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DESAFIOS DA INCLUSÃO ESCOLAR PARA CRIANÇAS AUTISTAS

FILIAÇÃO

Adriana do Amaral

RESUMO

O presente trabalho aborda o processo de inclusão escolar das crianças autistas no


ensino regular, mostrando os desafios cotidianos que enfrentam para ter um
desenvolvimento efetivo em todos os aspectos cognitivo, afetivo, social e
psicomotor. Apresenta-se como o atendimento educacional especializado pode
favorecer o processo de inclusão e aprendizagem das crianças autistas, sendo um
ensino diferenciado que promove o desenvolvimento de suas habilidades e
capacidades, com práticas lúdicas em um ambiente acolhedor, que desperte o
interesse para aprender. Nesta perspectiva, aborda-se o método da Análise de
Comportamento Aplicada, como sendo um recurso para ser utilizado tanto no
atendimento educacional especializado, como em sala de aula, uma forma
relevante de auxiliar a criança autista. Este trabalho tem como principal objetivo
mostrar os desafios da inclusão escolar da criança autista, ressaltando que, apesar
dos obstáculos cotidianos, tem potencial para aprender, com professores
capacitados e comprometidos em mediar os conhecimentos. Utiliza-se a
metodologia da pesquisa bibliográfica, visando obter mais informações consistentes
sobre a temática e baseando-se em autores renomados no assunto. Por fim, os
desafios cotidianos da inclusão escolar de crianças autistas são muitos, porém,
com escolas estruturas e professores capacitados para atuar com a diversidade,
essas crianças podem desenvolver seu potencial de forma efetiva.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão Escolar. Crianças Autistas. ABA. Aprendizagem.


Atendimento Educacional Especializado.
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa apresentar os desafios da inclusão escolar para


crianças autistas, mostrando que toda e qualquer criança tem potencial para
aprender, cada uma no seu tempo e com sua individualidade, ressaltando a
importância da escola e sua parceria com a família.
Nesta perspectiva, aborda-se as contribuições do atendimento educacional
especializado para o processo de inclusão e aprendizagem da criança autista,
enfatizando ser um ensino diferenciado e complementar do ensino regular, com
práticas elaboradas para promover o desenvolvimento das habilidades e
capacidades destas crianças.
Diante deste contexto, apresenta-se o método da análise do comportamento
aplicada, também conhecida como ABA, para auxiliar o processo de
desenvolvimento de novas habilidades das crianças autistas no ensino regular e no
atendimento educacional especializado.
Mostra-se, diante deste contexto, a importância do papel da escola e do
professor, que devem estar estruturados em todos os aspectos para receber e
acolher a criança autista, estimulando o desenvolvimento de sua linguagem e
proporcionando a interação com os demais.
Sendo assim, é fundamental que a escola tenha professores capacitados, que
estejam em constantes aprimoramentos na capacitação profissional, visando a
inovação no currículo e buscando por melhorias em suas estratégias e abordagens
de ensino.
Este trabalho tem como principal objetivo compreender os desafios da
inclusão escolar de crianças autistas, ressaltando que, apesar de obstáculos
superados, ainda tem um longo caminho a percorrer até que o processo de inclusão
seja efetivado na prática cotidiana.
Justifica-se a escolha da temática pela reflexão que toda e qualquer criança
tem o direito de aprender, com uma educação de qualidade e equidade,
profissionais aptos para lidar e atuar com a diversidade em sala de aula, e
enfatizando que criança autistas não são deficientes e, sim, ser humano como as
demais.
No primeiro capítulo, aborda-se os desafios impostos pelo processo de
2
inclusão escolar de crianças autistas no ensino regular, no segundo capítulo, as
contribuições do atendimento educacional especializado, mostrando como pode
favorecer a aprendizagem destas crianças e, por fim, a utilização do método da
análise do comportamento aplicada, uma forma relevante de ensinar essas crianças
a desenvolver novas habilidades.

2 METODOLOGIA

Compreende-se que, metodologia utilizada neste trabalho será a pesquisa


bibliográfica, que tem como finalidade obter novos conhecimentos para o progresso
da ciência, resultando em diversificados conteúdos para que os acadêmicos possam
utilizá-lo como embasamento teórico para trabalhos futuros e estudos sobre a
temática da inclusão escolar de crianças autistas e seus desafios.
Ressalta-se que, a pesquisa bibliográfica é baseada em materiais
anteriormente elaborados por diferentes indivíduos, formados por artigos e
monografias científicas, livros, revistas, onde são realizadas leituras minuciosas,
fazendo análises bibliográficas, podendo, assim, desenvolver novos conteúdos.
De acordo com Fonseca (2002, p.32):

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web, sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual
se procura a resposta. (FONSECA, 2002, p.32)

Sendo assim, o levantamento de informações, por meio de referências


teóricas é de suma importância para a elaboração de um trabalho eficiente,
resultando na construção de novos conhecimentos.
Contudo, com a seleção de títulos e obras e as leituras realizadas, filtra-se
artigos, monografias e livros com os seguintes critérios de inclusão para referências:
desafios da inclusão escolar, autismo, métodos utilizados para aprendizagem de
crianças autistas, buscando que os mesmos possam contribuir positivamente para a
pesquisa bibliográfica em questão.

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Foram utilizados documentos entre artigos, dissertações, tcc e teses para o
embasamento bibliográfico desta pesquisa, que a princípio não são estimados, pois
serão analisados após a busca literária.
Enfatiza-se que, o procedimento para a coleta de dados se deu por meio da
busca em bancos de dados do google acadêmico, da Scielo e Portal Capes, onde
utiliza-se termos técnicos, com palavras chaves para encontrar as referências, onde
ao iniciarmos as leituras, utiliza-se critérios de inclusão e exclusão, sendo a primeira,
obras escritas na língua portuguesa e, a segunda, na língua inglesa.

3 DESENVOLVIMENTO

3.1. Desafios da inclusão escolar para crianças autistas

Sabe-se que, atualmente, o número de crianças autistas matriculados no


ensino regular vem tendo um aumento considerável, sendo fundamental a escola
estar estruturada para receber e acolher essas crianças de forma a terem um
desenvolvimento infantil adequado.
Nesta perspectiva, incluir a criança autista não é apenas matricular no ensino
regular, mas, sim, propiciar práticas educativas que promovam o seu
desenvolvimento em todos os aspectos cognitivo, afetivo, social e psicomotor,
utilizando diferentes recursos pedagógicos e tecnológicos para auxiliar o professor.
Diante disso, Chiote (2015, p.21) diz:

Quando se fala de incluir a criança com autismo vai muito além de inseri-la
em uma escola regular, é necessário garantir a essa criança uma
aprendizagem significativa priorizando suas habilidades formando um
sujeito que aprende, pensa e sente pertencente de um grupo social.
(CHIOTE, 2015, p.21)

Com isso, pode-se afirmar que, a inclusão escolar de crianças autistas ainda
é um grande desafio, no que se refere a professores capacitados, escolas
estruturadas e planejamento de atividades adaptadas para proporcionar o seu
desenvolvimento e a construção de conhecimentos.
Compreende-se que, para auxiliar a criança autista a desenvolver suas
habilidades e capacidades, é imprescindível que o professor tenha diferentes
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estratégias e abordagens de ensino, dando todo o suporte que necessita
relacionado aos aspectos pedagógico e psicológico.
Segundo Ropoli (2010, p.90):

Para haver inclusão é necessário que haja aprendizagem, e isso traz a


necessidade de rever os nossos conceitos sobre currículo. Este não pode
se resumir as experiências acadêmicas, mas sim ampliar para todas as
experiências que favoreçam o desenvolvimento dos alunos normais ou
especiais. Sendo assim, as atividades de vida diária podem se constituir em
currículo e em alguns casos, talvez sejam os conteúdos que serão
ensinados. (ROPOLI, 2010, p.90)

Sendo assim, para que o processo de inclusão da criança autista seja efetivo
na prática, o papel do professor é fundamental, sendo ele a chave para enfrentar
todas as barreiras impostas pela inclusão, devendo estar consciente da importância
de estar preparado para receber e acolher a criança, auxiliando no desenvolvimento
de suas potencialidades.
Constata-se que, a inclusão escolar é um direito da criança autista
assegurado por lei, no entanto, na prática cotidiana nem sempre isso acontece, onde
a escola tem a função de proporcionar sua interação com as demais, resultando no
desenvolvimento de sua linguagem, ampliação da convivência social, enfatizando
que o ambiente escolar é sua primeira vivência enquanto sociedade.
De acordo com Silva (2012, p.112):

A inclusão escolar teria o objetivo nobre de colocar as crianças autistas em


contato com seus pares, o que facilitaria seu desenvolvimento e ensinaria a
todo o grupo que é possível conviver com a diversidade, na construção de
um mundo melhor. Falar em inclusão é um tema delicado e complexo
quando saímos da teoria e partimos para uma prática efetiva nas escolas.
(SILVA, 2012, p.112)

Portanto, inclusão escolar deve ser um trabalho em equipe, onde a parceria


escola e família é de suma importância, devendo os pais estarem comprometidos no
desafio de incluir a criança autista no ensino regular e no convívio do ambiente
escolar.
Ressalta-se que, para que o processo de inclusão da criança autista seja
efetivo, é fundamental que as práticas do professor e suas estratégias de ensino
estejam pautadas no desenvolvimento da linguagem, aprendendo de forma
diferenciada, no entanto, com recursos capazes de desenvolver suas habilidades e
capacidades, onde o professor deve estar apto para fazer a mediação entre o
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conhecimento e a criança autista.
Segundo Orrú (2012, p.12):

A interação entre o professor e seu aluno é fundamental. No caso de


crianças com autismo nem sempre o professor vê atitudes que demonstram
uma ação de reciprocidade vindo do aluno [...] após a identificação de tal
interesse, o professor organiza em seu contexto o ambiente para a
aprendizagem, as motivações precisam ser trabalhadas por meio de
conteúdos e materiais diversos, valorizando toda ação realizada por seu
aluno, por meio da sua mediação. (ORRÚ, 2012, p.12)

Portanto, as crianças autistas são seres humanos como qualquer outro, tendo
o direito de estar na escola e participarem de todas as atividades e projetos e tendo
um desenvolvimento infantil adequado, sendo estimulados no seu processo de
ensino e aprendizagem e interagindo com os demais.
Atualmente, com a implantação da educação inclusiva, muitas instituições
escolares vêm se adequando, buscando por transformações para receber toda e
qualquer criança, com acolhimento e estruturas necessárias para propiciar o
desenvolvimento infantil, sendo um sistema educacional que reconhece e atende a
diversidade, trabalhando e valorizando as diferenças.
Menezes (2012, p.25) diz:

O autista sente dificuldade em se relacionar ou se comunicar com outras


pessoas, uma vez que ele não usa a fala como um meio de comunicação.
Não se comunicando com outras pessoas acaba passando a impressão de
que a pessoa autista vive sempre em um mundo próprio, criado por ele e
que não interage fora dele. (MENEZES, 2012, p.25)

Com isso, é papel da instituição escolar buscar por ações educativas que
propiciem a interação da criança autista com os demais, devendo o professor
elaborar práticas educativas com atividades interativas, promovendo assim, o
desenvolvimento da linguagem e impondo desafios a esta criança, ampliando sua
comunicação e formas de expressão.
Enfatiza-se que, ao entrar no ensino regular, com escolas estruturadas e
professores capacitados, abre um mundo de descobertas para a criança autista,
com diferentes situações de aprendizagens significativas que auxiliam no seu
desenvolvimento, proporcionando avanços no aprendizado de forma relevante.
Diante disso, Sant’Ana e Santos (2015, p.112) dizem:

O processo de inclusão escolar das pessoas com autismo deve acontecer


por meio de práticas pedagógicas voltadas ao cotidiano dos alunos, tendo
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por base suas experiências e ações do dia a dia, para a promoção do
desenvolvimento da criança como pessoa e não como deficiente. Para isso,
além do que simplesmente coloca-las dentro do espaço escolar, é preciso
proporcionar uma aprendizagem significativa, baseada em suas
potencialidades e práticas cotidianas. (SANT’ANA; SANTOS, 2015, p.112)

Com isso, vale ressaltar que, um fator imprescindível para a criança autista é
a rotina, devendo o professor elaborar a rotina escolar dessa criança, favorecendo
consideravelmente o seu desenvolvimento, para que tenham autonomia de
desenvolver suas atividades, sua convivência e adaptação no espaço da escola.
Compreende-se que, a família também tem um papel fundamental no
processo de inclusão da criança autista no ensino regular, onde sua parceria com a
escola é uma ação de suma importância, necessitando dar continuidade em casa,
do trabalho elaborado na escola.
Diante disso, Cunha (2017, p.93) diz:

A escola está inserida na educação entre família e a sociedade, onde se


adquire princípios e regras estabelecidas para o convívio. Ainda que seja
normal existir em qualquer aluno posturas comportamentais diferentes em
casa e na escola, no autismo, isto poderá trazer grande prejuízo. Por isso, é
necessário que os pais e os profissionais da escola trabalhem da mesma
forma, estabelecendo os mesmos princípios que permitirão uma articulação
harmoniosa na educação. (CUNHA, 2017, p.93)

Portanto, pode-se afirmar que, não só para as crianças autistas como para as
demais, a educação não depende única e exclusivamente da instituição escolar, ou
seja, para propiciar o desenvolvimento infantil é imprescindível a articulação entre
escola e família, onde ambos devem caminhar juntas para que as crianças possam
desenvolver-se integralmente.
Enfatiza-se que, toda e qualquer criança tem potencial para aprender, sendo
ela autista ou não, onde o papel do professor é estimular a aprendizagem, com
práticas pedagógicas que valorizem as suas habilidades e capacidades, criando
diversas situações que possam aprender e tornar-se protagonista de seu
aprendizado.
Por fim, o processo de inclusão escolar das crianças autistas tem tido
grandes avanços, no entanto, com um longo caminho a percorrer e com a reflexão
que não existe uma fórmula pronta para promover o desenvolvimento infantil dessas
crianças, mas, sim, a certeza que, com professores comprometidos e capacitados,
podem desenvolver seu potencial e superar as barreiras impostas pela inclusão.
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No próximo capítulo, apresenta-se a importância do atendimento educacional
especializado para o processo de inclusão de crianças autistas no ensino regular,
mostrando como pode favorecer a sua aprendizagem.

3.2. A importância do atendimento educacional especializado para a


aprendizagem das crianças autistas.

Ao falarmos sobre o processo de inclusão escolar de crianças autistas, é


necessário a reflexão da importância do atendimento educacional especializado,
onde este modelo de ensino contribui de diferentes formas para o desenvolvimento
das habilidades e capacidades destas crianças.
Nesta perspectiva, o atendimento educacional especializado conta com uma
nova concepção de ensino, de forma complementar, com uma visão diferenciadas
de práticas inclusivas, utilizando diferentes materiais pedagógicos e tecnológicos,
assegurando o direito da educação para toda e qualquer criança.
De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (2008, p.18), o
atendimento educacional especializado:

Identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que


eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando
as suas necessidades específicas. O atendimento educacional
especializado complementa e/ou suplementa a formação do aluno com
vistas a autonomia e independência na escola e fora dela. (BRASIL, 2008,
p.18)

Sendo assim, este atendimento propicia práticas diferenciadas, elaboradas de


acordo com a necessidade de cada criança, com um profissional capacitado para
atuar com a diversidade, sendo um espaço acolhedor e lúdico que oferece ensino a
crianças com deficiência e/ou transtornos, como as crianças autistas.
Ressalta-se que, nesta sala de recursos são realizadas diversas atividades
com as crianças autistas, utilizando recursos de acessibilidade, visando a autonomia
e a ampliação no processo de escolarização, com desenvolvimento de habilidades
por meio de atividades lúdicas que despertem o interesse da criança para seu
aprendizado.
Diante disso, Sartoretto e Satoretto (2010, p.2) dizem:

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[...] uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, graus e
etapas do percurso escolar e tem como objetivos, entre outros, identificar as
necessidades e possibilidades do aluno com deficiência e/ou transtornos,
elaborar planos de atendimento visando o acesso e a participação no
processo de escolarização em escolas comuns, produzir materiais e
recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno aos conteúdos
curriculares(...). (SARTORETTO; SARTORETTO, 2010, p.2)

Portanto, pode-se afirmar que, é um espaço de ensino que deve ser atrativo e
criativo com o objetivo de facilitar o processo de aprendizagem da criança autista,
trabalhando as suas necessidades articulando com as propostas pedagógicas do
ensino regular e, ainda, criando estratégias e abordagens nas quais a criança possa
desenvolver-se integralmente.
Diante deste contexto, ressalta-se a importância de o professor do
atendimento educacional especializado estar capacitado para atuar com todas as
crianças, atuando individualmente e em grupos, buscando a interação e o
desenvolvimento da linguagem, trazendo benefícios para o processo de inclusão.
Segundo o Ministério da Educação e Cultura (2006, p.17):

O professor da sala de recursos multifuncionais deverá ter curso de


graduação, pós graduação e/ou formação continuada que o habilite para
atuar em áreas de educação especial para o atendimento as necessidades
educacionais especiais dos alunos. (BRASIL, 2006, p.17)

Constata-se que, o papel do professor do atendimento educacional


especializado é organizar subsídios que contribuíam para o desenvolvimento da
criança com deficiência e/ou transtornos, estimulando com atividades lúdicas os
aspectos cognitivos e sua aprendizagem, para que a criança possa construir
relações entre o físico e o social.
Diante disso, no caso de crianças autistas, o professor do atendimento
educacional especializado deve proporcionar práticas nas quais possa desenvolver
sua linguagem e interação, criando diferentes situações de aprendizagens que
tornem as crianças protagonistas de sua aprendizagem.
De acordo com Mantoan (2015, p.26):

O atendimento educacional especializado garante a inclusão escolar de


alunos com deficiência, na medida em que lhes oferece o aprendizado de
conhecimento, técnicas, utilização de recursos informatizados, enfim, tudo
que difere dos currículos acadêmicos que ele aprendera nas salas de aula
das salas comuns. Ele é necessário e mesmo imprescindível, para que
sejam ultrapassadas as barreiras que certos conhecimentos, linguagens,
recursos apresentam para que os alunos com deficiências possam aprender
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nas salas de aulas comuns do ensino regular. (MANTOAN, 2015, p.26)

Com isso, ao utilizar diversos recursos como jogos, brinquedo, brincadeiras,


músicas, tecnologias assistivas, computadores, livros e contação de histórias,
podem ajudar o professor do atendimento educacional especializado a desenvolver
a linguagem e as potencialidades das crianças autistas, superando os desafios e
ampliando sua interação.
Nestas perspectivas, as atividades lúdicas e as novas tecnologias criam um
leque se situações de aprendizagens que podem auxiliar no desenvolvimento da
criança autista de diferentes formas, trazendo benefícios para sua aprendizagem e
contribuindo para a construção de conhecimentos.
Neta e Gomes (2016, p.47):

Na Sala de Recursos Multifuncionais, a promoção do uso de estratégias de


aprendizagem contribui para que os alunos, sob a mediação do professor do
AEE, reflitam sobre seu próprio processo de aprendizagem e exercitem a
capacidade de controlar suas estratégias no decorrer de uma situação de
resolução de problema. A eficácia quanto ao uso e à seleção de estratégias
colabora para o monitoramento da compreensão e a autorregulação,
favorecendo a aprendizagem do aluno. (NETA, GOMES, 2016, p. 47)

Sendo assim, a atuação no atendimento educacional especializado é um


desafio, onde o professor deve amar sua profissão, no sentido de ter a sensibilidade
e afetividade para identificar as necessidades e dificuldades de cada criança,
elaborando práticas de acordo com cada uma.
Por fim, o atendimento educacional especializado contribui de forma
relevante, não só para as crianças autistas como, também, para todas as crianças
com deficiência, promovendo o desenvolvimento infantil, com a atuação de
profissionais comprometidos em realizar um trabalho com eficiência.

3.3. As contribuições do método da Análise do Comportamento Aplicada (ABA)


para crianças autistas

Sabe-se que, atualmente, o número de crianças autistas no ensino regular


vem tendo um crescimento considerável, sendo de suma importância que as escolas
estejam preparadas para a inclusão efetiva dessas crianças.
Nesta perspectiva, é fundamental que a escola tenha profissionais
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capacitados, que esteja estruturada em todos os aspectos, disponibilizando
recursos, tendo estratégias de ensino para que possam ter um desenvolvimento
infantil adequado e oportunizando uma educação inclusiva.
De acordo com Rodrigues (2006, p.167):

Há na educação inclusiva a introdução de outro olhar. Uma maneira nova de


se ver, ver os outros e ver a educação Para incluir otdas as pessoas, a
sociedade deve ser modificada com base no entendimento de que é ela que
precisa ser capaz de atender as necessidades de seus membros. Assim
sendo, a inclusão significa a modificação da sociedade como pré-requisito
para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e
exercer sua cidadania. (RODRIGUES, 2006, p.167)

Sendo assim, a escola inclusiva precisa buscar por diferentes métodos de


ensino para propiciar o desenvolvimento de toda e qualquer criança, onde o método
da análise do comportamento aplicada, conhecida como ABA, pode auxiliar a
criança autista de diferentes formas.
Diante desse contexto, este método pode ser utilizado em sala de aula, na
sala de atendimento educacional especializado e ainda, nas terapias da criança
autista, que tem como finalidade mudar os comportamentos inadequados pelos
comportamentos funcionais positivos
Diante disso, Silva (2012, p.104) diz:

Isso envolve criar oportunidades para que a criança possa aprender e


praticar habilidades por meio de incentivos ou reforços positivos, ou seja,
premiá-la e elogiá-la a cada comportamento realizado de forma adequada.
(SILVA, 2012, p.104)

Portanto, com o método ABA, a criança pode desenvolver novas habilidades,


como contato visual e novas formas de comunicação, tendo mais autonomia e
independência para realização de atividades cotidianas, devendo ser aplicada de
forma individual, acordo com as necessidades de cada criança.
Ressalta-se que, um tipo de abordagem utilizada neste método é a repetição,
com atividades repetitivas até que a criança aceite ou assimile, alcançando o
objetivo proposto e comportamento negativos desaparecendo.
Segundo Anderson (2007, p.10):

É o uso científico dos princípios da abordagem comportamental para


desenvolver, manter e aumentar os comportamentos desejados e diminuir
os comportamentos indesejados. Envolvendo uma série de diferentes
estratégias, que podem ser utilizadas em variadas situações para modificar
ou ensinar novos comportamentos. (ANDERSON, 2007, p.10)
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Com isso, a aplicação deste método deve ser realizado por um profissional
capacitados, que acompanha a criança autista no ensino regular, propiciando o
ensino individualizado e intensivo para que possa desenvolver sua autonomia,
trabalhando suas habilidades, com novas aprendizagens, resultando em melhoras
na qualidade de vida.
Sendo assim, na instituição escolar, este método pode ser aplicado na sala
de atendimento educacional especializado, de forma individual e intensiva e na sala
de aula, a criança autista tem o acompanhamento do assistente terapêutico, que
auxilia nas atividades cotidianas, podendo adaptar as atividades para o método
ABA.
Cunha (2014, p.55) diz:

Enquanto o aluno com autismo não adquire a autonomia necessária, é


importante que ele permaneça sob o auxílio de um profissional capacitado
para que dê suporte ao professor da sala. Na educação inclusiva, é
demasiadamente difícil para um único educador atender a uma classe
inteira com diferentes níveis educacionais e, ainda, propiciar uma educação
inclusiva adequada. Tudo o que for construído no ambiente escolar deverá
possuir o gene da qualidade. (CUNHA, 2014, p.55)

Sendo assim, sabe-se que o processo de inclusão escolar vem caminhando


para ser efetivado, no entanto, as crianças autistas ainda tem um longo caminho a
percorrer até ser efetivada, sendo fundamental cobrar das políticas públicas
acompanhantes com formação em ABA e não deixar de fazer as terapias
necessárias com a equipe multidisciplinar.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao finalizar as pesquisas, teve como resultados a importância das instituições


escolares, nos dias atuais, oportunizarem uma educação inclusiva que atenda a toda e qualquer
criança, independente de suas limitações ou deficiências, onde todos merecem uma educação
de qualidade e equidade.
Pelas pesquisas realizadas, pode-se constatar que, a grande maioria dos professores
ainda não estão capacitados para inserir as crianças autistas no ensino regular, necessitando de
capacitações, formações e especializações, refletindo que o acolhimento e a afetividade são
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elementos fundamentais para toda criança.
Sendo assim, esta pesquisa teve como objetivo estudar o processo de inclusão das
crianças autistas no ensino regular, mostrando que diversificar as estratégias e abordagens de
ensino são fundamentais para alcançar o resultados positivos na aprendizagem dessas
crianças.
Mostrou-se ainda, os benefícios do atendimento educacional especializado e como
pode contribuir para o processo de ensino e aprendizagem das crianças autistas, como um
ensino complementar ao ensino regular, com atividades lúdicas diferenciadas, respeitando a
individualidade e o tempo de cada criança.
Outro ponto predominante é as escolas estarem estruturadas em todos os aspectos,
onde grande parte ainda não tem estrutura para receber e propiciar o desenvolvimento infantil
da criança autista, não tendo assistente terapêutico em sala de aula para fazer o
acompanhamento.
Nesta perspectiva, vale a discussão da importância deste profissional, capacitado para
aplicar o método da análise do comportamento aplicado, com atividades direcionadas a cada
criança autista, sendo um método individualizado e intensivo que auxilia no desenvolvimento
de novas habilidades para que tenha melhorias na qualidade de vida.
Com isso, as pesquisas mostraram que este novo método traz melhorias no que se
refere a autonomia da criança autista, melhorando seu contanto visual, sua comunicação e
formas de linguagens, por meio de atividades repetitivas e com objetivo de trazer
independência para a criança.
Para isso, é fundamental as escolas terem estruturas e recursos que auxiliem este
profissional na aplicação do método ABA, podendo ser em sala de aula, adaptando as
atividades cotidianas ou na sala de atendimento educacional especializado onde os
atendimentos são individuais.
Por fim, os resultados concluem que o processo de inclusão da criança autista no
ensino regular ainda tem um longo caminho a percorrer, com as ações devem ser no coletivo,
com uma equipe disciplinar que possa auxiliar no desenvolvimento infantil, tendo parceria da
família e com profissionais comprometidos em desenvolver as habilidades e capacidades da
criança.
E ainda, ressaltando a importância do primerio passo, acabar com preconceitos e
discriminações, no que se refere ao desenvolvimento da criança autista, pois todos tem
potencial para aprender, com auxílio de profissionais aptos, famílias parceiras, escolas
estruturadas e uma sociedade inclusiva.
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5 CONCLUSÃO

Por meio deste trabalho, constatou-se que a inclusão escolar é uma realidade
desafiadora para os profissionais da educação, com muitos obstáculos cotidianos a
serem superados para que a criança autista realmente seja incluída.
Nesta perspectiva, sabe-se que os direitos da criança autista são
assegurados por lei, no entanto, na prática cotidiana nem sempre isso acontece,
necessitando do comprometimento da escola e professores de proporcionar um
ambiente acolhedor e estruturado para recebê-las.
Diante desse contexto, é fundamental os professores estar em constantes
aprimoramentos na capacitação profissional, buscando inovações no currículo para
estarem aptos a atuar com a diversidade, com práticas diferenciadas que atendam a
todas as crianças, independente de suas limitações.
Abordou-se as contribuições do atendimento educacional especializado para
as crianças autistas, mostrando que, com espaço acolhedor e lúdico e práticas
diferenciadas, podem aprender, cada uma no seu tempo e com sua individualidade.
Apresentou-se, neste trabalho, os desafios da inclusão escolar de crianças
autistas, enfatizando ser imprescindível a escola ter estrutura, com profissionais
capacitados e parceria escola/ família para auxiliar no desenvolvimento da criança.
Com isso, a família tem um papel fundamental no processo de inclusão
escolar da criança autista, sendo sua parceria com a escola primordial para auxiliar
no desenvolvimento de habilidades e capacidades das crianças.
Abordou-se as contribuições relevantes do método da análise do
comportamento aplicada para as crianças autistas, mostrando que pode ser utilizado
em sala de aula, na sala de atendimento educacional especializado e, também, nas
terapias da criança, no entanto, ressaltando a importância de ser aplicada pelo
profissional capacitado, com formações e pós graduação.
Mostrou-se que, a inclusão escolar já superou muitos obstáculos, porém, para
realmente ser efetivada na prática e em todas as instituições escolares, ainda tem
um longo caminho a percorrer, onde necessita da reflexão de toda uma sociedade,
da importância de acabar com preconceitos e discriminações.
Por fim, conclui-se que o processo de inclusão escolar de criança autistas é
uma realidade desafiadora para todos os envolvidos, no entanto, com
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comprometimento do professor e da escola em propiciar uma aprendizagem
significativa, as crianças podem sim, aprender e ter um desenvolvimento efetivo.

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