Revoltas Nativistas
Revoltas Nativistas
Revoltas Nativistas
De fato, os espanhóis que viviam na região de São Paulo tiveram ampla liberdade
durante a União Ibérica (1580- 1640), uma vez que o Brasil estava sob domínio
espanhol. O que incomodava os espanhóis era o fato de Portugal ter restaurado seu
trono e coroado D. João IV, rei que os hispânicos não reconheciam.
A notícia da coroação do novo rei foi recebida festivamente tanto em Salvador quanto
no Rio de Janeiro. Entretanto, a população de São Paulo reagiu de forma diferente. Os
motivos para isso foram a atitude dos espanhóis de insuflar a população contra
Portugal e o desejo dos paulistas em manter o comércio com a região do rio da Prata.
Em busca de uma solução para a questão da escassez de mão de obra escrava, a coroa
portuguesa criou, em 1682, a Companhia Geral de Comércio do Maranhão, que seria
responsável pelo monopólio do comércio de escravos na região pelo perío- do de 20
anos. Ela deveria garantir a entrega, na capitania, de 500 escravos negros por ano.
Dessa forma, o rei pretendia solucionar o problema da mão de obra, bem como
agradar aos jesuítas, proibindo a escravização dos indígenas.
Comandados por Jorge Sampaio e pelos irmãos Manoel e Tomás Beckman, grandes
proprietários de terras auxiliados por outros fazendeiros, os colonos expulsaram os
jesuítas do Maranhão, fecharam os armazéns da Companhia Geral de Comércio e
tomaram o poder na capitania. Entretanto, como não possuíam um projeto
autonomista, solicitaram a intervenção da Metrópole, enviando Tomás Beckman com
os pedidos dos colonos.
Por sua vez, desde a Insurreição Pernambucana, Olinda sofria com a decadência e o
endividamento dos senhores de engenho. Apesar disso, Recife estava submetida
politicamente a Olinda, onde funcionava a Câmara Municipal, controlada pelos
“homens bons”.
Em 1709, Recife ganhou autonomia em relação à Olinda, uma vez que foi elevada à
categoria de vila. Inconformados, os senhores de engenho, moradores de Olinda,
invadiram Recife e destruíram o pelourinho, símbolo da autonomia da vila. Os
mascates revidaram o ataque, desencadeando uma série de conflitos entre as duas
vilas.
Revoltas Emancipadoras
o Inconfidência Mineira (1789)
o Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798)
Revoltas Regenciais
Levante Dos Malês (Bahia, 1835)
Cabanagem (Grão-Pará, 1835-1840)
Sabinada (Bahia, 1837-1838)
Balaiada (Maranhão, 1838-1840)
Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1835-1845)
Revoltas Nativistas
De fato, os espanhóis que viviam na região de São Paulo tiveram ampla liberdade
durante a União Ibérica (1580- 1640), uma vez que o Brasil estava sob domínio
espanhol. O que incomodava os espanhóis era o fato de Portugal ter restaurado seu
trono e coroado D. João IV, rei que os hispânicos não reconheciam.
A notícia da coroação do novo rei foi recebida festivamente tanto em Salvador quanto
no Rio de Janeiro. Entretanto, a população de São Paulo reagiu de forma diferente. Os
motivos para isso foram a atitude dos espanhóis de insuflar a população contra
Portugal e o desejo dos paulistas em manter o comércio com a região do rio da Prata.
Em busca de uma solução para a questão da escassez de mão de obra escrava, a coroa
portuguesa criou, em 1682, a Companhia Geral de Comércio do Maranhão, que seria
responsável pelo monopólio do comércio de escravos na região pelo perío- do de 20
anos. Ela deveria garantir a entrega, na capitania, de 500 escravos negros por ano.
Dessa forma, o rei pretendia solucionar o problema da mão de obra, bem como
agradar aos jesuítas, proibindo a escravização dos indígenas.
Comandados por Jorge Sampaio e pelos irmãos Manoel e Tomás Beckman, grandes
proprietários de terras auxiliados por outros fazendeiros, os colonos expulsaram os
jesuítas do Maranhão, fecharam os armazéns da Companhia Geral de Comércio e
tomaram o poder na capitania. Entretanto, como não possuíam um projeto
autonomista, solicitaram a intervenção da Metrópole, enviando Tomás Beckman com
os pedidos dos colonos.
Por sua vez, desde a Insurreição Pernambucana, Olinda sofria com a decadência e o
endividamento dos senhores de engenho. Apesar disso, Recife estava submetida
politicamente a Olinda, onde funcionava a Câmara Municipal, controlada pelos
“homens bons”.
Em 1709, Recife ganhou autonomia em relação à Olinda, uma vez que foi elevada à
categoria de vila. Inconformados, os senhores de engenho, moradores de Olinda,
invadiram Recife e destruíram o pelourinho, símbolo da autonomia da vila. Os
mascates revidaram o ataque, desencadeando uma série de conflitos entre as duas
vilas.
Uma série de conflitos armados ocorreu na região. Os paulistas eram liderados pelo
bandeirante Manuel de Borba Gato. Os portugueses, liderados por Manuel Nunes
Viana, governador das Minas, atacaram os paulistas em Sabará (MG). Um grupo de
mais ou menos 300 paulistas enfrentou os portugueses e seus aliados. Os paulistas se
refugiaram na região do rio das Mortes e negociaram uma rendição.
Derrotados e vendo parte dos seus parceiros dizimados, muitos paulistas saíram da
região em direção ao oeste de Minas Gerais. Ali, descobriram novas minas e iniciaram a
ocupação dos territórios dos atuais estados de Mato Grosso e Goiás. Como
consequências da Guerra dos Emboabas, é possível mencionar:
§ a criação da capitania de São Paulo e das Minas de Ouro, ligada diretamente à coroa,
independente, portanto, do governo do Rio de Janeiro (3 de novembro de 1709);
§ a pacificação da região das minas, cujo controle passou a ser administrado pela
Metrópole.
Revoltas Emancipacionistas
A Inconfidência Mineira foi o primeiro movimento a pregar a separação política da
capitania de Minas Gerais em relação a Portugal, uma vez que a ideia de Brasil ainda
não era consistente. A Inconfidência Mineira ocorreu em 1789, em Vila Rica, hoje
cidade de Ouro Preto. Entre as causas que determinaram o movimento, é possível
destacar:
§ as ideias liberais trazidas por brasileiros que estudavam nas universidades europeias
Realizada a devassa, foram ouvidas mais de uma centena de pessoas, entre acusados e
testemunhas, que apareceram nas peças do processo de acusação dos conjurados.
Feita a triagem, 30 conjurados, acorrentados e algemados, ouviram a sentença pelos
seus “hediondos crimes e infâmias” praticados contra Portugal: nove foram
condenados à morte na forca, e os outros, ao degredo perpétuo. Sobre Tiradentes,
considerado líder, recaiu a violência maior da devassa: foi condenado à morte na forca
e ao esquartejamento.
Foi um movimento de caráter popular, também denominado Revolta dos Alfaiates (ou
Revolta dos Búzios), graças ao considerável número de participantes que exerciam
essa profissão. Representou uma reação de camadas sociais oprimidas pela crise
econômica e pelas desigualdades.
Manuel Faustino dos Santos, Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens. Como sempre
acontecia nesses casos, foram executados e esquartejados para servir de exemplo. A
coroa devia ser implacável com aqueles que ousavam contestar seu domínio. Os
demais líderes foram deportados.
REVOLTAS REGENCIAIS
LEVANTE DOS MALÊS (Bahia, 1835)
Governo: Regência Trina Permanente
Rebeldes: Escravos
Foi a revolta de escravos mais importante da história da Bahia. Os malês eram negros
muçulmanos africanos. Na Bahia, os malês são conhecidos como nagôs. Outros grupos
islamizados também participaram da revolta. Como tantas outras ocorridas no Brasil,
foi uma revolta contra a escravidão.
Era uma região marcada pela miséria, pela exclusão social e pela fome, terreno
propício, portanto, para as revoltas da população, que provocava constantes levantes
no interior e na capital, Belém.
O poder foi assumido por Francisco Pedro Vinagre. Assim, intensificou-se a repressão
ao movimento por parte do Governo Regencial.
Em 21 de fevereiro, Vinagre foi derrotado pelas forças regenciais, mas outro líder,
Eduardo Angelim, conseguiu arregimentar cerca de três mil homens e atacar Belém em
14 de agosto de 1835. Angelim derrotou as forças fiéis ao governo regente e foi
aclamado presidente da Província pelos cabanos da República Independente do Pará.
A partir disso, a Cabanagem se espalhou pela região.
Governo:
Rebeldes:
Lideranças:
Motivos:
Liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, a Sabinada teve início
em setembro de 1837, re-sultado da insatisfação de segmentos sociais médios de
Salvador com a realidade da província esquecida pelo poder central.
Rebeldes:
Lideranças:
Motivos:
Nas primeiras décadas do século XIX, a economia maranhense enfrentava uma séria
crise, principalmente em virtude da concorrência norte-americana na produção e
exportação de algodão. A retração econômica agravava a fome e a miséria de grande
parte da população local.
A revolta teve início quando o vaqueiro Raimundo Gomes, ligado aos “bem-te-vis”, e
alguns companheiros atacaram a cadeia para libertar seu irmão preso e acusado de
assassinato. Alguns soldados reuniram-se a eles e iniciaram uma marcha que receberia
adesão por onde passasse, notadamente de mulatos, escravos e quilombolas,
chefiados pelo negro Cosme e por artesãos, entre eles Francisco dos Anjos Ferreira, de
cujo ofício – fazer e vender balaios – derivou o nome da revolta.
Em 1840, Luís Alves de Lima e Silva, futuro barão de Caxias, foi nomeado presidente da
província, promovendo forte repressão aos revoltosos. Quando ascendeu ao trono, D.
Pedro II concedeu anistia aos rebeldes que ainda restavam e pôs fim ao movimento.
Rebeldes:
Lideranças:
Motivos:
O movimento revolucionário mais longo ocorrido no Brasil teve inicio no Rio Grande do
Sul e, posteriormente, estendeu-se para Santa Catarina, onde foram proclamadas,
respectivamente, as Repúblicas de Piratini e Juliana. Entre as principais causas da
Guerra dos Farrapos está a cobrança, pelo poder central, de altos impostos dos
estancieiros, criadores de gado, e dos charqueadores, dificultando a concorrência com
o charque platino. Além disso, a excessiva centralização política do Império, que
nomeava presidentes para a província sem consultar, desagradava diversos setores da
elite local. Os revoltosos queriam mais autonomia provincial e o direito de escolher
governantes mais sensíveis aos problemas da região e comprometidos com a solução
deles.
Insatisfeitos, os estancieiros formaram uma tropa que atacou Porto Alegre, depôs o
presidente da província e proclamou a República Rio-grandense ou República de
Piratini, nomeando Bento Gonçalves para presidente. A República gaúcha estimulou a
criação de gado e a exportação do charque e do couro.
A resposta do Governo Regencial foi imediata: enviou tropas para a região, que
venceram os rebeldes em batalha próxima a Porto Alegre, prenderam Bento Gonçalves
e o conduziram a uma prisão na Bahia. O prisioneiro recebeu ajuda dos rebeldes da
Sabinada, conseguiu fugir da prisão e retornar ao Rio Grande do Sul, onde reassumiu a
presidência da República de Piratini.
Entre 1841 e 1842, o poder de decisão do conflito passou para as mãos dos
conservadores. Em 1842, Luiz Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, foi nomeado
pelo Imperador presidente e comandante de armas da província. A sua missão era
estabelecer a paz na região e a reintegração do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina
ao Império. Com esse objetivo em mente, Caxias traçou uma estratégia dúbia,
oscilando entre violentos combates e concessões aos rebeldes.