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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS - FACC

BRUNO MARINHO MEIRELLES

MOTIVAÇÕES POR TRÁS DA ESCOLHA DE UMA PORTARIA


REMOTA PARA CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS: UM ESTUDO DE
CASO DA PORTER RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro - RJ
2019
1

BRUNO MARINHO MEIRELLES

MOTIVAÇÕES POR TRÁS DA ESCOLHA DE UMA PORTARIA


REMOTA PARA CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS: UM ESTUDO DE
CASO DA PORTER RIO DE JANEIRO

Monografia apresentada como requisito parcial à


obtenção do grau de Bacharel em Administração à
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis
(FACC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).

Orientador: Alexis Cavichini Siqueira

Rio de Janeiro - RJ
2019
2

Lista de Gráficos

Gráfico 1 - Série histórica da taxa de Letalidade Violenta por 100 mil habitantes -
Estado do Rio de Janeiro.

Gráfico 2 - Evolução do Faturamento do Setor de Segurança Privada de 2010 a


2014.

Gráfico 3 - Ocorrências de Roubo a Residências de 2003 a 2018.

Gráfico 4 - Itens que Condôminos julgam Importantes dentro das Ações


Administrativas do Condomínio.

Gráfico 5 - Composição das Despesas Ordinárias - Condomínio Residencial.

Gráfico 6 - Nível de Satisfação de Clientes de Bancos em Relação a Canais de


Autoatendimento.
3

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Categoria Antiga Portaria do Método de Análise de Conteúdo.

Tabela 2 - Categoria Solução Porter frente ao Modelo Antigo de Portaria do Método


de Análise de Conteúdo.

Tabela 3 - Categoria Destaque da Solução do Método de Análise de Conteúdo.


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Lista de Siglas

ISP - Instituto de Segurança Pública

SEPOL - Secretaria Municipal de Políticas de Segurança, Infraestrutura Urbana e


Gestões Tecnológicas

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

FENAVIST - Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de


Valores

ESSEG - Estudo do Setor de Segurança Privada

SSP - Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo

SECOVI-RJ - Sindicato da Habitação do Rio

CPTED - Crime Prevention Trought Environmental Design

ICON - Índice de Custos Condominiais

IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

CADEG - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço


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Resumo

Este estudo visa apresentar as principais motivações que levaram moradores de


condomínios da cidade do Rio de Janeiro a optar pela solução da portaria remota,
desenvolvida e entregue pela Porter. Inicialmente são abordados alguns fatores
importantes que influenciaram a tomada de decisão dessas pessoas, como
insegurança e desafios na gestão econômica de condomínios, e também
informações à respeito de segurança condominial e satisfação do consumidor frente
a avanços tecnologicos. Apresenta pesquisa qualitativa, realizada por meio de
entrevistas estruturadas com usuários do sistema Porter, que teve o Método de
Análise de Conteúdo de Bardin (2011 apud HOFFMAN-CÂMARA, 2013) adotado
para análise e discussão dos resultados obtidos. Finalmente são obtidas conclusões
que permitem inferir os principais fatores externos e internos à solução, que
participaram e influenciaram nesse processo de opção pela mudança no modelo de
portaria.

Palavras-chave: portaria remota; segurança condominial; automação; condomínios


residenciais; motivação para escolha; Porter Portaria Remota;
6

SUMÁRIO

1. Introdução 7

2. Referencial Teórico 9
2.1. Insegurança no Rio de Janeiro. 10
2.2. Segurança Privada e Condominial. 13
2.3. Gestão de Condomínios e seus Desafios Econômicos. 17
2.4. Satisfação do consumidor e evolução da tecnologia. 19

3. Metodologia 22
3.1. Tipo de pesquisa 22
3.2. Participantes da pesquisa 22
3.3. Instrumento 23
3.4. Procedimentos de coleta e de análise das informações 23

4. Resultados e Discussão 26
4.1. A solução Porter Portaria Remota 26
4.2. Resultados e Discussão 28

5. Conclusões 36

Referências 36
7

1. Introdução

Durante as últimas décadas pudemos acompanhar toda a modernidade e


evolução que a tecnologia trouxe para o nosso dia-a-dia, a cada ano num ritmo mais
acelerado. Com ela, muitos processos conseguem ser agilizados por conta da
automação desenvolvida e entregue, o que consequentemente nos traz uma
elevação em otimização e eficácia dos mesmos. A partir disso, os consumidores
saem ganhando em termos experienciais, devido à redução burocrática dos meios
aliado ao aumento da autonomia e eficiência. Enquanto isso, pelo lado das
empresas há outros benefícios criados, como a redução de custos (principalmente
em despesas com mão de obra humana) e também a própria otimização dos
processos, tornando a cadeia sempre mais fluida.
São muitas as funções humanas que foram gradativamente sendo
substituídas pela automação ou máquinas. Tomamos o exemplo dos caixas de
banco que, embora ainda existam até os dias atuais, estão em número muito
reduzido em comparação com duas décadas atrás. Antigamente, perdia-se muito
tempo em filas para concluir tarefas básicas, como pagar uma conta ou realizar uma
transferência, devido à necessidade do atendimento e processamento das
informações ser plenamente humano.
Devido ao desenvolvimento tecnológico e da informática, essas tarefas
podem ser realizadas, hoje, no seu próprio smartphone ou computador a qualquer
momento, ou também em caixas eletrônicos automatizados. Todas essas mudanças
foram benéficas para o consumidor, que passou a ter mais autonomia e comodidade
no seu dia-a-dia.
Podemos analisar que essas mudanças vêm se espalhando a cada ano que
passa e chegando cada vez mais perto de nossa realidade. É, também, o caso de
robôs que fazem faxina no chão de nossas casas, carros autônomos que estão em
pleno e avançado desenvolvimento, inclusive já operando em certos locais do globo,
e também drones que, num futuro próximo, farão entregas à domicílio. A tecnologia
vem para ficar e nos trazer maior controle, autonomia, praticidade e segurança,
cabendo a nós aceitar e saber aproveitar essa nova realidade.
A portaria remota é apenas mais um desses casos, e está ganhando cada vez
mais espaço no mercado brasileiro. A Porter Portaria Remota é pioneira nesse setor
no Brasil, e foi fundada em 2011 em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Entretanto,
8

atualmente sua matriz é sediada em Florianópolis, capital de Santa Catarina,


reconhecida por ser a versão brasileira do Vale do SIlício localizado na Califórnia
norte-americana, ou simplesmente Ilha do Silício como também é chamada.
Ao longo desses oito últimos anos, a Porter já desenvolveu junto à Kiper,
desenvolvedora e fornecedora dos equipamentos para portaria remota, três
gerações destes. Também, já superou a incrível marca de 700 condomínios em todo
o Brasil, contando com bases em mais de 40 cidades espalhadas pelo país, e ainda
sua primeira sede internacional, em Santiago do Chile. Atualmente, são mais de 100
mil usuários utilizando o sistema diariamente, com uma média mensal de
crescimento de 3 mil usuários.
A Porter Portaria Remota nasceu a partir de empreendedores que forneciam
serviço de terceirização de portaria com mão-de-obra humana, porém ao se deparar
com deficiências na oferta e nível de instrução de pessoal, passou a desenvolver
este modelo de negócio inovador. A portaria presencial já um modelo antiquado,
ultrapassado e que possui suas falhas reconhecidas e comprovadas por muitos que
os contratam. Falhas essas que ocorrem muitas vezes pela falta de protocolos,
padrões e procedimentos, e que podem vir a acarretar na violação da segurança dos
condôminos.
Enquanto a crescente violência praticada na cidade do Rio de Janeiro nos
últimos anos assusta a população, os cidadãos vêm investindo cada vez mais em
segurança. Somente nos últimos 5 anos, por exemplo, a frota de carros blindados na
cidade aumentou quase 400%. Junto ao aumento da violência praticada nas ruas, as
invasões a condomínios também aumentaram durante esse período, fazendo com
que os condôminos não se sintam plenamente seguros, mesmo em ambientes
controlados por um porteiro físico e presente.
Isso porque, em aproximadamente 90% dos casos, as invasões ocorrem pela
porta da frente, com os invasores disfarçados de entregadores e prestadores de
serviço, principalmente. No estado de São Paulo, por exemplo, esses casos
aumentaram 56% entre 2017 e 2018. A instalação de sistemas de câmeras, alarmes,
sensores e até segurança armada em condomínios são formas praticadas pelos
cariocas para tentar afastar riscos de sofrer algum tipo de violência, embora a
principal causa dos problemas não seja o arrombamento do portão.
Também não são raros os casos de condomínios que passam dificuldades
financeiras, oriundos de uma inadimplência elevada e altos custos, deixando de
9

investir em coisas básicas, como manutenção. Como os gastos com portaria


humana são bastante elevados (principalmente quando é 24 horas), muitos
condomínios decidem pela redução do quadro de funcionários a fim de reduzir seus
custos. Muitos outros não querem abrir mão de uma portaria em tempo integral e
continuam onerando o condomínio e seus condôminos. Isso ocorre principalmente
em condomínios pequenos, em que poucas unidades dividem os custos, tornando-
os mais elevados para cada uma delas.
O trabalho a seguir foi desenvolvido com o intuito de auxiliar todos os
empreendedores que lideram as unidades Porter espalhadas pelo Brasil e Chile, na
forma de como direcionar seus esforços de marketing e vendas. Também se limita a
moradores de condomínios no Rio de Janeiro em que o sistema Porter Portaria
Remota foi instalado. Além disso, busca-se enriquecer o debate acerca de modelos
de portaria não convencionais (não humanizados diretamente) e que envolvem
automação e muita tecnologia, cuja ainda é uma abordagem muito jovem, embora
inovadora, e que possui suas tendências de crescimento muito evidentes no
mercado.
Desta forma, procuramos obter respostas que nos esclareçam o seguinte:
quais são as principais razões e motivações dos clientes por trás da escolha pela
Porter Portaria Remota em troca de uma portaria convencional? Para responder a
essa pergunta, outras questões deverão ser igualmente respondidas: impactos da
criminalidade e violência no ambiente condominial; quais os problemas existentes
nos modelos de portaria tradicionais; quais os maiores desafios da gestão
econômica de condomínios; quais as ferramentas de segurança que podem dificultar
a atuação de criminosos.
10

2. Referencial Teórico

Quando se fala em mudança, pode-se dizer que sempre há algum motivo


para que esta ocorra. Empresas podem mudar de dono, governos podem ter seu
líder trocado (ou podem trocar seu líder, em um cenário autoritário) e pessoas
podem mudar de opinião, bem como mudam diariamente.
Entretanto, muitos oferecem certa resistência às mudanças por estarem
acostumadas e acomodadas a certos cenários, mesmo que nem sempre sejam
favoráveis a elas mesmas. Segundo Coghlan e Steinburg (1993; 1992 apud
MARQUES et al., 2014), a mudança obriga as pessoas a irem de um estado de
conhecimento para desconhecimento, e é por este motivo que existe a resistência.
De forma a reduzir este nível de resistência, o acesso à informação e
conhecimento podem vir a favorecer este processo, embora a mudança ocorra
apenas com a vontade de quem tomará as decisões (ACUÑA; FERNÁNDEZ, 1995).
Assim, é preciso reconhecer as inseguranças das pessoas que participarão
deste processo decisório, e então trabalhar em cima dessas dores. Além disso, é
necessário compreender as falhas presentes nos modelos atuais de portaria
convencional, e a partir de suas brechas identificar de que maneira elas estão
relacionadas com o nível de insatisfação dos usuários e também a suscetibilidade a
riscos.

2.1. Insegurança no Rio de Janeiro.

Ao longo das últimas décadas o Rio de Janeiro vem sendo drasticamente


castigado pela violência urbana. De forma cotidiana, a população se assusta com
casos recorrentes de criminalidade e sensação que a mídia nos transmite é a de que
a situação está pior a cada dia. Pode-se julgar como um dos marcos mais
importantes da história do Rio de Janeiro, no quesito de violência urbana, a eleição
de Leonel Brizola como governador do estado na década de 1980.
Uma das medidas mais polêmicas do seu governo foi a proibição de
operações policiais em morros da cidade carioca, que começavam a se tornar cada
vez mais frequentes e, ao mesmo tempo, assustava seus moradores (SILVA, 2010).
Ao mesmo tempo, o medo e a insegurança de outras camadas da população vieram
à tona devido a um aumento de crimes violentos, que não mais ficavam
11

concentrados nas periferias, se espalhando pelas diversas regiões do Rio de Janeiro


(SILVA, 2010).
Assim é que, à medida que os episódios de violência física cresciam
no Rio de Janeiro em frequência, intensidade e, sobretudo, em exposição
na mídia, expressando o novo formato do crime violento apreendido a partir
das metáforas da guerra (Leite, 2001) e da “cidade partida” (Ventura, 1994),
esse tema passou a dominar os debates, as propostas de intervenção e as
escolhas eleitorais subsequentes. (SILVA, 2010, p.292)

Gráfico 1

O Gráfico 1, acima, apresenta a taxa de Letalidade Violenta por 100 mil


habitantes no Estado do Rio de Janeiro, desenvolvido a partir de um estudo do
Instituto de Segurança Pública (ISP, 2019) com auxílio de dados da Secretaria
Municipal de Políticas de Segurança, Infraestrutura Urbana e Gestões Tecnológicas
(SEPOL) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pode-se
perceber que, desde 1991 até o ano de 2018, houve uma queda considerável nessa
taxa, de 60,3 para 39,4. Entretanto, é imprescindível abordar o retomada de
crescimento ocorrido a partir de 2012 até 2017, gerando o aumento de 4.666 para
6.749 mortes, o que resulta num percentual de quase 45%.
O Atlas da Violência é um outro estudo que deve ser posto em consideração,
e foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2018). Este
indica que desde 2012 até 2016, o número de homicídios no estado do Rio de
Janeiro aumentou em aproximadamente 27%, passando de 4.772 para 6.053
12

homicídios. Já a taxa de homicídio a cada 100 mil habitantes passou de 29,40 para
36,38, um crescimento de quase 24% dentro desse mesmo período.
Essas informações são dados que assustam a população carioca.
Infelizmente, vive-se com alta sensação de insegurança e medo, muito também por
conta da mídia. Adultos da classe média e classe alta costumam utilizar notícias
publicadas pela imprensa nacional de forma a comprovar o medo que enfrentam
(KOURY, 2011). O indivíduo altera seus hábitos de interação social e, portanto, se
isola em sua casa por conta do constante receio de ser assaltado (KOURY, 2011).
Koury (2011, p.477) ainda dia que “a cultura do medo constrói, assim, uma barreira
invisível que separa as pessoas e as isola, fazendo-as temer a tudo e a todos e
nunca confiar no outro”.
Zanotelli et al.(2012) afirmam que existem dois lados da manifestação da
insegurança. O primeiro atinge a camada mais pobre da sociedade, em que existe
um contexto real mais grave, e o outro se baseia na divulgação do medo por parte
da imprensa e outros agentes que saem ganhando com isto. E são nessas dores
que atuam os agentes motivacionais para pessoas morarem em condomínios
fechados.
Os principais motivos que têm levado um número crescente de
pessoas a optar por este tipo de moradia são a segurança, a privacidade e a
busca por status em um ambiente socioeconomicamente homogêneo.
(BOYCE e GELLER, 2000; BECKER, 2005 apud QUINTANA, 2013, p.36)

Além disso, em grande parte dos países da América Latina que se livraram
recentemente de governos autoritários, como é o caso do Brasil, Chile e Argentina,
há uma descrença e desconfiança bastante elevada em relação às autoridades
policiais (SILVA; BEATO, 2013). Kahn (2003; apud SILVA; BEATO, 2013) conclui em
seus estudos que 56% da população brasileira tem mais medo da polícia do que de
bandidos. No sudeste, mais especificamente, dados da IPEA (2011) apontam que
75% dos cidadãos confia pouco ou não confia no trabalho da polícia, sendo esse o
menor grau dentre todas as regiões do país. “No estado do Rio de Janeiro, apenas
7,3% de pessoas afirmaram confiar ou confiar totalmente na polícia militar” (LIMA,
2009 apud SILVA; BEATO,2013, p.120).
Esse extremo contexto em que a população está inserida, de muitas
inseguranças, incertezas, medos e desconfianças nas autoridades contribuem
positivamente para esse movimento, ou cultura, de morar e se isolar em
13

condomínios. Entretanto, apesar desta solução transmitir uma sensação muito maior
de segurança e tranquilidade, os condomínios ainda permanecem expostos a riscos,
e contra isto existem diversas alternativas que podem vir a elevar o nível de
segurança, ao reduzir eventos furtivos ou invasivos nessas áreas privadas.

2.2. Segurança Privada e Condominial.

Na mesma frequência que o desenvolvimento tecnológico, a preocupação


com a segurança é algo que vem aumentando regularmente no nosso país. Existem
quatro principais atividades que se encaixam em Segurança Privada: há os serviços
de vigilância, proteção de patrimônio privado e público, segurança privada de
pessoas físicas e transporte de valores (CUBAS, 2002). Dados da Federação
Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (FENAVIST)
divulgados no V Estudo do Setor de Segurança Privada (ESSEG, 2017) mostram
que o faturamento deste setor no Brasil quase dobrou entre 2010 e 2014.

Gráfico 2

No Brasil, as seguranças privadas têm hoje efetivos maiores que as


polícias civis e militares em diversos Estados brasileiros. Os investimentos
em câmeras para vigiar ruas e pontos públicos, os controles por meio de
fichas, fotografias, impressões digitais nas entradas de imóveis e conjuntos
residenciais fechados e em sede de empresas e prédios comerciais se
tornaram algo comum, inclusive nas Universidades. (ZANOTELLI et al.,
2012. p. 622)

Bauman (2009, apud QUINTANA, 2013) conclui que uma parcela da


população, em sua maioria que possui condições econômicas mais elevadas, estão
se isolando e cercando em suas casas e outros locais privados, como shoppings,
14

fazendo com que as ruas e praças públicas estejam cada vez mais vazios. Carniello,
Gandolpho e Zeurgo (2012) afirmam as duas principais razões para comprovação do
crescimento do mercado de segurança privada e eletrônica foram o aumento da
criminalidade e a busca por proteção da população. Dados da Secretaria de
Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP, 2018) indicam que, somente em
2018, houve um aumento de 56% no número de furtos e invasões a condomínios.
Informações divulgadas pela ISP (2019), apontados no Gráfico 3, mostram
que, desde 2003 até 2011, tem ocorrido uma redução progressiva das ocorrências
de roubo a residências. A partir de então, o povo carioca enfrentou constantes
aumentos nessas ocorrências, até 2014 quando atingiu um novo pico e desde então
passou a variar entre altos e baixos, estes ainda muito elevados. Coincidentemente,
ou não, estatísticas da ISP (2019) também apontam que, a partir de 2012 até 2014,
houve um aumento na taxa de letalidade a cada 100 mil habitantes, o que pode
indicar o aumento generalizado das ocorrências e, consequentemente, dos níveis de
segurança.

Gráfico 3

Assim como em São Paulo, o Rio de Janeiro, de 2017 para 2018, também
passou por um aumento muito brusco no quesito roubo a residências. Segundo
dados do ISP (2019), os números passaram de 130 para 221 ocorrências, ou seja,
70% a mais dentro de somente um ano, configurando um cenário mais crítico do que
o estado vizinho.
Todo o contexto de insegurança em que as pessoas que moram em
condomínios fechados estão inseridas os levam a investir em câmeras de
segurança, alarmes e até segurança armada. Planos e propostas de dispositivos de
segurança são assuntos recorrentes em assembléias condominiais, onde moradores
15

buscam e sugerem alternativas de forma a garantir um espaço de tranquilidade para


os contribuintes (FREIRE, 2014).
As soluções que são mais encontradas para proteção de condomínios são,
primeiramente, as barreiras físicas, como grades, portões e muros, de forma a isolar
o condomínio do exterior (BECKER, 2005 apud QUINTANA, 2013). Algumas
características específicas do espaço físico podem vir a facilitar operações
criminosas ou também impedi-las (JACOBS, 2000; NEWMAN, 1972; POYNER,
1983; VOORDT e WEGEN, 1993; HILLIER e SAHBAZ, 2005; SHU, 2009; VAN NES
e LÓPEZ, 2010 apud QUINTANA, 2013).
Apesar disso, na grande maioria dos casos de invasão e roubo a residências
em condomínios fechados o infrator acessa o condomínio pela porta da frente.
Godoy (2009), cujo é oficial da Polícia Militar de São Paulo, afirma que 90% dessas
ocorrências acontecem após o bandido ter a entrada liberada pelo porteiro
presencial, pelo portão que por vezes fica aberto e até por próprios moradores, que
seguram a porta ao achar que são outros moradores ou visitantes.
“Levantamento do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-RJ) constatou que,
em 90% dos casos, criminosos entram pela porta da frente, se fazendo passar por
moradores ou disfarçados de entregadores e prestadores de serviço” (O DIA, 2015).
No caso de quando é liberado pelo próprio agente de portaria, os invasores se
disfarçam de entregadores de farmácia, pizza e flores, pedreiros que dizem estar
realizando serviço em alguma unidade e também prestadores de serviço, como
técnicos da NET.
Assim a segurança é influenciada tanto por fatores contextuais,
relacionados ao ambiente físico, na medida em que estes facilitam ou
inibem as possibilidades de ocorrência de eventos criminais, quanto por
fatores econômicos, políticos, sociais e éticos, os quais são características
composicionais que podem estar relacionados à personalidade do
criminoso. (BASSO, 2002 apud QUINTANA 2013)

O Crime Prevention Trought Environmental Design (CPTED) é um conjunto


de técnicas de desenho urbano que foram desenvolvidas com o intuito de anular a
atuação de criminosos, a partir da gestão de risco baseada em um conjunto de
pilares fundamentais. “Baseia-se em seis características gerais: vigilância, controle
de acesso, territorialidade, imagem/manutenção, apoio à atividade do programa, alvo
de endurecimento” (PARK, 2010 apud QUINTANA, 2013, p.48).
16

O segundo deles, o controle de acesso, pode ser considerado o pilar principal


de toda essa composição pois seguindo a linha de raciocínio de Godoy (2009) e um
estudo realizado pelo SECOVI-RJ divulgado no jornal O Dia (2015), em que 90%
das ocorrências criminosas acontecem por meio da entrada pelo portão do
condomínio, estas poderiam ser evitadas caso houvesse um sistema de controle de
acesso seguro e eficaz. “A segurança é baseada em um tripé: tecnologia,
funcionários treinados e instalações adequadas” diz Raimundo Castro, especialista
em segurança patrimonial do SECOVI-RJ para o jornal O Dia (2015).
Com o auxílio de três especialistas, Schwartz (2009) desenvolveu uma lista
de itens relevantes relacionados à preservação do condomínio contra a entrada de
invasores:
2 – Segurança contra a entrada de intrusos.
2.1 CFTV com gravação.
2.2 Monitoramento 24 horas por empresa especializada em segurança.
2.3 Cerca monitorada 24 horas por empresa especializada.
2.4 Botão de pânico na portaria monitorado por empresa especializada.
2.5 Guarita blindada.
2.6 Portões duplos na entrada social com inter-travamento.
2.7 Portões duplos na entrada da garagem com inter-travamento.
2.8 Normas de segurança aprovada em assembleia para funcionários e
moradores.
2.9 Funcionários treinados sobre segurança.
2.10 Sistema de interfones.
2.11 Sistema eletrônico de monitoramento do vigia.
2.12 A portaria permanece fechada sem que haja contato com os visitantes.
2.13 As encomendas e correspondências são entregues sem que o porteiro
tenha de sair da portaria.
2.14 Os carros dos moradores possuem identificação, sem mencionar o
nome do condomínio.
2.15 Os visitantes entram no condomínio após autorização dos moradores.
2.16 Todos os prestadores de serviço são identificados e o número do
documento anotado.
2.17 Os entregadores não têm acesso ao interior do condomínio.
(SCHWARTZ, 2009, p.47)

Schwarz (2009) também desenvolveu, a partir de pesquisas, o gráfico abaixo,


que apresenta os itens que condôminos julgam mais importantes dentro das ações
administrativas do condomínio. Pode-se perceber que em segundo lugar no nível de
importância está a segurança contra a entrada de intrusos, o que demonstra a
preocupação dos mesmos quanto à segurança de seu patrimônio.

Gráfico 4
17

Nesse sentido, pode-se dizer que na grande maioria das ocorrências, as


falhas ocorrem por vulnerabilidades na instrução de porteiros e dos próprios
moradores, além de precários procedimentos, infraestrutura do local (permitindo o
não fechamento de um portão, por exemplo). Essas são características chave na
preservação da segurança do condomínio e de seus moradores.

2.3. Gestão de Condomínios e seus Desafios Econômicos.

Uma gestão condominial eficaz é fundamental para o condomínio apresentar


um quadro econômico de equilíbrio e salutar, para que não onere os moradores e o
próprio condomínio consequentemente. O síndico e conselheiros necessitam
assegurar de que, a partir do orçamento anual previsto, haja um planejamento
eficiente, porque é fundamental para esse objetivo ser alcançado. Então, o
orçamento deverá ser alocado da melhor forma possível, aplicando-o sempre
visando a otimização dos recursos, muitas vezes bastante limitados. “O principal
objetivo do orçamento está fundamentado em princípios do planejamento, do
controle orçamentário, do controle do resultado através de operações formais das
empresas” (PRIORE et al., 2015, p.72).
A gestão financeira do condomínio é importante tanto para manter o equilíbrio
econômico quanto a valorização do imóvel. Uma vez que não há controle das
despesas, o condomínio se vê na obrigação de aumentar a sua taxa, onerando os
condôminos. Consequentemente, o imóvel perde seu valor comercial, principalmente
quando são alugados, o quadro de inadimplência se eleva (reduzindo a
arrecadação) e os moradores se tornam insatisfeitos, dizem Priore et al. (2015).
18

Schwarz (2017), com base em uma pesquisa feita em condomínios


residenciais da cidade de São Paulo, obteve uma média da composição de suas
despesas, como indica o Gráfico 5. Pode-se perceber que os gastos com pessoal
corresponde a praticamente metade do total, seguido de custos com água, luz e
elevadores, sendo estes os mais relevantes para a gestão.

Gráfico 5

A partir deste estudo, pode-se constatar que manter funcionários no


condomínio é a atividade que mais onera o mesmo:
Elevadores, piscina, portaria vinte e quatro horas, entre outros,
demandam manutenção constante e impactam no aumento do custo de
operação do condomínio e, consequentemente, no aumento da cota
condominial repassada para cada unidade (FILHO e MONETTI, 2017, p.1).

O Índice de Custos Condominiais (ICON) entrega informações relevantes no


tocante às condições que enfrentam atualmente os moradores e condomínios,
principalmente quando comparados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA). Entre 2009 e 2016, houve a evolução de 54% do ICON, contra 46%
do IPCA, o que demonstra que há um desequilíbrio quanto ao orçamento familiar
que acaba dificultando o cumprimento de todos os gastos, dizem Filho e Monetti
(2017). “(...) a substituição da portaria vinte e quatro horas por um porteiro eletrônico
ou central de portaria remota, soluç ões que permitem manter o monitoramento e
processo autorização de entrada na portaria” (FILHO e MONETTI, 2017, p.23), por
conta dos altos custos do pessoal que incidem sobre as taxas condominiais, essa é
19

uma das soluções que podem ser utilizadas de forma a reduzir o impacto sobre o
bolso das famílias.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED, 2019),
indicam que profissionais de portaria possuem um salário mensal médio de
R$1.359,52. Entretanto, há muitos outros custos que entram na conta e precisam ser
levados em consideração. Gastos com encargos trabalhistas, impostos, 13º salário,
férias, horas-extra, vale transporte e refeição são alguns destes, e são decisivos
para a contratação ou manutenção de pessoal. Gastos com triênio e quinquênio
igualmente são comuns, visto que muitos porteiros trabalham há muitos anos no
mesmo local. Adicional Noturno (para aqueles que trabalham na escala à noite) e
Artigo 71, quando não tiram a hora de descanso são outros gastos que agregam à
conta. Considerando apenas INSS e FGTS, o valor aumenta em 28% sobre o
salário, quando enquadrado no Simples Nacional. Quando a portaria é terceirizada,
os custos se tornam ainda maiores para o condomínio, onerando o mesmo.

2.4. Satisfação do consumidor e evolução da tecnologia.

A partir das últimas décadas, o mundo passou por grandes


transformações digitais e que influenciaram diretamente na vida diária e na
experiência de consumo e usufruto de serviços de consumidores. Evrard (1993 apud
PRADO, 1995) diz que a satisfação do consumidor pode ter fontes diferentes, e
deve-se destacar uma delas, referente à experiência do consumo (posterior à
compra). Westbrook (1982 apud PRADO, 1995) defende que as origens da
satisfação são, em primeiro plano, relacionados à experiência de compra e de
consumo, o que apresenta a importância da combinação das experiências para que
o cliente atinja e conclua em uma avaliação final geral dos fatores de compra.
As conclusões desenvolvidas pelos autores acima tornam evidente que
possuir um produto ou serviço muito bom, no que toca sua finalidade, não é o
suficiente para deixar os consumidores plenamente satisfeitos. A experiência de
compra, ou seja, a forma com que os a marca trata, apresenta e vende o produto faz
diferença direta para que esses indivíduos voltem a consumir seus produtos.
Naturalmente, um consumidor deseja ser bem atendido e, ao mesmo tempo, adquirir
um bem ou serviço que tenha valor percebido e supra as expectativas do mesmo
(KOTLER, 2000 apud GIACOBO; ESTRADA; CERETTA, 2003).
20

Atualmente, principalmente com a tecnologia dos smartphones, que permitem


alcance a qualquer momento, diversas tarefas do dia-a-dia e que levavam tempo
podem ser feitas em questão de segundos, o que promove a satisfação experiencial
do consumidor. É o que defende Meuter et al (2000 apud SCHWINGEL, 2001, p.43):
“benefícios tais como estar apto para produzir e consumir o serviço quando
necessita ou aonde necessita foram achados serem importantes fatores na
satisfação resultante”. Em seus estudos, diz que o principal fator motivacional para
satisfação dos clientes é o aumento da oferta do serviço de acordo com a
necessidade do indivíduo, em canais de autoatendimento.
O gráfico abaixo apresenta o nível de satisfação de clientes de bancos em
relação a canais de autoatendimento, baseado em pesquisa de Schwingel (2001).
Os dados apresentados mostram um enorme nível de satisfação, que ultrapassa
90% dentre o total de pessoas entrevistadas no processo:

Gráfico 6

"(...) as instituições financeiras estão ampliando seus investimentos


em informática como forma de reduzir custos, estimular o auto-atendimento,
21

vincular o cliente com o banco e melhorar a qualidade e velocidade dos


serviços" afirma Vergili (1994 apud TAKATA, 2002, p.33).

A autora citada acima afirma também que o atendimento presencial em


agência é quatro vezes maior do que o atendimento em máquinas. Outro fator que
também contribui para essa mudança de cultura em atendimento para home banking
é a economia de tempo dos usuários (VERGILI, 1994 apud TAKATA, 2002).
Ao analisar a categoria de automação residencial, Wortmeyer, Freitas e
Cardoso (2005, p.1.066) dizem que “Como qualquer novidade, a automaç ão
residencial é percebida inicialmente pelo cliente como algo caro, que representa
status e modernidade”, e em seguida, economia, segurança, conforto e praticidade
passam a ser os fatores mais importantes quando as tecnologias automotivas são
avaliadas e pensadas.
A partir disso, pode-se perceber que os consumidores vêem com bons olhos
as mudanças trazidas pela automação e avanços tecnológicos. A partir deles, o
indivíduo possui mais autonomia para tomar decisões e usufruir dos serviços que,
anteriormente, eram limitados por conta de tempo, disponibilidade e oferta de
serviço. Além disso, o consumidor ganha também em tempo, pois já não necessita
enfrentar filas para realizar grande parte dos serviços que, hoje em dia, podem ser
feitos no computador ou no smartphone de forma extremamente veloz, segura e
livre.
22

3. Metodologia

3.1. Tipo de pesquisa

A classificação da pesquisa foi baseada em dois conceitos apresentados por


Vergara (1990), que são quanto aos fins e quanto aos meios. A pesquisa a seguir é
caracterizada por ter uma abordagem qualitativa, explicativa quanto aos fins, uma
vez que é focada na descoberta dos principais fatores e motivações, em ordem de
relevância, que levam os consumidores a optar pela Porter Portaria Remota para
seus condomínios, em vez de uma portaria convencional. A partir das informações
levantadas com o estudo, a equipe comercial da empresa poderá focar suas
abordagens exatamente onde os consumidores mais enxergam os diferenciais
positivos desse sistema, e assim otimizar seus esforços de venda.
Já para os meios, a pesquisa em questão é enquadrada como sendo uma
pesquisa de campo, porque foram realizadas entrevistas estruturadas (focalizada)
com os clientes da Porter Portaria Remota, no local onde residem. Ainda quanto aos
meios, também deve classificada como um estudo de caso, pois foram entrevistados
clientes da empresa (usuários do sistema). Com base nos diferenciais enxergados
pelos clientes e existentes no modelo de portaria, na solução entregue e nos
serviços prestados, foram obtidas informações que permitem indicar as principais
motivações por trás da escolha da Porter para seus condomínios.

3.2. Participantes da pesquisa

Os participantes da pesquisa realizada são moradores de condomínios em


que a solução Porter Portaria Remota foi escolhida para praticar seus serviços,
todos da cidade do Rio de Janeiro. Ao todo, dez pessoas, de condomínios distintos,
definidas por critério de acessibilidade (GIL, 1987 apud VERGARA, 1990), foram
entrevistadas. Essas entrevistas foram realizadas presencialmente nos condomínios
onde a solução foi implantada, ou seja, na residência dos mesmos. Dentre os
entrevistados, todos têm entre 28 e 70 anos de idade e são pessoas das mais
diversas formações e ocupações, como advogados, aposentados, donas de casa,
empresários, engenheiros e médicos. Dentre eles, seis são mulheres.
23

3.3. Instrumento

O roteiro da entrevista foi estruturado em seis perguntas bastante objetivas,


buscando a todo momento trazer a comparação do modelo anterior com o atual de
portaria. Dessa forma, torna-se possível criar conclusões mais precisas sobre os
principais motivos sobre a tomada de decisão na mudança de portaria, com base
nas experiências anteriores com portarias. As perguntas feitas são as redigidas a
seguir:
1. Qual era o modelo de portaria instalado no seu condomínio?
2. Você estava satisfeito(a) com o antigo serviço de portaria?
3. Quais eram os principais problemas da portaria anterior?
4. Você acha que o sistema da Porter Portaria Remota foi capaz de solucionar
todas essas falhas? De que maneira?
5. Quais são os principais diferenciais da nossa solução quando comparada à
portaria antes existente?
6. Na sua opinião, qual foi o fator mais decisivo para que ocorresse a mudança
no modelo de portaria? Por que?

A partir da obtenção das respostas e posterior análise, será possível entender


mais sobre o comportamento dessas pessoas e suas opiniões individuais acerca da
portaria remota e seus atributos. Ainda quanto às respostas, Guba e Lincoln (1984
apud MATTOS, 2005, p.831) afirmam que “a análise racional deles,
preferencialmente em linguagem formal e clara, leva ao conhecimento objetivo, que
pode assim tornar-se produto, eventualmente manipulado, aplicado e reproduzido”.

3.4. Procedimentos de coleta e de análise das informações

As entrevistas foram feitas individual, presencial e oralmente, nos


condomínios das pessoas entrevistadas. As respostas foram anotadas em um
computador pelo entrevistador e também gravadas em áudio para posterior análise e
lapidação das respostas, com o objetivo de atingir maior acurácia e fidedignidade.
Antes de ser iniciada a etapa das entrevistas, os participantes, que se voluntariaram
para participar, foram explicados sobre todo o processo, como a quantidade de
perguntas que serão feitas, bem como o conteúdo delas e também de que maneira
24

serão colhidas as respostas, ou seja, por transcrição e gravação do áudio. Após a


conclusão deste processo, os entrevistados poderão consultar o que foi escrito e
também fazer os ajustes que julgarem necessários.
Laville e Dionne (1999, apud SILVA et al., 2005), enunciam que é necessário
que haja um método de operacionalização para facilitar o trabalho do pesquisador,
objetivando o direcionamento do trabalho de pesquisa. O Método de Análise de
Conteúdo foi utilizado como meio de se chegar às conclusões, a partir das respostas
fornecidas pelos entrevistados. De acordo com Bardin (2011 apud HOFFMAN-
CÂMARA, 2013), este método pode ser dividido em três etapas: pré-análise,
exploração do material e tratamento dos resultados (inferência e interpretação)
Na primeira fase, de pré-análise, foi realizada uma leitura “flutuante” do
material, quando será feito o primeiro contato com a transcrição feita a partir das
entrevistas, em sua totalidade (BARDIN, 2011 apud HOFFMAN-CÂMARA, 2013).
Após a primeira leitura, “passa-se a escolha de índices ou categorias, que surgirão
das questões norteadoras ou das hipóteses, e a organização destes em indicadores
ou temas” (HOFFMAN-CÂMARA, 2013, p.185). Em seguida, na segunda etapa, foi
realizada a classificação em blocos, que foram categorizados à priori, baseados em
cada tema abordado e que foram avaliados e dissertados pelos entrevistados
(BARDIN, 2011 apud HOFFMAN-CÂMARA, 2013).
A terceira fase, de tratamento dos resultados, busca a legitimação destes
para o pesquisador, a partir de duas técnicas principais: a inferência e a
interpretação. De acordo com Bardin (2011 apud HOFFMAN-CÂMARA, 2013), a
inferência é um instrumento que nos induz a investigar as causas a partir dos efeitos.
Já a interpretação pode ser de conceitos e proposições. Quanto aos
conceitos, Hoffman-Câmara (2013, p.188) explica que eles “dão sentido de
referência geral” e que “é preciso comparar enunciados e ações entre si, para ver se
existe um conceito que os unifique. Quando se encontram temas diferentes, é
necessário achar semelhanças que possa haver entre eles”. Já as proposições
podem ser explicadas da seguinte maneira:
A proposição é um enunciado geral baseado nos dados. Enquanto
os conceitos podem ou não ajustar-se, as proposições são verdadeiras ou
erradas, mesmo que o pesquisador possa ou não ter condições de
demonstrá-lo. O certo é que as proposições derivam do estudo cuidadoso
dos dados. (HOFFMAN-CÂMARA, 2013, p.188-189)
25

Dessa forma, a Análise de Conteúdo busca definir uma metodologia concisa


na busca pelo tratamento das informações qualitativas. A partir disso, as conclusões
atingidas terão um maior aprofundamento teórico, dando mais credibilidade e
robustez à pesquisa desenvolvida.
26

4. Resultados e Discussão

Antes que haja a apresentação dos resultados e discussão, é fundamental


que seja feita uma contextualização do estudo de caso, ou seja, da empresa Porter
Portaria Remota e a sua solução.

4.1. A solução Porter Portaria Remota

Atualmente, empresa Porter Portaria Remota faz parte de um forte grupo


empresarial que contém outras duas empresas, a Kiper e a Segware. A primeira é
responsável pelo desenvolvimento dos equipamentos (já na terceira geração)
utilizados na operação, ou seja, os interfones e leitores de QR Code e tags, todos
pensados para portaria remota. Já a segunda é responsável por desenvolver o
software da solução, onde toda a tecnologia se integra, dando origem a operação do
sistema como um todo, feita pelos operadores remotos nas centrais de
monitoramento. Operadores esses que precisam possuir, no mínimo, o ensino médio
completo para obter certificação para operar.
A operação da portaria remota, apesar de não haver uma pessoa
presencialmente no condomínio, é completamente humanizada, tendo o atendimento
como um dos principais pilares. O atendimento é realizado na forma padrão: o
visitante ou prestador de serviço toca o interfone, e imediatamente gera uma
demanda de atendimento na base de operação. O atendente irá atender à chamada
e realizar a abordagem da forma tradicional: “portaria, bom dia!”, por exemplo. A
pessoa, então, deverá se identificar e dizer qual unidade que deseja visitar ou
realizar a entrega. Em seguida, o atendente liga para o morador, que poderá atender
à chamada pelo celular, sem a necessidade de atender ao interfone domiciliar. Só
após a autorização do morador, que é gravada e arquivada, é que a pessoa poderá
ter acesso ao condomínio. Os procedimentos são todos padronizados e
protocolados, incluindo, ainda, auditoria de atendimento por parte da matriz.
Além disso, as portas de acesso ao condomínio são totalmente
automatizadas, logo, é o operador quem dá os comandos para abertura de porta, e
monitora tudo através de câmeras. Como as portas se fecham automaticamente,
não há necessidade de comandar o fechamento dela, impossibilitando que
permaneça aberta.
27

Outro pilar importantíssimo é a instalação de eclusas nos acessos ao


condomínio. Logo, a pessoa deverá sempre passar por duas portas, que não se
abrem simultaneamente, para acessar, impossibilitando também a entrada furtiva ou
invasão. Outra característica muito importante da solução é relacionada à entrada de
veículos. Todos os portões, automatizados, possuem motores que permitem o
fechamento veloz, em uma velocidade aproximada de 1 metro por segundo. Além
disso, são instalados sensores de presença, portanto na medida em que o carro
passar por completo pelo portão, ele fechará imediatamente, sem necessidade de
comandar de forma manual o fechamento do mesmo; e também sensor de carona,
que irá gerar um alerta imediato na base caso algum carro ou pessoa entre no
“vácuo” do morador.
Outra característica relevante é o aplicativo, pelo qual o usuário pode acessar
o condomínio por meio de QR Codes dinâmicos, enviar convites para visitantes, que
recebem QR Codes por SMS com o dia e hora de início e fim do evento, o que
permite entradas velozes. Através do aplicativo, também, é possível visualizar todos
os registros de acesso da unidade do usuário, ou seja, a hora a pessoa que entrou e
saiu do condomínio, gerando um controle de acesso acessível e prático e também
pode visualizar as câmeras do condomínio, permitindo a conferência de visitantes
antes de autorizar sua entrada, por exemplo.
Além dessas características, uma bastante importante é a função pânico em
todos os meios de acesso, permitindo o envio de um alerta para nossa base caso
algum usuário esteja acessando o condomínio em uma situação de risco. E todo
esse sistema custa menos do que uma portaria humanizada 24 horas para um
condomínio. A economia pode chegar a cerca de 50% com os custos de portaria, e
dada a condição econômica e da relevância desse custo para os condomínios, é um
fator muito importante da solução como um todo. Por fim, a solução entregue é
extremamente completa, fornecendo elevado nível de controle e segurança de
acesso para seus usuários.
Tendo como base a lista de itens relevantes à preservação do condomínio de
Schwartz (2009), expostos na página 16 deste trabalho, dos 17 itens elencados, a
Porter conta com 13 destes, sendo que 2 (portaria blindada e carros com
identificação) não se aplicam devido à portaria não ser presencial, e o morador
possuir controle remoto para acesso veícular. Um dos dois restantes, relacionada à
entrada ou não de entregadores nos condomínios, varia de acordo com regimento
28

do mesmo, já quanto à cerca monitorada, não se enquadra na nossa solução pois é


focada no controle e gerenciamento dos acessos.

4.2. Resultados e Discussão

Após a realização das entrevistas com os 10 clientes da Porter Portaria


Remota no Rio de Janeiro, obtivemos uma série de informações. Com base nas
perguntas feitas e no Método de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011 apud
HOFFMAN-CÂMARA, 2013) e após a pré-análise das respostas dadas, elas foram
categorizadas com base no tipo de pergunta para melhor avaliação e comparação
das opiniões fornecidas, o que deu origem à segunda etapa do método, a de
exploração do material.
Essas respostas foram categorizados, dando origem aos três índices a seguir:
antiga portaria; solução Porter frente ao modelo antigo; destaque da solução. A partir
dessa definição, foi iniciada a terceira etapa, a do tratamento dos dados. Esta é a
etapa principal desse modelo de análise qualitativa de informações, pois é nela que
baseia-se a transmissão da informação, ou seja, a mensagem que deve ser passada
ao leitor, da forma mais realista e precisa que der. Assim, nenhuma informação deve
ser deixada de fora da interpretação, visando sempre o enriquecimento do estudo
realizado.
A Tabela 1, abaixo, apresenta as respostas fornecidas às perguntas feitas, de
acordo com a categoria “Antiga Portaria”, definida após a segunda etapa do modelo
de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011 apud HOFFMAN-CÂMARA, 2013).

Tabela 1

Entrevistado Categoria: Antiga Portaria

1 Antes o condomínio tinha uma portaria 24 horas, os funcionários eram do próprio


condomínio. A gente gostava bastante deles porque nos ajudavam a carregar
compras e ficavam de olho nas crianças enquanto brincavam no parquinho. Mas
a única coisa que eu não gostava é que às vezes eles dormiam à noite. Várias
vezes ficava esperando no lado de fora buzinando para eles abrirem o portão.
Nunca aconteceu nada, mas a gente ficava com medo, né.

2 Como o prédio é muito novo e pequeno, a gente nunca teve portaria porque é um
custo muito alto para um prédio com 5 apartamentos, então cada um tinha sua
chave e controle pro portão de garagem. Como são poucos moradores e o prédio
é novo, nunca tivemos problemas.

3 A gente tinha portaria 24 horas que era a mesma coisa que nada. Tavam sempre
29

dormindo, vendo TV ou fora da portaria resolvendo outra coisa. Eles deixavam


qualquer um entrar, nem perguntavam aonde a pessoa ia e ela já tava dentro do
condomínio. Sempre que eu pedia alguma coisa em casa, eu só ia saber que
chegou quando tava na minha porta tocando a campainha. Teve até uma vez que
entraram e levaram embora bicicleta de morador.

4 Tinha uma terceirizada que fazia portaria 24 horas, mas os porteiros tavam
sempre mudando. Quase toda semana tinha uma pessoa nova trabalhando aqui
e isso era ruim porque eles não conheciam direito quem mora aqui porque são
mais de 400 moradores, qualquer um podia chegar no portão que eles abriam
sem perguntar nada. Mas aí teve um dia que entraram e arrombaram um
apartamento, a sorte foi que o vizinho viu e chamou a polícia.

5 A portaria era 24 horas, mas acabou virando 12 horas porque tava caro pro
condomínio. Os porteiros eram ótimos, nunca tivemos problemas, mas a gente
não dormia tranquilo porque tinha medo porque já assaltaram o prédio do lado
duas vezes.

6 O prédio tinha porteiro o dia inteiro, mas terceirizado você sabe como é… Toda
hora troca, e ainda tinham uns folgados que ficavam dormindo e debochavam de
morador que reclamava. Aí a gente rompeu o contrato com a empresa e
contratou funcionários próprios, mas não adiantou muito não. Eles também
dormiam, abriam pra qualquer um e ainda ficavam na rua de papo com os outros
porteiros, com o portão escancarado. A gente tentava passar instruções pra eles,
tipo pra anotar o nome dos visitantes que entravam, não deixar entrar sem
autorização, mas passavam 3 dias e já voltava pro que era antes.

7 Sempre foi 24 horas, só que a gente tem 3 portarias aqui no condomínio, então
eram 12 porteiros. Alguns deles já trabalhavam aqui há quase 20 anos, aí já
recebiam bem acima da média, mas eles eram bons funcionários. O custo foi
aumentando cada vez mais e muita gente já não tava conseguindo pagar direito,
e como o condomínio é velho, tá cheio de reforma pra fazer. É uma pena porque
todo mundo gostava deles, já conheciam todo mundo, mas não teve outro jeito.

8 Tinha só 12 horas durante o dia, mas só os dois já davam muita dor de cabeça.
Faltavam toda hora sem dar satisfação alguma, e nunca interfonaram pra mim
quando chegava alguma visita ou entrega. Era muito difícil de lidar porque não
tinham instrução e treinamento suficiente pra exercer o cargo. A gente tentava
ensinar mas nunca adiantou.

9 Nem tinha porteiro, era só o interfone que a pessoa tocava lá fora e a gente
recebia a chamada aqui em casa. O chato era ter que descer pra abrir sempre
que alguém chegava, e também toda hora o portão ficava aberto porque tinha
morador que saía pra passear com cachorro, ou ir no mercadinho aqui do lado, e
deixava o portão encostado. Por sorte nunca aconteceu nada. Ah, e também a
gente vivia tendo problema com os portões de garagem, várias vezes tive que
estacionar fora do condomínio porque o portão tava com problema.

10 A gente tinha porteiro 24 horas aqui, mas a minha maior preocupação era à noite
porque às vezes eu chegava e estavam dormindo. Teve até uma vez que eu
cheguei e tava tudo completamente aberto, portão de garagem e de pedestre.
Quando entrei ele tava roncando e com os pés em cima da mesa. Só não mandei
embora na mesma hora porque não tinha ninguém para ficar no lugar dele. Como
sou o síndico, no dia seguinte já comecei a procurar uma alternativa e encontrei a
Porter.

A tabela acima evidencia o tipo de portaria que havia antes da Porter e


também explicita o nível de satisfação e os problemas que existiam no modelo
30

anterior. A partir da interpretação das respostas, podemos inferir que os


entrevistados 1, 3, 4, 6, 8, 9 e 10 não estavam satisfeitos com o modelo de portaria
que estava instalado no condomínio. Destes, os entrevistados 1, 3, 4, 6, 8, 10
estavam extremamente insatisfeitos com a atuação dos porteiros presenciais, que
não seguiam protocolos ou regras impostas pelo condomínio. Já os entrevistados 2,
5 e 7 não estavam insatisfeitos com o modelo existente, porém o 5, quando se
tornou 12 horas, o entrevistado passou a sentir certa insegurança, o que pode ser
configurado como insatisfação com o novo modelo imposto.
A partir dessa análise, torna-se possível inferir, também, que os entrevistado
estavam insatisfeitos com a portaria devido a uma sensação de insegurança que ela
transmitia. Eles mostraram-se preocupados principalmente com a falta de instrução
e protocolos, que poderiam resultar na violação da segurança dos condôminos.
A Tabela 2, abaixo, segue o mesmo padrão da Tabela 1. Porém, está focada
nas respostas que foram enquadradas como sendo da segunda categoria do Modelo
de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011 apud HOFFMAN-CÂMARA, 2013), “Solução
Porter frente ao modelo antigo”.

Tabela 2

Entrevistado Categoria: Solução Porter frente ao modelo antigo

1 Sim, acho que a Porter foi capaz de resolver a questão do porteiro que
dormia. E também, como cada morador tem seu controle remoto, a gente não
fica esperando no lado de fora pra entrar. Acho que a questão do acesso
rápido é uma grande vantagem. Também gostei muito de poder saber quando
meu filho chega da escola, e meu marido chega do trabalho. Como eu viajo
muito, gosto de ter esse controle.

2 Bom, acho que a portaria remota só agregou à portaria do meu prédio, que
não existia. Achei bastante interessante o acesso pela eclusa, e também
gostei de não precisar mais sair sempre com a chave porque tenho ela no
celular. Outra coisa que achei legal foi a automação das portas porque agora
não correm risco de ficar abertas.

3 A portaria nova resolveu esses problemas mais pesados que a gente tinha
aqui no prédio, principalmente a entrada das pessoas. É muito bom receber a
ligação da portaria no celular porque odeio levantar pra atender o interfone. E
fico tranquilo em saber que não vão liberar a entrada de ninguém sem a minha
autorização. É muito prático também essa opção de mandar convite pras
pessoas, fiz um jantar aqui em casa semana passada e mandei pros meus
amigos pra não precisar atender a portaria. E eles adoraram.

4 Acho que a Porter conseguiu resolver os problemas que a gente tinha sim,
pelo menos esses piores. Acabou aquela história de qualquer um parar na
frente do portão, e o porteiro abrir. Ainda mais por ser um condomínio com
31

muitas pessoas, esse controle que a gente tem de quem entrou e saiu é muito
bom, acho que trouxe mais segurança pra nós.

5 Essa mudança foi ótima pra mim e minha família. Ainda tô me acostumando
porque não tem gente lá embaixo né, mas à noite não fico tão preocupada
porque sei que tem uma portaria funcionando. Achei o acesso veloz muito
bacana e traz mais segurança pra gente. Também gostei da função pânico
porque toda hora tem assalto aqui na rua.

6 Foi impressionante, parece que depois que a portaria remota começou a


funcionar aqui no condomínio ninguém aqui tocou mais no assunto portaria.
Fiquei muito satisfeito, principalmente porque agora a gente tem um controle
de acesso que funciona. Eu trabalho com segurança, e pra mim, o padrão de
atendimento e automação das portas são diferenciais muito importantes.

7 Como eu tava falando, não tínhamos grandes problemas com a portaria, mas
achei a portaria remota muito moderna. O nosso custo mensal com a portaria
ainda diminuiu 40%. Gostei de como a gente consegue entrar e sair do
condomínio bem rápido e também achei ótimo esse sistema da eclusa pra
entrar, que a gente não tinha antes. Depois que comecei a usar percebi que
tem mais segurança do que antes.

8 Olha, acho que muita coisa melhorou aqui no prédio depois que a portaria
mudou, principalmente em relação à entrada de visitantes e prestadores de
serviço, porque antes não tinha controle nenhum. Achei os procedimentos
muito bons porque resolveu o nosso pior problema.

9 Sim, esses problemas não acontecem mais aqui no condomínio porque eles
controlam tudo, me ligam no telefone e não tem como alguém deixar a porta
aberta mais. Isso fez toda a diferença porque obrigou os outros moradores a
serem mais conscientes também. O acesso rápido que instalaram aqui muita
gente gostou também, porque agora dá 5 segundos eu já to entrando no
prédio.

10 Desde que a Porter instalou todo o sistema e automatizou as Portas eu não


me preocupo mais com a portaria. Chegar em casa e ver todos os acessos
fechados me transmite muito mais segurança. Essa automação faz toda a
diferença, e hoje também não me desgasto de porteiro dormindo. E como
esse portão de carro é rápido hein, dá até medo de fechar em cima do carro.
Teve gente que até pediu pra diminuir um pouco a velocidade.

Com base nas informações dadas, pode-se ver que os usuários estão
bastante satisfeitos com a solução que foi entregue, e que resolveu os principais
problemas que tinham antes na portaria. Eles deram os relatos baseado em suas
experiências, o que configura uma fonte de geração de satisfação, afirma Evrard
(1993 apud PRADO, 1995). Os registros e protocolos do controle de acesso foram
muito elogiados. As pessoas perceberam as falhas na antiga portaria relacionados
aos procedimentos dos porteiros, o que gerou sensação de insegurança.
Os entrevistados 1, 3, 6 e 8, em especial, mostraram sua preocupação muito
grande com esse quesito, e a partir disso podemos inferir que é um diferencial
importantíssimo da portaria remota em comparação a outros modelos de portaria. A
32

entrevistada 1, ainda citou o fato de ter no aplicativo os registros de acesso do seu


filho e seu marido pelo, fato que a ajuda a manter o controle da família mesmo longe
de casa.
O entrevistado 3 ainda comentou sobre sua experiência com os convites, que
foi positiva, tanto pra ele, quando para os visitantes que utilizaram. Isso comprova o
que foi defendido por Vergili (1994 apud TAKATA, 2002), que afirmou que os canais
de autoatendimento no banco foram uma maneira de melhorar a qualidade e
velocidade dos serviços, já que os visitantes puderam acessar o condomínio de
forma imediata, ou seja, sem precisar pedir autorização pelo interfone, e ao mesmo
tempo o entrevistado não teve necessidade de atender à portaria para liberar o
acesso aos seus convidados.
Um outro fator que muitos abordaram foi em relação às entradas rápidas de
carros, como fizeram os entrevistados 1, 5, 7, 9 e 10. Todos estes se mostraram
satisfeitos com essa característica, que transmite mais segurança para os usuários,
embora eles nem sentissem a necessidade de ter um acesso mais veloz antes. Foi
um diferencial percebido principalmente após a experiência de uso. Um último fator
diferencial muito comentado foi em relação à automação das portas de pedestre,
principalmente pelos entrevistados 2, 9 e 10, que tinham preocupação com os
portões que ficavam abertos. Dentre outros fatores que foram citados nessa etapa,
podemos incluir o sistema de eclusas, a função pânico e o envio de convites para os
convidados.
A Tabela 3, abaixo, mostra a relação das respostas fornecidas pelos
entrevistados e que se enquadram na terceira categoria, “Destaque da Solução”,
desenvolvida seguindo o Método de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011 apud
HOFFMAN-CÂMARA, 2013).

Tabela 3

Entrevistado Categoria: Destaque da Solução

1 Acho que a principal razão que eu tive pra buscar essa mudança foi a
questão da entrada no prédio com carro. Eu costumo chegar tarde da
noite e me sentia muito exposta tendo que parar o carro, buzinar e
esperar o porteiro para abrir o portão pra mim. O acesso por controle
remoto individual e veloz pra mim foi a questão central, até porque
acredito que o porteiro abriria pra qualquer um que encostasse o carro
no portão e buzinasse. Isso garantiu também que só vai entrar morador
aqui no prédio.
33

2 O custo da portaria foi o fator mais importante pra ter essa mudança. A
gente estava à procura de uma alternativa de portaria 24 horas que não
pesasse tanto no nosso bolso. A gente avaliou com outras empresas que
fazem serviço de portaria e a Porter foi a que teve melhor relação custo
benefício.

3 O controle que eles fazem de quem entra e sai do condomínio foi a coisa
que mais me fez querer mudar porque antes os porteiros não faziam
nada para ter o mínimo de controle, qualquer um entrava aqui.

4 Sem dúvidas foi o controle de acesso dos moradores. A gente tinha


muito problema com isso, porque como eu falei, são mais de 400
pessoas aqui. Então imagina pro porteiro saber todo mundo que mora
aqui, a gente não tinha segurança nenhuma aqui porque eles abriam pra
todo mundo que parava na porta.

5 A gente tava buscando alguma solução que nos desse segurança,


porque ficamos com medo depois que a portaria ficou só 12 horas. Mas
a gente só conseguiu colocar porque tem um preço mais acessível,
então acho que o preço da Porter foi o principal.

6 Acho que foi o padrão de atendimento da empresa que mais me motivou


a mudar. O condomínio não tinha nenhum controle de quem entrava,
saía, visitantes, moradores, prestadores de serviço, todo mundo. Tava
uma bagunça e enxerguei isso como primordial.

7 O principal motivo pra gente mudar foi o preço da portaria, sem dúvidas.
A gente teve uma redução de custo que desonerou o condomínio e tá
todo mundo podendo pagar com mais facilidade.

8 Então, nosso maior problema eram os porteiros que liberavam o acesso


de quem não mora aqui, então a maior vantagem que eu percebi na
portaria remota é o controle dos acessos que eles fazem. Agora só entra
quem foi autorizado por alguém, e identificado.

9 Não acho que tenha um fator principal que me fez querer mudar. Vou ter
que falar os dois que mais fizeram sentido pra mim, que foi o controle
que eles fazem de quem quer acessar o condomínio e também a
automação das portas. Só esses dois já resolveram 80% dos problemas
que a gente tinha na portaria.

10 Com certeza foi a automação das portas e portão de garagem, porque


depois do susto que tomei quando cheguei e vi tudo aberto, vi que isso
podia estar acontecendo a qualquer hora do dia e sem eu saber. Agora
tenho muito mais segurança de que está tudo certo, até porque consigo
ver as imagens do condomínio pelo aplicativo.

Finalmente, com base na interpretação das respostas dadas às perguntas e


categorização das mesmas, podemos inferir certos comportamentos. Os
entrevistados 3, 4, 6, 8 e 9 concordaram que o controle de acesso que a empresa
realiza foi o fator fundamental para a mudança. Isso denota que havia uma demanda
por melhor controle por parte dos porteiros, que não seguiam padrões de
atendimento. Este é um fator de extrema relevância quando levado em consideração
que 90% das invasões ocorrem pela porta da frente, ou seja , pela liberação do
34

porteiro ou morador, indica Godoy (2009) . Com esse controle, a enorme maioria das
tentativas de invasão poderão ser inibidas.
O custo da portaria remota foi mencionado pelos entrevistados 2, 5 e 7 como
o principal fator para a mudança, principalmente para o 7, que obteve enorme
redução de custo com a adoção do sistema. Considerando o estudo desenvolvido
por Schwarz (2017), os custos com portaria giram em torno de 50% dos custos totais
em condomínios, portanto pode-se dizer que essa foi uma mudança extremamente
significativa, atingindo 40% de economia com esse custo. Os outros dois, os
entrevistados 1 e 10, mencionaram o acesso veicular veloz e a automação das
portas, respectivamente, como as principais motivações à mudança.
A partir do conjunto de respostas fornecidas, e após o tratamento das
mesmas com base no Método de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011 apud
HOFFMAN-CÂMARA, 2013), é possível concluir que existem alguns fatores que as
pessoas consideram mais relevantes dentro da solução. No entanto, foi notório que
o anseio pela mudança na portaria dos condomínios parte inicialmente de
experiências e fatores externos ao da solução, como a sensação de insegurança,
defeitos no modelo de portaria que havia antes e também falta de consciência em
atitudes e práticas por parte dos porteiros e também moradores, em alguns casos,
que poderiam vir a causar uma infeliz eventualidade.
A segurança foi o fator percebido que as pessoas mais tinham preocupação,
fato plenamente compreensível, considerando o aumento de 27% no número de
homicídios no Rio de Janeiro de 2012 para 2016 (IPEA, 2018) e ainda dados
referentes a invasão à domicílio que, segundo a ISP (2019), aumentou 70% entre
2017 e 2018. Especificamente, os entrevistados 1, 3, 4, 5, 6, 8, 9 e 10 indicaram
preocupação com a segurança quando perguntados sobre o funcionamento da
portaria anterior, apontando os defeitos existentes e transparecendo suas sensações
de insegurança.
Outro fator externo à solução que foi mencionado, extremamente relevante
para gerar essa predisposição de mudança, é a dificuldade econômica que os
condomínios passam a fim de manter uma portaria em funcionamento. Isso tornou
possível que a entrevistada 7, junto a outros moradores do condomínio, fosse em
busca de uma solução mais acessível, o que de acordo com Priore et al. (2015),
contribui tanto para a satisfação dos contribuintes, como também para a valorização
do imóvel. Esses moradores seguiram as recomendações de Filho e Monetti (2017,
35

p.23, que afirmam: “(...) a substituiç ão da portaria vinte e quatro horas por um
porteiro eletrônico ou central de portaria remota, soluç ões que permitem manter o
monitoramento e processo autorizaç ão de entrada na portaria”. Ao mesmo tempo,
essa mesma entrevistada conseguiu enxergar os diferenciais positivos da Porter
Portaria Remota após a experiência como usuária, inclusive dando indicações de
que o sistema atual possui mais tecnologia empregada, entregando mais conforto e
segurança na entrada dos moradores.
Já quanto aos fatores internos à solução, ou seja, as características e
atributos próprios da Porter Portaria Remota, o método em que se inferiu maior
exaltação pelos usuários é referente justo à demanda por segurança nos
condomínios. Este fator é o controle e gerenciamento de acesso, cujo atendimento é
padronizado, abordagens protocoladas e os acessos para os moradores eficientes,
de forma a garantir um gerenciamento de acesso ideal visando a segurança de
todos. Este, portanto, se mostrou como o fator convincente à mudança mais
percebido. Este fator foi, ainda, elencado como um dos seis pilares fundamentais do
CPTED na atuação contra criminosos (PARK, 2010 apud QUINTANA, 2013). Outros
também merecem destaque, como o custo da solução, que gera economia em
muitos casos, acesso veicular rápido e via controle remoto, a automação das portas,
instalação das eclusas inter-travadas e a função pânico, todos esses fatores que irão
garantir maior segurança para os usuários.
36

5. Conclusões

O estudo acima desenvolvido teve por objetivo evidenciar as principais


motivações dos usuários da Porter Portaria Remota, instalada em condomínios na
cidade do Rio de Janeiro, que os levaram a optar pela mudança na portaria. Foi
percebido que existem dois tipos de fatores que, juntos, contribuem para esse
processo tomar forma: externos e internos à solução. O primeiro é responsável pela
primeira fase, ou seja, os fatores que levaram os clientes da Porter a reconsiderar o
modelo de portaria que estava instaurado anteriormente.
A insegurança na cidade, precários (ou ausentes) procedimentos de controle
de acesso das portarias anteriores, falta de consciência de alguns moradores e
porteiros, e dificuldades econômicas dos condomínios se mostraram como principais
fatores externos. Ou seja, os fatores que fizeram com que essas pessoas se
tornassem insatisfeitas com o que tinham em seus condomínios, iniciando a busca
por novas alternativas
Dentre os fatores internos à solução, pode-se destacá-los a seguir: controle e
gerenciamento de acesso, custo acessível da solução (gerando economia em muitos
casos), acesso veicular agilizado, automação das portas e eclusas com
intertravamento. Esses fatores têm grande relevância no quesito convencimento das
pessoas, e que juntas, conseguem superar as maiores dores dos usuários,
referentes aos fatores externos à solução.
Dessa forma, este presente estudo pretende enriquecer o debate sobre
portaria remota, e também portarias não convencionais, no Brasil. Essa é uma
tendência clara que o mundo informatizado traz consigo, como têm feito nas últimas
décadas de forma muito competente e eficaz. Suas limitações podem ser presentes
devido ao limite geográfico imposto no estudo, considerando que o Rio de Janeiro
possui uma realidade que pode se diferenciar de outras no Brasil. Estudos futuros
sobre automação condominial poderão contribuir ainda mais na exploração desse
campo de conhecimento, que ainda têm muito a ser descoberto por conta das fortes
tendências globais na automatização de processos e procedimentos.
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