Aula01 ConjuntosNumericos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 4

2 CONJUNTOS NUMÉRICOS ................................................................ 4

2.1 Conjunto dos números naturais (ℕ) ....................................................................... 4

2.1.1 Subconjuntos do conjunto dos números naturais ...................................... 5

2.2 Conjunto dos números inteiros (ℤ) ......................................................................... 6

2.2.1 Módulo ou valor absoluto ........................................................................... 6

2.2.2 Números opostos ou simétricos ................................................................. 7

2.2.3 Subconjuntos notáveis dos números inteiros: ............................................ 7

2.2.3.1 Soma ........................................................................................................................... 8

2.2.3.2 Subtração ................................................................................................................... 9

2.2.3.3 Multiplicação .............................................................................................................. 9

2.2.3.4 Divisão ...................................................................................................................... 10

2.3 Conjuntos dos números racionais ℚ ....................................................................10

2.3.1 Números decimais e porcentagem ........................................................... 10

2.3.2 Porcentagem ............................................................................................ 12

2.3.3 Subconjuntos notáveis dos números racionais: ....................................... 12

2.3.4 Operações com os números racionais ..................................................... 12

2
2.3.5 Números oposto, módulo e inverso de um número ................................. 13

2.3.5.1 Números inversos .................................................................................................... 13

2.4 Conjunto dos números irracionais (𝕀) ..................................................................13

2.5 Conjuntos dos números reais (ℝ) ..........................................................................14

2.5.1 Subconjuntos dos números reais ............................................................. 14

2.5.2 A ordem na reta numérica ........................................................................ 14

2.5.3 Intervalos reais ......................................................................................... 15

2.5.3.1 Notação de intervalos .............................................................................................. 15

2.5.4 Intervalos com ±∞ ................................................................................... 16

2.5.5 Propriedade algébrica dos números reais ................................................ 16

2.5.6 Potenciação .............................................................................................. 17

2.5.7 Radiciação ................................................................................................ 18

2.5.8 Potenciação com expoentes racionais ..................................................... 19

REFERÊNCIAS .........................................................................................20

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AULA 1 – CONJUNTOS NUMÉRICOS

1 INTRODUÇÃO
O objetivo desta aula é padronizar e nivelar toda a base da Matemática, ou seja, os conceitos,
definições, operações e propriedades algébricas.

2 CONJUNTOS NUMÉRICOS
O nascimento das primeiras cidades sumérias e egípcias (aproximadamente 4000 a.C.) fez surgir
atividades que envolviam o comércio ou a agricultura e precisavam ser apresentadas por meio de símbolos.
A comunicação tinha de ser aceita por todos e com facilidade, e as compras e vendas, registradas. As
colheitas precisavam ser contabilizadas e os terrenos, distribuídos.

Assim começa os primeiros registros envolvendo uma simbologia que hoje conhecemos como
números. É claro que o processo de construção dos símbolos numéricos passou por várias transformações,
que correspondiam aos problemas cotidianos, ideias pessoais e culturais de suas épocas.

Vários povos contribuíram com a matemática: sumérios, egípcios, romanos, hindus, árabes e muitos
outros, cada um no próprio tempo, território e cultura. Às vezes a partir de uma ideia antiga, outras vezes de
uma ideia nova. Às vezes trabalhando em conjunto, ou em separado.

As primeiras bases numéricas, ainda com os povos primitivos, eram de base 5, já que eram usados os
dedos das mãos como referência. No entanto, com a evolução do ser humano e de seu intelecto, esse
conceito evoluiu e hoje trabalhamos com a base decimal, ou base 10.

Porém, para isso, foi preciso trilhar um longo caminho, pois ainda faltava o último número, o zero.
Muitos povos não perceberam que representar o nada, ou o vazio, era essencial para a representação
numérica. Para os gregos, que utilizavam a geometria, o zero era algo impensável. Contudo, por volta do
século VI, o Ocidente acabou se rendendo a essa ideia, e hoje o número zero faz parte de nosso contexto.

A partir daí o homem começou a interessar-se pelos números. As aplicações e facilidades que eles
ofereciam no dia a dia eram de grande valia – a contagem de um registro específico, a cotação de valores
para uma negociação, a divisão de uma porção de terras ou até mesmo de comida e os cálculos
envolvendo grandes números de operações eram atividades comuns dos comerciantes ou simpatizantes
pela Matemática.

2.1 Conjunto dos números naturais (ℕ)


Esse conjunto é formado pelos números que utilizamos para fazer uma contagem, por exemplo: a
idade das pessoas, a quantidade de pontos conquistados por um time em um campeonato etc.

Podemos representar o conjunto dos números naturais (ℕ) da seguinte forma:

ℕ = {0, 1, 2, 3, … , 𝑛, … },

onde 𝑛 representa um termo genérico do conjunto.

4
Os três pontos significam que esses números crescem infinitamente.

O menor valor assumido nesse conjunto é o 0 (zero), e os números seguintes aumentam sempre em
uma unidade criando-se, assim, um número sucessor.

Por exemplo: o sucessor de 2 é o 3, pois 2 + 1 = 3.

O mesmo vale quando diminuímos uma unidade, porém, nesse caso, damos o nome de antecessor.

Por exemplo: o antecessor de 3 é o 2, pois 3 – 1 = 2.

Todos os números desse conjunto possuem um sucessor, pois sempre é possível somar uma unidade
a qualquer número (também, por isso, dizemos que o conjunto é infinito). No entanto, somente o zero não
possui antecessor nesse conjunto, pois ele é o menor valor que encontramos no conjunto dos números
naturais.

Os números naturais também podem ser representados em uma reta numérica da seguinte forma:

Figura 1 – Números Naturais na reta numérica.

Repare que os números crescem sempre em uma unidade, da esquerda para direita, conforme a
orientação da seta. Assim, concluímos que, quanto mais longe do número zero, maior será esse número.

2.1.1 Subconjuntos do conjunto dos números naturais


Podemos definir os seguintes subconjuntos dos números naturais:

O conjunto dos números naturais não nulos:


ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, … 𝑛, … }; ℕ∗ = ℕ − {0}

O conjunto dos números naturais pares:


ℕ𝑝 = {0, 2, 4, 6, … , 2𝑛, … }, com 𝑛 ∈ ℕ

O conjunto dos números naturais ímpares:


ℕ𝑖 = {1, 3, 5, 7, … , 2𝑛 + 1, … }, com 𝑛 ∈ ℕ

O conjunto dos números primos:


𝑃 = {2, 3, 5, 7, 11, 13, … }

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2.2 Conjunto dos números inteiros (ℤ)

Todos os números resultantes da subtração de dois números naturais são chamados números inteiros.
Assim, esses números podem ser classificados como:

• Números inteiros positivos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,...

• Números inteiros negativos: –1, –2, –3, –4, –5, –6, –7,...

• Nulo: o zero é um número inteiro nem positivo nem negativo, ou seja, nulo.

Podemos representar os números inteiros na reta numérica da seguinte forma:

Figura 2 – Números Inteiros na reta numérica.

2.2.1 Módulo ou valor absoluto


Módulo ou valor absoluto é a distância de um número até a origem (zero). Assim, como esse valor é
uma distância, ele sempre será um valor positivo.

Por exemplo:

O módulo de –4 é 4, pois a distância do número –4 até a origem é de 4 unidades. Por outro lado, o
módulo de 4 também é 4, porque a distância do número 4 até a origem é de 4 unidades.

Figura 3 – Módulo de um número.

Podemos escrever o módulo de um número da seguinte forma:

|𝑥|
lê-se módulo de 𝑥 .

Assim, quando afirmamos que o módulo de 𝑥 é igual a cinco, podemos escrever:

|𝑥| = 5

E, assim, concluímos que o número ‘𝑥 ’ em questão pode ser 5 ou –5, porque:

6
|5| = 5 ou |−5| = 5

Assim, concluímos que:

• Se 𝑥 ≥ 0, o módulo de 𝑥 será o próprio valor de 𝑥 , isto é, |𝑥| = 𝑥.

• Se 𝑥 < 0, o módulo de 𝑥 será o valor positivo de 𝑥 , isto é, |𝑥| = – 𝑥 .

Exemplos:

|3| = 3, pois 3 é positivo.

|– 3| = – (– 3) = 3, pois –3 é negativo.

Propriedades dos módulos:

i) |𝑥| = 𝑎, então 𝑥 = 𝑎 ou 𝑥 = –𝑎
ii) |𝑥𝑦| = |𝑥||𝑦|
iii) |𝑎 + 𝑏| ≤ |𝑎| + |𝑏|
iv) |𝑥|2 = |𝑥 2 | = 𝑥 2

2.2.2 Números opostos ou simétricos


Os números que possuem o mesmo valor simétrico ou módulo são chamados de números opostos ou
simétricos.

Como no exemplo anterior, em que:

|5| = 5 ou |– 5| = 5

Podemos concluir que os números –5 e 5 são números opostos ou simétricos.

Uma propriedade importante que envolve os números opostos é que a soma desses números é
sempre nula, ou seja, 5 + (–5) = 0.

2.2.3 Subconjuntos notáveis dos números inteiros:


O conjunto dos números inteiros não nulos:

ℤ∗ = {… , −3, −2, −1, 1, 2, 3, … }; ℤ∗ = ℤ − {0}

O conjunto dos números inteiros não negativos:

ℤ+ = {0, 1, 2, 3, … }

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O conjunto dos números inteiros (estritamente) positivos:

ℤ∗+ = {1, 2, 3, 4, … }

O conjunto dos números inteiros não positivos:

ℤ− = {… , −3, −2, −1, 0}

O conjunto dos números inteiros (estritamente) negativos:

ℤ∗− = {… , −3, −2, −1}

2.2.3.1 Soma

Há três casos envolvendo soma com números inteiros: somente com números positivos; somente com
números negativos; e com números de sinais trocados.

1˚ caso: somente números positivos

Quando ambos os números forem positivos, a soma se dá da forma convencional.


Exemplo: 12 + 25 = 37.

2˚ caso: somente números negativos

Quando ambos os números forem negativos, devemos efetuar a soma desses números como se
fossem positivos e, em seguida, incluímos o sinal de negativo.
Exemplo: –12 + (–25) = –12 – 25 = –37.

3˚ caso: números com sinais trocados

Nesse caso, devemos subtrair o maior valor absoluto do menor e, em seguida, colocar o sinal do
número que possui maior valor absoluto.

Exemplo 1:
132 + (–82) = 132 – 82 = 50

Como o número 132 (de maior valor absoluto) é positivo, então a resposta será positiva.

Exemplo 2:
47 + (–117) = 117 – 47 = 70

Como o sinal do número 117 é negativo (maior valor absoluto), então a resposta deve ser
negativa, ou seja, 47 + (–117) = –70.

8
Portanto, para adicionar números de sinais opostos, devemos subtrair os valores em módulo e, em
seguida, considerar o sinal do número de maior valor absoluto. Se os números forem simétricos, então o
resultado será zero.

2.2.3.2 Subtração

Para realizar a operação de subtração, podemos considerar a diferença entre dois números como a
soma do primeiro número com o oposto do segundo número.

Exemplos:

16 – 20 = 16 + (–20) = –4
pois –20 pode ser visto com a soma do oposto de 20, ou seja,+ (–20).

21 – (–3) = 21 + (+3) = 24
pois – (–3) pode ser visto como a soma do oposto de –3, ou seja, + (+3).

2.2.3.3 Multiplicação

Para encontrar o produto (resultado da multiplicação) entre dois números inteiros, podemos considerar
os seguintes fatos:

1) Se a multiplicação envolver dois números com sinais iguais (positivo ou negativo), a


resposta será positiva.

2) Se a multiplicação envolver dois números de sinais trocados, então a resposta será


negativa.

3) Se houver a multiplicação de mais de dois fatores, então o resultado será positivo, se


houver um número par de números negativos, ou será negativo se houver uma quantidade
ímpar de números negativos.

Exemplos:

16 ∙ 4 = 64 Resposta é positiva porque ambos os fatores são positivos.

(– 16) ∙ (– 4) = 64 Resposta é positiva porque ambos os fatores são negativos.

16 ∙ (– 4) = – 64 Resposta é negativa porque os fatores possuem sinais diferentes.

(– 16) ∙ 4 = – 64 Resposta é negativa porque os fatores possuem sinais diferentes.

Resposta é positiva porque temos uma quantidade par de números


2 ∙ (– 3) ∙ (– 4) = 24 negativos (–3 e –4).

Resposta será negativa porque temos uma quantidade ímpar de números


2 ∙ 3 ∙ (– 4) = − 24 negativos (–4).

9
2.2.3.4 Divisão

Para encontrar o quociente (resultado da divisão) entre dois números inteiros, podemos considerar os
seguintes fatos:

1) Se a divisão envolver dois números com sinais iguais (positivo ou negativo), a resposta será
positiva.

2) Se a divisão envolver dois números de sinais trocados, então a resposta será negativa.

Exemplos:

16 ÷ 4 = 4 Resposta é positiva porque ambos os fatores são positivos.

(– 16) ÷ (– 4) = 4 Resposta é positiva porque ambos os fatores são negativos.

16 ÷ (– 4) = – 4 Resposta é negativa porque os fatores possuem sinais diferentes.

(– 16) ÷ 4 = – 4 Resposta é negativa porque os fatores possuem sinais diferentes.

2.3 Conjuntos dos números racionais ℚ


Números racionais são todos os números resultantes da divisão entre dois números inteiros, ou seja,
𝑎
são todos os números descritos na forma , onde 𝑎 e 𝑏 são números inteiros e 𝑏 é diferente de zero.
𝑏

𝑎
ℚ=� � 𝑎 ∈ ℤ 𝑒 𝑏 ∈ ℤ∗ }
𝑏

onde ‘𝑎’ é o numerador e ‘𝑏’, o denominador.

Portanto, o conjunto dos números racionais pode ser escrito da seguinte forma:

1 1 2 2 𝑎
ℚ = � 0, ±1, ± , ± , … , ±2, ± , ± , … , ± , … �
2 3 3 5 𝑏

2.3.1 Números decimais e porcentagem


Os números racionais também podem ser representados na forma decimal e, para isso, basta dividir o
numerador pelo denominador.

Uma vez realizado esse processo, o cálculo pode resultar nos seguintes resultados:

1) Número decimal exato: são números que possuem uma quantidade finita de casas decimais.
Por exemplo:

2
→ 2÷ 5 = 0,4
5

10
Como 0,4 possui apenas uma casa decimal, chamamos esse número de número decimal exato.

2) Dízima periódica: são números decimais que possuem uma infinidade de algarismos decimais,
porém com alguma repetição. Por exemplo:

1
→ 1 ÷ 3 = 0,333 …
3

Repare que o número de casas decimais são infinitas, assim chamamos o número 0,333... de dízima
periódica.

1
Conforme o exemplo, a fração chama-se fração geratriz, pois foi desta fração que foi gerado o
3
número decimal descrito.

A fim de facilitar a maneira de expressar esse número decimal, podemos escrevê-lo como 0, 3.
Colocamos a barra sobre o número 3, pois é o padrão de repetição que ocorre apenas com o número 3.

Outros exemplos de dízima periódica:

1
→ 1 ÷ 22 = 0,04545 … = 0,045
22

Colocamos a barra sobre o 45 porque é o padrão de repetição.

167
→ 167 ÷ 66 = 2,53030 … = 2,530
66

Colocamos a barra sobre o 30 porque é o padrão de repetição.

Se tomarmos o intervalo entre os números 0 e 1, podemos representá-los na reta numérica da


seguinte forma:

Figura 4 – Números Racionais na reta numérica.

Para transformar um número decimal exato em fração, devemos, em primeiro lugar, considerar as
casas decimais, pois a quantidade de casas determinará a quantidade de zeros do denominador da fração.
Em outras palavras, se tiver uma casa decimal, o denominador será 10; se tiver duas casas decimais, o
denominador será 100 e assim por diante.

Depois disso, devemos considerar o número decimal sem a vírgula e, então, esse novo número será o
numerador da fração.

Para facilitar a compreensão, consideremos o valor abaixo:

11
0,25 possui duas casas decimais depois da vírgula, assim o denominador da fração deverá ser
100. Desconsiderando a vírgula, teremos que o numerador será 25, portanto:

25
0,25 =
100

Como o número 25 e 100 possuem fatores em comum, podemos simplificar e assim teremos:

25 5 1
= =
100 20 4

1
Portanto, a fração que representa o número 0,25 é .
4

2.3.2 Porcentagem
A porcentagem é um número racional bem particular. Quando afirmamos que um número é uma
porcentagem, automaticamente dizemos que esse número possui denominador igual a 100.

Exemplo:

25 12
25% = 12% =
100 100

2.3.3 Subconjuntos notáveis dos números racionais:


• Conjunto dos racionais não nulos: ℚ∗

• Conjunto dos racionais não negativos: ℚ+

• Conjunto dos racionais estritamente positivos: ℚ∗+

• Conjunto dos racionais não positivos: ℚ−

• Conjunto dos racionais negativos: ℚ∗−

2.3.4 Operações com os números racionais


Os números racionais possuem operações próprias que diferem dos números inteiros e naturais, por
isso devemos nos atentar mais para essas operações pois serão muito importantes e utilizadas neste curso
no futuro.

A tabela a seguir mostra como realizar cada uma das quatro operações principais dos números
racionais:

12
Tabela 1 – Principais operações dos números racionais.

Operação Exemplo

𝑥 𝑧 𝑥+𝑧 2 5 2+5 7
+ = + = =
𝑦 𝑦 𝑦 3 3 3 3

𝑥 𝑧 𝑥𝑡 + 𝑧𝑦 2 4 2 ∙ 5 + 4 ∙ 3 22
+ = + = =
𝑦 𝑡 𝑦𝑡 3 5 3 ∙ 5 15

𝑥 𝑤 𝑥𝑤 2 4 2 ∙ 4 8
∙ = ∙ = =
𝑦 𝑧 𝑦𝑧 3 5 3 ∙ 5 15

𝑥 𝑤 𝑥 𝑧 𝑥𝑧 2 4 2 5 2 ∙ 5 10 5
÷ = ∙ = ÷ = ∙ = = =
𝑦 𝑧 𝑦 𝑤 𝑦𝑤 3 5 3 4 3 ∙ 4 12 6

2.3.5 Números oposto, módulo e inverso de um número


As propriedades de valor absoluto (módulo) e simetria (números opostos ou simétricos) funcionam
da mesma maneira que o conjunto dos números inteiros.

2.3.5.1 Números inversos

Dois números racionais serão considerados inversos um do outro quando o produto entre eles for igual
a 1. Por exemplo:

2 3 2 3 6
O inverso de é , porque ∙ = =1
3 2 3 2 6

2.4 Conjunto dos números irracionais (𝕀)


Todos os números que não podem ser escritos na forma racional, ou seja, como a razão entre dois
números inteiros, são chamados de números irracionais.

A seguir estão alguns exemplos de números que não podem ser escritos na forma racional:

• O número 0,101001000100001... é uma dízima que chamamos de aperiódica, pois não


possui um padrão de repetição. Assim, todas as dízimas aperiódicas são números
irracionais.

• Os números √2 = 1,41421 …, √3 = 1,73205 … são números que não possuem uma raiz
quadrada exata (quadrado perfeito) ou decimal exata (número finito de casas decimais),
assim esses números também são considerados irracionais.

• O número 𝝅, fruto da razão entre o comprimento de uma circunferência e seu diâmetro,


também é considerado irracional.

Nas próximas aulas, discutiremos mais precisamente as operações envolvendo os números irracionais.

13
2.5 Conjuntos dos números reais (ℝ)
O conjunto dos números reais (ℝ) é formado pela união do conjunto dos números racionais e do
conjunto dos números irracionais.

Assim, concluímos que, se um número real é racional, então ele não é irracional, e vice-versa.

2.5.1 Subconjuntos dos números reais


Além dos conjuntos dos números ℕ, ℤ, ℚ 𝑒 𝕀, o conjunto dos números reais possui outros subconjunto
notáveis:

O conjunto dos números reais não nulos:


ℝ∗ = { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≠ 0 } = ℝ − { 0 }

O conjunto dos números reais não negativos:


ℝ+ = { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≥ 0 }

O conjunto dos números reais positivos:


ℝ∗+ = { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 > 0 }

O conjunto dos números reais não positivos:


ℝ− = { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≤ 0 }

O conjunto dos números reais negativos:


ℝ∗− = { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 < 0 }

Observação importante: se 𝑥 é um número racional e 𝑦 é um número irracional, então podemos


considerar as seguintes afirmações:

1) 𝑥 + 𝑦 é irracional.

2) 𝑥𝑦 é irracional.

𝑥 𝑦
3) e são irracionais.
𝑦 𝑥

2.5.2 A ordem na reta numérica


Como o conjunto dos números estudados até agora é ordenado – ou seja, é possível comparar
quaisquer dois números e verificar quem é o maior –, podemos estabelecer as seguintes ordens e
conclusões:

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Tabela 2 – Ordem dos números reais.

Símbolo Conclusão

𝑎>𝑏 𝑎 − 𝑏 é positivo

𝑎<𝑏 𝑎 − 𝑏 é negativo

𝑎≥𝑏 𝑎 − 𝑏 é positivo ou nulo

𝑎≤𝑏 𝑎 − 𝑏 é negativo ou nulo

Assim, os símbolos <, ≤, >, ≥ são símbolos de desigualdade e, geometricamente, 𝑎 < 𝑏 significa
que 𝑎 está à esquerda de 𝑏.

2.5.3 Intervalos reais


O conjunto dos números reais também possui subconjuntos denominados intervalos reais, que são
determinados por meio de desigualdades.

2.5.3.1 Notação de intervalos

Definidos dois números 𝑎 e 𝑏, onde 𝑎 < 𝑏, podemos considerar os seguintes intervalos:

] 𝑎, 𝑏 [ ou { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑎 < 𝑥 < 𝑏 }

São todos os números compreendidos entre os números 𝑎 e 𝑏 excluindo 𝑎 e 𝑏.

Também podemos representar esse intervalo na reta numérica, mas observe que as extremidades são
‘bolinhas’ vazias, ou sem preenchimento, caracterizando que o valor de 𝑎 e o valor de 𝑏 não são
considerados.

] 𝑎, 𝑏 ] ou { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑎 < 𝑥 ≤ 𝑏 }

É o mesmo caso que o anterior, porém consideramos o valor de 𝑏.

[ 𝑎, 𝑏 [ ou { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑎 ≤ 𝑥 < 𝑏 }

Agora consideramos o valor de 𝑎, porém desconsideramos o valor de 𝑏.

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[ 𝑎, 𝑏 ] ou { 𝑥 ∈ ℝ | 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 }

Consideramos os valores de 𝑎 e 𝑏.

2.5.4 Intervalos com ±∞


O intervalo de números reais determinado pela desigualdade 𝑥 < 𝑎, pode ser representado pelo
intervalo infinito, ou seja:

] − ∞, 𝑎 [

Podemos expressar também outros casos, como:

1. Caso 𝑥 ≤ 𝑎: ] − ∞, 𝑎 ]

2. Caso 𝑥 > 𝑎: ] 𝑎, ∞ [

3. Caso 𝑥 ≥ 𝑎: [ 𝑎, ∞ [

Notamos que, sempre que uma das extremidades tende ao infinito, esse extremo deve ser aberto.

2.5.5 Propriedade algébrica dos números reais


As propriedades dos números reais nos ajudam a manipular as informações a fim de facilitar o
processo de cálculo. Vamos utilizar algumas delas nos processos de cálculo para facilitar a escrita ou
permitir uma simplificação.

Sempre que possível, podemos utilizar qualquer das propriedades a seguir:

Tabela 3 – Propriedades algébricas dos números reais.

Adição: 𝑎 + 𝑏 = 𝑏 + 𝑎
Propriedade comutativa
Multiplicação: 𝑎𝑏 = 𝑏𝑎

Adição: (𝑎 + 𝑏) + 𝑐 = 𝑎 + (𝑏 + 𝑐)
Propriedade associativa
Multiplicação: (𝑎𝑏)𝑐 = 𝑎(𝑏𝑐)

Adição: 𝑎 + 0 = 𝑎
Propriedade do elemento neutro
Multiplicação: 𝑎 ∙ 1 = 𝑎

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Adição: 𝑎 + (−𝑎) = 0
Propriedade do elemento inverso 1
Multiplicação: 𝑎 ∙ = 1 , com 𝑎 ≠ 0
𝑎

Multiplicação em relação à adição:

𝑎(𝑏 + 𝑐) = 𝑎𝑏 + 𝑎𝑐
(𝑎 + 𝑏)𝑐 = 𝑎𝑐 + 𝑏𝑐
Propriedade distributiva
Multiplicação em relação à subtração:

𝑎(𝑏 − 𝑐) = 𝑎𝑏 − 𝑎𝑐
(𝑎 − 𝑏)𝑐 = 𝑎𝑐 − 𝑏𝑐

2.5.6 Potenciação
Uma potência é um produto de fatores iguais. Potência é o resultado da operação chamada
potenciação.

Por exemplo:

2 ∙ 2 ∙ 2 = 23 , lê-se: dois elevado a terceira.

Assim, podemos definir que:

• base é o fator que se repete;

• expoente é o número de vezes que repetimos a base.

No exemplo anterior temos que:

a base é 2 e o expoente é 3.

Portanto, por definição temos:

𝑎𝑛 = ���������
𝑎 ∙ 𝑎 ∙ 𝑎 ∙ 𝑎 … , onde 𝑎 é a base e 𝑛 é o expoente.
𝑛 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 ′𝑎′

A partir dessa definição definimos as propriedades da potenciação:

17
Tabela 4 – Propriedades da potenciação.

Propriedade Exemplo

𝑎𝑚 𝑎𝑛 = 𝑎𝑚+𝑛 24 23 = 24+3 = 27

𝑎𝑚 28
= 𝑎𝑚−𝑛 = 28−3 = 25
𝑎𝑛 23

𝑎0 = 1 20 = 1

1 1
𝑎−𝑚 = 2−5 =
𝑎𝑚 25

(𝑎𝑏)𝑚 = 𝑎𝑚 𝑏 𝑚 (2 ∙ 3)5 = 25 35

(𝑎𝑚 )𝑛 = 𝑎𝑚 ∙ 𝑛 (23 )4 = 23 ∙ 4 = 212

𝑎 𝑚 𝑎𝑚 2 4 24
� � = 𝑚 � � = 4
𝑏 𝑏 3 3

As propriedades da potenciação servem para simplificar a escrita de uma expressão matemática com
base em fatores iguais ou de mesma potência.

2.5.7 Radiciação
Se 𝑏 2 = 𝑎, então dizemos que 𝑏 é a raiz quadrada de 𝑎, da mesma forma, se 𝑏 3 = 𝑎 , então 𝑏 é a
raiz cúbica de 𝑎.

Exemplo:

“2 é a raiz quadrada de 4” e “3 é a raiz cúbica de 27”

Outros exemplos:

2
√36 = 6 porque (6) = 36

3 27 3 3 3 27
� = porque � � =
8 2 2 8

√−4 não possui raiz real porque nenhum número elevado ao quadrado pode ser negativo.

3
√−8 = −2 porque (−2)3 = −8

18
Em resumo, nenhuma raiz de índice par terá raiz real caso o radicando seja negativo.

Tabela 5 – Propriedades da radiciação.

Propriedades Exemplo
𝑛 𝑛 𝑛 3 3 3
√𝑎𝑏 = √𝑎 √𝑏 √2 ∙ 5 = √2 √5

𝑛 4
𝑛 𝑎 √𝑎 4 2 √2
� =𝑛 � =
𝑏 √𝑏 3 4√3

𝑚 𝑛 3 4 3∙4 12
� √𝑎 = 𝑚∙𝑛
√𝑎 � √2 = √2 = √2
𝑛 3
( √𝑎 )𝑛 = 𝑎 ( √2)3 = 2
𝑛 𝑛 3 3
√𝑎𝑚 = ( √𝑎)𝑚 √52 = ( √5)2

4
|𝑎| 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 𝑝𝑎𝑟 �(−3)4 = |−3| = 3
𝑛
√𝑎𝑛 =�
𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑛 í𝑚𝑝𝑎𝑟 5
�(−3)5 = −3

2.5.8 Potenciação com expoentes racionais


𝑚
Se 𝑚 é um número inteiro positivo, e está na forma reduzida (simplificada) e todas as raízes são
𝑛
números reais, então:

𝑚 1
𝑛
𝑎 𝑛 = (𝑎𝑛 )𝑚 = √𝑎𝑚

Exemplo:

3 5
25 = �23

Onde o denominador do expoente é o radical da raiz e o numerador do expoente é o expoente do


radicando.

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REFERÊNCIAS
DEMANA, F.; WAITS, K. B.; FOLEY, D. G.; KENNEDY, D. Pré-cálculo. 7. ed. São Paulo: Pearson, 2009.

IEZZI, G.; DOLCE, O.; DEGENSZAJN, D.; PÉRIGO, R.; ALMEIDA, N. Matemática: ciência e aplicações. 6.
ed. São Paulo: Atual, 2010.

IEZZI, G.; DOLCE, O.; MACHADO, A. Matemática e realidade. 6. ed. São Paulo: Atual, 2009.

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