Curtumes 2023

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Curtumes:

Fontes e Impactos

Jéssica Taeko Sanches Kohara de Angeli


Mestra em Ciências
Programa: Ciência Ambiental

São Paulo
2023
SETOR INDUSTRIAL

No Brasil:

244 PLANTAS CURTIDORAS

120 FÁBRICAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

2800 INDÚSTRIAS DE CONPONESTES PARA


COURO E CALÇADOS

30 MIL EMPREGOS DIRETOS


EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES POR DESTINO

+ 69 países

Fonte: MDIC/SECEX
EXPORTAÇÕES DE COUROS E PELES POR ESTADO BRASILEIRO

Fonte: MDIC/SECEX
MOVIMENTANDO
2 BILHÕES DE
DÓLARES POR
ANO

Fonte: MDIC/SECEX
PELE X COURO

A pele do animal que NÃO passou A pele do animal curtida


por um processo de curtimento
TIPOS DE CURTUMES
MATÉRIA-PRIMA

PELE VERDE PELE SALGADA


 A pele é retirada e enviada diretamente  A pele é salgada e armazenada. O sal age como
para o curtume. bactericida, evitando que a pele apodreça.
PROCESSO INDUSTRIAL RIBEIRA

 É o processo que remove as impurezas (gordura, sangue, pelos, resto de carne e sujeiras) da
pele que não irão fazer parte do produto final.

 Nesta etapa é adicionado substâncias tensoativas umectantes, desengraxantes e/ou


emulsionantes, enzimas proteolíticas, lipolíticas e agentes alcalinizantes.

 Em seguida é realizado o processo de divisão do couro, onde a pele é separada em duas


camadas (“flor” e a “raspa”).
PROCESSO INDUSTRIAL RIBEIRA

Flor: camada externa do couro, lado do Raspa: camada interna, lado do carnal,
pêlo, que apresenta as características da subjacente a flor
pele, como os poros

A flor é a parte da pele que será utilizada A raspa também pode seguir o processo de
nos próximos processos de curtimento até o curtimento e acabamento ou tornar-se um
acabamento. sub-produto que é vendido para terceiros.
PROCESSO INDUSTRIAL RIBEIRA
PROCESSO INDUSTRIAL CURTIMENTO

Esta é a etapa na qual ocorre a transformação


das peles em couros.

 No processo de curtimento é adicionado


compostos de cromo e um fungicida. Se no
curtume houver o projeto de reciclo de cromo
é nessa etapa que ele é reutilizado. Depois é
realizado o processo de basificação.

 A basificação é a fixação do cromo III através


da elevação do pH com a utilização de
compostos básicos ( que possuem valor de pH
maior que 7).

O curtimento e a basificação são decisivos à qualidade final do artigo


PROCESSO INDUSTRIAL CURTIMENTO
PROCESSO INDUSTRIAL SEMI-ACABAMENTO/CRUST
 O couro curtido passa por um processo de
recurtimento, nessa etapa é adicionado
ácido fórmico para auxiliar na redução do
valor do pH desse couro, uma vez que o pH
está mais ácido, a fixação do corante é mais
eficiente, o corante consegue atravessar as
fibras da pele por completo. O valor ideal
do pH nessa etapa é entre 3,4 a 3,9.

 Após o recurtimento, o couro é secado,


amaciado, dependendo do tipo de artigo
desejado pelo cliente o couro pode ser lixado
ou passa direto para a etapa de classificação.
PROCESSO INDUSTRIAL ACABAMENTO

 A partir do couro semi-acabado é


realizado a etapa de acabamento. O
couro acabado possui aspecto
definitivo nessa etapa, compreende as
operações finais do processamento das
peles, como por exemplo,
acabamento, prensagem e medição.

 Até mesmo no acabamento do couro,


considerado o processo mais “limpo”,
ocorre a geração de resíduos líquidos.
PROCESSO INDUSTRIAL ACABAMENTO
PROCESSO INDUSTRIAL PRODUTOS QUÍMICOS
 São proibidas (produção, comercialização e uso) por leis federais / nacionais, estaduais e municipais e/ou
por convenções internacionais, exemplos: DDT, hexaclorobenzeno (BHC), dieldrin, produtos à base de
arsênico e de mercúrio, pentaclorofenol, tetraclorofenol.

 Além disto, há substâncias que fazem parte da lista de substâncias restritivas para couro (REACH) e/ou
constituem barreiras para acesso a mercados e clientes específicos – exemplos: algumas aminas,
azocorantes, nonilfenol / nonilfenoletoxilato, tolueno, tricloro e percloroetileno entre outros. Assim,
espera-se que estes insumos não sejam mais utilizados pelos curtumes.

 Outros produtos, como óleo de bacalhau, glutaraldeído e formaldeído também podem ser encontrados
como curtentes ou auxiliares de curtimento. Este último, porém, vem sendo evitado por sua toxicidade;

 Banhos de curtimento, ao final da etapa: os vegetais (taninos) são normalmente reciclados para o lote
seguinte; os minerais (cromo) podem ser descartados para os efluentes ou reciclados / tratados para reuso
direto ou para recuperação de cromo.
PROCESSO INDUSTRIAL RESÍDUOS
Na maioria das etapas citadas anteriormente, pode-se dizer que há a geração de resíduos sólidos,
líquidos e/ou gasoso. Nas figuras abaixo é possível visualizar alguns desses resíduos.
RESÍDUOS LÍQUIDOS
RESÍDUOS LÍQUIDOS

Comparação de alguns parâmetros de efluentes brutos de curtumes, após peneiramento, equalizados, com e
sem reciclagem de banhos de caleiro e de curtimento (ao cromo)
Parâmetros
RESÍDUOS LÍQUIDOS
EXEMPLO COMPARATIVO

Considerando-se o DBO gerado por peso médio de 23 kg/pele salgada e uma carga
orgânica média de esgoto doméstico de 54g DBO/habitante.dia, o potencial poluidor
de carga orgânica biodegradável de um curtume integrado, que processe 3.000
peles/dia...

...seria equivalente ao de uma população de


cerca de 85.600 habitantes.
RESÍDUOS GASOSOS
 Existem diversas fontes potenciais de emissões atmosféricas na indústria do couro. Em geral, as emissões
dos curtumes são principalmente compostos voláteis gerados em várias operações, que causam odores, por
vezes perceptíveis fora dos limites dessas indústrias, e podem causar problemas de saúde ocupacional,
dependendo das instalações e de seus procedimentos operacionais.

 Na “barraca” (armazenamento de matéria-prima – peles), principalmente amônia é emitida, proveniente


da decomposição parcial das proteínas das peles.

 Na parte molhada (ribeira até pré-acabamento), odores desagradáveis podem ser gerados por substâncias
como gás sulfídrico, amônia, compostos aminados, entre outras. Amônia, particularmente, também é
emitida na depilação e caleiro e pode ser gerada até na secagem dos couros, se amônio for utilizado como
auxiliar de tingimento.

 No acabamento, pode-se ter emissões de compostos orgânicos voláteis (COVs) provenientes de solventes
orgânicos e outras substâncias utilizadas em várias etapas do acabamento.
RESÍDUOS SÓLIDOS
 Particularmente, as aparas (não
caleadas/caleadas) e raspas não curtidas, dos
recortes e da divisão na ribeira, constituem um
material importante e valioso para a
fabricação de diversos derivados do colágeno.

 Também é comum a utilização da carnaça para


a fabricação de sebo, gordura animal e seus
derivados.

 Por outro lado, os lodos do tratamento de


efluentes e os materiais curtidos (do acaba -
mento) apresentam aproveitamentos
relativamente pequenos ou bem menos
abrangentes quanto às quantidades geradas e
constituem-se nos principais resíduos sólidos
dos curtumes.
RESÍDUOS
X
IMPACTOS
“Deseja-se que os curtumes, ao
adotarem este documento como uma
de suas referências para caminharem
rumo a uma produção sustentável,
implantem, melhorem e aumentem
esse rol de ações.”
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA AMBIENTAL (PROCAM)

IMPLICAÇÃO AMBIENTAL NO USO


DO COMPOSTO DE LODO DE
CURTUME EM APLICAÇÃO
AGRÍCOLA

Orientador: Prof. Dr. Joel Barbujiani Sígolo


INTRODUÇÃO

Fonte: Google imagens


INTRODUÇÃO

Para ser viável a destinação do lodo de curtume na área agrícola foi testada a
técnica de compostagem

Aumento da quantidade de Porém, os mesmos estudos


matéria orgânica no solo; também constataram o acúmulo
de cromo e outros compostos
Aumento da concentração de que podem promover a
nutrientes (fósforo, potássio e degradação do solo.
cálcio)
OBJETIVO

O objetivo desse trabalho foi avaliar as implicações


ambientais no uso do composto de lodo de curtume
em aplicação agrícola.

Alumínio, cadmio, cromo, cobre, potássio, manganês, sódio,


fósforo, enxofre, selênio e zinco no solo, na raiz e folhas da
Brachiaria decumbens, após a aplicação do composto de lodo de
curtume
Impactos ambientais causados pelo processo de produção do couro

Conservação e
TRATAMENTO
Armazenamento RIBEIRA CURTIMENTO ACABAMENTO
das peles DE EFLUENTES

hidróxido de sódio, hidróxido de amônia, compostos tensoativos, bactérias, enzimas,


sulfito de sódio, vários compostos ácido, cromo, cobre, cádmio, zinco, alumínio, sódio,
nitrogênio, fósforo, surfactantes e compostos orgânicos.

Fonte: FERRARI (2015 apud PACHECO, 2005)


Área do estudo

Área construída superior a 120 mil m2.

Fonte: Imagens editadas pelo autor


Instalação da Usina de Compostagem
O lodo enviado para a
usina de compostagem é
formado por:

78% de matéria sólida


22% de água

Composição

21% de CO2
1,29% de N total

Fonte: Imagens editada pelo autor


Metodologia aplicada na área de coleta das
amostras

Fonte: Imagens registradas pelo autor

Fonte: Google Earth – modificado pelo autor


Coleta das amostras de solo
Visto que seria realizada a análise quantitativa de metais presentes no solo, cujas fontes podem ser antrópicas,
foi coletado amostras de solo com até 20 centímetros de profundidade.

Fonte: Imagem editada pelo autor


Coleta das amostras de solo e vegetação

Para cada ponto destacado foram coletadas As amostras de braquiária (Brachiaria decumbens)
2 amostras de solo com o auxílio de um cultivas no local do estudo, foram retiradas do solo
trado holandês. manualmente, de forma cuidadosa para não lesar suas
folhas e depreciar as raízes.

Todas as amostras de solos


foram armazenadas em
sacos plásticos.
Fonte: Imagens registradas pelo autor
Amostras de solos coletados Amostras de solos coletados
0 a 10 centímetros 10 a 20 centímetros

Fonte: Imagens registradas pelo autor


Amostras das FOLHAS secas e Amostras das RAÍZES secas e
trituradas trituradas

Fonte: Imagens registradas pelo autor


Análise granulométrica Caracterização química
A análise granulométrica foi realizada no Laboratório de As amostras de solos, raízes e folhas da vegetação foram
Sedimentologia (GSA) do Instituto de Geociências da enviadas para o Laboratório de Caracterização
Universidade de São Paulo. Tecnológica (LCT) – Departamento de Engenharia de
Minas e de Petróleo da Escola Politécnica/USP.

• A análise granulométrica por difração a laser foi


realizada através do granulômetro modelo Malvern • As amostras foram analisadas por meio da técnica de
Mastersizer 2000. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma
Indutivamente Acoplado (ICP-OES), marca Horiba,
modelo Ultima Expert, pelo método de digestão
• O software “Momento” (em Lotus) calculou os multiácida, também conhecida como digestão quatro
parâmetros estatísticos pelo método analítico dos ácidos.
momentos de Pearson.

• Pela técnica de ICP-OES foi possível quantificar as


• Foram analisadas as amostras de solo com 0 a 10 cm de concentrações de alumínio (Al), cádmio (Cd), cromo
profundidade e 10 a 20 cm de profundidade, apenas os (Cr), cobre (Cu), potássio (K), manganês (Mn),
pontos VPB, VP1, VP3, VP5 e VP7 foram analisados. fósforo (P), enxofre (S), selênio (Se) e zinco (Zn)
presente nas amostras de solos, raízes e folhas.
RESULTADOS DA CARATERIZAÇÃO QUÍMICA

-1
Solo - profundidade de 0 a 10 cm (mg.kg )

Elemento LQ* VP1 VP2 VP3 VP4 VP5 VP6 VP7 VPB
Al 4 10100 15500 21800 15800 8220 11400 14300 31200
Cd 2 <LQ <LQ 3 <LQ <LQ <LQ <LQ 2
Cr 3 58 71 83 73 61 100 70 72
Cu 1 9 10 16 8 7 6 10 17
K 8 2460 7800 3250 9160 1340 5430 1690 2940
Mn 1 445 674 482 205 318 180 300 217
Na 5 164 363 211 240 120 113 120 193
P 3 430 201 340 224 220 144 180 200
S 7 790 225 730 325 720 186 670 770
Se 5 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ 6 <LQ 12
Zn 1 23 3 20 <LQ 13 <LQ 14 19
* Limite de quantificação
Concentrações acima dos valores apresentados no ponto de referência (VPB)
Fonte: Dados experimentais
RESULTADOS DA CARATERIZAÇÃO QUÍMICA

-1
Solo - profundidade de 10 a 20 cm (mg.kg )

Elemento LQ* VP1 VP2 VP3 VP4 VP5 VP6 VP7 VPB
Al 4 10300 18400 24600 27000 6290 12400 30800 37500
Cd 2 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
Cr 3 70 76 137 181 109 114 137 109
Cu 1 8 10 20 13 7 42 18 17
K 8 5090 9430 6880 14500 2350 3900 4460 8490
Mn 1 393 858 769 398 321 240 306 228
Na 5 250 308 493 506 231 285 548 452
P 3 368 124 279 187 199 158 146 223
S 7 257 153 363 209 200 52 226 336
Se 5 <LQ <LQ 11 <LQ 12 8 5 12
Zn 1 <LQ 2 <LQ 6 <LQ 4 <LQ <LQ
* Limite de quantificação
Concentrações acima dos valores apresentados no ponto de referência (VPB)
Fonte: Dados experimentais
RESULTADOS DA CARATERIZAÇÃO QUÍMICA

-1
Folhas (mg.kg )

Elemento LQ* VP1 VP2 VP3 VP4 VP5 VP6 VP7


Al 4 960 2840 1300 2240 980 4120 570
Cd 2 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
Cr 3 10 25 3 30 54 62 18
Cu 1 83 26 146 26 17 17 24
K 8 14800 33600 8340 34500 9160 23700 11900
Mn 1 199 344 805 317 197 124 79
Na 5 536 1339 400 560 443 812 446
P 3 3290 3170 3230 4720 2360 2690 2210
S 7 2010 2230 3560 2030 1410 1780 1820
Se 5 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
Zn 1 108 66 133 72 60 40 45
* Limite de quantificação
Fonte: Dados experimentais
RESULTADOS DA CARATERIZAÇÃO QUÍMICA

-1
Raízes (mg.kg )
Elemento LQ* VP1 VP2 VP3 VP4 VP5 VP6 VP7
Al 4 5800 7480 25000 6150 5400 8910 11900
Cd 2 <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ <LQ
Cr 3 46 39 58 26 54 106 64
Cu 1 11 13 27 11 10 10 13
K 8 15700 7380 7110 6830 12300 8570 7400
Mn 1 373 627 415 165 276 209 196
Na 5 335 311 738 219 646 217 299
P 3 1060 620 850 770 780 410 440
S 7 880 440 1100 620 710 430 510
Se 5 18 <LQ <LQ 16 <LQ <LQ 15
Zn 1 28 16 37 17 15 13 8
* Limite de quantificação
Fonte: Dados experimentais
Discussão sobre os resultados granulométricos

Fonte: Dados experimentais

Apesar das amostras de solo apresentarem volumes de frações diferentes, estão localizadas na mesma área,
pode-se considerar que o solo estudado está na faixa das frações médias, tornando-o uma área favorável
para o cultivo, mas que também apresenta características que favorecem a mobilidade dos compostos
químicos pelos horizontes do solo.
Fonte: Dados experimentais
Comparativo dos resultados da caracterização química

• O cromo nesse estudo, quando comparado com outros elementos que foram analisados, suas concentrações apresentam
valores abaixo da média.
• O cromo tende a se concentrar mais nos solos, principalmente em profundidade de 10 a 20 centímetros.
Fonte: Dados experimentais
Comparativo dos resultados da caracterização química

• Tende a se depositar na vegetação, o metal está presente nas raízes, mas apresenta as maiores concentrações nas folhas.
• Presume-se que há a possibilidade do consumo dessa braquiária com altas concentrações de cobre prejudicar a saúde
dos animais.
Fonte: Dados experimentais
Comparativo dos resultados da caracterização química

• Nota-se que o potássio apresenta o volume maior de concentrações na vegetação analisada, estando mais propenso a se
acumular nas folhas.
Fonte: Dados experimentais
Comparativo dos resultados da caracterização química

• As amostras de raízes ou folhas apresentaram concentrações superiores aos valores de sódio.


• Ao realizar uma comparação entre as concentrações de sódio presentes nas folhas e nas raízes, determina-se que a
concentração predominante está presente nas amostras de folhas da braquiária
Fonte: Dados experimentais
Comparativo dos resultados da caracterização química

• As folhas da braquiária possuem concentrações médias de fósforo até 10 vezes acima dos valores das concentrações
desse mesmo elemento presentes nas demais amostras.
• As concentrações medidas raízes, apesar de não apresentarem valores exorbitantes como nas folhas, possuem
concentrações superiores aos valores encontrados nas amostras de solo.
Fonte: Dados experimentais
Comparativo dos resultados da caracterização química

• O enxofre possui a tendencia de se acumular na vegetação.


• Identifica-se que os solos superficiais possuem valores da concentração de enxofre maior do que os valores
determinados nas amostras de solos mais profundos, esse padrão é encontrado em todos os pontos analisados.
Fonte: Dados experimentais
Comparativo dos resultados da caracterização química

• Seguindo a tendência dos elementos fósforo e enxofre, o zinco, também está mais concentrado na vegetação.
Resultados obtidos comparados com a legislação pertinente
Resultados obtidos comparados com a legislação pertinente

Fonte: Dados experimentais; CETESB (2006); CONAMA (2009)


CONCLUSÕES

 As frações de solos possuem partículas com tamanho médios, o que permite tanto a mobilidade das
substâncias nos horizontes dos solos por meio dos processos de percolação e lixiviação, quanto a absorção
dos compostos pela vegetação;

 As concentrações de potássio, sódio, fósforo, enxofre e zinco apresentaram os maiores valores nas
amostras de folhas e amostras de raízes, indicando que há absorção preferencial desses elementos pela
vegetação presente;

 As concentrações de cobre analisadas nas amostras de solos, raízes e folhas, apontou que há um acumulo
preferencial desse metal nas folhas da braquiária, seguido pelo acumulo nos solos mais profundos;

 As maiores concentrações de selênio foram identificados nas raízes, seguido pelos valores das
concentrações presentes nas amostras de solos superficiais;
CONCLUSÕES

 Comparado com os valores orientadores específicos para áreas agrícolas, o cádmio, cobre, selênio e
zinco apresentam concentrações com valores abaixo dos valores orientadores, tendo exceção as
concentrações de cromo, apesar de apenas uma amostra conter concentração acima do valor determinado
pela legislação, as outras amostras possuem concentrações próximas ao valor orientador;

 Cromo, alumínio, manganês e cadmio, possuem a tendencia de acumular nos solos, mesmo não
apresentando risco direto pela absorção da vegetação, há possibilidade de lixiviação e percolação até as
águas subterrâneas e outras áreas.

Partindo da premissa que há constatação de alteração da composição química do


solo estudado, pode-se dizer que a aplicação do lodo de curtume nessa área está
alterando as características desse solo.
CONCLUSÕES

As concentrações de metais, quantificadas nas folhas dessa


vegetação utilizada como fonte de alimento para o processo de
engorda do gado de corte visando rápida engorda, comparadas
com outros estudos, indica que o consumo dessas folhas de
braquiária pode transladar elementos como o cobre para os
animais que são alocados nessa área, podendo ocasionar distúrbios
na saúde animal, consequentemente, ao consumir os produtos
derivados desses animais a saúde humana pode ser impactada.

Para uma avaliação precisa sobre os riscos à saúde humana, animal e ambiental, sugere-se que seja realizado
uma investigação mais detalhada da área (solo e vegetação), do composto de lodo de curtume e da rotina dos
animais que se alimentam do cultivo de braquiária (Brachiaria decumbens) localizado na área de disposição
do composto de lodo de curtume.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, F F. et al. Desenvolvimento do milho e fertilidade do solo após MARTINES, Alexandre Martin. Impacto do lodo de curtume nos atributos
aplicação de lodo de curtume e fosforita. Revista Brasileira de Engenharia biológicos e químicos do solo. Piracicaba, 2005. Disponível em:
Agrícola e Ambiental, v. 12, n. 5, p. 507-512, 2008. <http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/USP_5958b905aab76c0456d347d9b53
e81fe > Acessado em: 26/08/2017
CICB -Centro das indústrias de curtumes do Brasil. Exportação brasileira
de couros e peles – Julho 2017. Disponível em: <http://www.cicb.org.br/>. MDIC/SECEX – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Acessado em: 20/02/2019 Serviços/Secretaria de Comércio Exterior. Exportações de couros e peles
referente ao mês de Julho de 2018. Disponível em:
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL – CETESB. <http://www.mdic.gov.br/index.php/noticias/2634-balanca-tem-superavit-
Relatório de estabelecimento de Valores Orientadores para Solos e Águas de-us-2-2-bilhoes-na-terceira-semana-de-julho>. Acessado em:
Subterrâneas São Paulo. São Paulo, 2016 26/08/2019 apud: CICB -Centro das indústrias de curtumes do Brasil.
Exportação brasileira de couros e peles – Julho 2018. Disponível em: <
CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução no 420, de 28 http://cicb.org.br/storage/files/repositories/phpznxdH5-total-exp-jul17-
de dezembro de vr.pdf />. Acessado em: 25/02/2019
2009. “Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo
quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o PLASTER J. E. Physical properties of soil. Soil Science & Management.
gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias 6rd ed. New York, 2014. Cap 4, p. 70-75
em decorrência de atividades antrópicas.", Diário Oficial [da República
Federativa do Brasil], Brasília, DF, nº 249, de 30/12/2009; RABELO, D. Como montar uma empresa de Curtume. São Paulo: SEBRAE,
2015. Disponível em:
DIAS, T et al. Análise do nível de sustentabilidade de um curtume a partir <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Como-montar-uma-
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< SILVA, Jayara Dayany da Costa; et al. Emergência e crescimento inicial de
http://www.revistasg.uff.br/index.php/sg/article/view/V10N2A7/SGV10N2A7 plântulas de pimenta ornamental e celosia em substrato à base de
>. Acessado em: 25/08/2017 compostos de lodo de curtume. Ciência Rural. Volume 41. Número 3, pp.
412-417. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2011.
JUEL, M. A. I; AHMED, T. ENVIRONMENTAL AND TECHNICAL ASPECTS OF
RECYCLING OF TANNERY SLUDGE IN BRICK PRODUCTION. 5th
International Conference on Solid Waste Management in South Asian
Countries. 2017.
[email protected]

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