150 Anos de Futebol (2013)
150 Anos de Futebol (2013)
150 Anos de Futebol (2013)
Introdução
Tempos de estratégia
Metamorfose do espetáculo
copas do mundo
linha do tempo
Bibliografia e referências
UM GRANDE ABRAÇO CHAMADO FUTEBOL
NO OLHO DO FURACÃO
A Inglaterra representava o olho do furacão das transformações
sociopolíticas durante o século XIX. Se, na frente externa, o
Império Britânico sedimentava sua expansão que atingiria no
início do século seguinte um quinto da população do planeta, no
panorama interno, havia uma busca incessante pela revitalização
dos valores humanos após os conflitos da era napoleônica, que
coincidiu com a ruptura provocada pela forte expansão da
economia urbana em detrimento da produção agrária. A
sociedade se movimentava em torno das grandes cidades, ao
mesmo tempo em que enfrentava as necessidades de sobreviver
em um contexto cosmopolita e administrar o conflito com seus
costumes tradicionais e formas de convivência praticadas no
campo. A massa de trabalhadores da indústria se readequava aos
novos estilos de vida, às recém-criadas relações de produção em
série, à vivência no chão de fábrica e a uma desconhecida
legislação de controle das atividades profissionais mais
corriqueiras. O operário, especializado ou não, o artesão, o
aprendiz, todos se submetiam a uma nova realidade que
empurrava a mão de obra em direção aos grandes centros, em
troca de umas poucas garantias, salários teoricamente maiores e
perspectivas de estabilidade. Na Revolução Industrial (Fig.2), os
modelos de gestão promoveram, porém, a supressão do
aproveitamento extensivo de mão de obra, privilegiando a
utilização intensiva, uma opção pela especificação profissional
em vários níveis e pelos índices de produtividade. Ao trabalhador
comum, ao proletariado em geral, a dura adequação às novas
regras coincidia com a adaptação a diferentes costumes, ritmos,
horários, intensidade produtiva, em um cenário no qual os
mecanismos administrativos não eram estabelecidos
necessariamente em um ambiente de Justiça Social. Se houve
avanço nos estímulos à participação sindical e às ações políticas
e de cidadania, em contrapartida os instrumentos de ócio e lazer
da maioria da população sofreram um grande impacto das novas
relações do trabalho, tornando ainda mais precioso o escasso
tempo livre.
No contexto do mercantilismo industrial, disciplina, otimização
do trabalho, controle do tempo e racionalização dos ritmos de
produção eram tão fundamentais quanto as novas formas de
contabilidade e de entendimento de custos, investimentos e
despesas em geral. Isso do ponto de vista dos patrões. Ao
trabalhador, que anteriormente era vinculado ao cotidiano
agrário, no qual o controle de tempo era bastante maleável, cabia
agora enquadrar-se ou não em uma escala alucinante de
aproveitamento do tempo, aliando intensidade e qualidade de
produção para que seu salário fosse mais valorizado. Nesse
sentido, a racionalização do uso do tempo era essencial e a
própria classe dominante via nas práticas esportivas uma forma
de potencializar os momentos de ócio, por um lado porque essas
atividades valorizavam corpo e mente, por outro, por
representarem valores que a sociedade inglesa cultivava desde
as grandes empreitadas militares. Aos operários e suas famílias,
a atividade esportiva sistematizada também não poderia ser
instrumento mais adequado para o bom uso das poucas horas de
lazer e divertimento. Não por acaso, esportes clássicos
floresceram de forma galopante nesse período – tênis, basquete,
atletismo, remo, ciclismo e, obviamente, o futebol, que continha o
apelo mais popular de todos. Havia, além de tudo, o poder de
mobilização embutido na prática de esportes ou como simples
desfrute, algo muito familiar especificamente ao mundo do
futebol em função de sua capacidade de promover identidades
entre a massa de torcedores, seja em torno dos eventos do
bairro, da simpatia coletiva pelo clube da cidade, seja pela
simples troca de experiências durante a convivência esportiva.
Metrópole universal, Londres detinha muitas das relevantes
decisões políticas, era o centro nervoso de produção econômica e
funcionava também como um farol cultural, um revelador de
costumes, a capital internacional das tendências. Surgiram ali
muitos dos núcleos de proliferação da prática do futebol, na
proximidade das fábricas, nos terrenos dos bairros periféricos,
nas inúmeras praças públicas próximas às escolas. Londres se
tornaria, em menos duas décadas, o polo de referência para a
propagação do futebol, ao lado de outras cidades britânicas que
também estiveram no epicentro do boom industrial, como
Manchester, Birmingham e Liverpool, assim como Glasgow, e
Aberdeen, na Escócia. Antes disso, porém, o jogo despojado e
ainda desconexo e anárquico, que já encantava todos os
segmentos da sociedade, deveria se submeter a um ritual de
passagem rumo à regulamentação. Para tanto, o envolvimento
do meio estudantil, onde a penetração da nova modalidade
ganhou força desde o princípio do século XIX, foi essencial.
O PAPEL DAS ESCOLAS
O futebol nos parâmetros que conhecemos hoje começou a
tomar contornos mais claros dentro das escolas britânicas, em
um período no qual já estavam em curso as grandes
transformações sociais guiadas pela Revolução Industrial. Ali, no
meio acadêmico, a utilização das várias modalidades esportivas
como forma de enriquecer a convivência e o respeito entre as
comunidades estudantis tornou-se um dos motores das novas
propostas de disciplina e engajamento social, promovidas pela
classe dominante. Mesmo no ambiente estudantil, porém, o
processo de ‘domesticação’ do futebol – que por muito tempo foi
chamado de Shrovetide Football, numa referência ao que
conhecemos como ‘Terça-feira Gorda’ (a terça-feira de Carnaval),
uma espécie de reforço para as propostas lúdicas da modalidade
- teve idas e vindas e não foi marcado por passagens tão
amistosas, principalmente em função das rusgas entre os
defensores do modelo original de jogo, privilegiando o uso dos
pés, e de outro tipo de modalidade que permitia o uso
indiscriminado das mãos, os confrontos corporais materializados
pelo tackle, golpe na região das pernas para derrubar o oponente,
e outros procedimentos técnicos de disputa que levariam ao
rúgbi. Com sacrifício e deixando cicatrizes no período de
negociação, as escolas britânicas conseguiram gradativamente
controlar aquela prática esportiva de aparente selvageria e
lançar as primeiras bases de uma disputa leal, com algo de
lógica e bom senso, na qual a destreza deveria superar a força
física.
Escolas como Harrow e Winchester desenvolveram códigos
próprios de competição para o Shrovetide Football, contendo até
detalhes sofisticados para a época, como uma versão próxima ao
off-side, o impedimento, o que demonstrava preocupação com
uma ordenação mínima das ideias estratégicas de jogo. Dentre os
outros centros educacionais com ligações aristocráticas que
fomentavam o futebol estava o tradicionalíssimo Eton College,
ainda hoje frequentado por membros da família real britânica,
além de outros não menos significativos por seus atributos
acadêmicos, como Cambridge , com uma ligação de raízes com
os alunos de Eton, sem contar o numeroso e atuante grupo que
estudava na cidade de Rugby. Cada um desses núcleos
estudantis jogava a grande novidade esportiva do momento com
regras personalizadas. Por iniciativa dos praticantes mais
assíduos, foi proposta uma primeira conversa para que se
definisse um conjunto de regulamentações para tornar o futebol
uma prática que unisse lógica, competição e entretenimento, com
um requisito prévio: era fundamental que o entendimento das
regras do jogo fosse acessível a todos, algo que determinasse,
por exemplo, o número exato de participantes e os limites do
campo e do tempo de jogo. O uso ou não da mão para carregar a
bola também estaria em pauta e se revelaria a questão central da
maior controvérsia de toda a discussão.
Um encontro realizado em 1848 numa das unidades
educacionais de Cambridge, o Trinity College, levou à elaboração
de um primeiro rascunho da regulamentação básica, que
privilegiava a posição defendida pelo Eton College, de utilização
dos pés como preferência e de menor contato físico. A posição do
grupo de Rugby, que promovia a liberação total do uso das mãos
para todos os jogadores e a manutenção da ênfase na força física,
saiu derrotada por razoável maioria. Da reunião foi redigido um
documento conhecido como Código de Cambridge, uma lista de
procedimentos que funcionavam como leis de conduta para a
organização do jogo, na realidade um protótipo da
regulamentação definitiva que seria referendada anos depois. Os
estudantes de Rugby, diante da posição da maioria, abandonaram
a reunião, romperam relações com os defensores do futebol e,
como grupo dissidente, lançaram as raízes de um novo esporte,
que seguiria priorizando a força física. Embora fosse praticado
desde meados do século, a data oficial de criação do rúgbi é 26
de janeiro de 1871.
Enquanto isso, os adeptos do denominado ‘futebol puro’ se
encarregaram de empregar aquela primeira regulamentação em
seus torneios locais e regionais. Nas árvores de um parque de
Cambridge, Parker's Piece , foram afixadas as regras para que os
praticantes do futebol começassem a se familiarizar ali mesmo
com as normas regulatórias. Exatamente em Parker's Piece foi
realizado o primeiro jogo sob os procedimentos determinados no
Código de Cambridge, o que valeu, décadas depois, a afixação de
uma placa pela administração municipal com as seguintes
frases: ‘Aqui em Parker's Piece, durante os anos de 1800, os
estudantes estabeleceram um conjunto de regras simples de
futebol, enfatizando a habilidade sobre a força, proibindo segurar
a bola e dar rasteiras. Estas regras de Cambridge representaram
a influência definitiva para a elaboração das regras de 1863, da
Football Association’. População e estudantes de Cambridge
consideram ainda hoje Parker’s Piece como berço oficial do
futebol.
REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL
No âmbito institucional, a utilização de regras unificadas levou à
fundação, em 1886, do The International Football Association
Board (Ifab), patrocinada pelas quatro entidades que
comandavam o futebol nas Ilhas Britânicas, também recém-
criadas, a Scottish Football Association (Escócia, de 1873), a
Football Association of Wales (País de Gales, de 1876), a Football
Association (Inglaterra, de 1863) e a Irish Football Association
(Irlanda, de 1880). Dali por diante, todas as modificações nas
formas de jogo e regulamentos teriam obrigatoriamente que
passar pelo crivo do International Board, responsável também
pela organização do British Home Championship, primeira
competição internacional oficial, envolvendo os quatro países,
com a Irlanda do Norte depois de 1921 ocupando a vaga da
República da Irlanda, e que foi realizada anualmente até a década
de 1980. O conflito de poderes entre o Ifab e a Fifa, a partir da
criação desta entidade em 1904, foi resolvido apenas em 1913. O
órgão de gestão esportiva do futebol passou a ser o responsável
por propor as alterações ao Board, que se reúne anualmente,
uma vez em cada semestre, para avaliar as propostas. Até hoje,
qualquer alteração nas regras do jogo ou recomendação técnica
deve ser discutida e aprovada pelos senhores do International
Board para que possa ser colocada em prática, sendo que as
decisões são tomadas por maioria de dois terços dos oito votos,
um de cada país membro e quatro da Fifa, proferidos em sufrágio
único.
Os primeiros anos da Fifa, que teve como membros
fundadores as federações da França, Bélgica, Suécia, Espanha,
Suíça, Dinamarca e Holanda, foram politicamente difíceis diante
da resistência de alguns setores europeus, que temiam a
excessiva interferência da entidade no desenvolvimento do
futebol no âmbito interno dos países. Havia principalmente a
desconfiança dos britânicos, que já seguiam um modelo de
relativo sucesso quanto à organização de torneios locais e
aplicação de regras unificadas. Uma empreitada diplomática do
presidente da União Belga de Sociedades Esportivas, Edouard de
Laveleye, alguns meses depois da fundação da Fifa, convenceu
os britânicos da Football Association a aderir à entidade mundial
como forma de promover uma ação conjunta de expansão e
institucionalização do futebol. O impacto dessa vitória política foi
tão significativo que imediatamente, em junho de1905, durante o
Congresso da entidade em Paris, foi anunciado que duas
associações do Reino Unido, Gales e Irlanda, e mais quatro
federações de países onde a modalidade adquiria grande
popularidade, Itália, Alemanha, Hungria e Áustria, haviam se
filiado à Fifa. Habilmente, o membros do Comitê Executivo da Fifa
elegeram, no Congresso de Berna, em 1906, um inglês para o
cargo de presidente, Daniel Burley Woolfall, um executivo FA,
nascido em Blackburn, que vinha de um trabalho consistente na
propagação das regras do jogo definidas em 1863. Woolfall
substituiu o primeiro presidente da entidade, o francês Robert
Guérin, que deixou o cargo bastante desgastado pelos pleitos que
teve que enfrentar desde a fundação do órgão. A intenção era
claramente estender a mão de forma definitiva aos britânicos,
confiando em sua capacidade de gestão e de aplicação dos
regulamentos esportivos – além de, obviamente, reforçar a
autoridade da Fifa.
Ainda de forma incipiente, o esboço de um torneio envolvendo
vários países começava a surgir, mais como um desejo do Comitê
Executivo do que como um plano de ação imediata apoiado
plenamente pelas esferas esportivas nacionais. A opção de
incluir o futebol na Olimpíada de Londres, em 1908, poderia
funcionar com uma prévia de um campeonato mundial, mas era
uma proposta que demandava difícil negociação com os comitês
olímpicos, devido às reservas com que o futebol era visto na
época – algo não tão nobre quanto os esportes clássicos, bem
menos atlético na aparência e ainda confuso quanto à completa
compreensão das regras. Nas olimpíadas de Paris/1900 e de St.
Louis/1904, o futebol tinha sido admitido a muito custo como
esporte de demonstração e teve participação de apenas três
equipes em cada edição, embora no último momento o Comitê
Olímpico Internacional tenha distribuído medalhas para a
modalidade.
ESPORTE OLÍMPICO
Os Jogos Olímpicos de Londres/1908 seriam, então, a grande
oportunidade para a realização de um torneio oficial de projeção
internacional, enquadrado nos procedimentos regulares da
disputa, ainda mais porque contaria com a organização dos
ingleses, entre eles o próprio presidente da Fifa, conhecedores
profundos da modalidade e de suas especificidades, capazes de
adequar a infraestrutura necessária à exigência dos padrões
olímpicos. Oito times se inscreveram, mas dois desistiram na
última hora, sendo que a França participou com duas equipes, A e
B. A medalha de ouro obviamente ficou com a Grã Bretanha, que
venceu a Dinamarca na decisão. Quatro anos depois, em
Estocolmo, a final entre os dois países se repetiu e o título ficou
novamente com o Reino Unido, na competição que teve 11
participantes. Apesar de o futebol não ter entusiasmado a
comunidade olímpica, ficou claro seu apelo popular e seu
potencial de crescimento. A primeira final olímpica, no Estádio
White City, de Londres, em 1908, foi presenciada por 8 mil
pessoas. A decisão na Suécia quatro anos depois, no Estádio
Olímpico de Estocolmo, teve 25 mil torcedores, que vibraram
intensamente com a vitória por 4 a 2 do time britânico.
O trabalho de Woolfall à frente da Fifa foi intenso e efetivo,
assegurou um bom relacionamento entre as federações e de
certa maneira cumpriu os objetivos de expandir a
regulamentação, uma vez que foram realizadas competições
internacionais bem sucedidas com as regras unificadas. Nessa
gestão, entre 1910 e 1913, outros continentes de somaram à
Europa para dar musculatura geopolítica à Fifa, com a filiação da
África do Sul, de dois países sul-americanos, Argentina e Chile, e
também dos Estados Unidos. Mas dois duríssimos golpes
interromperam a proposta de levar o futebol a novos povos e
nações. A eclosão da Primeira Guerra(Fig.3) Mundial cortou a
seco as competições no continente europeu e criou enormes
crispações políticas entre os próprios países-membros da Fifa.
Em 1918, quando o conflito chegava ao fim, Daniel Woolfall,
presidente da Fifa, faleceu, numa época em que as atividades da
entidade já estavam paradas há alguns anos por causa das
prioridades governamentais determinadas pelo que se passava
no campos de batalha. Por três anos, a Fifa só não esteve
completamente acéfala graças ao trabalho abnegado de alguns
componentes do antigo comitê, entre os quais se destacou o
holandês Carl Anton Wilhelm Hirschmann, que tinha um cargo
honorário na diretoria mas comandou, desde um escritório em
Amsterdã, um difícil processo de negociação com representantes
de vários países para que não deixassem a entidade sucumbir
após a guerra.
Em um cenário de dificuldades de comunicação e de
transportes, agravado pelo processo de reconstrução de várias
regiões europeias, Hirschmann manteve constante contato com o
presidente da Associação Francesa de Futebol, Jules Rimet
(Fig.4), que o ajudou na convocação de uma assembleia geral dos
membros da Fifa em Antuérpia, por ocasião da disputa dos Jogos
Olímpicos de 1920. Ali ficou constituída uma nova diretoria para a
entidade, com Jules Rimet como presidente, mas ainda sem a
participação de vários países, incluindo os da Grã Bretanha, que
se recusavam a negociar com nações com as quais estiveram em
guerra poucos anos antes. Ainda assim, praticamente todos os
países que compunham a Fifa aprovaram a eleição de Rimet,
manifestando-se por correio. Em 1º de março de 1921, tomou
posse o terceiro presidente da entidade, no que se constituiria em
um marco para o desenvolvimento do futebol no século XX.
Rimet e seu grupo assumiram a prioridade de organizar uma
Copa do Mundo a médio prazo e, para tanto, quiseram fazer da
Olimpíada de Paris, em 1924, e de Amsterdã, quatro anos depois,
verdadeiros laboratórios do que seriam as Copas do Mundo.
Assim, assumiram o compromisso em nome da Fifa de produzir
nas duas edições dos Jogos Olímpicos um Campeonato Mundial
de Futebol para amadores, que envolvesse apenas atletas
aficionados, excluindo até mesmo aqueles que já vivam
realidades semiprofissionais, ainda que de maneira rudimentar.
Embora tenha assumido a Fifa com 20 países associados, na
Olimpíada de Paris (Fig.5) participaram 27 países. As frequências
de público triplicaram em relação aos jogos anteriores e a final
vencida pelo Uruguai por 3 a 0, contra a Suíça, foi vista por mais
de 40 mil torcedores. Quatro anos depois, a média de público caiu
nos Jogos de Amsterdã (26 mil pessoas viram a final em que o
Uruguai foi bicampeão diante da Argentina), o numero de países
participantes no futebol também encolheu, foram 17, mas já
estava lançada a pedra fundamental da primeira Copa do Mundo
com a chancela da Fifa. Era preciso então definir o país-sede e
vários motivos levaram ao Uruguai – que superou no Congresso
de 1929, realizado em Barcelona, as candidaturas de Itália,
Suécia, Hungria, Espanha e Holanda. Além de ser bicampeão
olímpico e de comemorar no ano da Copa, 1930, o centenário de
sua independência, o país simbolizava o novo horizonte
geográfico do futebol, a América do Sul, um panorama que se
adequava por completo aos próprios objetivos expansionistas
traçados por Jules Rimet. Além de tudo, o país se
responsabilizou pelos gastos de transporte e estadia,
concordando em dividir os possíveis lucros de bilheteria advindos
da Copa com a Fifa – ou assumir eventuais prejuízos.
EXPANSÃO EM VÁRIAS FRENTES
DESIGUALDADE ALÉM-MAR
Nas distantes colônias britânicas, a adesão ao futebol foi
bastante desigual e caminhou ao sabor das preferências locais e
fatores geográficos ou sociopolíticos que influenciaram em sua
expansão. Nas comunidades da Oceania, por exemplo, a
identificação da modalidade com o rúgbi e o ‘futebol australiano’
facilitou sua inclusão nas escolas e clubes privados, embora isso
não tenha significado, ao longo do tempo, uma consistente
evolução técnica. O soccer, apesar de bastante popular, teve seu
desenvolvimento prejudicado pela pouca quantidade de clubes –
o primeiro deles, o Brisbane Australian Football Club, foi fundado
em 1866 - e principalmente pela dificuldade de intercâmbio com
centros mais desenvolvidos, que trouxe problemas de
competitividade. Em nações superpovoadas da Ásia, como a
Índia, por outro lado, o futebol enfrentou fortes barreiras
culturais, em uma espécie de reação nacionalista ao jugo
britânico, além do que a identificação de raízes com os esportes
locais altamente populares, como o críquete, o hóquei sobre a
grama e mesmo o badminton, praticamente inviabilizou a
expansão da modalidade. A aparente reação às influências do
Reino Unido também funcionou como barreira na América do
Norte, menos no Canadá do que nos Estados Unidos. O
desembarque do futebol coincidiu com o florescimento de
movimentos culturais e nacionalistas que revelavam forte
identidade com símbolos locais, entre os quais estava o beisebol,
uma instituição norte-americana. Havia também a dificuldade de
encaixar uma modalidade não ianque nos círculos universitários.
A barreira cultural atravessou décadas, embora o futebol tenha
sido praticado com intensidade nas colônias latinas, o que fez a
modalidade assumir um perfil curioso, de aceitação por grandes
camadas da sociedade, mas sem respaldo nos poderosos
esquemas de mídia norte-americanos. Ainda assim, o soccer
conseguiu com o tempo criar nichos importantes em escolas
secundárias, em especial juntos às mulheres, que viriam a
dominar o panorama internacional quando o futebol feminino
atingiu a maturidade apenas no final do século XX.
As resistências do vizinho do norte também atrasaram a
adoção do futebol pelo México, que, por fim, recebeu as principais
influências numa ponte direta com a própria Grã-Bretanha nos
últimos anos do século XIX. Foi em Veracruz, sudeste do país, que
surgiu a primeira agremiação, em torno dos trabalhadores da
indústria têxtil, mais precisamente pelas mãos do escocês
Duncan MacComish, responsável pela reunião de um time
denominado “Fibras duras del Yute”, que se transformaria no
primeiro clube de futebol do país, o Orizaba Athletic Club,
fundado em 1898. Empresas de mineração exploradas pelos
ingleses também ajudaram na difusão do jogo do outro lado do
país, próximo ao Pacífico e à fronteira com os EUA. Pouco depois,
em 1902, era constituída a Liga Mexicana de Football Amateur
Association, por iniciativa de cinco clubes, entre os quais o atual
Pachuca FC (então Pachuca Athletic), vinculado exatamente a
uma mineradora. A consolidação da modalidade, que hoje tem
índices altíssimos de popularidade no México, só ocorreria,
porém, no rastro da proliferação do futebol nos países de língua
hispânica do continente americano, em especial os da América do
Sul.
No Cone Sul a situação foi bem diferente. As ligações
econômicas e culturais de países como Brasil, Uruguai, Argentina
e Chile com a Grã Bretanha eram bastante profícuas no fim do
século XIX, dentro da lógica de mercado gerada pela Revolução
Industrial, com a multiplicação das companhias de energia,
ferrovias e indústrias de material pesado (Fig.2) nas principais
metrópoles do continente. Soma-se a isso a crescente relação
comercial dos ingleses com os argentinos, o que fez do estuário
do Rio da Prata o principal entreposto de mercadorias vindas da
Europa em direção à América do Sul, retrato da gigantesca onda
migratória que chegou ao país a partir de 1850 e se prolongou até
a década de 1930. Onde havia ingleses era certo que haveria
futebol. Não por acaso a Argentina foi o primeiro país da América
Latina a constituir sua confederação de futebol, por obra do
escocês naturalizado Alejandro Watson Hutton. Também foi a
primeira nação sul-americana onde foi realizado um jogo
plenamente enquadrado nas regras de Londres, em pleno
Bosque de Palermo, de Buenos Aires, quando se enfrentaram em
junho de 1867 o Buenos Aires Cricket Club e o Buenos Aires
Football Club, primeira associação do país voltada
exclusivamente para a nova modalidade. Grande parte dos clubes
argentinos que ainda militam na elite tem mais de um século de
existência (Gimnasia y Esgrima, Quilmes, Rosário Central, Tigre)
e outros, também centenários, mantêm suas raízes de influência
inglesa no próprio nome (River Plate, Banfield, Newell’s Old Boys,
Arsenal). A identificação do futebol com o povo argentino foi tão
profunda que até o fim da primeira década do século XX já
existiam mais de 50 clubes de futebol constituídos no país, que
em 1913 anunciou sua filiação à Fifa.
No vizinho Uruguai a chegada do futebol foi menos impactante
no momento inicial, mas manteve durante os primeiros anos um
crescimento constante. O impulso promovido pelo professor de
literatura inglesa William Leslie Poole, também jogador de
futebol e árbitro, foi fundamental. Ao desembarcar em
Montevidéu para lecionar na English High School, em 1885, Poole
estimulou desde o princípio os alunos da escola, em boa parte
imigrantes europeus, a praticarem o futebol, o que levou à
fundação, por obra dos estudantes, do Albion Football
Association, considerado o primeiro clube exclusivo de futebol do
país. Outras agremiações praticavam a modalidade
informalmente há algum tempo, como o Montevideo Cricket Club
e o Montevideo Rowing Club. No Chile, o papel dos imigrantes
ingleses que chegavam pelo porto de Valparaiso também foi
decisivo. Ali, grande parte da colônia britânica estudava na
Mackay School, o ponto de encontro dos fundadores do primeiro
clube do país, nascido em 1882, o Mackay and Sutherland
Football Club. Junto com o Valparaiso Football Club, também
ligado aos ingleses, e outros clubes locais, o Mackay foi um dos
fundadores da Football Association of Chile, a entidade que viria
a se associar à Fifa em 1913 como representante oficial do país
andino, apesar de 14 clubes da capital terem promovido a
criação, em 1903, da Associación de Football de Santiago, como
uma forma de contrabalançar a influência do grupo de
Valparaíso.
No Brasil, cuja via oficial se concentrou nas grandes cidades
do Sudeste, a invasão do futebol na verdade se constituiu em um
fenômeno pulverizado em razão de suas dimensões continentais,
mas, à semelhança dos hermanos, foi obra das correntes
migratórias que se estabeleceram em várias capitais, da
presença britânica em segmentos econômicos específicos
(transportes, energia) e do intercâmbio promovido pelas classes
privilegiadas com a Europa de uma forma geral e com a
Inglaterra em particular, como será detalhado mais adiante (Cap.
3).
DINÂMICA DO CRESCIMENTO
O modelo de organização do futebol no Reino Unido esteve, por
muito tempo, à frente do desenvolvimento do esporte visto em
outras nações europeias, o que provocou uma defasagem natural
no processo de institucionalização do jogo. O futebol informal,
jogado nas escolas e nos espaços livres das cidades, expandiu-se
na Península Ibérica, na Itália ou nos Países Baixos com a mesma
agilidade com que conquistava as diversas camadas sociais
inglesas, mas a sistematização das disputas e o aperfeiçoamento
das relações com as comunidades estiveram por algum tempo
atrasadas em relação ao padrão britânico. A dinâmica de
crescimento nos vizinhos europeus, que pouco depois seria
verificada também em polos distantes como a América do Sul e a
África, seguia uma fórmula com poucas variações. Os clubes
eram criados em núcleos de popularização do jogo – escolas,
paróquias, fábricas -, normalmente vinculados a agremiações que
praticavam outros esportes, estabeleciam relações com clubes
de outras localidades e, em seguida, formavam associações
regionais ou provinciais que dessem suporte organizacional às
competições. Os vínculos simbólicos já existiam e eram fortes,
mas estavam marcados por um espírito essencialmente
amadorístico, ainda que a influência dos imigrantes ingleses em
muitas áreas (norte da Espanha e da Itália, países nórdicos,
Portugal) tenha plantado as primeiras noções de
profissionalismo.
A construção de grandes estádios, portanto, ainda não era
uma necessidade, como ocorreu na Inglaterra do final do século
XIX, e só seria verificada 15 ou 20 anos depois do
estabelecimento definitivo dos torneios locais dos outros centros,
quando os clubes estariam consolidados em seus redutos e com
uma massa social razoável que justificasse os investimentos. De
uma maneira geral, o futebol andava em ritmo de
profissionalismo no Reino Unido e crescia de forma sustentável,
porém estritamente amadora quanto à concepção administrativa,
nos demais países. Quando o mais antigo clube espanhol, o
Recreativo de Huelva, disputava seus primeiros amistosos contra
o Sevilla, no início da década de 1890, a FA Cup já era competição
oficial há quase 20 anos e mobilizava vários clubes ingleses,
lotava estádios e movimentava generosos recursos financeiros.
Quando a primeira Seleção Italiana foi formada, em 1910, os
países do Reino Unido – Inglaterra, Escócia, Irlanda e Gales - já
eram veteranos em torneios oficiais na Grã Bretanha, haviam
participado do primeiro Home Championship em 1874. Porém,
esse descompasso em relação aos criadores do jogo era mais
uma questão mercantilista do que propriamente cultural. Na
Inglaterra pós-revolução industrial, as leis de mercado se
impunham em ritmo avassalador em todos os segmentos. O
futebol, que ainda construía uma identidade própria, viajou para
outras nações na onda do poder econômico britânico e de seu
componente imperialista, mas tinha ingredientes culturais que
eram facilmente assimilados e, de pronto, transformados pelas
sociedades locais, adaptado a seus costumes e mecanismos de
ócio e lazer. Para crescer e conquistar adeptos, o jogo de bola nas
agremiações criadas na Europa Central, na Oceania, nas escolas
americanas e canadenses ou nos diversos espaços públicos da
América do Sul precisava amadurecer sob o amadorismo antes
de se aventurar em experiências semiprofissionais. Ainda que
fosse organizado em um sistema composto por clubes e
federações, responsáveis por competições oficiais. Acontece que
essa passagem foi extremamente rápida do ponto de vista
histórico e, na verdade, acompanhou o próprio ritmo de
popularização do futebol – como, em última instância, acontecera
na Inglaterra pouco antes.
O que se viu no início do século XX foi uma sucessão de novas
entidades espalhadas por vários países, de acordo com a
demanda de crescimento da prática do jogo, como havia ocorrido
na década anterior em nações que já haviam detectado essa
necessidade, como Itália e Argentina. Entre 1900 e 1910,
surgiram federações nacionais na Alemanha e no Uruguai, na
Suécia e na Tchecoslováquia, sem contar a fundação da própria
Fifa, em 1904. Hungria, Noruega, Espanha, Finlândia e Paraguai
também criam suas associações nacionais. A massificação do
futebol produziu necessidades de consumo e o padrão a seguir
alinhava-se, inevitavelmente, com a experiência britânica de
remuneração de jogadores, comercialização dos símbolos e
capitalização das paixões clubísticas por meio dos estádios. O
profissionalismo avançou em cenários desiguais pela Europa e
chegou de forma definitiva à América do Sul apenas na década de
1930, apesar de ter convivido com o amadorismo desde meados
dos anos de 1910. A conexão da cultura esportiva de cunho
idealista com a economia do futebol teve várias idas e vindas,
prós e contras, mexeu com valores sociais, mas tomou um rumo
que não permitia retorno. Ao assumir sua versão de mercado, o
futebol entraria com força nas esferas de poder e se tornaria
também um ambiente político, submetido a pressões e interesses
nacionais de diferentes tons ideológicos.
Mas a internacionalização do jogo e sua capacidade de formar
identidades, a sobrevivência durante duas guerras mundiais
resistindo a regimes totalitários, a maturidade atingida com a era
das Copas do Mundo e a consolidação como ferramenta de
manifestação popular fariam do futebol um patrimônio social do
esporte no século XX - o futebol como instituição.
TURBILHÃO ABAIXO DO EQUADOR
NO FRONT POPULAR
A preocupação por manter o futebol em redutos das classes
mais favorecidas – colégios, clubes, associações – não só era
ilegítima como se mostrou impraticável. Havia duas formas que
impediam o ‘controle’ de um esporte que tinha vocação popular e
nunca poderia ficar restrito a uma única camada social: o jogo
praticado por operários nas fábricas e empresas, inclusive as
inglesas, como o exemplo de Bangu; e o incontrolável poder das
ruas e descampados, nas praias, vilas e quintais, o futebol jogado
por crianças e jovens de todas as idades. Nas fábricas, como
acontecera nas origens da modalidade no Reino Unido, o futebol
funcionava com um instrumento de interação, quase uma terapia
em um processo de trabalho marcado pelas exigências da
desumana produção em série. Nesses ambientes, além de tudo, o
operário convivia mais de perto com costumes e influência dos
colegas estrangeiros, principalmente no caso das empresas de
origem inglesa, nas quais os funcionários já estavam
familiarizados com o esporte.
Por outro lado, ainda que nas áreas populares o equipamento
para a disputa de partidas minimamente organizadas (bolas,
uniformes, traves etc) era precário e improvisado, a propagação
do jogo ganhou contornos de epidemia social. A certa altura da
primeira década do século havia muito mais futebol informal
pelas principais cidades brasileiras – onde espaço era o que não
faltava - do que as práticas organizadas dentro dos clubes, uma
situação que seria acentuada pela convivência com correntes
migratórias europeias que chegavam a polos urbanos como São
Paulo, principalmente, mas também Rio, Belo Horizonte e Porto
Alegre. Para estes grupos, como para as camadas desfavorecidas
de brasileiros nativos, o futebol se revelou um consistente fator
de identidade cultural, uma ponte que levava à essência do jogo,
como ocorreu na própria Inglaterra dos primeiros tempos: o
futebol como fator de aglutinação, convivência saudável e troca
de valores. A linguagem do futebol servia, para o estrangeiro,
como um primeiro fator de interação em um ambiente com língua
e costumes ainda desconhecidos.
É preciso destacar o papel de certa forma periférico, mas não
menos importante, de muitas escolas religiosas secundárias e
mesmo de Ensino Superior que estimulavam, em várias partes do
país, as práticas esportivas como ferramentas didáticas de
fomento à disciplina e ao respeito, incluindo a atração do
momento, o futebol. Não eram setores exatamente populares,
viviam sob modelos pedagógicos voltados às famílias
tradicionais, tanto que muitos de seus alunos passavam períodos
de estudo no Exterior. Mas movimentavam centenas de milhares
de jovens que foram se familiarizando com o novo esporte e que
saíam dali, mais tarde, com conhecimento suficiente para dar
sequência à sua difusão. Há exemplos documentados de práticas
do futebol em escolas de jesuítas, maristas e de outros grupos
católicos em várias capitais e cidades importantes já na década
de 1890, como o tradicional Colégio Pedro II, no Rio, o São
Vicente de Paula, em Petrópolis, e o Arquidiocesano, em São
Paulo. O gosto dos jovens pelo jogo de bola no ambiente
acadêmico reproduzia fielmente o cenário inglês dos primeiros
tempos do futebol, quando a sedução pela novidade gerou
adesão e envolvimento. Em Campinas, de uma escola particular
fundada pelos maçons e frequentada apenas por meninos, o
Colégio Culto à Ciência (hoje vinculado ao ensino público), surgiu
o clube mais antigo do Estado de São Paulo e o segundo mais
antigo do Brasil ainda em atividade, a Ponte Preta, fundada em
1900 por alunos que começaram a praticar o futebol nas aulas
de educação física da instituição. Foi de uma escola da Capital do
Estado, por sinal, que saiu um dos clubes fundadores da Liga
Paulista, o Mackenzie, criado em agosto de 1898 com o nome
Associação Athletica do Mackenzie College e que por mais de
uma década disputaria os campeonatos do Estado, tendo em seu
time alguns dos maiores ídolos dos primeiros tempos do futebol
brasileiro, como Manuel Nunes, o Neco, e principalmente Arthur
Friedenreich.
CHEGA O PROFISSIONALISMO
As formas dissimuladas de profissionalismo surgidas já na
segunda metade de década de 1910 tornaram-se bem mais
palpáveis nos anos seguintes. O crescimento da concorrência nos
campeonatos e, portanto, das rivalidades estimuladas pelas
torcidas levaram muitos clubes a criar artimanhas para
remunerar jogadores. A cobrança de ingressos, que foi permitida
com a condição de que os recursos fossem investidos na
manutenção da estrutura dos próprios clubes, muitas vezes era
uma saída para premiar os jogadores financeiramente, muitos
dos quais de origem humilde, que passaram a viver dessas
gorjetas fixas. As transferências de muitos atletas também
estiveram sob suspeita no período de surgimento de vários novos
clubes, que tinham como opções de mercado buscar jogadores
na várzea, nas escolas e, obviamente, nos times adversários. A
utilização inadequada do dinheiro arrecadado na bilheteria, tanto
na Liga Paulista quando no Rio de Janeiro, poderia acarretar
punições aos clubes, o que de fato aconteceu em São Paulo, onde
o recém-criado Scottish Wanderers, uma dissidência do São
Paulo Athletic, foi banido do campeonato – e fechou suas portas –
por usar as verbas como remuneração, o que caracterizava
profissionalismo. No Rio, Vasco da Gama e Bangu remuneravam
seus atletas praticamente às claras, mas de maneiras distintas.
O Bangu, por meio da fábrica têxtil de onde surgiu o time, com
seus jogadores-operários, e o Vasco através dos muitos
‘presentes’ que os jogadores recebiam dos dirigentes e
colaboradores oriundos da colônia portuguesa – dinheiro, roupas,
alimentos, bens diversos. O processo de fazer dos atletas
empregados assalariados, incluídos normalmente na folha de
pagamentos, muitas vezes passava também por registrá-los
como funcionários de alguns departamentos dos clubes, uma
forma de legalizar seus prêmios em dinheiro.
Obviamente essa situação provisória e incerta não era ideal
para nenhuma das partes, por desvalorizar tanto os clubes
quanto os jogadores e desmoralizar as competições, e só deixava
claro que o futebol precisava de um processo regulatório que
levasse ao profissionalismo para se estabelecer definitivamente e
tornar-se sustentável. Nesse caminho sem volta, consolidado no
início da década de 1930, já não havia mais espaço para os clubes
amadores, que durante algum tempo insistiram na retórica
hipócrita do diletantismo – algo irreal na prática, uma vez que
estimulava o ‘profissionalismo marrom’. O último a abandonar o
barco foi o Paulistano, que fechou o departamento de futebol
para competições oficiais. Inconformados, alguns dirigentes do
clube se uniram à Associação Atlética das Palmeiras, aderiram
ao profissionalismo contratando jogadores do próprio Paulistano
e fundaram o São Paulo Futebol Clube. O andamento da
profissionalização ocorreu num cenário confuso, uma vez que não
havia uma legislação específica voltada diretamente ao futebol,
exceto pelas leis trabalhistas reformadas pelo governo Getúlio
Vargas, que incluíram a profissão de futebolista entre as que
necessitavam de regulamentação. Foram anos de incerteza para
os jogadores, muitos dos quais aproveitaram suas origens
familiares – filhos ou netos de italianos, portugueses, espanhóis –
para se transferir a clubes europeus, onde o profissionalismo
corria solto há mais tempo e a instituições que cuidavam do
futebol agiam com mais transparência. Outros optaram pela
vizinhança e fizeram carreiras vitoriosas em clubes do Uruguai e
da Argentina.
Como agravante para o conturbado cenário esportivo naquele
momento se sucederam as crises por conta do panorama
econômico internacional e da situação política brasileira. O crack
da Bolsa de Nova York, em 1929, teve forte repercussão nas
empresas estrangeiras que atuavam no Brasil, com inevitável
reflexo na dinâmica econômica das grandes cidades, o que de
certa forma estancou o avanço de atividades paralelas, como o
futebol. No plano interno, as já desgastadas relações São Paulo-
Rio também no âmbito do futebol, que prejudicaram a formação
da Seleção Brasileira que disputou e fracassou na primeira Copa
do Mundo, em 1930, pioraram ainda mais com a Revolução
Constitucionalista de 1932 (Fig.17), fomentada nas cidades
paulistas como um contra-ataque à Revolução de 1930, quando o
governo provisório de Getúlio Vargas (Fig.18) reduziu a autonomia
dos Estados, após a deposição de Washington Luís. Era um
panorama social conturbado, no qual as entidades que
comandavam o esporte tampouco se entendiam. A Liga Carioca
foi a primeira a adotar oficialmente o profissionalismo para os
seus jogadores, em 1933. A Apea (Associação Paulista de
Esportes Atléticos), que vinha de uma fase de profundas
divergências com os cariocas, aderiu poucos meses depois.
Ambas, porém, tiveram que romper com a CBD (Confederação
Brasileira de Desportos), que insistiu mais algum tempo em suas
convicções sobre o amadorismo, tanto que levou para a Copa de
1934 uma Seleção (Fig.19) enfraquecida pelo boicote de várias
associações, acumulando seu segundo fiasco internacional. Dois
anos depois, a CBD rendeu-se ao profissionalismo e o futebol
brasileiro já poderia iniciar seu processo de reestruturação para
enfrentar uma nova realidade.
CONVULSÃO INTERNACIONAL
Ao completar suas quatro primeiras décadas de convivência com
o futebol, o Brasil parecia mais apto para encontrar seu lugar no
contexto internacional. Formava jogadores que despertavam
interesse de alguns centros importantes, consolidava seu estilo
tropical, que já se colocava como um modelo bem distante do
jogo um tanto mecanizado da Europa mas não necessariamente
com os mesmos sotaques do chamado futebol ‘criollo’ do
Uruguai e da Argentina, e desenhava a duras penas um padrão
interno de adaptação ao profissionalismo, que estava alguns
estágios adiante nos principais centros urbanos. Era preciso
ainda entender o momento de crescimento mundial da
modalidade que, por aqui, também já era um fenômeno popular.
Internacionalizar o futebol, obsessivo objetivo da Fifa desde
sua criação, não poderia ser um simples projeto de expansão
geográfica ou uma adesão coletiva automática de diferentes
povos e culturas a uma prática esportiva. Os senhores do jogo
sentiram de início as profundas dificuldades de produzir uma
expansão sustentável, primeiro com o trabalho de convencimento
das entidades federativas para a realização de um evento
multinacional e, depois, com o efetivo engajamento das
comunidades do futebol à proposta conceitual de uma Copa do
Mundo. E era impossível desvincular as ideias de globalização
dos panoramas políticos e econômicos nas décadas de 1920 e
1930. A Europa ainda curava as feridas da Primeira Guerra
quando governos autoritários se impunham na Itália, Espanha e
Alemanha. A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929,
afundou os Estados Unidos em anos de recessão, arrastando
alguns de seus parceiros europeus, Grã Bretanha principalmente.
Nesse clima seriam realizados três primeiros campeonatos
mundiais de futebol. Em 1930, Jules Rimet – manejando na Fifa
uma comunidade que já contava com 41 países - encabeçou
pessoalmente uma cruzada diplomática para conseguir que os
europeus participassem da Copa do outro lado do Atlântico e
levou ao Uruguai, num mesmo navio, apenas quatro seleções do
continente. Em 1934, entregou a organização do torneio ao
governo fascista de Benito Mussolini (Fig.20), que se encarregou
de investir o que fosse necessário para fazer a ‘sua’ Copa. E, em
1938, com a Europa novamente em estado de pré-conflito, a
Alemanha nazista em plena combustão e a Espanha afundada
em uma sangrenta guerra civil, a Fifa encontrou o apoio para
garantir a realizou da Copa do Mundo na França, país de Rimet,
que novamente costurou os interesses políticos e obteve o
mínimo suporte governamental necessário (ver capítulo 5).
TEMPOS DE ESTRATÉGIA
PROFUSÃO DE ESQUEMAS
Aos técnicos mais criteriosos é norma admitir que os esquemas
táticos têm relação direta com o material humano que está à
disposição, mas a história prova que as convicções defensivistas
e conservadoras determinam um tipo de desenho bastante
menos variável do que as opções ousadas e mais criativas. O
próprio esquema de Chapman poderia ser usado como uma
representação gráfica de 3-4-3 ofensivo ou baseado no contra-
ataque, se os quatro homens do meio tivessem vocação
defensiva. Foram inúmeras as variações que surgiram a partir do
molde do WM, incluindo algumas dos tempos modernos, como o
Barcelona de Pep Guardiola na primeira década do século XX e o
Milan da virada dos anos de 1980 para 1990. O Brasil bicampeão
do mundo de 1958 e 1962 adaptou a seus jogadores o modelo
básico do 4-2-4, ofensivo ao extremo e que pressupunha um risco
calculado para a defesa, exigindo a colaboração de um dos
pontas ao meio de campo, tarefa entregue a Zagallo pelo lado
esquerdo, uma vez que na outra ponta estava Mané Garrincha,
um atacante por definição. Esse padrão de futebol romântico
transformou-se gradativamente em um 4-3-3 fixo, graças ao
defensivismo em moda na década de 1960 e, mais tarde, num 4-
4-2, ainda hoje o mais popular, embora tenha perdido suas
características defensivas em razão da evolução do preparo físico
e das mudanças de concepção das próprias hierarquias das
posições. Os laterais, por exemplo, antes meros marcadores,
tornaram-se jogadores polivalentes, tão fundamentais no apoio
ao ataque quanto os próprios meio-campistas. A
multifuncionalidade dos jogadores modernos, aliás, possibilitou
desdobramentos de esquemas previamente consolidados, como
a transformação do 4-3-3 em representações tais como o 4-3-1-
2, com três atacantes sendo que um se encarrega da ligação, ou
o 4-3-2-1, ainda mais comum nos tempos atuais, no qual o último
atacante é utilizado como pivô, ou referência, enquanto os outros
dois jogadores mais ofensivos atuam na periferia da área
adversária, promovendo infiltrações frequentes.
O 4-2-4 da Seleção Brasileira bicampeã do mundo (Fig.3) foi,
na verdade, uma herança repaginada do esquema revolucionário
aplicado pelo técnico Gustáv Sebes na magnífica Hungria campeã
olímpica de 1952 (Fig.4) e recordista de jogos invictos no cenário
internacional até sofrer uma derrota justamente na final da Copa
do Mundo de 1954, na Suíça, para a Alemanha. O sistema de
Sebes, absolutamente ofensivo, partia de uma configuração que
transformava o WM de Chapman em um WW móvel, no qual a
defesa poderia receber um jogador a mais quando o time estava
sem a bola e retomava o 3-4-3 quando tinha a posse, chegando a
formar uma configuração com cinco atacantes e mais três no
apoio em momentos de pressão ofensiva. Sebes partia do
pressuposto de que todos os jogadores, exceto o goleiro,
deveriam ter habilidade suficiente para ajudar o time naquilo que
mais interessava, fazer gols. A par disso, era um estudioso de
métodos avançados de preparação física que permitiam fazer de
seus pupilos futebolistas completos também na proposta de
retomar a bola do adversário, em uma atitude coletiva de
pressão, naquilo que o treinador chamou de ‘futebol socialista’,
um digno representante do legado de Chapman e ao mesmo
tempo precursor do ‘futebol total’ da Holanda da primeira
metade da década de 1970. Em uma de suas mais célebres
exibições, o time húngaro foi a Londres, em novembro de 1953, e
aplicou uma goleada de 6 a 3 sobre a Inglaterra, no estádio de
Wembley, façanha que foi registrada na edição de 26 de
novembro daquele ano no jornal ‘O Estado de S. Paulo’: “Pela
primeira vez em 90 anos de futebol uma representação
estrangeira chega às Ilhas Britânicas para dominar
completamente um quadro inglês, e essa turma foi a da Hungria
comunista. Os cem mil espectadores, que assistiam ao encontro,
ficaram desolados. As camaras de televisão mostram uma turma
inglesa cansada e abatida caminhando para os vestiarios,
enquanto os jogadores húngaros se abraçavam e se beijavam,
demonstrando extraordinaria satisfação pelo grande feito.”
A antítese da ‘maravilha magiar’ de Gustáv Sebes foi o
catenaccio italiano idealizado pelo ex-jogador Nereo Rocco
(Fig.5), que foi buscar inspiração no clássico ‘ferrolho suíço’, o
radical esquema defensivo criado pelo técnico austríaco Karl
Rappan (Fig.6), nos anos 30. A proposta do catenaccio era cortar
todas as iniciativas de jogo do adversário por meio de uma
ferrenha marcação individual, na qual 10 dos 11 jogadores
estariam sempre atrás da linha bola, sendo que o modelo exigia a
presença de um líbero, um último zagueiro atrás de toda a equipe
e à frente do goleiro. Para tanto, o time deveria ter ao menos
nove jogadores com características defensivas. O modelo
pragmático de Rocco fez, bem ou mal, grande sucesso na década
de 1960 com o Milan e virou uma característica do próprio
futebol italiano, que incorporou aquele sistema especulativo
transportando-o para a Squadra Azzurra, a seleção italiana. Foi
ainda adotado e aperfeiçoado pelo treinador argentino Helenio
Herrera no período em que dirigiu a Internazionale de Milão, com
eficácia suficiente para levar a equipe ao bicampeonato europeu
de 1964 e 1965.
O marco da decadência do catenaccio foi justamente a derrota
da Inter de Helenio Herrera, em 1972, para o Ajax Amsterdã, de
Johan Cruyff (Fig.7), na final da Copa dos Campeões. Era o início
do curto reinado do ‘futebol total’, que o técnico Rinus Michels
(Fig.8) levaria para a Seleção da Holanda (Fig.9), uma proposta de
jogadores multiuso, praticamente sem posição fixa, que
empregavam velocidade espantosa no campo de ataque,
adotando simultaneamente o padrão pressing de marcação, uma
sufocante redução de espaços para o adversário, que só podia dar
resultado com excelente prepara físico. O ‘futebol total’ foi de tal
forma transformador que sua representação gráfica era
praticamente impossível. Poderia ser um 3-5-1 variável em
certos momentos das partidas, mas chegava a se travestir no
pré-histórico 2-3-5, utilizado nos primeiros 40 anos do futebol
após a normatização das regras e denominado ‘pirâmide
invertida’ – com a diferença de que a velocidade do jogo holandês
atingia rotações antes impensáveis, fazendo do modelo
rudimentar uma locomotiva trituradora de defesas. Após uma
das partidas em que o carrossel holandês atropelou mais um
adversário na Copa de 1974, ao passar pela Argentina com uma
goleada de 4 a 0, ‘O Estado de S. Paulo’ reproduzia em sua edição
de 27 de junho (Fig.10): “Se é verdade que o técnico da Argentina
nunca tinha se impressionado tanto com uma equipe de futebol, é
verdade, também, que, por justiça, a Holanda deveria ter marcado
mais gols. O domínio holandês foi amplo desde o início da partida e
a mobilidade de seus jogadores, sempre comandados por Cruyff,
fez com que os torcedores, em certos momentos, tivessem a
impressão que os argentinos estavam em menor número. (...) Os
argentinos já não pensavam numa reação. Eles estavam torcendo
para a partida terminar logo, a fim de não sofrerem mais gols.”
INTERNACIONALIZAÇÃO DE ESTILOS
Na primeira metade de sua caminhada pela geografia do esporte
e de sua adoção pelas comunidades mundo afora, o futebol viveu
de um permanente intercâmbio, que acoplava experiências e
difundia novidades. Esta constante transformação foi um dos
segredos de seu sucesso. Primeiro ocorreu com a aplicação das
regras, depois vieram as instituições normativas e a circulação de
atletas, amadores ou semiprofissionais, em seguida a troca de
experiências entre clubes e seleções graças a torneios regionais
ou eventos de grande porte, como a Copa do Mundo e, por fim,
ganhou corpo uma dinâmica de aprendizado mais cuidadoso dos
esquemas táticos e estratégias, necessários para a solidificação
da ‘personalidade’ do futebol. Foi uma sucessão de avanços que
caracterizaram a internacionalização da modalidade e criaram
estilos nacionais de jogo. É preciso sempre ressaltar que em
nenhum momento o futebol esteve à margem da sociedade.
Sofreu as consequências de graves crises econômicas, locais e
internacionais, e manteve-se vivo em meio a duas grandes
guerras, seguidas por dolorosos períodos de reconstrução física e
moral em uma ampla esfera geopolítica.
As Copas do Mundo disputadas do pós-guerra até o primeiro
torneio com amplo alcance via televisão - do Brasil/1950 à
Inglaterra/1966 – foram as principais vitrines para a difusão dos
estilos nacionais e, portanto, deram medidas mais precisas sobre
o nível de competitividade dos principais centros. O primeiro
mundial brasileiro, organizado na América do Sul também porque
grande parte da Europa ainda se ressentia das consequências do
conflito, confirmou a força do Uruguai – então o time do
continente mais respeitado na Europa – e colocou o Brasil em um
patamar de respeito internacional, apesar da derrota na final
justamente para os uruguaios, no célebre ‘Maracanazo (Fig.11)’. A
Seleção Brasileira, que já havia disputado um bom torneio na
última Copa antes da Segunda Guerra, em 1938, era um dos
componentes da nova leva de equipes cujo estilo se diferenciava
dos cenários clássicos do centro-norte europeu, casos também
de Hungria e Iugoslávia. A década de 1950, a rigor, foi pontuada
por momentos transformadores no cenário institucional do
futebol, com a multiplicação de países filiados à Fifa, a
revitalização de potências que ficaram à margem dos avanços da
modalidade por muitos anos – como Reino Unido e Alemanha - e
a criação de um órgão com forte influência internacional, a Uefa
(Union of European Football Associations). No campo de jogo, as
propostas de inovação tática e de futebol ofensivo viveram seu
apogeu graças a seleções nacionais como Hungria e Brasil e a
clubes como o Real Madrid da era do argentino-espanhol Di
Stéfano (Fig.12), ainda que, em contrapartida, os modelos
defensivos e conservadores, como os da Itália e da Suíça,
estivessem sempre presentes. A Copa de 1954 teve o maior
número de inscritos na fase eliminatória até então, 45 países, e a
maior média de gols da história, superior a cinco por partida,
índice que caiu para 3,6 gols por jogo no Mundial da Suécia/1958,
mesmo assim, um dos maiores do torneio em suas 19 edições.
Três significativos momentos de inflexão determinaram para
onde se encaminharia o futebol como conceito técnico nas
últimas décadas do século XX: a evolução dos modelos de
preparação física a partir dos anos de 1960, com a incorporação
gradativa de recursos científicos proporcionados por
especialistas das áreas médicas (fisioterapeutas, fisiologistas,
nutricionistas, psicólogos); a revolução dos meios de
comunicação na década de 1970, marcada, primeiro, pelo boom
televisivo nas transmissões esportivas, turbinado pelo processo
galopante de superexposição do futebol em todas as mídias e
coroada pelo advento da internet; e a transformação do futebol
em poderoso instrumento de mercado, um furacão no ambiente
de negócios que começou com a liberação da publicidade nas
camisas e nos estádios ainda nas décadas de 1980 e 1990,
passou pelos contratos para exploração de eventos e marcas
esportivas em geral até chegar aos megaprojetos de marketing e
comercialização de imagem, tanto de atletas como de
instituições (ver capítulo 6).
O MUNDO REPAGINADO
O rearranjo geopolítico da década de 1990 na Europa funcionou
como uma espécie de nova ordem para o futebol internacional. A
queda do Muro de Berlim em 1989, o colapso da União Soviética
em 1991 e o longo conflito nos Balcãs, desde a dissolução da
Iugoslávia até a Guerra do Kosovo no final da década, provocaram
uma redistribuição de forças desde o centro norte europeu em
direção ao extremo leste do antigo território soviético, não
apenas por promover a incorporação de novos países ao cenário
esportivo, mas por potencializar uma incessante circulação de
jogadores por praticamente todos os grandes centros do
continente. Se no futebol da Alemanha, agora sob novos
horizontes políticos e sociais, a mudança foi menos traumática,
para nações de tradição nesse esporte, como União Soviética e
Iugoslávia, a fragmentação custou caro e teve um impacto inicial
devastador. A nova Rússia praticamente desapareceu por algum
tempo da linha de frente das competições europeias e, em sua
primeira Copa do Mundo, em 1994, terminou em 18º lugar. Seus
principais clubes foram reestruturados e só a partir da virada do
século surgiram equipes mais competitivas, ao passo que
vizinhos da antiga confederação, como Ucrânia e Uzbequistão,
também se adequavam ao novo momento, calcados nos
investimentos dos inúmeros milionários que surgiram a partir da
privatização das grandes companhias soviéticas de antes da
fragmentação.
A Iugoslávia, tradicionalmente um time de grandes qualidades
técnicas e que disputou seu último Mundial sob bandeira única
em 1990, na Itália (foi 5ª colocada), foi a maior vítima das
transformações do período, palco de duas guerras fratricidas.
Com o conflito separatista da primeira metade década, surgiram
Croácia , Eslovênia, Macedônia e Bósnia Herzegovina, entre 1990
e 1993. No futebol, a Croácia foi a primeira disputar uma Copa do
Mundo (terceira colocada na França/1998), enquanto a Sérvia
ainda estava envolvida nos combates da Guerra do Kosovo,
encerrada apenas em 1999. Em 2006, ainda unificadas, Sérvia e
Montenegro disputaram o Mundial da Alemanha, mas poucos
meses depois eram nações independentes. As incertezas geradas
no período dos conflitos, a difícil situação econômica dos clubes
na região e as consequências da Lei Bosman – que em 1995
determinou a livre circulação de futebolistas da zona do euro,
ampliando o mercado para jogadores estrangeiros – provocaram
uma verdadeira diáspora na antiga Iugoslávia, levando seus
principais jogadores a buscarem espaço em equipes de Itália,
Espanha e Inglaterra, principalmente.
A ampliação do mercado europeu, por outro lado, também
possibilitou uma maior circulação de jogadores oriundos de
países que gravitavam em torno da antiga União Soviética, como
Romênia e Bulgária, além de facilitar a chegada de novas ondas
de africanos, asiáticos e sul-americanos, inclusive para clubes de
países com pouca tradição no futebol. Em outras nações, as
transformações geopolíticas pós-URSS tiveram consequências
bem mais suaves e praticamente passaram ao largo do futebol.
Foi o caso da Tchecoslováquia, cuja separação em duas
repúblicas (República Checa e Eslováquia), oficializada em 1993,
foi resultado de um processo pacífico de negociação, conhecido
como ‘Divórcio de Veludo’. No campo de jogo, a mescla de estilos
proporcionada pela livre circulação de jogadores em grande parte
da Europa descaracterizou modelos nacionais herméticos, ao
passo que permitiu uma abertura tática e técnica perfeitamente
aceitável pelas comunidades de torcedores, apesar de ter
derrubado alguns símbolos clássicos e noções de pertencimento
que vinham desde os primórdios do futebol. Ao torcedor, seguir
um clube que agora não tinha apenas vínculos locais, formados
muitas vezes por jogadores de múltiplas origens, era só o sinal
mais significativo dos tempos de globalização. O futebol europeu
entrava numa ciranda transformadora dos estilos nacionais, na
qual mesmo os times mais tradicionais refletiam o amálgama
das inúmeras correntes sociais e étnicas que circulavam pelo
continente.
METAMORFOSE DO ESPETÁCULO
DESVIOS DE RUMO
A par das consequências diretas da mercantilização do futebol no
ambiente do jogo propriamente dito, uma série de efeitos
colaterais teve como impulso as fortunas que passaram a ser
movimentadas com a ruptura de certos valores esportivos
verificada nos anos 80 e 90. Nas últimas três décadas, o mundo
do futebol viu multiplicarem-se os escândalos de arranjo de
resultados, de suborno de atletas e árbitros, de manipulação de
apostas, de tráfico de influência, de falsidade ideológica e de
lavagem de dinheiro. A promiscuidade no trato dos recursos
também potencializou dois males inerentes à própria
modalidade, ainda que não tenham necessariamente conexão
direta com os esquemas financeiros – o doping e a violência do
hooliganismo (Fig.8). No primeiro caso, por acirrar a procura
incessante por melhor rendimento em um contexto de altíssima
competitividade e, no segundo, por fomentar relações hostis fora
do terreno de jogo, a ponto de fornecer pretextos para a explosão
de tensões sociais.
Vários grandes centros do futebol internacional foram palco
de escândalos de manipulação de resultados e suborno desde a
década de 1980. Na Argentina, falsificação de passaportes para
jogadores transferidos à Europa e lavagem de dinheiro
envolvendo os principais clubes; no Brasil, rede de fraudadores
da loteria esportiva e esquema de suborno de árbitros no
Campeonato Brasileiro; na Itália, um gigantesco sistema de
manipulação de arbitragens e resultados comandado pelo ex-
dirigente Luciano Moggi, entre outros, em 2005/2006,
envolvendo jogadores e dirigentes; e na Alemanha, um processo
de ‘acerto’ em no mínimo 200 partidas de futebol, por ação da
máfia de apostadores que atingiu outros países europeus em
2009 (Áustria, Croácia, Bélgica, Hungria, Turquia, Eslovênia,
Suíça e Bósnia). Recentemente, as crises financeiras
internacionais e o maior rigor nas apurações de fraudes por toda
a Europa expuseram também problemas de manipulação de
jogos na Espanha e em vários países no contexto da Uefa que
estão sob investigação sigilosa. O binômio falta de
transparência/impunidade ainda pauta as relações de poder no
futebol. Numa das poucas apurações realizadas a fundo, o
esquema do ‘Calciopoli’ de Luciano Moggi no futebol italiano
terminou, alguns anos depois, com ruidosas punições. A
Juventus de Turim, maior beneficiada pelo esquema, perdeu seus
dois títulos conquistados no período (entre 2004 e 2006) e foi
rebaixada à Série B. Outros clubes beneficiados, como Milan,
Fiorentina e Lazio, perderam pontos no campeonato e receberam
multas. Moggi só foi condenado cinco anos depois do início das
investigações. Em 2012, outro esquema de manipulação foi
descoberto no futebol italiano, envolvendo acerto de partidas em
troca de dinheiro. A investigação em torno de 150 envolvidos
ainda não terminou.
As inúmeras vulnerabilidades do ambiente do futebol, que
possui ramificações em todos os cantos do planeta, fazem com
que entidades e estruturas de competição sejam solo fértil para
ações ilegais, um paraíso para corruptos e corruptores. A
Financial Action Task Force (ou Gafi - Grupo de Ação Financeira
contra a Lavagem de Dinheiro), criada pelo grupo de nações
pertencentes ao G7 com o objetivo de combater a lavagem de
dinheiro em todos os segmentos, tem chamado a atenção em
vários estudos e documentos sobre como agem os delinquentes
e por que elegem o futebol como um de seus alvos favoritos. O
Gafi destaca a facilidade proporcionada por intrincadas redes
com inúmeras partes interessadas em transferências de
jogadores, promoção de eventos, contratos de todas as espécies,
que têm a participação de agentes, empresários, intermediários e
dirigentes nem sempre reconhecidos, que gravitam em torno das
principais fontes de financiamento. Destaca ainda a diversidade
das estruturas jurídicas, a falta de dirigentes profissionais, a
precariedade administrativa dos clubes e o caráter irracional dos
valores envolvidos em muitas transações. A este fatores se
somam características peculiares dos contornos comunitários do
futebol, as recompensas intangíveis em um segmento repleto de
incertezas, a facilidade de acesso a esse mercado e a
vulnerabilidade social de muitos dos personagens envolvidos,
jogadores em especial.
No que diz respeito especificamente à lavagem de dinheiro, o
Gafi traça um panorama ameaçador constituído em torno das
sedutoras quantias financeiras movimentadas pelo futebol de
mercado, destacado no documento intitulado ‘Lavagem de
Dinheiro – O Setor do Futebol’, de 2009: “Essa complexa rede de
motivações financeiras e extrafinanceiras torna o setor do futebol
atrativo aos olhos de delinquentes que procuram legitimizar seu
status social. O que está ocorrendo é que o dinheiro procedente
da lavagem vai se ‘integrando’ e sendo usado para se conquistar
prestígio e influência, benefício que têm um grande valor em por
si só e oferece oportunidades de acesso a maiores ganhos, lícitos
e ilícitos. O delinquente está comprando um bilhete de entrada
para um entorno social. O futebol possui uma longa história de
investimentos procedentes de pessoas abastadas e prósperas
empresas da iniciativa privada que alcançaram êxito em outros
segmentos do comércio e da indústria. Há também casos de
indivíduos com antecedentes duvidosos que investem no futebol
– tanto nas esferas de alto nível de competição como nos
circuitos locais de futebol amador – e que pode ter como
motivação atingir uma posição de prestígio na sociedade.”
Para os escândalos morais e comportamentais provocados
pelo hooliganismo, o futebol ainda não encontrou soluções,
apesar de existir um conceito cada vez mais compartilhado de
que os torcedores violentos são praticamente apêndices do
futebol, usam o poder de mobilização do esporte para ações
violentas que promoveriam em qualquer outro cenário de tensão
– nada necessariamente relacionado ao jogo em si. A mais
célebre experiência de ‘domesticação’ dos hooligans, realizada
pelo governo da primeira ministra Margareth Thatcher (Fig09) na
Inglaterra a partir dos inúmeros distúrbios e mortes da década de
1980 revelou-se um processo de exclusão socioeconômica mais
do que uma mudança de parâmetros comportamentais. Com
base no clima tenso e ameaçador daquele período, após as
mortes da Tragédia de Hillsborough, na final da FA Cup de 1989,
entre Liverpool e Nottingham Forest, Thatcher produziu uma
‘limpa’ nos estádios, que incluiu reformas de porte com base em
segurança e conforto, a partir do chamado ‘Relatório Taylor’, o
levantamento sobre a situação dos clubes e suas dependências
esportivas que foi assinado pelo Lorde Taylor de Gosforth. A
reforma posta em prática nos anos 90 tornou os estádios seguros
e de tal forma sofisticados que os altos preços que passaram a
ser cobrados afastaram não só os hooligans mas também grande
parte dos torcedores de baixa renda – uma opção
segregacionista, por sinal, adotada em vários grandes centros do
futebol mundial.
IMPULSO FEMININO
Na outra ponta da meada da ‘espetacularização’, o futebol
encontrou um enorme conjunto de possibilidades para seu
crescimento sustentado, descobriu alguns novos nichos
geográficos, consolidou seu apelo sedutor dirigido aos jovens,
adotou importantes meios tecnocientíficos e fez justiça à
evolução do futebol feminino (Fig.10). A visibilidade e a
competitividade em mercados com pouco prestígio nos
tradicionais centros do futebol masculino fizeram com que as
mulheres ganhassem um novo status a partir de meados dos
anos de 1980, pegando carona na farta exposição midiática e na
oferta dos conceitos de marketing recém adotados em todas as
instâncias do ambiente profissional. Em outras palavras, o
futebol das moças passou a ter meios de ser financiado, de se
desenvolver tecnicamente e de obter retorno, sem que fosse
preciso fazer concessões em um ambiente de entranhas
machistas. Na verdade, o futebol feminino também é uma prática
centenária, tinha relativa popularidade no fim do século XIX em
países como França e Grã Bretanha, especialmente na Escócia,
onde se realizaram as primeiras partidas consideradas oficiais,
época em que as moças obviamente enfrentavam barreiras
sexistas mais rígidas, sob o argumento de que o jogo físico, às
vezes violento e exigente do ponto de vista da destreza, não
permitia grandes conquistas técnicas entre as mulheres. No
Reino Unido, durante a Primeira Guerra, o número de praticantes
do sexo feminino aumentou em consequência do recrutamento
de milhares de soldados para o front, houve ainda em alguns
países tentativas de organização em torno de entidades
federativas, mas os avanços foram mínimos e o jogo feminino
mal sobreviveu ao longo de décadas, vivendo de ligas amadoras
principalmente no norte da Europa. Uma iniciativa da Football
Association (FA), somente em 1969, atendendo a uma demanda
de vários times surgidos no interior da Inglaterra, abriu novas
perspectivas.
O primeiro torneio internacional de futebol feminino foi criado
pela Uefa em 1982, mas a decisão do campeonato só ocorreu
dois anos depois, com a vitória da Suécia na final sobre a
Inglaterra. Houve ainda duas disputas em 1987 e 1989, mas o
denominado Campeonato Europeu de Futebol Feminino
(Eurocopa de Nações) começou efetivamente a ser disputado em
1991, mesmo ano em que a Fifa criou a Copa do Mundo de
Futebol Feminino, que já teve seis edições e é disputada com o
mesmo calendário do masculino, de quatro em quatro anos.
Exceto pelas presenças da Alemanha (bicampeã mundial em
2003/2007) e do Brasil em pódios ocasionais, o domínio técnico
de países como Estados Unidos, Noruega e Suécia ainda é
bastante acentuado e demonstra que o eixo de poder dos times
do masculino não se verificou no feminino, principalmente pela
pouca efetividade das equipes sul-americanas. Mas a expansão
da modalidade permitiu que outros países mostrassem grande
evolução técnica na última década, casos de Japão, China,
França e Itália.
Na Copa do Mundo de 2011, disputada na Alemanha por 16
equipes e vencida pelo Japão, a Fifa estabeleceu que a Europa
tinha direito a quatro representantes, além de um quinto com o
país-sede do evento, a América do Sul teve dois, a região da
Concacaf também dois e um terceiro na repescagem disputada
com a Europa, a Ásia entrou com três representantes, a África
com dois e a Oceania com um. Para o próximo Mundial (em 2015,
no Canadá) pela primeira vez participarão 24 países. A Fifa
calcula que aproximadamente 30 milhões de mulheres joguem
futebol no mundo com algum tipo de filiação a federações, em
todas as categorias. A entidade possui 135 seleções femininas
cadastradas em seu ranking periódico e estima que cerca de 12%
do número total de jogadores jovens no mundo sejam mulheres.
Além de organizar a Copa do Mundo Feminina, o torneio para
mulheres dos Jogos Olímpicos e a Copa Mundial de Clubes, a Fifa
mantém campeonatos mundiais de seleções Sub-17 e Sub-20,
disputados de dois em dois anos.
CAMPEÃO: URUGUAI
VICE: ARGENTINA
3º LUGAR: EUA
4º LUGAR: IUGOSLÁVIA
ARTILHEIRO: GUILLERMO STABILE (ARG), COM OITO GOLS
SELEÇÕES: 13
JOGOS: 18
GOLS: 70 (MÉDIA DE 3,9 POR JOGO)
PÚBLICO: 434.500 (MÉDIA DE 24.138 POR JOGO)
ITÁLIA
1934
De 27 de maio a 10 de junho
rganizado em pleno crescimento do regime fascista de Benito
Mussolini, Il Duce, foi o primeiro Mundial em que as seleções
CAMPEÃO: ITÁLIA
VICE: TCHECOSLOVÁQUIA
3º LUGAR: ALEMANHA
4º LUGAR: ÁUSTRIA
ARTILHEIRO: OLDRICH NEJEDLY (TCH), COM CINCO GOLS
SELEÇÕES: 16
JOGOS: 17
GOLS: 70 (MÉDIA DE 4,1 POR JOGO)
PÚBLICO: 358.000 (MÉDIA DE 21.058 POR JOGO)
FRANÇA
1938
De 4 a 19 de junho
om o mundo em polvorosa no fim da década de 1930, a organização
da terceira edição da Copa não passou incólume às incertezas
CAMPEÃO: ITÁLIA
VICE: HUNGRIA
3º LUGAR: BRASIL
4º LUGAR: SUÉCIA
ARTILHEIRO: LEÔNIDAS DA SILVA (BRA), COM SETE GOLS
SELEÇÕES: 15
JOGOS: 18
GOLS: 84 (MÉDIA DE 4,7 POR JOGO)
PÚBLICO: 376.000 (MÉDIA DE 20.888 POR JOGO)
BRASIL
1950
De 24 de junho a 16 de julho
epois que a Copa do Mundo correu o risco de ser extinta, em
consequência da devastação de parte da Europa pela Segunda
CAMPEÃO: URUGUAI
VICE: BRASIL
3º LUGAR: SUÉCIA
4º LUGAR: ESPANHA
ARTILHEIRO: ADEMIR (BRA), COM NOVE GOLS
SELEÇÕES: 13
JOGOS: 22
GOLS: 88 (MÉDIA DE 4,0 POR JOGO)
PÚBLICO: 1.043.500 (MÉDIA DE 47.431 POR JOGO)
SUÍÇA
1954
De 16 de junho a 14 de julho
primeiro Mundial disputado na Europa após a Segunda Guerra foi
confirmado para a Suíça, o país que naquele momento tinha melhor
CAMPEÃO: BRASIL
VICE: SUÉCIA
3º LUGAR: FRANÇA
4º LUGAR: ALEMANHA OCIDENTAL
ARTILHEIRO: JUST FONTAINE (FRA), COM 13 GOLS
SELEÇÕES: 16
JOGOS: 35
GOLS: 126 (MÉDIA DE 3,6 POR JOGO)
PÚBLICO: 919.580 (MÉDIA DE 26.273 POR JOGO)
CHILE
1962
De 30 de maio a 17 de junho
om a Copa de volta ao continente sul-americano, a escolha do Chile
como sede teve origem no Congresso da Fifa de 1956, realizado em
CAMPEÃO: BRASIL
VICE: TCHECOSLOVÁQUIA
3º LUGAR: CHILE
4º LUGAR: IUGOSLÁVIA
ARTILHEIROS: FLORIAN ALBERT (HUN), VALENTIN IVANOV (URSS),
DRAZEN JERKOVIC (IUG), LEONEL SANCHEZ (CHI), VAVÁ (BRA),
GARRINCHA (BRA), COM QUATRO GOLS
SELEÇÕES: 16
JOGOS: 32
GOLS: 89 (MÉDIA DE 2,8 POR JOGO)
PÚBLICO: 899.074 (MÉDIA DE 28.096 POR JOGO)
INGLATERRA
1966
De 11 a 30 de julho
influência do presidente da Fifa, sir Stanley Rous, foi decisiva para
que a Inglaterra derrotasse a poderosa candidatura da Alemanha no
CAMPEÃO: INGLATERRA
VICE: ALEMANHA OCIDENTAL
3º LUGAR: PORTUGAL
4º LUGAR: UNIÃO SOVIÉTICA
ARTILHEIRO: EUSÉBIO (POR), COM NOVE GOLS
SELEÇÕES: 16
JOGOS: 32
GOLS: 89 (MÉDIA DE 2,8 POR JOGO)
PÚBLICO: 1.635.000 (MÉDIA DE 51.093 POR JOGO)
MÉXICO
1970
De 31 de maio a 21 de junho
Mundial do México foi um marco de transição para a era moderna do
futebol. Pela primeira vez uma Copa foi transmitida ao vivo para todo
CAMPEÃO: BRASIL
VICE: ITÁLIA
3º LUGAR: ALEMANHA OCIDENTAL
4º LUGAR: URUGUAI
ARTILHEIRO: GERD MUELLER (ALE), COM DEZ GOLS
SELEÇÕES: 16
JOGOS: 32
GOLS: 95 (MÉDIA DE 3,0 POR JOGO)
PÚBLICO: 1.603.975 (MÉDIA DE 50.124 POR JOGO)
ALEMANHA
1974
De 13 de junho a 7 de julho
ma decisão tomada em Londres, em 1966, colocou de volta a
Alemanha no circuito oficial do futebol, após tanto tempo de
CAMPEÃO: ARGENTINA
VICE: HOLANDA
3º LUGAR: BRASIL
4º LUGAR: ITÁLIA
ARTILHEIRO: MARIO KEMPES (ARG), COM SEIS GOLS
SELEÇÕES: 16
JOGOS: 38
GOLS: 102 (MÉDIA DE 2,7 POR JOGO)
PÚBLICO: 1.546.151 (MÉDIA DE 40.688 POR JOGO)
ESPANHA
1982
De 13 de junho a 11 de julho
Mundial organizado pela Espanha foi o primeiro a refletir de forma
consistente o crescimento do futebol a partir da década de 1970. O
CAMPEÃO: ITÁLIA
VICE: ALEMANHA OCIDENTAL
3º LUGAR: POLÔNIA
4º LUGAR: FRANÇA
ARTILHEIRO: PAOLO ROSSI (ITA), COM SEIS GOLS
SELEÇÕES: 24
JOGOS: 52
GOLS: 146 (MÉDIA DE 2,8 POR JOGO)
PÚBLICO: 2.109.723 (MÉDIA DE 40.571 POR JOGO)
MÉXICO
1986
De 31 de maio a 29 de junho
unca um mesmo país havia organizado a Copa do Mundo em duas
ocasiões, mas a escolha do México foi uma saída prática para um
CAMPEÃO: ARGENTINA
VICE: ALEMANHA OCIDENTAL
3º LUGAR: FRANÇA
4º LUGAR: BÉLGICA
ARTILHEIRO: GARY LINEKER (ING), COM SEIS GOLS
SELEÇÕES: 24
JOGOS: 52
GOLS: 132 (MÉDIA DE 2,5 POR JOGO)
PÚBLICO: 2.393.331 (MÉDIA DE 46.025 POR JOGO)
ITÁLIA
1990
De 8 de junho a 8 de julho
m sua segunda Copa do Mundo, a Itália preparou estádios em 12
cidades e ofereceu uma estrutura exemplar para as 24 seleções,
CAMPEÃO: ALEMANHA
VICE: ARGENTINA
3º LUGAR: ITÁLIA
4º LUGAR: INGLATERRA
ARTILHEIRO: SALVATORE SCHILLACI (ITA), COM SEIS GOLS
SELEÇÕES: 24
JOGOS: 52
GOLS: 115 (MÉDIA DE 2,2 POR JOGO)
PÚBLICO: 2.516.348 (MÉDIA DE 48.391 POR JOGO)
ESTADOS UNIDOS
1994
De 17 de junho a 17 de julho
efinida em 1988, a escolha dos Estados Unidos para receber o
Mundial gerou dúvidas e críticas por parte de alguns países, que
CAMPEÃO: BRASIL
VICE: ITÁLIA
3º LUGAR: SUÉCIA
4º LUGAR: BULGÁRIA
ARTILHEIROS: OLEG SALENKO (RUS) E HRISTO STOICHKOV (BUL), COM
SEIS GOLS
SELEÇÕES: 24
JOGOS: 52
GOLS: 141 (MÉDIA DE 2,7 POR JOGO)
PÚBLICO: 3.587.538 (MÉDIA DE 68.991 POR JOGO)
FRANÇA
1998
De 10 de junho a 12 de julho
segundo Mundial organizado pela França abriu a etapa com 32
seleções na disputa, fazendo com que 170 países se inscrevessem
CAMPEÃO: FRANÇA
VICE: BRASIL
3º LUGAR: CROÁCIA
4º LUGAR: HOLANDA
ARTILHEIRO: DAVOR SUKER (CRO), COM SEIS GOLS
SELEÇÕES: 32
JOGOS: 64
GOLS: 171 (MÉDIA DE 2,7 POR JOGO)
PÚBLICO: 2.785.100 (MÉDIA DE 43.517 POR JOGO)
COREIA DO SUL E JAPÃO
2002
De 31 de maio a 30 de junho
m seu afã de expandir o futebol por novas fronteiras, a Fifa quebrou
vários paradigmas no Mundial de 2002. Realizou a primeira Copa na
CAMPEÃO: BRASIL
VICE: ALEMANHA
3º LUGAR: TURQUIA
4º LUGAR: CORÉIA DO SUL
ARTILHEIRO: RONALDO (BRA), COM OITO GOLS
SELEÇÕES: 32
JOGOS: 64
GOLS: 161 (MÉDIA DE 2,5 POR JOGO)
PÚBLICO: 2.705.197 (MÉDIA DE 42.268 POR JOGO)
ALEMANHA
2006
De 9 de junho a 9 de julho
scolhida como sede da competição em julho de 2000, numa polêmica
disputa voto a voto com a África do Sul, a Alemanha realizou um
CAMPEÃO: ITÁLIA
VICE: FRANÇA
3º LUGAR: ALEMANHA
4º LUGAR: PORTUGAL
ARTILHEIRO: MIROSLAV KLOSE (ALE), COM CINCO GOLS
SELEÇÕES: 32
JOGOS: 64
GOLS: 147 (MÉDIA DE 2,3 POR JOGO)
PÚBLICO: 3.359.439 (MÉDIA DE 52.491 POR JOGO)
ÁFRICA DO SUL
2010
De 11 de junho a 11 de julho
CAMPEÃO: ESPANHA
VICE: HOLANDA
3° LUGAR: ALEMANHA
4° LUGAR: URUGUAI
SELEÇÕES: 32
JOGOS: 64
1991
VICE: NORUEGA
3° LUGAR: SUÉCIA
SUÉCIA
1995
CAMPEÃO: NORUEGA
VICE: ALEMANHA
EUA
1999
VICE: CHINA
3° LUGAR: BRASIL
EUA
2003
CAMPEÃO: ALEMANHA
VICE: SUÉCIA
CHINA
2007
CAMPEÃO: ALEMANHA
VICE: BRASIL
ALEMANHA
2011
CAMPEÃO: JAPÃO
3° LUGAR: SUÉCIA
1976 4º LUGAR
1984 PRATA
1988 PRATA
1996 BRONZE
2008 BRONZE
2012 PRATA
ANO OURO PRATA BRONZE
1996 EUA CHINA NORUEGA
2000 NORUEGA EUA ALEMANHA
2004 EUA BRASIL ALEMANHA
2008 EUA BRASIL ALEMANHA
2012 EUA JAPÃO CANADÁ
TAÇA BRASIL
1959 BAHIA
1960 SANTOS
1961 SANTOS
1962 SANTOS
1963 SANTOS
1964 SANTOS
1965 SANTOS
1966 CRUZEIRO
1967 PALMEIRAS
1968 BOTAFOGO
1967 PALMEIRAS
1968 SANTOS
1969 PALMEIRAS
1970 FLUMINENSE
BRASILEIRÃO
BRASILEIRÃO
1972 PALMEIRAS
1973 PALMEIRAS
1975 INTERNACIONAL
1976 INTERNACIONAL
1979 INTERNACIONAL
1980 FLAMENGO
1981 GRÊMIO
1982 FLAMENGO
1983 FLAMENGO
1984 FLUMINENSE
1985 CORITIBA
1988 BAHIA
1992 FLAMENGO
1993 PALMEIRAS
1994 PALMEIRAS
1995 BOTAFOGO
1996 GRÊMIO
1998 CORINTHIANS
1999 CORINTHIANS
2002 SANTOS
2003 CRUZEIRO
2004 SANTOS
2005 CORINTHIANS
2010 FLUMINENSE
2011 CORINTHIANS
2012 FLUMINENSE
COPA DO BRASIL
1989 GRÊMIO
1990 FLAMENGO
1991 CRICIÚMA
1992 INTERNACIONAL
1993 CRUZEIRO
1994 GRÊMIO
1995 CORINTHIANS
1996 CRUZEIRO
1997 GRÊMIO
1998 PALMEIRAS
1999 JUVENTUDE
2000 CRUZEIRO
2001 GRÊMIO
2002 CORINTHIANS
2003 CRUZEIRO
2005 PAULISTA
2006 FLAMENGO
2007 FLUMINENSE
2008 SPORT
2009 CORINTHIANS
2010 SANTOS
2012 PALMEIRAS
COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA
1960 PEÑAROL
1961 PEÑAROL
1962 SANTOS
1963 SANTOS
1964 INDEPENDIENTE
1965 INDEPENDIENTE
1966 PEÑAROL
1967 RACING
1968 ESTUDIANTES
1969 ESTUDIANTES
1970 ESTUDIANTES
1971 NACIONAL
1972 INDEPENDIENTE
1973 INDEPENDIENTE
1974 INDEPENDIENTE
1975 INDEPENDIENTE
1976 CRUZEIRO
1977 BOCA JUNIORS
1979 OLÍMPIA
1980 NACIONAL
1981 FLAMENGO
1982 PEÑAROL
1983 GRÊMIO
1984 INDEPENDIENTE
1987 PEÑAROL
1988 NACIONAL
1989 NACIONAL
1990 OLÍMPIA
1991 COLO-COLO
1995 GRÊMIO
1996 RIVER PLATE
1997 CRUZEIRO
1998 VASCO
1999 PALMEIRAS
2002 OLÍMPIA
2006 INTERNACIONAL
2008 LDU
2009 ESTUDIANTES
2010 INTERNACIONAL
2011 SANTOS
2012 CORINTHIANS
CORINTHIANS
São Paulo, SP - Brasil
PALMEIRAS
São Paulo, SP - Brasil
SÃO PAULO
São Paulo, SP - Brasil
Estádio – Morumbi
SANTOS
Santos, SP - Brasil
e tivesse apenas revelado uma raridade esportiva como foi o Rei Pelé,
o Santos já teria cumprido sua missão no futebol mundial. Mas este
BOTAFOGO
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Estádio – Engenhão
FLAMENGO
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Estádio – Maracanã
FLUMINENSE
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Estádio – Maracanã
VASCO DA GAMA
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
ATLÉTICO MINEIRO
Belo Horizonte, MG – Brasil
Estádios – Independência/Mineirão
rimeiro vencedor da era moderna do Campeonato Brasileiro, iniciada
oficialmente em 1971, e maior campeão do futebol mineiro, com 42
CRUZEIRO
Belo Horizonte, MG – Brasil
Estádio – Mineirão
origem do clube mais vitorioso de Minas Gerais tem muitas
semelhanças com o Palmeiras. Fundado pela colônia italiana, foi
GRÊMIO
Porto Alegre, RS – Brasil
INTERNACIONAL
Porto Alegre, RS – Brasil
CORITIBA
Curitiba, PR - Brasil
omo grande parte dos times mais antigos do país, o Coritiba nasceu
pela iniciativa de um grupo de imigrantes, neste caso alemães, que
BAHIA
Salvador, BA – Brasil
SPORT RECIFE
Recife, PE – Brasil
BARCELONA
Barcelona, Espanha
REAL MADRID
Madrid, Espanha
ATLÉTICO DE MADRID
Madrid, Espanha
JUVENTUS DE TURIM
Turim, Itália
MILAN
Milão, Itália
INTERNAZIONALE
Milão, Itália
Fundação – 9 de março de 1908
Q barreiras aos jogadores estrangeiros. Mas o time pagou por isso com
a ascensão do fascismo. A associação do nome à Internacional
Comunista, fundada em 1919 por iniciativa de Lenin e dos partidos de
esquerda da Rússia, fez com que o governo de Benito Mussolini obrigasse o
clube a mudar sua denominação para Società Sportiva Ambrosiana, em
1929, não impedindo, porém, que os torcedores continuassem gritando
‘Forza Inter!’ durante os jogos. Essa pressão levou os dirigentes a
conseguirem permissão de usar o nome Ambrosiana-Inter a partir de 1932
e até o final da Segunda Guerra. A rivalidade com o Milan e também com a
Juventus marcou toda a trajetória do clube, que teve um período glorioso a
partir de meados da década de 1950, quando formou o time chamado de
‘Grande Inter’, viveu momentos complicados nas décadas de 1980 e 1990 e
só retomou as conquistas com o pentacampeonato italiano na segunda
metade dos anos 2000, fechando o ciclo com a conquista da Champions
League (2010), a terceira de sua história. A Inter conquistou no total 18
títulos italianos, sete Copas da Itália e três mundiais interclubes.
ROMA
Roma, Itália
Fundação – 22 de julho de 1927
'
ARSENAL
Londres, Inglaterra
Fundação – 11 de dezembro de 1886
CHELSEA
Londres, Inglaterra
Fundação – 1880
Fundação – 1878
BORUSSIA DORTMUND
Dortmund, Alemanha
O uma liga oficial oito anos depois dos primeiros jogos, sendo que o
nome Schalke 04 seria adotado bem mais tarde, após a Primeira
Guerra. Desde os primeiros tempos, porém, o clube tinha forte apelo
popular e nunca parou de conquistar seguidores e adeptos de diversas
práticas esportivas. Em seu primeiro momento de grandes conquistas,
durante as décadas de 1930 e 1940, consolidou uma forte rivalidade contra
o Borussia Dortmund e construiu o estigma de ser uma equipe muito difícil
de ser vencida em seu estádio, algo que ainda hoje se constitui em uma
árdua missão para os visitantes que enfrentam a pressão da Veltins Arena.
Com cerca de 120 mil sócios, o Schalke mantém-se como um dos clubes
mais populares da Alemanha, ainda que tenha passado por algumas crises
institucionais e financeiras, que levaram a dois rebaixamentos nas últimas
três décadas. Foi sete vezes campeão da Bundesliga, conquistou cinco
Copas da Alemanha e seu principal título internacional foi a Copa da Uefa
de 1996/1997, atual Europa League, numa final contra a Internazionale de
Milão.
STUTTGART
Stuttgart, Alemanha
Fundação – 1899
Estádio – Vélodrome
Fundação – 1899
Estádio – Gerland
PORTO
Porto, Portugal
Estádio – La Bombonera
INDEPENDIENTE
Buenos Aires, Argentina
RACING
Buenos Aires, Argentina
NACIONAL
Montevidéu, Uruguai
PEÑAROL
Montevidéu, Uruguai
COLO COLO
Santiago, Chile
UNIVERSIDAD DE CHILE
Santiago, Chile
OLIMPIA
Assunción, Paraguai
MILLONARIOS
Bogotá, Colômbia
Estádio – El Campín
AMÉRICA
Cidade do México
Estádio – Azteca
ARTHUR FRIEDENREICH
HECTOR SCARONE
Montevidéu, Uruguai
RICARDO ZAMORA
Barcelona, Espanha
21 de janeiro 1901 – 15 de setembro de 1978
om 1m94, excelente colocação, foi um goleiro
que fez história por seu estilo sóbrio e seguro,
MATTHIAS SINDELAR
Kozlau, Tchecoslováquia
GIUSEPPE MEAZZA
Milão, Itália
LEÔNIDAS DA SILVA
STANLEY MATTHEWS
Hanley, Inglaterra
OBDULIO VARELA
Paysandú, Uruguai
MOACIR BARBOSA
Campinas, SP – Brasil
Kaiserslautern, Alemanha
GUNNAR NORDAHL
Hörnefors, Suécia
ADEMIR DE MENEZES
Recife, PE – Brasil
NILTON SANTOS
16 de maio de 1925
futebol de praia revelou ao mundo um dos
maiores laterais esquerdos que o futebol já viu,
Montevidéu, Uruguai
ALFREDO DI STEFANO
4 de julho de 1926
ortenho autêntico, nascido no bairro de Barracas,
naturalizado espanhol, Don Alfredo, considerado
Budapeste, Hungria
FERENC PUSKAS
Budapeste, Hungria
SÁNDOR KOCSIS
Budapeste, Hungria
LEV YASHIN
Itapira, SP – Brasil
7 de junho de 1930
gesto de levantar a Copa do Mundo com duas
mãos foi eternizado por este zagueiro central
Santos, SP – Brasil
22 de agosto de 1930 – 25 de agosto de 2013
os dois únicos times grandes que defendeu, este
goleiro magro e alto revelado pelo Jabaquara foi
JOSEF MASOPUST
Strimice – Tchecoslováquia
9 de fevereiro de 1931
o time que foi o grande rival do Brasil na Copa do Mundo do Chile, em
1962, chamou a atenção um meio-campista magro e ágil, com ótima
Maceió, AL - Brasil
9 de agosto de 1931
ão criticado quanto cultuado, o ‘Velho Lobo’
construiu uma carreira de dedicação e respeito,
RAYMOND KOPA
Noeux-les-Mines, França
13 de outubro de 1931
fase pródiga de ascensão do futebol francês na
década de 1950 tem muita relação como o
JUST FONTAINE
Marrakech, Marrocos
18 de agosto de 1933
fato de ter nascido na então colônia francesa no Magreb e de ter
crescido durante o conturbado período da Segunda Guerra Mundial
OMAR SÍVORI
BOBBY CHARLTON
Ashington, Inglaterra
11 de outubro de 1937
ma das maiores legendas criadas pelo poderoso
Manchester United, Bobby Charlton, que
GORDON BANKS
Sheffield, Inglaterra
30 de dezembro de 1937
defesa que fez em uma cabeçada fulminante de Pelé na Copa de 1970
virou o eterno selo de qualidade deste goleiro inglês, fartamente
DENIS LAW
Aberdeen, Escócia
24 de fevereiro de 1940
ouco notável por fabricar grandes craques, em
que pese sua grande tradição no futebol, a
23 de outubro de 1940
ara sempre Rei do Futebol, Pelé representa a
essência do craque, muito além de seu tempo.
Niterói, RJ – Brasil
11 de janeiro de 1941
e houve no futebol brasileiro um jogador ‘padrão à
moda antiga’, este foi Gérson, sendo que, neste
Londres, Inglaterra
EUSÉBIO FERREIRA
Maputo - Moçambique
25 de janeiro de 1942
maior jogador de Portugal em todos os tempos
certamente terá um lugar de honra na história,
ADEMIR DA GUIA
3 de abril de 1942
or 16 intensas temporadas, a camisa 10 do
Palmeiras foi ostentada por um tipo sereno,
DINO ZOFF
28 de fevereiro de 1942
maior goleiro italiano de todos os tempos
começou tarde, teve um longo período de
GIACINTO FACCHETTI
Treviglio, Itália
SANDRO MAZZOLA
Turim, Itália
8 de novembro de 1942
ste meio-campista ofensivo de notável visão de
jogo é mais uma das legendas do futebol italiano
GIANNI RIVERA
Alessandria, Itália
18 de agosto de 1943
ara os torcedores italianos, o patamar atingido
por Rivera só é semelhante ao de outros dois
17 de julho de 1944
ersonificou como ninguém – adotando a linha
sugerida por Nilton Santos - a transição da
25 de dezembro de 1944
atacante voluntarioso, de grande explosão física
e objetividade, estava longe de ser uma
Metten - Alemanha
28 de fevereiro de 1944
a Alemanha, a posição de goleiro tem uma história antes e outra
depois de Sepp Maier. Foi por toda sua carreira jogador do Bayern de
N Munique e chegou à seleção com 22 anos. Não era dos mais altos,
1m83, mas fez escola por sua excelente colocação, reflexos
apuradíssimos, pela precisão nas saídas de gol e pela capacidade de
reposição de bola. Além disso, tinha controle pleno da área, o que facilitava
a orientação para seus zagueiros. Um dos líderes do time campeão do
mundo em 1974, esteve também no Mundial de 1978, na Argentina.
Disputou 536 partidas pelo Bayern e 94 pela Seleção Alemã. Foi quatro
vezes campeão da Bundesliga, tricampeão europeu de clubes e conquistou
ainda a Eurocopa de 1972. Teve a carreira abreviada pelas consequências
de um acidente de automóvel no fim da década de 1970, tornando-se
preparador de goleiros.
FRANZ BECKENBAUER
Munique - Alemanha
11 de setembro de 1945
or si só, o número de títulos e prêmios individuais
já bastaria para que o ‘Kaiser’ ocupasse um lugar
ROBERTO RIVELLINO
São Paulo, SP – Brasil
1º de janeiro de 1946
drible, o passe e a finalização, fundamentos que
diferenciam o grande craque do jogador comum,
GEORGE BEST
ELIAS FIGUEROA
Valparaíso, Chile
25 de outubro de 1946
aior jogador da história do Chile, eleito melhor
zagueiro da Copa de 1974, foi um central-
25 de janeiro de 1947
ostão não era alto nem muito forte, sequer era centroavante, não tinha
um chute potente de pé direito, mas foi o maior artilheiro da história do
JOHAN CRUYFF
Amsterdã, Holanda
25 de abril de 1947
raque que personificou o ‘futebol total’ da
Holanda na primeira metade da década de 1970,
TEÓFILO CUBILLAS
8 de março de 1949
onhecido por ’El Nene’, foi o único jogador peruano incluído na lista
de 50 melhores do século XX da Fifa. É o maior ídolo do futebol do
Juazeiro, BA – Brasil
21 de junho de 1949
e Franz Beckenbauer reinventou a posição de
líbero, criando o líbero-artilheiro, Luisão Pereira
Itabaiana, SE – Brasil
25 de setembro de 1949
a melhor seleção de todos os tempos, o Brasil
do tricampeonato de 1970, era o termômetro do
GRZEGORZ LATO
Malbork, Polônia
8 de abril de 1950
aior goleador da história da Seleção da Polônia,
artilheiro da Copa de 1974, viveu em uma época
KEVIN KEEGAN
Armthorpe, Inglaterra
14 de fevereiro de 1951
m dos pilares do Liverpool que dominou o futebol
inglês em parte da década de 1970, era o tipo do
Kolbermoor, Alemanha
5 de setembro de 1951
utêntica cria do futebol da Baviera, foi um lateral
esquerdo clássico, embora fosse destro, com
ROGER MILLA
20 de maio de 1952
ponto de inflexão que resultou no grande salto
de qualidade do futebol africano no fim da
3 de março de 1953
trajetória de grandes nomes do futebol internacional é muitas vezes
gloriosa mesmo que não incluam a conquista de títulos mundiais por
DANIEL PASSARELLA
Chacabuco, Argentina
25 de maio de 1953
nico argentino bicampeão mundial – esteve nas
campanhas de 1978 e 1986 -, era um zagueiro
16 de outubro de 1953
a dinastia de craques brasileiros que formaram a
grande Seleção de 1982, injustiçada pelos
Belém, PA – Brasil
MICHEL PLATINI
Joeuf, França
21 de junho de 1955
adolescente precoce que já mostrava grande a
habilidade aos 16 anos, jogando pelo pequeno
Lippstadt, Alemanha
25 de setembro de 1955
ó faltou a conquista de uma Copa do Mundo na
trajetória vencedora deste atacante típico do
FRANCO BARESI
Travagliato, Itália
8 de maio de 1960
ão é exagero colocar Franco Baresi encabeçando a galeria dos
maiores líberos da história do futebol ao lado de Franz Beckenbauer.
Luque, Paraguai
28 de agosto de 1960
um período em que a Argentina tinha Maradona,
o Brasil jogava ao toque de Zico e Sócrates e o
30 de outubro de 1960
oi o rei da década de 1980 no futebol mundial, era ‘Dios’ para os
argentinos e craque incontestável para o resto do planeta. Reunia
Salvador, BA – Brasil
16 de fevereiro de 1964
etracampeão do mundo na Copa dos Estados
Unidos, formando dupla de ataque com Romário,
MICHAEL LAUDRUP
Frederiksberg, Dinamarca
15 de junho de 1964
futebol dinamarquês que encantou o mundo na
Copa de 1986, no México, produziu este craque
31 de outubro de 1964
oucos jogadores em 150 anos de futebol
reuniram tantos atributos técnicos como este
GEORGE WEAH
Monróvia, Libéria
1º de outubro de 1966
escoberto pelo AS Monaco quando jogava pelo
Tonnerre Yaoundé, de Camarões, depois de atuar
29 de janeiro de 1966
a comunidade de Jacarezinho para Vila da
Penha, de Vila da Penha para o mundo. A
ÉRIC CANTONA
Marselha, França
24 de maio de 1966
as cinco temporadas em que atuou pelo
Manchester United, Cantona foi chamado de
ROBERTO BAGGIO
Caldogno, Itália
18 de fevereiro de 1967
onsiderado um dos três maiores jogadores
italianos da história, Baggio foi uma antítese do
PAOLO MALDINI
Milão, Itália
25 de junho de 1968
uando se despediu do futebol, com uma vitória
sobre a Fiorentina em 2009, poucas semanas
7 de junho de 1970
ão foi fácil para o garoto que aprendeu a jogar
futebol nos descampados sem estrutura da zona
Paulista, PE – Brasil
19 de abril de 1972
garoto magro e alto, que surgiu no Nordeste,
jogando pelo Santa Cruz, e fez sucesso na Copa
ZINEDINE ZIDANE
Marselha, França
23 de junho de 1972
uando era o maior astro do Olympique de
Marselha, o uruguaio Enzo Francescoli não
PAVEL NEDVED
Cheb, Tchecoslováquia
30 de agosto de 1972
surpreendente vice-campeonato da República
Checa na Eurocopa de 1996 revelou ao mundo
Lisboa, Portugal
4 de novembro de 1972
ecordista de participações pela Seleção de
Portugal (127 jogos), foi uma referência para a
ROBERTO CARLOS
Garça, SP – Brasil
10 de abril de 1973
ma referência na posição de lateral-esquerdo
nas décadas de 1990 e 2000, está entre os
DAVID BECKHAM
Leytonstone, Inglaterra
2 de maio de 1975
ua muito bem sucedida carreira de popstar
certamente entrará para os anais do futebol com
RONALDO NAZÁRIO
18 de setembro de 1976
e Ronaldo Nazário foi o jogador que melhor
sintetizou a transição para o futebol de mercado
ANDREIY SHEVCHENKO
Dvirkrivshchyna, Ucrânia
29 de setembro de 1976
ntes de completar dez anos, Shevchenko já
estava na mira de um ‘olheiro’ do Dínamo de Kiev
HIDETOSHI NAKATA
Kofu, Japão
26 de janeiro de 1977
onsiderado o melhor jogador asiático de todos os
tempos, era um meio-campista habilidoso,
DIDIER DROGBA
11 de março de 1978
futebol levou Drogba para a França ainda
menino, por iniciativa de um tio, e a estreia em
FRANK LAMPARD
Londres, Inglaterra
20 de junho de 1978
m dos decanos da Liga Inglesa, o West Ham,
serviu de berço do futebol para este londrino de
XAVI HERNÁNDEZ
Terrassa, Espanha
25 de janeiro de 1980
assou pelos pés deste meio-campista de toque
simples e preciso a transformação do futebol
SAMUEL ETO’O
Duala, República de Camarões
10 de março de 1981
ão bastasse o currículo forrado de títulos em
todos os clubes por onde passou, este atacante
IKER CASILLAS
Madrid, Espanha
20 de maio de 1981
os 14 anos de carreira a serviço do Real Madrid,
Iker Casillas só não foi titular absoluto na última
ZLATAN IBRAHIMOVIC
Malmö, Suécia
3 de outubro de 1981
er considerado o melhor futebolista da Suécia em
todos os tempos é pouco para Ibrahimovic. O
Gama, DF – Brasil
22 de abril de 1982
a ascensão fulminante no São Paulo, passando
pelo período glorioso de Milan, onde era
FRANCK RIBÉRY
Boulogne-Sur-Mer, França
7 de abril de 1983
aior jogador francês da geração pós-Zidane,
este meia ofensivo, rápido e de grandes dribles
ANDRÉS INIESTA
Albacete, Espanha
11 de maio de 1984
cara-metade de Xavi Hernández no envolvente
meio de campo do Barcelona tem a missão de
CRISTIANO RONALDO
Funchal, Portugal
5 de fevereiro de 1985
aposta de ‘sir’ Alex Ferguson, técnico do
Manchester United, em um garoto português de
LIONEL MESSI
Rosario, Argentina
24 de junho de 1987
futebol mundial vive, desde a segunda metade
da década de 2000, os tempos de Lionel Messi.
5 de fevereiro de 1992
omo um meteoro, o garoto preparado desde
muito cedo para ser um astro do Santos chegou
1848
Henry de Winton e John Charles Thring comandam o processo de
regulamentação das Regras de Cambridge, criadas por um grupo de escolas
britânicas que desenvolveram a prática de um esporte chamado inicialmente de
Shrovetide Football.
24 de outubro de 1857
É fundado o Sheffield Football Club, considerado o clube de futebol mais antigo
do mundo. No mesmo ano são regulamentas as Regras de Sheffield, com
algumas diferenças em relação às Regras de Cambridge.
26 de outubro de 1863
Representantes de clubes e escolas reunidos na Freemason’s Tavern, na Great
Queen Street/Long Acre, centro de Londres, fundam a Football Association
(FA), mais antiga associação de futebol do mundo.
8 de dezembro de 1863
É oficializada a separação das regras e práticas do futebol e do rugby, no último
dia de reunião da FA, em Londres.
9 de janeiro de 1864
É disputada a primeira partida de futebol com as regras oficializadas pela
Football Association.
20 de julho de 1871
É criada a Copa da Inglaterra (FA Cup ou Football Association Challenge
Cup), competição mais antiga de futebol mundial, com início marcado para 11
de novembro do mesmo ano.
13 de março de 1873
Fundação da Associação Escocesa de Futebol.
5 de março de 1878
Fundação do Manchester United, com seu primeiro nome, Newton Heath LYR
F.C.
17 de abril de 1888
É criada a Football League, mais antiga competição por nações do futebol
mundial, disputada por 12 times na Inglaterra.
21 de Fevereiro de 1893
É criada a mais antiga federação de futebol da América Latina, a Associación de
Fútbol Argentino.
18 de fevereiro de 1894
De volta ao Brasil, depois de estudar na Inglaterra, o paulistano Charles Miller
traz um livro de regras sobre o futebol, além de bolas e pares de chuteira.
4 de abril de 1895
Funcionários de duas empresas inglesas de São Paulo, a Gas Company e a São
Paulo Railway, realizam o primeiro jogo de futebol na cidade sob as regras
oficiais. A partida foi disputada na Várzea do Carmo, com vitória da São Paulo
Railway por 4 a 2.
16 de março de 1898
Fundação da Federação Italiana de Futebol (Federazione Italiana Giuoco
Calcio).
30 de março de 1900
Fundação da Associação Uruguaia de Futebol.
21 de maio de 1904
É constituída, em Paris, a Fifa (Fédération Internationale de Football
Association), com a assinatura de sete associações nacionais de futebol, tendo o
francês Robert Guérin como primeiro presidente.
2 de dezembro de 1907
É criada a mais antiga associação de futebolistas do mundo, a Professional
Footballer’s Association, por jogadores da Inglaterra e do País de Gales.
8 de junho de 1914
É criada a Associação Brasileira de Sports, com a função de gerenciar várias
modalidades, inclusive o futebol.
2 a 17 de julho de 1916
É realizado na Argentina o primeiro Campeonato Sul-Americano de Futebol,
atual Copa América. Durante o torneio foi fundada a Confederação Sul-
Americana de Futebol (Conmebol), com a assinatura de quatro associações
nacionais (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai).
29 de maio de 1919
O Brasil conquista seu primeiro Campeonato Sul-Americano de Futebol ao
vencer por 1 a 0, com gol de Arthur Friedenreich, o Uruguai, no Estádio das
Laranjeiras, Rio de Janeiro.
29 de abril de 1920
É disputada a primeira partida internacional de futebol feminino entre
Inglaterra e França.
10 de março de 1921
O francês Jules Rimet é eleito terceiro presidente da Fifa.
22 de janeiro de 1927
Pela primeira vez uma partida de futebol é transmitida por rádio, Arsenal e
Sheffield United, disputada no Estádio de Highbury, em Londres.
28 de maio de 1928
A assembleia da Fifa aprova a proposta de criação da Copa do Mundo de
Futebol.
18 de maio de 1929
O Uruguai é escolhido como país sede da primeira Copa do Mundo, durante
reunião da Fifa, em Barcelona.
15 de novembro de 1936
Primeira experiência de transmissão ao vivo pela televisão de um jogo de
futebol, Alemanha e Itália, empate em 2 a 2.
27 de abril de 1940
É inaugurado o Estádio Municipal do Pacaembu, em São Paulo.
22 de abril de 1941
Fundação da Federação Paulista de Futebol.
4 de maio de 1949
Um acidente aéreo, na colina de Superga, em Turim, mata toda a equipe do
Torino, que retornava à cidade após disputar um amistoso contra o Benfica.
Foram 31 mortos, incluindo a tripulação.
16 de junho de 1950
É inaugurado, no Rio de Janeiro, o Estádio do Maracanã, ou Estádio Mário
Filho.
8 de maio de 1954
Fundação da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), com sede na
Basiléia, Suíça.
2 de março de 1955
É criada em Viena a Copa dos Campeões da Europa, atual Champions League.
8 de fevereiro de 1957
É fundada a Confederação Africana de Futebol, com sede em Cartum, Sudão.
6 de fevereiro de 1958
Um avião da empresa britânica British European Airways cai logo após a
decolagem, durante uma tempestade de neve em Munique, e mata parte da
equipe do Manchester United, que havia disputado uma partida da Liga dos
Campeões. Entre jogadores, corpo técnico e tripulantes, 23 pessoas morreram.
Nove jogadores do Manchester sobreviveram.
6 a 10 de julho de 1960
É disputada na França a primeira edição do Campeonato Europeu de Seleções,
atual Eurocopa. A União Soviética conquista o título ao vencer a Iugoslávia na
final, por 2 a 1.
18 de dezembro de 1961
É fundada a Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe
(Concacaf).
24 de agosto de 1963
É criado o Campeonato Alemão de Futebol, denominado Bundesliga.
20 de março de 1966
Durante exibição pública no Westminster Center Hall, em Londres, a Taça Jules
Rimet é roubada. Sete dias depois, um cão chamado Pickles a encontra enrolada
em um pedaço de jornal num bairro da região sul da cidade.
19 de novembro de 1969
Pelé marca contra o Vasco da Gama, no Maracanã, seu milésimo gol.
14 a 18 de julho de 1969
Um conflito armado entre El Salvador e Honduras, após a realização de uma
partida de futebol pelas Eliminatórias da Copa de 1970, entre os dois países que
já viviam uma crise institucional de relacionamento, ficou conhecido como ‘A
Guerra do Futebol’.
20 de dezembro de 1983
A Taça Jules Rimet, conquistada de forma definitiva pela Seleção Brasileira na
Copa do Mundo do México, em 1970, é roubada da sede da Confederação
Brasileira de Futebol, no Rio de Janeiro.
29 de maio de 1985
Na decisão da Copa dos Campeões (atual Champions League), entre Liverpool e
Juventus de Turim, um confronto de torcidas seguido de pânico deixa 39
pessoas mortas, no episódio que ficou conhecido como a Tragédia de Heysel,
estádio que recebeu o jogo, em Bruxelas.
15 de abril de 1989
Na semifinal da Copa da Inglaterra, disputada entre Liverpool e Nottingham
Forest, o excesso de lotação, a negligência do policiamento e o pânico nas
arquibancadas provocaram a morte de 96 torcedores do Liverpool no estádio de
Hillsborough, em Sheffield, a maioria pisoteada ou esmagada nos alambrados.
Foi a maior tragédia do futebol inglês.
8 de junho e 8 de julho de 1990 (VEJA A
PÁGINA)
É disputada na Itália a 14ª edição da Copa do Mundo de Futebol. Na decisão, em
Roma, a Alemanha conquista o tricampeonato ao vencer a Argentina por 1 a 0.
17 de março de 1991
O argentino Diego Maradona é flagrado por doping e suspenso do futebol por
15 meses.
16 a 30 de novembro de 1991
É disputada na China a primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino. Os
Estados Unidos conquistam o título.
5 a 18 de junho de 1995
É disputada na Suécia a segunda edição da Copa do Mundo de Futebol
Feminino. A Noruega é campeã.
15 de dezembro de 1995
O Tribunal de Justiça da União Europeia, em Luxemburgo, acolhe recurso do
futebolista belga Jean-Marc Bosman, no Caso Bosman, que determinou a livre
circulação de jogadores de futebol pela zona do euro.
8 de junho de 1998
O suíço Joseph Blatter é eleito o oitavo presidente da Fifa.
10 de junho a 12 de julho de 1998 (VEJA A
PÁGINA)
É disputada na França a 16ª edição da Copa do Mundo de Futebol. Na decisão, a
França vence o Brasil por 3 a 0, em Paris, e conquista seu primeiro título.
10 a 30 de setembro de 2007
É disputada na China a quinta edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino.
A Alemanha é bicampeã.
Pongetti. 2003
SIQUEIRA, André Iki – João Saldanha, uma vida em jogo. São Paulo,
Companhia Editora Nacional. 2007
BBC - http://www.bbc.co.uk/
Conmebol – http://www.conmebol.com/
EF Deportes – www.efdeportes.com
El Pais – www.elpais.es
La Nacion - http://www.lanacion.com.ar/
FIFA – www.fifa.com
Sporting Intelligence - http://www.sportingintelligence.com
UEFA - http://www.uefa.com/