Uso de RCC Da CC para Concreto

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Revista de Engenharia e Pesquisa Aplicada, Volume 2, Número 1, 2016

O USO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL


COMO AGREGADOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETO

Emília Xavier do Rêgo Barros Stela Fucale


Escola Politécnica de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco
Universidade de Pernambuco Universidade de Pernambuco
50.720-001 - Recife, Brasil 50.720-001 - Recife, Brasil
[email protected] [email protected]

Resumo A construção civil é o setor que mais cresce em nosso país, gerando novos empregos, e, contudo tam-
bém, uma problemática, os entulhos. Estes, muitas vezes, são depositados irregularmente na malha
urbana. Uma forma de evitar tal degradação das áreas e tamanho desperdício de materiais consiste na
prática da reciclagem. Este trabalho apresenta um estudo de viabilidade técnica do uso de agregados
de resíduos da construção civil (RCC) para a produção de concretos sem função estrutural, de acordo
com a NBR 15 116 (ABNT, 2004). O RCC estudado nessa pesquisa foi coletado em uma obra local-
izada em Recife, Pernambuco, em fase de alvenaria. A metodologia consistiu inicialmente em benefi-
ciamento da amostra de resíduo coletada para transformação em agregado miúdo reciclado. Os ensaios
laboratoriais de caracterização física e mecânica (composição gravimétrica, granulometria, teor de ma-
teriais pulverulentos, absorção de água, índice de vazios, massa unitária, massa específica, módulo de
finura, abatimento, resistência à compressão simples e à compressão diametral) foram realizados de
acordo com as normas técnicas da ABNT. A análise da composição gravimétrica da amostra de RCC
indicou que 54,9% do material era constituído de tijolos cerâmicos e argamassa, enquanto que 27,64%
da amostra era constituída de material miúdo. O ensaio de material pulverulento reafirmou a grande
quantidade de material miúdo no RCC, 12,47%, e o ensaio de absorção de água evidenciou a presença
dos tijolos cerâmicos, visto que o RCC apresentou uma absorção de 10,01%. Foi adotada uma mesma
relação água/cimento para todas as famílias de concreto, convencional, 50% e 100% de substituição de
agregado miúdo natural pelo reciclado no estado seco ou úmido. Os ensaios de resistência à compressão
axial e diametral realizados nos concretos endurecidos apresentaram resultados melhores para o con-
creto da família com 100% de substituição do agregado miúdo natural pelo reciclado seco do que o
concreto da família convencional. Conclui-se, portanto, que apesar das suas propriedades físicas des-
favoráveis para dosagens de concreto, o agregado miúdo reciclado atingiu os critérios exigidos pela
NBR 15116 (ABNT, 2004), além do concreto confeccionado com 100% de substituição do agregado
miúdo natural pelo reciclado seco apresentar resistência mecânica maior com o aumento dos dias de
cura; possibilitando, assim, a utilização de agregados miúdos provenientes de resíduos da construção
civil em fase de alvenaria para a produção de concretos sem função estrutural.
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1 Introdução Os resíduos podem ser gerados tanto na fase de con-


strução, nos canteiros de obras, quanto nas reformas, ma-
nutenções e demolições. Na etapa de construção os
A Indústria da Construção Civil vem crescendo bas-
resíduos são gerados, em sua grande maioria, pela
tante no Brasil, assim como em Recife, sendo responsáveis
aplicação de técnicas rudimentares que ocasionam o des-
pela geração de empregos, pela movimentação financeira
perdício de materiais e na incompatibilidade de projetos,
e pelo crescimento do país. Contudo, surgem diversas
enquanto que, as demolições geram grande parte dos
problemáticas ao lado deste súbito crescimento, como o
resíduos por serem realizadas sem processos racionaliza-
aumento da exploração dos recursos naturais do nosso
dos e sem nenhum tipo de segregação (Gusmão et al,
planeta na utilização destes como matéria-prima e a
2008). O gerenciamento destes é de extrema importância,
geração de resíduos.
visto que, reduzir as perdas de materiais é extremamente
desejável no ponto de vista econômico e ambiental.
Os resíduos de construção e demolição (RCD), se-
gundo Angulo (2005) representam 50% da massa dos
resíduos sólidos urbanos. Na cidade do Recife, a geração 2.1 Os impactos da geração de RCC
de resíduos provenientes da construção civil alcança um
montante superior a 20.000 toneladas/mês (dados atuais da O grande problema da geração de resíduos é o seu mau
Prefeitura do Recife), e estima-se que gera-se de 2000 a gerenciamento, ou na maioria dos casos a ausência deste,
3000 toneladas/dia de RCC em Recife (Prefeitura do Re- e ainda o elevado desperdício de materiais. Destaca-se que,
cife/2012). Havendo, desta forma, uma necessidade de muitas vezes, estes resíduos são despejados irregularmente
controlar os impactos ambientais gerados pelos entulhos ou clandestinamente, o que pode gerar problemas de con-
da construção civil. Para Angulo (2000), a reciclagem tem taminação no solo e na água subterrânea, além disto, a ati-
surgido como uma forma de amenizar a ação nociva dos vidade da construção civil consome recursos naturais, que
resíduos no ambiente urbano, gerando ainda novos por fim gerará mais resíduos devido ao desperdício em
produtos comercializáveis. obras de construção civil. A Figura 01 ilustra exemplo de
disposição ilegal de RCC.
A importância do gerenciamento destes resíduos no
Brasil é abordada na Resolução do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA) nº 307 do ano de 2002, que
visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos por meio de
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil. Na cidade do Recife, existe
uma lei, nº 17.072/2005, que cria o Programa de Gerencia-
mento de Resíduos da Construção Civil, que proíbe a dis-
posição ilegal dos resíduos, regulamenta o seu transporte e
a sua destinação obedecendo ao estabelecido na referida
resolução do CONAMA.

Desta forma, essa pesquisa visa a reutilização dos


resíduos de uma construção civil coletado na cidade do Re-
cife, de forma a impulsionar a reciclagem e uma possível
conscientização ambiental e sustentável; e a utilização Para Lima (1999), a prática da reciclagem dos resíduos
destes no próprio canteiro de obras como agregados de construção é uma das alternativas para lidar com os im-
miúdos na produção de concretos sem função estrutural. pactos que os mesmos causam.
Em outras palavras, esta pesquisa tem como objetivo geral
o estudo da viabilidade técnica do uso de agregados
miúdos reciclados de RCC gerados na fase de alvenaria de 2.2 A reciclagem dos resíduos da construção
uma obra da cidade do Recife, para produção de concreto. civil
Apesar de o Brasil dispor de uma grande quantidade de
2 Contextualização recursos naturais, estes são esgotáveis, e já se pode ob-
servar a escassez de algumas matérias-primas em algumas
Um dos grandes problemas discutidos na atualidade é cidades, como Recife, por exemplo, onde a areia utilizada
a geração de resíduos pela indústria da construção civil, para concreto vem de municípios localizados a mais de 70
segundo Buttler (2003). km de distância (GUSMÃO et al, 2008).

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A reciclagem e/ou reutilização dos resíduos da con-


strução é uma alternativa sustentável para diminuir a ex- 3.4.Ensaios laboratoriais
ploração do meio ambiente e uma maneira de solucionar
os impactos ambientais que os resíduos da construção civil Em laboratório, realizou-se os ensaios de caracter-
proporcionam, já que os mesmos terão uma finalidade. ização do RCC (granulometria, absorção de água, teor de
materiais pulverulentos, massa específica, massa unitária
Diversas pesquisas tentam viabilizar a reciclagem de e volume de vazios) e ensaios de resistência mecânica nos
entulhos de obras para seu uso como agregado, já que a concretos confeccionados, conforme a Associação Bra-
utilização de agregados reciclados diminui a exploração de sileira de Normas Técnicas: Determinação da composição
recursos naturais, o impacto destes quando são despejados granulométrica - NBR NM 248/2003; Determinação da
em depósitos inadequados e o custo do seu gerenciamento, absorção de água – NBR NM 30/2003; Determinação do
transporte e multas por despejo inadequado (RO- material fino que passa através da peneira de 75 μm, por
DRIGUES, 2011). lavagem - NBR NM 46/2003; Determinação da massa es-
pecífica de agregados miúdos por meio do frasco de Chap-
3 Metodologia man - NBR 9976/1987; – Determinação da massa unitária
e do volume de vazios - NBR NM 30/2001; Determinação
3.1 Coleta de amostras da consistência pelo abatimento do tronco de cone - NBR
NM 67/1998; Ensaio de compressão de corpos-de-prova
A amostra de RCC investigada nesta pesquisa fo cilíndricos - NBR 5739/2007; Determinação da resistência
icoletada em uma obra de um edifício multifamiliar na à tração por compressão diametral de corpos-de-prova
região Metropolitana do Recife/PE, que encontrava-se em cilíndricos - NBR 7222/1994.
fase de alvenaria. A obra possuía estrutura de concreto ar-
mado, alvenaria de bloco cerâmico e revestimento interno 3.4. Dosagem experimental
(argamassa, gesso).
Como a resistência e a durabilidade do concreto depen-
3.2 Composição Gravimétrica dem da proporção entre os seus materiais constituintes, foi
executado um traço teste para obter um único traço viável
É de fundamental importância conhecer a natureza dos para as substituições de 0%, 50% e 100% de agregado
resíduos investigados, que servirão como constituintes na miúdo reciclado. O traço teste 1,0:2,0:3,3 (cimento:
confecção do concreto. Desta forma, a finalidade da com- agregado miúdo: agregado graúdo), com relação água/ci-
posição gravimétrica é fornecer esta informação do mento igual a 0,60; possibilitou observar o comportamento
agregado utilizado, por meio do qual é possível determinar do agregado miúdo na mistura, que mostrou a necessidade
sua natureza a partir de uma separação visual de acordo da adição de maior conteúdo de água, mudando a relação
com o tipo de material constituinte (material miúdo, mate- água/cimento para 0,75; já que usualmente os constituintes
rial cerâmico, argamassa, concreto, misto e outros) e com de RCC (argamassa, cerâmica, concreto, dentre outros)
uma posterior pesagem dos mesmos. apresenta maior absorção que agregados naturais.

A execução do traço teste foi essencial para encontrar


3.3 Benefícios do RCC um traço trabalhável tanto para a substituição de 0%, 50%
Os materiais cerâmicos, a argamassa, o concreto e os e 100% do agregado miúdo natural pelo agregado miúdo
materiais mistos (diferentes materiais unidos), constitu- reciclado de RCC seco ou pré-umedecido. Assim, nesta
intes do resíduo bruto, foram separados visualmente e re- pesquisa foram aplicados dois traços, já que utiliza-se o
duzidos de tamanho por meio de britador de mandíbulas. RCC seco e pré-umedecido a fim de avaliar o agregado
reciclado mediante a relação água/cimento sem e com uma
Juntamente com o material beneficiado pelo britador, prévia absorção de água. A tabela 01 detalha os traços cal-
o material miúdo do RCC coletado e utilizado nesta culados.
pesquisa foi peneirado em uma peneira de abertura 2,36
mm para ser utilizado como agregado miúdo. O penei-
ramento pela malha de 2,36 mm foi necessário para fins de
comparação com o agregado miúdo de RCC da pesquisa
de Rodrigues (2011) e também, para ser similar ao
agregado miúdo natural (areia) quanto à granulometria.
Satisfazendo, dessa forma, a norma NBR 7211 (ABNT,
2005) que considera agregado miúdo todo material que
passa pela peneira com abertura de malha 4,75 mm.

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A partir da execução dos traços e do teor de substitui-


ção, 0%, 50% ou 100%, as famílias de concreto foram
nomeadas de acordo com a tabela 02.

Foram moldados um total de 60 CP’s de dimensões 10 Analisando as curvas, pode-se perceber que o RCC está
x 20 cm, conforme a norma NBR 5738 (ABNT, 2008), 12 entre os limites utilizáveis estabelecidos pela referida
para cada família, sendo 02 para o ensaio de resistência à Norma, ultrapassando somente, um pouco o limite inferior
compressão axial e 01 para o ensaio de resistência diame- utilizável.
tral, cujas idades de cura consideradas fora 3,7,14 e 28
dias.
4.3 Teor de materiais pulverolentos
4 Resultados O agregado miúdo reciclado apresentou um teor de ma-
terial pulverulento de 12,47%, estando dentro do limite es-
tabelecido pela norma de agregados reciclados de resíduos
4.1 Composição Gravimétrica sólidos da construção civil (ABNT NBR 15116/2004), não
A pesagem dos constituintes do RCC coletado possi- ultrapassando 20%, e não satisfazendo o limite estabele-
bilitou a suas respectivas porcentagens em massa, que po- cido pela norma de agregados para concreto (ABNT NBR
dem ser verificadas na figura 02. 7211/2009), que estabelece que o teor de material pulver-
ulento devem ser de 3% para concreto submetido ao
desgaste superficial e 5% para concretos protegidos do
desgaste superficial.

4.4 Absorção de água


Segundo Lima (1999), uma das características que
mais difere o agregado reciclado do natural (convencional)
é na absorção de água. Por isto, a absorção de água dos
agregados reciclados é muito importante quando se estuda
Observa-se a predominância de três constituintes, ma- o seu uso em concreto, visto que, a taxa de absorção dos
terial miúdo (27,64%), tijolos cerâmicos (23,07%) e ar- agregados interfere diretamente na relação água/cimento
gamassa (31,83%), que juntos predominam 82,54% do do traço, conforme Leite (2001).
RCC coletado, evidenciando materiais típicos que são
gerados em obra de construção civil em fase de alvenaria. Após 24h imerso em água, o agregado miúdo reciclado
(RCC) apresentou absorção de água igual a 10,0%, en-
quanto que o agregado miúdo natural apresentou absorção
4.2 Granulometria de água igual a 0,2%. Esta elevada absorção do RCC tam-
A realização do ensaio permitiu a construção da curva bém foi encontrado em outros estudos. Rodrigues (2011)
granulométrica do RCC (Figura 03), que foi comparada encontrou 10,28% de absorção de água, enquanto Lovato
com os limites da distribuição granulométrica de agregado (2007) encontrou valores para cada resíduo estudado, var-
miúdo para concreto, impostos pela NBR 7211 (ABNT, iando entre 6% a 11,7%.
2009).
4.5 Massa específica, massa unitária e vo-
lume de vazios
A tabela 03 sintetiza os resultados encontrados na real-
ização dos ensaios.

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Todas as famílias obtiveram uma resistência à com-


pressão crescente com os dias de cura. A família Rs100,
De acordo com Lima (1999), pelo fato de os resíduos com 100% de substituição de RCC sem seco, obteve re-
da construção serem compostos de materiais porosos, os sultados maiores que o concreto convencional (CREs)
agregados reciclados provenientes deles apresentam, na desde a primeira idade até a última. Os concretos sem pré-
maioria das vezes, massas específicas e unitárias menores via adição de água demonstrou melhoria de resistência
que os agregados naturais. Tal fato aconteceu nesta com o acréscimo do teor de agregado reciclado. Já os con-
pesquisa, na de Angulo (1998), Carneiro (2005), Lovato cretos confeccionados com agregados miúdos reciclados
(2007) e Rodrigues (2011). com pré-umedecimento não obtiveram resultados
melhores que o convencional e que os confeccionados com
Outro índice que indica a grande porosidade do agregado miúdo reciclado seco. A explicação para isto
agregado miúdo reciclado é o volume de vazios, que rep- pode ser que a água adicional do pré-umedecimento au-
resenta mais da metade, exatamente 58,8%, do espaço en- mentou a relação água/cimento, o que acarretou em uma
tre os grãos da massa de agregado. O que pode ter ocasio- baixa resistência.
nado a presença de vazios nos corpos-de-prova com 100%
de substituição do agregado miúdo natural pelo reciclado.
4.8 Resistência à compressão Diametral
4.6 Abatimento Este ensaio também foi realizado em todas as famílias
de concreto confeccionadas, nas idades de 3, 7, 14 e 28
Nesta pesquisa não houve a fixação do abatimento a dias, os resultados são apresentados na tabela 06.
fim de analisar o comportamento do agregado reciclado
seco e com pré-umedecimento na mistura do traço. A
tabela 04 apresenta os resultados do abatimento de tronco
de cone, também chamado de teste Slump, realizado du-
rante a fase de dosagem de cada família de concreto
produzida.

De 03 dias a 28 dias de idade, a família Ru50 apresen-


tou um aumento de 141,67% em sua resistência, enquanto
a Rs50 apresentou um aumento de 132,96%. Já a família
Ru100 o aumento foi de 64,14% e a Rs100 de 64%. Apesar
do pequeno decréscimo da família Rs100 na resistência das
idades 14 e 28 dias, a mesma apresentou o maior resultado,
Os concretos com 0% de agregado miúdo reciclado com uma resistência à tração igual a 8646 kgf em 14 dias
apresentaram o maior valor de abatimento, 210 mm, en- de cura, com uma variação de resistência igual a 1,18 em
quanto que os concretos com 100% de agregado miúdo relação ao concreto de referência (CREs) aos 14 dias.
apresentaram os menores valores, com abatimento de 40 Logo, pode-se afirmar que, o aumento do teor de agregado
mm. reciclado de RCC acarretou em um aumento no parâmetro
de resistência à compressão diametral, para o caso da
4.7 Resistência à Compressão Axial
família sem prévio umedecimento.
Este ensaio foi realizado em todas as famílias de con-
creto confeccionadas, nas idades de 3, 7, 14 e 28 dias, cujos No último dia de cura (28 dias), o concreto conven-
resultados são apresentados na tabela 05. cional (CREs) apresentou resistência diametral inferior ao
seu primeiro dia de cura (3 dias) porque houve um prob-
lema na prensa do ensaio que não direcionou a força, o que
acarretou nessa baixa resistência. Porém, com exceção do
Rs100, o concreto convencional foi superior a todos os

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outros nesta análise do parâmetro de resistência à com- [5] ____. NBR NM 30, Agregado miúdo – Determi-
pressão diametral. nação da absorção de água. Rio de Janeiro, 2001.
[6] ____. NBR 9775, Agregados – Determinação da
5 Considerações Finais Massa Específica de Agregados Miúdos por meio
do Frasco de Chapman. Rio de Janeiro, 1987.
Embora os agregados miúdos reciclados provenientes
de RCC serem mais heterogêneos que o agregado miúdo [7] ____. NBR NM 67, Concreto – Determinação da
natural e terem apresentado maior absorção, propriedades consistência pelo abatimento do tronco de cone.
características importantes para a utilização em dosagens Rio de Janeiro, 1998.
de concreto, esta pesquisa apresentou a viabilidade da sua [8] ____. NBR 7222, Argamassa e Concreto – Deter-
utilização na confecção de concretos sem função estru- minação da resistência à tração por compressão
tural. Visto que, o concreto produzido 100% com agregado diametral de corpos-de-prova cilíndricos.
miúdo reciclado seco apresentou uma resistência à com-
pressão axial, 33,3%, e uma resistência à compressão di- [9] ____. NBR 5739, Concreto – Ensaio de com-
ametral, 18,1%, maiores que o concreto convencional. O pressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de
concreto produzido 50% com agregado miúdo reciclado Janeiro, 2007.
seco apresentou uma resistência à compressão axial supe- [10] ____. NBR 7211, Agregados para concreto – Es-
rior 10,7% e uma resistência à compressão diametral infe- pecificação. Rio de Janeiro, 2005.
rior 9,55% do concreto convencional. Os concretos
produzidos com agregado miúdo reciclado previamente [11] ____. NBR 5738, Concreto – Procedimento para
umedecido apresentaram resultados inferiores ao conven- moldagem e cura de corpos-de-prova.
cional, mas não tão distintos; o com 50% de substituição
[12] Angulo, S.C. Variabilidade de Agregados
foi inferior 5,64% em sua resistência à compressão axial e
Graúdos de Resíduos de Construção e Demolição
17,4% em sua resistência à compressão diametral, en-
Reciclados. Dissertação de Mestrado – Escola
quanto o com 100% de substituição apresentou uma re-
Politécnica de São Paulo, Universidade de São
sistência à compressão axial inferior 13,5% e uma resistên-
Paulo, São Paulo, 2000.
cia à compressão diametral inferior 28,9%.
[13] Angulo, S.C. Caracterização de Agregados de
Portanto, esse estudo apresenta uma possibilidade de Resíduos de Construção e Demolição Reciclados
aproveitamento do Resíduo da Construção Civil (RCC), e a Influência de suas Características no Compor-
diminuindo assim a quantidade de resíduos despejados em tamento de Concretos. Dissertação de Doutorado
locais inapropriados, e encontrando uma alternativa sus- – Escola Politécnica de São Paulo, Universidade
tentável para a diminuição da exploração de recursos nat- de São Paulo, São Paulo, 2005
urais pela indústria da construção civil.
[14] Buttler, A.M. Concreto com Agregados Graúdos
Reciclados de Concreto – Influência da Idade de
Referências Reciclagem nas Propriedades dos Agregados e
Concretos Reciclados. Dissertação de Mestrado –
[1] ABNT - Associação Brasileira de Normas Téc- Escola de Engenharia de São Carlos, Univer-
nicas. NBR 15.116, Agregados reciclados de sidade de São Paulo, São Carlos, 2003.
resíduos sólidos da construção civil – Utilização [15] Carneiro, F.P. Diagnósticos e Ações da Atual
em pavimentação e preparo de concreto sem Situação dos Resíduos de Construção e
função estrutural – Requisitos. Rio de Janeiro, Demolição na Cidade do Recife. Dissertação de
2004. Mestrado – Universidade Federal da Paraíba,
[2] ____. NBR NM 248, Agregados – Determinação João Pessoa, 2005.
da composição granulométrica. Rio de Janeiro, [16] CONAMA - Conselho Nacional De Meio Ambi-
2003. ente. Resolução nº 307. Brasília, 2002.
[3] ____. NBR NM 46, Agregados – Determinação [17] Freitas, I.M. Os Resíduos de Construção Civil no
do material fino que passa através da peneira de Município de Araraquara/SP. Dissertação de
75 μm, por lavagem. Rio de Janeiro, 2003. Mestrado – Centro Universitário de Araraquara,
[4] ____. NBR NM 45, Agregados – Determinação UNIARA, Araraquara, 2009.
da massa unitária e do volume de vazios. Rio de [18] Gusmão, A.D. Manual de Gestão dos Resíduos da
Janeiro, 2006.

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Construção Civil. Camaragibe, PE, Gráfica Ed-


itora, 2008.
[19] Leite, M.B. Avaliação de Propriedades
Mecânicas de Concretos Produzidos com Agrega-
dos Reciclados de Resíduos de Construção e
Demolição. Dissertação de Doutorado – Univer-
sidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Ale-
gre, 2001.
[20] Lima, J.A.R. Proposição de Diretrizes para
Produção e Normalização de Resíduo de Con-
strução Reciclado e de suas Aplicações em Ar-
gamassas e Concretos. Dissertação de Mestrado –
Escola de Engenharia de São Carlos, Univer-
sidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
[21] Lovato, P.S. Verificação dos Parâmetros de Con-
trole de Agregados Reciclados de Resíduos de
Construção e Demolição para Utilização em Con-
creto. Dissertação de Mestrado – Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2007.
[22] Prefeitura do Recife. Lei nº 17072. Recife, 2005.
[23] Prefeitura do Recife. Empresa de Manutenção e
Limpeza Urbana – EMLURB, Projetos e Ações,
Coleta de Resíduos da Construção Civil. Dis-
ponível em: http://www.recife.pe.gov.br/pr/ser-
vicospublicos/emlurb/civil.php
[24] Rodrigues, C.R. de S. Avaliação de Propriedades
Mecânicas de Concretos Produzidos com
Agregado Miúdo Reciclado de Resíduo da Con-
strução Civil. Dissertação de Mestrado – Escola
Politécnica de Pernambuco, Universidade de Per-
nambuco, Recife, 2011.

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