Anatomia e Cinesiologia Do Complexo Articular Do Ombro
Anatomia e Cinesiologia Do Complexo Articular Do Ombro
Anatomia e Cinesiologia Do Complexo Articular Do Ombro
SAÚDE
ANATOMIA E CINESIOLOGIA DO
COMPLEXO ARTICULAR DO
OMBRO
THEMIS MOURA CARDINOT 23/10/2020
UM COMENTÁRIO
DOI:
10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/anatomia-
e-cinesiologia
CONTEÚDO
RESUMO
[1],
CARDINOT, Themis Moura ALMEIDA, Jamille
Santos de [2]
RESUMO
O ombro é formado por um conjunto de
articulações denominadas de complexo
articular do ombro e é a articulação com maior
amplitude de movimento do corpo, ao mesmo
tempo em que é a articulação mais instável. O
objetivo deste resumo foi fazer uma breve
descrição anatômica do complexo articular do
ombro e de sua cinesiologia. Adotamos para o
complexo articular do ombro as seguintes
articulações: coracoclavicular, subdeltoidea,
escapulotorácica, esternoclavicular,
acromioclavicular e glenoumeral. Descrevemos
os ligamentos e as bolsas que compõem essas
articulações, que são mecanismos de proteção
e estabilidade, respectivamente; os músculos do
manguito rotador e os movimentos que o
complexo articular do ombro é capaz de realizar.
Os ligamentos e os músculos do manguito
rotador são os principais estabilizadores do
complexo articular do ombro. Por ser uma
articulação instável, o ombro tem maior
predisposição a lesões de suas estruturas e por
isso requer que o profissional de saúde conheça
muito bem sua anatomia e cinesiologia.
1. INTRODUÇÃO
O ombro é a região de união do membro
superior ao esqueleto axial, também conhecida
como cintura escapular ou cíngulo do membro
superior (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2005). É
formado por um conjunto de articulações
denominadas de complexo articular do ombro.
Essas articulações em conjunto possuem
grande mobilidade e amplitude de movimento,
além de total dependência de seu complexo
cápsulo-ligamentar para manter-se funcional e
anatomicamente eficaz na sua função de
posicionamento do membro superior (MORELLI;
VULCANO, 1993; NICOLETTI; EJNISMAN; KANJI,
1996; HEBERT; XAVIER, 2003). O objetivo deste
resumo foi fazer uma breve descrição
anatômica do complexo articular do ombro e de
sua cinesiologia.
2. ANATOMIA DO COMPLEXO
ARTICULAR DO OMBRO
Primeiramente iremos abordar a anatomia
dessa região. Começaremos discorrendo sobre
os ossos e as articulações que compõem o
complexo articular do ombro. Em seguida,
descreveremos seus ligamentos e suas bolsas,
que são mecanismos de estabilidade e
proteção, respectivamente. Finalizaremos essa
primeira parte com os músculos do manguito
rotador, fundamental para a estabilidade e o
movimento da articulação glenoumeral
(articulação do ombro propriamente dita).
2.1.1 ESTERNO
O esterno é um osso plano que forma a face
anterior da parede óssea do tórax. Consiste de
três partes: manúbrio, corpo e processo xifóide,
em sentido craniocaudal (Figura 1).
Lateralmente, à borda superior apresenta as
incisuras claviculares côncavas para as faces
articulares esternais das clavículas (GARDNER;
GRAY; O’RAHILLY, 1985).
2.1.2 CLAVÍCULA
A clavícula conecta o membro superior ao
tronco e forma a porção ventral da cintura
escapular. É um osso longo, curvado em forma
de S itálico. Situado quase que horizontalmente,
logo acima da primeira costela, mede
aproximadamente 15 cm de comprimento. Tem
duas extremidades, duas faces e duas bordas.
Apresenta uma curvatura dupla: os dois terços
mediais mostram convexidade anterior, pois a
clavícula deve adaptar-se à curvatura anterior da
caixa torácica, ao passo que o terço lateral é de
convexidade posterior (Figura 2) (RASCH;
BURKE, 1987; GRAY, 1988; DANGELO; FATTINI,
1998; MOORE; DALLEY II, 2001).
2.1.3 ESCÁPULA
A escápula é um osso triangular, plano, que se
situa na face posterolateral do tórax,
estendendo-se da 2ª até a 7ª costela. A
escápula não se localiza no plano frontal, mas
no plano oblíquo, de dentro para fora e de trás
para adiante. Possui duas faces: costal
(próxima às costelas) e posterior; três margens:
medial, lateral e superior; e três ângulos:
superior, lateral e inferior (Figura 3) (RASCH;
BURKE, 1987; KAPANDJI, 2000; MOORE; DALLEY
II, 2001).
2.14 ÚMERO
O úmero, o maior e mais longo osso do membro
superior, articula-se com a escápula na
articulação do ombro e com o rádio e a ulna na
articulação do cotovelo. É divisível em um
corpo, uma cabeça e um côndilo. A extremidade
distal do úmero, incluindo os epicôndilos,
tróclea e capítulo e as fossas do olécrano,
coronóidea e radial, constitui o côndilo do
úmero. A extremidade proximal do úmero possui
cabeça, colo e tubérculos maior e menor (Figura
4) (GRAY, 1988; MOORE; DALLEY II, 2001)
2.2 ARTICULAÇÕES E
LIGAMENTOS DO COMPLEXO
ARTICULAR DO OMBRO
A articulação do ombro é composta por
articulações que atuam em conjunto e por isso
é denominada de complexo articular do ombro
(KAPANDJI, 2000). No entanto, ocorrem
divergências na literatura quanto à
nomenclatura e à quantidade dessas
articulações. Os principais autores que
descreveram e classificaram a articulação do
ombro foram:
2.2.1 ARTICULAÇÃO
CORACOCLAVICULAR
Para Hall (2000), a articulação coracoclavicular
é fibrosa do tipo sindesmose, formada pelo
processo coracóide da escápula e pela
superfície inferior da clavícula. Tais estruturas
são unidas pelo ligamento coracoclavicular, que
une o processo coracóide da escápula à
clavícula, ancorando a clavícula ao processo
coracóide. Este ligamento consta de dois feixes
denominados ligamentos trapezóide e conóide,
freqüentemente separados por uma bolsa
(Figura 5). (GRAY, 1988; MOORE; DALLEY II,
2001).
2.2.2 ARTICULAÇÃO
SUBDELTOIDEA
A articulação subdeltoidea, mencionada por
Kapandji (2000), não se trata de uma articulação
do ponto de vista estritamente anatômico, mas
sim fisiológico, devido ao fato de ser composta
por duas superfícies que deslizam uma sobre a
outra: a extremidade superior do úmero e a
bainha dos músculos periarticulares
(supraespinal, infraespinal, redondo menor)
(Figura 6). Está mecanicamente unida à
articulação escapuloumeral (glenoumeral), pois
qualquer movimento nesta articulação a afeta.
2.2.3 ARTICULAÇÃO
ESCAPULOTORÁCICA
A escápula está ligada ao tórax por meio da
articulação escapulotorácica. Trata-se da região
entre a escápula e a parede torácica, podendo a
escápula se movimentar tanto no plano sagital
quanto no frontal em relação ao tronco (HALL,
2000). Essa não é uma articulação típica que
liga osso com osso e por não apresentar
contato íntimo de superfícies anatômicas,
Kapandji (2000) a classifica como uma
articulação fisiológica, com estruturas
neurovasculares, musculares e bursais que
permitem o movimento da escápula no tórax.
Para Moreira e Carvalho (1996) trata-se do
espaço de deslizamento escapulotorácico
(Figura 7).
2.2.4 ARTICULAÇÃO
ESTERNOCLAVICULAR
A articulação esternoclavicular participa em
todos os movimentos do cíngulo do membro
superior, funcionando como uma articulação
sinovial esferóide triaxial, embora seja
classificada como uma articulação do tipo sela
que admite apenas uma amplitude limitada de
movimentos, mas em quase todas as direções
(GRAY, 1988; RASCH, 1991; MOORE; DALLEY II,
2001).
2.2.5 ARTICULAÇÃO
ACROMIOCLAVICULAR
A articulação acromioclavicular é uma
articulação sinovial plana de deslizamento
amplamente móvel entre a extremidade
acromial da clavícula e a borda medial do
acrômio da escápula (Figura 9). Suas faces
articulares são separadas por um disco articular
cuneiforme incompleto, podendo o mesmo estar
ausente (RASCH; BURKE, 1987; GRAY, 1988;
MOORE; DALLEY II, 2001). A cápsula articular
circunda completamente as margens articulares
dessa articulação e é reforçada em cima e
embaixo pelo ligamento acromioclavicular, que
parece ser importante principalmente para a
estabilidade da articulação contra o
deslocamento anterior e posterior da mesma
(GRAY, 1988; CRAIG, 2000).
As articulações acromioclavicular e
esternoclavicular funcionam solidárias sempre