O Saco Furado P1
O Saco Furado P1
O Saco Furado P1
Nós sempre ouvimos falar sobre o “saco furado”. Aqueles que aparentemente nunca tem o suficiente, e por mais que
trabalhem arduamente não veem prosperidade sobre suas vidas.
Uma das grandes causas de uma vida sem prosperidade é a falta de sensibilidade com a Casa e o Reino de Deus.
Se por um lado o princípio das primícias pode nos conduzir a benção, deixar Deus em último lugar traz maldição. E
não é por causa do legalismo, mas porque Deus só pode santificar em nossas vidas as áreas nas quais Ele tem
primazia (o primeiro lugar).
É por isso que o Senhor exorta o povo de Israel nos dias do profeta Ageu.
Assim fala o SENHOR dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do
SENHOR deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do SENHOR, por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas? Ora,
pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido
pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas
ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado. Assim diz o SENHOR
dos Exércitos: Considerai o vosso passado. Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me
agradarei e serei glorificado, diz o SENHOR. (Ag 1. 2 - 8 [ARA])
O povo de Israel, após o cativeiro babilônico se preocupou apenas em estabelecer o seu padrão de vida. Esse cuidado
em si não constitui problema algum, o problema é que a respeito da Casa de Deus eles demonstravam desânimo e
consequente descuido.
No verso 6, o profeta mostra o estado de insuficiência em que o povo vivia. Esse “saco furado” mostra como o povo
caminhava independente de Deus, confiando em si mesmos e em seu trabalho. É interessante notar que o problema
não era a falta de recursos, eles recebiam e alguns até guardavam, mas estranhamente quando necessitavam não
tinham suprimento.
Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a
cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão
que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem. (Sl 127. 1-2 [ARA])
Eles possuíam dinheiro e bens, mas não tinham a benção do Senhor. Era dinheiro que enchia os bolsos, mas não
pagavam as contas. O nosso coração precisa estar protegido para que nenhum sentimento de independência nos
arrebate e façamos deuses para nós. As primícias protegem o nosso coração, porque por meio delas confessamos de
maneira prática que Jesus é suficiente.
Deus nos provê por meio do trabalho, mas o trabalhar é apenas uma ferramenta para Ele. Confiar no trabalho é o
mesmo que confiar em uma ferramenta e não naquele que a manuseia.
Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas
riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires
riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.
(Dt 8. 17 - 18 [ARA])
Confiar no trabalho é o mesmo que confiar em uma ferramenta e não naquele que a manuseia.
Assim como o povo de Israel, somos tentados ao egoísmo de não priorizar a Casa de Deus.
Assim que o povo decidisse investir no templo, Deus promete que os abençoaria novamente. Assim que o egoísmo
desse lugar a generosidade, a benção retornaria sobre o povo.
Ananias e Safira, já novo testamento, manifestaram a mesma atitude. Apesar de ofertar, ambos pensavam apenas em
si mesmos, retendo parte do valor da venda daquela propriedade.
O problema se repete em nossos dias e apesar de uma nova roupagem, a raiz é a mesma.
Somos membros de um só corpo. Olhar para nós e ignorar o corpo desagrada a Deus e revela o nosso coração. Deus
não pode trazer provisão em um ambiente de egoísmo.
Não precisamos reter nada porque a prosperidade bíblica sempre será suficiente para nós e para o corpo de Cristo.