C
- Resolução: 0,1
- Tempo de resposta: 2s
- Dimensões: 25 x 15,7 mm (sem terminais)

Figura 3 - DHT22 AM2302

Fonte: https://www.arduinoeeletronica.com.br/produto/modulo-dht22-am2302-sensor-umidade-e-temperatura/

4.4.3 Sensor de Pressão Atmosférica – BMP280

O BMP280 é um sensor de pressão atmosférica que possui ± 0,12hPa de precisão na


faixa entre 300 e 1100hPa. Também é utilizado para medir a temperatura, mas com menor
variabilidade se comparado ao DS18B20. Além da capacidade de medição da pressão
atmosférica e temperatura, o BMP280 também pode calcular a altitude aproximada do local
em que ele estiver instalado, apresentando multiuso (Figura 4).
26

Figura 4 - BMP280

Fonte: https://www.baudaeletronica.com.br/sensor-de-press-o-e-temperatura-bmp280.html

4.4.4 Kit Estação Meteorológica: Anemômetro, Biruta e Pluviômetro

Para as medições de velocidade e direção do vento e de pluviosidade foi utilizado o


Kit para estações meteorológicas de baixo custo. Este kit contem um anemômetro, destinado
às medições de velocidade do vento, uma biruta, para as medições de direção do vento e um
pluviômetro para medir o volume de chuva, além de um abrigo meteorológico (acoplado ao
pluviômetro), onde foi instalado o sensor de temperatura e umidade relativa do ar (DHT22).
O anemômetro (Figura 5) possui 3 pás em formatos de copo capazes de medir a
velocidade do vento. A ligação feita ao Arduino é muito simples, pois possui apenas dois
cabos, sendo um deles destinado à ligação (5V) e o segundo cabo conectado ao pino digital 2
do Arduino. Para o correto funcionamento do dispostivio é necessário um resistor de 10 KΩ
(kiloohm) entre a entrada digital 2 e o GND do Arduino.
De acordo com o site UsinaInfo, as especificações do Anemômetro são as seguintes:
- Modelo: SV10;
- Material: alumínio;
27

- Tenção de trabalho: 5V;


- Tipo: digital;
- Medição máxima: 120km/h;
- Meio de transmissão: cabo;
- Diâmetro do copo: 76mm;
- Dimensões totais: 39 x 27cm;

Figura 5 - Anemômetro

Fonte: https://www.usinainfo.com.br/estacao-meteorologica-arduino/anemometro-arduino-sensor-de-vento-
para-estacao-meteorologica-sv10-3686.html?search_query=anemometro+arduino&results=2

De acordo com o site UsinaInfo (2021), “o Indicador de Direção do Vento, também


conhecido como Biruta (Figura 6), possui internamente um conjunto de 8 sensores (reed com
resistores), em que cada um está posicionado em uma localização diferente, apresentando
valores de resistências diferentes para cada posição, sendo que estão instalados nas seguintes
posições: N - 0°, NE - 45°, E - 90°, SE - 135°, S - 180°, SO - 235°, O - 270° e NO - 315°”. Do
mesmo modo do anemômetro, o esquema de ligação da biruta também é fácil, possuindo
28

apenas dois cabos. O cabo de alimentação é conectado ao pino de 5V do Arduino, enquanto o


segundo cabo é conectado à porta analógica A0.

Figura 6 - Indicador de Direção do Vento (Biruta)

Fonte: https://www.usinainfo.com.br/estacao-meteorologica-arduino/indicador-de-direcao-do-vento-arduino-
para-estacao-meteorologica-dv10-4638.html?search_query=biruta+arduino&results=1

Neste sensor também é necessário a conexão de um resistor de 4,7 KΩ entre as


entradas A0 e GND do Arduino. Também de acordo com a UsinaInfo (2021), as especificação
da Biruta são:
- Modelo: DV10;
- Material: alumínio;
- Tensão de trabalho: 5V DC;
- Tipo: analógico;
- Giro: 360;
- Precisão: ~95%;
- Comprimento do cabo: 10 m;
- Comprimento do eixo indicador: 25 cm;
- Peso: 350 g;
O pluviômetro de báscula (Figura 7), utilizado para fazer as medições de chuva, tem
um funcionamento digital, através de uma “gangorra” em seu interior. Esta gangorra desce
29

com o peso da água que caiu da chuva, gerando um pulso elétrico, cada pulso contabiliza 0,25
mm de chuva, ou seja, para contabilizar 1 mm de chuva são necessários 4 pulsos.

Figura 7 - Pluviômetro de Báscula

Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-724251088-pluvimetro-automatico-p-estaco-meteorologica-
arduino-pic-_JM

Também de fácil ligação, o pluviômetro possui apenas dois cabos, sendo um destinado
à alimentação do dispositivo, conectado ao pino 5V do Arduino e o outro cabo à entrada
digital 6, também sendo necessário um resistor de 10 KΩ entre a entrada digital e o GND do
Arduino. De acordo com a WRFComercial (2021), a seguir estão as especificações do sensor:
- Material: alumínio;
- Sensor reed switch com auto esvaziamento;
- Diâmetro coleto: 147 mm;
- Leitura a cada 0,25 mm (4 pulsos = 1 mm de precipitação);
- Erro máximo de 3% (até 50 mm/h) e 7% (até 90 mm/h);
- Altura: 160 mm;
- Peso: 280 g;
30

4.4.5 Módulo micro SD

O módulo micro SD (Figura 8) é responsável pelo armazenamento dos dados


meteorológicos coletados pela estação. O Módulo se comunica através da interface SPI com
sinal de nível 3.3V, mas internamente possui um regulador permitindo a ligação de placas e
controladores que trabalham com 5V, que é o caso do Arduino, segundo o site Baú da
Eletrônica (2021).

Figura 8 - Módulo Micro SD

Fonte: https://www.filipeflop.com/produto/modulo-cartao-micro-sd/

O módulo é composto por 4 pinos, de acordo com o mesmo site, sendo eles:
- CS: (Chip Select). Os dados são transferidos usando uma SPI (Serial Peripheral
Interface) padrão. Isto significa que dispositivos podem transmitir dados usando a
mesma linha de transmissão. O dispositivo irá receber todos os dados, mas só irá
31

interpretá-los quando selecionado. Isto é o que este pino faz, quando em Zero qualquer
dado é ignorado, conectado ao pino digital 4 do Arduino;
- MOSI: (Master Out Slave In). Esta é uma das formas de comunicação de dispositivos
conforme comentado acima na SPI. Na configuração, o microcontrolador é o Mestre,
enquanto o módulo é o escravo. Conectado ao pino digital 11 do Arduino;
- SCK: (Serial Clock). Este é a saída do que for considerado o mestre que sincroniza os
dados. Conectado ao pino digital 13 do Arduino;
- MISO: (Master In Slave Out). Diferentemente do MOSI, o Mestre é a entrada e o
Escravo a saída. Conectado ao pino digital 12 do Arduino;
- GND: Conectado ao terrado do Arduino.

4.4.6 Módulo RTC DS3231

E por último, o módulo RTC DS3231 (Real Time Clock) foi utilizado para gravar data
e hora das medições da estação (Figura 9). Segundo o site FilipeFlop (2021), o RTC “é um
relógio de tempo real de alta precisão e baixo consumo de energia, sendo capaz de fornecer
informações como segundo, minutos, dia, data, mês e ano”. Para fazer a ligação do módulo são
utilizados 4 pinos, o SCL (conectado à porta analógica A4), o DAS (conectado à porta
analógica A5), o VCC (conectado ao 5V) e o GND (conectado ao GND). De acordo com o
mesmo site, as especificações do módulo são estas:
- Tensão de operação: 3,3 – 5V;
- Interface: I2C;
- Chip de memória: AT24C32, com capacidade de 32 Kb, que podem ser usadas como
RAM estendida do microcontrolador;
- Circuito de detecção de falha de energia;
- Dimensões: 38 x 22 x 14 mm;
- Peso: 8g.
32

Figura 9 - Módulo RTC

Fonte: https://www.filipeflop.com/produto/real-time-clock-rtc-ds3231/

4.2 Montagem e Testagem da Mini-Estação

Após a aquisição de todos os componentes necessários, deu-se início a montagem da


miniestação meteorológica. Todos os componentes foram testados individualmente antes da
soldagem do circuito completo, com todos os sensores e módulos.
Verificado o funcionamento de todos os componentes, foi feita a soldagem dos fios na
placa de circuito impresso e conectados ao Arduino, mostrado na Figura 10.
Para a verificação do funcionamento simultâneo de todos os componentes da estação, ou
seja, todos eles conectados ao Arduino ao mesmo tempo, foi necessária a junção dos códigos de
cada componente, feitos na linguagem C de programação. Os códigos dos sensores de chuva
(pluviômetro) e de direção e velocidade do vento (biruta e anemômetro) foram fornecidos pela
empresa no momento da compra, já os códigos dos outros sensores e módulos estão disponíveis
no próprio software do Arduino (IDE Arduino).
Após a verificação do funcionamento da estação já completamente montada foi iniciado
o período de coleta de dados.
33

Figura 10 – Estação alternativa instalada no local de coleta dos dados

Fonte: Arquivo Pessoal


34

Para coletar os dados, a estação foi instalada na região periférica de Nepomuceno. No


período de 01/09/2021 a 06/09/2021 foram coletados dados de temperatura e umidade relativa
do ar, direção e velocidade do vento e pressão atmosférica, não houve ocorrência de chuvas, por
isso a falta dos dados de precipitação.
Durante este período, foram coletados também os dados de previsão do tempo do site
Climatempo, sendo consideradas as mesmas variáveis atmosféricas medidas pela estação
meteorológica. Posteriormente foram feitos os gráficos e tabelas, afim de comparação dos
dados, com o objetivo de avaliar a precisão e eficácia dos dados produzidos pela estação
meteorológica com base nos dados de previsão do tempo divulgados pelo Climatempo
(https://www.climatempo.com.br/previsao-do-tempo/15-dias/cidade/1619/nepomuceno-mg).
35

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Dados Primários, Previsão do Tempo e Análise Comparativa

Para fazer a coleta de dados, a estação meteorológica foi instalada na periferia da cidade
de Nepomuceno, ficando instalada por 7 dias, entre os dias 01/09/2021 e 06/09/2021. Os dados
foram coletados de 30 em 30 minutos, porém, para análise, foram considerados os dados de
00:00h, 06:00h, 12:00h e 18:00h, horário mundial da meteorologia, de acordo com a OMM
(Organização Meteorológica Mundial), tanto da estação, quanto da previsão do tempo, que
foram coletados e armazenados diariamente.

5.1.1 Comparação entre os dados de Temperatura

Através das Tabelas 1 e 2 é possível fazer uma análise do comportamento da


temperatura durante o período de coleta. Em negrito estão as maiores temperaturas (entre
horários analisados) registradas no dia. É possível perceber o aumento da temperatura
registradas no período das 12h (01 a 06/09). Esse aumento ao longo dos 5 dias de registro
resultou em uma amplitude térmica de 10,8°C durante os dias analisados. Já as temperaturas
mínimas não apresentaram grande diferença, a mínima mais baixa registrada foi 10,2°C às 6h
da manhã do dia 01 e a maior mínima alcançou 15ºC registrada no dia 02 no mesmo horário,
havendo uma amplitude de 4,8°C entre elas. A maior média de temperatura foi registrada no dia
06 registrando 25,2°C e a menor foi registrada no dia 01 com 17,9°C ocasionando uma
amplitude de 7,3ºC.
Os dados de previsão do tempo do Climatempo (2021) mostram um mesmo
comportamento das temperaturas registradas pela estação meteorológica. A menor temperatura
máxima também foi registrada no dia 01 e a maior no dia 06, 23 e 32°C, respectivamente, tendo
uma amplitude de 9°C, em relação aos 10,2°C da estação, ambas registradas às 12h. A exemplo
da estação, a temperatura mínima também foi registrada no dia 01, às 6h da manhã, sendo 13°C
na previsão do tempo contra 10,2°C da estação, enquanto a maior mínima foi registrada no dia
06 também às 06 da manhã, diferente da estação, que registrou a maior mínima no dia 02. A
menor média de temperatura foi registrada no dia 01, 18°C e a maior no dia 06, 24,7°C, mesmo
comportamento da estação meteorológica. As médias registradas entre a estação e a previsão do
tempo demonstraram pouca variação, sendo a maior delas no dia 05, uma diferença de 1,1°C a
36

mais na previsão do tempo. O Gráfico 1 demonstra a semelhança entre os dados de temperatura


da estação meteorológica e da previsão do tempo.

Tabela 1 - Temperatura em °C coletadas pela estação meteorológica


Temperatura em °C
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 15,2 16,3 17,3 15,2 15,6 25,5
06:00h 10,2 15 10,8 11,1 11,3 12,2
12:00h 23,3 24,5 26 29,1 32,2 34,1
18:00h 23,1 27 26,4 27,5 25,5 29,3
Média 17,9 20,7 20,1 20,7 21,6 25,2
Fonte: Autor (2021)

Tabela 2 - Temperatura em °C registradas pela previsão do tempo


Temperatura em °C
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 15 18 17 18 19 22
06:00h 13 16 14 14 14 17
12:00h 23 25 27 28 32 32
18:00h 21 24 23 24 26 28
Média 18 20,7 20,2 21 22,7 24,7
Fonte: Climatempo (2021)

Gráfico 1 – Temperaturas registradas pela estação alternativa e previstas pelo Climatempo


37

É possível visualizar através do Gráfico 1 que a estação meteorológica construída a


partir do Arduino e a previsão do tempo do site Climatempo se assemelham bastante, havendo
pouca ou, em alguns momentos, nenhuma variação entre elas, corroborando, por conseguinte, a
eficácia da previsão do tempo e da estação alternativa.

5.1.2 Comparação entre os dados de Umidade Relativa do ar

Os dados de umidade relativa do ar coletados pela estação meteorológica (Tabela 3)


mostram que a umidade tem grande oscilação entre os períodos do dia e da noite. Durante a
noite a umidade chegou a bater mais de 90% em todos os dias e 99,9% em todos os dias às 6h
da manhã. Após o nascer do sol, a umidade foi caindo rapidamente, com uma amplitude de até
70,8% nos dias 05 e 06. Nos horários utilizados para análise dos dados, em todos os 7 dias o
horário com menor índice de umidade relativa do ar foi às 12h, e o maior índice foi observado
às 6h da manhã. Assim como visto na temperatura, os dias foram ficando cada vez mais secos,
devido ao aumento da temperatura do ar ao longo dos 5 dias de coleta, porém as médias podem
mascarar o que realmente ocorre. Todas as médias obtidas são consideradas índices altos de
umidade relativa do ar, porém, durante o dia não é isso que acontece, os níveis se mostraram
alarmantes, isso demonstra que estudos climatológicos baseados nas médias não mostram a
realidade das ocorrências, mas, para fins de ilustração, eles demonstram que a umidade relativa
do ar caiu dia após dia neste intervalo de tempo.

Tabela 3 - Umidade relativa do ar coletados pela estação meteorológica


Umidade relativa do ar
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 93 91,1 90 92 91,8 92,5
06:00h 99,9 99,9 99,9 99,9 99,9 99,9
12:00h 58 58,8 55 47,3 29,1 29,1
18:00h 54,2 43 42 42,5 28 28
Média 76,3 73 71,5 70,42 62,2 62,3
Fonte: Autor (2021)

Os dados de umidade relativa do ar da previsão do tempo (Tabela 4) se diferem bastante


aos dados da estação meteorológica, principalmente no período da noite. Como mostrado na
tabela anterior, às 6h em todos os dias a estação marcava 99,9% de umidade, já na previsão do
tempo a maior umidade para este horário foi de 85%. Mesmo com uma diferença considerável,
o comportamento desta variável foi o mesmo tanto na estação, quanto na previsão, com o passar
38

dos dias a previsão era de tempo cada vez mais seco, chegando a 12% no dia 06. O horário mais
seco do dia foi às 18h, havendo também uma diferença considerável, porém o mesmo
comportamento entre os dados da estação e da previsão. A média da previsão do tempo ficou
mais próxima da realidade, mas ainda assim não a representa, pois há grande amplitude entre o
horário mais seco e a média e entre o horário mais úmido e a média. O Gráfico 2 ilustra os
dados comparados.

Tabela 4 - Umidade relativa do ar registrada pela previsão do tempo


Umidade relativa do ar
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 58 53 55 46 45 38
06:00h 83 85 77 67 68 50
12:00h 53 37 47 35 31 27
18:00h 36 29 25 18 17 12
Média 57,5 51 51 41,5 40,2 31,7
Fonte: Climatempo (2021)

Gráfico 2 – Umidade Relativa do ar registrada pela estação e prevista pelo Climatempo

O Gráfico 2 mostra a diferença considerável entre os dados de umidade relativa do ar


da estação meteorológica e da previsão do tempo. Porém, é possível observar que há o mesmo
padrão entre os dois, havendo maior semelhança nos horários após o nascer do sol,
39

representados no gráfico às 12h e às 18h. A estação registrou umidades muito mais altas que a
previsão do tempo, podendo ser motivado pela região em que a estação foi instalada, próxima
a muitas árvores e a um córrego, além de ser uma região de poucas construções e sem
pavimentação, podendo haver interferência do orvalho ao amanhecer, além da proximidade do
sensor DHT22, estando a aproximadamente 1,5 metros do solo, explicando o porquê dos
99,9% de umidade às 6h da manhã em todos os dias.

5.1.3 Comparação entre os dados de Pressão Atmosférica

Os dados de pressão atmosférica obtidos pela estação meteorológica (Tabela 5)


apresentam pouca variação entre os horários e entre os dias. Mas, da mesma forma que as outras
variáveis, a pressão atmosférica foi caindo durante os dias. Nos dias 01, 02 e 03, os horários que
registraram maior pressão atmosférica foi às 00h, já nos dias 04, 05 e 06 foi às 06h. O horário
que registrou menor pressão atmosférica em todos os dias foi às 18h. A média para esta variável
condiz com a realidade, pois não houve grande variação de pressão durante o dia e nem durante
a semana, não havendo distorção da realidade neste caso.

Tabela 5 - Pressão atmosférica em hPa coletada pela estação meteorológica


Pressão atmosférica em hPa
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 932,54 928,58 926,8 923,98 923,93 922,61
06:00h 931,62 928,13 926,39 924,07 925,16 923,73
12:00h 928,45 927,54 925,54 924,01 921,99 921,9
18:00h 926,08 923,69 921,91 921,22 919,83 918,3
Média 929,7 927 925,2 923,3 922,7 921,6
Fonte: Autor (2021)

Os dados de previsão do tempo para pressão atmosférica em relação aos dados da


estação mostraram um padrão de variação, de aproximadamente 90 hPa. As maiores pressões
para a previsão do tempo foram registradas às 12h, com exceção do dia 06, que registou às 06h,
diferente dos dados da estação meteorológica, que registrou as maiores pressões às 00h e às
06h. As pressões mínimas foram registradas no mesmo horário, às 18h. Mesmo com uma certa
diferença entre os dados, eles possuíram o mesmo padrão, registrando menores pressões
atmosféricas a cada dia, o que mostra as médias diárias, registrando menores índices de pressão
atmosférica, com exceção do dia 06 para a previsão do tempo, que registrou um aumento de
1hPa com relação ao dia anterior, enquanto a estação meteorológica registrou queda de 1,1hPa.
40

O Gráfico 3 mostra o comportamento padrão entre os dados de previsão do tempo projetados a


partir das imagens de satélite e da colhidos pela estação meteorológica para a pressão
atmosférica.

Tabela 6 - Pressão atmosférica em hPa pregistrada pela previsão do tempo


Pressão atmosférica em hPa
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 1022 1020 1018 1016 1015 1013
06:00h 1021 1019 1018 1014 1014 1021
12:00h 1023 1021 1019 1016 1016 1015
18:00h 1019 1017 1015 1012 1011 1011
Média 1021,2 1019,2 1017,5 1014,5 1014 1015
Fonte: Climatempo (2021)

Gráfico 3 – Pressão atmosférica colhida pela estação e prevista pela Climatempo

O Gráfico 3 mostra que apesar de os dados terem uma diferença aproximada de 90hPa,
eles apresentaram o mesmo padrão, pouca variação horária e diária e um decrescimento
bastante semelhante.

5.1.4 Comparação entre os dados de Velocidade do Vento

Os dados de velocidade do vento coletados pela estação meteorológica (Tabela 7)


mostraram que houve pouca ocorrência de ventos mais fortes e em muitos momentos não houve
41

ocorrência. Não houve um padrão entre as velocidades registradas, nem horário e nem diário. A
maior velocidade registrada foi no dia 02, 8,2 km/h às 00h. O horário que mais houve registro
de vento foi às 12h, às 06h não houve nenhum registro. As médias não demonstram a realidade,
pois houveram muitos momentos com nenhuma ocorrência de vento.

Tabela 7 - Velocidade do vento em km/h coletados pela estação


Velocidade do vento em km/h
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 1,3 8,2 0 0 0 0
06:00h 0 0 0 0 0 0
12:00h 5,2 0 1,33 2,8 7,98 2,66
18:00h 2,7 4,2 0 0 0 3,1
Média 2,3 3,1 0,3 0,7 1,9 1,4
Fonte: Autor (2021)

Como visto na Tabela 8, os dados de velocidade do vento da estação meteorológica são


completamente diferentes dos dados da previsão do tempo, os números apontados por ela são
muito maiores que os registrados pela estação. Não há nenhum padrão entre os dados
comparados, na previsão do tempo não houve nenhum momento sem ocorrência de ventos, o
contrário da estação meteorológica, que não registrou vento nenhum em 14 momentos. No dia
01, para a previsão do tempo é o dia com maior velocidade do vento, registrando a máxima de
30 km/h, enquanto o dia 04 é o que possui a menor velocidade registrada, 8 km/h e menor
média, 10 km/h. Porém, neste caso as médias também não são fiéis à realidade, apenas nos dias
01 e 02 houve pouca diferença entre a média e a maioria das velocidades registradas.

Tabela 8 - Velocidade do vento em km/h registrado pela previsão do tempo


Velocidade do vento em km/h
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h 30 20 17 6 13 11
06:00h 25 16 17 11 21 10
12:00h 30 16 14 15 21 15
18:00h 27 18 9 8 18 10
Média 28 17,5 14,2 10 18,2 11,5
Fonte: Climatempo (2021)

A seguir, o Gráfico 4 apresenta pouca, ou quase nenhuma, semelhança entre os dados de


velocidade do vento da estação meteorológica comparada à previsão do tempo. Isso deve-se,
provavelmente aos movimentos locais de absorção e transferência de calor pela superfície em
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nível e ação pontual que acaba por impedir que o modelo computacional utilizado para calcular
a previsão do tempo alcance êxito na projeção que faz, pois aspectos particulares dos materiais
presentes, incluído nesse cômputo o albedo e rugosidade do relevo acabam por influenciar a
movimentação local do ar, conferindo ao anemômetro eficácia maior no registro do
deslocamento ocorrido por se encontrar inserido nesse contexto dinâmico de trocas e
interferências.
Como é possível observar (Gráfico 4), o anemômetro é o sensor que obteve maior
oscilação comparado aos dados de previsão do tempo. Conforme mencionado anteriormente, a
questão pertinente a essa diferença nos índices está ligada aos aspectos específicos da paisagem
local que não são analisados com eficácia pelo modelo computacional em razão da
transitoriedade que podem ocasionar na soma dos fatores que se somam nessa velocidade que o
deslocamento do ar alcança a partir da absorção e transferência de energia que a superfície faz
do calor com base no albedo que possui e na influência exercida pela rugosidade do relevo,
bloqueios e corredores ocasionados pela vegetação e construções antrópicas, umidade local, e,
potencialização ou enfraquecimento da movimentação atmosférica dentre outros. No entanto, é
possível reafirmar que por se encontrar inserido no contexto dinâmico do local, o anemômetro
alcança maior precisão no registro da velocidade do vento, captando toda e qualquer nuance de
deslocamento ocasionado pelas questões supracitadas que o modelo computacional ainda não
consegue contabilizar com a devida acurácia.

Gráfico 4 – Velocidade do vento registrada na estação e prevista pelo Climatempo


43

5.1.5 Comparação entre os dados de Direção do Vento

Na Tabela 9 encontram-se relacionados os dados de direção do vento coletados pela


estação meteorológica. Também estão identificados os momentos em que não houve ocorrência
de ventos, portanto, sem dados de direção do vento, representados pelo sinal de asterisco (*).
Nos dois primeiros dias, é possível perceber a predominância dos ventos na direção Sudeste
(SE), com variações para o Leste (E) e Sul (S). No dia 03 houve uma mudança de direção do
vento para o Oeste (O) e no dia 04 para o Norte (N), o mesmo acontece no dia 05. No dia 06 o
vento volta a soprar para as direções Leste (E) e Sudeste (SE).

Tabela 9 - Direção do vento coletadas pela estação meteorológica


Direção do vento
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h SE SE * * * *
06:00h * * * * * *
12:00h E * SW N N E
18:00h SE S * * * SE
* Não houve ocorrência de ventos
Fonte: Autor (2021)

Os dados do Climatempo (Tabela 10) para direção do vento possuem os pontos cardeais,
colaterais, além dos pontos subcolaterais.

Tabela 10 - Direção do vento registrados pela previsão do tempo


Direção do vento
01/09/2021 02/09/2021 03/09/2021 04/09/2021 05/09/2021 06/09/2021
00:00h E SSE NNE NW E NNW
06:00h NE SE NE NNW NE SSW
12:00h E SSE NNE NNE NNE SSW
18:00h E SE NNW NE NW SSW
Fonte: Climatempo (2021)

Alguns dados diferem daqueles relacionados pela estação, porém é possível notar uma
semelhança entre eles, no dia 01, tanto os dados da estação, quanto os dados do Climatempo
apontavam para direções mais ao leste, com exceção do horário das 06h, quando a estação não
projetou nenhum dado. No dia 02 também há uma semelhança, os ventos continuam sendo
soprados mais para o Leste e Sul. No terceiro dia há uma grande discrepância, o único dado
registrado pela estação é a direção contrária da previsão, SW e NNE, respectivamente. No
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quarto e no quinto dia as direções também foram semelhantes. Nos dois dias às 12h a estação
mostrava que o vento soprava para o Norte (N), enquanto na previsão indicava que o vento
soprava para a direção NNE (nor-nordeste). Já no último dia as direções se divergem nos
horários em que houve ocorrência de vento registrada pela estação, às 12h e 18h, Leste e
Sudeste, respectivamente, enquanto a previsão do tempo previa as direções sul-sudoeste para
ambos horários.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados que foram produzidos pela estação meteorológica e os dados
de previsão do tempo dispostos pelo site Climatempo, foi possível fazer algumas análises acerca
dos sensores utilizados na construção da estação meteorológica e dos dados de previsão.
Feita a comparação entre todos os dados, o sensor que registrou dados mais próximos
daqueles previstos pelo instituto consultado foi o DHT22, que mede a temperatura e a umidade
do ar. Os dados de temperatura seguiram os mesmos padrões da previsão do tempo, tanto na
escala horária, quanto na escala diária, como foi visto no Gráfico 1. Já os dados de umidade
relativa do ar oscilaram bastante, principalmente no período da noite, provavelmente devido às
condições do local em que a estação meteorológica estava instalada, proximidade com o solo,
presença de árvores ao seu redor, além de um pequeno córrego a cerca de 500 metros do local
instalado. Todos esses fatores podem ter influenciado no registro dos dados, visto que durante o
dia as medições se aproximaram mais da previsão consultada.
O sensor de pressão atmosférica, BMP280, também mostrou ser bastante preciso,
comparado à previsão do tempo. Mesmo que os dados tenham dado uma diferença de
aproximadamente 90 hPa, tiveram comportamento extremamente semelhantes, com variações
muito próximas nas escalas horária e diária.
O anemômetro, responsável por medir a velocidade do vento e o indicador de direção do
vento (biruta) foram os sensores que menos se assemelharam aos dados de previsão do tempo.
A biruta obteve maior semelhança entre eles, porém, os dados coletados foram insuficientes
para a comparação. Vários fatores também podem ter influenciado na precisão do anemômetro,
o relevo do local instalado, a ocorrência de árvores ao redor da estação, mesmo que não estejam
tão próximas a ela, mas podendo ocasionar o bloqueio parcial do vento, além de diversos outros
fatores, ou, simplesmente os dados foram coletados corretamente e a previsão do tempo
considera ventos com maior altitude para divulgação.
45

Em conclusão, a estação meteorológica construída através do Arduino possui enorme


potencial para suprir as demandas da sociedade e preencher as lacunas existentes na produção
de dados meteorológicos em regiões onde não há estações meteorológicas, sendo este o caso da
presente pesquisa. Além disso, as estações alternativas podem fornecer à pequenos produtores
rurais um monitoramento climático, crucial para a otimização da produção, além de auxiliar nas
tomadas de decisões, devido ao seu baixo custo de produção e facilidade de montagem e
instalação; além de fomentar a pesquisa do clima e do tempo, que se fazem urgentes atualmente.
Por outro lado, as previsões do tempo são instrumentos necessários para a população em geral,
enquanto não temos uma rede de estações meteorológicas que abrange todas as regiões do país,
ela supre as necessidades da sociedade, tanto nas escalas social e cultural, quanto econômica.
Enfim, foi possível constatar com base nos dados registrados pela estação
meteorológica, sobretudo em relação ao vento e unidade relativa do ar que há uma necessidade
de expansão da rede de coleta de dados de superfície, pois, por situarem-se no contexto
dinâmico da paisagem, esses equipamentos oferecem dados com a acurácia que a previsão não
vai conseguir alcançar, pois não tem como computar em suas análises as especificidades que
prevalecem nos diversos lugares – rugosidade do relevo, intervenções antrópicas, alteração da
paisagem e demais aspectos particulares.
Com base nisto, entende-se que o presente trabalho alcançou os objetivos propostos e
estimula o prosseguimento das pesquisas que proporcionem complementação na coleta e análise
de dados de superfície, comparando os dados registrados na estação alternativa com aqueles
obtidos nas demais convencionais ou automáticas que se encontram instaladas em diferentes
lugares, sobretudo estando instaladas próximas.
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