Renata Teixeira 0001196
Renata Teixeira 0001196
Renata Teixeira 0001196
Gama – DF
2019
RENATA DELGADO TEIXEIRA
Gama- DF
2019
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Profª. Drª Stefania Marcia de Oliveira Souza pela orientação, correções, incentivo,
apoio е confiança.
À Profª. Drª. Marcia de Aguiar Ferreira pela oportunidade, paciência e apoio nа elaboração da
pesquisa.
Ao meu namorado pelo suporte e apoio nos momentos que mais precisei.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte dа minha formação, о meu muito obrigada.
LISTA DE TABELAS
Tabela 3- Resultados das análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de citrato de sódio com teste de Pesquisa de Cloretos em Leite Fluido
por Colorimetria e Alizarol em pH controlado .......................................................................... 8
Tabela 4. Resultados das análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de citrato de sódio com teste de Pesquisa de Cloretos em Leite Fluido
por Colorimetria (Reagentes A e B) e Alizarol em pH não controlado .....................................8
Tabela 5. Resultados das análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de cloreto de sódio com teste de Pesquisa de Cloretos em Leite Fluido
por Colorimetria (Reagentes A e B) e Alizarol em pH controlado ...........................................10
Tabela 6. Resultados das análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de cloreto de sódio com teste de Pesquisa de Cloretos em Leite Fluido
por Colorimetria (Reagentes A e B) e Alizarol em pH não controlado ....................................10
Tabela 7. Resultados das amostras de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de citrato de sódio na crioscopia em diferentes concentrações ............12
Tabela 8. Resultados das amostras de leite cru submetidos à adulteração por adição de citrato
de sódio na crioscopia em diferentes concentrações ............................................................... 12
Tabela 9. Resultados das amostras de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de cloreto de sódio na crioscopia em diferentes concentrações .............13
Tabela 10. Resultados das amostras de leite cru submetidos à adulteração por adição de cloreto
de sódio na crioscopia em diferentes concentrações ................................................................ 14
SUMÁRIO
............................................................ 6
2.5 pH
............................................................ 6
2.6 Protocolo de Alizarol em leite fluído
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
...................................................... 7-14
REFERÊNCIAS ............................................................ 16
EFEITOS DA ADIÇÃO DO CITRATO DE SÓDIO SOBRE O ÍNDICE
CRIOSCÓPICO E A ESTABILIDADE DA PROTEÍNA DO LEITE
1
– Graduando em Medicina Veterinária do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, Gama
– DF
2
– Professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, Gama
– DF
RESUMO
O leite é considerado um alimento nutritivo e de qualidade presente na vida dos seres humanos,
porém, para ser destinado ao consumo humano deve atender requisitos exigidos por legislação.
Por ser um produto com certas exigências, o torna susceptível a fraudes, principalmente por
adição de reconstituintes de densidade e substâncias que mascaram a sua má qualidade. O
presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da adição de diferentes concentrações
de citrato de sódio adicionado ao leite UHT sem estabilizantes quanto a mudança na crioscopia,
quanto ao teste de alizarol para ver a estabilidade da proteína e para quanto a eficiência do teste
de cloretos para detectar citrato de sódio e cloreto de sódio. Com os resultados da pesquisa foi
possível aferir que, a adição de 0,1% de citrato de sódio foi suficiente para diminuir o ponto
de congelamento em -0,023° H para valores além do permitido na legislação, com resultados
entre -0,556° H e -0,571°H, que o teste de alizarol é um importante indicador para detectar a
presença de citrato de sódio por meio da estabilidade da proteína e por demonstrar o quanto as
soluções de citrato de sódio ficam alcalinas variando de um violeta para roxo bem intenso. Além
disso, foi constatado que o teste de cloreto não foi eficiente para detectar citrato de sódio como
esperado.
1. INTRODUÇÃO
iônico, reduzindo o cálcio disponível, além de se unirem com a proteína do leite (caseína) para
estabilizar as micelas, assim, não precipitando o leite (WANG et al., 2016). Um teste importante
para a detecção da estabilidade da proteína do leite é o teste de alizarol, onde a solução de
alizarina em contato com o leite, forma uma cor vermelha-tijolo no leite normal com leve
precipitações, uma cor violeta no leite alcalino sem presença de coagulações e uma cor amarela
no leite ácido com precipitações (BRASIL, 2018).
Diversos pesquisadores sugerem que as análises previstas na legislação não são
suficientes para o controle de qualidade do leite UHT (BELOTI et al., 2011, TAMANINI et al.,
2011). Um problema verificado que justifica essa inadequação da legislação é que a adição dos
estabilizantes de proteína, como o citrato de sódio mesmo nos parâmetros aceito pela legislação,
alteram a densidade e crioscopia provocando abaixamento no ponto de congelamento do leite
para além dos valores permitidos. Portanto, a crioscopia do leite UHT deveria estar entre -
0,550°H e -0,570°H pelos valores que a adição de citrato de sódio provoca no leite. Contudo,
não há parâmetros legais para estas provas, nem provas alternativas para verificar fraudes por
adição de água e/ou reconstituintes (BELOTI et al.,2011).
O índice crioscópico é a medida do ponto de congelamento ou da depressão do ponto
de congelamento (DPC) do leite em relação ao da água. E é uma prova de rotina determinada
pelo MAPA para detecção de fraude por adição de água ao leite. A determinação do índice
crioscópico consiste no fundamento de super congelamento de uma amostra de leite a uma
temperatura apropriada e aplicação de uma agitação mecânica, ocasionando no rápido aumento
da temperatura até um patamar o qual corresponde ao ponto de congelamento da amostra
(BRASIL, 2018). A crioscopia junto com análise de densidade é capaz de detectar fraudes por
adição de água e sólidos reconstituintes em análises de rotina porém, dependendo dessa
proporção, os padrões analisados podem estar dentro dos limites estabelecidos pela legislação,
não sendo possível detectar a fraude (CRUZ e SANTOS, 2008). Na legislação os valores do
ponto de congelamento do leite é de – 0,530°H a -0,555°H equivalentes a - 0,512°C e a -
0,536°C respectivamente (BRASIL, 2018).
Enquanto que, para a análise de pesquisa de adição de água e sal ao produto
recomendada pela legislação brasileira é através da metodologia de determinação qualitativa de
cloretos no leite fluído (BRASIL, 2013). Este teste baseia-se na ação do nitrato de prata em
presença do indicador cromato de potássio. Quando o teor de cloretos é normal, a quantidade
de nitrato de prata adicionada é excessiva, reagindo, então, com o indicador para a obtenção da
cor marrom. Se o teor de cloreto é elevado, haverá maior consumo de nitrato de prata,
diminuindo a intensidade da coloração marrom (TRONCO, 2008).
4
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Origem e coleta de amostras
O leite UHT Ninho® sem adição de estabilizantes (cerca de 4 litros) foi adquirido em
estabelecimento comercial e transportado até o Laboratório de Análises de Leite e Derivados
(Lableite) da Faculdade de Agronomia e Veterinária (FAV) da UnB para análises.
O leite cru (cerca de 1 litro) foi coletado de uma propriedade rural, acondicionado em
recipiente e transportado em caixa isotérmica até o Laboratório de Análises de Leite e
Derivados (Lableite) da Faculdade da Agronomia e Veterinária (FAV) da UnB para análises.
2.2 Análises de qualidade da amostra
No laboratório foram realizadas as análises a fim de confirmar a sua qualidade para
utilização na pesquisa. Foram avaliados os teores de proteínas, gordura, lactose, densidade
e sólidos não gordurosos, utilizando o equipamento ultrassônico EKOMILK®. A crioscopia
foi realizada em equipamento crioscópico LAKTRON®, a acidez pelo método Dornic
conforme Manual de procedimentos para laboratórios: Área de microbiologia e físico-
química de produtos de origem animal (BRASIL, 2018).
2.3 Tratamentos do leite adicionado a Citrato de sódio
Os tratamentos realizados com citrato de sódio estão descritos na Tabela 1; A solução
inicial do tratamento (T0) é composta somente por leite UHT (controle negativo), e as demais
referentes aos tratamentos nas concentrações 0,01%, 0,05%, 0,1%, 0,5%, 1,0%, 2,0%, 3,5% de
citrato de sódio adicionado ao leite UHT, correspondendo aos tratamentos T1, T2, T3, T4, T5,
T6 e T7 respectivamente. A solução mãe foi de 50% e o volume total de leite utilizado para tal
foi de 785,68 mL. Os volumes de citrato de sódio foram obtidos por meio da fórmula:
Cinicial.Vinicial=Cfinal.Vfinal, onde: C = concentração e V= volume.
5
2.5 pH
Foi avaliado o pH de cada amostra com seu tratamento aplicado tanto de citrato de sódio
e cloreto de sódio com solução tampão em pH controlado e sem controle do pH. Os valores do
pH do leite varia entre 6,6 a 6,7 com média de 6,7 a 20°C ou 6,6 a 25°C (PEREIRA et al.,
2001). O phmetro utilizado foi da marca KASVI®.
e sais seguiu conforme recomendado pelo Manual de métodos oficiais para análise de alimentos
de origem animal para pesquisa de cloretos em leite fluido por colorimetria (BRASIL, 2018)
onde se usa o Reagente A (Cromato de Potássio K2CrO4 a 5%) e o Reagente B (Nitrato de
Prata AgNO3 a 0,1N). Foram realizados esses testes em pH controlado do meio com solução
tampão e em pH não controlado. É um teste colorimétricos, sendo a leitura do resultado de
coloração amarela considerada positiva e a formação de precipitado marrom visto como
alaranjado devido a coloração natural do leite, negativo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
As análises da amostra realizada no Ekomilk apresentaram valores de gordura (F) de
3.51%, de sólidos não-gordurosos (S): 8,68%, densidade (D): 10.31, proteínas (P): 2.91% e
lactose (L): 5.12%. Já para a acidez titulável apresentado foi 18 oD e a crioscopia de -0,548°H
para leite UHT e -0,533°H para leite cru.
Os resultados das análises de leites submetidos à adulteração por adição de Citrato de
sódio usando teste com reagentes A e B e teste de alizarol seguem na tabela 3 e 4. Sendo que
na tabela 3 se encontra os resultados dessa adição de citrato de sódio em pH controlado e na
tabela 4 sem controle de pH.
8
Tabela 3. Resultados das análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de citrato de sódio com teste de Pesquisa de Cloretos em Leite Fluido
por Colorimetria (Reagentes A e B) e Alizarol em pH controlado.
Tabela 4. Resultados nestas análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de citrato de sódio com teste de pesquisa de cloretos em leite fluido
por colorimetria (Reagentes A e B) e alizarol em pH não controlado.
nas tabelas 3 e 4 demonstraram que o teste oficial de cloreto não apresentou resultados
satisfatórios para as diferentes concentrações de citrato de sódio utilizadas, gerando resultados
inconsistentes tanto em pH controlado quanto não controlado. Não há referências de pesquisas
utilizando esse teste de cloreto, descrito em legislação vigente, para detecção de citrato de sódio
no leite UHT. Há no entanto, relatos do uso da metodologia de infravermelho (IVTF) para a
detecção do citrato (CASSOLI et al., 2011).
Quanto aos resultados demonstrados no teste de Alizarol apresentados nas tabelas 3 e 4
foi possível verificar que o citrato de sódio interfere no pH do leite, ficando mais alcalino com
ou sem tamponamento da solução teste e também foi demonstrado como a proteína permanece
estável. Os autores UDABAGE et al. (2001) corroboram com os resultados encontrados no
presente trabalho, pois afirmam que a adição de citrato de sódio de apenas 5 mol/kg no leite já
previne a coagulação no teste e portanto deixa o leite mais estável. Além do mais, de acordo
com a pesquisa de SWEETSUR e MUIR (1980), o citrato de sódio altera a estabilidade do leite
por quelar o cálcio e pela sua influência em alterar o pH, aumentando-o. Não obstante, de acordo
com SINDHU e TAYAL (1986), o aumento do pH do leite fluido aumenta conforme o aumento
progressivo de concentração de sais de citrato adicionados (0,05%, 0,10% e 0,15%). Os autores
TSIOULPAS et al. (2010) demonstraram que a adição de citrato em concentrações de 0,05% a
0,20% teve o efeito de aumentar o pH também. Diante disso, verifica-se que os resultados da
presente pesquisa reafirmam os resultados demonstrados pelos autores mencionados
anteriormente que, o citrato de sódio adicionado ao leite altera a alcalinidade do meio e age
como um estabilizante da proteína no teste de alizarol. Uma justificativa para essa situação
poder ter ocorrido é que o citrato de sódio tem diversas funções de acordo com o meio e se é
usado junto a outros igredientes, com funções variadas de alterar o pH do meio, ser um agente
quelante, estabilizante, agente tamponante, flavorizante, dentre outros (OMRI, 2015).
Nas tabelas 5 e 6 são apresentados os resultados das análises de leite submetidos à
adulteração por Cloreto de sódio usando teste com reagentes A e B e teste de alizarol, onde na
tabela 5 são resultados das análises em ambiente com pH controlado e na tabela 6 sem pH
controlado.
10
Tabela 5. Resultados das análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de cloreto de sódio com teste de Pesquisa de Cloretos em Leite Fluido
por Colorimetria (Reagentes A e B) e Alizarol em pH controlado.
Tratamentos Teste com Reagente Alizarol
Concentração % AeB pH (solução + leite)
Tabela 6. Resultados das análises de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de cloreto de sódio com teste de Pesquisa de Cloretos em Leite Fluido
por Colorimetria (Reagentes A e B) e Alizarol em pH não controlado.
Tratamentos Teste com Reagente Alizarol
Concentração % AeB pH (solução + leite)
acordo com os resultados obtidos nas tabelas 5 e 6, verificou-se que a técnica para a detecção
de cloretos, possui um alto grau de sensibilidade pois detectou a partir da concentração de
0,05%, menos do que a faixa encontrada naturalmente no leite. Um resultado positivo pode
não representar necessariamente fraude por adição de cloretos à amostra, significa que a
concentração de cloretos no leite é superior a quantidade normalmente encontrada e isso deve
a alguns fatores como diferenças individuais, alimentação, estado de hidratação, raça, espécie,
número de lactações, estágio de lactação dentre outros fatores, o que pode gerar resultados
falso-positivos quando não levados em consideração durante análise (BRASIL, 2013). O que
foi encontrado na presente pesquisa é que o leite adicionado de 0,05% de cloreto de sódio já
gera resultados positivos. A dificuldade quanto a avaliação do teste a partir das cores
apresentadas ocorreu também na pesquisa de FORNASARI e MONTANHINI (2015)
demonstrando que o teste oficial é subjetivo e que condiz com o que foi verificado na presente
pesquisa.
Não obstante, nas tabelas 5 e 6 também foram demonstrados os resultados do cloreto de
sódio no teste do alizarol, indicando sua interferência no pH do leite, deixando-o mais ácido
com ou sem tamponamento da solução e que há uma interferência na estabilidade da proteína
do leite, demonstrando precipitações elevadas. Esse fator pode ser explicado pois na presença
de acidez, as caseínas presentes no leite podem ser coaguladas (precipitadas). O pH é um
indicador essencial na determinação da estabilidade do leite porque, em pH ácidos a
estabilidade térmica do leite diminui uma vez que, a quantidade de cálcio iônico no leite se
eleva. Os autores O’CONNELL et al. (2006) relatam que a precipitação da proteína aumenta
com essa acidificação presente no meio pois ocorre a diminuição da carga e a hidratação das
proteínas, fazendo com que as ligações que mantêm as micelas de caseína juntas se tornem mais
fracas e escassas no pH ácido. Além do mais, essa adição de cloreto de sódio (NaCl) ao leite
promove a dissociação de elementos dentro das micelas de caseína como cálcio e fosfato
alterando o equilibrio salino do meio (GAUCHERON et al., 2000). Porém, ainda não foram
publicadas pesquisas com informações suficientes sobre como ocorre esse mecanismo de
coagulação do leite com baixo valor de pH na presença de NaCl (AWAD, 2007).
Os resultados demonstrados quanto as análises de leites submetidos à adulteração por
adição de Citrato de sódio e cloreto de sódio na crioscopia se encontram nas tabelas 7, 8, sendo
que na tabela 7 se encontra resultados com adulteração de citrato de sódio em leite UHT e na
tabela 8 resultados quanto a adulteração de citrato de sódio em leite cru.
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Tabela 7. Resultados das amostras de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de citrato de sódio na crioscopia em diferentes concentrações.
Tabela 8. Resultados das amostras de leite cru submetidos à adulteração por adição de citrato
de sódio na crioscopia em diferentes concentrações.
A interferência da adição de citrato de sódio ao leite UHT e leite cru são constatadas nas
tabelas 7 e 8 quando estes passam na crioscopia, dando valores que não condizem com os
parâmetros aceitos na legislação, pois abaixam o ponto de congelamento mesmo sendo o valor
permitido pela legislação. A partir da adição de 0,1% de citrato de sódio permitido na legislação
já foi possível observar uma considerável diminuição da média do valor do ponto de
13
Tabela 9. Resultados das amostras de leite UHT sem adição de estabilizantes submetidos à
adulteração por adição de cloreto de sódio na crioscopia em diferentes concentrações
Tabela 10. Resultados das amostras de leite cru submetidos à adulteração por adição de cloreto
de sódio na crioscopia em diferentes concentrações.
4. CONCLUSÃO
Nessa pesquisa foi possível constatar que o teste de detecção de cloretos como detecção
de sais não foi eficaz na verificação da presença de citrato de sódio e que, o teste de alizarol é
um importante indicador da presença de citrato de sódio e outros estabilizantes do leite. Além
15
disso, observou-se que o citrato de sódio alcalinizou as soluções por aumentar levemente seu
pH. Não obstante, foi possível identificar que a adição de citrato de sódio a 0,1% diminui o
ponto de congelamento do crioscópico mesmo sendo o valor permitido na legislação, deixando
então, margens para adição fraudulenta dessas subtâncias e de água também.
Quanto a pesquisa de detecção de cloretos pela metodologia oficial foi demonstrado que
a adição de 0,05% de cloreto de sódio ao leite já apresenta resultados positivos, o que não condiz
com o indicado para resultados positivos pela legislação. Então, é um teste altamente sensível
e que se deve levar em consideração fatores externos para não se obter resultados falso-
positivos. Além do mais, as nuances de cores são parecidas, o que pode indicar uma
subjetividade dos testes e uma dificuldade em sua interpretação. Quanto ao alizarol, o cloreto
de sódio apresentou precipitações da proteína pela alteração de sua estabilidade por conta da
acidificação do meio por interferência do pH, o que já era esperado de acordo com literatura.
Diante do exposto quanto ao ponto de congelamento, tanto o cloreto de sódio quanto o
citrato de sódio possuem características de serem substâncias usadas como reconstituinte, com
a finalidade de corrigir a densidade e a crioscopia do leite ao ser adicionado de água. Em face
do que foi evidenciado se faz necessário um aprimoramento das metodologias quanto aos
parâmetros de avaliação de crioscopia para o leite UHT acrescentado de estabilizantes visto
que, a adição de citrato de sódio a 0,1% permitido na legislação é capaz de alterar o ponto de
congelamento e deixa margens para adição fraudulenta dessas substâncias e de água também.
Além de que, é imprescindível uma metodologia que faça a detecção de citrato de sódio e outros
sais além do cloreto de sódio que poderiam ser usados como adulterantes de leite.
Diante do aparecimento e descobertas de novas fraudes no leite é importante a constante
atualização dos métodos oficiais para equiparar com a realidade encontrada.
16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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