Saber Mais 3ºperíodo

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Índice

1. Introdução.....................................................................................................................................................
2.1. GANDHI, Mohandas..............................................................................................................................
2.2. MINH, Ho Chi.......................................................................................................................................
2.3. SENGHOR, Léopold..............................................................................................................................
2.4. SCHUMAN, Robert................................................................................................................................
2.5. MONNET, Jean.....................................................................................................................................
2.6. DER LEYEN, Ursula Von......................................................................................................................
2.7. METSOLA, Roberta...............................................................................................................................
2.8. DELGADO, Humberto...........................................................................................................................
2.9. CAETANO, Marcello..............................................................................................................................
2.10. SPÍNOLA, António de..........................................................................................................................
2.11. CARVALHO, Otelo Saraiva de............................................................................................................
2.12. MAIA, Salgueiro...................................................................................................................................
3. Acontecimentos Importantes......................................................................................................................
3.1. A criação da UE.....................................................................................................................................
3.2. Descolonização.....................................................................................................................................
3.3. A Guerra Colonial..................................................................................................................................
3.4. O Marcelismo........................................................................................................................................
3.5. O 25 de abril de 1974............................................................................................................................
4. Curiosidades.................................................................................................................................................
4.1. Atos de Mohandas Gandhi....................................................................................................................
4.2. Resolução 1514.....................................................................................................................................
4.3. Tratado de Maastricht............................................................................................................................
4.4. Revista Time..........................................................................................................................................
4.5. Alberto Sousa Martins...........................................................................................................................
5. Conclusão.....................................................................................................................................................
6. Webgrafia......................................................................................................................................................

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1. Introdução

Este documento está organizado sob três grande e importantes áreas


trabalhadas neste período: A Descolonização, a União Europeia e a A Queda do
Estado Novo.
Este trabalho está constituído por doze biografias, cinco acontecimentos
importantes e cinco curiosidades, sendo que cada um desses subtemas enquadra-
se nas áreas acima referidas: A Descolonização- biografias: Mohandas Gandhi
(advogado), Ho Chi Minh (revolucionário/político), Léopold Senghor (político);
acontecimentos importantes: A Descolonização; curiosidades: Atos de
Mohandas Gandhi, Resolução 1514. A União Europeia- biografias: Robert
Schuman (político), Jean Monnet (político), Ursula Von der Leyen (política), Roberta
Metsola (política/advogada); acontecimentos importantes: A criação da UE;
curiosidades: Tratado de Maastricht. A Queda do Estado Novo- biografias:
Humberto Delgado (político/diplomata), Marcello Caetano
(político/historiador/jurista), António de Spínola (militar/político), Otelo Saraiva de
Carvalho (coronel), Salgueiro Maia (militar); acontecimentos importantes: A
Guerra Colonial, o Marcelismo, o 25 de Abril de 1974; curiosidades: Revista Time,
Alberto Sousa Martins.
Este “Saber mais” tem como objetivo apresentar o trabalho realizado pela aluna
do 12º ano do Curso Científico-Humanístico “Línguas e Humanidades” durante o 3º
e último Período do ano letivo de 2023/2024.
Também tem o objetivo de melhorar a nota da mesma sendo que é um trabalho
“extra”.
O trabalho tem como principais objetivos apresentar e desenvolver mais a fundo
as áreas abordadas em sala de aula e obter mais estudo e riqueza escolar com os
mesmos.

Algumas observações: Todo o trabalho tem, ao todo, 22 subtemas, estando todos


ordenados cronologicamente e estando entre parênteses as respectivas áreas de
trabalho.

2. Personalidades importantes

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2.1. GANDHI, Mohandas

Mohandas Karamchand Gandhi nasceu no dia 2 de


outubro de 1869 na Índia e morreu a 30 de janeiro de 1948
também na Índia, com 78 anos.
Foi um advogado, estadista e líder espiritual indiano,
considerado também um líder religioso. Além de nacionalista,
Gahndi era também anticolonialista e especialista em ética
política indiana.
Ficou conhecido por ter empregado a resistência não violenta
para liderar a campanha bem-sucedida pela independência
da Índia do Reino Unido e, por sua vez, por inspirar
movimentos pelos direitos civis e pela liberdade no mundo
todo.
Como era costume na sua cultura nesta época, em maio
de 1883, com apenas 13 anos, a família de Gandhi realizou um casamento
arranjado com Kasturba Gandhi, de 14 anos, através de um acordo entre as
respetivas famílias.
Quando Gandhi voltou à Índia, em 1891, a sua mãe havia falecido, e ele, devido à
timidez, não obteve êxito na sua profissão legal de advogado. Assim, aproveitou a
oportunidade que surgiu de ir para África do Sul, durante um ano, representando a
firma hindu de Dada Abdulla em Cuazulo-Natal, num processo judicial.
O primeiro uso de desobediência civil em massa ocorreu em setembro de 1906.
O Governo de Transvaal quis registar a população hindu inteira. Os hindus
formaram uma massa que se encontrou no Teatro Imperial de Joanesburgo. Porém,
eles decidiram, em grupo, recusar-se a obedecer às providências de inscrição, havia
unanimidade, e apenas alguns se registaram. Gandhi decidiu chamar esta técnica,
de se recusar a se submeter à injustiça, de Satyagraha, que quer dizer, "força da
verdade". Uma semana depois da desobediência, as mulheres asiáticas foram
dispensadas do registro.
Quando o governo de Transvaal finalmente pôs em prática o "Ato de Inscrição
Asiático" em 1907, Gandhi e vários outros hindus foram presos.
Nas suas falas, ele exibe, através dos dedos da sua mão, o seu programa de cinco
pontos:
- igualdade;
- nenhum uso de álcool ou droga;
- unidade hindu-muçulmana;
- amizade;
- e igualdade para as mulheres.

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2.2. MINH, Ho Chi

Ho Chi Minh nasceu a 19 de maio de 1890, na Indochina


Francesa e morreu no dia 2 de setembro de 1969, no Vietname
do Norte, com 79 anos.
Foi um revolucionário, político, escritor, poeta e jornalista
vietnamita. Serviu como primeiro-ministro do Vietnã do Norte
de 1945 a 1955 e como presidente de 1945 até a sua morte em
1969.
Em fevereiro de 1930, Ho Chi Minh fundou o Partido
Comunista da Indochina, que se tornou o atual Partido
Comunista do Vietnã. Em junho de 1930, Ho Chi Minh foi preso
pelas autoridades britânicas em Hong Kong, mas foi libertado
em circunstâncias inexplicáveis e depois trabalhou para o
Comintern. As autoridades coloniais francesas tinham
condenado Ho Chi Minh à morte à revelia no período entre guerras. A sua vila natal
foi destruída no mesmo ano em resposta pelas autoridades coloniais francesas a
uma revolta local.
Em 1941, Ho Chi Minh retornou ao Vietnã. Esteve envolvido na fundação do Viet
Minh e tornou-se o líder da mesma tendo também, durante a Segunda Guerra
Mundial, dirigido as suas operações militares contra as forças de ocupação
japonesas e contra a administração colonial da Indochina, que colaborava com os
japoneses e era subordinada ao regime de Vichy. Durante a batalha de cinco meses
contra a ocupação japonesa, de março a 15 de agosto de 1945, os Viet Minh foram
colaboradores oficiais dos Aliados e forneceram apoio logístico pelo Escritório de
Serviços Estratégicos (OSS). Ho Chi Minh foi aceito no serviço da OSS sob o
codinome "Lucius" para este período.
Em 1946, os franceses tentaram ocupar o Vietnã. A 23 de novembro, eles
bombardearam Hai Phong, onde mataram 6.000 civis. Como resultado, Ho cedeu à
pressão da linha dura dentro do Viet Minh e a luta nacional contra o domínio colonial
francês começou e a guerra da Indochina continuou até 1954.
Após a Guerra da Indochina, a luta pela unificação e libertação do Vietnã
continuou ininterruptamente. Durante a Guerra do Vietnã de 1955 a 1975, Ho Chi
Minh também foi uma das forças motrizes nas tentativas de reunir o Vietnã do Norte
e o Vietnã do Sul.
Em 1965, os EUA interviram na guerra e apoiaram o regime no Vietnã do Sul. Ho
Chi Minh criou o estreito de Truong Son para o transporte clandestino de materiais
do Vietnã do Norte para o Sul. Esta rede de rotas de abastecimento militar ficou
conhecida no Ocidente como a Trilha de Ho Chi Minh.

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2.3. SENGHOR, Léopold

Léopold Sédar Senghor nasceu no dia 9 de outubro de


1906 no Senegal e morreu no dia 20 de dezembro de 2001 em
França. Foi um político e escritor senegalês de reputação
internacional.
Em 1928 foi estudar para Paris e frequentou a Sorbonne entre
1935 e 1939, tornando-se o primeiro africano a completar uma
licenciatura na universidade em Paris.
Como escritor, desenvolveu um movimento literário
conhecido por Negritude, que era um movimento que exaltava
a identidade negra e lamentava o impacto negativo que a
cultura europeia tinha perante as tradições africanas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, esteve preso dois
anos num campo de concentração nazi e só mais tarde pode
ver os seus ensaios e poemas publicados.
Entre 1948 e 1958, foi deputado senegalês na Assembleia Nacional Francesa,
sendo o primeiro negro a ocupar o cargo de deputado nessa Assembleia.
Quando Senegal foi proclamado independente em 1960, Senghor elegeu-se por
unanimidade presidente da nova República, vindo a desempenhar o cargo até finais
de 1980, graças a reeleições sucessivas, e nesse mesmo ano, renunciou o cargo
antes do final do seu quinto mandato, e foi viver para a Normandia, terra da sua
esposa. O mesmo tentou desenvolver a agricultura, combater a corrupção e manter
uma política de cooperação com a França.
Senghor defendeu mais uma vez a importância de exercer-se uma assimilação
ativa, em que o africano pudesse transmitir os seus valores culturais apropriando-se
do que era bom na cultura estrangeira.
Foi eleito membro da Academia Francesa de Letras em 1983, e acabou por
superar a duquesa de La Rochefoucauld, François Minne e Charles Trenet.
É o autor do hino senegalês, o “Leão Vermelho” e sob a sua presidência, o
Senegal também estabeleceu o sistema multipartidário e um forte sistema
educacional.

Doc. 1- Entrevista a Leopold Senghor.

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2.4. SCHUMAN, Robert

Robert Schuman nasceu no dia 29 de junho de 1886, em


Luxemburgo, e morreu no dia 4 de setembro de 1963 em França,
com 77 anos.
Foi um político democrata-cristão e estadista luxemburguês
radicado na França.
Schuman frequentou a escola primária e secundária em
Luxemburgo, tendo realizado estudos superiores de Direito na
Alemanha, em Berlim, Munique, Bonn e Estrasburgo, também
abriu um gabinete de advocacia em Metz em junho de 1912. Dois
anos mais tarde, a Primeira Guerra Mundial eclodiu e Schuman
reforma-se devido aos problemas de saúde.
Em novembro de 1918, a Alsácia-Lorena retorna à posse
francesa e Schuman entra, em 1919, no Parlamento como
deputado de Moselle.
Em 1939, uma nova guerra inicia-se, e em março de 1940, Schuman é nomeado
sub-secretário de Estado para os refugiados.
A 10 de julho de 1940, ele atribuiu com outros 568 parlamentares, os «plenos
poderes» ao Marechal Pétain.
Quando regressa a Lorena, é preso pela Gestapo e posto secretamente na
prisão de Metz, sendo mais tarde transferido para Neustadt, no Rheinland-Pfalz, a
13 de abril de 1941. No entanto, consegue fugir e alcançar a zona livre em agosto
de 1942, passando pela abadia de Ligugé.
Foi o presidente do Conselho do MRP (Movimento Republicano Popular) em
1947, depois foi Ministro de Relações Exteriores de 1948 a 1952 e foi o grande
negociador de todos os grandes tratados do final da Segunda Guerra Mundial
(Conselho da Europa, Pacto do Atlântico Norte, CECA, etc).
Propôs por meio da Declaração Schuman de 9 de maio de 1950, colocar a
produção franco-alemã de carvão e de aço sob uma Alta Autoridade comum, numa
organização aberta à participação de outros países da Europa. Essa proposta levará
à criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que foi originária da atual
União Europeia.
De 1958 a 1960, ele foi o primeiro presidente do Parlamento Europeu, que o
condecora, no final do seu mandato, com o título de «Pai da Europa».
Deixo de seguida um vídeo e um artigo sobre a Declaração Schuman e os
impactos desta para criação da Comunidade Europeia.

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/
declaracao-schuman-a-primeira-pedra-de-
uma-europa-comunitaria_v1403797

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2.5. MONNET, Jean

Jean Omer Marie Gabriel Monnet nasceu a 9 de novembro


de 1888 em França e faleceu no dia 16 de março de 1979 em
Houjarray, com 90 anos.
Foi um político francês, visto por muitos como o arquiteto da
unidade europeia, designada CEE (Comunidade Económica
Europeia). As suas ideias inspiraram o Plano Schuman para
tornar comum a produção francesa e alemã de carvão e do aço.
Aos 16 anos, quando terminou o liceu, viajou para muitos
países como comerciante de conhaque e, mais tarde, tornou-se
banqueiro. Durante as duas guerras mundiais, exerceu cargos
importantes relacionados com a coordenação da produção
industrial na França e no Reino Unido.
Com o eclodir a Primeira Guerra Mundial em 1914, Monnet
contacta o Governo para lhe propor coordenar melhor o transporte dos
fornecimentos de guerra com os aliados da França. Mais tarde, é nomeado
Secretário-Geral Adjunto da Sociedade das Nações quando esta foi criada em 1919.
Em 1943, Monnet torna-se membro do Comité Francês de Libertação Nacional no
exílio em Argel. Nesse período articula a sua visão de uma Europa que, unida,
garantiria a paz.
Perante o agravamento das tensões internacionais após a guerra, Jean Monnet
sentiu que estava na hora de dar um passo decisivo rumo à unidade europeia. O
mesmo começa então a trabalhar, com a sua equipa, no conceito de uma
Comunidade Europeia.
No dia 9 de maio de 1950, Robert Schuman, ministro dos Negócios Estrangeiros
francês, profere a “Declaração Schuman” em nome do Governo francês. Esta
declaração, inspirada e preparada por Monnet, propunha que toda a produção
franco-alemã de carvão e de aço fosse colocada sob uma Alta Autoridade. Essa
proposta assentava na ideia de que, se a produção desses recursos fosse
partilhada pelos países mais poderosos do continente, seria possível evitar guerras
futuras.
O Programa Jean Monnet, também conhecido como Projeto Jean Monnet ou
Ações Jean Monnet, é uma iniciativa da União Europeia para incentivar o ensino, a
investigação e a reflexão no domínio dos estudos de integração europeia. O mesmo
faz parte do programa de educação, juventude e desporto da União Europeia
Erasmus +.

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2.6. DER LEYEN, Ursula Von

Ursula Gertrud Von der Leyen nasceu a 8 de outubro de


1958 em Bruxelas, atualmente ainda viva.
Ursula é frequentemente descrita como uma figura exterior a
Bruxelas mas, ironicamente, o seu percurso para o cargo mais
elevado da União Europeia começou na capital belga, em 1958.
É uma política alemã e atual presidente da Comissão Europeia
desde a sua eleição em 2019. Ursula é filiada à União
Democrata-Cristã (CDU), um partido de centro-direita do qual é
uma das vice-presidentes.
Foi a primeira mulher no cargo de ministra da Defesa da
Alemanha, entre 2013 e 2019, depois de liderar os Ministérios do
Trabalho e das Mulheres e da Juventude, entre 2005 e 2009. É
luterana e licenciada em economia e doutora em Medicina.
Após as Eleições Federais na Alemanha em 2009, quando os
partidos haviam concordado num acordo de coalizão, Ursula foi dia 28 de outubro
de 2009, mais uma vez empossada como Ministro da Família, no segundo governo
de Angela Merkel.
Depois da renúncia do ministro Franz Josef no dia 27 de novembro de 2009,
Ursula assumiu o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, até o final do
período legislativo em 2013.
Mesmo fora das suas habilidades ministeriais, no meio da crise do euro, dia 28 de
agosto de 2011, ela declarou à televisão pública alemã, ARD, que a crise da zona
euro só poderia ser superada fortalecendo a união política do continente, com a
criação dos “Estado Unidos da Europa”. Assim, Ursula é apontada pela imprensa
alemã como uma possível sucessora de Angela Merkel.
Depois das eleições federais do dia 22 de setembro de 2013, Ursula foi
escolhida pela Chanceler Angela Merkel como a primeira mulher na história da
República Federal da Alemanha a chefiar o importante Ministério da Defesa e,
assim, da Bundeswehr, as Forças Armadas Alemãs.
Dia 2 de julho de 2019 Von der Leyen, o Conselho Europeu nomeou-a para o
cargo de presidente da Comissão Europeia. O Parlamento Europeu confirmou o seu
nome dia 16 de julho de 2019 e dia 1 de novembro de 2019 assumiu funções.

Doc. 2- Ursula Von der Leyen no Fórum Económico Mundial,


com o intuito de dar apoio à Ucr

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2.7. METSOLA, Roberta

Roberta Metsola Tedesco Triccas nasceu dia 18 de janeiro


de 1979 em Malta, atualmente viva.
É uma política maltesa e é presidente do Parlamento Europeu
desde janeiro de 2022, tendo assumido o cargo de forma
interina na sequência do falecimento do anterior presidente
David Sassoli, e sido eleita, com cerca de 458 votos de 705
deputados, no dia 18 de janeiro de 2022.
Estudou Direito na Universidade de Malta e foi uma das
primeiras alunas do seu país a participar no programa Erasmus
em Rennes. Doutorou-se em 2003 e em 2004 concluiu o
mestrado no Colégio de Europa.
Durante os seus estados, em 2002/2003 foi secretária geral da
Organização de Estudantes Democráticos Europeus (ESD), um
grupo afiliado ao Partido Popular Europeu.
Desempenhou as funções de Adida de Cooperação Jurídica e Judiciária de
Malta na Representação Permanente de Malta para a União Europeia e de 2012 a
2013 como Acessora Jurídica do Alto Representante da União para a Política
Externa e de Segurança, Catherine Ashton.
Depois de ter sido candidata em várias ocasiões,em 2004 e 2009, conquistou em
abril de 2013 um lugar no Parlamento Europeu por Malta, substituindo Simon
Busuttil eleito no parlamento maltês, tendo sido reeleita em 2019.
Metsola votou consistentemente em resoluções antiaborto. Desde o início do
seu mandato, ela enfrentou questões sobre a sua oposição ao aborto, que é legal
em todos os estados membros da UE, exceto Malta e Polónia. Num comunicado de
imprensa de 2015, ela e outros eurodeputados malteses declararam que eram
"categoricamente contra o aborto". Na sua eleição como presidente do Parlamento
Europeu, ela afirmou que durante o seu mandato representaria a posição do
Parlamento Europeu, que reconhece o acesso seguro ao aborto como um direito
humano.

Doc. 3- Roberta Metsola eleita a nova presidente


do Parlamento Europeu

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2.8. DELGADO, Humberto

Humberto Delgado nasceu dia 15 de maio de 1906 no concelho de Torres


Novas e morreu dia 13 de fevereiro de 1965 em Badajoz. Este foi um político
português e militar, que participou no movimento militar de 28 de maio de 1926. O
mesmo derrubou a República liberal e implantou em Portugal a Ditadura Militar que
mais tarde iria dar lugar ao Estado Novo liderado por Salazar.
Durante muitos anos participou das posições oficiais do regime salazarista,
particularmente do seu violento anticomunismo. A sua atitude política, levou-o a
ascender rapidamente da escala hierárquica e a ocupar posições de destaque,
nomeadamente como Diretor da Aeronáutica Civil, membro da missão militar que
negociou com o Reino Unido as condições de utilização de instalações militares nos
Açores da fase final da guerra contra o Eixo na Europa e em cargo de elevada
responsabilidade na representação de Portugal na orgânica da NATO, nos Estados
Unidos.
Chegado a Portugal, aceita o convite de personalidades oposicionistas para se
candidatar à Presidência da República, tendo como concorrentes no campo oposto,
Dr. Arlindo Vicente e no campo governamental o Contra-Almirante Américo Thomaz.
Apesar do apoio popular, os resultados eleitorais oficiais atribuem-lhe a derrota,
que tanto o próprio General como a Oposição em geral nunca viriam a aceitar.
Considerando-se em perigo, refugia-se na Embaixada do Brasil, aí ficando largos
meses até lhe ser permitido partir para o exílio, onde tenta congraçar os núcleos
oposicionistas exilados.
A sua tendência para privilegiar a solução militar para o derrube do regime, a
sua ousadia que muitos desentendimentos provocará no seio da oposição no
estrangeiro e no interior, leva-o a planear e executar uma nova tentativa
revolucionária, com a colaboração de conspiradores militares e civis tomando de
assalto o quartel de Beja e eventualmente outras posições, partiria à conquista dos
pontos fulcrais do país.

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De 13 de fevereiro até 24 de abril, data em que o seu corpo foi descoberto, perto
de Villanueva del Fresno, foi dado como desaparecido. Após a restauração da
democracia, promovido a marechal, o seu corpo foi transportado para o Panteão
Nacional.

Doc. 4- A luta pela liberdade

2.9. CAETANO,
Marcello

Marcello José das Neves Alves Caetano nasceu dia 17 de


agosto de 1906 em Lisboa e morreu no dia 26 de outubro de
1980 no Brasil, com 74 anos.
Foi um jurisconsulto, professor catedrático de direito, político
francês e foi o último Presidente do Conselho do Estado Novo.
Como era inicialmente ligado aos circuitos políticos
monárquicos católicos do Integralismo Lusitano, participou na
fundação da Ordem Nove, um movimento que se auto-
classificou de auto moderno, antiliberal e antidemocrático. Em
seguida, é chamado para secretariar a revista Nação
Portuguesa e durante essa altura apoiou a Ditadura Militar de
1926 a 1928, rompendo com a defesa do Integralismo Lusitano e da sua vida
monárquica em 1929. O mesmo apoiava o regime autoritário de Salazar, e com
isso, participou na redação do Estatuto do Trabalho Nacional e da Constituição de
1933.
Em 1937 publica a primeira edição do seu Manual de Direito Administrativo que,
em sua vida, veio a conhecer dez edições (a última é de 1973), todas melhoradas.
Marcello Caetano, assim, torna-se um dos mais prestigiados dirigentes do
Estado Novo e das suas instituições. Tendo pedido a sua exclusão do Conselho de
Estado, de que era membro vitalício, não explicou nas suas memórias por que
razão, em 1968, na altura do afastamento de Salazar, voltou a esse mesmo
Conselho e acabou por ser nomeado presidente do Conselho de Ministros.
Após a assunção de que Salazar estava impossibilitado de governar, Américo
Tomás, após várias auscultações a possíveis candidatos, acabou por nomear
Marcelo Caetano a 27 de Setembro de 1968, o político que na época apresentava
maior poder simbólico para substituir Salazar.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, Marcello Caetano foi destituído de
todos os seus cargos, tendo sido acordado aquando da sua rendição no Quartel do

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Carmo em Lisboa a sua condução imediata, pelo Capitão Salgueiro Maia, para o
Aeroporto da Portela, ficando assim, no Brasil.
O exílio retirou-lhe o direito à pensão de reforma no fim da sua carreira
universitária. No entanto, prosseguiu a sua atividade académica no Brasil como
diretor do Instituto de Direito Comparado da Universidade Gama Filho, no Rio de
Janeiro.

Doc. 5- Marcello Caetano como Presidente do Conselho.

2.10. SPÍNOLA, António de

António Sebastião Ribeiro de Spínola nasceu dia 11 de


abril de 1910 em Estremoz e morreu dia 13 de agosto de 1996
em Lisboa, com 86 anos.
Foi um militar, político portugues e o décimo quarto presidente
da República Portuguesa e o primeiro após o 12 de abril de
1974.
Em 1933, foi colocado no Regimento de Cavalaria n.º 7
como instrutor e entre 1939 e 1943, tornou-se ajudante de
campo do Comando da Guarda Nacional Republicana.
Em 1961, numa carta dirigida a Salazar, voluntariou-se
para a Guerra Colonial, em Angola, e se notabilizou no
comando do Batalhão de Cavalaria n.º 345, entre 1961 e 1963.
Em Novembro de 1973, regressado à metrópole, foi convidado
por Marcello Caetano, para a pasta do ultramar, cargo que recusou, por não aceitar
a intransigência governamental face às colónias.
Na noite do golpe militar de 25 de abril de 1974, Spínola foi nomeado presidente
da Junta de Salvação Nacional, no plano dos capitães, autores do golpe, o cargo de
Presidente da República estava reservado a Francisco da Costa Gomes, porém,
acabaria por ser Spínola a ocupá-lo.
António de Spínola tomou posse do cargo de Presidente da República a 15 de maio
de 1974, no Palácio Nacional de Queluz. No dia seguinte, deu posse ao Primeiro
Governo Provisório.
É então escolhido o general Vasco Gonçalves para o cargo de primeiro-ministro do
Segundo Governo Provisório, e no mesmo dia, Otelo Saraiva de Carvalho foi
nomeado comandante-adjunto do COPCON e comandante da Região Militar de
Lisboa.
Após a demissão do cargo de Presidente da República e descontente com o
rumo dos acontecimentos em Portugal após a Revolução dos Cravos, envolve-se na

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tentativa de golpe de estado de direita da Intentona do 11 de Março de 1975, porém,
falha o golpe e Spínola é obrigado a fugir para a Espanha e de seguida para o
Brasil.
O mesmo fez algumas obras ao longo do ano. Deixarei aqui os respetivos
nomes:
- Por Uma Guiné Melhor (1970);
- Linha de Acção (1971);
- No Caminho do Futuro (1972);
- Por Uma Portugalidade Renovada (1973);
- Portugal e o Futuro (1974);
- Ao Serviço de Portugal (1976);
- País sem Rumo- Contributo para a História de uma Revolução (1978).

2.11. CARVALHO, Otelo Saraiva de

Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho nasceu dia 31 de


agosto de 1936 em Maputo e morreu dia 25 de julho de 2021 em
Lisboa, com 84 anos.
Foi um coronel de artilharia portugues, destacando-se por ter sido
um dos principais estrategas do 25 de abril de 1974,
adicionalmente foi o candidato presidencial de 1976 em segundo
lugar com 16% dos votos, tendo nos anos 80 sido acusado de
fundar e dirigir a organização terrorista «Forças Populares 25 de
abril - FP-25».
Responsável pelo setor operacional da Comissão
Coordenadora e Executiva do Movimento dos Capitães, ajudou a
elaborar o plano de operações militares do 25 de Abril de 1974 e
dirigiu, além disso, as operações com outros militares, a partir do
posto da Pontinha, no Regimento de Engenharia n.º 1, onde esteve em
permanência desde o fim da tarde de 24 de abril até ao dia 26 de abril de 1974.
As suas primeiras atividades de contestação ao regime deram-se por ocasião da
preparação do Congresso dos Combatentes do Ultramar. Exigiu, junto com os
outros oficiais em Bissau, a participação de oficiais do Quadro Permanente,
participando na recolha de cerca de 400 assinaturas de um documento em que
declarava que o congresso não os representava. Em paralelo, houve várias ações
em Lisboa encabeçadas por Ramalho Eanes, Hugo dos Santos e Vasco Lourenço.
Após o 25 de Abril, Otelo pretende voltar à sua vida normal de professor, mas os
acontecimentos do país precipitam-se, e é chamado pelos outros elementos do MFA
a tomar parte nas decisões e no futuro do país. Em julho de 1974, por iniciativa de
Spínola, foi graduado em Brigadeiro, e nomeado Comandante-Adjunto do
COPCON, sob a dependência direta do General Francisco da Costa Gomes, Chefe

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do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Além disso, foi nomeado também
Comandante da Região Militar de Lisboa, onde tomou posse a 13 de julho de 1974.
Em Abril de 2009, num processo de reconstituição de carreiras, Otelo foi
promovido a Coronel, vindo a receber cerca de 50 mil euros de indemnização e um
aumento de 500 euros na pensão de reforma.
Apesar de inicialmente ter dito que recusaria a promoção, por exigir um período de
retroatividade maior, Otelo decidiu aceitá-la sem mais nem menos.

Doc. 6- Entrevista feita a Otelo no 25 de abril

2.12. MAIA, Salgueiro

Fernando José Salgueiro Maia nasceu dia 1 de julho de


1944 em Castelo de Vide e morreu dia 4 de abril de 1992 em
Lisboa, com 47 anos.
Foi um dos capitães do Exército Português que liderou
as forças revolucionárias durante a Revolução de 25 de Abril
de 1974, a mesma que pôs fim à ditadura em Portugal.
Salgueiro Maia foi o único filho de Francisco da Luz Maia
(ferroviário) e de sua mulher, Francisca Silvéria Salgueiro,
que foi mortalmente atropelada aos 29 anos por um
autocarro na Praça de Espanha, em Lisboa, quando
Fernando tinha quatro anos de idade.
Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do
Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de
Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de
março de 1974 e do Levantamento das Caldas, foi Salgueiro Maia, a 25 de
abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de
Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no
final da tarde, seguindo as ordens de Otelo Saraiva de Carvalho no Posto de
Comando na Pontinha, a rendição de Marcello Caetano, no Quartel do
Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola.
Na madrugada de 25 de Abril de 1974, durante a parada da Escola
Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, ditou um pequeno discurso que
fez com os homens que tivessem ouvido esse discurso, e colocassem a sua
frente para marchar até Lisboa.

14
A 24 de setembro de 1983, recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e
por último, o grau de Grande-Oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar
da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a 28 de junho de 1992, e em
2007 a Medalha de Ouro de Santarém.
Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, sendo
militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do Distrito de
Santarém e pertencer à Casa Militar da Presidência da República e ao longo
do tempo foi promovido a major no ano de 1981 e, posteriormente, a
Tenente-coronel.

Doc. 7- Ameaça ao Salgueiro Maia. “Muitas


cabeças de capitães penduradas nos
candeeiros”.

3. Acontecimentos Importantes

3.1. A criação da UE

A União Europeia é o principal bloco económico do mundo. O mesmo reúne


países altamente desenvolvidos e industrializados do continente europeu. O seu
principal objetivo é a integração económica e política entre os países membros. O
seu mecanismo de funcionamento é constituído por uma série de órgãos
supranacionais, que decidem sobre assuntos internos do bloco.
Após a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945, a Europa Ocidental entrou
num período de crescimento. O esforço de reconstrução e o aumento populacional,
seguidos do progresso ao nível das tecnologias, levou a um crescimento económico
que durou cerca de 30 anos. Um dos objetivos de alguns países da Europa era
construir um espaço de união a nível económico, com capacidade para competir
com as superpotências mundiais.
O projeto de uma Europa unida, de 1947 a 1949, teve como principais
protagonistas, o economista Jean Monnet e o primeiro-ministro Robert Schuman.
Estes lançaram as bases de uma Europa com objetivos e realizações comuns,
partindo do princípio de solidariedade entre os diferentes países europeus.
As primeiras experiências europeias de convergência de objetivos foram a união
aduaneira entre a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo (Benelux), criada em 1944 e
a fundação do Conselho da Europa, em 1949. O sucesso destas iniciativas levou os
políticos dos diferentes países europeus a darem seguimento a esta ideia de
construção de uma Europa unida.

15
Em 2002 entrou em vigor o Euro como moeda única para todos os Estados da
União Europeia (com exceção do Reino Unido, da Suécia e da Dinamarca, que não
cederam à troca da sua moeda). A moeda única foi o ascender de todo o processo
de construção da União Económica e Monetária. Construiu o grande objetivo
previsto no Tratado de Maastricht.
Os principais órgãos e instituições da União Europeia funcionam em Bruxelas,
em Estrasburgo e no Luxemburgo. O funcionamento da União Europeia é
assegurado por diversos órgãos, uns com poder decisivo e outros com poder
consultivo, tais como a Comissão Europeia que propõe leis para as políticas dos
vários setores, o Conselho de Ministros que decide sobre as leis comunitárias, o
Parlamento Europeu que tem funções consultivas e cabe-lhe a elaboração de
pareceres sobre as propostas de lei da Comissão Europeia e o Tribunal Europeu
que julga os casos de litígios entre os diferentes Estados-membros.

3.2. Descolonização

A descolonização é o processo de emancipação dos territórios coloniais em


relação às metrópoles colonizadoras, conduzindo à independência daqueles.
Foi iniciada em 1775, na Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial onde se
afirmou, quando o fenómeno assumiu uma escala global com os desenvolvimentos
dos primeiros nacionalismos emergentes no início do século XX.
O Comitê Especial das Nações Unidas sobre Descolonização declarou que no
processo de descolonização não há alternativa para o colonizador, a não ser
permitir um processo de autodeterminação, mas na prática a descolonização pode
envolver tanto uma revolução não-violenta quanto guerras de libertação nacional
perpetradas por grupos de independência.
Houve vários períodos ativos de descolonização nos tempos modernos. Estes
incluem a dissolução do Império Espanhol no século XIX, dos impérios Alemão,
Austro-Hungaro, Otomano e Russo após a Segunda Guerra Mundial, dos impérios
coloniais Britânicos, Francês, Holandes, Japonês, Português, Belga e Italiano após
a Segunda Guerra Mundial e da União Soviética em 1991, após o fim da Guerra
Fria.
A descolonização tem sido usada para se referir ao processo de descolonização
intelectual das ideias dos colonizadores que fizeram os colonizados se sentirem
inferiores.
A Revolução Haitiana foi uma revolta de escravos iniciada em 1791 na colônia
francesa de Saint-Domingue, na ilha caribenha de Hispaniola. Em 1804, o Haiti
assegurou a independência da França como o Império do Haiti, que mais tarde se
tornou uma república.

16
Na américa espanhola, o caos das Guerras Napoleónicas na Europa cortou as
ligações diretas entre a Espanha e as suas colónias americanas, permitindo que o
processo de descolonização começasse em toda a região.
A descolonização da Oceânia deu-se logo após a Segunda Guerra Mundial, que
enfraqueceu os países participantes, que ficaram sem recursos suficientes para
manter as suas colônias, tanto no interior da África quanto na Oceânia insular. Outro
fator importante é problemas governamentais nas colónias, como no caso do Kiribati
foram as disputas territoriais entre o Reino Unido e países que se originaram de ex-
colónias britânicas como os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia.

Doc. 8- Impérios coloniais do ocidente, de 1492


até 2008.

3.3. A
Guerra Colonial
A Guerra Colonial, também
conhecida como a Guerra do Ultramar,
foi um período marcado por muitos acontecimentos. A mesma teve a duração de 13
anos, e exigiu um enorme esforço humano e económico. Durante este período,
Portugal ocupou um lugar de destaque na cena política a nível mundial. Portugal
nunca aceitou a descolonização.
Esta luta foi liderada pelos Movimentos de Libertação, como a MPLA, FNLA e
UNITA. Em 1963, a guerra alastra-se para a Guiné-Bissau, cujo movimento de
libertação foi o PAIGC.
Em 1964, Moçambique também se torna o palco de guerra, e as lutas de libertação
são dirigidas pela FRELIMO. Todos esses movimentos foram patrocinados
politicamente pelas grandes potências económicas e militares, como a URSS, os
EUA e a China.
O período de 1961 a 1975 foi um período que marcou profundamente a História
de Portugal, e das suas antigas colónias (Angola, Moçambique, Guiné, Cabo-Verde,
Timor e São Tomé e Príncipe). Aí estiveram em confronto as Forças Armadas
Portuguesas e as organizações dos Movimentos de Libertação de cada uma das
colónias.
Apesar desta longa transição colonial, só a partir da década de 40 do século
XIX, é que Portugal passou a enviar várias expedições a África, sobretudo para
Angola e Moçambique, procurando ocupar a vasta zona entre as duas colónias. No
entanto, este projeto ia contra o plano da Inglaterra, de ligar o Cairo (Egito) ao Cabo
(África do Sul). Nesta circunstância, a Inglaterra fez um ultimato a Portugal no
sentido de este abandonar tais pretensões, o chamado Mapa cor-de-rosa, isto é, o
domínio sobre uma zona que representa o desejo de soberania sobre os territórios
entre Angola e Moçambique.

17
Da posse e da repartição de terras no continente africano, a luta pelo poder e
pelo domínio das zonas de influência, levou as potências coloniais a uma
competição 16 permanente, sobretudo as mais poderosas (Inglaterra, França e
Alemanha), que demonstravam pretensões de impor as suas ambições. Com efeito,
com base no direito histórico, fundamentado na primazia da ocupação europeia,
Portugal reivindicava muitas áreas do continente africano, embora dominasse
apenas algumas feitorias costeiras e pequenos territórios ao redor dessas. Contudo,
a partir da década de 1870 ficou claro que apenas o direito histórico não seria
suficiente e que a presença portuguesa dependia do alargamento para o interior das
terras reclamadas, bem como uma efetiva ocupação militar.

Doc. 9- Última mensagem de um dos soldados que combateu na


Guerra Colonial. “É esta a última carta que te escrevo de Angola”.

3.4. O Marcelismo
O marcelismo foi o nome dado por Marcello Caetano durante o período que
governava o nosso país, desde 1968 a 1974, o período em que acabou a ditadura.
Em setembro de 1968, Salazar é operado de urgência a um hematoma cerebral.
Pouco tempo depois, devido ao agravamento da sua saúde, o presidente da
República vê-se obrigado a encetar os procedimentos institucionais para a sua
substituição. A escolha recaiu sobre o professor Marcello Caetano, um dos notáveis
do Estado Novo que, no entanto, se permitiria discordar da política salazarista.
Apresentava-se por isso, um político mais liberal, capaz de alargar a base de apoio
do regime, além de ser visto como uma porta de saída para o isolamento
internacional.
Logo no discurso da tomada de posse, Marcello Caetano define as linhas
orientadoras do seu governo, sendo essa, continuar a obra de Salazar, à qual presta
homenagem, sem por isso prescindir da renovação política.
Nos primeiros meses do mandato, o novo Governo dá sinais de abertura, que
enchem de esperanças os opositores políticos. Esses sinais de abertura são, por
exemplo, o regressar do exílio algumas personalidades, como o bispo do Porto e
Mário Soares, que faz moderar a atuação da polícia política (ficando como Direção-
Geral de Segurança, a DGS), a ordenação do abrandamento da censura (passando
a chamar-se Exame Prévio), a abertura da União Nacional (passando a ser, em
1970, Acção Nacional Popular, a ANP) e as sensibilidades políticas mais liberais.
Marcello viu-se sem o apoio dos liberais, que lhe condenavam a falta de força
para implementar as reformas necessárias, e alvo das hostilidade dos núcleos mais
conservadores, que imputavam à política liberalizada a onda de instabilidade que,
entretanto, tinha assolado o país.

18
Obrigado a reprimir um poderoso surto de agitação estudantil, greves operárias
e até ações bombistas, Caetano ligasse cada vez mais à direita e inflectir a sua
política inicial de abertura.
Alvo de todas as críticas, incapaz de evoluir para um sistema mais demcratico, o
regime continua, ainda, a debater-se com o grave problema da guerra colonial.
Quanto à escolha de Marcello Caetano, as altas patentes das Forças Armadas
colocaram, como única condição, que o novo chefe do executivo mantivesse a
guerra em África. Caetano anunciou, reiterando ao país a sua intenção de continuar
a defender os nossos territórios em nome dos interesses da população branca que,
há muito, aí residia.
Paralelamente, e dando execução às suas convicções federalistas, o chefe do
governo redigiu um minucioso projeto de revisão do estatuto das colónias, no
sentido de as encaminhar para a autonomia progressiva.
O projeto contou com a oposição tenaz da maioria conservadora da Assembleia
Nacional e acabou amputado das soluções mais inovadoras. Angola e Moçambique
passaram à categoria de «Estados honorificos», sendo dotados de novas
instituições governativas que, como as anteriores, continuavam fortemente.

3.5. O 25 de abril de 1974


A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos,
Revolução de Abril ou só por 25 de Abril, é um evento da história de Portugal
resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974. Esta ação
foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA),
composto por capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o
apoio de oficiais milicianos. Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se
em reivindicações corporativas como a luta pelo prestígio das forças armadas,
acabando por atingir o regime político em vigor.
O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos
militares que desenvolvem uma ação concentrada. No entanto, no Norte, uma força
da CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azevedo toma o Quartel-
General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas
de Lamego, as Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras
Rubras e as Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reage, e o
ministro da Defesa ordena as forças recebidas em Braga para avançarem sobre o
Porto, porém não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
No dia 26 de abril, formou-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por
militares, que deu início a um governo de transição. O programa da MFA é resumido
no programa dos três Ds: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver.
A Revolução dos Cravos continua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo
nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções
extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas.
O cravo vermelho tornou-se o símbolo inseparável da Revolução de Abril de 1974.
Celeste Caeiro, que trabalhava num restaurante na Rua Braamcamp de Lisboa,

19
tendo o restaurante permanecido encerrado pelos acontecimentos, transportava
pelas ruas um ramo de cravos brancos e vermelhos nas mãos.
Com a Revolução do 25 de Abril, várias pessoas começaram a escrever livros, dos
quais deixarei aqui embaixo.

- Ensaio Geral Passado e Futuro do 25 de Abril (2004), de Francisco Louçã e


Fernando Rosas.
- Capitãs de Abril (2014), de Ana Sofia Fonseca.
- 1974- o ano que começou em abril (2014), de António Luís Marinho e Mário
Carneiro.
- Zeca Afonso- Livra-te do Medo (2014), de José António Salvador.
- Cartas entre Marcello Caetano e Laureano López Rodó (2014), de Paulo
Miguel Martins.
- Portugal, a Flor e a Foice (2014), de José Rentes de Carvalho.
- Os rapazes dos tanques (2017), de Alfredo Cunha e Adelino Gomes.

Além de livros, também escreveram contos infantis, poesias, fizeram uma peça de
teatro e várias músicas.

4. Curiosidades

4.1. Atos de Mohandas Gandhi


Os atos de Gandhi são exibidos através dos dedos da sua mão, o seu programa de
cinco pontos:
- igualdade;
- nenhum uso de álcool ou droga;
- unidade hindu-muçulmana;
- amizade;
- e igualdade para as mulheres.

4.2. Resolução 1514


A Resolução 1514 condenava todas as formas de colonialismo e afirmava o
direito à autodeterminação. Adiantava-se ainda que a falta de preparação dos povos
não podia ser um obstáculo à sua transição para a independência. A mesma foi
aprovada por 89 votos a favor, nenhum contra e 9 abstenções.
Os Estados que se abstiveram nessa mesma resolução foram:
- USA;
- Grã-Bretanha;
- França;
- Austrália;
- Bélgica;
- Portugal;
- Espanha;
- União Sul-Africana;

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- e a República Dominicana.

4.3. Tratado de Maastricht


O Tratado de Maastricht foi assinado a 7 de fevereiro de 1992 e entrou em vigor
dia 1 de novembro de 1993. Ao instituir a União Europeia, este tratado marcou uma
nova etapa no processo, criando uma união cada vez mais estreita entre os povos
europeus.
O mesmo é constituído por três pilares, sendo eles, as Comunidades Europeias
(primeiro pilar), e duas áreas de cooperação adicionais: a Política Externa e de
Segurança Comum (PESC) e a Justiça e Assuntos Internos (JAI).
O principal objetivo deste tratado era aprofundar as reformas nos países
signatários para implementar a União Europeia.

4.4. Revista Time


Esta revista, criada no ano de 1923, foi a primeira a publicar, no ano de 1946, a
foto de Salazar a nível mundial.
Deixarei abaixo uma imagem sobre e um documento retirado do manual, na página
100, intitulado “Mantém-se a ditadura”.

4.5. Alberto Sousa Martins


Alberto de Sousa Martins foi o rosto da revolta académica em 1969,
condecorado pelo chefe de Estado Português.
Abaixo, deixarei um print que tirei do site “Notícias de Coimbra” que prova o
acontecimento.

21
5. Conclusão

Neste contexto, é possível então afirmar que Mohandas Gandhi e o líder


comunista Ho Chi Minh e Léopold Senghor, exerceram um grande papel no
processo da descolonização, nos continentes asiatico e africano, respetivamente,
processo este que foi bastante importante para o processo de independência das
colónias constantemente reprimidas. Já o tema “Criação da UE”, como principais
personalidades Robert Schuman e Jean Monnet, que foram personagens
incontestavelmente importantes para a criação da UE, enquanto Ursula Von der
Leyen e Roberta Metsola representam o presente e atual papel vultoso da UE
corrente desta organização. Os títulos “Marcelismo” e “25 de abril de 1974”, têm a
eles associados Marcello Caetano, sucessor de Salazar na altura do Estado Novo
que, não só continuou com o sistema político, como desenvolveu reformas como o
alargamento do sufrágio feminino e a maior liberdade de campanha à oposição,
durante a famosa “primavera marcelista”. “25 de abril de 1974”, tem a si vinculados,
ainda, Humberto Delgado, António de Spínola, Otelo Saraiva de Carvalho e
Salgueiro Maia, nomes de revolucionários que contribuíram e transformaram a
liberdade de um sonho para uma realidade. A “Guerra Colonial”, um conceito
isolado neste documento, teve consequências como o isolamento internacional do
regime salazarista e o aumento do descontentamento da população que,
posteriormente conduziu a “Revolução dos Cravos”.
Em suma, como foi constantemente evidenciado ao longo do trabalho
apresentado, cada uma das personalidades e acontecimentos escolhidos estão
vinculados e implicaram alguma mudança para o mundo, muitas vezes,
consideradas o seu legado mundial.

22
6. Webgrafia

- https://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Ho_Chi_Minh
- https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9opold_S%C3%A9dar_Senghor
https://images.app.goo.gl/scrU5ocohwDLTekaA
- https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Robert_Schuman
- https://european-union.europa.eu/principles-countries-history/history-eu/eu-
pioneers/jean-monnet_pt
https://acrobat.adobe.com/id/urn:aaid:sc:EU:3acfa648-989e-4e2f-9a74-
f70d69cf7576
- https://www.deutschland.de/pt-br/topic/politica/biografia-de-ursula-von-der-
leyen-a-presidente-da-comissao-da-ue
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ursula_von_der_Leyen
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- https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Roberta_Metsola
https://images.app.goo.gl/kbvPPQ3CmfftLps8A
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Humberto_Delgado
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- https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcello_Caetano#Carreira_pol%C3%ADtica
https://images.app.goo.gl/zHzvvAgj19a6gL897
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Sp
%C3%ADnola#O_Sonho_de_regressar_ao_Poder
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Otelo_Saraiva_de_Carvalho
https://images.app.goo.gl/iWZPmgyYBZ11gVzf7
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Salgueiro_Maia
https://images.app.goo.gl/PsA9UbUZQ2mWWqtw8

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- https://european-union.europa.eu/principles-countries-history/history-eu/1945-
59_pt
- https://pt.slideshare.net/slideshow/uniao-europeia-19643851/19643851
https://images.app.goo.gl/9GDirBZxmzaLTUHR8
- https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/116791/2/299345.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Colonial_Portuguesa
https://images.app.goo.gl/175hxRpCQix4ynWJA
- https://pt.slideshare.net/jorgediapositivos/25-de-abril-de-1974-1335000
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_25_de_Abril_de_1974
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi

- https://media.rtp.pt/descolonizacaoportuguesa/pecas/os-ventos-de-mudanca-
e-a-resistencia-portuguesa/
- https://www.europarl.europa.eu/about-parliament/pt/in-the-past/the-
parliament-and-the-treaties/maastricht-treaty
- Revista Time: retirado do manual
- https://www.noticiasdecoimbra.pt/presidente-da-republica-condecora-rosto-
da-revolta-academica-de-1969-em-coimbra/

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