Sebenta Matemática II-CD em R-Parte 1

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Sebenta de apoio às aulas de

Matemá ca II

Duarte Freitas

2023/2024
Índice

Capítulo 1: Cálculo diferencial em ℝ............................................................................................ 4


1.1. Limites e con nuidade de funções ............................................................................. 4
1.1.1. Noções preliminares ............................................................................................... 4
1.1.2. Noção de limite ..................................................................................................... 16
1.1.3. Con nuidade de funções. Teoremas. ................................................................... 16
1.2. Derivação de funções............................................................................................ 16
1.2.1. Definição de derivada. Regras de derivação. ....................................................... 16
1.2.2. Teoremas fundamentais: Rolle, Lagrange e Cauchy. ............................................ 16
1.2.3. Estudo analí co de uma função: Domínio, contradomínio, interseção aos eixos
coordenados, zeros, sinal, con nuidade, assíntotas, extremos, monotonia, pontos de
inflexão, concavidades e representação gráfica. ................................................................... 16
Capítulo 1: Cálculo diferencial em ℝ

1. Cálculo diferencial em ℝ

1.1. Limites e con nuidade de funções

1.1.1. Noções preliminares

Observações 1.1.1.1. (Noção intui va de função)


Dados dois conjuntos A e B, uma função é uma correspondência que associa a cada
elemento 𝑥 ∈ 𝐴 um e um só elemento de B (representado por 𝑓(𝑥)). A este elemento
𝑓(𝑥) chamamos a imagem de 𝑥 por 𝑓.
Escreve-se 𝑓: 𝐴 → 𝐵 para indicar que 𝑓 é uma função de A em B.

 O conjunto 𝐴 é chamado o domínio da função 𝑓 (representado por 𝐷 ). Aos


elementos do domínio chamamos de objetos ou originais.
 O conjunto 𝐵 é chamado o conjunto de chegada da função 𝑓 (representado por
𝐶𝐶 )
 Seja 𝐷 ⊆ 𝐴. Ao conjunto 𝑓(𝐷) = {𝑓(𝑥): 𝑥 ∈ 𝐷} chamamos a imagem de 𝐷
através de 𝑓.
 O conjunto 𝑓(𝐴) = {𝑓(𝑥): 𝑥 ∈ 𝐴} é chamado o contradomínio ou a imagem de
𝑓 e é representado por 𝐶𝐷 ou 𝐷 .
 Seja 𝐸 ⊆ 𝐵. Ao conjunto 𝑓 (𝐸) = {𝑥 ∈ 𝐴: 𝑓(𝑥) ∈ 𝐸}
Exemplo 1.1.1.2.
Considere as seguintes correspondências:

𝒇 𝒈

-1
-2 -1
0 0
0 2
3 1
1 0
7 2
4 1
9 3

Analisando as correspondências 𝑓 e 𝑔 de 𝐴 em 𝐵, concluímos que apenas 𝑓 é função.


Repare que 𝑔 faz corresponder ao elemento −1 em 𝐴 dois elementos dis ntos em
𝐵 (0 𝑒 3).
Rela vamente à 𝑓 podemos afirmar:

 𝐷 = 𝐴 = {−2,0,1,4}
 𝐶𝐶 = 𝐵 = {−1,0,3,7,9}
 𝐷 = 𝐶𝐷 = {−1,0,3,9}
 𝑓({0,1}) = {−1,3}
 𝑓 ({0,3}) = {−2,1}

Definição 1.1.1.3. (Funções inje vas, sobreje vas e bije vas)


Seja 𝑓: 𝐴 → 𝐵 uma função. Temos que:

 𝑓 é inje va se e só se para ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐷 : 𝑎 ≠ 𝑏 temos que 𝑓(𝑎) ≠ 𝑓(𝑏)


 𝑓 é sobreje va se e só se 𝐶𝐷 = 𝐵
 𝑓 é bije va se e só se 𝑓 é simultaneamente inje va e sobreje va.
Exemplo 1.1.1.4.
Considere a função 𝒇 do exemplo anterior:
Temos que:

 𝒇 é inje va;
 𝒇 não é sobreje va;
(repare que 𝐶𝐷 ≠ 𝐶𝐶 )
 𝒇 não é bije va.

Observações 1.1.1.5. (Função inversa, gráfico e representação gráfica de uma função)

 Seja 𝑓: 𝐴 → 𝐵 uma função inje va.


Podemos definir a função 𝑔: 𝐶𝐷 → 𝐴:

𝑔 𝑓(𝑥) = 𝑥 e 𝑓 𝑔(𝑦) = 𝑦

A função 𝑔 é a função inversa de 𝑓 e representa-se por 𝑓 que verifica a


condição:

𝑓(𝑥) = 𝑦 ⇔ 𝑦 = 𝑓 (𝑥)
Caso, 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é uma função bije va. Define-se 𝑓 :𝐵 → 𝐴

 Vamos tratar funções reais de variável real (𝐷 ⊆ ℝ e 𝐶𝐷 ⊆ ℝ)


 O gráfico de uma função 𝑓 é o subconjunto de ℝ definido por:
(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ : 𝑥 ∈ 𝐷 ∧ 𝑦 = 𝑓(𝑥)
Para desenhar o gráfico de 𝑓 é necessário representar todos os pontos
𝑏, 𝑓(𝑏) , 𝑏 ∈ 𝐷 . No entanto, nem sempre é possível, daí obtermos uma
representação gráfica de uma função a par r da fixação de um referencial
cartesiano.

 Graficamente, uma função não é inje va se exis r uma reta horizontal que
intersete o gráfico da função em mais do que um ponto.
Exemplo 1.1.1.6.
Considere a função 𝒇 do exemplo anterior:

onde,

𝒇(−𝟐) = 𝟎; 𝒇(𝟎) = −𝟏; 𝒇(𝟏) = 𝟑; 𝒇(𝟒) = 𝟗

Define-se, 𝑓 : 𝐶𝐷 → 𝐷 :

onde,

𝒇 𝟏 (𝟎) = −𝟐; 𝒇 𝟏 (−𝟏) = 𝟎; 𝒇 𝟏 (𝟑) = 𝟏; 𝒇 𝟏 (𝟗) = 𝟒


Exercício 1.1.1.7.
Considere a representação gráfica de uma função real de variável real 𝒇:

5 
3 o

−1 𝑂
 𝑥
6 10

a) Indica o domínio e o contradomínio da função 𝒇.

b) A função 𝒇 é inje va? Jus fique.

Exercício 1.1.1.8.
Considere as seguintes representações gráficas dos seguintes conjuntos de pontos no
plano:
a) Indica as que representam gráficos de funções.

b) Das funções iden ficadas:

i) apresenta o domínio e o contradomínio


ii) Indica as que são inje vas.

Definição 1.1.1.9. (Funções monótonas)


Seja a função 𝑓: 𝐷 ⊆ ℝ → ℝ e 𝐴 ⊆ 𝐷 . Temos que:

1) 𝑓 é crescente em 𝐴 se para ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐴 e se 𝑎 ≤ 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) ≤ 𝑓(𝑏)


2) 𝑓 é estritamente crescente em 𝐴 se para ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐴 e se 𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) < 𝑓(𝑏)
3) 𝑓 é decrescente em 𝐴 se para ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐴 e se 𝑎 ≤ 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) ≤ 𝑓(𝑏)
4) 𝑓 é estritamente decrescente em 𝐴 se para ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐴 e se 𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑓(𝑎) < 𝑓(𝑏)
5) 𝑓 é constante em 𝐴 se para ∀𝑎, 𝑏 ∈ 𝐴 temos que 𝑓(𝑎) = 𝑓(𝑏)
6) 𝑓 é monótona em 𝐴 se e só se for crescente, estritamente crescente, decrescente
ou estritamente decrescente em 𝐴

Notas:
1) Caso uma função seja crescente (ou decrescente) em todo o seu domínio diz-se
que se trata de uma função crescente (ou decrescente).
2) Quando uma função não é monótona, vamos determinar os intervalos de
monotonia da função (ou seja, os maiores intervalos em que a função é
crescente, decrescente ou constante).

Definição 1.1.1.10. (Sinal e zeros de uma função)

Seja a função 𝑓: 𝐷 ⊆ ℝ → ℝ, 𝑎 ∈ 𝐷 e 𝐴 ⊆ 𝐷 . Temos que:

1) 𝑓 é posi va em 𝐴 se para ∀𝑎 ∈ 𝐴, 𝑓(𝑥) > 0


2) 𝑓 é nega va em 𝐴 se para ∀𝑎 ∈ 𝐴, 𝑓(𝑥) < 0
3) 𝑎 é zero de 𝑓 se 𝑓(𝑎) = 0
Notas:
1) Se a função 𝑓 for posi va em todo o seu domínio dizemos simplesmente que 𝑓 é
posi va.
2) Se a função 𝑓 for nega va em todo o seu domínio dizemos simplesmente que 𝑓
é nega va.

Definição 1.1.1.11. (Extremos absolutos e rela vos de uma função)


Seja a função 𝑓: 𝐷 ⊆ ℝ → ℝ, 𝑎 ∈ 𝐷 . Temos que:

1) 𝑓 tem um máximo absoluto em 𝑎 𝑠𝑒 ∀𝑎 ∈ 𝐷 temos 𝑓(𝑥) ≤ 𝑓(𝑎). Nesse caso,


𝑓(𝑎) é máximo absoluto de 𝑓 em 𝑥 = 𝑎.
2) 𝑓 tem um mínimo absoluto em 𝑎 𝑠𝑒 ∀𝑎 ∈ 𝐷 temos 𝑓(𝑥) ≥ 𝑓(𝑎). Nesse caso,
𝑓(𝑎) é mínimo absoluto de 𝑓 em 𝑥 = 𝑎.
3) 𝑓 tem um máximo rela vo em 𝑎 𝑠𝑒 ∃𝛿 > 0: 𝑓(𝑥) ≤ 𝑓(𝑎) para qualquer 𝑥 ∈
𝑉 (𝑎). Nesse caso, 𝑓(𝑎) é máximo rela vo de 𝑓 em 𝑥 = 𝑎.
4) 𝑓 tem um mínimo rela vo em 𝑎 𝑠𝑒 ∃𝛿 > 0: 𝑓(𝑥) ≥ 𝑓(𝑎) para qualquer 𝑥 ∈
𝑉 (𝑎). Nesse caso, 𝑓(𝑎) é mínimo rela vo de 𝑓 em 𝑥 = 𝑎.

Notas:

1) Seja 𝑎 ∈ ℝ. A vizinhança de 𝑎 de raio 𝛿 > 0, é o conjunto definido na forma:


𝑉 (𝑎) = {𝑥 ∈ ℝ: |𝑥 − 𝑎| < 𝛿} = ]𝑎 − 𝛿, 𝑎 + 𝛿[
Ou seja, é o conjunto de todos os valores aproximados de 𝑎 com erro a 𝛿.
Por exemplo,

 𝑉 , (5) = ]5 − 0,4; 5 + 0,4[ = ]4,6; 5,4[


 𝑉 , (−4,2) = ]−4,2 − 0,04; −4,2 + 0,04[ = ]−4,24; −4,16[
Exercício 1.1.1.12.
Considere a representação gráfica das funções 𝒋, 𝒈 e 𝒉:

3
2,7

−1

Para cada função:


a) Indica o seu domínio e
contradomínio.
b) Apresenta os seus zeros.
c) Indica as coordenadas dos pontos
de interseção com os eixos
coordenados.
d) Estuda-a quanto à monotonia.
e) Estuda-a quanto ao sinal.

f) Indica os extremos absolutos e rela vos.

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