Plano Estratégico Aquicultura 2014 2020
Plano Estratégico Aquicultura 2014 2020
Plano Estratégico Aquicultura 2014 2020
1
Por George Eliot, pseudónimo de Mary Ann Evans, romancista autodidata britânica que usava um nome
masculino para que os seus trabalhos fossem levados a sério (1819-1880)
Apresentação e metodologia de trabalho
2
Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho - Construir um futuro sustentável para a
aquicultura - Um novo ímpeto para a estratégia de desenvolvimento sustentável da aquicultura europeia -
COM/2009/0162 final
3
COM (2013) 229 final - Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e
social Europeu e ao Comité das Regiões, de 29 de abril de 2013.
3. Glossário
4
Lei n.º 17/2014, de 10 de abril
4. Enquadramento
5
Resolução de Conselho de Ministros 12/2014, 12 de fevereiro
6
Resolução da Assembleia da República n.º 6/2013, de 30 de janeiro.
7
N.º 2 do artigo 34.º do Regulamento (EU) n.º 1380/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho
Apesar deste constrangimento, a costa algarvia, a costa sul da Madeira, bem como as
lagunas, rias e alguns estuários, para além de algumas baías mais abrigadas, reúnem
condições satisfatórias para a prática da aquicultura em mar aberto, encontrando-se
instalados e em funcionamento vários estabelecimentos nomeadamente, cabos em
suspensão para o cultivo de bivalves no Algarve e jaulas flutuantes para peixes na
Madeira. Foram ainda identificadas, no âmbito dos trabalhos de preparação 8 do Plano
de Ordenamento do Espaço Marítimo (POEM), outras áreas potenciais para fins
aquícolas em mar aberto, sendo necessário para tal inovar e melhorar a tecnologia
existente.
Nas zonas costeiras, lagunas, rias e alguns estuários, para além de algumas baías mais
protegidas, têm vindo a ser instaladas estruturas produtivas de peixes, de bivalves, e
de crustáceos e algas, em tanques em estruturas flutuantes ou com assentamento no
fundo.
O cultivo de espécies marinhas e salobras em Portugal começou por ser feito em águas
interiores costeiras, em estuários e lagoas costeiras, utilizando regimes extensivos de
produção, reaproveitando, nomeadamente, as infraestruturas da indústria de sal.
No que respeita à evolução das espécies exploradas, existem três períodos
diferenciados. Até à década de 70, a produção aquícola era dominada pelos
mugilídeos, espécies tipicamente forrageiras e de baixo valor comercial, que
representavam cerca de 80 % da produção piscícola. A década de 80 caracterizou-se
pelo grande aumento das pisciculturas em águas interiores (particularmente de truta
arco-íris), acompanhada pelos bivalves (especialmente a amêijoa) nas águas salobras e
marinhas. A década de 90 é caracterizada pelo forte crescimento e modernização da
aquicultura de espécies marinhas, centrada inicialmente no robalo e na dourada e,
mais recentemente, no pregado e no linguado.
8
Despacho n.º 14449/2012, publicado na 2.ª série do Diário da Republica de 8 de novembro
Gráfico n.º 1
Estabelecimentos aquícolas em águas marinhas e salobras
Tipo de estabelecimentos
N.º de estabelecimentos ativos
1349
1500
1000
500 2 67 14
0
Unidades de Tanques Viveiros Estruturas
Reprodução Flutuantes
Fonte: INE/DGRM
Quadro I
Área de aquicultura marinha
Unidade: hectares
Área total de zonas húmidas com salgado 30.000
Área afeta à atividade aquícola 8.049
Área em utilização 4.495
Área em instalação ou em análise 1.100
Área disponível para novas instalações 2.454
Fonte: DGRM, abril de 2014
Da área total de zonas húmidas passíveis de utilização para fins aquícolas, cerca de
30.000 hectares, encontram-se afetas à atividade aquícola cerca de 8 mil hectares, dos
quais, pouco mais de metade (4,5 mil hectares) se encontravam em atividade. A área
afeta à aquicultura apresenta ainda tendência para aumentar em resultado,
nomeadamente, da possibilidade de criação de novas áreas de produção aquícola em
mar aberto.
Acresce ainda a possibilidade de reutilização de áreas que já foram afetas à atividade
aquícola e que, à presente data, se encontram sem atividade, que perfazem cerca de
2,5 mil hectares.
Quadro n.º 2
Evolução da produção aquícola por meios de cultura
Unidade: Toneladas
Meio de cultura 1990 1995 2000 2005 2010 2012
Águas Doces 2.266 958 1.296 845 950 479
Águas Marinhas e Salobras 2.191 4.081 6.240 5.850 7.063 9.839
Total 4.457 5.039 7.536 6.695 8.013 10.317
Fonte: INE/DGRM
Ao longo deste período a produção aquícola em águas doces sofreu uma redução,
tanto em termos absolutos como relativos, face às produções provenientes de culturas
em águas marinhas ou salobras.
Gráfico n.º 2
Produção aquícola por meios de cultura
12000
10000
8000
Aguas marinhas e
Toneladas
6000 salobras
2000
0
1990 2012
Fonte: INE/DGRM
Duas pisciculturas industriais (das 28 PIOEA) são responsáveis por mais de 90% do
volume de pescado proveniente das águas doces.
De referir que a produção aquícola da enguia europeia, apesar das intenções de
investimento, não tem tido sucesso, restringindo-se a atividade aquícola a 3 depósitos
de estabulação temporária.
Quadro n.º 3
Evolução da produção aquícola por espécies
Unidade: Toneladas
Meio de cultura/espécie 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Águas Doces 1.296 1.220 1.233 954 916 845 948 936 940 936 950 1.115 479
Truta Arco-Íris 1.293 1.213 1.232 953 915 843 942 926 930 931 949 1.113 479
Outras 3 7 1 1 1 2 6 10 10 5 1 2 0
Águas Marinhas e
6.240 6.990 7.054 7.087 5.885 5.850 6.945 6.512 7.047 7.057 7.063 8.051 9.839
Salobras
Pregado 379 343 386 323 275 214 185 167 351 1.276 2.424 3.197 4.406
Robalo Legítimo 653 925 808 1.386 1.234 1.530 1.584 1.192 1.069 444 396 460 531
Dourada 1.815 1.762 1.855 1.449 1.685 1.519 1.623 1.930 1.635 1.383 851 828 895
Amêijoa Boa 2.416 2.724 3.093 3.186 2.014 1.644 2.329 2.021 2.299 2.347 2.539 2.339 2.394
Ostras 252 956 421 423 432 522 679 712 1037 944 548 864 736
Outras 726 280 491 320 245 421 545 490 656 663 305 363 877
Total 7.536 8.210 8.287 8.041 6.801 6.695 7.893 7.448 7.987 7.993 8.013 9.166 10.318
Fonte: INE/DGRM
Gráfico n.º 3
Produção de peixe e moluscos em águas marinhas e salobras
6000
Produção Aquícola em àqgua
marinhas e salobras (ton)
5000
4000
3000
2000
1000
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Peixes Moluscos
Fonte: INE/DGRM
Gráfico n.º 4
Distribuição regional da produção aquícola em 2012
Unidade: Toneladas
Madeira Norte
419 321
Algarve
3509
Centro
5465
Alentejo Lisboa
248 355
Fonte: INE/DGRM
Regime de exploração
Gráfico n.º 5
Produção aquícola por regime de exploração
Unidade: Toneladas
10000
Produção Aquícola (ton)
8000
6000
4000
2000
0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: INE/DGRM
Emprego
Em 2011 a atividade aquícola justificava cerca de 2.316 postos de trabalho diretos, dos
quais 18% eram ocupados por mulheres existindo apenas 5 empresas a empregarem
mais de 10 trabalhadores.
Gráfico n.º 6
Origem dos produtos da pesca
300.000
250.000
200.000
Toneladas
150.000
100.000
50.000
0
1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2012
Pescado descarregado (fresco, refrigerado e congelado) Produção Aquícola
Fonte: INE/DGRM
A produção aquícola também não tem sido suficiente para minorar o saldo negativo da
balança comercial dos produtos da pesca. De salientar que parte dos produtos
importados não reúnem condições para serem objeto de substituição pela produção
aquícola nacional, por exemplo, o bacalhau e a pescada.
Sendo Portugal um país com uma elevada capitação no consumo de pescado, cerca de
56,7Kg por habitante/ano, a limitada produção nacional obriga a volumes muito
elevados de importações para satisfazer o consumo nacional, como se verifica no
gráfico n.º 7.
Apesar do saldo externo negativo dos produtos da pesca se ter reduzido ligeiramente,
verificou-se um aumento significativo das importações de pescado, embora
compensado pelo aumento das exportações.
Gráfico n.º 7
Saldo externo dos produtos da pesca
600
500 174,2
400 70,6
Saldo
300
Mil Toneladas
395,1 Exportações
200 302,8
100 Importações
0
-100 -220,9
-232,2
-200
-300
2000 2012
Fonte: INE/DGRM
9
Com bases em dados fornecidos pela APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição
Gráfico n.º 8
Produção da aquicultura europeia (UE28)
Mil Toneladas
290 Moluscos e
Crustáceos
Quadro n.º 4
Espécies mais produzidas na UE (2009)
Peso vivo Valor Valor médio (€)
Espécies
(Toneladas) (Mil €) por Kg
Mexilhão do Mediterrâneo 315.171 178.542 0,57 €
Truta Arco-íris 199.605 666.263 3,34 €
Mexilhão vulgar 179.041 230.013 1,28 €
Salmão do Atlântico 157.647 533.711 3,39 €
Ostra Gigante 106.065 352.970 3,33 €
Dourada 96.278 373.751 3,88 €
Carpa Comum 70.761 134.493 1,90 €
Robalo europeu 57.478 282.879 4,92 €
Amêijoa Japonesa 34.406 105.979 3,08 €
Pregado 9.019 56.624 6,28 €
Fonte: A Politica Comum de Pescas em Números 2012 - CE
De destacar que, entre as espécies mais valorizadas se encontra o pregado, bem como,
outras espécies piscícolas (robalo e dourada), as quais encontram boas condições de
Para além das limitações inerentes à concorrência com outras atividades humanas no
uso dos recursos hídricos e do espaço, nomeadamente ao longo da zona costeira, a
atividade aquícola confronta-se com diversos obstáculos limitativos do seu
desenvolvimento, cuja solução constitui um desafio para o subsetor aquícola nos
próximos anos.
Nas águas doces, constituídas pelos rios, lagos e albufeiras, verifica-se, por sua vez,
uma forte concorrência no uso deste recurso com a agricultura, a produção de energia
e o abastecimento das populações, cuja utilização está sujeita a fortes
constrangimentos legais, sendo interdita nas albufeiras de águas públicas.
4.4.2. Empresarias
4.4.3. Institucionais
títulos de utilização e exploração dos recursos hídricos, aliada, até há poucos anos, a
prazos demasiado curtos das licenças de utilização no domínio hídrico (10/15 anos).
Atualmente, o artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio, já permite
que o prazo das concessões de utilização privativa dos recursos hídricos no domínio
público marítimo possa ir até 75 anos, atendendo à natureza e à dimensão dos
investimentos associados, bem como à sua relevância económica e ambiental, estando
já em curso licenciamentos para prazos até 30 anos.
Esta abordagem deve necessariamente ser considerada nas zonas tradicionais com
maior aptidão para a aquicultura, como são os estuários e as zonas húmidas como as
rias de Aveiro e Formosa, e nas áreas da Rede Natura 2000, onde são aplicáveis
sistemas de cultivo tradicionais em regime extensivo ou semi-intensivo.
Contudo, algumas mudanças têm vindo a ocorrer desde 2008, nomeadamente com a
publicação do Decreto Regulamentar n.º 9/2008, de 18 de março, que veio permitir a
criação de áreas de produção aquícola em mar aberto. Mais recentemente, no âmbito
dos trabalhos de preparação do Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo (POEM),
foram identificadas outras áreas em mar aberto, suscetíveis de virem a ser
regulamentadas para fins aquícolas.
5. Análise SWOT
A nível mundial
A produção global dos produtos da pesca, incluindo a aquicultura, irá continuar a
aumentar, projetando a FAO um crescimento de 15% até 2021 (face a 2009-2011),
crescimento que será suportado principalmente pelos produtos aquícolas, mas com
uma desaceleração nas suas taxas de crescimento.
A Europa, principal mercado mundial para os produtos da pesca e da aquicultura,
continuará a ser largamente deficitária no abastecimento do mercado interno, quer
pela quebra que se tem verificado na captura, quer pela estagnação da produção
aquícola que, agora, a Comissão Europeia pretende combater. Em resultado deste
esforço perspetiva-se um crescimento da produção europeia de produtos aquícolas,
nomeadamente das principais espécies que já vêm a ser cultivadas, o salmão, a truta e
carpa, os moluscos e, especialmente, os peixes de águas temperadas (dourada/robalo,
linguado, corvina e pregado), entre outros. Para os peixes de águas temperadas
prevêem-se elevadas taxas de crescimento anuais10 (4%) até 2030.
A aposta em novas espécies aquícolas, que pode surgir dos resultados da investigação
e da experimentação, continuará a ser incentivada, permitindo uma maior oferta e
abertura de novos nichos de mercados.
O mercado europeu de produtos da pesca continua a crescer, assistindo-se
simultaneamente, a uma maior exigência do consumidor europeu em matéria de
qualidade destes produtos e de boas práticas associadas à sua produção, verificando-
se uma cada vez maior procura de produtos certificados. Esta maior exigência tem
como contrapartida a disponibilidade para pagar um preço superior, tratando-se
naturalmente de um nicho de mercado.
O espaço europeu carateriza-se ainda por ser dotado de uma mão-de-obra muito
qualificada e dispor de instituições de ensino e de investigação que potenciam a
existência de elevados padrões tecnológicos. Este ambiente cria condições para o
desenvolvimento de inovações que elevem os níveis de produtividade do trabalho e de
outros fatores produtivos, nomeadamente a melhoria da taxa de conversão das rações
e do controlo biológico do processo de produção.
Em Portugal
Apesar da relativa abundância de recursos hídricos em Portugal, especialmente de
águas marinhas ou salobras, as taxas de crescimento do setor estão limitadas pelas
condições técnicas e/ou naturais de utilização dos recursos existentes, pelos espaços
disponíveis de cultivo e pela disponibilidade de financiamentos. Este crescimento será
10
El futuro de la Acuicultura Europea, EATIP 2012
também afetado pelo aumento estimado dos custos, nomeadamente da energia e das
rações. Contudo, o desenvolvimento tecnológico poderá, nos próximos anos,
possibilitar, por um lado, o recurso a espaços e a recursos hídricos até agora por
explorar ou subaproveitados e, por outro, proporcionar ganhos de eficiência na
utilização dos consumos intermédios.
Ambiente Interno
Ambiente Externo
Oportunidades Ameaças
Existência de um mercado nacional e Forte concorrência por parte de países
europeu altamente deficitário em produtos terceiros;
da pesca e com uma apetência crescente Conflito de interesses nas áreas com
pelo consumo de pescado; potencial aquícola;
Possibilidade de instalação de novos Encarecimento de alguns fatores de
estabelecimentos em mar aberto e mesmo, produção, nomeadamente a energia e as
em consociação com outras atividades; rações;
Apetência por produtos certificados, Probabilidade de ocorrência de surtos de
nomeadamente de produção biológica ou poluição ou de redução esporádica da
multitrófica; qualidade da água decorrente de fatores
Aposta da Comissão Europeia no climatéricos;
desenvolvimento do setor aquícola Dificuldade de financiamento decorrente de
europeu; avaliações muito precaucionarias das
Inserção num espaço económico entidades financeiras.
tecnologicamente desenvolvido e com
potencial de inovação e valorização dos
recursos humanos;
Aposta, conjuntamente com a indústria, na
transformação do pescado da aquicultura
tendo em vista apresentações apetecíveis
aos consumidores.
curtos
público
do setor
naturais
qualificada
aquicultura
aquicultura
Ambiente Externo
atividade produtiva
à atividade aquícola
inovação do produto
Elevada morosidade e
atividade seguradora;
Produtos suscetíveis de
transformação e com as
Insuficiente informação ao
Insuficiente capacidade de
consequente dificuldade de
Existência de conhecimento
licenciamento da atividade e de
de certificação do produto ou da
Ameaças
⁺ ⁺ ⁺
Dificuldade de financiamento decorrente de avaliações
muito precaucionaria das entidades financeiras − − − − − ⁺ ⁺ ⁺ ⁺ ⁺
Probabilidade de ocorrência de surtos de poluição ou de
redução esporádica da qualidade da água decorrente de
fatores climatéricos
− − − −
Aposta, conjuntamente com a indústria, na transformação
do pescado da aquicultura tendo em vista apresentações
apetecíveis aos consumidores
− ⁺ ⁺ ⁺ ⁺
Inserção num espaço económico tecnologicamente
desenvolvido e com potencial de inovação e valorização dos
recursos humanos
− − − − − − ⁺ ⁺ ⁺ ⁺ ⁺
Aposta da Comissão Europeia no desenvolvimento do setor
aquícola europeu − − − − − ⁺ ⁺ ⁺ ⁺ ⁺
Apetência por produtos certificados, nomeadamente de
produção biológica ou multitrófica
Oportunidades
− ⁺ ⁺ ⁺ ⁺ ⁺
Possibilidade de instalação de novos estabelecimentos em
mar aberto e mesmo, em consociação com outras
atividades
− − ⁺ ⁺ ⁺ ⁺ ⁺ ⁺
Existência de um mercado nacional e europeu altamente
deficitário em produtos da pesca e com uma apetência
crescente pelo consumo de pescado
− − − − − − ⁺ ⁺ ⁺ ⁺ ⁺
(-) Interação negativa: ameaça potenciada ou oportunidade desperdiçada; (+) Interação positiva: ameaça combatida ou aproveitamento de oportunidade
Análise SWOT
30
Análise SWOT
Naturalmente que a atividade aquícola tem vários pontos fracos e está sujeita a um
conjunto de ameaças, nomeadamente a forte concorrência internacional e o aumento
dos custos de produção. Contudo, uma reposta assertiva por parte da administração
pública na criação de boas condições operativas para o sector poderá promover a sua
evolução e competitividade, permitindo responder aos desafios dos próximos anos.
O setor aquícola nacional não apresenta uma estrutura económica e financeira que lhe
permita responder à concorrência de congéneres europeus nem acomodar acréscimos
de custos operacionais e de contexto, que ciclicamente atravessam a atividade. Existe,
assim, uma grande fragilidade negocial que impede uma efetiva estabilização da
estrutura empresarial.
Portugal, tendo condições naturais que, apesar de algumas limitações, são adequadas
ao desenvolvimento desta atividade e, dominando a tecnologia de produção em
espécies suscetíveis de virem a ocupar importantes nichos de mercado, considera
prioritário o desenvolvimento do setor aquícola nacional, como via para a satisfação da
procura de pescado, assegurando a manutenção de uma fileira produtiva que
proporciona o aumento da riqueza nacional, promove o emprego e contribui para
reduzir a pressão sobre os recursos pesqueiros.
11
“A situação das Pescas e Aquicultura Mundiais em 2012, FAO
12
Elaboração da DG MARE a partir dos dados do STECF (STECF-OWP-12-03)
A meta de 35.000 toneladas de produção total, prevista para 2023, pressupõe o uso
sustentável dos recursos naturais, mitigando eventuais efeitos que possam decorrer
dos sistemas de cultivo mais intensivos mas, especialmente, apostando em culturas:
13
COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO
COMITÉ DAS REGIÕES - Orientações estratégicas para o desenvolvimento sustentável na aquicultura na EU.
14
Plataforma Tecnológica y de Innovación de la Acuicultura Europea (EATIP)
O quadro da página seguinte apresenta uma matriz dos eixos de intervenção do Plano
Estratégico da Aquicultura Nacional que evidencia os objetivos previstos e as principais
ações, a desenvolver no período de 2014-2020.
A adoção de métodos de produção que garantam uma elevada segurança alimentar dos produtos
Melhoria das condições operativas dos estabelecimentos aquícolas, incluindo a segurança no trabalho e
das unidades, a proteção de predadores selvagens e a saúde e bem estar dos animais
Reabilitação de zonas húmidas, lagoas, salinas, etc. para fins de produção aquícola
A melhoria da eficiência na utilização dos recursos, nomeadamente da energia e da água, bem como a
redução dos impactes negativos no meio ambiente, incluindo a utilização da aquicultura multitrófica
O desenvolvimento tecnológico nas áreas de monitorização e do controlo dos ecosistemas e das espécies
A melhoria dos sistemas de alerta e reporte de doenças, bancos de dados, mecanismos de recolha e
análise de informações sobre as doenças dos animais aquáticos
- Aumentar a produção de A investigação, nomeadamente ao nível da sanidade e da nutrição animal, das tecnologias de produção e
peixes de águas temperadas, do desenvolvimento dos sistemas de cultivo
de crustáceos e de moluscos
O desenvolvimento de rações e/ou eco-rações mais económicas e eficientes do ponto de vista nutricional
bivalves
O apoio à criação e/ou à aquisição de serviços de aconselhamento, bem como a preparação e a divulgação
- Revitalizar as áreas de de guias de boas práticas
salgado inativas para a
A disseminação de conhecimentos científicos, técnicos e de práticas inovadoras
produção aquícola em regime
semi-intensivo ou extensivo O intercâmbio de experiências e boas práticas entre profissionais, respetivas associações e outras
entidades, nomeadamente científicas
O estabelecimento de parcerias entre as instituições de formação e as associações de profissionais,
- Melhorar as condições de nomeadamente o desenvolvimento de planos de formação transversais para o setor da aquicultura
competitividade das empresas
aquícolas A cooperação entre a Administração, associações do setor e entidades do sistema cientifico e tecnológico
Melhoria dos instrumentos de notação para a recolha dos dados estatísticos sobre a aquicultura
A criação de um mecanismo de acompanhamento da evolução das relações entre os diversos atores
intervenientes no desenvolvimento do sector aquícola
Para as áreas de produção aquícola (APA), em mar aberto, instituídas pelo Decreto-
Regulamentar n.º 9/2008, é emitido um único título para a utilização dos recursos
15
Regulado pela Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, (Lei da Água) alterada pelo Decreto-lei n.º
130/2012, de 22 de Junho, e pelos Decretos-Lei nº 226-A/2007, de 31 de maio, suas alterações e nº
468/71, de 5 de Novembro, revisto e atualizado pela Lei n.º 16/2003.
Quando a utilização incida sobre os recursos hídricos em áreas protegidas, a APA I.P.
poderá delegar no Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), total ou
parcialmente, as competências de licenciamento.
As autorizações para a utilização dos recursos hídricos emitidas até ao ano de 2007
apresentavam um prazo médio de validade de 10 anos. A partir de 2007 17, passou a
ser possível a atribuição de um título de utilização privativa para a instalação de
estabelecimentos de aquicultura em águas marinhas mediante a celebração de um
contrato de concessão, pelo que o prazo possível para aquela utilização foi alargado
até um máximo de 75 anos. Este prazo é fixado 18 atendendo à natureza e à dimensão
dos investimentos associados, bem como à sua relevância económica e ambiental.
16
Decreto-Lei n.º 16/2014, de 3 de fevereiro
17
Artigo 25.º Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio
18
As novas áreas de Produção Aquícola prevêm prazos de 30 anos
Figura n.º 1
Licenciamento da utilização de recursos hídricos
19
Decreto Regulamentar n.º 14/2000, de 21 de setembro,
20
Decreto Regulamentar n.º 9/2008, de 18 de março.
Figura n.º 2
utilização do domínio hídrico, poderá variar entre um ano (não exigência de AIA) e 4
anos, nos casos mais complexos e de construção mais demorada.
Quadro n.º 5
21
Art.º 50.º do Decreto n.º 44623, de 10 de outubro de 1962, e Portaria n.º 747/86, de 16 de dezembro.
A maior parte das autorizações emitidas não têm um período de validade, mantendo-
se por período indeterminado, estabelecendo apenas a obrigatoriedade do titular
iniciar o projeto no prazo de 5 anos sob pena da autorização cessar automaticamente.
Quadro n.º 6
Autorizações de instalação
Águas marinhas e
Rúbricas Águas doces
salobras
22
Decreto-Lei n.º 565/99, de 21 de dezembro, que regula a introdução na natureza de espécies não
indígenas da flora e da fauna
Quadro n.º 7
Custos dos procedimentos para a utilização de recursos hídricos
Área Dominial
Rúbrica
Pública Pública e Privada
23
Despacho n.º 12008/2013, 18 setembro
Para alcançar este objetivo é indispensável criar as condições necessárias para que os
processos de licenciamento se tornem mais ágeis. Estas condições implicam processos
devidamente instruídos por parte dos promotores e a redução e simplificação dos
vários procedimentos existentes, para que todo o processo de instalação de um
estabelecimento aquícola seja eficiente, proporcionando aos empresários uma rápida
capacidade de resposta aos estímulos do mercado.
Este procedimento permitirá a redução dos tempos de emissão dos pareceres prévios
à emissão daquelas licenças bem como do número de entidades intervenientes.
Sempre que possível, recorrer-se-á à figura do deferimento tácito por ausência de
resposta nos prazos estabelecidos.
A concretização desta ação passa pela criação, com caráter prioritário, de um regime
simplificado que tenha por base a avaliação e definição, em momento prévio ao
processo de licenciamento/concessão, das condições inerentes à atividade na
totalidade de cada área, incluindo as condicionantes de ordem ambiental.
Este processo de adaptação já teve inicio com a publicação da Lei n.º 17/2014, de 10
de abril, que estabeleceu as Bases da Política de Ordenamento e de Gestão do Espaço
Marítimo Nacional e fixa os princípios a que obedece o ordenamento e a gestão do
espaço marítimo nacional. Este novo quadro legal, que aguarda a publicação de
legislação complementar, também tem aplicação à utilização das águas do litoral e
salobras para fins aquícolas, com as necessárias adaptações.
Quadro n.º 8
Ações a realizar
Estimativa de Entidades
Ações Projetos/ fases Metas (*)
Custos Intervenientes
Emissão simultânea da
1- Adaptação da legislação
autorização de instalação e
que enquadra o
do título de utilização de 12 Meios DGRM, ICNF,
licenciamento necessário
domínio hídrico e redução meses próprios da APA e DGPM
à instalação de
dos prazos de prenuncia das Administração
estabelecimentos de
várias entidades
aquicultura.
Definição do tipo de
procedimentos e da
informação mínima 6 meses Meios
necessária para os próprios da
2 – Simplificação dos
diferentes tipos de Administração
procedimentos e
estabelecimentos
redefinição dos elementos
DGRM, ICNF,
a apresentar pelos
Criação de check-list da APA e DGPM
agentes económicos
documentação necessária 9 meses € 130.000
ao licenciamento e de
modelos de memória
descritiva
12 Meses € 80.000
Disponibilização on-line
Criação de uma plataforma
eletrónica para a submissão, 24 Meses
€ 180.000 DGRM, ICNF,
análise e tramitação dos
APA e DGAV
3 – Desenvolvimento de processos de licenciamento
uma plataforma
eletrónica
Desenvolvimento de uma
área comum para gestão e 30 Meses € 80.000 DGRM, ICNF,
transmissão de informação APA e DGAV
de estabelecimentos de
aquicultura
(*) A contar da data de aprovação do Programa Operacional 2014-2020
Contudo, alguns passos têm sido dados no caminho da delimitação de áreas costeiras
para uso na atividade aquícola, nomeadamente, através da publicação do Decreto-
Regulamentar n.º 9/2008, que define um modelo para a instituição de áreas de
produção aquícola em mar aberto, tendo já sido criadas as áreas de produção aquícola
da Armona (já instalada), de Monte Gordo e do Centro.
Neste domínio cumpre referir a experiência iniciada com a identificação de uma zona
piloto 25 de produção na costa algarvia, designada por Área de Produção Aquícola da
Armona que delimitou espaços destinados à piscicultura e à moluscicultura e veio a
integrar uma estação experimental de piscicultura e um estabelecimento de cultura de
atum já existentes.
24
Lei n.º 17/2014, de 10 de abril
25
Decreto Regulamentar n.º 9/2008, de 18 de março.
As ações a desenvolver ao nível deste eixo irão também ter um impacte positivo nos
objetivos do eixo relativo à simplificação administrativa em resultado, quer da
qualidade da informação que venha a ser disponibilizada aos promotores, quer da
criação de áreas a afetar à atividade aquícola que, de per si, já envolve a simplificação
de alguns procedimentos.
Esta informação, que se propõe sistematizar e instituir uma rotina de atualização, irá
também servir de base para a elaboração, revisão ou alteração dos diferentes
instrumentos de ordenamento e gestão territorial, dado que permitirá um melhor
enquadramento das necessidades e impactes no setor.
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Identificação das áreas com maiores potencialidades para aquicultura versus menores
impactes ambientais e compatibilização com outros usos, realizando-se, nas áreas
identificadas, uma caraterização prévia e detalhada de condicionantes,
potencialidades e tecnologias disponíveis para a instalação de novas explorações Após
esta identificação e caraterização detalhada será possível estabelecer, através dos
instrumentos legais adequados, as áreas mais adequadas para a produção aquícola,
definindo-se os requisitos e as condições de instalação e produção nas áreas definidas.
Esta atribuição será desenvolvida, no caso dos recursos objeto de domínio público, por
iniciativa dos Governos Central e das Regiões Autónomas, através de procedimentos
concursais, ou mediante requerimento do particular
De salientar que, por iniciativa do Estado serão criadas novas áreas de produção
aquícola, nos locais identificados, por reunirem condições adequadas para a instalação
de novos estabelecimentos, assentando numa abordagem integrada que procure
minimizar os potenciais conflitos com outros usos e atividades e garanta a sua
26
Decreto Regulamentar n.º 9/208, 18 de março.
Quadro n.º 9
Ações a realizar
Estimativa de Entidades
Ações Projetos ou fases Metas Intervenientes
Custos
Meios
Publicação do respetivo diploma próprios da
DGRM, APA e
2014-18 Administração
DGPM
Ação 3: Criação de novas áreas de Procedimentos concursais para
produção aquícola seleção dos concessionários
Existe hoje, pelos motivos atrás apontados, um conjunto muito significativo de espaços
aquícolas subutilizados. Está em causa uma área de cerca de 2,5 mil hectares em zonas
húmidas que reúnem condições para ser reativadas com vista à sua requalificação,
permitindo o aumento de produção, especialmente de espécies piscícolas.
Algumas das zonas húmidas do Continente, por exemplo, os estuários dos principais
rios do Continente, têm vindo a recuperar a qualidade das suas águas em resultado da
redução das atividades industriais mais poluentes e da melhoria do tratamento dos
esgotos domésticos nas respetivas bacias hidrográficas. A revitalização destas zonas
húmidas vem criar condições para o regresso de atividades aquícolas que já foram
muito expressivas, nomeadamente a ostreicultura.
Estas zonas que se localizam nas áreas de influência das principais rias e estuários são
passíveis de utilização em sistemas de cultivo sustentáveis, compatível com a
conservação ambiental e com muito baixos custos energéticos dado recorrer à força
das marés.
O associativismo é ainda frágil no subsetor aquícola, o que tem impedido uma maior
intervenção no desenvolvimento de processos de certificação e de denominações de
origem. Reconhece-se que a complexidade e custos inerentes a estes processos
constituem um obstáculo adicional.
Importa ter presente que os produtores nacionais ainda não conseguiram ver
reconhecida uma Organização de Produtores no quadro da Organização Comum de
Mercados dos Produtos da Pesca.
O saber fazer constitui uma mais-valia do setor aquícola português. Tem sido objetivo
do sistema educativo, ao nível da capacitação de jovens para a especialização
a) Sanidade
b) Nutrição
c) Genética e Aquicultura
Reconhecendo que a aquicultura não beneficiou, tanto quanto a pecuária, dos meios
que esta «ferramenta» disponibiliza, tais como a reprodução seletiva e programas de
melhoramento animal, os objetivos a prosseguir nesta área deverão ter em conta:
d) Biotecnologia
f) Tecnologias de produção:
27
Artigo 3.º da Portaria n.º 1421/2006, de 21 de Dezembro.
8. Governação e parceria
As políticas públicas que se perspetivam para apoio das ações a desenvolver por
privados e por instituições científicas, serão reforçadas por parcerias a estabelecer, em
domínios relacionados com:
• A informação ao consumidor, que se pretende clara e transparente, sobre a
qualidade, segurança e sustentabilidade dos produtos aquícolas;
• A monitorização dos preços ao longo de toda a cadeia de comercialização;
• A sensibilização dos agentes económicos para uma efetiva participação na
gestão do sector, através da constituição de Organizações Produtores;
• A recolha da informação estatística relevante exigidas pelo Sistema Estatístico
Nacional e pelo Programa de Recolha de Dados;
• A monitorização da atividade obtendo informação necessária, nomeadamente
à execução da Diretiva-Quadro Água e da Diretiva-Quadro Estratégia Marinha;
• A criação de uma Comissão de Acompanhamento do presente Plano
Estratégico, de carácter multidisciplinar, que acompanhe a sua execução,
assegure a avaliação da adequação dos resultados face aos objetivos
28
Exame Anual da Pesca e Aquicultura_2012, pg.107
8.2. Relações com as prioridades dos programas operacionais financiados pelos FEEI
8.2.1. Programa Operacional financiado pelo FEAMP
Quadro n.º 10
UTILIZAÇÃO DO FEAMP NO PO 2014-2020
Ordenamento do Espaço e do
Entidades Públicas 4.000.000 €
Acesso à Água
Setor Cíentifico e
Investigação & Desenvolvimento 7.500.000 €
Tecnológico
Entidades Públicas e
Sustentabilidade da Atividade 9.000.000 €
Empresas Aquícolas
Entidades Científicas, de
Formação e Disseminação de
Formação, Empresas e 2.000.000 €
Conhecimentos
Associações do Setor
O quadro da página seguinte estabelece a relação entre cada uma das ações previstas
neste Plano Estratégico com as medidas do PO 2014-2020 e respetivas dotações do
FEAMP.
RELAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO PARA A AQUICULTURA PORTUGUESA COM O PROGRAMA OPERACIONAL DO FEAMP
A adoção de métodos de produção que garantam uma elevada segurança alimentar dos produtos
Melhoria das condições operativas dos estabelecimentos aquícolas, incluindo a segurança no trabalho Art.º 48.º,
FEAMP € 28.500.000
e das unidades, a saúde e bem estar dos animais e a proteção de predadores selvagens 1., a-d, f-h
Reabilitação de zonas húmidas, lagoas, salinas, etc. para fins de produção aquícola
Apoio à criação, organização e funcionamento de organizações de produtores Art.º 68.º FEAMP n.e.
OE1 – Prestar apoio ao reforço do desenvolvimento tecnológico, da OT3 – Reforçar a competitividade das PME, do setor agrícola (em
inovação e da transferência de conhecimento relação ao FEADER) e do setor das pescas e da aquicultura (em
OE2 – Aumentar a competitividade e a viabilidade das empresas relação ao FEAMP)
aquícolas, incluindo a melhoria das condições de segurança e de trabalho, OT4 – Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de
em especial das PME carbono em todos os setores
OE3 – Proteção e recuperação da biodiversidade aquática, valorização OT6 – Preservar e proteger o ambiente e promover a utilização
dos ecossistemas relacionados com a aquicultura e promover uma eficiente dos recursos
aquicultura eficiente em termos de recursos OT8 - Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e
OE4 – Promoção da aquicultura com elevado nível de proteção apoiar a mobilidade dos trabalhadores
ambiental, de saúde e bem-estar animal e da saúde e segurança públicas
OE5 – Desenvolvimento da formação profissional, novas competências
profissionais e aprendizagem ao longo da vida
29
Com base nas versões dos programas operacionais colocadas em consulta pública no 1.º trimestre de 2014
PO AÇORES 2014-2020
Ainda no âmbito dos FEEI, em ligação com a Estratégia Marítima da União Europeia
para a Área do Atlântico (EMUEAA), deverá ser tido em atenção o Programa de
Cooperação Transnacional Espaço Atlântico 2014-2020, nomeadamente quanto à
melhoria da proteção e gestão do ambiente e dos recursos naturais do Espaço
Atlântico, à capacidade de gerir os riscos a que estão sujeitas as regiões costeiras,
explorar e reforçar os ativos naturais e culturais. Este programa irá cobrir os 5 Estados
Membros do Espaço Atlântico: França, Irlanda, Reino Unido, Espanha e Portugal
(incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira) e considera, na análise
A Estratégia Europa 2020 tem uma forte ligação com o programa Horizonte2020, no
que respeita às áreas de investigação e inovação para a promoção do crescimento
inteligente.
Organismo:
Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos
Nome:
Miguel Sequeira
(Diretor Geral)
Contactos:
Avenida de Brasília, 1449-030 LISBOA – PORTUGAL
Telefone: 00351 21 3035700
Email:[email protected]
a) Enquadramento
c) Objetivos previstos
e) Resultados alcançados
f) Riscos e dificuldades
Uma das dificuldades relatadas foi a ocorrência de condições climatéricas adversas que
impediram a realização dos repovoamentos previstos, assim como a captura de novos
exemplares, na altura em que estas operações estavam calendarizadas, em 2012.
Os elementos distintivos do projeto que suportam a sua inclusão como boa prática no
setor aquícola são:
• O desenvolvimento do conhecimento necessário para a conservação e
reprodução ex-situ de espécies com elevado valor de conservação;
• A implementação das melhores práticas no que respeita à caracterização
genética das populações e subpopulações, a definição das unidades de
conservação e consequente maneio aquícola;
• A conservação e a reprodução em cativeiro utilizando técnicas de maneio
específicas, destinadas a assegurar o sucesso aquando da devolução ao
meio natural dos exemplares produzidos em cativeiro;
• A reabilitação funcional de um Posto Aquícola Estatal como uma das
instalações aquícolas de suporte ao projeto, com a inerente modernização
e valorização funcional de uma infraestrutura que se encontrava
subutilizada.
• A integração, nos parceiros do projeto, de entidades diversificadas
relativamente aos seus fins, valências e conhecimento, constituindo
a) Enquadramento
Contudo, fatores ambientais como a baixa renovação das águas nas zonas mais
interiores, a natureza vasosa do sedimento, e a ocorrência de temperaturas elevadas
no Verão podem contribuir para situações de stress nesta espécie. Tornou-se, por isso,
pertinente avaliar potenciais impactos na produção de amêijoa devido a alterações das
condições ambientais.
b) Objetivos previstos
d) Resultados alcançados
ANEXO I
GRUPO DE TRABALHO PARA A PREPARAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DA AQUICULTURA
Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos Cristina Borges Subgrupo 1, 2 e 3
Leonor Elias
Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos Coordenação
Luís Duarte
Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos Edgar Afonso Subgrupo 1, 2 e 3
Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos Manuela Duarte Subgrupo 3
ANEXO II
Tabela de prazos para o licenciamento de estabelecimentos aquícolas
Prazos (dias)
Procedimentos Observações
Administração Promotor Totais
Apresentação do Pedido 1
Pedido de elementos
10 60 Só se necessário
compementares
Promoção de Consultas 15
Emissão de pareceres 45
Licença de utilização de recursos hídricos
Elaboração de edital e
convocação da Comissão de 30
vistoria
Afixação de edital 30
Visita ao local pela Comissão É elaborado um auto com o respetivo
30
de vistoria parecer
Comunicação do resultado da
30
vistoria
Emissão da Autorização de
1
instalação
Mínimo Dias 141 0 141
Máximo Dias 156 90 246
Estabelecimento
Instalação do
Realização de Vistoria 30
Utilizaram-se prazos idênticos à
Aprovação do Autorização de Instalação
30
estabelecimento
Dias 60 90 150