01

Valores
Essenciais
da educação cristã
Valores
Essenciais
da educação cristã

Toda atividade escolar auxilia os alu-

nos no aprendizado a respeito do
mundo e sobre o seu lugar e o seu
papel nele.

As escolas cristãs cumprem essa tarefa

num contexto que desafia os alunos a
celebrarem o senhorio de Cristo acima
de toda a criação.

Este capítulo centraliza sua atenção

em seis valores essencias que dão
significado à definição de ensina-
mento cristão.

Esses valores deveriam agir como

placas de aviso ao lado da rodovia,
dando direcionamento e focalizando a
atenção dos envolvidos nas atividades
de uma escola cristã.

LIVRO: Fundamentos Bíblicos e Filosó-

ficos da Educação | ACSI 2004

InspirAção
 VE01-
A CENTRALIDADE
DA BÍBLIA
AFIRMAÇÃO:
A Bíblia, a Palavra de Deus escrita, é proeminente na
vida do cristão. Ela é divinamente inspirada e inerrante,
pronunciando-se com autoridade sobre a totalidade da
vida, incluindo a vida da escola cristã.

Um conhecido hino composto por John Rippon, em 1787, que foi

cantado nos funerais dos presidentes americanos Theodore
Roosevelt e Woodrow Wilson, nos lembra, em sua mensagem
imortal, qual o ponto de partida e de chegada de todos os cristãos:

Atentai para a firmeza do fundamento, ó santos do Senhor,

Que está estabelecida para a vossa fé, na Sua excelente Palavra.

O hino reafirma que o ponto básico e central, o nosso fundamento,

é a Palavra de Deus. Cristãos vivem em culturas diferentes. Os
comprometimentos denominacionais dos crentes refletem pers-
pectivas históricas e teológicas que diferem entre si. Ainda assim,
todos os que são verdadeiramente cristãos se esforçam para
trazer as questões em sujeição aos ensinamentos de Jesus
Cristo, conforme a revelação que temos, de sua vontade, no
Antigo e no Novo Testamento.

3
 VE01- A CENTRALIDADE DA BÍBLIA

Conquanto a bíblia não seja um livro escolar didático, ela serve

como fundamento para todas as nossas atividades educacio-
nais. Considere os seguintes exemplos:

A Bíblia pode não nos dizer, especificamente, se uma escola

deve ter regras de vestuário, mas ela dá orientação sobre
como devemos nos vestir, e como devemos viver em uma
comunidade. Essa orientação deve ser examinada e articulada,
servindo de base para qualquer norma da escola, quanto ao
vestuário.

A Bíblia pode não conter especificações sobre como uma

professora deve organizar sua classe, mas, pela Palavra de
Deus, temos entendimento e compreensão da criança, feita à
imagem de Deus, afetada pela queda, responsável por si e por
seu próximo na comunidade, e isso deve influenciar a arruma-
ção que é feita em uma sala de aula.

A Bíblia pode não prescrever como devemos ensinar mate-

mática ou ciência, mas nos mostra o lugar e a ordem da
matemática e da ciência no mundo de Deus. Elas fazem parte
da realidade criada, portanto comprometidas com a fé cristã,
como ocorre com todos os demais aspectos do mundo de
Deus.

A Bíblia pode não ter exemplos de como as escolas devem

apresentar os boletins escolares. Entretanto, um sistema de
avaliação e aferição, em uma escola cristã, que não seja
fundamentado em um modelo autenticamente extraído da
Bíblia, reconhecendo dons e responsabilidades na prestação
de contas (como encontramos, por exemplo, na parábola dos
talentos), não agradará ao Deus a quem procuramos servir.

4
 VE01- A CENTRALIDADE DA BÍBLIA

O processo de desenvolvimento de um currículo em escolas

cristãs deve iniciar com a Palavra de Deus em seu centro (Edlin
1999). A perspectiva sobre o conhecimento resultante dessa
abordagem envolve muito mais do que um simples entendimento
de ideias. O conhecimento verdadeiro, no conceito bíblico, não
é atingido até que seja vivenciado pelos professores e alunos.

O trabalho procedente da Palavra de Deus irá ancorar a educação

cristã no entendimento correto do que é a verdade. A verdade não
é algo autônomo, realidade autoexistente descoberta objetivamen-
te pela pesquisa científica, como os modernistas querem que
aceitemos. Nem é, a verdade, uma construção social relativista,
como os construtivistas radicais pós-modernos, que dominam as
teorias contemporâneas de educação, querem que nós acredite-
mos. De acordo com a Bíblia, a verdade é proposicional e encar-
nada (se fez humana - tornou-se carne). Isso significa que a
verdade é uma parte revelada da criação de Deus e permanece
autêntica enquanto cruza os limites culturais e das eras.

Entretanto, a plenitude da glória da verdade é que ela é igualmente

relacional - é encontrada mais plenamente na pessoa e no trabalho
da Palavra viva, Jesus Cristo. Jesus não veio ao mundo apenas
para nos falar sobre a verdade ou para emitir palavras verdadeiras.
Ele é a verdade (João 14.6). Um currículo de uma escola cristã
deve começar com essa declaração, trazendo os alunos a um
conhecimento aprofundado dessa verdade.

A utilização apropriada da Bíblia na educação é bem diferente do

que a tentativa de justificar todas as coisas com uma citação bíblica.
Embora seja importante a utilização de trechos das Escrituras para
fundamentar certos conceitos, o ensino deve sempre respeitar e
refletir a integridade do contexto da passagem selecionada.

5
 VE01- A CENTRALIDADE DA BÍBLIA

Satanás utilizou versículos para justificar a tentação de Jesus

(Mateus 4.6), e isso deve nos servir de lembrete de que é um erro
a mera citação das Escrituras para justificar uma atividade.

Além de utilizar a Bíblia de uma forma devocional e fundamen-

tal, a escola cristã passará todos os seus relacionamentos e
atividades pelo crivo das Escrituras, a fim de assegurar que
tudo seja feito de acordo com o entendimento bíblico do
mundo e do nosso lugar e papel nele.

A armadilha terrível da idolatria cultural, que faz com que as

atividades de uma escola cristã sejam um reflexo impensado da
cultura contemporânea, não pode ser vencida sem uma crítica
fundamentada e rigorosa. O simples perguntar por que, ou, por
que não, sobre todas as atividades da escola, é um bom lugar
para iniciar essa batalha.

Ao reconhecer a autoridade das Escrituras sobre todos os aspec-

tos da vida, a escola cristã deve igualmente ter a capacidade de
estabelecer as diferenças entre as normas da Palavra de Deus,
aplicáveis em todos os contextos culturais, e as regras ou
aplicações culturais procedentes dessas normas. O autor Craig
Keener (1993) nos lembra que as diretrizes de Deuteronômio 22.8,
que indicam a necessidade de se construir parapeito nos terraços,
para que os hóspedes não venham a cair, é uma expressão
cultural de uma norma bíblica de nossa responsabilidade pelo
próximo. Uma aplicação moderna desse princípio é, por exemplo,
assegurar que os passageiros, em nossos carros, utilizem os cintos
de segurança.

Finalmente, o entendimento autêntico da Bíblia, em uma escola

cristã, na medida em que forma a base da declaração de missão

6
 VE01- A CENTRALIDADE DA BÍBLIA

da escola e firma a sua prática, deveria abrir campo para diver-

sidade em questões discutíveis. Apesar de podermos esperar
conformidade em assuntos organizacionais da escola cristã, a
maneira como muitas escolas aplicam a Bíblia nas atividades
educacionais, são construções em cima de conceitos bíblicos em
vez da utilização da própria Bíblia.

Em uma aula de História, por exemplo, o estudo das razões para o

início da 2ª Guerra Mundial pode levar a uma discussão sobre o
envolvimento de cristãos em uma guerra. Na aula de educação
moral, a democracia será comparada a outras formas de governo.
Na aula de Economia, o capitalismo e o racionalismo econômico
serão submetidos à crítica, à luz de normas bíblicas. Em todas
essas áreas, os cristãos terão opiniões diferentes.

A atitude de Paulo para com as carnes sacrificadas aos ídolos

(Romanos 14) nos lembra que, em matérias de discussão como
essas, devemos abrir campo à diversidade. O importante não é
que todos os alunos concordem com o professor. O importante
é que tanto os professores como os alunos se sintam impeli-
dos a analisar suas perspectivas sobre essas questões à luz da
Palavra de Deus. À medida que as escolas cristãs preparam os
alunos para viver no mundo, devem ajudá-los a utilizar a Palavra
de Deus, a fim de desenvolverem perspectivas sobre a realidade
que tenham autenticidade bíblica e que façam parte de suas
próprias convicções, com o propósito de glorificar a Deus em
tudo o que fizerem.

----

Edlin, Richard J. 1999. The cause of Christian education (A causa da educação cristã).
Colorado Springs, CO: ACSI.

Keener, Craig. 1993. IVP Bible background commentary - New Testament (Comentário do
Pano de Fundo do Novo Testamento - NVI). Downers Grove, IL: Intervarsity Press.

7
 VE01- A CENTRALIDADE DA BÍBLIA

FORTALEÇA OS SEUS
FUNDAMENTOS
1. Como você define a centralidade da Bíblia na vida de um cristão? Por
que é importante que a Bíblia seja proeminente na vida da escola cristã?

2. O que é idolatria cultural? Dê alguns exemplos de sua experiência

própria de como a idolatria cultural tem formado a educação cristã. Iden-
tifique três estratégias que podemos utilizar para reduzir o impacto da
idolatria cultural nas comunidades das escolas cristãs.

3. Especifique claramente o seu entendimento destes termos: construção

social relativista; proposicional; encarnada; relacional. Como pode um
determinado ponto de vista influenciar ao entendimento, de um pai e
professor cristão, sobre educação. Como você pode comparar os
conceitos de um professor cristão com os de um professor não cristão?

4. O que queremos dizer com a declaração de que não existe neutra-

lidade em educação? Diga como essa declaração se relaciona com: (1) a
urgência para que educadores cristãos desenvolvam uma cosmovisão
cristã; (2) a importância de um desenvolvimento profissional contínuo,
fundamentado na Bíblia, para professores cristãos.

5. Identifique três aspectos da sua prática educacional diária que

podem ser fundamentados nas Escrituras. Como você pode integrar
esses princípios bíblicos de forma mais explícita em sua abordagem
pedagógica?

6. Escolha uma atividade escolar específica (por exemplo, regras de

vestuário, organização da sala de aula, sistema de avaliação) e discuta
como você pode alinhar essa atividade com os ensinamentos da Bíblia.

8
 VE01- A CENTRALIDADE DA BÍBLIA

PRÓXIMOS PASSOS
1. Comprometa-se a integrar pelo menos um novo princípio bíblico em
sua prática educacional nesta semana. Registre suas ideias e
observações.

2. Identifique uma área de sua prática educacional que ainda não está
alinhada com os valores essenciais apresentados. Desenvolva um plano
de ação para realinhar essa área com as Escrituras.

3. Invista na compra de livros da ACSI que abordam temas relevantes

para a prática educacional em escolas cristãs. Explore o catálogo da ACSI
e selecione livros que possam enriquecer sua compreensão e aplicação
dos valores essenciais na educação cristã (recomendação: Enciclopédia
das Verdades Bíblicas). Registre as principais ideias durante a leitura e
compartilhe com seus colegas para promover uma discussão ampliada.

CLIQUE AQUI PARA CONHECER A LIVRARIA DA ACSI

4. Considere entrar para o PFEC (Programa de Formação do Educador

Cristão) com 35% de desconto para o Grupo de Estudos. Avalie os
benefícios e recursos oferecidos pelo programa. Ao participar do PFEC,
você terá a oportunidade de aprofundar seu conhecimento em educação
escolar cristã e receber orientação personalizada para aprimorar sua
prática pedagógica. Discuta essa possibilidade com seus colegas e
líderes para explorar o potencial impacto positivo na sua escola e
comunidade educacional.

CLIQUE AQUI PARA CONHECER O PFEC

LINK EXCLUSIVO COM 35% DE DESCONTO

9
 Somos uma comunidade que se
esforça para ser o exemplo que
deseja ver no mundo. Nossa missão
é clara: inspirar a mudança, nutrir
a esperança e capacitar a atual
geração a fazer a diferença.

InspirAção