Corrente Elétrica e Leis de Ohm

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CORRENTE ELÉTRICA E LEIS DE OHM

CORRENTE ELÉTRICA: DEFINIÇÃO


Nos condutores, as cargas elétricas que podem se mover estão num
movimento desordenado, caótico. Quando se aplica no condutor uma
diferença de potencial (ddp), o movimento das cargas livres passa a ser
orientado, ordenado. Ao movimento ordenado de cargas elétricas é o que
denominamos Corrente Elétrica.

SENTIDO REAL X SENTIDO CONVENCIONAL


No início do desenvolvimento da eletricidade, o homem achou que eram
as cargas positivas, prótons, que se deslocavam no sentido do campo elétrico
gerado no interior do condutor. Somente muito tempo depois foi percebido o
equívoco: são os elétrons que se deslocam em sentido contrário ao do campo
elétrico gerado no interior do condutor. O sentido real da corrente elétrica
num condutor metálico é o do movimento dos elétrons.

Mas, por tradição, adota-se para sentido da corrente elétrica, aquele


que o homem primeiro pensou, o dos movimentos dos prótons no sentido
do campo elétrico. Este é o denominado sentido convencional da corrente
elétrica. Quando simplesmente se fala em sentido da corrente elétrica,
estamos falando no convencional.
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INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA


Denomina-se intensidade média da corrente elétrica a razão entre a
quantidade de carga elétrica (Δq) que passa por uma seção do condutor e o
intervalo de tempo (Δt) que ela gasta para passar. Quando o fluxo de carga se
mantém constante, não há necessidade de utilizar a expressão intensidade
de corrente média, basta usar intensidade de corrente.

Q
i=
∆t

A unidade SI de intensidade de corrente elétrica é o ampère (A), razão


entre o coulomb (C) e o tempo (s). Quando se diz que uma corrente é de 1 A,
queremos dizer que passa por uma seção do condutor uma carga de 1C num
intervalo de 1s.

PROPRIEDADE DO GRÁFICO I X T
Em qualquer gráfico de intensidade de corrente versus tempo, i x t, a área
entre a função e o eixo dos tempos fornece o valor numérico da carga elétrica
que atravessa o condutor no intervalo de tempo considerado.

CORRENTE ALTERNADA (AC) E CORRENTE CONTÍNUA (DC)


Os elétrons que se deslocam por um condutor podem vir sempre de
um mesmo sentido ou alterná-los. A corrente fornecida por uma bateria ou
por uma pilha, por exemplo, possui um sentido único se movendo do polo
positivo para o polo negativo (sentido convencional), essa é a chamada
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corrente contínua. Já a corrente que chega às nossas casas, gerada nas


usinas, possui um sentido que se alterna periodicamente, aqui no Brasil a
frequência da corrente alternada distribuída é de 60Hz. Essa corrente que
muda de sentido é gerada por uma variação do fluxo de campo magnético,
a chamada Lei de Faraday-Lenz, que estudaremos com mais detalhes nos
próximos módulos.

RESISTORES
O resistor é aquele dispositivo do circuito elétrico que possui como
principal característica transformar energia elétrica em energia térmica,
fenômeno conhecido como Efeito Joule. Essa dissipação se deve ao atrito
entre os elétrons da corrente elétrica e os átomos do material e existem
várias aplicações no dia a dia, como um chuveiro elétrico, um ferro de passar
roupas ou até mesmo em uma lâmpada incandescente.
Em um circuito elétrico, o resistor é normalmente representado pelos
seguintes símbolos abaixo:

A dificuldade que a corrente elétrica tem em atravessar um resistor é


denominada Resistência Elétrica (R). É comum na linguagem diária dizer que
queimou a resistência do chuveiro, quando na realidade o que queimou foi o
resistor.
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RESISTORES ÔHMICOS E NÃO ÔHMICOS


Existem basicamente dois tipos de resistores: o ôhmico, que é aquele que
obedece às Leis de Ohm (por isso o nome), quando mantidos à temperatura
constante apresentam resistência constante, e os não ôhmicos são aqueles
que possuem sua resistência variável e por isso não obedecem as leis de
Ohm.

PRIMEIRA LEI DE OHM


Se experimentalmente impusermos a um resistor diferentes diferenças
de potencial (d.d.p) ele será percorrido por diferentes correntes elétricas.
Definimos como resistores ôhmicos quando, para uma dada temperatura:
U1 U2 U3 Un
= = = = ... = R (resistência constante)
i1 i2 i3 in

Ou seja, U = R.i
Gráfico: Resistor Ôhmico

Ohm percebeu que a corrente em um circuito é diretamente proporcional


à d.d.p estabelecida no circuito, e inversamente proporcional à resistência do
circuito. Analisando as unidades
Volts
Amperes =
Ohms
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A Lei de Ohm afirma que quando uma diferença de potencial de 1V é


aplicada através de um circuito de resistência 1Ω, produzirá uma corrente de
1A.
Para um circuito com resistores ôhmicos, ou seja, resistores de resistência
constante, a corrente e a voltagem são proporcionais entre si, na prática isso
significa que a corrente dobrará sua intensidade quando a voltagem também
dobrar a sua. Mas se a resistência do circuito for dobrada, mantendo a d.d.p
constante, a corrente terá sua intensidade caindo a metade do valor inicial.
Quanto maior a resistência do circuito, menor será a intensidade da corrente
elétrica a uma certa d.d.p.

SEGUNDA LEI DE OHM


A Segunda Lei de Ohm mostra como calcular a resistência elétrica de
um resistor, baseando-se nos fatores que a influenciam: as dimensões e o
material de que é feito o resistor.
Através de experiências, pode-se concluir que quanto maior for o
comprimento do fio, maior o valor de sua resistência elétrica, isto é, uma
relação diretamente proporcional. E quanto maior for a sua área de seção
reta, menor o valor de sua resistência, uma relação inversamente proporcional.

Considerando o resistor como um fio condutor (como na figura anterior)


de área de seção A e comprimento L, chegamos na relação:

ρ ⋅L
R=
A

O (ρ) representa a constante de proporcionalidade denominada


resistividade, e que caracteriza o material de que é feito o condutor. Cada
material possui um valor de resistividade, que quando necessário é fornecido
nos problemas.
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Obviamente quanto maior a resistividade do material, maior a resistência


elétrica do resistor. Portanto, substâncias de resistividade alta possuem baixa
condutividade e vice-versa.

MATERIAL RESISTIVIDADE (ω⋅m)


Prata 1,6 x 10-8
Cobre 1,7 x 10-8
Ouro 2,4 x 10-8
Alumínio 2,8 x 10-8
Chumbo 2,2 x 10-7
Vidro 1 x 1010 a 1 x 1014
Borracha ≈ 1013

A resistência elétrica dos fios é uma característica de cada fio. Tanto o


material que o constitui, quanto o seu comprimento e diâmetro devem ser
levados em consideração na hora dos cálculos. A questão abaixo compara
fios feitos de componentes diferentes.

01. (ENEM) A resistência de um fio é determinada pelas dimensões e


pelas propriedades estruturais do material. A condutividade (σ) caracteriza
a estrutura do material, de tal forma que a resistência de um fio, pode
ser determinado conhecendo-se L, o comprimento do fio, e A, a área de
seção reta. A tabela relaciona o material à sua respectiva resistividade em
temperatura ambiente.
MATERIAL CONDUTIVIDADE (S · M/MM2)
Alumínio 34,2
Cobre 61,7
Ferro 10,2
Prata 65,2
Tungstênio 18,8
CORRENTE ELÉTRICA E LEIS DE OHM

Mantendo-se as mesmas dimensões geométricas, o fio que apresenta


menor resistência elétrica é aquele feito de:
a) tungstênio.
b) alumínio.
c) ferro.
d) cobre.
e) prata.
Resolução: E
Na condição de todos os fios terem mesmas dimensões geométricas,
terá menor resistência aquele que tiver maior condutividade. Pelos dados
apresentados na tabela, observamos que a prata é o material de maior
condutividade, portanto, menor resistividade e menor resistência elétrica.

PRIMEIRA LEI DE OHM


O físico George S. Ohm verificou, experimentalmente, no século XIX,
que se mantida a temperatura constante de certos resistores, a diferença
de potencial (U) em seus terminais era diretamente proporcional à corrente
elétrica (i) que o atravessava, a constante de proporcionalidade entre essas
grandezas foi chamada de resistência elétrica do resistor (R), chegando à
relação:
U=R·i
Vale lembrar que a resistência elétrica não depende da ddp, mas apenas
do condutor e de sua temperatura.
No Sistema Internacional (SI), a unidade de resistência elétrica é o ohm
(Ω), sendo:
1V
1Ω =
1A
Graficamente, o resultado da Lei de Ohm pode ser expresso como a
seguir:
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Podemos perceber que o gráfico U × i de um resistor ôhmico é uma reta


inclinada que passa pela origem.
Para um resistor não ôhmico a relação U = R ⋅ i também é válida, porém,
como a resistência é variável, o gráfico não se trata de uma reta.
U U
R=
i

O I

Observe o gráfico abaixo:


CORRENTE ELÉTRICA E LEIS DE OHM

Pela análise do gráfico podemos afirmar que o resistor não é ôhmico


pois a função não é uma reta. Em resistores ôhmicos o valor da resistência
R é a mesma em qualquer ponto estudado, no gráfico acima vemos que:
U 4 16 25
R= ; R1 = = 1Ω ; R2 = = 2Ω ; R=
3 = 2,5Ω
i 4 8 10
Veja que R1< R2 < R3, ou seja, elas não apresentam mesmo valor, a
resistência R varia em cada ponto.
Observe o gráfico abaixo:

Pela análise do gráfico podemos afirmar que o resistor é ôhmico


pois a função é uma reta crescente que parte do zero. Em qualquer ponto
estudado no gráfico acima, vemos que:
U 10 20 30
R= ; R1 = = 2Ω ; R2 = = 2Ω ; R3 = = 2Ω
i 5 10 15

Veja que R1 = R2 = R3, ou seja, independente do ponto (1, 2 ou 3) usado


para análise o valor da resistência é a mesma.
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02. (PUC-RJ) O gráfico abaixo apresenta a medida da variação de potencial


em função da corrente que passa em um circuito elétrico.

Podemos dizer que a resistência elétrica deste circuito é de:


a) 2,0 mΩ
b) 0,2 Ω
c) 0,5 Ω
d) 2,0 kΩ
e) 0,5 kΩ

Resolução: D
Fique atento à unidade do eixo horizontal, 1 mA = 1· 10-3A
Primeira Lei de Ohm
U= R ⋅ i
12 = R ⋅ 6 ⋅ 10−3
12
R=
6 ⋅ 10−3
R= 2 ⋅ 103 Ω
R= 2kΩ
CORRENTE ELÉTRICA E LEIS DE OHM

03. O gráfico abaixo apresenta a medida da variação de potencial em


função da corrente que passa em três resistores diferentes.

Para esses resistores podemos afirmar que


a) São ôhmicos e R1 > R2 > R3
b) São ôhmicos e R1 < R2 < R3
c) São ôhmicos e R1 = R2 = R3
d) Não são ôhmicos e R1 < R2 < R3
e) Não são ôhmicos e R1 > R2 > R3

Resolução: A
Para resistores ôhmicos o gráfico U × i é uma reta crescente que começa
da origem dos eixos.

Logo quanto maior maior será a resistência elétrica (R).

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