Sessoes 25 A 32-RA 5

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INSTITUTO DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

MÓDULO: INSTALAR POSTOS DE TRANSFORMAÇÃO PARTICULARES (IPTP’s)


Qualificação: Electricidade Industrial
Turmas: TEI-1,2,3,4/CV5 Semana de: 25/09 a 30/09/2023
Plano de Sessões: 25 a 32
Elemento de Competência 5: Realizar testes de funcionalidade
Critérios de Desempenho:
a) Executar os testes de continuidade;
b) Executar as medições de resistência de isolamento.

Evidências Requeridas:
Evidência prática de realização dos testes e medições referidos nos critérios de
desempenho.

5. Testes de funcionalidade

Nas instalações eléctricas industriais são executados basicamente dois testes de


funcionalidade, nomeadamente: o teste de continuidade e o teste de isolamento.

5.1. Teste de continuidade

Em electricidade industrial, o teste de continuidade tem por objectivos: detectar o


rompimento de um cabo, comparar um circuito montado com o seu diagrama eléctrico e
possibilitar o encontro das extremidades de um trecho de cabo que possa estar “perdido”
entre outros cabos. Saiba que a medição de continuidade funciona apenas em
baixíssima resistência. Por isso, dependendo do comprimento do cabo, em vez de utilizar
a escala de continuidade do multímetro, é necessário utilizar uma escala de resistência
com valor baixo.

No teste em questão, vamos verificar a hipótese de haver o rompimento nos cabos que
alimentam o motor M (Figura 5.1), o que poderia gerar falta de fase e, consequentemente,
indicar uma falha de sobrecarga no inversor.

É recomendado que tenhamos em mãos o diagrama eléctrico, pois ele nos dará
referência do ponto a ser medido. Vamos ao teste!

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Tabela 5.1. Teste de continuidade

Perceba que o valor foi medido com a escala de resistência do multímetro, pois se trata
de um cabo com comprimento relativamente longo. Se por acaso fosse encontrado um
valor muito alto ou infinito, caracterizaria um rompimento do cabo. Portanto, de acordo
com os valores encontrados, podemos verificar que a falha não está no rompimento dos
cabos que alimentam o motor M. Logo, precisamos continuar nossa investigação.

O próximo passo é medir a resistência de isolação do motor. Acompanhe.

5.2. Teste de isolação

Também chamado de teste de isolamento, tem por objectivo detectar se a corrente


eléctrica está percorrendo caminhos indesejáveis em um equipamento ou uma
instalação.

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Assim, uma isolação perfeita é aquela que, submetida a uma tensão, não deixaria que
uma mínima corrente circulasse por qualquer parte indevida do equipamento, ou seja,
teria resistência infinita.

Porém, uma isolação real tem uma resistência finita e, quando submetida a uma tensão
eléctrica, pode ser percorrida por uma corrente. Isso acontece porque, durante a vida útil
a isolação é submetida a diversos danos, como os causados por impacto, vibração,
poeira, óleo, humidade e aquecimento, que geram uma redução da resistência de
isolação, o que é prejudicial ao equipamento.

A resistência de isolação é medida por meio de um instrumento chamado megômetro.


Vejamos um exemplo dele no quadro a seguir.

Tabela 5.2. Instrumento megômetro para teste de resistência de isolação

Existem vários factores que interferem nessa medição, como temperatura ambiente e da
máquina, tipo de construção, potência e tensão do sistema e humidade do ar. Em razão
desses factores, fica complicado determinar padrões para o valor da resistência de
isolação de cada equipamento. Por isso, é necessário muitas vezes levar em
consideração os dados de medições anteriores e até mesmo o bom senso, ou seja, a
experiência do técnico que executa as medições.

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Para cada tipo de equipamento ou instalação, existe uma regra de medição
recomendada. Para o nosso motor M1, vamos utilizar a regra de máquinas rotativas.

Para isso, é necessário que o motor esteja limpo e seco quando for aplicada a tensão de
ensaio proveniente do megômetro.

Devemos também ter um valor de referência mínimo, calculado com a seguinte fórmula:

𝑹𝒎 = 𝒌𝑽 + 𝟏

Em que:

▪ Rm: resistência de isolação mínima recomendada em megaohm, com


enrolamento a 40 °C;
▪ kV: tensão nominal do motor em quilovolt;
▪ 1: número constante.

Caso a medição seja realizada a uma temperatura diferente de 40 °C, será necessário
corrigir o valor e, assim, satisfazer o valor da resistência de isolação mínima (Rm).

Para isso, utilizamos a seguinte fórmula:

𝑹𝟒𝟎°𝑪 = 𝑹𝒕 ∙ 𝑲𝒕𝟒𝟎℃

Em que:

▪ R40 °C: resistência de isolamento corrigida para 40 ºC, em megaohm;


▪ Rt: resistência de isolamento medida à temperatura t, em megaohm;
▪ Kt40 ºC: factor de correcção de resistência de isolamento t para 40 ºC.

Vejamos o gráfico a seguir.

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Figura 5.1 - Variação aproximada da resistência de isolamento com a temperatura.
Fonte: SENAI-SP (2013)
Para sistematizar o que estudamos até aqui, veja o resumo a seguir, sobre a sequência
de utilização de um megômetro:

a) solicitar o desligamento do disjuntor geral e fazer o bloqueio físico;

b) confirmar se não há presença de tensão nos terminais do motor, em seguida


desconectá-los;

c) escolher a tensão a ser aplicada pelo megômetro, a qual deve ser a mais próxima da
nominal do equipamento;

d) conectar as pontas de prova nos terminais do instrumento, de acordo com a tensão


escolhida;

e) testar o instrumento encostando uma ponta de prova na outra. Inserir tensão por meio
do botão de início. O instrumento deve indicar leitura aproximada de 0 (zero) ohm;

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f) desligar o instrumento e inserir as pontas de prova nos pontos a serem medidos;

g) ligar o instrumento, inserindo novamente tensão por meio do botão de início,


mantendo o teste por um minuto.

Normalmente, em motores de indução, a resistência de isolação é medida entre


enrolamentos e também entre terra e enrolamentos. No próximo quadro, vamos
acompanhar essa medição feita no motor M1.

Mas, antes, devemos saber o valor de resistência mínima.

Veja: como o motor M1 possui tensão nominal (Vn) de 440 V ou 0,440 kV, a tensão
aplicada pelo megômetro será de 500 V, que é o valor mais próximo.

Assim, o valor de resistência mínima de isolação é:

𝑹𝒎 = 𝒌𝑽 + 𝟏 ⟺ 𝑹𝒎 = 𝟎, 𝟒𝟒𝟎 + 𝟏 = 𝟏, 𝟒𝟒𝛀

No quadro a seguir, foram ilustradas medições com apenas um dos enrolamentos do


motor, porém na prática foi medido com os três. Vejamos.

Tabela 5.3. Medição de resistência de isolação do motor M1 a 40 °C

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Perceba que o valor da resistência de isolação entre os enrolamentos ficou muito abaixo
do valor de referência calculado, o que caracteriza um curto-circuito entre os
enrolamentos o que originou a queima do motor.

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