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O Que É Glúten

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O QUE É GLÚTEN?

Bom, para começar, não existe só um tipo de glúten. O mais famoso é o glúten
do trigo, porém, alimentos como cevada, centeio, aveia, malte e seus derivados
também contêm esse elemento.

Qual é a diferença?

Várias proteínas contidas no trigo, quando combinadas à água e à força mecânica,


viram uma massa aderente e elástica chamada de glúten.

No entanto, duas frações proteicas do glúten são as mais famosas:


a gliadina e glutenina.

 O centeio possui a secalina;


 A cevada possui a hordeína;
 E a aveia, a avenina (a aveia merece uma explicação melhor, que virá logo
adiante);

Todas elas são similares à gliadina, e por isso é comum dizer que todos esses
alimentos contêm glúten, já que os efeitos e mecanismos no organismo são
parecidos.

O malte é um subproduto da cevada e também contém glúten, porém, em menor


quantidade.

O glúten dá viscosidade e elasticidade às massas, por isso é tão utilizado na


fabricação de pães, por exemplo. E não por acaso a palavra “glúten” significa “cola”
em latim.

Alguns estudos garantem que a aveia é segura para a maioria dos pacientes com
doença celíaca. Agora que você sabe a diferença entre os glúten, fica mais fácil de
explicar.
Como você viu, a aveia contém avenina, que possui sequências de aminoácidos
similares às da gliadina do trigo e isso pode evocar uma resposta autoimune
em alguns celíacos.

A toxibilidade não é a mesma em todas as variedades de aveia e hoje não há


maneira de prever com antecedência quais os celíacos que vão ou não ser
capazes de consumir com sucesso a aveia.

Porém, é preciso se atentar aos rótulos. A aveia comum sofre contaminação


cruzada porque normalmente é cultivada no mesmo terreno que o trigo, centeio e
cevada, em um processo chamado de rotação.

Além disso, a aveia ainda pode ser contaminada durante o transporte e durante o
processamento.

O processo de moagem da aveia, se realizado no mesmo equipamento utilizado


para moer o trigo, centeio ou cevada, acaba contaminando a aveia com o glúten.

No Brasil, a única aveia sem glúten certificada é a Monana.

Mas mesmo com essa possibilidade, a maioria das grandes sociedades celíacas e
centros de tratamento aconselha aos pacientes com a doença adicionarem
quantidades limitadas de aveia pura, não contaminada, em sua dieta, sob
supervisão de um médico.

Você pode ler mais sobre o consumo de aveia para celíacos aqui.

GLÚTEN FAZ MAL?


Essa é a pergunta de 1 milhão (de dólares)! E a resposta é: depende do seu
organismo. Porém, é mais provável que sim, que o consumo de glúten faça algum
mal a você.

O glúten é alergênico e de acordo com a lista compilada pela Mayo Clinic (USA), é
o alimento com maior frequência de incidentes, seguido dos laticínios de vaca, soja
e ovos.

Milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a incapacidade de digerir


alimentos que contenham glúten, esses são os celíacos. No entanto, a
sensibilidade (ou intolerância) a essa proteína é algo extremamente recorrente e
existe uma infinidade de possibilidades e sintomas associados.

O maior problema é que o diagnóstico de intolerância ao glúten não é tão óbvio. E


não é difícil encontrar pessoas que sofram a vida inteira com sintomas
desagradáveis, sem saber da sua relação com o glúten.

O glúten é a principal causa da permeabilidade intestinal. Isso porque ele é uma


cola e, sendo assim, prende-se às delicadas paredes do intestino. Isso pode
bloquear o funcionamento do mesmo e causar irritação.

Essa irritação torna o intestino mais permeável, o que facilita o contato de


bactérias, vírus, e partículas fecais com a nossa corrente sanguínea.
O fluxo desses microrganismos e partículas infecciosas faz com que o nosso
sistema imunológico entre em estado de alerta, o que pode desencadear doenças
autoimunes, alergias, problemas de pele, acne.

Essa resposta do nosso sistema imunológico pode contribuir para a resistência à


insulina, o que favorece o acúmulo de gordura e pode levar a pessoa a
desenvolver obesidade, diabetes e doenças cardíacas.

O glúten também pode provocar a diminuição da produção da serotonina, o que por


sua vez pode causar vários problemas de ordem neurológica, como:

 ansiedade;
 depressão;
 problemas de memória;
 confusão mental;
 irritabilidade;
 agravamento dos sintomas da TPM;
 indisposição

Como o glúten é aliado do açúcar (sequestrador do cálcio), seu consumo aumenta


os riscos de osteoporose, cáries, ranger de dentes, insônia e hipertensão.

E tudo isso pode acontecer mesmo em indivíduos que não possuem nenhum
problema de hipersensibilidade a essa proteína.

A título de curiosidade, os alimentos levam em média 18 horas da mastigação até a


eliminação pelo reto. Alimentos com o glúten levam 26 horas.

Consumido em excesso, ele vai retendo cada vez mais toxinas no organismo e
promovendo a disbiose, que é a alteração da flora normal, com fermentação e
retenção de líquidos.

Veja a seguir a diferença entre doença celíaca (“alergia” ou intolerância


permanente), intolerância ao glúten não-celíaca, que pode ter diferentes graus,
e alergia ao trigo.

DIFERENÇAS ENTRE DOENÇA CELÍACA, INTOLERÂNCIA


AO GLÚTEN E ALERGIA AO TRIGO

existem inúmeros problemas relacionados à ingestão de glúten. No entanto,


também existem níveis diferentes de rejeição do organismo.
Aqueles que apresentam intolerância ao glúten ou alergia ao trigo são
beneficiados com uma dieta isenta de glúten, semelhante aos celíacos. Por isso é
tão comum que as pessoas confundam as três condições.

E de fato, pode ser que você não tenha nenhum tipo de problema com o glúten e
não precise eliminá-lo da sua dieta.

Mas vale lembrar que o trigo é um grande problema por si só, já que eleva a glicose
no sangue mais do que açúcar puro ou uma barra de chocolate, por exemplo.

Continue lendo para entender cada caso.

Doença Celíaca

A doença celíaca é uma reação autoimune do organismo provocada pela ingestão


de glúten, que produz inflamação em uma zona próxima ao intestino delgado a
cada vez que se consome gliadina ou proteínas similares.

Embora o termo “alergia ao glúten” não seja o mais adequado, muitos celíacos o
utilizam para facilitar a explicação da doença.

O que acontece?

As células do sistema imunológico atacam o glúten, mas ao mesmo tempo atacam


as paredes do intestino, provocando uma atrofia na mucosa intestinal que impede a
absorção dos nutrientes.

É uma doença crônica e exige a eliminação total do glúten na dieta por toda a
vida. Pode ocorrer em qualquer idade, desde a infância até a vida adulta.

No caso de crianças, pode haver problemas de crescimento devido à dificuldade de


absorção dos nutrientes, característica da doença.

Além disso, existe uma predisposição genética para essa condição, sendo comum
ser passada de pais para filhos. É uma doença predominante em mulheres.

Como é diagnosticada?

Os exames de sangue são amplamente utilizados na detecção da doença celíaca.

Os exames do anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT) e do anticorpo anti-


endomísio (AAE) são muito precisos e confiáveis, contudo, insuficientes para um
diagnóstico.

A doença celíaca é confirmada quando se encontram mudanças nos vilos que


revestem a parede do intestino delgado. Para isso, é necessário colher uma
amostra de tecido do intestino delgado, por meio de um procedimento
chamado endoscopia com biópsia.

Vale se atentar aos sinais da doença e então procurar orientação profissional caso
suspeite que sofra dessa condição:
Podem variar de pessoa a pessoa, porém os mais comuns são:

 Diarréia crônica (que dura mais do que 30 dias);


 Prisão de ventre;
 Anemia;
 Falta de apetite;
 Vômitos;
 Emagrecimento / Obesidade;
 Atraso no crescimento;
 Humor alterado: irritabilidade ou desânimo;
 Distensão abdominal (barriga inchada);
 Dor abdominal;
 Aftas de repetição;
 Osteoporose / osteopenia;
 Câimbras musculares;
 Problemas de fertilidade ou abortos espontâneos recorrentes

A doença celíaca conta com um tratamento para ajudar o paciente a recuperar a


pilosidade no intestino delgado, assim eliminando os sintomas e melhorando seu
estado de saúde.

E, claro, isto só é possível através da eliminação total do glúten da dieta. A doença


celíaca pode levar à morte se não for tratada.

Observação: Existe também a dermatite herpetiforme. É uma variante da doença


celíaca, na qual a pessoa apresenta pequenas feridas ou bolhas na pele.

Essas bolhas/feridas são sempre simétricas, aparecendo principalmente nos


ombros, nádegas, cotovelos e joelhos, e coçam. Também exige uma alimentação
sem glúten por toda a vida.

Intolerância ao Glúten

Também chamada de sensibilidade ao glúten não-celíaca, a intolerância ao


glúten ocorre quando as possibilidades de doença celíaca e de alergia ao trigo
foram descartadas.

Por ser uma proteína de difícil digestão, é comum haver algum tipo de intolerância
ao glúten, semelhante à que ocorre com a lactose, embora neste caso se trate de
um açúcar (do leite).

Contudo, há um agravante em relação à intolerância ao glúten, já que os sintomas


nem sempre são percebidos e quando são, muitas vezes não são relacionados ao
consumo de glúten.

Para você ter ideia, cerca de 75% dos intolerantes não manifestam qualquer
sintoma aparente. Mas com o passar do tempo e o consumo frequente, o que não
era nada pode se tornar uma doença autoimune, um dano permanente no
sistema nervoso e até um câncer intestinal.

Algumas destas condições desenvolvem-se silenciosamente sem sintomas iniciais


de fácil identificação.
Verifique alguns sintomas que podem sinalizar o problema:

 Enxaqueca: o glúten pode deixar o metabolismo mais lento e assim o


organismo tem dificuldade de eliminar toxinas, o que favorece o
aparecimento de dores de cabeça e enxaqueca;
 Distúrbios neurológicos e energéticos: como o glúten pode dificultar a
absorção de nutrientes, alguns sintomas como fadiga, confusão, cansaço e
alterações de humor podem aparecer principalmente após o seu consumo;
 Problemas gástricos: assim como os celíacos, é possível que intolerantes
tenham diarreias, prisão de ventre, produção excessiva de gases,
estiramento abdominal, refluxo, além de anemia crônica;

Se você sente algum ou alguns desses sintomas frequentemente e nota que se


agrava(m) ao ingerir glúten, deve buscar o quanto antes saber se o seu corpo
tolera bem ou não esta substância. Assim evitará sofrimento desnecessário.

Profissionais qualificados, que não menosprezam a influência dos alimentos em


nossa saúde, irão lhe recomendar a exclusão temporária da dieta de cada um dos
quatro principais alimentos alergênicos, um de cada vez:

 Glúten;
 Laticínios de vaca;
 Soja;
 Ovos (especialmente os ovos de granja, provenientes de galinhas criadas
com ração, antibióticos e hormônios)

A maioria das pessoas que elimina o glúten por um período de duas a seis
semanas observa que os sintomas recorrentes desaparecem.

Alergia ao Trigo

A intolerância não-celíaca ao glúten pode se confundida com a alergia ao trigo.

Embora ambos os problemas possam causar problemas digestivos, a alergia ao


trigo causa também uma alteração no corpo que pode ser detectada através de
exames laboratoriais.

Isso porque se trata de uma reação mediada pela Imunoglobulina E, que


caracteriza processos alérgicos.

Os fatores que geram o problema também são as proteínas que constituem o


glúten, em especial a gliadina. Os sintomas podem variar
de dermatites e urticárias a náuseas, vômitos, rinite e asma.

A alergia ao trigo é a mais comum entre as pessoas, já que este é o cereal mais
consumido. No entanto, não significa que elas também terão alergia aos derivados
de cevada, malte, centeio e menos ainda da aveia.

MAS POR QUE O GLÚTEN FICOU TÃO POPULAR NOS


ÚLTIMOS TEMPOS?
Você deve estar pensando “Ah, mas nossos antepassados sempre comeram pães
e massas e as pessoas não tinham esses problemas todos”.

Verdade, o número de celíacos e intolerantes vem aumentando nos últimos


anos e por isso o glúten tem estado tão em evidência.

Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil


(Fenacelbra), 2 milhões de brasileiros são celíacos, ou seja, não podem comer
glúten de jeito nenhum.

Não há um número registrado de intolerantes, e seria bem difícil saber, já que


tantas pessoas sofrem dessa condição sem saber.

Porém, dois fatores têm sido relacionados a diversos problemas de saúde e


também ao desequilíbrio no comportamento alimentar, o que
pode desencadear doenças crônicas não transmissíveis, como a intolerância,
além de sintomas físicos, mentais e emocionais.

O Trigo Moderno não é mais o mesmo

A doença celíaca é hoje 4 vezes mais comum do que há cinquenta anos atrás, e a
principal razão é a mudança de qualidade do trigo, que ocorreu justamente neste
período.

O pão, o derivado mais popular do trigo, é um alimento completamente diferente do


que era consumido pelos nossos antepassados. Tenha certeza absoluta que o pão
que narram na Bíblia não era feito com farinha refinada.

A farinha branca é uma invenção moderna. Antigamente, o pão era feito com
farinha de cereais integrais, com todos os nutrientes preservados e passava por um
longo processo de fermentação natural, que o deixava mais digesto e nutritivo.

O trigo da era moderna, também conhecido por trigo-anão, é um produto de


manipulação genética e hibridização.

A consequência desta hibridização é que o trigo se transformou em um alimento


de alto índice glicêmico (IG) que provoca picos de glicose no sangue na mesma
forma que o açúcar.

Isso é resultado de diversas gerações de cruzamentos e seleção de sementes que


visam o máximo teor de amido e glúten, elementos essenciais na estética e na
textura almejadas nos derivados do trigo.
O teor de glúten do trigo atual chega a ser quatro vezes maior que o trigo original
do Crescente Fértil, onde a própria agricultura teve início.

E o preço a se pagar por isso é alto: a intolerância ao glúten se torna cada vez mais
frequente na população.

E os alimentos integrais?

Uma das estratégias de marketing da indústria alimentícia é a de adicionar


pequenas porções de trigo integral ou apenas farelo do trigo para vender esses
produtos como integrais, portanto, mais saudáveis.

Mas a verdade é que eles estão apenas camuflando produtos altamente


processados, elaborados com gordura vegetal bastante inflamável, com açúcar
adicionado e outros elementos nocivos.

A maioria das pessoas é levada a acreditar que está ingerindo algo extremamente
saudável ao comer biscoitos e pães “integrais”, só por estarem tingidas de marrom
por traços de trigo integral.

Se você observar a lista de ingredientes desses produtos, o que detalho


melhor neste artigo, verá que normalmente o primeiro ingrediente desses produtos
é a farinha de trigo branca, portanto, o que está presente em maior quantidade.

Fique de olho! Para ser considerado integral, o primeiro ingrediente do produto


deve ser “farinha de trigo integral”.

Aumento da ingestão de alimentos com glúten

Hoje em dia, evitar o glúten não é a mais fácil das tarefas, especialmente para
aqueles que ingerem muitos produtos industrializados.

Pesquisas da Embrapa mostram que houve um aumento no consumo de trigo por


habitante de 30 para 60 quilos por ano, nos últimos 40 anos.

Sem perceber, muita gente ingere trigo em todas as refeições: o pãozinho no café
da manhã, macarrão no almoço, biscoitos e bolos no lanche, pizza, mais pão ou
sopa de macarrão à noite.

Com esses constantes picos de insulina no corpo, fica fácil acreditar que é preciso
comer de 3 em 3 horas. Mas a questão não é quando se come, mas sim O QUE se
come, como explico melhor neste artigo.

Além disso, quando você consome sempre o mesmo alimento, acaba privando o
corpo dos nutrientes oferecidos por outros tipos de alimentos, como frutas,
legumes, verduras, que são protetores naturais do organismo.

Mas antes o problema fosse “só” esse, que por si só já seria capaz de desencadear
uma série de complicações, entre elas a intolerância ao glúten.

O médico cardiologista americano William Davis, autor do bestseller “The Wheat


Belly” (A Barriga De Trigo) observou que ao retirar o trigo e seus derivados da
alimentação, seus pacientes não só emagreceram, como reduziram gordura
localizada e eliminaram diversos problemas de saúde.

Ele propôs a retirada desse alimento seguindo uma lógica simples: se, devido ao
seu alto índice glicêmico, alimentos feitos com trigo elevam o açúcar no sangue
mais do que quase todos os outros alimentos, incluindo o açúcar de cozinha, então
remover o trigo deve reduzir o açúcar no sangue.

Resultado: os pacientes voltavam 3 meses depois com taxas de açúcar no sangue


em jejum menores e hemoglobina A1c menor (um reflexo da taxa de açúcar no
sangue dos últimos 60 dias).

Alguns diabéticos se tornaram não-diabéticos, pré-diabéticos se tornaram não pré-


diabéticos. E eles também voltavam cerca de 15 quilos mais magros.

Mas, acredite, isso não é uma descoberta tão recente assim.

O próprio Rodrigo Polesso, autor do livro eletrônico “Emagrecer de Vez”, detalha


os diversos malefícios do trigo neste programa de emagrecimento.

Entre eles, o pior é o fato de o trigo ser altamente viciante. Sim, você leu certo: o
trigo é uma droga viciante, que aumenta o apetite e desequilibra o sistema
nervoso.

Ao passar pelo processado de digestão, as proteínas do trigo são convertidas em


polipeptídios chamados exorfinas, que são semelhantes à endorfina produzida
após uma atividade física.

Essas exorfinas se ligam aos receptores de opióides existentes no cérebro, dando


uma “onda” na pessoa que ingeriu o trigo. O nome deste tipo de substância do trigo
é gluteomorfina, ou seja, um tipo de morfina.

E detalhe: pelo fato do trigo ser viciante, eliminá-lo da alimentação pode


causar sintomas de abstinência!

O Dr. William observou que cerca de 35% dos seus pacientes tiveram, durante os
primeiros 5 dias sem trigo, sintomas de abstinência como náusea, dor de
cabeça, fadiga.

Estes sintomas acontecem porque o trigo provoca reações semelhantes à da


morfina e heroína, só que em uma intensidade diferente. Logo, seu cérebro fica
dependente dessa droga.

Para provar isso, o médico mostrou que os mesmos sintomas de abstinência


podem ser encontrados se, ao invés de eliminar o trigo, você tomar um remédio
específico que bloqueie este componente do ópio no seu cérebro.

Sendo assim, ao bloquear o efeito viciante dos alimentos de trigo, você ainda
poderia ter os mesmos sintomas.
E o pior é que a maioria das pessoas não sabe quais alimentos realmente têm
glúten e pelo que eles podem ser substituídos. Mas você poderá ver isto em
seguida. Continue comigo. 😉

ALIMENTOS QUE CONTÊM GLÚTEN (ALGUNS VOCÊ NEM


IMAGINA!)
Se você não é celíaco, não precisa eliminar definitivamente o glúten da sua vida,
até porque a quantidade de alimentos que possuem esta proteína é bem grande.

Acredito que o mais importante é ter uma boa percepção sobre o próprio corpo.
Você desconfia que o glúten faça mal a você? Experimente retirar alguns alimentos
que o contenham da sua alimentação, pelo menos por um tempo.

Mas para poder retirá-los ou diminuir a quantidade, você precisa saber onde o
glúten está, certo?

Observação: Muitos alimentos industrializados podem ter ou não glúten. Aqui no


Brasil, desde 2003, todos os alimentos industrializados são obrigados por lei a
terem as inscrições “contém glúten” e “não contém glúten” em seus rótulos.

Contêm Glúten:

 Grãos: trigo, gérmen de trigocevada, centeio, espelta, kamut, triticale,


sêmola, triguilho;
 Pães: pão francês, pão de forma integral ou não, pão de centeio e outros;
 Bolos e biscoitos: recheados, cream crackers, cookies, bolachas, donuts,
cupcakes, panquecas, cones de sorvete;
 Macarrão, pizza, tortas e outras massas;
Alimentos processados:

Muitos deles contêm glúten como um aditivo alimentar, porque esta proteína é um
agente espessante e estabilizador que melhora o sabor e a textura de muitos deles.
(leia o rótulo para ter certeza)

 Malte
 Sopas industrializadas
 Batata chips e batata frita congelada (geralmente colocam farinha ao redor
antes de congelar)
 Chiclete
 Alguns queijos processados
 Maionese
 Ketchup
 Molho de soja
 Achocolatado
 Salsichas
 Temperos em pó industrializados
 Sucrilhos
 Cachorro quente
 Sorvete
 Barrinhas de cereais e a maioria das barras de proteína
 Mix de nozes/nuts comercial
 Xaropes
 Vodka
 Pudim
 Molho de salada e outros molhos prontos
 Hambúrgueres vegetarianos
 Cerveja
 Aveia (caso não seja certificada como “sem glúten”)

Outros Ingredientes Que Frequentemente Sinalizam Glúten:

 Avena sativa Cyclodextrin


 Dextrina
 Extrato de grãos fermentados
 Hordeum distichon
 Hordeum vulgare
 Extrato de malte hidrolisado
 Proteína vegetal hidrolisada
 Maltodextrina
 Extrato de Phytosphingosine
 Triticum aestivum
 Triticum vulgare
 Tocopherol / vitamina E
 O extrato de levedura
 Aditivos de Sabores Naturais
 Xarope de arroz integral
 Amido modificado
 Proteína vegetal hidrolisada (HVP)
 Proteína de soja hidrolisada
 Corante de caramelo (frequentemente feito de cevada)

A lista de alimentos que contêm glúten é extensa, eu sei. E isso chega a


desanimar.

Mas note que a maioria dos alimentos na verdade não são alimentos, mas sim
produtos industrializados.

E é por essas e outras que sempre falo para as pessoas preferirem comida de
verdade, aquela que você compra na feira, sabe? Se for sem agrotóxicos, melhor
ainda.

A seguir você vai ver que também existem muitos alimentos sem glúten que
podem ser incluídos na sua alimentação, mas antes, uma observação.

ATENÇÃO: ALIMENTOS SEM GLÚTEN NÃO


NECESSARIAMENTE SÃO SAUDÁVEIS!
Por favor, não caia nessa! Retirar o glúten pode sim ser uma ótima estratégia
nutricional para muitas pessoas, mas isso não significa que alimentos sem glúten
necessariamente são saudáveis.

Inclusive, neste artigo, eu analiso o rótulo de 8 alimentos que parecem saudáveis,


mas que na verdade estão confundindo sua cabeça e arruinando sua dieta.

Alimentos industrializados que não contêm glúten também podem


usar ingredientes altamente processados e artificiais, então você só estará
substituindo um produto industrializado por outro.

Ao invés de simplesmente substituir um produto industrializado com glúten por


outro sem glúten, o ideal é trocar alimentos industrializados por comida de verdade.
Quanto mais natural, melhor.

Me parece muito estranho que hoje em dia as pessoas tenham tanta dificuldade de
comer COMIDA: frutas, legumes, verduras, oleaginosas, ovos…

Quando eu falo que meu café da manhã é aipim com ovos, muitas dizem “Nossa,
você come comida no café da manhã?!”

Sim, eu como COMIDA, e não produtos alimentícios que tentam ser comida. É tão
estranho assim? :/

Ou foi a gente que se perdeu nos nossos costumes, na nossa pressa sem fim e na
falsa praticidade que produtos industrializados nos dão?

É falsa, porque uma alimentação rica em industrializados se torna pobre em


saúde, e isso não é nada prático.

Não acredite em tudo que a indústria alimentícia prega como saudável por aí,
mesmo que seja exatamente o que você quer escutar.

Lembre-se que existe uma série de interesses envolvidos!

ALIMENTOS SEM GLÚTEN: AGORA SIM ESTAMOS


FALANDO DE COMIDA!
Existem muitos alimentos que não contém glúten e é perfeitamente possível ter
uma alimentação saudável e equilibrada sem ele.

Vale lembrar, inclusive, que nós evoluímos como espécie sem que essa proteína
estivesse presente em nossa alimentação e é justamente por isso que o organismo
não a digere tão bem.

Confira a lista:

– Gordura saudável: azeite extra virgem, óleo de gergelim, côco e óleo de côco,
manteiga, ghee, leite de amêndoas, abacate, azeitonas, nozes, manteigas vegetais
e sementes (linhaça, sementes de girassol, sementes de abóbora, sementes de
gergelim, sementes de chia);

– Proteína: ovos, peixes (salmão, bacalhau preto, peixe mahi mahi, garoupa,
arenque, truta, atum, sardinha), crustáceos e moluscos (camarão, caranguejo,
lagosta, mexilhões, ostras), aves domésticas, carne de porco, carne bovina,
cordeiro, fígado, frango, pato, avestruz, carne de vitela;

– Vegetais: alface, couve, espinafre, brócolis, couve-flor, acelga, cebola,


cogumelos, chicória, couve de Bruxelas, repolho, alcachofra, brotos de alfafa, feijão
verde, aipo, rabanetes, agrião, nabo, espargos, alho-poró, erva-doce, cebolinha,
gengibre, salsa;

– Legumes e frutas com pouco açúcar: pimentão, pepino, tomate, abobrinha,


abóbora, cenoura, chuchu, ervilha, abóbora, berinjela, limões, limas;

– Tubérculos: Batata doce, inhame, aipim (macaxeira), batata inglesa, batata


baroa, batata yacon, cará;

– Grãos e farinhas sem glúten: amaranto, trigo sarraceno, arroz (marrom, branco,
selvagem), painço, quinoa, grão de bico, farinha de arroz, fubá, polvilho doce e
azedo, farinha de banana verde, farinha de amêndoas e outras castanhas, farinha
de côco;

– Frutas em geral: damascos, bananas, melancia, pêssego, kiwi, morango,


mangas, melões, mamão, ameixas secas, abacaxi, pêssego, maçã, pêra;

– Outros: vinhos, alguns chocolates, laticínios, café.


RECEITAS SEM GLÚTEN

Bolo de Cenoura Sem Glúten

Massa:

 2 xíc de farinha de arroz


 1/2 xíc de óleo de coco
 1 xíc de leite de arroz ou amêndoas (ou outro leite vegetal)
 2 xíc de açúcar de coco
 3 ovos inteiros
 3 cenouras médias
 1 c.sopa de fermento em pó

Calda:

 50g de chocolate acima de 50% cacau (eu sempre uso Nugalli 70%, #lacfree #glutenfree)
 300ml de leite de arroz, amêndoas ou côco
 3 c.s de açúcar demerara ou de coco

Modo de fazer:

Pré-aqueça o forno a 180°C. Misture todos os ingredientes líquidos e depois acrescente, aos poucos,
açúcar, farinha, cenouras e por último o fermento. Unte um tabuleiro com óleo de coco e asse a massa
por mais ou menos 45 minutos a 220 °. Mas isso varia de acordo com o forno. Faça o teste do
palito/garfo.

Pão sem Glúten

Ingredientes:

 1 e 1/2 xíc de água morna (aquela que você consegue deixar o dedo por 10 segundos)
 10g de fermento biológico granulado
 1c.chá açúcar de côco/mascavo, só não pode ser adoçante
 1c.s de azeite
 1 ovo
 1 xíc (100g) de farinha de feijão branco
 1 xíc (100g) de farinha de arroz
 1 cs (20g) de polvilho doce
 1 c.chá bem rasinha de sal
 1 c.café de goma xantana (opcional)
 Se quiser pode acrescentar algum tempero.

Modo de fazer:

Dilua o fermento e o açúcar na água morna. Misture os ingredientes secos em um recipiente. Bata o
ovo e acrescente o azeite e depois a mistura da água morna com o fermento. Junte tudo.

Coloque numa forma untada com azeite e deixe descansando dentro do forno desligado por 20
minutos, depois ligue o forno e deixe assando por 30 min +- em 180 graus. Rende dois pães pequenos
(como esse da foto), com 13 fatias cada, e cada fatia com 23 calorias, 3,5g carbo e 1,5g proteína.

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