Beethoven
Beethoven
Beethoven
Surdez em Viena
Beethoven em 1803
Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi-lhe
diagnosticado, por volta de 1796, tinha Ludwig os seus 26 anos de idade, a congestão
dos centros auditivos internos, o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a
isolar-se e a grandes depressões.
Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena. Fez curativos, realizou
balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares; mas os seus ouvidos
permaneciam arrolhados. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou
em suicidar-se.
Embora tenha feito muitas tentativas para se tratar, durante os anos seguintes, a doença
continuou a progredir e, aos 46 anos de idade (1816), estava praticamente surdo. Porém,
ao contrário do que muitos pensam, Ludwig jamais perdeu a audição por completo,
muito embora nos seus últimos anos de vida a tivesse perdido, condições que não o
impediram de acompanhar uma apresentação musical ou de perceber nuances
timbrísticas.
[editar] O gênio
No entanto, o seu verdadeiro gênio só foi realmente revisado com a publicação das suas
Op. 7 e Op. 10, entre 1796 e 1798: a sua Quarta Sonata para Piano em Mi Maior, e as
suas Quinta em Dó Menor, Sexta em Fá Maior e Sétima em Ré Maior Sonatas para
Piano.
Testamento de Heilingenstadt
Em 2 de Abril de 1800, a sua Sinfonia nº1 em Dó maior, Op. 21 faz a sua estreia em
Viena. Porém, no ano seguinte, confessa aos amigos que não está satisfeito com o que
tinha composto até então, e que tinha decidido seguir um novo caminho. Em 1802,
escreve o seu testamento, mais tarde revisto como O Testamento de Heilingenstadt,
por ter sido escrito na localidade austríaca de Heilingenstadt, então subúrbio de Viena,
dirigido aos seus dois irmãos vivos: Kaspar Anton Carl van Beethoven (1774-1815) e
Nicolaus Johann van Beethoven (1776-1848).
Finalmente, entre 1802 e 1804, começa a trilhar aquele novo caminho que ambiciona,
com a apresentação de Sinfonia nº3 em Mi bemol Maior, Op.55, intitulada de Eróica.
Uma obra sem precedentes na história da música sinfônica, considerada o início do
período Romântico, na Música Erudita. Os anos seguintes à Eroica foram de
extraordinária fertilidade criativa, e viram surgir numerosas obras-primas: a Sonata
para Piano nº 21 em Dó maior, Op.53, intitulada de Waldstein, entre 1803 e 1804); a
Sonata para Piano nº 23 em Fá menor, Op.57, intitulada de Appassionata, entre 1804 e
1805; o Concerto para Piano nº 4 em Sol Maior, Op.58, em 1806; os Três Quartetos de
Cordas, Op.59, intitulados de Razumovsky, em 1806; a Sinfonia nº 4 em Si bemol
Maior, Op.60, também em 1806; o Concerto para Violino em Ré Maior, Op.61, entre
1806 e 1807; a Sinfonia nº 5 em Dó Menor, Op.67, entre 1807 e 1808; a Sinfonia nº 6
em Fá maior, Op.68, intitulada de Pastoral, também entre 1807 e 1808; a Ópera
Fidelio, Op.72, cuja versão definitiva data de 1814; e o Concerto para Piano nº 5 em Mi
bemol Maior, Op.73, intitulado de Imperador, em 1809.
Ludwig escreveu ainda uma Abertura, música destinada a ilustrar uma peça teatral, uma
tragédia em cinco actos de Goethe: Egmont. E muito se conta do encontro entre Johann
Wolfgang von Goethe e Ludwig van Beethoven.
Neste espaço de tempo, escreve a Sinfonia nº 7 em Lá Maior, Op.92, entre 1811 e 1812,
a Sinfonia nº 8 em Fá Maior, Op.93, em 1812, e o Quarteto em Fá Menor, Op.95,
intitulado de Serioso, em 1810.
De 1816 até 1827, ano da sua morte, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras
musicais. Sua influência na história da música foi imensa. Ao morrer, a 26 de Março de
1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia, assim como projectava escrever um
Requiem. Ao contrário de Mozart, que foi enterrado anonimamente em uma vala
comum (o que era o costume na época), 20.000 cidadãos vienenses enfileiraram-se nas
ruas para o funeral de Beethoven, em 29 de março de 1827. Franz Schubert, que morreu
no ano seguinte e foi enterrado ao lado de Beethoven, foi um dos portadores da tocha.
Depois de uma missa de réquiem na igreja da Santíssima Trindade
(Dreifaltigkeitskirche), Beethoven foi enterrado no cemitério Währing, a noroeste de
Viena. Seus restos mortais foram exumados para estudo, em 1862, sendo transferidos
em 1888 para o Cemitério Central de Viena.[5]
Em 1801, Beethoven afirma não estar satisfeito com o que compôs até então, decidindo
tomar um "novo caminho". Dois anos depois, em 1803, surge o grande fruto desse
"novo caminho": a sinfonia nº3 em Mi bemol Maior, apelidada de "Eroica", cuja
dedicatória a Napoleão Bonaparte foi retirada com alguma polémica. A sinfonia Eroica
era duas vezes mais longa que qualquer sinfonia escrita até então.
Em 1808, surge a Sinfonia nº5 em Dó menor (sua tonalidade preferida), cujo famoso
tema da abertura foi considerado por muitos como uma evidência da sua loucura.
Em 1824, surge a Sinfonia nº9 em Ré Menor. Pela primeira vez na história da música, é
inserido um coral numa sinfonia, inserida a voz humana como exaltação dionisíaca da
fraternidade universal, com o apelo à aliança entre as artes irmãs: a poesia e a música.
Beethoven começou a compor música como nunca antes se houvera ouvido. A partir de
Beethoven a música nunca mais foi a mesma[carece de fontes?]. As suas composições eram
criadas sem a preocupação em respeitar regras que, até então, eram seguidas.
Considerado um poeta-músico, foi o primeiro romântico apaixonado pelo lirismo
dramático e pela liberdade de expressão. Foi sempre condicionado pelo equilíbrio, pelo
amor à natureza e pelos grandes ideais humanitários[carece de fontes?]. Inaugura, portanto, a
tradição de compositor livre, que escreve música para si, sem estar vinculado a um
príncipe ou a um nobre. Hoje em dia muitos críticos o consideram como o maior
compositor do século XIX, a quem se deve a inauguração do período Romântico,
enquanto que outros o distinguem como um dos poucos homens que merecem a
adjetivação de "gênio".