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Aula 03

POLITEC-PE (Perito Criminal - Área 3 -


Farmácia) Conhecimentos Específicos -
2024 (Pós-Edital)

Autor:
Ana Cristina dos Santos Lopes,
James Cabral Vieira, Rafaela
Gomes, Sônia Mota Dourado

10 de Maio de 2024

03637181258 - Luiz Felipe Carneiro de Farias


Ana Cristina dos Santos Lopes, James Cabral Vieira, Rafaela Gomes, Sônia Mota Dourado
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Sumário

Toxicologia Social .............................................................................................................................................. 2

Drogas de abuso.............................................................................................................................................. 12

Estimulantes do SNC ................................................................................................................................... 14

Cocaína .................................................................................................................................................... 14

Anfetamina ............................................................................................................................................... 33

Questões abordadas na aula ........................................................................................................................... 40

Lista de Questões ............................................................................................................................................ 44

Gabarito ................................................................................................................................................... 52

Questões comentadas ..................................................................................................................................... 53

Resumo............................................................................................................................................................. 67

Bibliografia ....................................................................................................................................................... 71

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Hoje estudaremos as principais drogas de abuso. Nem preciso dizer que em se tratando de provas é um
prato cheio para questões e, também, tema de redações.

Bom, quero ressaltar a vocês que é necessário abordar determinados assuntos de forma mais
aprofundada, do mesmo modo, outros assuntos são possíveis de serem mais suscintos, falo isso baseado
nas questões de provas passadas, então sempre que necessário iremos aprofundar.

Sem mais delongas, vamos iniciar!

TOXICOLOGIA SOCIAL

O CURSO
O estudo da toxicologia social é muitas vezes ignorada pelos alunos. Alguns acham chato, outros acham
que é intuitivo, enfim... O que quero dizer pra vocês é que dificilmente vamos ver uma questão que tenha
somente alternativas envolvendo toxicologia social (dificilmente porque geralmente vem pouquíssimas
questões sobre o tema), no entanto, isso pode mudar e pegar muitos alunos de surpresa.

De fato, a toxicologia social acaba sendo de certa forma intuitiva, mas gostaria de chamar atenção de
vocês, porque esse é um tema que pode perfeitamente ser cobrado em dissertações. Aliás é um tema
muito pertinente, já que nossa realidade hoje, diante de uma pandemia, mostrou que o consumo de
drogas (incluímos aqui o álcool também) vem aumentando.

Então meu bizu é: não precisam ficar decorando dados ou resoluções ou coisas do tipo, mas leiam
atentamente para vocês conseguirem entender o contexto do que é a toxicologia social e poderem fazer
uma boa redação caso haja pedida desse tema ok!

De acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC Nº 406 de 22/07/2020 o abuso de


medicamentos consiste no seu uso excessivo e intencional de um ou mais medicamentos sem finalidade
terapêutica e sem prescrição médica, podendo esse uso ser persistente ou esporádico, acompanhado de
efeitos físicos ou psicológicos prejudiciais.

Nesse contexto, acrescento que, o abuso de substâncias tanto as ilícitas quanto as lícitas (no caso dos
medicamentos) vai além desse conceito. Também se considera abuso o uso excessivo e intencional de
substâncias mesmo quando há prescrição médica. Isso porque é factível que o indivíduo utilize a
substância de maneira DIVERSA do que foi prescrita ou ainda prescrição médica de forma
INDISCRIMINADA.

Portanto, tanto as substâncias ilícitas quanto as lícitas podem ser usadas de forma abusiva para as mais
diversas finalidades como: recreativa, anabolizantes, abortivos, emagrecedores, calmantes etc.

E dessa forma inserimos nosso estudo à toxicologia social. De acordo com OGA, CAMARGO E
BATISTUZZO, 2021 a Toxicologia Social é a área da Toxicologia que estuda os efeitos nocivos
decorrentes do uso não médico e nem terapêutico de fármacos ou drogas, causando danos não somente
ao indivíduo, mas também à sociedade.

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Abrange fármacos e drogas cujos efeitos são largamente variáveis e afetam pessoas de todas as idades.
Além da possibilidade do desenvolvimento da dependência, o uso dessas substâncias pode acarretar
graves problemas de saúde incluindo AIDS, câncer e problemas cardíacos. Além da saúde debilitada, esta
situação gera um custo elevado tanto ao indivíduo como à sociedade, sem contar a associação com a
criminalidade, a violência, a marginalidade e sua vinculação com crimes econômicos.

Então vejam a complexidade em que se insere a toxicologia social, ela envolve saúde pública, segurança
pública e economia, que é praticamente o tripé de uma organização social, poderíamos também até
incluir a educação, até porque de uma forma não tão direta a educação também é afetada, uma vez que
se a criminalidade está alta, a saúde pública está debilitada e a economia anda mal, claro que afetará a
educação, que esse segmento é um dos segmentos mais sensíveis de uma sociedade.

Segundo o último relatório da Word Drug Report (UNODC) 2020, mostra que cerca de 269 milhões de
pessoas usaram drogas no mundo em 2018 - aumento de 30% em relação à 2009. Além disso, mais de 35
milhões de pessoas sofrem de transtornos associados ao uso de drogas.

O relatório também analisa o impacto da COVID-19 nos mercados de drogas e, embora seus efeitos
ainda não sejam totalmente conhecidos, o fechamento de fronteiras e outras restrições relacionadas à
pandemia já causaram escassez de drogas nas ruas, levando ao aumento de preços e à redução da pureza,
no entanto, ressalta-se que, o consumo de drogas, apesar da pandemia, amentou!

Os dados mundiais mostram que temos uma estabilidade no consumo de drogas naturais, como:
cannabis, cocaína e heroína e um crescimento vertiginoso das drogas sintéticas (como as metanfetaminas
por exemplo) nos últimos anos.

No Brasil, diferente do resto do mundo, há um consumo em crescimento das drogas naturais, cannabis e
cocaína, não há tradicionalmente consumo de heroína, e acompanhando a tendência global há um
crescimento muito substancial das drogas sintética.

Apesar de vivermos em uma sociedade mais conectada e bem informada, esse fator não modificou a
percepção popular sobre os prejuízos e danos advindos do consumo de drogas. De forma paradoxal,
mesmo com mais informações, temos uma tendência de aumento do número de usuários.

Portanto, a convicção que com mais informações os indivíduos estariam supostamente menos vulneráveis
não se confirmou. Em verdade, o que aconteceu na prática foi um aumento acelerado dessas substâncias
no mundo e em nosso país. Hoje, podemos constatar em série de pesquisas que está ocorrendo o
aumento do consumo de drogas psicoativas, quer sejam elas lícitas ou ilícitas, e consequentemente cresce
o número de dependentes e o prejuízo à sociedade moderna. O consumo abusivo de substâncias
psicoativas faz parte e integra a forma de vida da sociedade moderna, e de acordo com alguns
especialistas estamos vivendo uma verdadeira "Cultura de Drogas".

A "cultura das drogas" parte da enorme tolerância ao uso abusivo de álcool, passando pelo consumo de
uma enorme variedade de drogas, sejam elas tradicionais, como a maconha, a cocaína ou as novas
substâncias psicoativas (NSP). Também não podemos esquecer, mesmo parecendo menos grave, a
prescrição médica indiscriminada de muitos medicamentos psicotrópicos que determinam graves
dependências aos usuários.

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O relatório da UNODC também destaca que a cannabis foi a substâncias mais usada no mundo em 2018
(cerca de 192 milhões de pessoas). A cannabis também continua sendo a principal droga que coloca as
pessoas em contato com o sistema de justiça criminal, respondendo por mais da metade dos casos de
infrações à lei de drogas, com base em dados de 69 países, no período de 2014 a 2018.

Adolescentes e jovens representam a maior parcela daqueles que usam drogas, enquanto os jovens
também são os mais vulneráveis aos efeitos das drogas, pois são os que mais consomem e seus cérebros
ainda estão em desenvolvimento.

No entanto, apesar de a cannabis representar a maior parcela de usuários, os opioides são ao mais
nocivos, na última década o número total de mortes por transtornos associados ao uso de opioides teve
alta de 71%, com aumento de 92% entre as mulheres, comparado com 63% entre os homens.

O relatório também da UNODC 2020 também aponta que os países de baixa renda ainda sofrem com a
escassez de opioides farmacêuticos, usados para controle da dor e cuidados paliativos.

Mais de 90% de todos os opioides farmacêuticos disponíveis para consumo médico encontravam-se em
países de alta renda em 2018, compreendendo cerca de 12% da população mundial.

A estimativa é de que os países de baixa e média renda, que compreendem 88% da população mundial,
consumam menos de 10% de opioides farmacêuticos. O acesso aos opioides farmacêuticos depende de
vários fatores, incluindo legislação, cultura, sistemas de saúde e práticas de prescrição.

Pobreza, pouca educação e marginalização social continuam sendo fatores importantes que aumentam o
risco de ocorrência de transtornos associados ao uso de drogas. Além disso, os grupos vulneráveis e
marginalizados também podem enfrentar barreiras para obter serviços de tratamento devido à
discriminação e ao estigma.

O Brasil não é um grande produtor de drogas, sejam elas naturais, semissintéticas ou sintéticas. As drogas
naturais que são comercializadas em nosso país vêm do exterior. Da América Latina vêm a cocaína e a
maconha e da Europa vêm as sintéticas. Em razão de não ter condições climáticas necessárias, como
altitude, clima frio e seco com pequena insolação, não cultivamos o vegetal Erytroxylumn coca, do qual se
extrai a cocaína e se produz o crack.

A maconha é cultivada no Brasil em pequenas áreas isoladas nos estados do nordeste (Bahia,
Pernambuco, Maranhão) e norte (Pará e Amazônia) esta droga atende apenas ao mercado local. Quase a
totalidade da maconha consumida nos grandes centros do sul e do sudeste entra no país através do
tráfico internacional a partir do Paraguai.

As anfetaminas tradicionais são principalmente traficadas para o Brasil via Paraguai e Argentina. Já as
NSP entram no país vindas da Europa, principalmente da Holanda, Bélgica e Alemanha, Inglaterra e
China.

Organizações criminosas nacionais e internacionais atravessam nossas fronteiras vulneráveis e fazem do


país um corredor para o tráfico de cocaína para EUA, Europa e Ásia. Porém, cada vez mais abastecem um
mercado local que é muito grande e cresce dia a dia.

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Somos hoje o primeiro mercado de consumo de crack e o segundo em cocaína, atrás apenas do EUA. A
cocaína na forma de pasta básica é produzida em países vizinhos, como a Bolívia, a Colômbia e o Peru.
Essa pasta entra pela fronteira seca no Centro-Oeste e na Amazônia Legal e é distribuída para o restante
do país. A maior porção desta pasta base de cocaína é transformada em crack próximo ao local de
distribuição e de consumo. Uma pequena quantidade de cloridrato de cocaína é produzida no Brasil a
partir da pasta de coca importada destes países, a maior quantidade de cloridrato de cocaína consumida
é o que não foi para o tráfico internacional.

O comércio de drogas ilícitas está intimamente ligado ao aumento da violência e da criminalidade. Neste
contexto, há um cenário de violência sistêmica que no assola os grandes centros urbanos, principalmente
as periferias pobres e essa violência ceifa a vida de milhares de jovens do nosso país e tem uma relação
estreita com tráfico de drogas.

Quanto aos derivados do ópio (a morfina heroína), ainda há um mercado consumidor muito pequeno, em
razão do alto valor agregado a estas drogas e dos padrões de uso (geralmente injetado) que inviabiliza o
consumo da substância.

Os fármacos/drogas que causam dependência podem ser classificados em:

 Opiáceos: heroína, morfina, codeina;

 Estimulantes: cocaína, anfetamina, cafeína;

 Depressores do SNC: barbitúricos, benzodiazepínicos, etanol e inalantes;

 Tabaco: nicotina;

 Cannabis: ∆9-THC;

 Alucinógenos: LSD, psilocibina, mescalina.

Normalmente a terminologia "Drogas de abuso" é utilizada para essas substâncias proscritas (aquelas de
uso proibido pela legislação), no entanto, as drogas lícitas como etanol cafeína, barbitúricos,
benzodiazepínicos e tabaco também estão incluídas nessa terminação.

De acordo com as definições constantes no artigo 1º da Portaria SVS/MS nº 344/98, substâncias capazes
de causar dependência física ou psíquica são aquelas classificadas como entorpecentes ou psicotrópicos,
ou seja, aquelas inseridas nas listas A1, A2, A3, B1, B2, F1 e F2 do Anexo I da citada portaria.

No entanto, a própria ANVISA, em seu sítio eletrônico, afirma que as chamadas substâncias controladas
ou sujeitas a controle especial são substâncias com ação no sistema nervoso central e capazes de causar
dependência física ou psíquica, motivo pelo qual necessitam de um controle mais rígido do que o controle
existente para as substâncias comuns.

Os termos psicotrópicos e substâncias psicoativas, etimologicamente significam que agem no SNC. No


entanto, o ácido acetilsalicílico e os fenotiazínicos também agem nesse sistema e não são considerados
fármacos de abuso, esse é somente uma das divergência relacionadas à nomenclaturas.

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Vemos com frequência, sobretudo em noticiários, o termo "entorpecente" designando a cocaína por
exemplo. Mas, se formos levar ao pé da letra, esse termo está incorreto, no entanto, está presente na
própria portaria 344/98.

Entorpecentes são substâncias que age no sistema nervoso central, provocando estado de
entorpecimento, de embriaguez, e que, mesmo tolerável em doses altas pelo organismo, frequentemente
causa dependência e progressivos danos físicos e/ou psíquicos. Dessa forma, se formos considerar a
etimologia da palavra entorpecente, a cocaína não seria um, pois a cocaína é uma substância estimulante.

No entanto, destaco que característica comum entre as drogas de abuso, ou seja, o que as diferenciam
de outras e que justifica sua classificação em um grupo específico é o fato de TODAS apresentarem um
potencial para induzir dependência.

A terminologia para descrever a dependência, uso abusivo de drogas é um tanto quanto confusa. Isso
ocorre porque o uso repetido de determinadas substâncias ocasiona alterações neuroplásticas, nas quais
resultam em dois estados anormais: a dependência e a adicção.

O cérebro e outros tecidos adaptam-se à presença continuada da droga ou fármaco, mobilizando


progressivamente processos fisiológicos opostos às alterações causadas por elas, de forma a
contrabalançar o efeito. E a chamada contra-adaptação às ações agonistas de drogas ou fármacos.

Por exemplo, substâncias como o etanol e benzodiazepínicos (BZD) causam uma depressão da
excitabilidade dos neurônios, muda os fluxos de íons e promovem prejuízos na liberação de
neurotransmissores. Com isso o organismo promove alterações no sentido de alterar a excitabilidade da
membrana do neurônio facilitando o fluxo ativo e passivo de íons e liberando os neurotransmissores
afetados.

Essas alterações tendem a compensar o efeito do etanol e do BZD e produzir um estado funcional
aparentemente normal durante a presença dessas substâncias, dessa forma instala-se a tolerância
farmacodinâmica (ou toxicodinâmica).

Quando a substância é retirada (no nosso exemplo o etanol ou o BZD) as mesmas alterações dão origem
a uma hiperexcitabilidade (de rebote), porque já não são mais equilibradas pelas substâncias que estavam
sendo utilizadas.

A excitabilidade constitui, portanto, uma síndrome de abstinência, que pode variar desde sonolência,
tremores e irritabilidade até alucinações e convulsões tônico-clônicas.

As características particulares da síndrome de abstinência dependem das mudanças adaptativas induzidas


pela droga ou fármaco que, por sua vez, dependem em parte de suas ações farmacológicas.

Por exemplo, a morfina diminui a motilidade gastrintestinal e provoca miose (pupilas diminuídas), sua
síndrome de abstinência provoca hipermotilidade intestinal, diarreia e midríase (pupilas aumentadas).

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A intensidade da reação de abstinência também guarda relação com o tempo da ação de droga ou
fármaco. Um fármaco, por exemplo, que tem ação relativamente lenta e por tempo relativamente longo
devido à sua distribuição vagarosa, alta ligação às proteínas plasmáticas e biotransformação ou excreção
demorada, frequentemente dá origem a sintomas de abstinência menos intensos do que uma droga ou
fármaco que age de maneira rápida, intensa e breve. Presumivelmente, a eliminação lenta do fármaco
permite alguma medida de readaptação fisiológica enquanto sua concentração está decaindo.

Nem todos os usuários de drogas de abuso se tornam dependentes. Quando o indivíduo começa a usar a
droga, ele começa por vontade própria, ou seja, ainda existe uma vontade, um poder de escolha. No
entanto, a partir de um certo momento (momento esse que não necessariamente é definível), começa a
haver a dependência, e o usuário perde a capacidade de escolher ou não usar a droga.

Nesse ponto, podemos conceituar dependência física, psicológica e adicção.

 Dependência física: também chamada de dependência fisiológica, está relacionada com os sinais e
sintomas FÍSICOS que são oriundos da falta da droga (abstinência). Os mecanismos envolvidos
muitas vezes são iguais aos que causam a tolerância.

Quando o uso da droga é interrompido, o sistema biológico provoca efeitos inversos aos que
ocorrem na presença da droga como explicado anteriormente.

 Dependência psicológica: aqui a situação é mais complexa que pode ocorrer inclusive com
substâncias que não causam tolerância ou dependência física.

A dependência psicológica ocorre sempre que uma droga afeta o sistema de


recompensa encefálico. As sensações agradáveis produzidas causam o desejo de
continuar usando a droga. Quando o uso da droga é interrompido, as adaptações
ocorridas no sistema de recompensa encefálico manifestam-se como disforia e “fissura”
pela droga. Assim, tanto a dependência física quanto a dependência psicológica são
causadas por alterações nos processos de homeostase, mas esses processos ocorrem
em regiões diferentes do encéfalo.

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 Adicção: esse termo refere-se ao comportamento compulsivo de uso e procura de uma substância que
altera as atividades normais e leva o indivíduo à dependência. Quando dizemos que uma substância
tem um alto poder de adicção, significa que aquela droga, tem uma "capacidade maior" de causar
dependência no usuário.

Em algumas literaturas esse termo é usado como sinônimo de dependência, então é necessário que o
candidato mais uma vez faça a análise do contexto.

A adicção pode coexistir com a tolerância e a dependência, mas a presença desta última
não significa necessariamente adicção. Por exemplo, um paciente tratado com opioide
para alívio de dor crônica provavelmente desenvolverá tolerância à droga e necessitará de
doses maiores com o tempo.

No entanto, isso não significa necessariamente adicção ao opioide e provavelmente será


possível reduzir a dose aos poucos e, por fim, eliminar o analgésico quando cessar a dor.

Nesse caso, o paciente é considerado tolerante e dependente do opioide, mas não


adicto. A tolerância e a dependência são adaptações fisiológicas normais ao uso
contínuo de uma droga, ao passo que a adicção representa um estado de má adaptação.

Também é importante saber como as drogas recebem uma classificação de serem ou não uma droga que
tem potencial de produzir dependência. Para tanto, a substância precisa cumprir com alguns critérios.

O que caracteriza a dependência química e pode definir um diagnóstico clínico é a presença de um


conjunto de sintomas comportamentais, cognitivos e fisiológicos, indicando que o indivíduo continua
utilizando uma substância, apesar dos significativos prejuízos a ela atribuídos.

Assim, pode-se estabelecer um padrão de uso característico da dependência, que inclui:

✓ O uso da substância em dose e/ou tempo acima do pretendido inicialmente;

✓ O fracasso em diversas tentativas de controlar ou reduzir o uso da substância;

✓ O tempo excessivo gasto para a recuperação dos efeitos ou para a aquisição da droga (ou seja, a
existência de ressaca);

✓ Uma importante disfunção social, com redução drástica de atividades recreativas e ocupacionais;

✓ A manutenção do uso da substância mesmo sabendo das perdas sociais, econômicas e afetivas e
dos danos que essa droga pode causar ao organismo.

Outro critério de diagnóstico amplamente utilizado no Brasil é aquele produzido pela Classificação
Internacional de Doenças, atualmente em sua décima edição, a CID-10. Com base nessa classificação, a
dependência de substâncias compreende seis critérios, e uma pessoa é considerada dependente se
apresentar pelo menos três desses critérios.

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1. Desejo forte e compulsivo de consumir a substância;

2. Dificuldades para controlar o comportamento de consumo de substâncias em termos de início, fim ou


níveis de consumo;

3. Estado de abstinência fisiológica, quando o consumo é suspenso ou reduzido, evidenciado por


síndrome de abstinência característica ou consumo da mesma substância (ou outra muito semelhante) com
a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;

4.Evidência de tolerância, ou seja, necessidade de doses crescentes da substância psicoativa para a


obtenção dos efeitos anteriormente produzidos com doses inferiores;

5. Abandono progressivo de outros prazeres ou interesses em virtude do consumo de substâncias psicoativas,


aumento do tempo empregado na aquisição ou consumo da substância ou na recuperação de seus efeitos;

6. Persistência no consumo das substâncias apesar de provas evidentes de consequências


manifestamente prejudiciais, tais como lesões hepáticas causadas por consumo excessivo de álcool,
humor deprimido consequente a um grande consumo de substâncias, ou perturbação das funções
cognitivas relacionada com a substância.

Nesse contexto há dois critérios biológicos, abstinência e tolerância, e quatro critérios que incluem
elementos cognitivos: desejo compulsivo; dificuldades de autocontrole; dificuldade de se proteger dos
danos evidentes provocados pelo uso; e restrição dos interesses e ampliação progressiva do tempo
despendido com a droga.

01. (IDECAN - 2021 - Perito Legista de 1ª Classe (PEFOCE)/Farmácia) O uso abusivo de substâncias
constitui um grande problema de saúde e segurança pública, com impactos nos indivíduos e na
sociedade. Assinale a alternativa que corresponda à área de atuação da toxicologia que estuda os
efeitos e os impactos sociais do uso abusivo de substâncias químicas.

a) Toxicologia de Medicamentos
b) Toxicologia Forense
c) Toxicologia Clínica
d) Toxicologia Social
e) Toxicologia Comportamental

Comentários: A questão busca conhecimento do candidato a respeito dos conceitos das áreas de
estudo da Toxicologia, mais especificamente da TOXICOLOGIA SOCIAL.

Vejamos os conceitos já estudados...

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a) Alternativa INCORRETA: A Toxicologia de Medicamentos e Cosméticos é a área em que se estudam


os efeitos nocivos produzidos pela interação de medicamentos ou cosméticos com o organismo,
decorrentes de uso inadequado ou da suscetibilidade individual.

b) Alternativa INCORRETA: A Toxicologia Forense é uma aplicação da toxicologia analítica no campo


forense com aplicação sobre os aspectos médico-legais dos efeitos nocivos dos agentes químicos sobre
seres humanos e animais, ou seja, no aspecto forense, as análises toxicológicas são usadas na detecção
ou identificação de agentes tóxicos para fins médico-legais em materiais biológicos ou em materiais
diversos como água, alimentos, medicamentos, drogas comercializadas lícita ou ilicitamente, entre
outras, envolvidas em ocorrências policiais/legais.

c) Alternativa INCORRETA: A Toxicologia Clínica será a área de estudo das doenças causadas ou
associadas com agentes tóxicos e do tratamento do intoxicado. O atendimento do paciente exposto ao
toxicante ou do intoxicado, para prevenir ou diagnosticar a intoxicação e aplicar-lhe uma terapêutica
específica é da competência dos profissionais que se dedicam à Toxicologia Clínica ou Médica.

d) Alternativa CORRETA: A Toxicologia Social é a área da Toxicologia que estuda os efeitos


nocivos decorrentes do uso não médico e nem terapêutico de fármacos ou drogas, causando danos
não somente ao indivíduo, mas também à sociedade. Portanto, a alternativa é o nosso gabarito, pois o
uso abusivo de substâncias (medicamentos e drogas) não prescritas por profissional de saúde - uso
recreativo - gera danos: I) ao indivíduo, basta lembrarmos de um com overdose; II) à segurança pública,
basta lembrarmos do combate ao tráfico de drogas e os crimes decorrentes deste; III) à sociedade,
basta lembrarmos da violência ocasionada pelos danos anteriores.

e) Alternativa INCORRETA: A Toxicologia Comportamental é o estudo dos efeitos adversos de


substâncias químicas (ambientais, industriais, radioativas) e outros compostos e a forma como eles
influenciam na fisiologia do intoxicado. Além disso, ela também estuda como o controle das variáveis
do ambiente pode atuar no comportamento do indivíduo.

Em suma: A Toxicologia Comportamental estuda a exposição a substâncias e compostos químicos


tóxicos a qual ocorre na maioria das vezes de forma involuntária, seja por, via de regra, exposição
aguda em concentrações muito altas e próximas da letalidade, seja por exposição crônica em baixas
concentrações.

02. (INSTITUTO AOCP - PC/ES - 2019) Sobre toxicologia social e uso abusivo de substâncias,
assinale a alternativa correta.
a) A dopamina é um neurotransmissor intimamente ligado ao processo de dependência pelo tabaco.
b) O uso não médico de um fármaco refere-se somente a um fármaco utilizado sem prescrição.
c) Tolerância cruzada é quando um indivíduo tolerante a uma substância transmite para seus filhos
essa tolerância.
d) O LSD, principal constituinte do ópio, tem um elevado poder alucinógeno.
e) Os benzodiazepínicos ligam-se em receptores específicos acoplados a receptores de glutamato.

Comentários: Gabarito letra A!

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A - CORRETA. A dopamina é um neurotransmissor que está envolvido no processo de recompensa do


sistema límbico liberada no uso de várias substâncias psicoativas incluindo a nicotina, portanto, está sim
intimamente ligado com o processo de dependência do abuso do drogas em geral.
B- ERRADO. O abuso de medicamentos consiste no seu uso excessivo e intencional de um ou mais
medicamentos sem finalidade terapêutica e sem prescrição médica ou ainda de forma diversa da
prescrita, podendo esse uso ser persistente ou esporádico, acompanhado de efeitos físicos ou
psicológicos prejudiciais. Isso significa que o abuso do medicamento pode ocorrer também com
substâncias que foram prescritas pelo médico.
C- ERRADO. A tolerância cruzada ocorre quando o uso repetido de uma droga de determinado grupo
confere tolerância não apenas a esta droga, mas também às outras substâncias com estruturas e
mecanismos de ação semelhantes.
A questão se refere a tolerância inata, que se refere à falta de sensibilidade determinada
geneticamente a uma droga e que é observada desde a primeira vez que é administrada.
D - ERRADO, o LSD é uma substância semissintética, produzida a partir do ácido lisérgico, alcaloide
produzido pelo Claviceps purpurea, fungo pertencente ao gênero Claviceps, que representa um grupo
de ascomicetos patogênicos.
Trata-se de uma substância alucinógena, na qual pode ser sintetizado por diversas rotas, partindo-se do
ácido lisérgico natural ou produzido a partir da ergometrina ou ergotamina, que também são alcaloides
do ergot.
E - ERRADO. Os benzodiazepínicos são depressores do SNC que se ligam a sítios alostéricos dos
receptores GABA. O receptores Glutamaérgicos são receptores que promovem estímulo do cérebro,
portanto substâncias que se ligam a esses receptores são estimulantes e não depressoras, como os
benzodizepínicos.

03. (INSTITUTO AOCP - PC/ES - 2019) O uso abusivo de drogas tem um poder devastador sobre a
saúde individual e coletiva. Assim, medidas são tomadas frequentemente para coibir tal situação.
Sobre o uso abusivo de substâncias psicoativas e a dependência que essas substâncias podem gerar,
assinale a alternativa correta.

a) A dependência psicológica é uma condição que se caracteriza por uma síndrome de retirada ou
abstinência.
b) A maconha e a morfina exercem seus principais efeitos sobre os mesmos receptores.
c) A cocaína atua ao bloquear o transportador que retira, principalmente, a dopamina da sinapse em
áreas cerebrais críticas.
d) A heroína é um opioide que pode ser desacetilado em metabólitos ativos como a cocaína.
e) Embora o álcool cause dependência, não se observa a ocorrência de tolerância em seus usuários.

Comentários: Gabarito letra C !

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A - ERRADO, a síndrome de abstinência é o sinal fundamental da dependência FÍSICA. A dependência


psicológica é um estado complexo que leva em conta variáveis como características da droga do
usuário e do ambiente. Está relacionado com o poder de adicção da droga (basicamente o efeito do
sistema de recompensa produzido), com as características dos usuários tais como metabolismo,
respostas farmacológicas, tolerância e características do ambiente como influência das pessoas do
convívio, normas sociais etc.

B - ERRADO, são receptores diferentes – receptores canabinoides para maconha e receptores


opioides para morfina.

C - CORRETO, o exato mecanismo de ação da cocaína ainda não está estabelecido, no entanto,
sabemos que ela atua na inibição da recaptação da dopamina e noradrenalina, aumentando a
concentração desses neurotransmissores nas fendas sinápticas, dessa forma ela de fato bloqueia o
transportador e aumenta os níveis do neurotransmissor dopamina.

D - ERRADO, a desacetilação da heroína tem como metabólito 6-monoacetilmorfina e a morfina a


cocaína não tem nada a ver com isso aliás ela é um estimulante do SNC e atua em recptores
diferentes aos da heroína.

E - ERRADO, o álcool é também considerado droga de abuso, e a tolerância ao álcool pode ser inata
(relacionado com predisposições genéticas) ou adquirida (conforme o uso). A tolerância ao álcool pode
levar o indivíduo a consumir doses extremamente altas sem apresentar sedação profunda.

DROGAS DE ABUSO
Bom, até aqui vocês já sabem que drogas de abuso é um termo bastante amplo. Se fôssemos descrever
aqui todas, essa aula teria que ter pelo menos umas 800 páginas. Claro que se fosse preciso descreveríamos
todas, no entanto, não é preciso, 99,9% das questões acabam sendo sempre sobre as mesmas substâncias.
A nossa abordagem aqui será em relação às drogas de abuso de uso proibido (proscrito) como a cocaína,
cannabis, LDS entre outras.

A classificação das drogas de abuso também é mais uma coisa que não há consenso entre os autores. De
toda forma a classificação mais comum e bem aceita na comunidade é a demonstrada no diagrama a
seguir (contemplando somente as substâncias que iremos abordar na aula, ou que já abordamos em aulas
anteriores):

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Em relação à classificação, cumpre algumas observações:

Vejam que a Cannabis está classificada como "Perturbadora" do SNC, no entanto, os alucinógenos
também são perturbadores. Acontece que, dizer que há uma perturbação no SNC não necessariamente
estamos dizendo que há uma alucinação.

A perturbação pode ser no sentido de potencializar os efeitos sensoriais (o que é comum no uso da
cannabis) mas sem que haja uma alucinação. Aliás, a alucinação até pode ocorrer com o uso da cannabis,
mas ocorre somente em alguns usuários e em doses altas. Então vejam que não podemos classificar a
cannabis como droga alucinógena porque o padrão de resposta dessa droga não é a alucinação.

Percebam também que o termo "Anfetamínicos" é uma classificação genérica da qual extraímos uma
série de substâncias. No entanto algumas possuem efeito predominantemente estimulante como por
exemplo a própria anfetamina, já outras com efeito alucinógeno predominante como por exemplo o
MDMA (ecstasy).

Mas percebam que apesar de o Ecstasy ser classificado como alucinógeno ele também não deixa de ser
um estimulante, e poderia acertadamente estar nas duas listas. De toda forma quero pedir a vocês que
sejam flexíveis quanto a classificação, e que se encontrarem alguma classificação diversa LEIAM com
atenção e se lembrem que a classificação não é fixa, podendo algumas substâncias terem mais de uma
classificação como por exemplo o MDMA que também pode ser classificado como droga entactógena.

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Claro que se virem uma questão dizendo que a cocaína é uma droga depressora do sistema nervoso
central está incorreto. Assim como ocorre na classificação do MDMA, apesar de a cocaína também
produzir efeitos alucinógenos, sobretudo em altas doses, quando combinadas a outras drogas ou ainda a
depender da características do indivíduo, a sua classificação tradicional e mais aceita é de que trata-se de
uma substância estimulante, já que é esse o padrão de resposta da droga. Então quando forem pensar
em classificação da droga pensem no PADRÃO de efeitos dessa droga, no PADRÃO de resposta, ou seja,
o efeito mais comum que determinada droga causa no organismo em geral sem considerar as
peculiaridades.

Agora, antes de iniciarmos o estudo das substâncias, vamos descrever o significado de alguns termos
bastante utilizados em provas:

São drogas Depressoras da Atividade do Sistema Nervoso Central (SNC),


referem-se ao grupo de substâncias que diminuem a atividade do cérebro,
Drogas Psicolépticas ou seja, deprimem o seu funcionamento. Ex. Barbitúricos, Benzodiazepínico,
etanol, opiáceos etc.

Drogas São as substâncias alucinógenas ou que produzem algum erro mental. Têm
por característica principal a despersonalização em maior ou menor grau.
Psicodislépticas São exemplos o LSD, MESCALINA, MDMA, DOB etc.

São substâncias que possuem ação elevadora do tônus psíquico, ou seja,


Drogas estimulam o sistema nervoso central e a vigilância, diminuem a fadiga
momentânea, estimulam o humor. São exemplos a cocaína, Anfetamina,
Psicoanalépticas cafeína etc.

ESTIMULANTES DO SNC

Cocaína

A cocaína é um alcaloide que possui como principal efeito a ação estimulante. Trata-se do principal
alcaloide encontrado nas folhas do vegetal Erytroxylum coca Lam., um arbusto ramificado originário da
zona tropical dos Andes que pode chegar a medir cerca de dois a três metros de altura, e que se
desenvolve preferencialmente em altos níveis de altitude (700 a 1.700 metros), em regiões de clima
úmido.

Os alcaloides são produtos de origem vegetal, predominantemente encontrado em angiospermas, são

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compostos nitrogenados farmacologicamente ativos e amplamente empregados em fins terapêuticos,


como a tropina, codeína, morfina e outros. Um grande número de plantas da família Erythroxylaceae
produz uma variedade de alcaloides tropânicos, onde a cocaína é originada a partir da esterificação do
grupo hidroxila com ácidos aromáticos, e é a mais conhecida, por ser largamente utilizada como droga de
abuso.

A cocaína já foi detectada em 23 espécies selvagens de Erythroxylum, porém, somente em quatro


variedades (var.) de duas espécies apresentam os maiores teores de cocaína, e que são as plantas
cultivadas até hoje para a produção de cocaína representando cerca de 97% da produção mundial, são
elas:

o Erythroxylum coca var. coca;

o Erythroxylum coca var. ipadu;

o Erythroxylum novogranatense var. novogranatense; e

o Erythroxylum novogranatense var. truxillense.

Dentre esta variedade de espécies, a Erythroxylum coca e Erythroxylum novogranatense


são as que possuem um maior teor de cocaína em suas folhas, variando de 0,5 a 1,5 %,
sendo estas, encontradas nos Andes e na Colômbia.

A nomenclatura sistemática da IUPAC para a cocaína é Metil-(1S, 3S, 4R, 5R)-3-(benzoiloxi)-8–metil–8–


azabiciclo[3.2.1]-octano–2–carboxilato e com fórmula molecular de C17H21NO4 .

Os alcaloides típicos das folhas de coca possuem um núcleo tropânico de ecgonina e um ácido
carboxílico (Figura 1). Os alcaloides naturais são todos ésteres metílicos da carboxila da ecgonina, sendo
que sua hidroxila alcoólica pode se encontrar também esterificada pelos ácidos benzoicos (figura 2),
cinâmico ou truxílico.

Ácido carboxílico
Núcleo
tropânico

Figura 1: Núcleo tropânico e ácido carboxílico comum às variedades de folhas de coca.

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Figura 2: Fórmula estrutural da cocaína base (benzoilmetilecgonina)

Pessoal, no contexto de provas é importante entender como ocorre o processo de fabricação da droga,
não que esse assunto seja muito recorrente, embora possa ser cobrado, é importante, principalmente os
que futuros peritos saibam, já que os traficantes sabem muito bem como funciona!

O processo de obtenção da droga começa com a maceração das folhas de coca por meio de ácidos e
solventes orgânicos. Após essa primeira etapa obtém-se a pasta de coca (coca base) que é a forma em
que a cocaína costuma ser traficada. A partir desse produto são feitas as outras formas de apresentação
da cocaína como o cloridrato de cocaína (o pó branco), o crack principalmente. Estima-se que 100 kg de
folhas de coca dão origem a 1.000 g de pasta de coca.

A purificação da cocaína é conhecida como refino e pode incluir as transformações em suas diversas
formas de apresentação. As etapas de refino podem ser executadas por diferentes laboratórios
clandestinos distantes das plantações de coca (em outros países, por exemplo).

A cocaína é uma molécula com propriedades de base fraca, ao reagir com soluções aquosas de ácidos,
promove a protonação do grupo amina formando sais como o cloridrato de cocaína e o sulfato de cocaína.

É uma reação química rápida e eficiente para realizar o isolamento de alcaloides de matrizes complexas,
já que, normalmente, as propriedades de solubilidade dos produtos são contrárias ao da base livre
correspondente. Porém, ao adicionar uma base como o hidróxido de sódio ao sal de cocaína, a reação
inversa ocorre, transformando o sal de volta a cocaína base livre, porém a reação contribui para que haja
hidrólise da cocaína, formando subprodutos que são classificados como impurezas.

Os alcaloides benzoilecgonina, ecgonina e metilecgonina, são frequentemente encontrados em amostras


de cocaína refinada, acredita-se que essas substâncias, apesar de serem produzidas pelas folhas, estão
presentes nas amostras por serem produtos da quebra das ligações dos grupos ésteres que ocorre na
hidrólise da cocaína durante o refino, transporte e armazenamento da droga.

A pasta base ou cocaína base são as formas de tráficos menos refinadas, e a preparação do crack é feita
tanto a partir do cloridrato de cocaína como a partir da fusão de pasta-base. Isso vai depender de como o
traficante recebe a droga. Aqui no Brasil o mais comum é fazer o crack a partir da pasta-base.

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Há uma grande variedade de produtos químicos capazes de atuar com eficiência nas etapas de extração
e refino da cocaína. A produção ilícita de cocaína envolve, preferencialmente, solventes e reagentes mais
baratos e de pronta disponibilidade. Com a escassez de determinado reagente, os traficantes podem
utilizar outro com características químicas semelhantes (ácido sulfúrico no lugar de ácido clorídrico ou
acetato de etila no lugar de éter etílico, por exemplo).

Os diferentes métodos utilizam substâncias variadas como cal, querosene, carbonato de cálcio, hidróxido
de amônia, ácido clorídrico, acetona, permanganato de potássio, ácido sulfúrico entre outros. Vejam o
esquema a seguir das rotas de refino da cocaína.

Fonte: (SOUZA, 2014)

A pasta base da cocaína é a primeira forma na qual a cocaína se apresenta, trata-se do produto da
maceração que ocorre por meio do contato das folhas com solventes orgânicos como: óxido de cálcio,
querosene, ácido súlfurico, carbonato de sódio.

Os procedimentos de obtenção da cocaína a partir das folhas de coca normalmente seguem as seguintes
etapas:

 Forma-se uma polpa de folhas de coca secas com água e cal, no processo de extração básica e
ácido sulfúrico no processo de extração ácida;

 Essa polpa é macerada e misturada com um solvente orgânico como a querosene por exemplo;

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 Em seguida a polpa de folhas da coca é descartada e um ácido como o ácido sulfúrico por
exemplo é adicionado à fração orgânica ocorrendo uma separação da fase orgânica (querosene), a
qual é descartada, da fase inorgânica.

 Na solução acidificada acrescenta-se uma solução aquosa alcalina de uma base como o
carbonato de sódio ou solução de amônia, formando um precipitado da cocaína na forma bruta.

 O precipitado deve ser removido e seco, obtendo a pasta base.

 A pasta base pode ser dissolvida em ácido sulfúrico e em permanganato de potássio, até
começar a ficar com coloração rosada. Logo após, adiciona-se uma solução aquosa alcalinizada de
hidróxido de amônio para formar um precipitado, que deve ser lavado, filtrado e colocado para
secar, o produto desta etapa é a cocaína base.

 Outro solvente como o éter etílico poder ser adicionado a cocaína base, promovendo a
dissolução que em seguida é filtrada, ao adicionar ácido clorídrico e acetona na partição filtrada,
obtém-se como produto o cloridrato de cocaína.

Porém, a cocaína base pode ser submetida à outra via seguida de uma solução de querosene, uma
solução diluída de ácido sulfúrico e posteriormente adicionando carbonato de sódio, e obtém-se a merla.

O cloridrato de cocaína também pode ser dissolvido em água, seguido de adição de bicarbonato de sódio
ou amoníaco, aquecido até que a cocaína-base seja transformada em óleo, em seguida o óleo é resfriado
com gelo, até a solidificação da substância, as pedras formadas são quebradas e secas sob incidência de
luz ou forno micro-ondas, obtendo-se o crack.

As formas de apresentação da cocaína não são estagnadas, estando sujeitas a alterações diversas que
tipicamente ocorrem nesta atividade ilícita, como a disponibilidade de produtos químicos ou adulterantes
e formas alternativas ou regionalizadas de preparação. Porém, podem ser elencadas algumas
características dessas principais formas de apresentação da cocaína obtidas a partir do refino das folhas
de coca.

Formas de apresentação da cocaína

PASTA BASE : cocaína na forma de base livre, é o primeiro produto obtido a partir da extração de folhas
de coca. Em situações de tráfico poucas vezes se apresenta na forma pastosa, mas sim em pó e/ou
grumos o que pode gerar confusão na hora da identificação da cocaína, muitas vezes sendo classificada
erroneamente como crack, isso ocorre porque a preparação para o transporte que muitas vezes envolve a
prensagem do material, podendo gerar confusão com a forma de apresentação do crack em uma análise
preliminar.

Apresenta normalmente coloração bege ou pardacenta mais escura. Consome-se na forma fumada pura
ou misturada com tabaco ou maconha

COCAÍNA BASE : cocaína na forma de base livre, é a pasta base refinada, isto é que sofreu processos de
oxidação ou lavagens com permanganato de potássio ou etanol, por exemplo, que removem impurezas
como os alcaloides cis e trans-cinamoilcocaína. Apresenta coloração bege mais clara na forma de pó e/ou

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grumos. Consome-se na forma fumada pura ou misturada com tabaco ou maconha.

CRACK : cocaína na forma de base livre, de coloração marfim ou pardacenta apresenta-se na forma de
pedras. Ao contrário da ideia corrente, o crack não é um subproduto do refino, mas sim uma forma de
apresentação preparada especialmente para mercados e consumidores exclusivos. Muitas vezes
apresenta resíduos de carbonatos ou bicarbonatos em sua constituição.

A definição da forma de apresentação de uma amostra como crack depende da característica física da
pedra fundida, que não é friável, isto é, não se esfarela com facilidade (como as pedras e grumos de pasta
base ou cocaína base). Consome-se, principalmente, na forma fumada pura.

MERLA : cocaína na forma de base livre, na forma de uma pasta branca molhada, com altos teores de
água (até 70%) e de sais de sódio (sulfato, carbonato, bicarbonato). O grande teor de água e a presença
de bases levam a grandes taxas de decomposição da cocaína, formando majoritariamente
benzoilecgonina. A merla é uma forma de apresentação tipicamente encontrada no Brasil, mais
especificamente no Distrito Federal e entorno. Consome-se na forma fumada misturada com tabaco ou
maconha.

CLORIDRATO DE COCAÍNA - cocaína na forma de sal preparado pela reação de cocaína base com ácido
clorídrico e precipitado em solventes orgânicos (éter etílico, acetona, acetados de etila e n-butila, por
exemplo) e normalmente apreendidas em forma de pó de coloração branca.

O custo do processamento a partir da cocaína base e o tipo de público consumidor desta forma de
apresentação elevam seu valor no mercado ilícito e incentivam adulterações ou diluições por adição de
outras substâncias. Consome-se cocaína sal principalmente por aspiração intranasal, mas também pode
ser usada via intravenosa diluída em solução aquosa.

1) Cocaína base
2) Cloridrato de cocaína
3) Crack

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O cloridrato de cocaína é encontrado sob a forma de um pó solúvel em água, decompondo-


se por volta de 195 °C, e a cocaína na sua forma de base livre é encontrada como cristais
incolores com ponto de fusão em 98 °C.

É por isso que o crack pode ser fumado uma vez que seu ponto de fusão é bem menor que
o ponto da cocaína. Se houver tentativa de fumar o cloridrato de cocaína, os alcalóides
serão decompostos antes que ela se volatilize inviabilizando essa forma de uso.

A composição da cocaína apresenta variabilidade considerável de adulterantes, sobretudo o cloridrato de


cocaína pelos motivos já mencionados.

A droga de rua geralmente encontra-se adulterada com uma enorme diversidade de produtos em
proporções desiguais, com atividade psicoativa ou não, conforme a vontade do traficante, que busca
sempre baratear o custo da produção e aumentar a lucratividade.

Dentre os adulterantes mais comumente encontrados na droga de rua, encontram-se os anestésicos


locais (benzocaína, procaína, tetracaína, bupivacaina, etidocaína, lidocaína, mepivacaína, dibucaína,
prilocaína), estimulantes (cafeína, teofilina, ergotamina, estricnina, efedrina, fenilpropanolamina,
metilfenidato e anfetamina). O piracetam (um medicamento nootrópico) e o levamisol (um medicamento
utilizado para combater verminozes) também são encontrados.

Em relação ao levamisol ainda não há uma comprovação científica categórica, no entanto, estudos
demonstram que esse fármaco possui atividade estimulante do SNC, quer seja pelo aumento do efeito da
dopamina ou pela produção do metabólito ativo aminorex, que possui atividade semelhante à provocada
pelos anfetamínicos, o que justifica sua adição na adulteração. É importante ressaltar que a presença do
levamisol interfere em tradicionais testes preliminares (cor) de identificação da droga.

Quanto aos diluentes, citam-se a glicose, lactose, sacarose, manitol, amido, talco, carbonatos, sulfatos e
ácido bórico.

É muito importante que vocês entendam a diferença entre adulterantes e diluentes!

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Adulterantes são substâncias que contém princípios ativos no intuito de "mimetizar" alguns efeitos da
droga como efeitos estimulantes e anestésicos. Essa adulteração é feita com a intenção de baratear a
droga sem que o usuário perceba a troca.

Já os diluentes não possuem princípios ativos que mimetizam a droga. Essas substâncias também são
adicionadas no intuito de baratear a droga, promovendo um aumento do volume da droga. Na verdade,
ambas promovem um aumento da massa da droga, mas os adulterantes possuem efeitos farmacológicos
e os diluentes não.

Outra coisa importante é em relação ao padrão de uso da cocaína, que está intimamente relacionado
com o efeito que os usuários estão buscando. Dependendo da sua forma de consumo, a cocaína leva
diferentes tempos para ser absorvida pela corrente sanguínea, atingir o cérebro humano e desencadear
os efeitos psicotrópicos:

FOLHAS DE COCA BEBIDAS COM COCAÍNA


MASCADAS (via oral)

o efeito se inicia em 20 a 30 minutos O efeito se inicia de 15 a 30 minutos

CLORIDRATO DE COCAÍNA
COCAÍNA INTRAVENOSA
(via intranasal)

o efeito se inicia em 3 a 5 minutos O efeito se inicia em 30 segundos

COCAÍNA FUMADA

o efeito se inicia em 5 a 8 segundos

Dessa forma, percebemos o porquê de o crack ter um poder de adicção tão alto. Vejam que os
efeitos são imediatos, provocando euforia intensa em segundos. No entanto, após passar esse
efeito, há uma depressão intensa também fazendo com que o usuário procure de forma frenética
fazer uso de mais doses.

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Toxicocinética - absorção

A velocidade de absorção e a máxima concentração plasmática atingida são dependentes das vias de
introdução pelas quais ocorre a autoadministração de cocaína que, por suas características de absorção,
podem ser divididas em intranasal, oral, intravenosa e respiratória, sendo a mais comum a intranasal e a
respiratória (inalação através do ato de fumar).

Intranasal

Na administração pela via intranasal, a velocidade de absorção pelas membranas das mucosas da cocaína
ocorre de forma lenta e baixa, isso porque a taxa de difusão pela mucosa nasofaríngea é lenta devido as
propriedades vasoconstritoras presentes na própria droga.

A administração por esta via produz teores plasmáticos menores por um tempo mais prolongado devido
à velocidade mais lenta de absorção. A concentração plasmática de pico ocorre, em média, após 30
minutos e está condicionada às diferenças na efetividade da técnica da aspiração (deglutição parcial da
dose) e às características individuais do usuário, que produzem diferentes níveis de vasoconstrição da
mucosa, possibilidade de ocorrer biotransformação na própria mucosa etc. Embora mais lenta no
aparecimento dos efeitos, esta via apresenta-os em termos de magnitude, comparável aos relativos via
intravenosa.

Não podemos confundir isso ok? com cocaína cheirada, a absorção é via intranasal e em menor parte oral
(quando no processo de cheirar alguma parte acaba sendo deglutida). Outra coisa, o tempo de início dos
efeitos não é o tempo e pico de absorção plasmática, são tempos diferentes!!

Quando a cocaína é deglutida, ou quando é ingerida com bebidas alcoólicas, a absorção é menor em
razão do metabolismo de primeira passagem sofrido pela droga.

Aproximadamente 20 a 30% da cocaína administrada pela via intranasal é absorvida, com pico plasmático
ocorrendo entre 30 e 60 minutos após o uso. O tempo de meia-vida é aproximadamente 60 minutos.

Inalatória e Venosa

A cocaína fumada (na forma de base) e injetada (na forma de sal) tem uma velocidade de absorção muito
alta. No caso da cocaína fumada (por meio do crack principalmente) essa velocidade se deve à extensa
área de exposição proporcionada pela superfície pulmonar, que é altamente vascularizada. Essas vias de
administração são equivalentes quando comparamos à rapidez dos efeitos farmacológicos.

O início dos efeitos é imediato (alguns segundos), alcançando o máximo de intensidade em cerca de 5
minutos, com duração de aproximadamente 30 minutos.

A observação desse fenômeno é de extrema importância uma vez que o uso da cocaína nessa forma
pode levar à dependência em um período muito curto de uso da droga. O tempo de meia-vida para essa
via e para a via endovenosa é de cerca de 10 a 30 minutos.

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Via oral

A cocaína usa por via oral ocorre quando há a deglutição involuntária no momento da aspiração, ou
ingerida de forma voluntária geralmente adicionada ao álcool. Apesar de ser uma via menos usada, em
relação as outras é uma via quimicamente estável, apresentando uma boa biodisponibilidade. O pico de
concentração plasmática geralmente ocorre entre 45 e 90 minutos.

No estômago a cocaína sofre ionização no meio ácido do estomacal e por isso demora em atingir o meio
menos ácido do intestino delgado, local onde a forma não-ionizada prevalece, levando a uma maior
velocidade de absorção, daí o motivo dessa via ser mais lenta em relação as outras.

A cocaína atravessa facilmente a barreira placentária e, devido a este fato, filhos de mães usuárias desta
droga podem nascer dependentes, além de sofrerem outros possíveis efeitos perinatais decorrentes do
uso de cocaína, como retardamento do desenvolvimento fetal, cardiomiopatias, distúrbios de
comportamento, microcefalia e até morte intrauterina.

A seguir um esqueminha das vias de administração e seus tempos de absorção, pico plasmático e meia vida.

Velocidade de absorção
lenta e baixa

Pico plasmático: 30 a 60
Intranasal (sal) minutos
Meia-via: 60 minutos

Absorção de 20 a 30%

Velocidade muito de
absorção muito alta
Toxicocinética (formas de Inalatória (base) (poucos segundos)
uso)
e Endovenosa (sal)

Pico plasmático: 5 a 30
minutos
Meia vida: 10 a 30 minutos

Absorção mais lenta,


biodisponibilidade é
reduzida devido ao efeito
de primeira passagem
Via oral

Pico plasmático de 44 a 90
minutos

Distribuição e Metabolização

A cocaína liga-se às proteínas plasmáticas apresentando alta afinidade pela α-1-glicoproteína ácida, e
baixa, porém significativa, pela albumina. A fração livre situa-se entre 67 e 68% da quantidade absorvida
e apresenta velocidade de distribuição relativamente rápida.

A biodisponibilidade da cocaína fumada é de aproximadamente 70%, esse valor é devido a perda da


cocaína base antes de ser inalada. Essa perda ocorre em cerca de 26%, e é devido à decomposição ou
condensação no dispositivo utilizado para este fim (cachimbo, cigarros etc.). A biodisponibilidade pela via

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intranasal é referida como sendo da ordem de 60 a 80%.

A eliminação da cocaína é controlada pela sua taxa de biotransformação (que é bastante extensa) e
somente uma pequena parcela (menos de 10%) é excretada de forma inalterada.

A cocaína (benzoilmetilecgonina) absorvida é rapidamente biotransformada a éster metilecgonina


Benzoilecgonina, ecgonina, Norcocaína e benzoilnorecgonina.

 Ester metilecgonina: resulta da hidrólise do grupo benzoato da cocaína e ocorre por ação de
colinesterases plasmática hepática.

 Benzoilecgonina: originada por meio da hidrólise espontânea ou por reação catalisada pelas
carboxilesterases.
 Norcocaína: essa via é mediada pelo sistema Cit. P450 por N-desmetilação direta ou seguida à
oxidação da cocaína pelo sistema de monoxigenases FAD-dependente. A norcocaína é então
convertida, por ação dos dois sistemas enzimáticos à N-hidroxinorcocaína, com posterior oxidação ao
radical nitróxido de norcocaína, e eventualmente ao íon nitrossônio (eletrofílico).

Pessoal, essas vias de metabolização bem como os metabólitos gerados são


importantes, pois a presença de benzoilecgonina e norcocaína no cérebro reflete as
concentrações plasmáticas.

Os principais produtos da biotransformação da cocaína são:

 Ester metilecgonina (35 a 48%), obtida pela hidrólise do grupo benzoato da cocaína pela ação
das colinesterases plasmática e hepática; e

 Benzoilecgonina (30 a 45%) resultante da hidrólise espontânea da cocaína ou por reação catalisada
por carboxiesterases.

 Norcocaína (2 a 6%), resultante da N-desmetilação direta pelas enzimas do sistema citocromo P450.

 Benzoilnorecgonina (menos de 1%).

Essa porcentagem não precisa ser decorada, até porque esses valores variam de uma literatura para outra
e também variam no indivíduo, uma vez que, em se tratando de biotransformação, vários parâmetros

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podem ser afetados devido às condições de uso. No entanto, o que vocês precisam gravar é que os
metabólitos majoritários são o éster de metilecgonina e a Benzoilecgonina.

A ingestão de álcool combinada com a administração de cocaína resulta na transesterificação hepática da


droga na forma de benzoiletilecgonina (cocaetileno). Um dos aspectos importantes deste produto é que
devido a sua semelhança estrutural, sua ação farmacológica é comparável à cocaína.

Dada sua semelhança estrutural com a cocaína, a cocaetileno, segue os mesmos padrões cinéticos que o
precursor. Assim, à semelhança da cocaína, apresenta alta afinidade pela α-1-glicoproteína ácida, e
atravessa a barreira placentária em velocidade similar à da cocaína e sofre biotransformação pelas mesmas
vias que a cocaína, resultando em benzoilecgonina, éster etilecgonina, norcocaetileno e outros produtos
ativos resultantes da sua oxidação.

Aqui vale uma observação importante, dentre os metabólitos da cocaína a cocaetileno é a que possui
MAIOR tempo de meia-via (138 a 155 minutos) comparado com o tempo médio de outras vias (média de
40 a 60 minutos). Isso é um dado importante quando entramos na seara do padrão de uso.

Quando a cocaína é fumada, além dos produtos de biotransformação elencados acima, um outro produto
aparece, o éster metilanidroecgonina (metilecgonidina), um produto que se forma pela pirólise da
cocaína, no ato de fumar.

A metilecgonidina já tem sido identificada na urina de usuários de crack e é considerada como marcador
desta forma de uso. Na forma inalterada, a cocaína também pode ser eliminada na urina numa
concentração que varia de 2 a 14%.

A metabolização do metilecgonidina segue vias semelhantes ao da cocaína, é convertido no organismo a


anidroecgonina por hidrólise enzimática, pela via das butirilcolinesterases, e não enzimática. Análoga à
formação de cocaetileno, a metilecgonidina sofre transesterificação na presença de etanol, sendo
convertido em éster etilanidroecgonina que permite estimar o consumo de crack concomitante ao etanol.
Ainda o éster metilnoranidroecgonina, formado por desmetilação, pode ser convertido, na interação com
etanol, a éster etilnoranidroecgonina ou este pode ser formado por N-desmetilação do éster
etilanidroecgonina.

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Cocaetileno Metilecgonidina (éster


Metabólitos Majoritários
(benzoiletilecgonina) metilanidroecgonina)

•Éster de metilegnonina •Indica que a cocaína •Indica que a cocaína


•Benzoilecgonina foi usada com etanol foi fumada

Urina, cabelo, saliva, sangue e mecônio são amostras biológicas que podem ser utilizadas para análises
forenses da cocaína e de seus metabólitos na urina, os metabólitos podem ainda ser detectados de 2 a 3
dias após a exposição, e no cabelo de 2 a 3 meses, havendo registro de detecção nesta amostra até de 9
meses após a exposição à cocaína.

Para análises post mortem, concentrações muito maiores aparecem no cérebro e no fígado, no entanto,
as análises podem ser dificultadas por processos químicos que ocorrem durante a fase de decomposição
do cadáver. A autópsia e as análises toxicológicas, quando possíveis, devem ser iniciadas logo após a
morte.

Toxicodinâmica

No SNC, a cocaína atua como um potente estimulante, o que a torna uma droga de enorme potencial de
abuso. As altas concentrações de monoaminas (especialmente dopamina) na fenda sináptica estão
diretamente relacionadas com as propriedades psicoestimulantes e de reforço positivo (efeito desejado)
para o uso abusivo da cocaína.

O exato mecanismo fisiopatológico da ação estimulante ainda não é claro, porém, está relacionado aos
sítios de atuação dos neurotransmissores dopamina, norepinefrina e serotonina.

Acredita-se que a euforia produzida pela cocaína se dê pela ligação aos receptores dopaminérgicos D1 e
D2 pós-sinápticos, decorrentes do aumento dos níveis extracelulares da dopamina, em função do
bloqueio de recaptura deste neurotransmissor nos terminais pré-sinápticos, mecanismo este que parece
ocorrer devido à ligação da cocaína aos sítios transportadores da dopamina.

A consequência do acúmulo do neurotransmissor é a indução dos receptores pré-sinápticos decorrentes


do mecanismo de auto-regulação e subsequente depleção do neurotransmissor. Da mesma forma, a
estimulação adrenérgica parece ocorrer pelo mesmo mecanismo, sendo que no uso crônico de cocaína,
tanto a norepinefrina quanto a dopamina se tornam significativamente reduzidas no cérebro. A
diminuição da dopamina cerebral pode resultar em anormalidade das vias dopaminérgicas, levando a
complicações psiquiátricas.

A potente atividade simpatomimética da cocaína altera as respostas do SNC, seguidas de progressivas


mudanças nos sistemas cardiovascular e respiratório, decorrentes de inúmeras respostas autonômicas.

A cardiotoxicidade da cocaína é comprovada e o exato mecanismo pelo qual ocorre ainda não está
totalmente elucidado. No entanto, acredita-se que há um sinergismo das ações simpatomimética (inibição
da recaptação de catecolaminas) e anestésica (bloqueio dos canais de Na+).

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A inibição do influxo de sódio nas células cardíacas prejudica a condução do impulso nervoso, criando
subs trato ideal para a ação da norepinefrina de gerar taquicardia e eventualmente fibrilação ventricular.

Essa ação adrenérgica é aumentada pela estimulação central do hipotálamo e medula que, além da
taquicardia, originam constrição vascular periférica e subsequente elevação da pressão sanguínea e
velocidade do pulso verificadas na intoxicação por cocaína.

Os distúrbios respiratórios associam-se à via de administração da droga. A inalação da fumaça


proveniente dos cachimbos de crack pode fazer com que os seios etmoidais sejam expostos aos
adulterantes, predispondo desta forma a sinusite, podendo ainda ocasionar granulomas pulmonares,
dispneia, tosse e rinorreia.

A administração intranasal da cocaína pode, por sua vez, causar hiperemia reativa da mucosa nasal,
acompanhada de rinite e lesões, e em alguns casos, perfusão do septo nasal, configurando o chamado
==187fe0==

"nariz de rato".

Usuários de crack apresentam geralmente sinais ou queimaduras nos dedos, nos lábios, na língua e no
rosto pela proximidade da chama do cachimbo.

A cocaína pode produzir uma série de efeitos dentre elas cita-se: aumento do estado de
alerta, hiperatividade motora, taquicardia, vasoconstrição, hipertensão, broncodilatação,
aumento da temperatura corporal (hipertermia) e midríase.

Em uma intoxicação por cocaína, as principais modificações no estado mental e


fisiológico do usuário são: sensação de confusão, paranoia, pânico, ansiedade,
alucinações e ainda geralmente apresenta comportamento violento (suicida ou
homicida).

Nos usuários crônicos de crack, a cocaína pode gerar uma degeneração dos músculos
esqueléticos num processo irreversível denominado rabdomiólise.

A causa mortis por overdose de cocaína se deve principalmente à cardiotoxicidade da droga, decorrente
do sinergismo das ações simpatomiméticas + inibição da recaptação de catecolaminas + ação anestésica
por bloqueio dos canais de sódio. O aumento intenso da pressão arterial é uns dos efeitos mais sérios,
porque pode levar à taquicardia, fibrilação ventricular, arritmias e infarto.

A síndrome de abstinência ocorre com os usuários crônicos de cocaína e especialmente para


dependentes de crack, aparecendo sintomas caracterizados por depressão, fadiga, irritabilidade, perda do

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desejo sexual, distúrbios da fome e de padrões do sono.

A tolerância com o uso de qualquer droga surge quando há necessidade de doses mais elevadas para se
obter os mesmos efeitos que se tinha em doses menores. Para cocaína, parece existir tolerância, porém
considerada moderada, quando comparada à que ocorre com outros estimulantes, como anfetamínicos.

Usuários mantêm quase a mesma dose por longos períodos e ainda experimentam os mesmos efeitos
eufóricos. Mas usuários de crack tendem a aumentar a dose a ser usada na tentativa de intensificar e
prolongar os efeitos desejados.

Body Packer e Body Pusher

Dentro do contexto do estudo dessa droga, temos a figura das chamdas popularmente de “mulas” do
tráfico, são técnicamente classificadas em body packer e body pusher. A denominação BODY PACKER é
dada aos transportadores de drogas que utilizam o próprio corpo para tal finalidade. Esses indivíduos
ingerem invólucros de drogas, em geral a cocaína, com a finalidade de burlar os principais meios de
combate a essas substâncias (revistas policiais, utilização do faro canino para procura de drogas). Já os
chamados BODY PUSHER realizam a translocação das drogas por meio da introdução dos invólucros
nas vias anal e vaginal.

No contexto toxicológico é importante saber de que se tratam essas denominações, uma vez que ambos,
podem acarretar graves lesões ao indivíduo transportador, casa haja rompimento dos pacotes de drogas
em suas cavidades corporais.

O possível e não raro rompimento dos invólucros que contêm a


droga, transportados pelos Body Packers e Body Pushers, faz
com que o indivíduo receba uma superdosagem da droga, que
leva ao óbito, geralmente por parada cardíaca ou ciclo
convulsional.

A morte ocorre com a intoxicação aguda causada pela droga, e


os exames toxicológicos de urina e sangue poderão revelar a
droga transportada na proporção de sua absorção.

Ao lado temos a imagem (raio-x) da região do abdomem de um


“body packer” que ingeriu dezenas de “cápsulas” de cocaína.

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Indo um pouco mais fundo no estudo da cocaína temos também uma droga chamada OXI.

Durante o ano de 2011, informações de várias fontes sugeriam que uma nova droga ilícita chamada "oxi",
estaria se espalhando por todo o Brasil. Ela estaria sendo utilizada na forma fumada e seria muito similar à
cocaína na forma de crack: pequenas pedras de cor amarelada a marrom-claro.

Foi amplamente divulgado pela mídia que a cocaína na forma de "oxi" seria diferente do crack, tendo
uma potência muito maior e que sua formulação continha cal (óxido de cálcio) e querosene (ou gasolina),
diferente do crack que normalmente contém sais de carbonato ou bicarbonato

A Polícia Federal no Projeto Perfil Químico das Drogas (PeQui), no Instituto Nacional de Criminalística
(INC), analisou amostras advindas do Acre que foram apreendidas a princípio com a denominação "Oxi".

As conclusões foram no sentido de que NÃO havia uma nova droga no mercado ilícito, e que sequer se
tratava de formas diferentes de apresentação da cocaína. Essa droga foi nomeada como sendo OXI sem
que tenham sido utilizados critérios objetivos e técnicos para tal classificação. As amostras de oxi
resultaram apenas na presença de cocaína com componentes majoritários/minoritários e adulterantes
similares aos presentes nas formas de apresentação usualmente apreendidas da droga.

Bom, ao que tudo indica isso não passou de um Marketing bem feito pelo traficante, mas já caiu questões
de concurso abordando a OXI. Portanto é bom saber que não é uma droga nova, mas só uma
denominação dada de forma arbitrária provavelmente pelos próprios traficantes com o intuito de vender
mais.

Pessoal, sei que ficou bastante extenso, mas acabei aprofundado porque sei que é necessário, então
agora vamos praticar um pouco e ver como esse assunto cai em provas!

04. (AVANÇASP - 2020 - Professor (Pref Itatiba)/Educação Básica - PEB II Ciências) No tocante às
drogas, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:

I – Drogas são substâncias exclusivamente naturais que modificam as funções normais de um


organismo.

II – As drogas são comumente chamadas de narcóticos ou entorpecentes.

III – Anfetaminas e maconhas são exemplos de drogas naturais.

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a) Apenas o item I é verdadeiro.


b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e III são verdadeiros.
e) Todos os itens são verdadeiros.

Comentários: Gabarito letra B! Vamos analisar cada afirmação...

I – Drogas são substâncias exclusivamente naturais que modificam as funções normais de um


organismo. ERRADA! As drogas podem ser naturais como a maconha ou sintéticas como o ecstasy ou
as anfetaminas. A cocaína é um derivado extraído da folha de coca.

II – As drogas são comumente chamadas de narcóticos ou entorpecentes. CORRETO! Realmente


substâncias narcóticas e entorpecente são sinônimas, e ambas se referem as drogas ilícitas.

III – Anfetaminas e maconhas são exemplos de drogas naturais. ERRADA! As anfetaminas são drogas
sintéticas.

05. (FUMARC - PC/MG - 2018) NÃO está correto o que se afirma em:
a) A merla apresenta consistência pastosa, tonalidade que varia do amarelo ao marrom e seu uso é
através de cigarros ou cachimbos.
b) Anfetaminas são usadas para evitar a sonolência, para desinibir e para euforizar.
c) Merla é obtida a partir da pasta de coca.
d) Oxi é droga sintética, consumida em cápsulas, de custo elevado e causa pouca agressão ao sistema
nervoso central.
Comentários:
A – CORRETO, a Merla é uma das formas de apresentação da cocaína base que possui um alto teor de
água, e apresenta-se como forma pastosa. Esse tipo de droga é predominantemente encontrado no
Distrito Federal;
B – CORRETO, as anfetaminas são substâncias estimulantes que possuem como principal mecanismo de
ação a atuação como aminas simpatomiméticas ao nível de receptores α e β adrenérgicos e em
potências variáveis, de acordo com as diferentes estruturas. Produzem acentuada ação estimulante no
SNC, mais persistente que a da cocaína, o que torna os anfetamínicos atrativos como fármacos de
abuso. Também atuam aumentando o estado de alerta físico e mental.
C – CORRETO, a pasta de coca é o primeiro subproduto da extração da cocaína, dela é “produzido” a
merla, o crack, a cocaína sal etc.
D - ERRADO, Oxi foi uma denominação arbitrária que deram para formas comuns da cocaína no estado
do Acre, as pesquisas realizadas pela Polícia Federal demonstraram que não havia diferente entre OXI e
as formas de apresentação da cocaína. Dessa forma, OXI não se trata de droga sintética e nem é
consumida em capsulas (são as mesmas formas de uso da cocaína), o custo é variável e claro, grande
agressão ao SNC assim como qualquer droga de abuso.
Gabarito letra D !

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06. (CESPE/CEBRASPE - EBSERH - 2018) Em uma necropsia, caso o resultado do exame toxicológico
realizado na urina seja positivo para metabólitos de cocaína, é correto afirmar que o falecido estava sob
os efeitos dessa droga no momento do óbito.

Certo
Errado

Comentários:

ERRADO (E)! A meia-vida de eliminação da cocaína varia entre 40-60 minutos, no entanto os
metabólitos podem ser detectados em amostras biológicas como sangue, urina e mecônio em até dois
a três dias após a exposição à cocaína e se cocaína foi ingerida juntamente com etanol, esse tempo
aumenta ainda mais, dessa forma não é possível que um resultado positivo consiga determinar que o
usuário tenha ingerido a cocaína no MOMENTO DO ÓBITO.

07. (CESPE/CEBRASPE - PC/MS - 2018) A polícia civil levou a um pronto-socorro um rapaz suspeito de
ter ingerido cápsulas de drogas ilícitas. No momento do atendimento médico, ele estava assintomático,
e seu exame físico não evidenciou anormalidades. No entanto, o exame radiográfico gastrintestinal
revelou estruturas tenuemente radiopacas com halo de hipertransparência circundante, compatíveis
com a suspeita de ingestão de drogas. O quadro evoluiu para excitação motora, agitação e morte.

Com referência às informações objeto da situação anteriormente apresentada, assinale a opção correta.

a) Se houvesse sinais e sintomas de intoxicação, o exame clínico seria suficiente para concluir que o
paciente havia ingerido um pacote contendo drogas, e, nesse caso, o exame de radiografia seria
dispensável para detectar a presença de cápsulas no organismo.
b) Em casos semelhantes ao da situação em apreço, se for constatada a ingestão de cocaína, a morte
sempre ocorrerá com a intoxicação aguda causada pela droga ingerida, e os exames toxicológicos
de urina e sangue poderão revelar a droga transportada na proporção de sua ingestão.
c) Se tivesse havido obstrução no nível do piloro ou da válvula ileocecal por cápsula, o indivíduo teria
permanecido assintomático; somente se houvesse a ruptura de cápsula contendo droga, ele teria
tido náuseas, vômitos e epigastralgia.
d) Se o paciente tiver falecido em decorrência do rompimento de cápsulas de drogas no estômago,
tratar- se-á de uma intoxicação aguda e súbita. Nesse caso, o exame histopatológico será
insuficiente para evidenciar alterações significativas nas estruturas dos órgãos abdominais.
e) Trata-se, na hipótese considerada, da síndrome de body pusher, na qual o indivíduo conhecido
como mula ou correio é usado para transportar drogas ilícitas no interior do próprio organismo, em
especial no estômago e nos intestinos.

Comentários: O que essa questão gisgantesca e chata está querendo que vocês saibam é sobre as
“mulas” também conhecidas como “Body Packer” que são uma classe de transportadores de drogas
que utilizam o próprio corpo para tal finalidade.

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Esses indivíduos ingerem invólucros de drogas, em geral a cocaína, com a finalidade de burlar os principais
meios de combate a essas substâncias (revistas policiais, utilização do faro canino para procura de drogas).

Já os chamados Body Pusher realizam a translocação das drogas por meio da introdução dos invólucros
nas vias anal e vaginal. Ambos os tipos de transporte de substâncias ilícitas podem acarretar graves lesões
ao indivíduo transportador, casa haja rompimento dos pacotes de drogas em suas cavidades corporais.

O possível e não raro rompimento dos invólucros que contêm a droga, transportados pelos Body Packers
e Body Pushers, faz com que o indivíduo receba uma superdosagem da droga, que leva ao óbito,
geralmente por parada cardíaca ou ciclo convulsional.

A morte ocorre com a intoxicação aguda causada pela droga, e os exames toxicológicos de urina e
sangue poderão revelar a droga transportada na proporção de sua absorção.

Gabarito letra B !

08. (IBFC - POLÍCIA CIENTÍFICA/PR - 2017) A cocaína é derivada da planta Erythroxylum coca e pode
causar efeitos indesejados. Referente à essa droga, analise as afirmações.

I. A merla, subproduto da cocaína, apresenta grave problema de uso devido às quantidades de


impurezas presentes na primeira fase de obtenção da pasta.
II. A cocaína administrada pela via intranasal tem rápida velocidade de absorção pelas membranas
das mucosas.
III. A cocaína fumada na forma de crack tem a velocidade de absorção muito alta devido à área de
exposição da superfície pulmonar.

Assinale a alternativa correta.

a) Estão corretas todas as afirmativas


b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III
d) Estão corretas apenas as afirmativas II e III
e) Está correta apenas a afirmativa I

Comentários: Na administração pela via intranasal, a velocidade de absorção pelas membranas das
mucosas da cocaína ocorre de forma lenta e baixa, isso porque a taxa de difusão pela mucosa
nasofaríngea é lenta devido as propriedades vasoconstritoras presentes na própria droga.

A administração por esta via produz teores plasmáticos menores por um tempo mais prolongado devido
à velocidade mais lenta de absorção. A concentração plasmática de pico ocorre, em média, após 30
minutos e está condicionada às diferenças na efetividade da técnica da aspiração (deglutição parcial da
dose) e às características individuais do usuário, que produzem diferentes níveis de vasoconstrição da
mucosa, possibilidade de ocorrer biotransformação na própria mucosa etc. Embora mais lenta no
aparecimento dos efeitos, esta via apresenta-os em termos de magnitude, comparável aos relativos via
intravenosa.

Dessa forma, a única assertiva incorreta é a II e por isso o gabarito é a letra C.

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Anfetaminas

Quimicamente, as anfetaminas pertencem à classe das feniletilaminas, apresentam o esqueleto básico da


fenetilamina, e farmacologicamente atuam como aminas simpatomiméticas.

As anfetaminas são classificadas como drogas sintéticas uma vez que são substâncias psicoativas,
fabricadas através de um processo químico e os principais constituintes não derivam de substâncias de
ocorrência natural.

A anfetamina é o protótipo de uma classe de compostos não catecolamínicos que produz acentuada ação
estimulante no SNC, mais persistente que a da cocaína, o que torna os anfetamínicos atrativos como
fármacos de abuso. Uma de suas ações é o aumento do estado de alerta físico e mental, dessa forma os
anfetamínicos são muito populares entre os indivíduos que necessitam de vigília prolongada como, por
exemplo, motoristas e estudantes.

Há uma variedade amplas de derivados anfetamínicos e podemos dividi-los de forma didática em algumas:

Anfetaminas tradicionais, Anfetaminas utilizadas em


Anfetaminas propriamente
utilizadas como distúrbios de hiperatividade
ditas
anorexígenos infantil

•Anfetamina ou benzedrina, •Femproporex, mazindol, •Metilfenidato


dextroanfetamina e a clorfentermina,
metanfetamina, que são fenfluramina,
quimicamente muito dietilpropriona,
relacionadas. fendimetrazina e benzedrex.

Outras são utilizadas em formulações, como descongestionantes nasais: nafazolina, efedrina e fenilefrina.

As anfetaminas com anel substituído possuem propriedades alucinógenas, com


destaque para a MDMA (metilenodioximetanfetamina), a PMA (parametoxianfetamina),
a PMMA (parametoximetilanfetamina), a DOB (2,5-dimetoxi-4-bromoanfetamina), a 2-CB
(4-bromo- 2,5-dimetoxianfetamina) e a 4-MTA (4-metiltioanfetamina). Seus nomes
populares são: "bolinhas e rebite", "ice"; "cristal", "speed", "ecstasy", "Mitsubishi",
"cápsula do vento", "nexus" e "flatiner".

Alguns desses derivados anfetamínicos estudaremos no subtópico "Alucinógenos".

Como demonstrado acima, da estrutura básica da anfetamina surge vários compostos derivados, isso se
deve às características da molécula. O isômero L (levoanfetamina) é discretamente mais potente na
produção de efeitos periféricos, enquanto o isômero D (dextroanfetamina) é três ou quatro vezes mais
potente na estimulação do SNC.

A estrutura da fenetilamina é crucial para a maioria de suas propriedades farmacológicas e bioquímicas. A


natureza das substituições nas posições meta (m) e para (p) do anel benzênico e no carbono β da cadeia
lateral determina se um fármaco simpatomimético terá ação direta ou indireta.

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Ação direta: Para agir diretamente nos receptores adrenérgicos, um composto deve ter substituições em
pelo menos duas dessas posições (fenilefrina).

Ação indireta: Compostos que têm apenas uma ou nenhuma substituição nestas três posições da
molécula, significa que não vão agir diretamente sobre os receptores adrenérgicos, porém serão capazes
de produzir efeitos simpáticos por liberarem norepinefrina de suas vesículas de armazenamento nos
neurônios adrenérgicos (anfetamina, metanfetamina, efedrina).

Tentativas de diminuir os efeitos colaterais indesejáveis bem como o potencial de abuso da anfetamina
levaram à produção de análogos com substituições no anel aromático e na cadeia lateral.

A substituição de um grupo metóxi


na posição m do anel aromático
confere propriedades alucinógenas
a esses compostos.

Toxicocinética

A absorção oral é rápida, e os efeitos sobre o SNC ocorre cerca de trinta minutos após administração e
duram algumas horas.

O pico de concentração plasmática ocorre em 1-2 horas, sendo que a absorção geralmente se completa
em 4- 6 horas. Metilfenidato e fenfluramina produzem pico de concentração plasmática em cerca de 3
horas após a administração.

A ligação às proteínas plasmáticas varia de 15-16% (metilfenidato, anfetamina) a 34% (fenfluramina). Os


compostos anfetamínicos são amplamente distribuídos, e as altas concentrações cerebrais estão
relacionadas a transportes especiais de penetração na barreira hematoencefálica, que ocorrem
concomitantemente à difusão passiva.

Tal mecanismo explicaria a rápida velocidade de penetração da anfetamina (pka de 9,9) no cérebro, a
despeito de, no pH do sangue (7,4), cerca de 99,7% estarem sob forma ionizada, fato que acarretaria
numa absorção lenta pelo mecanismo de simples difusão.

Os anfetamínicos são biotransformados principalmente no fígado e apesar das diferenças inerentes às


diversas estruturas, apresentam como principais vias de biotransformação a hidroxilação aromática (na
posição 4 do anel), β-hidroxilação na cadeia lateral, desaminação oxidativa, N-desalquilação, no caso dos
anfetamínicos N-substituídos, N-oxidação e conjugação com o átomo de nitrogênio.

Os produtos hidroxilados são normalmente excretados conjugados com sulfato. A maioria do anfetamínicos,
durante a fase de biotransformação, pode ser convertida em anfetamina e/ou metanfetamina.

Pequena parte é convertida em norefedrina e cerca de 30% é excretado pelos rins sem aterações. A excreção
urinária das anfetaminas depende muito do pH, sendo mais intensa e rápida em urina ácida (pH 5 a 5,6).

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Em pH ácido (5,5 -6,0) 60% da dose de anfetamina são excretados inalterados em 48 horas, enquanto
em pH básico (7,5 - 8,0) apenas 3 a 7% são eliminados inalterados no mesmo período.

Consequentemente, a meia-vida de eliminação varia de 7 a 8 horas, em urina ácida, e de 18 a 33 horas,


em urina alcalina. Para cada aumento de unidade de pH há um aumento de, em média, 7 horas na meia-
vida plasmática.

Esse fator é de suma importância nos casos de intoxicação uma vez que é possível eliminar a droga do
corpo de maneira mais rápida por meio da modulação do pH urinário.

Toxicodinâmica

A anfetamina e seus análogos atuam como aminas simpatomiméticas ao nível de receptores α e β


adrenérgicos e em potências variáveis, de acordo com as diferentes estruturas.
O mecanismo de ação mais comum é a liberação direta dos neurotransmissores das vesículas sinápticas,
bem como inibição da recaptação deles, com consequente aumento da concentração sináptica. Além
disso, os anfetamínicos são inibidores da MAO, enzima responsável pela oxidação da norepinefrina e
serotonina.
Como consequência fisiopatológica tem-se uma intensa estimulação central e da atividade motora.
Estudos sugerem que a norepinefrina cerebral é responsável pela estimulação locomotora induzida pela
anfetamina, enquanto a dopamina relaciona-se ao comportamento estereotipado verificado na psicose
anfetamínica.

Quadro clínico

O quadro clínico é semelhante ao da cocaína. A maioria dos usuários utiliza a droga por via oral. Começa
com uma sensação de bem-estar, melhora do humor, aumento da atividade, redução da fadiga,
inquietude e insônia.

Doses maiores apresentam apreensão, tremores e hiperexcitabilidade. Fisicamente observa-se dilatação


pupilar (midríase), sudorese, respiração acelerada, pressão arterial aumentada, taquicardia, rubor, secura
de boca e vômitos.

A toxicidade da anfetamina ocorre principalmente nos sistemas cardiovascular e neuropsíquico.


Conforme já citado, os anfetamínicos aumentam seletivamente a liberação de dopamina e norepinefrina e
bloqueiam a recaptação destas catecolaminas nas sinapses, resultando em hiperestimulação dos
receptores dopaminérgicos e adrenérgicos. Como consequência fisiopatológica tem-se, respectivamente,
uma intensa estimulação central e da atividade física.

Primeiramente, ocorre acentuação dos efeitos farmacológicos no sistema nervoso central e


cardiovascular. Pode surgir hipertermia, edema cerebral, hemorragia intracraniana difusa ou colapso
cardiovascular, sendo esta a principal causa da morte.

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Ocorre sudorese abundante com consequente taquipneia e taquicardia e pode advir falência renal como
decorrência do colapso circulatório.

A tolerância aos anfetamínicos se desenvolve de modo rápido, e por isso, a dose é aumentada
gradualmente de 5 a 10 mg/dia para grandes quantidades como 150 a 250 mg/dia.

No Brasil, é importante fármaco de abuso entre os caminhoneiros que fazem uso dos chamados "rebites"
para enfrentar as extenuantes jornadas.

Devido às propriedades estimulantes da atividade motora, os anfetamínicos também são muito utilizados
em competições esportivas, como agentes de dopagem, com vistas à melhoria de desempenho.

A exemplo da cocaína, a liberação neuronal de glutamato e a ligação a seus receptores contribuem para
a resposta biológica das anfetaminas.

A cardiotoxicidade das anfetaminas se devem ao aumento da concentração de


norepinefrina nas sinapses, dessa forma os efeitos cardiovasculares surgem a partir de seu
uso.

Altas concentrações de norepinefrina e epinefrina circulantes podem induzir efeitos


tóxicos no coração, inclusive morte de células do músculo cardíaco, aumento da
frequência cardíaca, aumento do consumo de oxigênio no miocárdio e aumento da
pressão arterial sistólica. Estes eventos podem gerar hipóxia no miocárdio, levando a
uma lesão necrótica no coração.

Outros mecanismos de toxicidade no músculo cardíaco incluem insuficiência coronariana por


vasoespasmo, diminuição do nível de fosfatos de alta energia causado por disfunção mitocondrial,
alteração de metabolismo lipídico, resultando em acúmulo de ácidos graxos, alteração de cálcio
intracelular, desencadeamento de stress oxidativo com produção de espécies ativas de oxigênio e
também ocorrem distúrbios respiratórios, como granuloma pulmonar e edema agudo do pulmão

Dependência e tolerância

Os anfetamínicos, em particular a anfetamina e a metanfetamina, apresentam um alto potencial de abuso


e consequentemente propiciam desenvolvimento de farmacodependência.

Assim como ocorre com a cocaína, os mecanismos envolvidos nas propriedades de reforço dos
anfetamínicos estão relacionados com o aumento extracelular de dopamina no núcleo acumbens (área
límbica) e núcleo caudado (área subcortical motora).

No entanto esses mecanismos não são os mesmos que ocorrem com a cocaína, e ainda, que não sejam
dependentes das doses de dopamina liberadas, pois além de inibidor da recaptação da DA, a anfetamina

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é também potente liberador do neurotransmissor, o que acarreta seu acúmulo nas terminações nervosas
dopaminérgicas.

Com efeito, a literatura cita que a liberação de dopamina induzida pela anfetamina no núcleo acumbens é
aumentada cerca de 10 vezes, enquanto que para a cocaína, o aumento é da ordem de 3,5 vezes após a
utilização de doses relacionáveis com reforço, a saber: 1 mg/kg para anfetamina e 5 mg/kg para a
cocaína.

A síndrome de abstinência que se segue à retirada do fármaco, após uso crônico, se caracteriza por
fadiga, hiperfagia, apatia, letargia, ansiedade, distúrbios do sono e severa depressão que pode levar ao
suicídio.

Esses sintomas de abstinência são relacionados com a neuroadaptação. A tolerância aos efeitos subjetivos
e anorexígenos dos anfetamínicos dá-se profunda e rapidamente, sendo considerada a ocorrência de
taquifilaxia.

A tolerância se desenvolve rapidamente para os efeitos simpaticomiméticos periféricos e anorexígenos,


mas mais lentamente para os outros efeitos (estimulação locomotora, euforia e comportamento
estereotipado). A toxicidade da anfetamina ocorre principalmente nos sistemas cardiovascular e
neuropsíquico.

09. (Instituto AOCP - 2021 - Perito (ITEP RN)/Criminal/Área Geral) Os efeitos danosos causados pela
cocaína podem ou não ocorrer após uma dose baixa. No entanto o mais provável é que o uso contínuo
associado a altas doses cause danos citológicos detectáveis em exame laboratorial, como:

a) recaptação de catecolaminas nas terminações colinérgicas.


b) potencialização da atividade do sistema nervoso simpático.
c) aumento de metabólitos depositados no trato urinário e hipertermia grave.
d) taquicardia e dormência em mãos e pés.
e) necrose (morte celular) cerebral.

Comentários:

Alternativa A INCORRETA: A cocaína na verdade inibi/bloqueia a captação de catecolaminas na fenda


sináptica e assim se desenvolvem os efeitos. De acordo com Goodman e Gilman: a cocaína inibe os
transportadores de catecolaminas da membrana neuronial, potencializando desta forma o efeito da
norepinefrina nos receptores α-adrenérgicos dos vasos sanguíneos; isto causa vasoconstrição e diminui a
absorção da cocaína nos leitos vasculares nos quais predominam os efeitos α-adrenérgicos.

Alternativa B INCORRETA: De fato, como vimos na explicação da alternativa A, haverá maior


potencialização da atividade do sistema nervoso simpático com o uso da droga, entretanto a questão é
bem específica e busca os efeitos associados ao uso contínuo e altas doses.

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Alternativa C INCORRETA: A cocaína tem sua eliminação através da urina e está relacionada
diretamente com sua metabolização. A excreção ocorrerá principalmente dos metabólitos da droga
(mais de 90%) sendo que a cocaína poderá se encontrada na urina inalterada. Dessa forma, o aumento
de metabólitos no trato urinário ocorrerá independentemente se for uma única dose alta ou doses altas
em uso contínuo.

Alternativa D INCORRETA: Tais efeitos se apresentam com altas doses e podem ocorrer sem a
necessidade de uso contínuo. Por exemplo, na primeira dose de um usuário o qual exagerou na
quantidade de cocaína.

Alternativa E CORRETA: Esta é o gabarito da questão! No uso a longo prazo, os efeitos crônicos
causados pela cocaína se apresentam por hemorragias cerebrais, morte constante de células cerebrais,
resultando em uma perda de funções cognitivas, tais quais perda de memória e capacidade de análise.
Dores de cabeça, necrose e ulcerações do septo nasal e outros efeitos podem ser também observados,
como trombose coronária com enfarte do miocárdio, trombose cerebral com acidente vascular cerebral
(AVC), necrose cerebral, insuficiência cardíaca, hipertermia com coagulação disseminada potencialmente
fatal. De acordo com Goodman e Gilman: além da possibilidade de causar drogadição, outros riscos
associados ao uso de cocaína são arritmias cardíacas, isquemia miocárdica, miocardite, dissecção
aórtica, vasoconstrição cerebral e convulsões. Com a vasoconstrição cerebral frequente, a falta de
oxigenação nas células pode desenvolver a morte delas e pode resultar em AVC por causa isquemia.

10. (IBFC - POLÍCIA CIENTÍFICA/PR - 2017) Uma das substâncias de grande importância para o
estudo da toxicologia é anfetamina. Referente à anfetamina, julgue as afirmações.

I. As anfetaminas podem causar distúrbios respiratórios, como granuloma pulmonar e edema


agudo do pulmão.
II. Os anfetamínicos são biotransformados principalmente no fígado.
III. A excreção urinária das anfetaminas é menos intensa em urina ácida.

Assinale a alternativa correta.


a) Estão corretas todas as afirmativas
b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III
d) Estão corretas apenas as afirmativas II e III
e) Está correta apenas a afirmativa I

Comentários: Gabarito letra B

A excreção urinária das anfetaminas depende muito do pH, sendo mais intensa e rápida em urina ácida
(pH 5 a 5,6).

Em pH acídico (5,5 -6,0) 60% da dose de anfetamina são excretados inalterados em 48 horas, enquanto
que em pH básico (7,5 - 8,0) apenas 3 a 7% são eliminados inalterados no mesmo período.

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11. (CESPE/CEBRASPE - POLÍCIA FEDERAL - 2013) Em outubro de 2011, a Agência Nacional de


Vigilância Sanitária proibiu a venda dos inibidores de apetite derivados de anfetaminas, como
anfepramona, femproporex e mazindol. O órgão manteve, em contrapartida, a permissão da venda da
sibutramina, ainda que tenha incrementado os controles relacionados à sua prescrição. Acerca dessas
substâncias e de seus aspectos farmacológicos, julgue o item que se segue.

Assim como ocorre com a adrenalina, a anfetamina tem pouca eficácia se administrado por via oral,
apresentando um tempo de meia vida reduzido.

Certo
Errado

Comentários: A absorção oral das anfetaminas é rápida, e os efeitos sobre o SNC ocorre cerca de
trinta minutos após administração e duram algumas horas. GABARITO E (Errado).

12. (CESPE/CEBRASPE - STJ - 2012) Manifestações de depressão do sistema nervoso central, confusão
mental, estupor, coma, geralmente com pupilas mióticas, hipotermia, bradicardia, hipopneia, bradipneia,
hipotensão e hiporreflexia são manifestações clínicas que caracterizam uma síndrome decorrente da
intoxicação por cocaína ou anfetaminas, por exemplo.

Certo
Errado

Comentários: Já podíamos matar a questão pelo início. A depressão do SNC até ocorre, mas devido à
falta dessas substâncias e não pela intoxicação. Na intoxicação por drogas estimulantes do SNC (cocaína
e anfetaminas) tudo é HIPER. Hipertensão, hiperestimulação, hipertemia, taquipneia, taquicardia etc.
Outro ponto bastante cobrado em provas: AMBOS PROMOVEM MIDRÍASE (e não miose como colado
na questão). Para ficar fácil de lembrar... midríase é a pupila “hiper aberta”, ou seja, dilatada!

A toxicidade da anfetamina ocorre principalmente nos sistemas cardiovascular e neuropsíquico. Os


anfetamínicos aumentam seletivamente a liberação de dopamina e norepinefrina e bloqueiam a
recaptação destas catecolaminas nas sinapses, resultando em hiperestimulação dos receptores
dopaminérgicos e adrenérgicos. Como consequência fisiopatológica tem-se, respectivamente, uma
intensa estimulação adrenérgica e, consequentemente, da atividade física. Primeiramente, ocorre
acentuação dos efeitos farmacológicos no sistema nervoso central e cardiovascular. Pode surgir
hipertermia, edema cerebral, hemorragia intracraniana difusa ou colapso cardiovascular, sendo esta a
principal causa da morte. Ocorre sudorese abundante com consequente taquipneia e taquicardia e
pode advir falência renal como decorrência do colapso circulatório.

A cocaína pode produzir uma série de efeitos dentre elas cita-se: aumento do estado de alerta,
hiperatividade motora, taquicardia, vasoconstrição, hipertensão, broncodilatação, aumento da
temperatura corporal (hipertermia) e midríase. Em uma intoxicação por cocaína, as principais
modificações no estado mental e fisiológico do usuário são: sensação de confusão, paranoia, pânico,
ansiedade, alucinações e ainda podem apresentar comportamento violento (suicida ou homicida). Nos
usuários crônicos de crack, a cocaína pode gerar uma degeneração dos músculos esqueléticos, processo
irreversível denominado rabdomiólise.

GABARITO E

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QUESTÕES ABORDADAS EM AULA

01. (IDECAN - 2021 - Perito Legista de 1ª Classe (PEFOCE)/Farmácia) O uso abusivo de substâncias
constitui um grande problema de saúde e segurança pública, com impactos nos indivíduos e na
sociedade. Assinale a alternativa que corresponda à área de atuação da toxicologia que estuda os efeitos
e os impactos sociais do uso abusivo de substâncias químicas.

a) Toxicologia de Medicamentos
b) Toxicologia Forense
c) Toxicologia Clínica
d) Toxicologia Social
e) Toxicologia Comportamental

02. (INSTITUTO AOCP - PC/ES - 2019) Sobre toxicologia social e uso abusivo de substâncias, assinale
a alternativa correta.

a) A dopamina é um neurotransmissor intimamente ligado ao processo de dependência pelo tabaco.


b) O uso não médico de um fármaco refere-se somente a um fármaco utilizado sem prescrição.
c) Tolerância cruzada é quando um indivíduo tolerante a uma substância transmite para seus filhos
essa tolerância.
d) O LSD, principal constituinte do ópio, tem um elevado poder alucinógeno.
e) Os benzodiazepínicos ligam-se em receptores específicos acoplados a receptores de glutamato.

03. (INSTITUTO AOCP - PC/ES - 2019) O uso abusivo de drogas tem um poder devastador sobre a saúde
individual e coletiva. Assim, medidas são tomadas frequentemente para coibir tal situação. Sobre o uso
abusivo de substâncias psicoativas e a dependência que essas substâncias podem gerar, assinale a
alternativa correta.

a) A dependência psicológica é uma condição que se caracteriza por uma síndrome de retirada ou
abstinência.
b) A maconha e a morfina exercem seus principais efeitos sobre os mesmos receptores.
c) A cocaína atua ao bloquear o transportador que retira, principalmente, a dopamina da sinapse em
áreas cerebrais críticas.
d) A heroína é um opioide que pode ser desacetilado em metabólitos ativos como a cocaína.
e) Embora o álcool cause dependência, não se observa a ocorrência de tolerância em seus usuários.

04. (AVANÇASP - 2020 - Professor (Pref Itatiba)/Educação Básica - PEB II Ciências) No tocante às drogas,
analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:

I – Drogas são substâncias exclusivamente naturais que modificam as funções normais de um organismo.

II – As drogas são comumente chamadas de narcóticos ou entorpecentes.

III – Anfetaminas e maconhas são exemplos de drogas naturais.

a) Apenas o item I é verdadeiro.

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b) Apenas o item II é verdadeiro.


c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e III são verdadeiros.
e) Todos os itens são verdadeiros.

05. (FUMARC - PC/MG - 2018) NÃO está correto o que se afirma em:

a) A merla apresenta consistência pastosa, tonalidade que varia do amarelo ao marrom e seu uso é
através de cigarros ou cachimbos.
b) Anfetaminas são usadas para evitar a sonolência, para desinibir e para euforizar.
c) Merla é obtida a partir da pasta de coca.
d) Oxi é droga sintética, consumida em cápsulas, de custo elevado e causa pouca agressão ao sistema
nervoso central.

06. (CESPE/CEBRASPE - EBSERH - 2018) Em uma necropsia, caso o resultado do exame toxicológico
realizado na urina seja positivo para metabólitos de cocaína, é correto afirmar que o falecido estava sob
os efeitos dessa droga no momento do óbito.

Certo
Errado

07. (CESPE/CEBRASPE - PC/MS - 2018) A polícia civil levou a um pronto-socorro um rapaz suspeito de ter
ingerido cápsulas de drogas ilícitas. No momento do atendimento médico, ele estava assintomático, e seu
exame físico não evidenciou anormalidades. No entanto, o exame radiográfico gastrintestinal revelou
estruturas tenuemente radiopacas com halo de hipertransparência circundante, compatíveis com a
suspeita de ingestão de drogas. O quadro evoluiu para excitação motora, agitação e morte.

Com referência às informações objeto da situação anteriormente apresentada, assinale a opção correta.

a) Se houvesse sinais e sintomas de intoxicação, o exame clínico seria suficiente para concluir que o
paciente havia ingerido um pacote contendo drogas, e, nesse caso, o exame de radiografia seria
dispensável para detectar a presença de cápsulas no organismo.
b) Em casos semelhantes ao da situação em apreço, se for constatada a ingestão de cocaína, a morte
sempre ocorrerá com a intoxicação aguda causada pela droga ingerida, e os exames toxicológicos de
urina e sangue poderão revelar a droga transportada na proporção de sua ingestão.
c) Se tivesse havido obstrução no nível do piloro ou da válvula ileocecal por cápsula, o indivíduo teria
permanecido assintomático; somente se houvesse a ruptura de cápsula contendo droga, ele teria tido
náuseas, vômitos e epigastralgia.
d) Se o paciente tiver falecido em decorrência do rompimento de cápsulas de drogas no estômago,
tratar-se-á de uma intoxicação aguda e súbita. Nesse caso, o exame histopatológico será insuficiente
para evidenciar alterações significativas nas estruturas dos órgãos abdominais.
e) Trata-se, na hipótese considerada, da síndrome de body pusher, na qual o indivíduo conhecido
como mula ou correio é usado para transportar drogas ilícitas no interior do próprio organismo, em
especial no estômago e nos intestinos.

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08. (IBFC - POLÍCIA CIENTÍFICA/PR - 2017) A cocaína é derivada da planta Erythroxylum coca e pode
causar efeitos indesejados. Referente à essa droga, analise as afirmações.

I. A merla, subproduto da cocaína, apresenta grave problema de uso devido às quantidades de


impurezas presentes na primeira fase de obtenção da pasta.
II. A cocaína administrada pela via intranasal tem rápida velocidade de absorção pelas membranas
das mucosas.
III. A cocaína fumada na forma de crack tem a velocidade de absorção muito alta devido à área de
exposição da superfície pulmonar.

Assinale a alternativa correta.

a) Estão corretas todas as afirmativas


b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III
d) Estão corretas apenas as afirmativas II e III
e) Está correta apenas a afirmativa I

09. (Instituto AOCP - 2021 - Perito (ITEP RN)/Criminal/Área Geral) Os efeitos danosos causados pela
cocaína podem ou não ocorrer após uma dose baixa. No entanto o mais provável é que o uso contínuo
associado a altas doses cause danos citológicos detectáveis em exame laboratorial, como:

a) recaptação de catecolaminas nas terminações colinérgicas.


b) potencialização da atividade do sistema nervoso simpático.
c) aumento de metabólitos depositados no trato urinário e hipertermia grave.
d) taquicardia e dormência em mãos e pés.
e) necrose (morte celular) cerebral.

10. (IBFC - POLÍCIA CIENTÍFICA/PR - 2017) Uma das substâncias de grande importância para o estudo
da toxicologia é anfetamina. Referente à anfetamina, julgue as afirmações.

I. As anfetaminas podem causar distúrbios respiratórios, como granuloma pulmonar e edema agudo
do pulmão.
II. Os anfetamínicos são biotransformados principalmente no fígado.
III. A excreção urinária das anfetaminas é menos intensa em urina ácida.

Assinale a alternativa correta.

a) Estão corretas todas as afirmativas


b) Estão corretas apenas as afirmativas I e II
c) Estão corretas apenas as afirmativas I e III
d) Estão corretas apenas as afirmativas II e III
e) Está correta apenas a afirmativa I

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11. (CESPE/CEBRASPE - POLÍCIA FEDERAL - 2013) Em outubro de 2011, a Agência Nacional de


Vigilância Sanitária proibiu a venda dos inibidores de apetite derivados de anfetaminas, como
anfepramona, femproporex e mazindol. O órgão manteve, em contrapartida, a permissão da venda da
sibutramina, ainda que tenha incrementado os controles relacionados à sua prescrição. Acerca dessas
substâncias e de seus aspectos farmacológicos, julgue o item que se segue.

Assim como ocorre com a adrenalina, a anfetamina tem pouca eficácia se administrado por via oral,
apresentando um tempo de meia vida reduzido.

Certo
Errado

12. (CESPE/CEBRASPE - STJ - 2012) Manifestações de depressão do sistema nervoso central, confusão
mental, estupor, coma, geralmente com pupilas mióticas, hipotermia, bradicardia, hipopneia, bradipneia,
hipotensão e hiporreflexia são manifestações clínicas que caracterizam uma síndrome decorrente da
intoxicação por cocaína ou anfetaminas, por exemplo.

Certo
Errado

1. D 2. A 3. C 4. B 5. D 6. E 7. B 8. C 9. E

10. B 11. E 12. E

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LISTA DE QUESTÕES
IOS
01. (INSTITUTO AOCP - PC/ES - 2019) As drogas que atuam no Sistema Nervoso Central (SNC) estão
entre as primeiras que foram descobertas pelos seres humanos primitivos e ainda constituem o grupo
de compostos farmacológicos mais amplamente utilizado. Sobre os aspectos farmacológicos,
toxicológicos e físico-químicos de tais drogas, assinale a alternativa correta.

a) O etanol é um depressor do SNC e, em concentrações sanguíneas elevadas, pode provocar coma,


depressão respiratória e morte.

b) As drogas semissintéticas são obtidas por modificação da estrutura das substâncias de origem
natural, como a cocaína.

c) Nos seres humanos, o principal mecanismo de eliminação do metanol consiste na sua oxidação a
acetaldeído, ácido acético e CO2.

d) O clorohidrato de cocaína, um sal obtido na extração da cocaína, é muito mais susceptível ao


processo de hidrólise do que a cocaína na forma de base livre.

e) Os aminoácidos neutros, como o glutamato, são inibitórios e aumentam a permeabilidade da


membrana aos íons cloretos.

02. (IESES - IGP/SC - 2017) As substâncias psicoativas, cujo efeito principal é alterar a funções psicológicas,
fazem parte de nosso cotidiano. Quando tomamos um copo de cerveja, vinho ou aguardente, estamos
ingerindo uma droga ansiolítica – álcool etílico ou etanol. Bebidas de uso popular, como café, chá,
refrigerantes do tipo cola e guaraná, contêm cafeína, um psicoestimulante. A nicotina, outro
psicoestimulante, é absorvida quando a pessoa fuma. Esses costumes vêm de tempos longínquos e
aspectos sociais, legais, políticos e econômicos influenciam no seu consumo. Dado que as substâncias
psicoativas interferem em mecanismos neurobiológicos fundamentais, porque então, não são todos os
usuários que se tornam dependentes delas. Assim como vários aspectos influenciam o consumo, a
dependência de drogas é uma condição multifatorial. Analise as afirmações abaixo e assinale a única
opção com a sequência correta.

( ) A dependência às substâncias é conceituada como uma síndrome comportamental na qual o uso da


substância adquiriu prioridade na vida do indivíduo. De acordo com este conceito, a dependência é
caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas indicativos de que o indivíduo perdeu o controle do
uso da substância. Na sua forma extrema, a dependência caracteriza-se pelo uso compulsivo da
substância e inclui ainda o surgimento de estados emocionais negativos (como irritabilidade, ansiedade)
quando o acesso a substância é limitado.

( ) A tolerância a uma substância caracteriza-se pela diminuição dos efeitos de uma dose fixa no
decorrer de uma administração prolongada, ou, ainda, pela necessidade de aumentar a dose para obter
os efeitos iniciais.

( ) As substâncias que causam dependência têm mecanismos de ação e efeitos bastantes distintos.
Contudo, todas têm em comum a propriedade de aumentar a liberação de Acetilcolinesterase.

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( ) A dependência de substâncias psicoativas é um fenômeno complexo com causas e consequências


relacionadas a vários fatores, que incluem desde mecanismos moleculares até aspectos sociais. Muitas
variáveis interagem para influenciar a probabilidade de que uma pessoa inicie o uso abusivo de drogas
ou se torne dependente. Genericamente, estas variáveis podem ser agrupadas em três categorias:
substância, indivíduo e ambiente.

( ) As regiões do Sistema Nervoso Central relacionadas às emoções, à aprendizagem e à memória,


pertencem ao sistema límbico e são cruciais para a dependência de drogas. Não há um único fármaco
para o tratamento da dependência, e as terapias farmacológica e psicossocial têm efeitos aditivos ou
sinérgicos em indivíduos dependentes.

a) F, V, V, V, V.

b) V, V, F, V, V.

c) F, V, F, V, V.

d) V, V, F, V, F.

03. (UFU-MG-2012) Atualmente, o uso descontrolado e ilegal de substâncias que alteram o


funcionamento do cérebro tornou-se um sério problema de saúde pública.

A esse respeito, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Os efeitos comportamentais da cocaína são sentidos imediatamente e têm uma duração


relativamente curta (de 30 a 60 minutos), exigindo, por isso, a administração repetida para a
manutenção dos efeitos de intoxicação.

b) As anfetaminas são usadas para aumentar o desempenho e induzir a uma sensação de euforia. Os
sintomas de abstinência geralmente podem alcançar o auge em dois dias a quatro dias. No
entanto, o uso prolongado de altas doses pode gerar, como sintomas de abstinência, a depressão
e a presença de ideação suicida.

c) As drogas psicotrópicas são classificadas de acordo com a ação no sistema nervoso central.
Assim, a cannabis ou maconha é considerada uma droga estimulante do sistema nervoso central,
uma vez que promove sensação de alerta, disposição e resistência; entretanto, ao fim de seus
efeitos, confere cansaço, indisposição e depressão.

d) No abuso e dependência de álcool, é possível verificar a presença de comorbidade aliada a outros


transtornos mentais: transtornos relacionados com outras substâncias, transtorno de personalidade
antissocial, transtorno de humor e transtorno de ansiedade.

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04. [ADAPTADA] (CESPE/CEBRASPE - TRT 8ª REGIÃO - 2013) Com relação ao abuso e dependência de
crack e cocaína, assinale a opção correta.

A agressão térmica, a inalação de impurezas, o efeito anestésico local e a vasoconstricção são os


principais fatores responsáveis pelas lesões das vias aéreas relacionadas ao consumo de crack.

o Certo
o Errado

05. [ADAPTADA] (CESPE/CEBRASPE - TRT 8ª REGIÃO - 2013) Com relação ao abuso e dependência de
crack e cocaína, assinale a opção correta.

O uso de crack, em geral, inicia-se após os dezoito anos de idade, sendo restrito às classes sociais
desfavorecidas socioeconomicamente.

o Certo
o Errado

06. [ADAPTADA] (CESPE/CEBRASPE - TRT 8ª REGIÃO - 2013) Com relação ao abuso e dependência de
crack e cocaína, assinale a opção correta.

Comparado ao usuário de cocaína intranasal, o usuário de crack, em geral, se expõe menos ao risco
de dependência, visto que há menos concentração de substâncias dependentes no crack que na cocaína.

o Certo
o Errado

07. (FUNCAB - POLITEC-MT - 2013) A cocaína é um estimulante do sistema nervoso central. A droga é
usada por cerca de 2,3% da população brasileira, sendo apresentada também como merla na Região
Norte e como crack, nas Regiões Sul e Sudeste. A merla e o crack eram subprodutos do refino da
cocaína, sendo que hoje já são alguns dos produtos ilícitos do processo de
obtenção da droga. Aponte a alternativa que apresenta, corretamente, as etapas para a produção
de crack.

a) Uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) é dissolvida em água e nela é acrescentado
bicarbonato que, posteriormente, é aquecida. O produto é seco e cortado em forma de pedras.

b) Cocaína na forma de base livre é dissolvida com éter dietílico. A solução resultante é filtrada,
acrescenta- se ácido clorídrico concentrado e acetona. Espera-se secar e o produto resultante é
quebrado em pequenas pedras.

c) As folhas de coca são maceradas e misturadas com água, cal e querosene. Os alcaloides extraídos
são precipitados com bases e as pedras obtidas são comercializadas ilegalmente.

d) Cocaína na forma de pasta base é acidificada para solubilização e, em seguida, alcalinizada para
precipitação. O produto obtido é purificado com cal e querosene para a produção de crack.

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e) Cloridrato de cocaína é dissolvido em solução alcalina diluída. Acrescenta-se permanganato até a


obtenção de um produto de cor rosa e, então, acrescentam-se isômeros da cinamoilcocaína e
bicarbonato de sódio para a obtenção das pedras de crack.

08. (FUNCAB-POLITEC-MT-2013) Observe a figura e a tabela abaixo:

A respeito da cocaína, é INCORRETO afirmar que:

a) o nome IUPAC da cocaína é éster metílico do ácido [1 R-(exo,exo)]-3-(benzoiloxi)-8-metil-8-


azabiciclo[3.2.1]octano-2-carboxílico.

b) a cocaína na forma de base livre é muito mais suscetível ao processo de hidrólise quando comparada
ao sal cloridrato (mais estável).

c) a cocaína é uma base fraca, capaz de reagir com soluções aquosas de ácidos orgânicos ou
inorgânicos formando sais.

d) a cocaína na forma de sal dificilmente é convertida em base livre pela adição de bases inorgânicas.

e) a cocaína na forma de base livre pode ser convertida em cloridrato de cocaína com a adição de
ácido clorídrico.

09. (CESPE/CEBRASPE - TJ-SE - 2014) No que diz respeito à dependência química, julgue os itens
subsecutivos.

O dissulfiram é um fármaco utilizado para o tratamento de dependentes de cocaína.

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o Certo
o Errado

10. (FDRH - IGP/RS - 2008) Paciente é conduzido a atendimento em serviço de emergência psiquiátrica e,
após, à perícia no Departamento Médico Legal. Ao exame, apresentava excitação, alucinações,
emagrecimento, sinais clínicos de anorexia e embotamento da memória, com relato por familiares de
que ele tem apresentado também vigília prolongada, história de convulsão, sinusite, apresentando-
se disfônico ao exame.

A causa mais provável dos sintomas desse paciente está associada ao uso de

a) opióides.

b) maconha.

c) cola de sapateiro.

d) barbitúricos.

e) cocaína.

11. (VUNESP - PC/SP - 2014) Com relação ao uso crônico da cocaína, especialmente em jovens, pode-se
afirmar que

a) eventos cardiovasculares são raramente observados pelo uso da droga.

b) a morte súbita geralmente decorre de fenômenos tromboembólicos durante a injeção da droga.

c) hipertensão arterial, lesões vasculares e suas consequências são relativamente comuns nesses
indivíduos.

d) não costuma deixar nenhum substrato morfológico nas vísceras, sendo um achado exclusivo do
exame toxicológico.

e) o órgão alvo de ação da droga é unicamente o Sistema Nervoso Central.

12. (CESPE/CEBRASPE - SEGESP-AL - 2013) De acordo com os princípios farmacológicos das substâncias
com ação no sistema venoso central, julgue os itens subsecutivos.

No organismo humano, a cocaína, substância estimulante do sistema nervoso central, é rapidamente


transformada em benzoilecgonina, metabólito usado como marcador para detecção do consumo dessa
droga, que pode ser apurada na urina em até três dias após a última ocorrência de uso.

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o Certo
o Errado

13. (CESPE/CEBRASPE - SEGESP-AL - 2013) Com relação aos efeitos psicopatológicos das drogas, julgue
os itens subsequentes.

Cocaína, anfetaminas e ecstasy são exemplos de drogas que excitam a atividade nervosa e aumentam o
ritmo das funções corporais.

o Certo
o Errado

14. (CESPE/CEBRASPE - DEPEN - 2013) A respeito do uso e abuso de substâncias psicoativas, julgue os
itens seguintes.

Na intoxicação aguda por cocaína e crack, deve-se evitar o uso de benzodiazepínicos, devido ao risco
de potencialização gabaérgica e depressão respiratória.

o Certo
o Errado

15. (IBFC - PC/RJ - 2013) A cocaína é frequentemente usada junto com outras drogas. Parte da cocaína é
transesterificada em cocaetileno quando é usada junto com a seguinte droga:

a) Heroína.

b) Álcool.

c) Maconha

d) Metilenodioximetanfetamina

e) Dietilamida do ácido lisérgico

16. (FUMARC-PC/MG-2013) É correto o que se afirma, EXCETO em

a) Cola pode levar à euforia e a alucinações.


b) Anfetaminas são usadas para evitar a sonolência, para desinibir, para euforizar.
c) Oxi é consumida pela queima das pedras em cachimbos ou cigarros, bem como aspirada em pó.
d) Oxi é droga sintética, consumida em cápsulas, de custo elevado, que causa pouca agressão ao
sistema nervoso central.

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17. (FUNCAB - PC/RJ - 2012) Depoimento de uma mulher usuária de drogas em reabilitação: “... porque
para mim "a" era uma pessoa e as pessoas eram coisas, de que eu precisava para me encontrar com
"a" .” A palavra droga substituiu a palavra originalmente utilizada pela mulher que fazia referência a
uma substância específica. Esse pensamento retrata claramente o comportamento de adicção. Essa
manifestação de desejo de consumo associado ao efeito residual da droga tem potencializado atos de
extrema violência. Contudo, o comportamento agressivo está, na imensa maioria das vezes, associado
ao uso de estimulantes do sistema nervoso, em geral, e um depressor. Esses estimulantes e o
depressor seriam, respectivamente:

a) solventes inalantes, ecstasy e cocaína.


b) solventes inalantes, crack e ecstasy.
c) ecstasy, álcool e crack.
d) cocaína, crack e álcool.
e) cocaína, solventes inalantes e álcool.

18. (FUNIVERSA - PC/DF - 2012) A cocaína, alcaloide extraído da planta Erythroxylum coca, é uma
substância com alto poder de indução de dependência em seus usuários. Existem diversas formas e
padrões de uso desse alcaloide, condicionados à sua forma química (sal ou base livre), que geram
características distintas em relação principalmente à toxicocinética nos usuários. Essa característica de
conversão da cocaína da forma de sal para base livre (ou o contrário) é o conceito utilizado para os
processos de extração e refino. Essa ideia também é utilizada com finalidade forense, para
identificação preliminar de materiais suspeitos de conter cocaína. A respeito desse assunto, assinale a
alternativa correta.

a) A cocaína fumada (crack) está na forma de sal, normalmente como cloridrato de cocaína, sendo
possível a existência de outros ânions, como o sulfato ou o nitrato, dependendo do tipo de ácido
utilizado durante o processo de extração.

b) A adição de tiocianato de cobalto a materiais que contenham cocaína na forma de sal é uma reação
colorimétrica de identificação preliminar (com baixa seletividade) da cocaína. A reação positiva gera
cor vermelho-tijolo.

c) Usuários de cocaína fumada (crack) podem ser diferenciados laboratorialmente daqueles que
utilizam a forma aspirada dessa droga por meio da identificação do metabólito cocaetileno na urina.

d) A cocaína, quando utilizada de forma oral (ato de mascar folhas da planta Erythroxylum coca), tem
início de ação no sistema nervoso central muito mais rapidamente do que a forma aspirada, já que
esta última depende de absorção pela mucosa nasal.

e) A forma química de sal ou base livre da cocaína depende do pH do meio, que desloca o equilíbrio
químico em direção à formação de uma forma ou de outra. Em pH ácido, o equilíbrio é deslocado
para a formação de cocaína como sal hidrossolúvel. Em pH básico, esse equilíbrio encontra-se
deslocado para a formação de cocaína como base livre, que é lipossolúvel.

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19. (CESPE/CEBRASPE - SES-DF - 2010) Ingestão excessiva de sal e água, fibrilação atrial aguda,
tromboembolia pulmonar, infecção pulmonar, anemia, consumo excessivo de álcool e uso de cocaína
são exemplos de fatores precipitantes de insuficiência cardíaca aguda.

o Certo
o Errada

20. (FCC - TRT - 3ª REGIÃO - 2009) Dentre as substâncias psicoativas ilícitas, é correto afirmar que

a) a maconha não causa dependência.


b) a cocaína pode ser utilizada em distintas formas, entre elas o crack, a ganja e a merla.
c) o GHB pode promover dependência.
d) o uso de mesclado (maconha + MMDA) é muito frequente em adultos jovens.
e) a heroína é originariamente classificada como um anestésico local.

21. (IDHTEC – Prefeitura de Macapana – PE- 2019) -“A consciência alterada por drogas não é algo novo. Em
quase todas as culturas conhecidas ao longo da história, as pessoas buscaram maneiras de alterar a
consciência desperta. O uso de drogas psicoativas – substancias que alteram o humor, a percepção e o
funcionamento mental ou o comportamento – é quase universal. Muitas das drogas disponíveis hoje,
legal ou ilegalmente, vêm sendo usadas há milhares de anos” (Morris, 2004). Sobre as drogas
psicoativas, são consideradas depressivas, estimulantes e alucinógenas, respectivamente:

a) Álcool, LSD e cocaína;

b) Opiáceos, cocaína e maconha;

c) Álcool, opiáceos e cocaína;

d) Maconha, cocaína e LSD;

e) Álcool, cafeína e anfetaminas.

22. (CETRO – CAISM PHILIPPE PINEL – 2013) Assinale a alternativa que apresenta somente substâncias
psicoativas classificadas como estimulantes.

a) Anfetamina, cocaína e crack.

b) Álcool, heroína e morfina.

c) Ansiolítico, antipsicótico e benzodiazepínicos.

d) Maconha, LSD e ecstasy.

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1. A 2. B 3. C 4. C 5. E

6. E 7. A 8. D 9. C 10. E

11. C 12. C 13. C 14. E 15. B

16. D 17. D 18. E 19. C 20. D

21. B 22. A

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QUESTÕES COMENTADAS

01. (INSTITUTO AOCP - PC/ES - 2019) As drogas que atuam no Sistema Nervoso Central (SNC) estão
entre as primeiras que foram descobertas pelos seres humanos primitivos e ainda constituem o grupo de
compostos farmacológicos mais amplamente utilizado. Sobre os aspectos farmacológicos, toxicológicos e
físico-químicos de tais drogas, assinale a alternativa correta.

a) O etanol é um depressor do SNC e, em concentrações sanguíneas elevadas, pode provocar coma,


depressão respiratória e morte.

b) As drogas semissintéticas são obtidas por modificação da estrutura das substâncias de origem natural,
como a cocaína.

c) Nos seres humanos, o principal mecanismo de eliminação do metanol consiste na sua oxidação a
acetaldeído, ácido acético e CO2.

d) O clorohidrato de cocaína, um sal obtido na extração da cocaína, é muito mais susceptível ao processo
de hidrólise do que a cocaína na forma de base livre.

e) Os aminoácidos neutros, como o glutamato, são inibitórios e aumentam a permeabilidade da


membrana aos íons cloretos.

Comentários:

A – CORRETO, o etanol é um depressor do SNC, cujo efeitos são sistêmicos, sendo um de seus
mecanismos a interação com os receptores gabaérgicos, intoxicações agudas podem provocar coma,
depressão respiratória e morte.

B - ERRADA - Essa assertiva me gerou um pouco de confusão. Vamos lá: as drogas semissintéticas são
SEMI porque a síntese delas ocorrem a partir de uma substância de origem que é natural, até aí correto. A
expressão final "como a cocaína" ficou dúbia, nesse caso o examinador estava comparando a cocaína às
substâncias de origem natural ou às substâncias semissintéticas? Essa parte que achei que ficou estranho.
A cocaína não é semissintética, ela é extraída das folhas de coca, trata-se de uma substância "natural"
porque ela não sofreu modificações em sua estrutura. De toda forma o Gabarito é a letra A, subentende-
se que o examinador se referiu a cocaína com uma substância semissintética o que invalida a questão já
que é um alcaloide extraído das folhas de coca.

C - ERRADO, o mecanismo consiste na oxidação do metanol à formaldeído (pela enzima álcool


desidrogenase) depois do formaldeído à ácido fórmico (pela enzima aldeído desidrogenase) e por fim do
àcido fórmico à CO2 + H20 (pelo ácido desidrogenase)

D - ERRADO, a cocaína na forma de base livre possui ponto de fusão de cerca de 98°C enquanto que a
cocaína em forma de sal possui ponto de fusão de 197°C, dessa forma o processo de hidrólise para a
cocaína base é muito mais susceptível do que para a cocaína sal, e por isso é a cocaína base que é utilizada
para ser fumada e não o sal.

E- ERRADO, os aminoácidos como o glutamato são excitatórios e aumentam a permeabilidade para os


íons cloreto e sódio.

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02. (IESES - IGP/SC - 2017) As substâncias psicoativas, cujo efeito principal é alterar a funções psicológicas,
fazem parte de nosso cotidiano. Quando tomamos um copo de cerveja, vinho ou aguardente, estamos
ingerindo uma droga ansiolítica – álcool etílico ou etanol. Bebidas de uso popular, como café, chá,
refrigerantes do tipo cola e guaraná, contêm cafeína, um psicoestimulante. A nicotina, outro
psicoestimulante, é absorvida quando a pessoa fuma. Esses costumes vêm de tempos longínquos e
aspectos sociais, legais, políticos e econômicos influenciam no seu consumo. Dado que as substâncias
psicoativas interferem em mecanismos neurobiológicos fundamentais, porque então, não são todos os
usuários que se tornam dependentes delas. Assim como vários aspectos influenciam o consumo, a
dependência de drogas é uma condição multifatorial. Analise as afirmações abaixo e assinale a única opção
com a sequência correta.

( ) A dependência às substâncias é conceituada como uma síndrome comportamental na qual o uso da


substância adquiriu prioridade na vida do indivíduo. De acordo com este conceito, a dependência é
caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas indicativos de que o indivíduo perdeu o controle do
uso da substância. Na sua forma extrema, a dependência caracteriza-se pelo uso compulsivo da
substancia e inclui ainda o surgimento de estados emocionais negativos (como irritabilidade, ansiedade)
quando o acesso a substância é limitado.

( ) A tolerância a uma substância caracteriza-se pela diminuição dos efeitos de uma dose fixa no decorrer
de uma administração prolongada, ou, ainda, pela necessidade de aumentar a dose para obter os efeitos
iniciais.

( ) As substâncias que causam dependência têm mecanismos de ação e efeitos bastantes distintos.
Contudo, todas têm em comum a propriedade de aumentar a liberação de Acetilcolinesterase.

( ) A dependência de substâncias psicoativas é um fenômeno complexo com causas e consequências


relacionadas a vários fatores, que incluem desde mecanismos moleculares até aspectos sociais. Muitas
variáveis interagem para influenciar a probabilidade de que uma pessoa inicie o uso abusivo de drogas ou
se torne dependente. Genericamente, estas variáveis podem ser agrupadas em três categorias:
substância, indivíduo e ambiente.

( ) As regiões do Sistema Nervoso Central relacionadas às emoções, à aprendizagem e à memória,


pertencem ao sistema límbico e são cruciais para a dependência de drogas. Não há um único fármaco para
o tratamento da dependência, e as terapias farmacológica e psicossocial têm efeitos aditivos ou
sinérgicos em indivíduos dependentes.

a) F, V, V, V, V.

b) V, V, F, V, V.

c) F, V, F, V, V.

d) V, V, F, V, F.

Comentários: As substâncias que causam dependência têm mecanismos de ação bastante parecidos, no
sentido, de que todas elas ativam a via límbica dopaminérgica, aumentando a concentração de dopamina
e ativando o sistema de recompensa. Gabarito B

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03. (UFU-MG -2012) Atualmente, o uso descontrolado e ilegal de substâncias que alteram o
funcionamento do cérebro tornou-se um sério problema de saúde pública.

A esse respeito, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Os efeitos comportamentais da cocaína são sentidos imediatamente e têm uma duração relativamente
curta (de 30 a 60 minutos), exigindo, por isso, a administração repetida para a manutenção dos efeitos de
intoxicação.

b) As anfetaminas são usadas para aumentar o desempenho e induzir a uma sensação de euforia. Os
sintomas de abstinência geralmente podem alcançar o auge em dois dias a quatro dias. No entanto, o
uso prolongado de altas doses pode gerar, como sintomas de abstinência, a depressão e a presença de
ideação suicida.

c) As drogas psicotrópicas são classificadas de acordo com a ação no sistema nervoso central.
Assim, a cannabis ou maconha é considerada uma droga estimulante do sistema nervoso central, uma vez
que promove sensação de alerta, disposição e resistência; entretanto, ao fim de seus efeitos, confere
cansaço, indisposição e depressão.

d) No abuso e dependência de álcool, é possível verificar a presença de comorbidade aliada a outros


transtornos mentais: transtornos relacionados com outras substâncias, transtorno de personalidade
antissocial, transtorno de humor e transtorno de ansiedade.

Comentários

A cannabis não é um estimulante e nem um depressor do SNC. A sua classificação está inserida como
sendo uma droga perturbadora do SNC, na qual age como agonistas dos receptores canabinoides CB1 e
CB2.

Dentre os principais efeitos podemos citar: estado inicial de euforia, agitação e hilaridade, seguido de um
período de reflexão, relaxamento e tranquilidade; taquicardia, podendo chegar a 140 bpm; secura da
boca e garganta; comprometimento do equilíbrio, coordenação, atenção e da memória recente;
alteração da percepção de tempo e de espaço; acentuação dos sentidos sensoriais; aumento do apetite e
hiperemia das conjuntivas (olhos avermelhados).

Em doses elevadas podem aparecem efeitos semelhantes aos dos alucinógenos, ansiedade, confusão,
paranoia, alucinação, delírio, pânico, despersonalização, comportamento agressivo e psicose tóxica. Essas
sensações fisiológicas e psicológicas desagradáveis são vulgarmente denominadas pelos usuários como
“bad trip” (má viagem), e que também pode ocorrer com o uso de outras drogas.

GABARITO C

04. [ADAPTADA] (CESPE/CEBRASPE - TRT 8ª REGIÃO - 2013) Com relação ao abuso e dependência de
crack e cocaína, assinale a opção correta.

A agressão térmica, a inalação de impurezas, o efeito anestésico local e a vasoconstricção são os


principais fatores responsáveis pelas lesões das vias aéreas relacionadas ao consumo de crack.

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o Certo
o Errado

Comentários

Correto, a fumaça do crack contém várias impurezas que também são inaladas, a agressão térmica
também ocorre. O efeito anestésico local e a vasoconstrição ocorre não só com o crack ou a cocaína base
fumada, mas também com o cloridrato de cocaína quando ele é aspirado.

GABARITO C

05. [ADAPTADA] (CESPE/CEBRASPE - TRT 8ª REGIÃO - 2013) Com relação ao abuso e dependência de
crack e cocaína, assinale a opção correta.

O uso de crack, em geral, inicia-se após os dezoito anos de idade, sendo restrito às classes sociais
desfavorecidas socioeconomicamente.

o Certo
o Errado

Comentários

Negativo. Já foi demonstrado que a dependência ao crack envolve as classes sociais mais elevadas
também. A princípio achava-se que o crack estava resguardado apenas as classes mais desfavorecidas, e
que o crack era um subproduto do refino da cocaína e por isso mais barato. Hoje sabemos que existe os
consumidores do crack, e os traficantes refinam as folhas de coca já para esses clientes, então não se
trata de subproduto e sim de um produto para o público específico. Ademais nem preciso dizer que os
jovens acabam sendo maisvulneráveis ao uso de drogas, então não existe essa de somente após os 18.

GABARITO E

06. [ADAPTADA] (CESPE/CEBRASPE - TRT 8ª REGIÃO - 2013) Com relação ao abuso e dependência de
crack e cocaína, assinale a opção correta.

Comparado ao usuário de cocaína intranasal, o usuário de crack, em geral, se expõe menos ao risco
de dependência, visto que há menos concentração de substâncias dependentes no crack que na cocaína.

o Certo
o Errado

Comentários

É o contrário, o usuário de crack se expõe muito mais ao risco de dependência, isso ocorre devido
a INTENSIDADE e a RAPIDEZ com que a droga chega ao SNC.

Gabarito E

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07. (FUNCAB - POLITEC-MT - 2013) A cocaína é um estimulante do sistema nervoso central. A droga é
usada por cerca de 2,3% da população brasileira, sendo apresentada também como merla na Região
Norte e como crack, nas Regiões Sul e Sudeste. A merla e o crack eram subprodutos do refino da
cocaína, sendo que hoje já são alguns dos produtos ilícitos do processo de obtenção
da droga. Aponte a alternativa que apresenta, corretamente, as etapas para a produção de crack.

a) Uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) é dissolvida em água e nela é acrescentado
bicarbonato que, posteriormente, é aquecida. O produto é seco e cortado em forma de pedras.

b) Cocaína na forma de base livre é dissolvida com éter dietílico. A solução resultante é filtrada,
acrescenta- se ácido clorídrico concentrado e acetona. Espera-se secar e o produto resultante é quebrado
em pequenas pedras.

c) As folhas de coca são maceradas e misturadas com água, cal e querosene. Os alcaloides extraídos são
precipitados com bases e as pedras obtidas são comercializadas ilegalmente.

d) Cocaína na forma de pasta base é acidificada para solubilização e, em seguida, alcalinizada para
precipitação. O produto obtido é purificado com cal e querosene para a produção de crack.

e) Cloridrato de cocaína é dissolvido em solução alcalina diluída. Acrescenta-se permanganato até a


obtenção de um produto de cor rosa e, então, acrescentam-se isômeros da cinamoilcocaína e
bicarbonato de sódio para a obtenção das pedras de crack.

Comentários

Pessoal a princípio parece até que precisaríamos decorar as rotas de refino da cocaína para responder
essa questão, quando na verdade, sabendo que para a obtenção do crack é necessário AQUECER e
depois RESFRIAR já mataríamos a questão, uma vez que a única alternativa que fala do aquecimento é a
alternativa A.

Então gravem: Crack → adiciona água, carbonato, aquece e resfria.

Gabarito letra A.

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08. (FUNCAB- POLITEC-MT-2013) Observe a figura e a tabela abaixo:

A respeito da cocaína, é INCORRETO afirmar que:

a) o nome IUPAC da cocaína é éster metílico do ácido [1 R-(exo,exo)]-3-(benzoiloxi)-8-metil-8-


azabiciclo[3.2.1]octano-2-carboxílico.

b) a cocaína na forma de base livre é muito mais suscetível ao processo de hidrólise quando comparada
ao sal cloridrato (mais estável).

c) a cocaína é uma base fraca, capaz de reagir com soluções aquosas de ácidos orgânicos ou
inorgânicos formando sais.

d) a cocaína na forma de sal dificilmente é convertida em base livre pela adição de bases inorgânicas.

e) a cocaína na forma de base livre pode ser convertida em cloridrato de cocaína com a adição de
ácido clorídrico.

Comentários

D - INCORRETO, esta é o nosso gabarito! As rotas de refino são reversíveis basta a adição de bases ou
ácidos no processo com uso de solventes para produzir uma ou outra forma de apresentação.

09. (CESPE/CEBRASPE - TJ-SE - 2014) No que diz respeito à dependência química, julgue os itens
subsecutivos.

O dissulfiram é um fármaco utilizado para o tratamento de dependentes de cocaína.

o Certo
o Errado

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Comentários:

O disulfiram tem diversos efeitos no corpo, dentre eles a interferência com o metabolismo do álcool, e
inibe diversas outras enzimas captando o cobre, e pode igualmente danificar o fígado.

No entanto, estudos tem demonstrado sua eficácia na dependência da cocaína, isso porque os
mecanismos de recompensa estão ligados com as atividades da dopamina e norepinefrina.

A Cocaína ativa o sistema dopaminérgico, que tem um grande papel na dependência. Similarmente, o
norepinefrina tem um papel na atenção e no despertar, mas sua super estimulação pode provocar
respostas de reforço e para ter uma recaída, desse modo estudos indicam que o disulfiram parece
trabalhar inibindo o beta-hidroxilase da dopamina, uma enzima exigida para a produção de norepinefrina.
Uma dose do disulfiram pode abaixar os níveis de norepinefrina no cérebro por aproximadamente 40% e
portanto pode ser eficaz para diminuir o desejo de voltar a consumir a droga.

GABARITO C

10. (FDRH - IGP/RS - 2008) Paciente é conduzido a atendimento em serviço de emergência psiquiátrica e,
após, à perícia no Departamento Médico Legal. Ao exame, apresentava excitação, alucinações,
emagrecimento, sinais clínicos de anorexia e embotamento da memória, com relato por familiares de que
ele tem apresentado também vigília prolongada, história de convulsão, sinusite, apresentando-se
disfônico ao exame.

A causa mais provável dos sintomas desse paciente está associada ao uso de

a) opióides.

b) maconha.

c) cola de sapateiro.

d) barbitúricos.

e) cocaína.

Comentários

Pessoal esses sintomas clínicos convergem para alguma substância estimulante. Das alternativas
apresentadas temos somente um estimulante: a cocaína. Então a partir daí é só confirmar se os efeitos de
uma intoxicação por cocaína correspondem com o enunciado. Peguei 3 palavras-chaves para confirmar:
excitação, vigília prolongada e sinusite.

Vejam que em casos de intoxicação por substâncias depressoras do SNC não há excitação e nem vigília
prolongada. A sinusite e outros problemas das vias aéreas superiores também são comuns em usuários
de crack e cocaína aspirada.

GABARITO E

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11. (VUNESP - PC/SP - 2014) Com relação ao uso crônico da cocaína, especialmente em jovens, pode-
se afirmar que

a) eventos cardiovasculares são raramente observados pelo uso da droga.

b) a morte súbita geralmente decorre de fenômenos tromboembólicos durante a injeção da droga.

c) hipertensão arterial, lesões vasculares e suas consequências são relativamente comuns nesses
indivíduos.

d) não costuma deixar nenhum substrato morfológico nas vísceras, sendo um achado exclusivo do
exame toxicológico.

e) o órgão alvo de ação da droga é unicamente o Sistema Nervoso Central.

Comentários:

A causa mortis por overdose de cocaína se deve principalmente à cardiotoxicidade da droga, decorrente
do sinergismo das ações simpatomiméticas + inibição da recaptação de catecolaminas + ação anestésica
por bloqueio dos canais de sódio. O aumento intenso da pressão arterial é uns dos efeitos mais sérios,
porque pode levar à taquicardia, fibrilação ventricular, arritmias e infarto.

GABARITO C

12. (CESPE/CEBRASPE - SEGESP-AL - 2013) De acordo com os princípios farmacológicos das substâncias
com ação no sistema venoso central, julgue os itens subsecutivos.

No organismo humano, a cocaína, substância estimulante do sistema nervoso central, é rapidamente


transformada em benzoilecgonina, metabólito usado como marcador para detecção do consumo dessa
droga, que pode ser apurada na urina em até três dias após a última ocorrência de uso.

o Certo
o Errado

Comentários

A cocaína (benzoilmetilecgonina) absorvida é rapidamente biotransformada a éster metilecgonina


Benzoilecgonina, ecgonina, Norcocaína e benzoilnorecgonina.

Urina, cabelo, saliva, sangue e mecônio são amostras biológicas que podem ser utilizadas para análises
forenses da cocaína e de seus metabólitos na urina, os metabólitos podem ainda ser detectados de 2 a 3
dias após a exposição, e no cabelo de 2 a 3 meses, havendo registro de detecção nesta amostra até de 9
meses após a exposição à cocaína.

GABARITO C

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13. (CESPE/CEBRASPE - SEGESP-AL - 2013) Com relação aos efeitos psicopatológicos das drogas, julgue
os itens subsequentes.

Cocaína, anfetaminas e ecstasy são exemplos de drogas que excitam a atividade nervosa e aumentam o
ritmo das funções corporais.

o Certo
o Errado

Comentários

Correto, todas essas drogas podem ser consideradas estimulantes do SNC sendo que o ecstasy, em
doses usuais, além de estimulante, possui atividade alucinógena

GABARITO C

14. (CESPE/CEBRASPE - DEPEN - 2013) A respeito do uso e abuso de substâncias psicoativas, julgue os
itens seguintes.

Na intoxicação aguda por cocaína e crack, deve-se evitar o uso de benzodiazepínicos, devido ao risco
de potencialização gabaérgica e depressão respiratória.

o Certo
o Errado

Comentários

Cocaína e crack é meio que a mesma coisa né gente, mas geralmente utiliza-se a denominação crack para
diferenciar a cocaína fumada da cocaína aspirada. Enfim, ambos são cocaína, e são estimulantes potentes
do SNC. E no caso de intoxicação, pode ser utilizados os benzodiazepínicos que são depressores
gabaergicos do SNC para diminuir o quadro de excitação e prevenir quadros de convulsões. Dessa forma
o gabarito está errado.

GABARITO E

15. (IBFC - PC/RJ - 2013) A cocaína é frequentemente usada junto com outras drogas. Parte da cocaína é
transesterificada em cocaetileno quando é usada junto com a seguinte droga:

a) Heroína.
b) Álcool.
c) Maconha
d) Metilenodioximetanfetamina
e) Dietilamida do ácido lisérgico

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Comentários

A ingestão de álcool combinada com a administração de cocaína resulta na transesterificação hepática da


droga na forma de benzoiletilecgonina (cocaetileno). Um dos aspectos importantes deste produto é que
devido a sua semelhança estrutural, sua ação farmacológica é comparável à cocaína.

GABARITO B

16. (FUMARC-PC/MG-2013) É correto o que se afirma, EXCETO em:

a) Cola pode levar à euforia e a alucinações.

b) Anfetaminas são usadas para evitar a sonolência, para desinibir, para euforizar.

c) Oxi é consumida pela queima das pedras em cachimbos ou cigarros, bem como aspirada em pó.

d) Oxi é droga sintética, consumida em cápsulas, de custo elevado, que causa pouca agressão ao
sistema nervoso central.

Comentários

Oxi é uma denominação que foi dada de forma arbitrária à cocaína. Estudos com apreensões de Oxi
vinda do estado do Acre mostraram que não havia nada de diferente nessa droga e que se tratava de
cocaína comum, às vezes em forma de crack, às vezes em forma de cocaína base.

Dessa forma, sendo uma cocaína comum, não há que se falar em droga sintética, nem que é consumida
em cápsulas e muito menos que causa pouca agressão ao SNC. Assim como as outras formas de
apresentação da cocaína causa grandes danos ao cérebro.

GABARITO D

17. (FUNCAB - PC/RJ - 2012) Depoimento de uma mulher usuária de drogas em reabilitação: “... porque
para mim "a" era uma pessoa e as pessoas eram coisas, de que eu precisava para me encontrar com "a" .”
A palavra droga substituiu a palavra originalmente utilizada pela mulher que fazia referência a uma
substância específica. Esse pensamento retrata claramente o comportamento de adicção. Essa
manifestação de desejo de consumo associado ao efeito residual da droga tem potencializado atos de
extrema violência. Contudo, o comportamento agressivo está, na imensa maioria das vezes, associado ao
uso de estimulantes do sistema nervoso, em geral, e um depressor. Esses estimulantes e o depressor
seriam, respectivamente:

a) solventes inalantes, ecstasy e cocaína.


b) solventes inalantes, crack e ecstasy.
c) ecstasy, álcool e crack.
d) cocaína, crack e álcool.
e) cocaína, solventes inalantes e álcool.

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Comentários

Solventes são depressores do SNC, e incluímos nessa classificação o álcool também. Todas as outras
substâncias são estimulantes, e o ecstasy além de estímulo também provoca alucinação.

A única alternativa que apresentam estimulantes e depressores (nessa ordem) é a alternativa D.

GABARITO D

18. (FUNIVERSA - PC/DF - 2012) A cocaína, alcaloide extraído da planta Erythroxylum coca, é uma
substância com alto poder de indução de dependência em seus usuários. Existem diversas formas e
padrões de uso desse alcaloide, condicionados à sua forma química (sal ou base livre), que geram
características distintas em relação principalmente à toxicocinética nos usuários. Essa característica de
conversão da cocaína da forma de sal para base livre (ou o contrário) é o conceito utilizado para os
processos de extração e refino. Essa ideia também é utilizada com finalidade forense, para identificação
preliminar de materiais suspeitos de conter cocaína. A respeito desse assunto, assinale a alternativa
correta.

a) A cocaína fumada (crack) está na forma de sal, normalmente como cloridrato de cocaína, sendo
possível a existência de outros ânions, como o sulfato ou o nitrato, dependendo do tipo de ácido
utilizado durante o processo de extração.

b) A adição de tiocianato de cobalto a materiais que contenham cocaína na forma de sal é uma reação
colorimétrica de identificação preliminar (com baixa seletividade) da cocaína. A reação positiva gera cor
vermelho-tijolo.

c) Usuários de cocaína fumada (crack) podem ser diferenciados laboratorialmente daqueles que utilizam a
forma aspirada dessa droga por meio da identificação do metabólito cocaetileno na urina.

d) A cocaína, quando utilizada de forma oral (ato de mascar folhas da planta Erythroxylum coca), tem
início de ação no sistema nervoso central muito mais rapidamente do que a forma aspirada, já que esta
última depende de absorção pela mucosa nasal.

e) A forma química de sal ou base livre da cocaína depende do pH do meio, que desloca o equilíbrio
químico em direção à formação de uma forma ou de outra. Em pH ácido, o equilíbrio é deslocado para a
formação de cocaína como sal hidrossolúvel. Em pH básico, esse equilíbrio encontra-se deslocado para a
formação de cocaína como base livre, que é lipossolúvel.

Comentários: vamos analisar as alternativas incorretas, e assim chegamos no nosso gabarito!

A - Incorreto, cocaína fumada está na forma de base.

B - A primeira sentença da assertiva está correta, o único erro é que a cor gerada é azul turquesa, e não
vermelho.

C - Incorreto. Usuários de crack podem sim ser diferenciados daqueles que usam a cocaína sal, no entanto
o metabólito utilizado para essa diferenciação é a metileconidina. O cocaetileno demonstra que a cocaína

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foi usada juntamente com o consumo de álcool.

D - Se a cocaína for usada na forma oral, o efeito vai demorar mais para a aparecer, além disso teremos o
efeito de primeira passagem o que invariavelmente irá diminuir a biodisponibilidade da droga. Alternativa
incorreta.

GABARITO E

19. (CESPE/CEBRASPE - SES-DF - 2010) Ingestão excessiva de sal e água, fibrilação atrial aguda,
tromboembolia pulmonar, infecção pulmonar, anemia, consumo excessivo de álcool e uso de cocaína são
exemplos de fatores precipitantes de insuficiência cardíaca aguda.

o Certo
o Errado

Comentários: Correto. Essa questão é mais para reforçar o potencial cardiotóxico da cocaína.

GABARITO C

20. (FCC - TRT - 3ª REGIÃO - 2009) Dentre as substâncias psicoativas ilícitas, é correto afirmar que

a) a maconha não causa dependência.

b) a cocaína pode ser utilizada em distintas formas, entre elas o crack, a ganja e a merla.

c) o GHB pode promover dependência.

d) o uso de mesclado (maconha + MMDA) é muito frequente em adultos jovens.

e) a heroína é originariamente classificada como um anestésico local.

Comentários

A - Incorreto. Não é bem assim né gente, ainda que o poder de adicção da maconha seja inferior a de
outras drogas, existe sim a possibilidade de a droga causar dependência.

B - Incorreto. Ganja é uma das denominações dada à cannabis. Já o crack e a merla sim são formas de
apresentações distintas da cocaína.

C - Essa afirmativa foi dada como incorreta, no entanto discordo totalmente. O ácido gama
hidroxibutírico (GHB) e seus produtos de biotransformação, gama butirolactona (GBL) e 1,4 butanodiol
(1,4 BD), causam depressão no SNC. Doses subanestésicas elevam o nível de dopamina central,
provocando um estado de alerta e felicidade.

Nós já sabemos que drogas que elevam os níveis de dopamina ativam o sistema de recompensa e,
portanto, podem SIM promover dependência.

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D – está CORRETO !

E - incorreto, a princípio a heroína foi introduzida no mercado pela Bayer em 1898 como um
medicamento, na esperança de que a forma diacetilada da morfina continuasse efetiva contra a tosse,
sem os efeitos colaterais da morfina.

GABARITO D

21. (IDHTEC – Prefeitura de Macapana – PE- 2019) -“A consciência alterada por drogas não é algo novo.
Em quase todas as culturas conhecidas ao longo da história, as pessoas buscaram maneiras de alterar a
consciência desperta. O uso de drogas psicoativas – substancias que alteram o humor, a percepção e o
funcionamento mental ou o comportamento – é quase universal. Muitas das drogas disponíveis hoje, legal
ou ilegalmente, vêm sendo usadas há milhares de anos” (Morris, 2004). Sobre as drogas psicoativas, são
consideradas depressivas, estimulantes e alucinógenas, respectivamente:

a) Álcool, LSD e cocaína;

b) Opiáceos, cocaína e maconha;

c) Álcool, opiáceos e cocaína;

d) Maconha, cocaína e LSD;

e) Álcool, cafeína e anfetaminas.

Comentários:

• Depressores: Álcool e opiáceos;


• Estimulantes: cocaína, cafeína, anfetaminas;
• Alucinógenos: LSD
• Perturbadores do SNC: Maconha

Na ordem: Depressores > estimulantes > alucinógenos, t emos a alternativa “menos errada” a
letra B. Opiáceos, cocaína e maconha.

Vejam que nessa questão o examinador considerou a maconha como um alucinógeno. Não é gente!
Ainda que a maconha possa causar alucinação ela não é uma droga classificada como alucinógeno. Se
fosse assim, a cocaína também seria, porque em altas doses ela também pode causar alucinação, mas em
fim, é normal encontrarmos questões assim, nesses casos temos que achar a “menos errada” para
acertamos, e também é bom para vermos que alguns examinadores consideram maconha como
alucinógena. Caberia recurso? Caberia! Mas não podemos fazer prova pensando em recurso e sim
pensando em acertar o máximo de questões, então temos que ficar ligados!

GABARITO B

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22. (CETRO – CAISM PHILIPPE PINEL – 2013) Assinale a alternativa que apresenta somente
substâncias psicoativas classificadas como estimulantes.

a) Anfetamina, cocaína e crack.

b) Álcool, heroína e morfina.

c) Ansiolítico, antipsicótico e benzodiazepínicos.

d) Maconha, LSD e ecstasy.

Comentários

Estimulantes do SNC: anfetaminas, cocaína, crack (que é cocaína) e ecstasy. Depressores do SNC: álcool,
heroína, morfina, ansiolíticos e benzodiazepínicos. Alucinógenos: LSD e ecstasy. Dessa forma a alternativa
que contém somente estimulantes é a alternativa A.

GABARITO A

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RESUMO
Os fármacos/drogas que causam dependência podem ser classificados em:

 Opiáceos: heroína, morfina, codeina;

 Estimulantes: cocaína, anfetamina, cafeína;

 Depressores do SNC: barbitúricos, benzodiazepínicos, etanol e inalantes;

 Tabaco: nicotina;

 Cannabis: A9-THC;

 Alucinógenos: LSD, psilocibina, mescalina.

Normalmente a terminologia "Drogas de abuso" é utilizada para essas substâncias proscritas (aquelas de
uso proibido pela legislação), no entanto, as drogas lícitas como etanol cafeína, barbitúricos,
benzodiazepínicos e tabaco também estão incluídas nessa terminação.

De acordo com as definições constantes no artigo 1º da Portaria SVS/MS nº 344/98, são substâncias
capazes de causar dependência física ou psíquica são aquelas classificadas como entorpecentes ou
psicotrópicos, ou seja, aquelas inseridas nas listas A1, A2, A3, B1, B2, F1 e F2 do Anexo I da citada
portaria.

 Tolerância: A pessoa precisa usar uma quantidade cada vez maior da substância para sentir o efeito
desejado.

 Abstinência: Efeitos físicos desagradáveis que ocorrem quando a substância é interrompida ou


quando outra substância é usada para combatê-la, um antagonista.

As drogas de abuso apresentarem potencial para induzir dependência.

 Dependência Física ocorre quando o corpo se adapta ao uso da droga e passa a precisar dela
para funcionar normalmente. Comum em drogas como o álcool, heroína e benzodiazepínicos.

 Dependência Psicológica se refere ao desejo intenso e persistente de usar a droga, mesmo


que não haja uma necessidade física imediata. Os sintomas incluem ansiedade, irritabilidade,
depressão e insônia. É comum em drogas como a cocaína e maconha e ecstasy.

 Adicção: esse termo refere-se ao comportamento compulsivo de uso e procura de uma substância
que altera as atividades normais e leva o indivíduo à dependência.

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CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS DE ABUSO

Estimulantes do Pertubadores Depressores do


Alucinógenos Tabaco
SNC do SNC SNC

•Cocaína •Cannabis •LSD •Etanol •Nicotina


•Anfetamínicos •MDMA •Opioides
•Plantas (heroína)
alucinógenas •GHB

Importante lembrar que a cocaína apresenta-se em diversas formas como indicado no esquena abaixo. Já
as anfetaminas, são classificadas conformo sua indicação terapêutica.

Crack Tradicionais
(anorexígenas)

Merla

DROGAS Propria-
Cocaína Anfetamina mente
ESTIMULANTES Ditas
Pasta
base

Para
Cloridrato Hiperatividade
de cocaína infantil
(sal)

A cocaína é o princípio ativo contido nas folhas de coca (Erythroxylon coca). O crack é a forma sólida
(base livre), resultante da adição de bicarbonato de sódio. A cocaína na forma de sal se apresenta na
forma de cloridrato de cocaína, obtida pela reação de cocaína base com ácido clorídrico.

A forma de consumo, intimamente ligada com a apresentação da cocaína, influencia diretamente no


padrão de consumo, ou seja, a via de administração interfere no tempo de ação da droga, determinando
diferntes padrões de consumo.

Reveja no esquema abaixo!

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Intranasal (1) (“cheirada”) velocidade de absorção


lenta e baixa, isso porque a taxa de difusão pela
mucosa nasofaríngea é lenta devido as propriedades
vasoconstritoras presentes na própria droga.
Intensidade de efeito baixa (menor teor que atinge a
corrente sanguínea), porém tempo de efeito maior
devido baixa velocidade de absorção.

Via oral (2) ocorre quando há a deglutição


involuntária no momento da aspiração, ou
ingerida de forma voluntária geralmente
adicionada ao álcool. Apesar de ser uma via
menos usada, em relação as outras é uma via
quimicamente estável, apresentando uma
boa biodisponibilidade.

A cocaína fumada (3) (na forma de base) e injetada (4) (na forma de sal) tem
uma velocidade de absorção muito alta. No caso da cocaína fumada (por
meio do crack principalmente) essa velocidade se deve à extensa área de
exposição proporcionada pela superfície pulmonar, que é altamente
vascularizada. Essas vias de administração são equivalentes quando
comparamos à rapidez dos efeitos farmacológicos.

A cocaína atravessa facilmente a barreira placentária. Filhos de mães usuárias desta droga podem nascer
dependentes, além de sofrerem outros possíveis defeitos perinatais.

A eliminação da cocaína é controlada pela sua taxa de biotransformação no fígado (que é bastante
extensa) e somente uma pequena parcela (menos de 10%) é excretada de forma inalterada na urina.

Os principais produtos da biotransformação da cocaína são:

 Ester metilecgonina (35 a 48%), obtida pela hidrólise do grupo benzoato da cocaína pela ação
das colinesterases plasmática e hepática; e

 Benzoilecgonina (30 a 45%) resultante da hidrólise espontânea da cocaína ou por reação catalisada

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por carboxiesterases.

 Norcocaína (2 a 6%), resultante da N-desmetilação direta pelas enzimas do sistema citocromo P50.

 Benzoilnorecgonina (menos de 1%).

Urina, cabelo, saliva, sangue e mecônio são amostras biológicas que podem ser utilizadas para análises
forenses da cocaína e de seus metabólitos na urina, os metabólitos podem ainda ser detectados de 2 a 3
dias após a exposição, e no cabelo de 2 a 3 meses, havendo registro de detecção nesta amostra até de 9
meses após a exposição à cocaína.

A cocaína é um simpaticomimético indireto, atuando por inibição da recaptação de catecolaminas


(dopamina, noradrenalina e adrenalina), e também inibe a recaptação de serotonina, na fenda sináptica,
causando efeitos tanto centrais quanto periféricos.

Intoxicação aguda: transtornos decorrentes do uso de cocaína


Sistema Vasoconstrição, aumento da pressão arterial e taquicardia são as
Cardiovascular manifestações centrais. Isquemia miocárdica, infarto devido vasoconstrição
coronariana e trombose, e arritmias cardíacas.
Sistema Nervoso Intoxicação aguda pode causar ansiedade, irritabilidade, cefaleia, agitação,
Central paranoia, delírios, alucinações, pânico e convulsões. Pode desencadear
hemorragial intracerebral.
Sistema Respiratório Queimaduras das vias respiratórios devido a alta temperatura do vapor e
da fumaça inalados. Alveolite hemorrágica (“pulmão do crack”).
Agioedema, broncoespasmo e pneumotórax decorrente da retenção da
fumaça.
Sistema Digestivo Úlcera perfurada decorrente da vasoconstrição mesentérica.

Outros Sistemas Infarto renal e esplênico, insuficiência hepática, dores musculares,


incluindo rabdomiólise, lesões de córnea por fumaça e calor e discrasias
sanguíneas.

Quimicamente, as anfetaminas pertencem à classe das feniletilaminas, apresentam o esqueleto básico


da fenetilamina, e farmacologicamente atuam como aminas simpatomiméticas. São classificadas como
drogas sintéticas uma vez que são substâncias psicoativas, que agem estimulando a liberação das
catecolomainas pelos neurônios nas fendas sipanápticas.

Derivados de anfetamina são administrados por via oral e intravenosa. Por via oral a absorção é rápida, e
os efeitos sobre o SNC ocorre cerca de 30 minutos após administração e duram algumas horas.

Os anfetamínicos são biotransformados principalmente no fígado e a excreção urinária depende muito do


pH, sendo mais intensa e rápida em urina ácida (pH 5 a 5,6).

A tolerância se desenvolve rapidamente para os efeitos simpaticomiméticos periféricos e anorexígenos,


mas mais lentamente para os outros efeitos (estimulação locomotora, euforia e comportamento

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estereotipado). A toxicidade da anfetamina ocorre principalmente nos sistemas cardiovascular e


neuropsíquico.

B IBLIOGRAFIA

BRUNTON, L., PARKER, K., & HILL, M. (2015). GOODMAN AND GILMAN: Manual de
Farmacologia e Terapêutica. (Vol. 2ª ed. ). Porto Alegre: ARTMED.

KLAASSEN, C. D., & WATKINS III, J. B. (2012). Fundamentos em toxicologia de Casarett e Doull.. (Vol. 2
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OGA, S., CAMARGO, M. M., & BATISTUZZO, J. A. (2008). Fundamentos de Toxicologia (Vol. 3ed.). São
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RANG, H., DALE, M., & RITTER, J. 7. (2016). Farmacologia (Vol. 7. ed). Rio de Janeiro: Elsevier.

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