Resumo - Teo - Técnicas de Entrevista e Observação

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TEO - NP2 A FAMÍLIA TEM 2 FUNÇÕES PRIMORDIAIS:

INTERNO – a proteção psicossocial de seus membros.


Terapia familiar EXTERNO – necessidade de acomodação a uma cultura
O movimento da terapia familiar teve sua origem na década e da transmissão dela para os seus membros.
de 1950. 3 componentes da TEORIA ESTRUTURAL DA
Qual contexto da época? FAMÍLIA:
Contexto crítico pós-guerra, carente de mudanças e de novas Estrutura- Subsistemas – Fronteiras
acomodações.
A partir desta crise, surgiram importantes movimentos Conjunto invisível de exigências funcionais que organiza
sociais, como antirracistas, o movimento feminista e o as maneiras pelas quais os membros da família interagem.
ecológico. Munichin (1982)
A Estrutura Familiar é composta por um conjunto de
Conceito principal - Parte da Teoria Geral de Sistemas regras que governam as transações da família quando
teoria adota que um sistema é qualquer organismo formado estas transações são repetitivas revelam padrões
por partes interligadas e interdependentes. (Bertalanffy, duradouros de interação
Biólogo) Para compreender é preciso observar a família em
É essa amplitude do conceito que faz com que a teoria geral interação.
dos sistemas seja aplicável a diversas áreas do conhecimento, As estruturas são tidas como conservadoras porém
seja nas ciências exatas, sociais, naturais, etc. modificáveis – são capazes de se adaptar, quando as
Fundamentos- vários Pioneiros da área clinica sustentaram circunstâncias se modificam – influências sociais e
a ideia que os dinamismos familiares estão associados à econômicas.
preservação da saúde e à instauração da patologia.
Bateson, que semeou a base para a Terapia familiar, partindo Outro aspecto importante na perspectiva estrutural da
das pesquisas com sua equipe, a comunicação dos seres vivos família
e mais tarde a comunicação com pacientes esquizofrênicos. A família funcional não pode ser diferenciada da família
disfuncional pela ausência de problemas, mas pela
Fischiman e Munichin (1992) relatam que o homem não é maneira como administram estes problemas.
ser isolado, ele sobrevive em grupos, ou seja, a pessoa é um Pesquisador ou o terapeuta deve ter um esquema
membro ativo e reativo, sua experiência é determinada por conceitual do funcionamento familiar –
uma troca com o meio ambiente, o qual ele também influencia. - a estrutura da família é um sistema sociocultural aberto
e em transformação.
Idéias centrais dessa teoria – o todo é considerado mais do que - a família passa por estágio de desenvolvimento que
a soma das partes, na medida em que cada parte só pode ser requerem adaptação.
entendida no contexto do todo – uma mudança em qualquer - a família adapta-se a circunstâncias, a fim de manter
uma das partes, afeta todas as outras partes, e o todo se regula a própria continuidade e de favorecer o desenvolvimento
por intermédio de uma corrente de feedback. psicossocial de cada membro.

CONCEITOS CHAVES DO PENSAMENTO SISTÊMICO: A avaliação dos subsistemas e do funcionamento das


TOTALIDADE, ORGANIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO fronteiras e alianças propicia aos terapeutas familiares
O psicoterapeuta precisa compreender a família no contexto um diagnóstico, orientado, para as suas intervenções
terapêuticas.
onde está inserida, e a atenção do profissional é centrada nas
conexões e nas relações entre os membros, mais do que nas 3 SUBSISTEMAS COMO COMPONENTES DA
características individuais. O todo é considerado maior do ESTRUTURA FAMILIAR:
que a soma das partes. SUBSISTEMA CONJUGAL
SUBSISTEMA PARENTAL
A troca do indivíduo com o meio ambiente ocorre SUBSISTEMA FRATERNAL
primordialmente, na família, na qual desenvolve um sentido
de pertencimento e de individuação. SUBSIsTEMA CONJUGAL
PERTENCIMENTO – acomodação da criança ao grupo • Compartilha interesse, metas, objetivos e aspirações
familiar dentro de uma determinada estrutura • Vital para o funcionamento da família
INDIVIDUAÇÃO – decorre da participação em diferentes • Divisão de tarefas e de funções
contextos familiares e em grupos extrafamiliares. • Vínculo conjugal sem perder a individualidade
O APRENDIZADO DESSES COMPONENTES • Duas pessoas se sintam com igual valor
ACONTECE NA FAMÍLIA, CONSIDERADA A MATRIZ • Papéis diretivos e de submissão se intercalam com
DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE SEUS assiduidade e fluidez
MEMBROS
(Minuchin,1982) SUBSISTEMA PARENTAL
• inaugurado com o nascimento do primeiro filho
• tarefas de nutrir, guiar e controlar o filho ou algum subsistema)
• flexibilidade de acesso a ambos os pais, mantendo espaço Primeira entrevista – inicia-se o diagnóstico – nível
conjugal preservado sociocultural, característica étnica, estágio do ciclo vital
• bebês necessidade de cuidado, atenção e proteção em que a família se encontra, avaliação dos subsistemas,
• Filhos em idade escolar requerem supervisão, orientações, fronteiras, alianças, estilo de funcionamento, análise do
controle e envolvimento em diferentes tarefas papel, relevância do sintoma para a família.
• Adolescentes estabelecimento de regras, diálogo, Sessões – terapeuta deve estabelecer clima de empatia e
necessidade gradativa de autonomia e de responsabilidade confiança que possibilite a manifestação da expressão
• liderança, autoridade e poder – democrática a fim de emocional da família.
promover o crescimento emocional dos membros familiares.
Entrevista de família
SUBSISTEMA FRATERNAL A entrevista é um instrumento fundamental no trabalho
• Crianças aprendem a se relacionar, a negociar, a cooperar do psicólogo nos diferentes contextos: clínico, hospitalar,
e a competir organizacional, escolar, jurídico, entre outros. No
• Assumem diferentes posturas, ter prestígios, fazer amigos contexto clínico, este instrumento é importantíssimo
ou a serem bodes expiatórios no acolhimento, na avaliação e na condução de todo o
• Papéis experienciados podem ser marcantes e carregados processo terapêutico até o seu encerramento.
ao longo da vida
Neste sentido, a entrevista psicológica se estrutura a partir
A estrutura familiar, com seus subsistemas, opera dos pressupostos teóricos que sustentam o entendimento
dinamicamente e responde às exigências externas do sistema do indivíduo, do seu desenvolvimento, das suas relações,
maior, a sociedade das suas potencialidades e limitações, da sua saúde e
de seu adoecimento. Assim, pode estar baseada numa
Fronteiras perspectiva psicanalítica, cognitivo-comportamental,
Entre os subsistemas existem barreiras invisíveis, definidas humanista, sistêmica ou outra.
na Teoria Estrutural da Família como FRONTEIRAS
Servem para proteger a autonomia da família diante da - Esta visão diferenciada se caracterizava pela divergência
sociedade e de seus subsistemas, sugerindo proximidade ou com o pensamento tradicional, que entendia a doença
isolamento e hierarquia. mental como decorrente de um conflito intrapsíquico ou
como decorrente de uma relação linear de causa e efeito.
• Rígidas – dificultam o acesso entre os subsistemas, - Sistêmica- Suas premissas estavam baseadas no
resultando em isolamento e distanciamento. entendimento de que o sujeito não pode ser compreendido
• Difusas – revelam intromissão, dificultando a isoladamente, pois faz parte de um sistema, ou seja, um
independência e a autonomia dos membros. todo que é mais do que a soma de cada uma de suas partes.
• Nítidas – demarcam a unidade do subsistemas, sinalizando
a diferenciação, permitindo o contato e a troca entre os Assim, desta compreensão deriva o chamado modelo
subsistemas circular de pensamento científico, segundo o qual
determinados efeitos, como os sintomas manifestos do
Família – sistema vivo, aberto em contínuo processo de paciente identificado, podem ser retroalimentadores de
mudança. Sujeita as demandas internas (evolutivas de seus suas supostas causas.
membros e subsistemas), pressão externa (econômicas,
sociais e culturais). Deste modo, o terapeuta não tentará explicar um
Períodos de equilíbrio – caracterizado pelo domínio das comportamento isolando o indivíduo de seu meio social,
tarefas e das atitudes. mas sim irá observá-lo em suas relações com os membros
Períodos de desequilíbrio – estressantes e ansiogênicos. da família e com os demais sistemas com os quais estará
Ex. doença debilitadora, nascimento, morte, desemprego, envolvido (SILVA, 2008).
mudança de residência, divórcio, etc...
ESTRATÉGIA DO TERAPEUTA DE FAMÍLIA – Dessa maneira, passa-se a tomar como premissa que o
reorganização a fim de prosseguirem no seu processo de grupo familiar também possui responsabilidades frente
desenvolvimento familiar. Conectar o sintoma ao sistema e aos distúrbios mentais apresentados por um de seus
mostrar a família que eles estão interligados e que não pode membros, de modo que todos são co-responsáveis pela
mudar sem mudar o outro criação, manutenção e resolução dos sintomas do paciente
identificado
Busca do atendimento psicoterápico – encaminhamento
ou membro da família Dados importantes:
Primeiro contato – telefônico – terapeuta solicita algumas
informações sobre o motivo da procura. Terapeuta avalia A circularidade da escuta é um método clinico.
quem deve chamar para a primeira consulta (toda a família
- Cada elemento na família só pode ser entendido no Relatos de cada membro
contexto do grupo, ou seja, nas interconexões entre os Metodo Clínico – escuta circular, intervenções circulares
membros da família.
- Uma alteração numa das partes atinge o todo e vice-versa. O princípio de circularidade refere–se ao fenômeno da
- A entrevista, principalmente as primeiras, consiste em retroação entre os membros da família e entre esses e o
lidar com situações complexas e ansiogênicas. psicólogo. O psicólogo questiona os membros da família
- Exige do profissional, um grande esforço interpretativo, e sobre suas relações e as respostas da família a estas questões
por outro lado, dos seus integrantes um grande esforço para guiarão a entrevista. Observa–se a circularidade na troca
estabelecer uma comunicação. de informação entre o psicólogo e o sistema familiar e
- Ambas as partes mantem-se sob o efeito de uma grande entre os diferentes membros da família que influenciam
carga emocional. cada uma das pessoas.

O entrevistador pode ser um pesquisador ou um terapeuta A autora RECH (2014), refere sobre os quatro objetivos
familiar que: primários no primeiro encontro:
Acompanha o movimento circular, mantendo inseparáveis a
indagação, o foco clínico e a conexão interativa. ✓ Integrar-se ao estilo do sistema familiar, utilizando a
Capacidade reflexiva tem a tarefa de co-construtor com o mesma linguagem;
sistema familiar. ✓ Estabelecer a confiança e manter a liderança;
✓ Focalizar o problema
Compreender a família sistemicamente é entender a ✓ Obter informações e negociar pontos básicos funcionais
complexidade das relações que dela emergem, suas de ordem prática para o andamento do tratamento
conexões, relações, significados, movimentos circulares,
interdependência, padrões repetitivos, presença de partes Identificar como os membros da família sustentam
atuantes e processos transmitidos de uma geração a outra, as triangulações, as alianças, a comunicação verbal e
mantendo-se presentes ao longo da história familiar não verbal, o monopólio da palavra, a distribuição ou
concentração da forma de liderança.
O esperado é que na família tenha vários padrões de aliança
e de proximidade para que os membros juntos desfrutem de MODALIDADES DE REALIZAR A ENTREVISTA:
boa convivência e união, pode existir conflitos, transitórios
e benigno. • Toda a família que habita sob o mesmo teto
• Só com o subsistema conjugal
Há também aliança pela oposição, denominadas de coalizão • O subsistema parental integrando filho(s)
que pode ser malévola quando incidindo em aspectos auto • O subsistema fraternal
e heterodestrutivos. • Parte de um subsistema em conjunto com outro
• Membros da família abrangendo três gerações,
Complexidade das interações familiares, quer as funcionais integrando eventualmente alguma pessoa significativa da
e/ou disfuncionais, de se apresenta de forma latente ou comunidade
explícita no encontro com a família no setting terapêutico.
Conforme se detecta o emergente familiar, sugerem-
O profissional observa o foco, a identificação e suas inúmeras se novos agrupamentos, podendo alternar com alguns
conexões membros na sala de atendimento e solicitar a outras que
aguardem na sala de espera.
Na escuta clínica é possível perceber o movimento de Organiza-se durante o encontro diferentes arranjos com
comunicação da família. os membros da família em momentos diferenciados,
Como a família age e reage por intermédio da comunicação. conforme a gênese o problema
É percebida pela ótica de cada um dos membros, conectada
ao passado, presente e futuro. Setting da Escuta Clínica:
Stierlin et el (1981) apontam a heterogeneidade:
Escuta Clínica • Domicílio
• Trabalho
• Perguntas abertas • Escola
• Perguntas semiabertas • Maioria dos autores referem o consultório como local
de trabalho
Objetivo de criar um diálogo com o intuito de construir • Independente do local é imprescindível assumir uma
círculos intersubjetivos com os participantes. postura ÉTICA-TEÓRICO-PRÁTICA

O terapeuta deve valorizar as queixas que mobilizam a ENTREVISTA DEVOLUTIVA DA INFORMAÇÃO


família a buscar tratamento psicológico
Entende-se por devolução de informação a comunicação “NÃO SOU ASSIM”
verbal, discriminada e dosificada que o psicólogo faz ao: pa- Intolerancia: O paciente pode se colocar em uma posição
ciente, aos pais e ao grupo familiar, dos resultados obtidos de aceitação passiva. “isso é muito difícil para mim”.
no processo de psicodiagnóstico. Indicadores Pré-verbal
Importante: é o bom contato entre psicólogo e envolvidos EXEMPLOS:
que permitirá êxito às entrevistas, uma vez que o profission- Chegar tarde, não levar em consideração quando o tempo
al deve, dentre outras qualificações, saber lidar com a ansie- está chuvoso ou greve do metrô,
dade emergente do processo realizado buscando esclareci- Querer ir embora antes,
mentos para as lacunas de algumas colocações e assumindo Pedir a devolutiva por telefone.
a iniciativa em momentos de impasse.
Ponto de vista dos pais
Sob essa perspectiva, Cunha (2002) acrescenta que nas en- Na entrevista devolutiva com os pais da criança, o psicólo-
trevistas de devolução o psicólogo deve ser capaz de ob- go precisa ter cuidado com a linguagem, ou seja, evitar
servar problemas mais sérios que podem ser passíveis de terminologia técnica, evitar termos ambíguos ou equivo-
um encaminhamento e, portanto, ter sensibilidade para um cados,
bom manejo da situação. Utilizar , na medida do possível, a mesma linguagem em-
Conforme apontam Ocampo et al (2001) a entrevista de pregada pelos pais.
devolução aos pais e ou pacientes é fundamental já que tem O material de testes: cabe esclarecer que não deve ser
por objetivo informar o que se pensa e o que se passa com o mostrado aos pais.
sujeito em avaliação. Além disso, é também uma oportuni- A sequencia da devolutiva começar pelo menos ansiogeno
dade de orientá-los sobre a atitude recomendável a ser to- (aspectos mais sadio e mais adaptado)
mada após as considerações realizadas.
Ponto de vista dos psicólogos
Procedimentos da entrevista devolutiva no processo de Importante também seguir a mesma sequencia que os
psicodiagnóstico. pais seguiram na apresentação (motivo da procura pelo
Uma vez concluída as entrevistas iniciais, aplicação do tes- psicólogo)
tes, a hora do jogo lúdica (criança) é preciso estudar todo o O psicólogo ao realizar a entrevista devolutiva para os pais,
material registrados e elaborar hipóteses explicativas. deve estar preparado para o surgimento de emoções po-
Uma boa devolução começa com a aquisição de um bom lares.
conhecimento do caso, que proporciona uma base firma EXEMPLO:
para proceder com eficácia. O casal ao ouvirem a devolutiva, eles entram em conflito
Dentro deste plano de ação para a entrevista de devolução é quem “mima” a criança.
fundamental que o psicólogo entenda que precisa ser flex- Devemos incluir a “patologia” na medida e no ritmo em
ível, ou seja, realizar a entrevista de maneira mais aberta ou que cada paciente possa tolerá-lo
mais fechada, de acordo com a reação do ou dos destinatári- É importante repetir a informação que considera que será
os. objeto de maior resistência por parte dos pais. Assim, evi-
ta-se que utilizem a negação e a distorção como mecanis-
TRES PERSPECTIVAS NA ENTREVISTA DEVOLUTIVA mo de defesa.
DA INFORMAÇÃO É necessário levá-los ao objetivo que se fixou para a entre-
vista, e esse objetivo pode ser repetido tantas vezes quantas
do ponto de vista do paciente, forem necessárias.
do ponto de vista dos pais, De acordo com Ocampo, Arzeno e Piccolo (2009), a
do ponto de vista do psicólogo. devolução pode acontecer em uma ou mais entrevistas fi-
nais, pois permite ainda agregar dados ao psicodiagnósti-
do ponto de vista do paciente co e sintetizar o caso, emitindo com maior clareza o diag-
Iniciar a entrevista devolutiva abordando em primeiro lugar nóstico e o prognóstico, sendo sustentada sob a ideia de
os aspectos adaptativos do paciente, e continuar com os promoção de saúde.
menos adaptativos.
O que é Anamnese psicológica?
Durante a entrevista devolutiva, o paciente pode demon-
• A anamnese é uma ferramenta muito utilizada na área
strar indicadores de tolerância ou de intolerância
da saúde em geral, ela pode ser entendida como uma fer-
Indicadores de tolerância, podem ser expressos de forma
verbal ou não verbal. ramenta estruturada que permite a obtenção de dados im-
portantes sobre o paciente.
Fazer novas associações relacionadas com lembrança rep-
• No caso da psicologia, a anamnese pode ser vista como o
rimida, novos pontos de vista, expectativas, medos.
fio condutor que te guiará durante o processo da avaliação
Indicadores de intolerância podem ser expressos de forma
verbal ou não verbal. psicológica ou da psicodiagnóstico.
• Anamnese é uma entrevista semiestruturada realizada
EXEMPLO: “NÃO ENTENDO”, “ESSE NÃO SOU EU” para investigar a história de vida do paciente, os aspectos
que são importantes til, desde a ligação simbiótica até a separação.
para compreender o motivo que o levou para o atendimento. Padrões de comportamentos motores, de linguagem e so-
• O psicólogo adota posição ativa neste momento e não se ciais devem ser registrados e confrontados com as expec-
posiciona sobre o avaliando, ás vezes precisa ajudar o en- tativas médias.
trevistado utilizando perguntas de controle de história, para Saber o quanto o ambiente foi estimulante para o desen-
organizar cronologicamente a entrevista. volvimento, como foram manejadas tendências frustra-
• Ao iniciar, estabelecer um bom rapport, apresentar os ob- das, o meio era ansiogênico ou afetuoso.
jetivos do processo e expor o papel do entrevistado, preci- Aprendizado de normas, explorar respostas frente à
sa ter habilidade para perguntar, escutar, prestar atenção e frustações e gratificações, considerar sintomas como chu-
anotar o que o informante diz. Qualquer forma de registro é par o dedo, roer unhas e etc.
necessário pedir autorização e as anotações devem ser fided-
ignas. Infância intermediária (3 a 11anos).
Um de seus principais objetivos é a busca de uma possível • Há um alargamento da rede de relações sociais pelo in-
conexão entre os aspectos da vida do avaliando e o problema gresso na “escolinha”.
apresentado (Cunha, 2000). • Investigar como ocorreu a experiência de separação,
• Para esse tipo de coleta de dados, pressupõe-se que o in- estruturação na relação de grupos iguais, época de trian-
formante detenha um conhecimento sobre a própria vida ou gulação edípica, analisar a sensibilidade do ambiente no
sobre a vida de quem está sendo avaliado, sendo necessário manejo de suas expressões afetivas, investigar desempen-
que ele recupere da memória os eventos significativos ques- ho escolar e verificar a aparência de sintomas específicos
tionados pelo psicólogo. como pesadelos e fobias.
• Na prática, quando se avaliam crianças, a anamnese é feita • Pré-puberdade, puberdade e adolescência.
com os pais ou responsáveis. No caso de adolescentes, ela • Analisar as relações sociais com irmãos, colegas e ami-
pode ser realizada com o próprio jovem, com os pais, ou gos, visto que nesta época isto se torna um ponto impor-
com ambos, em momentos diferentes. Quando feita com os tante.
pais, a anamnese de adolescentes pode ser complementada • Analisar o desempenho, interesse escolar e as expectati-
e discutida com o jovem. Quando se trata de uma avaliação vas em relação ao futuro profissional.
com adultos ou idosos, o processo geralmente é feito com • Essencial considerar a área sexual, quanto às primeiras
o próprio paciente (exceto em casos em que há um quad- experiências e menarca, por exemplo.
ro psicopatológico que compromete a qualidade das infor- • Verificar aparecimento de problemas de ordem emo-
mações) cional, físico ou social.

HISTÓRIA PESSOAL OU ANAMNESE. Idade adulta/Idoso


Reconstituição global da vida do paciente, como um marco • Os temas abordados são a história ocupacional e a situ-
referencial em que o problema atual se enquadre e ganhe ação atual, as relações sociais, área sexual, a história conju-
significação. gal, as atitudes frente a mudanças ocorridas a vida e como
A história pessoal deve ser enfocada conforme os objetivos a pessoa lidou com situações críticas e fatores estressantes.
do exame e depende do tipo e idade do paciente, quando se
possuí a queixa e história clínica, define-se a estrutura da • Registro dos dados:
história pessoal necessária. • Em alguns casos, se o psicólogo tiver optado pela
gravação e perceber, durante a entrevista, que a pessoa
ETAPAS DA ANAMNESE está se sentindo desconfortável, pode interrompê-la e jus-
Contexto familiar. tificar o fato ao informante.
Construir genetograma, obter informações inter e trans- • É importante enfatizar que qualquer registro em áudio
geracionais. ou vídeo tem implicações éticas. Deve-se sempre infor-
(Contextualizando as relações familiares) mar e pedir a autorização do avaliando ou do informante
Descrever o contexto familiar na concepção ou adoção, para todas as formas de registro. Recomendamos que o
como status marital, condições socioculturais, clima das consentimento para o registro digital de informações seja
relações afetivas na família, expectativas, reações à gravidez feito por escrito e arquivado junto com os documentos
e etc. Investigar aspectos ou problemas da vida familiar. produzidos na avaliação.

História pré-natal ou perinatal.


Descrever como ocorreu a gestação (ou adoção) do ponto de
vista físico e psicológico.
Aspectos nutricionais, doenças, acidentes, uso de drogas, es-
tado psicológico da mãe. Obter informações de como ocor-
reu o parto e as experiências inicias com o bebê.
Primeira infância (até os 3 anos).
Especial importância à qualidade da relação materno-infan-

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