Capítulo 7 - Reinos Africanos

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Reinos

africanos
Capítulo 7 – página 26
Reino de
Gana
Página 27.
As duas “Áfricas” (27)
África do Norte: paisagem desértica e onde se
organizaram as civilizações egípcia e
cartaginesa na Antiguidade.

África Subsaariana: predomínio de savanas e


florestas tropicais.
Povos caçadores e coletores até os primeiros
séculos da Era Cristã, sendo tardia sua
sedentarização.
Deserto do Saara, o
divisor.
● Essas duas regiões são demarcadas pelo Deserto
do Saara.
● A África do Norte tem o deserto em praticamente
toda a sua extensão, enquanto a África
Subsaariana localiza-se ao sul dele.
Reino de Gana (27)
● Localiza-se abaixo do deserto, em ruma região de
savana chamada região do Sahel, nos territórios
atuais de Mali e Mauritânia.

● O Reino de Gana, também conhecido como Império


Uagadu, se beneficiou-se do comércio através do
Saara.

● Formou-se por volta do século IV, a partir da união


de aldeias na bacia do Alto Níger e do Alto Senegal.
Reino de Gana (27)
● Governado por chefe guerreiro chamado de Gana, os dominados pagavam-
lhe tributos e fornecia soldados em troca de proteção.

● O gana se casava com mulheres das comunidades sob seu domínio para
fortalecer os vínculos de lealdade. Isso permitia a criação de laços de
parentesco, reforçando ainda mais a obediência.

● Controlava muitas rotas comerciais que ligavam a África Subsaariana ao


norte; que levavam para leste, seguindo o fluxo do rio Níger; e que iam para
oeste em direção ao Atlântico.
Ouro e sal (27)
● O Reino de Gana, a “terra do ouro", controlava minas auríferas (de ouro) e,
durante a Idade Média europeia, foi o principal fornecedor desse metal
para mediterrâneo.

● O sal era utilizado para conservar alimentos. Extraído das salinas do Saara.

● Os comerciantes também negociavam outros artigos, como cobre e


manufaturas, produzidas no norte da África, além de explorarem pessoas
escravizadas.
As armas de ferro (28)
● Praticavam a metalurgia, que possibilitava a
produção de armas de ferro em um período no
qual essa técnica não era difundida nas regiões
próximas, o que ajuda a entender o sucesso de
seus guerreiros em submeter povos e
comunidades.
Duas capitais (28)
● Gaba: nome que
significa “bosque”. Não
sabemos sua
localização exata.
● Koumbi Saleh: uma vila
muçulmana onde
ficavam mercadores.
Islamização e religião (28)
● Iniciou-se no século IX com forte influencia da cultura
muçulmana nas capitais.
● Construiu-se templos islâmicos.
● Apesar da influência islâmica, a maioria dos ganas não se
converteu a essa religião e continuou com a prática de
crenças politeístas tradicionais.
● Assim, ao redor das cidades, existiam santuários nos quais os
sacerdotes cultuavam as divindades do reino.
Ruínas de uma das
primeiras mesquitas
construídas no sul
do Saara, na antiga
capital Koumbi
Saleh, atual
território da
Mauritânia.
O declínio do Reino de Gana (28)
● Entrou em declínio devido à disseminação da influência
islâmica em regiões subordinadas ao gana. Isso estimulou
conflitos que enfraqueceram os exércitos e prejudicaram as
rotas comerciais que sustentavam o reino.

● O reino foi conquistado no século XII pelo Reino de Mali.

● Koumbi Saleh, continuou sendo um importante centro


comercial até meados do século XV.
Reino de
Mali
Página 29.
Formação do Reino de Mali (29)
● O reino de Mali, conhecido como Kangaba, surgiu no século XI como
um dos territórios subordinados à autoridade do gana.

● Ele se formou a partir da reunião dos mandingas (povo das margens


do Rio Níger) que dependiam das rotas comerciais que
atravessavam a região.

● Com o fim do Reino de Gana, invasores tentaram controlar a região


dos mandingas, que tiveram dificuldade para contê-los. Os
invasores foram expulsos e a região pacificada no século XII.
O mansa (29)
● Sundiata Keit foi um líder mandinga que impôs
sua autoridade e se proclamou mansa (rei) da
região.
● O mansa era visto como o senhor da terra e
da chuva, responsável por ligar os mundos
humano e divino.

● Seus seguidores conquistaram reinos


vizinhos, entre eles o de Gana, e passaram a
controlar as importantes rotas comerciais
que percorriam o Sahel em direção aos
mercados do norte da África.
O islamismo no Reino de Mali (29)
● Os reis de Mali eram islâmicos desde Keita.
● A religião islâmica, porém, sofreu influência das culturas de
Mali, ocorrendo uma mescla de elementos entre as tradições
africanas e as crenças islâmicas.
● O maior exemplo disso era a ideia de que o mansa tinha
poderes divinos.
● O Reino de Mali possuía grande diversidade cultural, novos
elementos se misturavam às antigas tradições, dando origem
a um conjunto de hábitos e práticas inéditos.
Universidade de Sancoré,
em Tombuctu, no Mali. A
mesquita existente no local
foi reformada pelo mansa
Musa I e tornou-se uma
importante madrassa
(centro educacional
islâmico) no século XIV
A pessoa mais rica de toda a
história foi o imperador de Mali,
Mansa Musa, do século 14. Ele
dominava a maior produção de
ouro do mundo, o Império do Mali e
teria acumulado o valor hoje
estimado em R$ 15,2 trilhões, ou
seja, 15 vezes mais dinheiro que
Elon Musk.
Império Songhai
● Songhai é um povo do Sahel que foi submetido ao Reino de Mali,
mas depois reconquistou sua autonomia.

● O Império de Songhai superou o antigo Reino de Mali em extensão,


poder e riqueza.

● Após conquistarem Tombuctu e Djenné, importantes cidades


comerciais de Mali, passaram a controlar as rotas comerciais do
Saara.

● O império sobreviveu até o final do século XVI.


Atividades páginas
30 e 31.
Para a próxima aula!
Os
Iorubás
Página 31.
Os Iorubás (31)
● Iorubá é um conjunto de povos unidos por
semelhanças linguísticas e culturais,
como os efãs, os ijexás e os egbás.

● Se desenvolveram às margens do Rio


Níger e se espalharam ao longo do tempo,
dando origem a diversos reinos
independentes.
Os Iorubás (31)
● Praticavam a agricultura, cultivando sorgo, milhete, inhame, dendê, feijão, entre
outros produtos.

● Suas comunidades eram baseadas em parentesco. Um conjunto de aldeias


próximas podia se reunir, originando uma confederação ou pequeno reino.

● O chefe dessas comunidades recebia o nome de obá e passava a ter o


controle das rotas comerciais e da riqueza da comunidade.
● Esses líderes justificavam seu poder afirmando descender dos moradores da
primeira cidade iorubá, Ilê-Ifé.
Máscara de cobre,
possivelmente
sagrada,
representando o
lendário rei
Obalufon, de Ilê-
Ifé.
Os Iorubás (32)
● Não tinham uma unidade nem formavam um
reino centralizado, porém compartilhavam
crenças comuns, como a da criação da
cidade de Ilê-Ifé, que era considerada o
“umbigo” do universo e o centro de todas
as coisas.

Peça de argila que reproduz o perfil


● Nessa crença, o deus supremo, Olodumaré, de uma rainha iorubá de Ilê-Ifé (na
teria sido o responsável pelo surgimento da atual Nigéria), produzida entre os
cidade, que se destacava em relação a séculos XII e XIII.
todas as outras, abrigando mais de 20 mil
pessoas.
Os Iorubás (32)
● Por volta do século XII, Surge o Reino de Benin que se destacou
pelo comércio. Diversos produtos e até pessoas escravizadas
– normalmente criminosos e pessoas capturadas de povos
rivais ou conquistados- eram comercializados.

● Os impostos provenientes desse comércio fortaleciam a


economia e, consequentemente, o poder do Reino de Benin.
Iemanjá, orixá das águas salgadas, de mares

Orixás (32) e oceanos

● Os orixás representavam aspectos da natureza e eram


relacionados com ancestrais fundadores de dinastias
iorubás.

● Os Orixás intercediam pelos humanos junto à divindade


suprema, Olodumaré, ajudando na resolução de
problemas diversos.

● Todos serviam a um orixá indicado pelo babalorixá, um


sacerdote da comunidade.
● Dessa forma, cada pessoa assumia uma série de
obrigações e práticas que deveria realizar ao longo da
vida como maneira de agradar seu orixá protetor e, em
troca, conseguir bem-estar e evitar dificuldades e
sofrimentos.
O culto dos orixás na
América (32)
A crença nos orixás chegou ao continente americano por
meio dos inúmeros iorubás que vieram para cá à força,
escravizados. Aqui, o culto aos orixás recebeu influências
cristãs (consequências da colonização europeia), criando
sincretismos (misturas de crenças religiosas), como o
candomblé e a umbanda.

Oxum, orixá das águas doces, de rios, lagoas e cachoeiras.


Legado religioso (32)
● No Brasil ocorreram trocas culturais
entre o cristianismo e o culto iorubá.

● Certos orixás foram associados a


determinados santos católicos.

● Por exemplo, de Oxóssi, orixá da caça,


associado a São Jorge, e de Iemanjá,
orixá dos mares e oceanos, associada a
Nossa Senhora da Conceição.
Os povos bantos (33)
● O termo banto refere-se a uma grande variedade
de povos africanos cujas línguas têm uma origem
em comum, ou seja, o termo tem conotação
linguística, e não étnica. Entre esses povos, podem
ser citados os congos, os benguelas e os cabindas.
Os povos bantos (33)
● Os idiomas bantos se originaram nos atuais Camarões e Nigéria, entre 2 mil e 3 mil
anos atrás.
● Os povos bantos ocuparam mais de 2/3 do continente africano no final do século
XIII.

● Alguns formaram sociedades de caçadores e coletores; outros, civilizações que


dependiam da agricultura ou do comércio; alguns se organizaram em pequenas
comunidades; e outros, ainda, deram origem a grandes impérios e organizações
políticas centralizadas.
Agricultura e pecuária dos bantos (34)
● Agricultura de coivara: técnica em que se queima restos da plantação para adubar
o solo. Enquanto o terreno se recuperava , era necessário procurar novas terras.

● Devido a essa prática, os bantos se deslocavam e se misturaram com diferentes


povos, ora de maneira amigável, ora ocasionando guerras.

● Isso levou à formação de impérios centralizados, como o Império Monomotapa – no


qual surgiu a importante cidade do Grande Zimbábue – o Reino do Congo e
o Império Rozwi.
O Reino do Congo (34)
● Entre os reinos bantos, o do Congo chegou a ter cerca de 100 mil
pessoas no final do século XV.

● Nesse reino era comum a escravização de prisioneiros de guerra e


criminosos.

● Eram animistas, cultuava seus ancestrais e acreditava na existência


de um mundo dos vivos e um mundo dos mortos.

Animismo é uma crença religiosa em que se


atribuem características humanas a elementos da
natureza, como as águas, o céu e as florestas.
O Reino do Congo (34)
● Muitos dos povos escravizados por europeus e
trazidos para o Brasil eram falantes das línguas
bantas, por isso sua cultura se disseminou
aqui.

● As práticas culturais desses povos mesclaram-


se com hábitos e costumes de europeus e
indígenas, influenciando a cultura brasileira.

Rei Nzinga a Nkuwu.


Legado Banto (34)
● Palavras: quitanda, moleque, marimbondo, caçula, tanga e minhoca.

● Culinária: angu, quiabo e munguzá.

● Festas e danças: congada, uma festa que mistura músicas e danças


africanas com rituais do catolicismo, realizando uma encenação da
coroação dos reis do Congo.
• Música: presença de diversos instrumentos
bantos, como a cuíca, o ganzá e o reco-reco,
que deram origem ao samba.
Atividades páginas
35.
Para a próxima aula!
Império
Monomotapa
Página 35.
Império Monomotapa (35)
● Floresceu por volto do século XV, na costa oriental da África,
onde hoje é Moçambique e Zimbábue.

● Era governado por um chefe poderoso, chamado monomotapa,


Uma de suas principais fontes de riqueza era o ouro.

● O monomotapa estabelecia vínculos de lealdade por meio de


alianças ampliadas com casamentos e parentesco. Assim
comandava um vasto território.
• No século XVI, os portugueses
se instalaram em regiões
próximo ao império e
estabeleceram ligações com
os chefes locais, por meio de
casamentos e de outras
alianças.

• Assim, exploraram o ouro e o


marfim nas rotas que
cruzavam o Império
Monomotapa.
A influência portuguesa na
região (36)
● Os portugueses instalaram missões religiosas para converter os
bantos ao cristianismo como estratégias de colonização.

● A presença portuguesa na região contribuiu para ampliar as


tensões entre povos vizinhos, povos árabes e o Império
Monomotapa, levando o império ao declínio.
Representação do rei Siti de
Monomotapa, que governou o
Império durante parte do século
XVII. Sob influência portuguesa, o
imperador se converteu ao
catolicismo em 1652.
ruínas do Grande
Zimbábue, capital
do Império
Monomotapa,
que prosperou
entre os séculos
XIII e XIV. Essas
ruínas,
consideradas
Patrimônio da
Humanidade, são
compostas por
diversas
construções e
pelas famosas
muralhas
erguidas com
blocos de granito
sem argamassa.
Império
Rozwi
Página 37.
Império Rozwi (37)
No século XVII, com o declínio
do Império Monomotapa, surgiu
o Império Rozwi, também
formado por grupos bantos.

Este império associa à figura


de Dombo, um importante
proprietário de gado que se
estabeleceu no sudoeste do
planalto do Zimbábue entre
1684 e 1695.
Império Rozwi (37)
● Na região que futuramente se formaria esse império, já existia
entrepostos portugueses, assim, Dombo reuniu um exército para conter o
avanço europeu.

● Foi por meio da luta e expulsão de portugueses que Dombo organizou o


Império Rozwi. Por isso, esse reino africano está diretamente associado à
atividade guerreira.

● A vitória sobre os portugueses possibilitou a expansão dos rozwis por um


vasto território, processo que continuou mesmo após a morte de Dombo.
Changamire, o rei de Rozwi(37)
● Changamire era o título dado ao rei de Rozwi, ele contava os chefes dos territórios
conquistados para preservar seu império e manter sua autoridade.

● O changamire podia ter diversas esposas, que o ajudavam a governar e eram


responsáveis por escolher o novo líder após a morte do changamire.
Império Rozwi e a religião (37)
● Eram politeístas, mas acreditavam em um deus
supremo, chamado de Mwari, ou a “divindade dos
oráculos”. Ele se manifestava através de
fenômenos da natureza. Apenas sacerdotes
poderiam se comunicar com a divindade e solicitar
ajuda e proteção à população local.

● Também acreditavam que seu rei tinha poderes


mágicos como controlar animais e fenômenos
naturais e de matar qualquer pessoa.
A economia do Império Rozwi (37)

● Destaca-se comércio de ouro, tecidos, marfim e peles,

● Cultivos: feijão, abóbora, melancia, milhete vermelho, o milhete perolado e o


sorgo

● Domesticação de animais: crcabras, carneiros e bovinos.


Organização social do Império Rozwi (38)
● A unidade básica de produção era a família nuclear, ou seja, pais e filhos,

● As funções dos homens e mulheres dependiam das culturas locais.

● A posse de bois e vacas era extremamente importante, pois acrescentava


status social e esses animais eram utilizados para a produção de alimentos
e de adubo.

● Quanto mais numeroso fosse o rebanho de um rozwi, mais alta era a sua
posição na sociedade.
O fim do Império Rozwi (38)

● O Império Rozwi teve uma longa duração, só


chegando ao fim na década de 1830, por causa das
invasões de povos guerreiros, os ngunis, que vieram
do sul da África. Nesse período, os ngunis criaram
novos Estados por todo o interior da África Central e
do Sul.
Atividades páginas
39, 40, 41, 42e 43.
Para a próxima aula!

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