Pop Acolhimento Upa Pediátrica
Pop Acolhimento Upa Pediátrica
Pop Acolhimento Upa Pediátrica
Validade: 2 anos
DEFINIÇÃO
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) está dividido em três níveis. As unidades básicas de
saúde (UBS) representam a atenção primária e são responsáveis pelas ações de promoção e
proteção da saúde. Os hospitais gerais e ambulatórios especializados representam a atenção
secundária e desenvolvem ações voltadas para o tratamento precoce e minimização de agravos à
saúde. As ações de maior complexidade e de reabilitação são desenvolvidas no nível terciário
pelas unidades hospitalares e especializadas.
Como resposta a esse importante desafio, a reduzida eficiência e dificuldade para atender a
população em suas necessidades reais, foi elaborada a Política Nacional de Humanização (PNH),
com o intuito de contribuir com a atenção integral, equânime, com responsabilização e vínculo,
para a valorização dos profissionais e para o avanço da democratização da gestão e do controle
social participativo.
Além disso, o acolhimento pode ser visto como uma estratégia de reestruturação dos serviços de
saúde, uma vez que opera os processos de trabalho com o intuito de atender a todos que
procuram as unidades de urgência e emergência, ouvindo seus pedidos, elegendo suas
necessidades reais e assumindo um papel acolhedor capaz de apresentar respostas mais
adequadas às queixas e necessidades do usuário, o que permite um atendimento com maior
responsabilidade e resolutividade.
A PNH tem como principal diretriz de implantação, a estratégia de Acolhimento com Avaliação e
Classificação de Risco (AACR). Essa estratégia visa diminuir o risco de mortes consideradas
evitáveis, a extinção da triagem realizada por porteiro ou profissional não capacitado e a
priorização do atendimento de acordo com critérios clínicos e não por ordem de chegada.
Conforme indicado pela PNH o Enfermeiro de nível superior é o profissional responsável por
avaliar e classificar o usuário quanto ao risco, nos serviços de urgência e este processo deve ser
orientado por um protocolo direcionador.
Nessa perspectiva o Conselho Federal de Enfermagem, por meio da Resolução 423/ 2012,
determina que a avaliação e classificação de risco para priorização da assistência médica em
Serviços de Urgência e Emergência é uma atividade privativa do Enfermeiro. Para tanto, considerou
a Resolução Cofen nº 358/2009, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência e a
implementação do Processo de Enfermagem. Portanto, o Enfermeiro que atua no serviço de
classificação de risco, deverá estar dotado dos conhecimentos, competência e habilidades que
garantam rigor técnico - científico ao procedimento. Além disso, o processo de Avaliação e
Classificação de Risco, realizado pelo Enfermeiro, deve ser orientado por um protocolo
direcionador.
Como referencial teórico de base adotamos o protocolo Clariped (Instituto D’Or de Pesquisa e
Ensino (Idor) do Rio de Janeiro, em parceria com o Departamento de Pediatria e a Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBV), seguindo as adaptações necessárias para a realidade da unidade.
OBJETIVO
Objetivo Geral
Objetivo Específico
JUSTIFICATIVA
✓ Consulta de enfermagem;
✓ Realizar aferição de medidas antropométricas (peso, altura deverá ser verificada em casos
especiais ou por solicitação do Pediatra no departamento de emergência, lembrando que o peso é
sempre importante verificar para nortear a consulta médica em relação a medicação, miligrama,
dose diária, entre outros;
A saber:
Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a classificação de risco e priorização da
assistência em Serviços de Urgência é privativa do Enfermeiro, observadas as disposições
legais da profissão.
Paragrafo único. Para executar a classificação de risco e priorização da assistência, o
Enfermeiro deverá estar dotado de conhecimentos, competências e habilidades que
garantam rigor técnico-científico ao procedimento.
Art. 2º O procedimento a que se refere esta Resolução deve ser realizado no contexto do
Processo de Enfermagem, atendendo-se às determinações da Resolução COFEN
358/2009 e aos princípios da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de
Saúde.
Além disso, a determinação do grau de risco deverá ser orientada por esse protocolo. Após
a identificação dos sinais e sintomas, o enfermeiro deverá correlacionar os achados com
esse protocolo.
O acolhimento com classificação de risco de pacientes, deve ser feito no máximo após 30
minutos após abertura da ficha do paciente tendo tempo estimado de duração de 2 a 5 minutos.
Portanto deve ser eficiente e direcionado.
1. A primeira etapa se inicia com seis perguntas: motivo da consulta, alergia a medicações, se usa
assistência pediátrica regular, comorbidades associadas, medicações em uso e pesagem do
paciente.
2. Segue-se a avaliação de quatro sinais vitais: frequência respiratória (FR), frequência cardíaca
(FC), saturação de oxigênio (SpO2) e temperatura cutânea (Temp). Conforme a faixa de
parâmetros será estabelecido inicialmente a cor de classificação. (Ver tabelas a seguir):
Atenção: Na presença de discriminadores evidentes de emergência ou muita urgência, como
convulsões, nível de consciência comprometido, apneia, cianose e outros, o paciente é enviado
para sala de emergência para abordagem médica rápida ou imediata, antes de qualquer
procedimento administrativo. O processo de classificação de risco, então, será feito posteriormente.
Tabelas: Parâmetros vitais (FR, FC, SatO2, Temp, dor, estado geral e glicemia) por idade para
classificação de risco.
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
Obs: o Enfermeiro deverá avaliar a clínica do paciente e o contexto dos critérios descritos abaixo:
Frequência respiratória (FR) – IRPM (incursão respiratória por minuto)
Faixa etária Verde Azul Amarelo Vermelho
RN até 2 meses 60 51 – 79 80 – 90 >90
16 – 29 16 - 19 <16
Até 1 ano 20 - 30 31 – 60 61 – 70 >70
20 - 24 16 - 19 <16
1 a 5 anos 16 - 25 26 – 49 50 – 59 >60
16 - 19 13 - 15 <13
FREQUÊNCIA CARDÍACA
Obs: o Enfermeiro deverá avaliar a clínica do paciente e o contexto dos critérios descritos abaixo:
Até 1 ano 100 - 139 140 – 169 170 – 179 > 179
81 - 100 71 – 80 < 71
Obs: o Enfermeiro deverá avaliar a clínica do paciente e o contexto dos critérios descritos abaixo:
Saturação de O2 (SpO2) – %
Faixa etária Verde Azul Amarelo Vermelho
RN até 2 meses 95- 100 % 93 – 94 % 90 – 92 % ≤ 89 %
Até 1 ano 95 – 100 % 93 – 94 % 90 – 92 % ≤ 89 %
1 a 5 anos 95 – 100 % 93 – 94 % 90 – 92 % ≤ 89 %
5 a 12 anos 95 – 100 % 93 – 94 % 90 – 92 % ≤ 89 %
> 12 anos 95 – 100 % 93 – 94 % 90 – 92 % ≤ 89 %
Atenção: Valores de referência para Pressão Arterial e Glicemia Capilar estão descritos no abaixo, sendo aferidos
conforme indicação clínica após avaliação de sua aplicação pelo Enfermeiro ou se solicitado pelo Pediatra.
GLICEMIA CAPILAR
71 - 80 60 - 70 ≤ 60
6 a 11anos 11
meses e 29 dias 90 a 180 200 a 300 300 – 400 > 400
GLICEMIA
71 - 80 60 - 70 ≤ 60
Acima de 12 anos
GLICEMIA 90 a 130 150 a 300 300 – 400 > 400
71 - 80 60 - 70 ≤ 60
PRESSÃO ARTERIAL
Atenção: Valores de referência para Pressão Arterial e Glicemia Capilar estão descritos no abaixo, sendo aferidos
conforme indicação clínica após avaliação de sua aplicação pelo Enfermeiro ou se solicitado pelo Pediatra.
Definição de Hipotensão
Idade Referência
Abaixo de 1 mês < 60 mmHg de pressão sistólica
Abaixo de 1 ano < 70 mmHg de pressão sistólica
1 a 10 anos (70 + 2 X idade e anos) mmHg
➢ 10 anos < 90 mmHg de pressão sistólica
Sinais Vitais: Alves; Almeida; Esteves at al.; 2008
Avaliação do estado de Consciência, reflexos e neurocomportamental em pediatria
Estado 6 Choro.
Fonte: Rodrigues; 2012
Avaliação do estado de Consciência, reflexos e neurocomportamental em pediatria
18
18 9
FACE
9 ANTERIOR
18
FACE
POSTERIOR
14 14
Ao invés de estimar o nível de icterícia pela simples observação da cor da pele do bebê, pode-se
utilizar a progressão céfalo-caudal da icterícia, proposta por Kramer. Kramer chamou a atenção para a
observação de que a icterícia começa na cabeça, e se estende para os pés à medida que os níveis
séricos de bilirrubina aumentam.
Esta análise se tornou útil principalmente em locais onde não há possibilidade de medir os níveis
séricos de bilirrubina. Kramer dividiu o Recém- nascido em 5 zonas dérmicas segundo a evolução da
icterícia:
Pacientes que deverão ser encaminhados diretamente à Sala Vermelha(emergência), em todas as unidades
de urgência:
Situação / Queixa
• Abuso sexual com sangramento em genitália e ou região anal, e /ou sinais de
laceração local.
• Acidentes com animais peçonhentos (todos os tipos);
• Acidentes com veículos motorizados ou não, com velocidade acima de 35 Km/h;
• Acidentes envolvendo forças de desaceleração tais como quedas ou explosões;
• Acidentes com material biológico;
• Acidentes com materiais químicos;
• Acidentes em geral com óbitos no local da ocorrência, mesmo que a criança
esteja aparentemente estável;
• Anafilaxia ou reações alérgicas associadas à insuficiência respiratória;
• Alteração do nível de consciência (ECG <10) e/ou história de uso de drogas ou
intoxicação exógena de qualquer natureza;
• Cefaléia intensa acompanhada de rigidez nucal, sinais meníngeos,abaulamento
das fontanelas, febre e vômito em jato;
• Comprometimentos da Coluna Vertebral pós – trauma grave;
• Crises convulsivas (em atividade e /ou inclusive pós-crise imediata < que 2 horas);
• Desconforto respiratório grave (dispnéia, taquipnéia, tiragem sub ou intercostal,
estridor em repouso, batimentos das asas do nariz, associados a dessaturação);
• Desidratação grave – evidenciada por relato de dificuldade de ingesta hídrica, boca
seca, mucosas ressecadas, letargia. Associada ou não com quadro de vômitos e/ou diarreia
e / ou fontanela muito deprimida;
• Dor ou cólica abdominal intensa; associada a trauma recente;
• Dor torácica aguda de inicio súbito com irradiação, acompanhada de sudorese,
náuseas, vômitos, dispneia, cianose e/ou qualquer dor torácica com duração superior a 30
minutos, sem melhora com repouso;
Pacientes que necessitam de atendimento médico e de enfermagem o mais rápido possível, porém
não correm risco imediato de vida. Deverão ser encaminhados diretamente à consulta médica , após
realização da triagem.
Situação / Queixa:
• Agressão física/ violência doméstica, sinais vitais normais, sem ferimentos
hemorrágicos;
Situação / Queixa:
• Cefaleia aguda ou subaguda, sem sinais de alerta, associada a náuseas e/ vômitos,
com presença de foto e fonofobia;
• Cefaléia em pacientes com diagnóstico conhecido de enxaqueca;
• Dor abdominal aguda, moderada, com sinais vitais normais e ausência de
prostração e febre;
• Dor epigástrica;
• Dor lombar moderada, acompanhada de disúria, hematúria, febre, comirradiação
ou não para a região abdominal;
• Dor de ouvido de moderada intensidade, febre baixa;
• Dor de garganta; com presença se placas esbranquiçadas e febre baixa;Dor torácica
não aguda, moderada e sem dispneia;
• Diarreia (4 episódios) sem sinais de desidratação;
• Diarreia e vômito sem sinais de desidratação; Distúrbios neurovegetativos;
• Hipoatividade sem alterações de sinais vitais;
• História de convulsão sem alteração de consciência, há mais de 24horas;
• Irritação / prurido / lacrimejamento/ ardência ocular;
• Intercorrências ortopédicas menores de qualquer natureza: torções, dor moderada
pós-trauma, sem comprometimento vascular, ocorridas há mais de 6 menos de12 horas;
• Intercorrências urológicas, exceto suspeita de torção de testículo; (Hematúria,
disúria, oligúria e anúria sem edema facial ou generalizado)
• Lesão craniana menor, sem perda da consciência, sem vômito, sem sintomas
cervicais;
• Miíase com infestação intensa;
• Queimaduras de 1° grau ou 2º grau, < 10% de área não crítica, ocorridas há mais de
12horas;
• Queimaduras de qualquer grau e área, ocorridas há mais de 48 horas,
apresentando inflamação, infecção e/ou dor moderada;
• Vômitos sem sinais de desidratação;
VERDE- Não urgente – Atendimento entre 240 minutos ou mais (3 e no máximo 4 horas):
Situação / Queixa:
• Constipação intestinal, sem sinais de distensão abdominal ou massapalpável;
• Dor abdominal recorrente; sem alterações de sinais vitais;
• Dor leve de qualquer natureza;
• Escabiose;
• Pediculose;
• Inapetência sem sinais de prostração ou desidratação e sinais vitaisnormais;
• Fraqueza; sem vômitos; sem diarreia; sem sinais de desidratação e sinais vitais
normais;
• Náuseas sem vômitos; sem diarréia e sem febre;
• Queixas crônicas de qualquer natureza, sem alterações agudas;
Procedimentos como:
4. Zem KKS, Montezeli JH, Peres AM. Acolhimento com classificação de risco:
concepção de enfermeiros de um pronto socorro. Rev RENE. 2012;13(4):899-908.
8. Souza CCd, Toledo AD, Tadeu LFR, Chianca TCM. Classificação de risco em
pronto-socorro: concordância entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester.
Rev Latino-Am Enfermagem. 2011;19(1):1-8.