Geologia Exame
Geologia Exame
Geologia Exame
Geologia 1º ano
Geologia- ciência que estuda a Terra e procura responder a duas questões importantes:
• Compreender a origem e a sua evolução ao longo do tempo;
• Conhecer a natureza dos materiais que a constituem e os processos dinâmicos que ocorrem à superfície
e em profundidade.
A Terra é considerada um sistema fechado, desde que a Terra se formou a troca de matéria entre a Terra e o Universo
envolvente é insignificante (ex: queda de meteoritos) e esta não tem alterado a sua massa. Dentro do sistema Terra
encontram-se 4 subsistemas: atmosfera, hidrosfera, geosfera e biosfera. Os subsistemas são grandes reservatórios
de matéria e energia que funcionam como sistemas abertos.
Subsistemas terrestres
Atmosfera - a atmosfera é constituída por uma mistura gasosa e consoante a temperatura, a pressão e a composição
dividem-se em 5 camadas.
Exosfera (500-800Km)
Termosfera (80-500Km) – onde se encontram os satélites artificiais
Mesosfera (50-80Km) – desintegração dos meteoritos
Atmosfera
Estratosfera (25-50Km) - camada de ozono (O3) – protege das radiações solares
Troposfera (0-25Km) - 80% da massa da atmosfera – permite a existência de vida, regula o tempo
pois é onde ocorrem os fenómenos meteorológicos.
Os gases que constituem a atmosfera são essencialmente o AZOTO (cerca de 78%) e o OXIGÉNIO (cerca de 21%). Os
restantes gases são o Dióxido de Carbono, vapor de água, ozono, hidrogénio e gases raros.
Geosfera - a geosfera é a parte rochosa da Terra, parte externa (litosfera) e interna (astenosfera, manto e núcleo) e
inclui o núcleo externo que está líquido. É aqui que existe grande dinamismo representado pelo movimento de placas
e fenómenos vulcânicos e sísmicos.
Interação de subsistemas
O sistema Terra depende das interações entre os 4
subsistemas, uma alteração, num destes subsistemas, altera
o equilíbrio do sistema Terra. Estas alterações podem originar
extinções em massa.
Por exemplo: se ocorrer uma fase de vulcanismo intenso
(geosfera), os materiais lançados pelos vulcões (cinzas
vulcânicas) podem alterar as condições climáticas
(atmosfera) e provocar inundações (hidrosfera) nuns locais e
secas noutros lugares, o que irá influenciar a vida (biosfera)
nos ecossistemas.
Rochas sedimentares
As rochas sedimentares formam-se à superfície terrestre e cobrem cerca de 75% da superfície da Terra. Resultam da
alteração e desgaste de rochas pré-existentes e formam-se a pressões e temperaturas baixas. As rochas sedimentares
depositam-se em ESTRATOS ou CAMADAS (a sedimentação ocorre durante um período em que a deposição do
material se mantém constante neste tempo).
Ocorrem fundamentalmente duas fases na génese de rochas sedimentares: sedimentogénese e diagénese.
• Sedimentogénese: conjunto de processos físicos e químicos que compreendem a elaboração dos materiais que
vão constituir as rochas sedimentares, o transporte e a deposição desses materiais.
→ Meteorização: conjunto de processos físico-químicos que alteram as características de uma rocha.
→ Erosão: remoção dos materiais previamente alterados das rochas, por agentes erosivos. Os materiais (clastos ou
detritos) são transportados.
→ Transporte: os agentes de transporte, como água e vento, transferem os detritos para uma bacia de sedimentação;
→ Sedimentação: deposição desses materiais, que passam a denominar-se por sedimentos. Primeiro depositam-se
os detritos mais densos e pesados e depois os menos densos e menos pesados. Se não houver perturbações, a
sedimentação realiza-se de forma regular, sendo que os sedimentos formam camadas horizontais, não
deformadas – estratos.
• Diagénese: conjunto de processos físicos e químicos
que intervêm após a sedimentação e pelos quais os
sedimentos evoluem para rochas sedimentares
coerentes. No decurso da diagénese os sedimentos são
compactados, desidratados e cimentados, ficando
ligados entre si.
Rochas magmáticas
As rochas magmáticas são formadas a partir do magma
(mistura silicatada, proveniente da astenosfera, em estado "pastoso", nem sólido nem líquido com uma
componente gasosa)
Rochas magmáticas: os magmas formam-se no interior da Terra e são misturas complexas de minerais fundidos,
cristais em suspensão, e gases. O magma é menos denso que o ar e que as rochas envolventes, por isso pode, quando
sujeito a pressões, movimentar-se, aproximando-se da crosta. Ao deslocar-se para a superfície encontra temperaturas
mais baixas e vai arrefecendo e consolida, formando rochas magmáticas.
• Rochas magmáticas intrusivas ou plutónicas: rochas resultantes da consolidação do magma no interior da crosta.
Apresentam, geralmente, minerais desenvolvidos, identificáveis à vista desarmada, devido ao arrefecimento lento
e em profundidade que é propício ao crescimento e desenvolvimento dos cristais. Ex: granito.
• Rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas: rochas resultantes da consolidação do magma à superfície. Os
minerais são de pequenas dimensões, podendo existir matéria não cristalizada. Esta textura indica um
arrefecimento rápido do magma. Ex: basalto.
Rochas metamórficas
As rochas metamórficas resultam da transformação de outras rochas através do aumento da pressão e temperatura,
sem que haja mudança de estado físico, e por influência de fluídos circulantes (ambiente químico diferente).
Os processos de metamorfismo podem levar:
• à orientação dos minerais que se organizam em planos (FOLIAÇÃO), como é por exemplo a formação do xisto,
micaxisto e gnaisse;
• ao aparecimento de novos minerais pelo rearranjo da estrutura cristalina dos minerais que lhe deram origem;
Existem 3 tipos de rochas metamórficas: as de metamorfismo REGIONAL, as de metamorfismo de CONTACTO e as de
metamorfismo de IMPACTO.
Regional- Com a deposição de novos materiais na bacia de sedimentação, as rochas das camadas inferiores sofrem
um aumento da pressão e de temperatura. Os materiais sofrem um rearranjo, por ação de fluídos e sem que haja
mudança de estado físico, reorientando-se em planos - foliação. O mesmo acontece na formação das cadeias
orogénicas, pela deformação dos estratos.
Contacto- temperatura domina sobre a pressão. Este tipo de metamorfismo resulta da instalação de uma câmara
magmática nas rochas encaixantes, estas rochas por aumento, da temperatura e dos fluídos libertados pelo magma,
sofrem um cozimento, originando as corneanas. Podem-se formar novos minerais, exemplo a granada, mineral
semiprecioso.
Impacto- pressão domina sobre a temperatura. Forma-se como o nome indica pelo impacto de meteoritos. As rochas
onde o meteorito cai, forma uma cratera de impacto, sofrem um cozimento e pode haver a fusão parcial de fragmentos
que originam os impactos (são fenómenos associados a este tipo de metamorfismo, mas por haver fusão do material,
não são considerados metamórficos)
Idade relativa
Ao observarmos diferentes tipos de rochas, cada uma com caraterísticas que lhe são particulares, estamos a recuar
no tempo e a deduzir as condições ambientais, tanto físicas como químicas, que terão estado na sua origem. São as
rochas sedimentares que estão na base da datação relativa. A idade relativa, obtida por um processo de datação
relativa, não nos permite determinar um valor numérico para a idade da Terra nem dos seus materiais constituintes,
permitindo-nos apenas estabelecer relações entre os seus diferentes constituintes. Assim avaliamos a idade das
formações geológicas relacionando-se com outras formações tendo em conta vários princípios.
Para este método de datação, os fósseis de idade são muito importantes em conjunto com os princípios geológicos.
• Fóssil de idade- corresponde a seres que viveram um curto espaço de tempo geológico e que tiveram uma grande
distribuição geográfica. Ex: trilobite e Amonite
• Formação de um fóssil- ao processo de formação de um fóssil damos o nome de fossilização e engloba as seguintes
etapas:
1. Para se formar um fóssil é necessário que o corpo do ser vivo (animal ou planta) seja enterrado por
sedimentos finos e protegido da decomposição;
2. As partes moles decompõem-se (e também algumas partes duras menos resistentes) devido à atividade dos
decompositores que vivem nos sedimentos;
3. Com o passar do tempo, acumulam-se várias camadas de sedimentos sobre o organismo. Os sedimentos
sofrem processos de mineralização que os transformam em rocha;
4. As partes duras do organismo são mineralizadas. Os mesmos processos de mineralização que atuam sobre os
sedimentos acabam por ao mesmo tempo atuar sobre o fóssil, deixando-o preservado na rocha que,
entretanto, se formou;
5. Com o passar do tempo, e ao fim de muitos milhões de anos, as camadas onde o fóssil está enterrado acabam
por ser erodidas e trazidas à superfície, expondo o fóssil.
Idade radiométrica
Hoje, devido ao avanço da Ciência e à descoberta da radioatividade é possível datar as rochas em unidades de medida,
normalmente em milhões de anos. Enquanto, que na datação relativa dizemos que uma rocha é mais antiga ou mais
recente que outra, neste tipo de datação atribuímos uma idade concreta (ex: a rocha tem 260 Ma).
A radioatividade corresponde à desintegração de um isótopo radioativo ao longo do tempo com o intuito de ficarem
mais estáveis, levando à libertação de partículas nucleares, originando um outro isótopo. Esta desintegração é
independente das condições do ambiente e por esta razão podem servir para medir a idade.
Cada par de isótopo (isótopo-pai, o de origem e o isótopo-filho, o que se forma a partir do original), tem um tempo
de desintegração característico e sabendo a quantidade relativa de cada um destes numa amostra de rocha, é possível
determinar a idade das rochas a partir da quantidade relativa de cada um do par de isótopos.
O intervalo de tempo que leva à desintegração de um par de isótopos em que a quantidade de isótopo-pai é a mesma
que o do isótopo-filho designa-se por período de semitransformação, semivida ou meia-vida.
RESUMINDO: Os isótopos-pai desintegram-se em isótopos-filho mais estáveis. O tempo necessário para que metade
dos isótopos-pai de uma rocha se desintegre em isótopos-filho, denomina-se por semivida.
Memória dos tempos geológicos
ESCALA DO TEMPO GEOLÓGICO
A partir dos métodos de datação é possível criar uma
escala de tempo geológico.
Com o método de datação relativo, apenas as rochas
com fósseis (sedimentares) se pode fazer uma datação,
no entanto os registos fósseis são apenas uma nona
parte da idade da Terra. Com o método radiométrico é
possível datar as rochas e fazer uma geocronologia
expressa em Ma, permitindo ao geólogo criar a escala do
tempo geológico, fazendo a geocronologia a partir de
escalas estratigráfica.
Esta escala divide a Terra em divisões: éones (divisão
mais alargada), eras, períodos e épocas. Ao contrário da
escala do tempo que o homem usa, o ano (365 dias), a
escala geológica não está divida em períodos regulares,
ou seja, cada divisão não tem o mesmo número de dias.
As divisões da Terra são marcadas por acontecimentos
marcantes, como aparecimento da vida, extinção em
massa das espécies, proliferação e evolução de espécies.
Uniformitarismo- as alterações da Terra são um somatório de pequenas alterações originadas por processos lentos
naturais. As catástrofes naturais são vistas como fenómenos pontuais sendo incapazes de provocar as alterações na
Terra.
→ James Hutton (1726 -1797), pai da geologia moderna, foi um defensor desta teoria. Segundo ele, as montanhas
terão sofrido desgaste dos agentes erosivos ao longo de um grande período e que as transformações
geológicas poderiam ser explicadas à luz do que acontece na atualidade (princípio do atualismo - "O presente
é a chave do passado". Os processos modeladores da Terra no presente terão sido os mesmo do passado).
O princípio do atualismo permite interpretar os processos antigos à luz dos acontecimentos atuais, no entanto,
é preciso reconhecer que alguns fenómenos catastróficos poderão ter tido influência na transformação da
Terra. Hutton reconheceu que alguns fenómenos catastróficos poderiam ter influenciado a história da Terra.
Aparece, então, um novo princípio, o Neocatatrofismo.
Neocatatrofismo- O planeta vai-se transformando gradualmente através de fenómenos naturais, mas
esporadicamente os fenómenos catastróficos influenciam na evolução da Terra. A ideia de base está no
uniformitarismo, mas inclui a influência dos fenómenos catastróficos.
Resumindo
• Catastrofismo: alterações à superfície da Terra são provocadas por catástrofes ocasionais.
• Uniformitarismo: alterações ocorridas à superfície são provocadas por processos naturais, graduais e lentos. O
uniformitarismo pressupõe que:
→ As leis naturais são constantes no espaço e no tempo
→ Princípio do atualismo – as causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que
provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente
→ o A maioria das mudanças geológicas é gradual e lenta- princípio do gradualismo.
• Neocatastrofismo (teoria atualmente aceite): aceita os pressupostos do uniformitarismo, mas atribui também
um papel importante aos fenómenos catastróficos como agentes modeladores da superfície terrestre.
• Teoria da deriva continental - Proposta por Alfred Wegener a partir de uma série de evidências e estabelecendo
uma analogia com o comportamento dos icebergs (os continentes de menor densidade, deslocavam-se sobre os
fundos oceânicos, mais densos, devido a forças, como a da ação da gravidade).
• Teoria da tectónica de placas - Esta teoria explica a deriva continental, tendo originado um novo modelo da
estrutura da Terra e explica a dinâmica da Terra relacionando-a com os fenómenos de vulcanismo e sismos.
Com base na localização de vulcões e sismos, foi possível considerar a litosfera dividida em porções de cerca de 100
km de espessura, chamadas placas litosféricas ou tectónicas. A teoria da tectónica das placas sugere que as alterações
ocorridas e que, certamente, continuarão a ocorrer na posição dos continentes e dos oceanos são explicadas pelo
movimento dessas placas.
Crosta continental- A Crosta continental constitui cerca de 36% da crosta, das quais 29% se encontra emersa, fazendo
parte das margens continentais (Plataforma continental e talude continental). Tem uma espessura que varia entre os
20 e os 70km. Nas zonas interiores da crosta encontram-se os CRATÕES, zonas tectónicamente estáveis formadas por
rochas antigas. No núcleo desses cratões encontram-se rochas magmáticas e metamórficas muito antigas, os ESCUDOS
que correspondem a sua maioria a montanhas erodidas, envolvidos ou cobertos por depósitos de sedimentos
depositados nas fases de subida do nível da água do mar (rochas mais recentes), são as PLATAFORMAS INTERIORES,
OU ESTÁVEIS.
A crosta continental tem também grandes cadeias de montanha (CINTURAS OROGÉNICAS), resultantes do choque de
placas litosféricas. São zonas instáveis pois o choque de placas continua. Exemplo os Andes e Himalaias.
Nas MARGENS CONTINENTAIS emersas fazem parte a plataforma continental, zona de grande extensão com pequena
inclinação (varia entre os 150 e os 200m), onde vivem a grande maioria dos seres marinhos e o Talude continental
que faz a ligação à crosta oceânica, zona muito inclinada (entre os 150-200 e os 2500-6000m).
Crosta oceânica
Da morfologia dos fundos oceânicos fazem parte: FOSSAS OCE NICAS, PLANÍCIE ABISSAL E DORSAIS MÉDIO-OCEANICAS
(na qual se inclui o RIFTE)
As fossas oceânicas são os locais onde há destruição da crosta, limites convergentes que se localizam em contacto
com alguns taludes continentais e que podem atingir quase os 12km de profundidade (fossa das Marianas)
As planícies abissais correspondem a cerca de 50% da superfície da Terra. São zonas aplanadas com profundidades
entre os 2500 e os 6000km.
As Dorsais médio-oceânicas, como o nome indica, correspondem a grandes cadeias de montanhas de lavas basálticas
consolidadas que dividem aproximadamente a meio as planícies abissais e que em alguns lugares, nos bordos dos
oceanos. São montanhas que podem atingir os 3000m de altura e uma largura de 1000km.
• Recursos naturais - qualquer bem natural com utilidade para o desenvolvimento e sobrevivência das populações.
Os recursos naturais dividem-se em renováveis (são os que são repostos num intervalo de tempo de vida
humana, como sejam a energia solar, eólica, a água e a biomassa) e não renováveis (são os que não podem ser
repostos em tempo de vida humana).
• Poluição - alteração negativa provocada pelo homem nos subsistemas terrestres através da introdução de
substâncias, som, calor e vibrações que prejudicam a saúde humana e deterioram as condições do ambiente.
A falta de espaço leva a que muitas construções sejam edificadas cada vez mais em zonas de elevado risco geológico,
isto é, zonas onde frequentemente ocorrem tremores de terra, maremotos, erupções vulcânicas, deslizamento e
subsidência de terrenos e inundações. O futuro do nosso planeta exige uma melhor gestão ambiental que vise um
desenvolvimento sustentável. Verifica-se uma situação de desenvolvimento sustentado quando um recurso é utilizado
de modo a não ultrapassar o seu potencial de renovação.
Métodos indiretos
Nestes métodos afere-se o que se passa no interior da Terra. Confinados à observação direta até aos 12km de
profundidade, o restante interior é conhecido através da Geofísica (ondas sísmicas, gravimetria, geotermia,
geomagnetismo) e da Astronomia.
Astronomia
Partindo do princípio que o sistema solar se formou todo ao mesmo tempo e que teve a sua origem na nébula, é de
esperar que todos os astros do sistema têm composição semelhante. Quando um meteorito embate na superfície
terrestre é analisada a sua composição. Se o material que constitui o meteorito difere muito da composição da
superfície, deduz-se que o material presente no meteorito vem de uma parte mais interna de um astro que se
fragmentou. Desta forma podemos aferir a composição do interior da Terra pela observação de meteoritos. Com o
avanço da astronomia, novas tecnologias estão a dispor do homem. Através dos satélites, sabemos exatamente a
forma da Terra, podemos calcular o perímetro, o volume, etc.
Métodos geofísicos
• Ondas Sísmicas - A propagação das ondas sísmicas e a sua velocidade refletem diferentes estados físicos e
composição diferente no interior da Terra. Através da sismologia, determinamos profundidades a que se
encontram as camadas, e o estado físico dos materiais que elas atravessam.
• Gravimetria - ciência que mede a aceleração da gravidade entre a terra e um corpo de determinada massa em
diferentes locais da sua superfície, é medida através de gravímetros. Qualquer corpo na superfície terrestre é
atraído pela força e atração do interior da Terra. Como a superfície da Terra é irregular a força gravítica é variável
de local para local. A Gravimetria apoia, assim, a hipótese da variação de densidade no interior da Geosfera, pois
se um dado corpo apresenta diferentes valores de aceleração de gravidade, em diferentes pontos da terra, a
mesma latitude e altitude, é porque a densidade no interior da Terra é variável. Dado que na superfície da Terra
existem elevações, depressões e regiões planas conclui-se que nem todos os locais da Terra estão à mesma
distância do centro da Terra. Desta forma existem anomalias gravimétricas que nos indicam materiais mais ou
menos densos no interior da crosta.
→ Anomalias Gravíticas Positivas: Quando os
materiais no subsolo são muito densos.
→ Anomalia Gravimétrica Negativa: Quando os
materiais no subsolo são pouco densos.
• Densidade - A densidade é uma medida que se calcula a partir da relação massa e do volume. A massa volúmica
da Terra é aproximadamente 5,5g/cm3. As rochas da superfície são menos densas, apresentam uma massa
volúmica cerca de 2,8g/cm3. Ora este facto permite-nos aferir que as rochas do interior da Terra serão muito mais
densas no interior.
• Geomagnetismo (Paleomagnetismo) - A Terra é cercada por um campo de forças magnéticas - a magnetosfera,
que funciona como um escudo protetor das partículas libertadas pelo sol. Por ação desta, qualquer corpo
magnético livre orienta-se segundo a direção dos polos magnéticos Norte-Sul. Lavas basálticas que são ricas em
ferro (magnetite) quando consolidam os seus minerais magnéticos cristalizam com a orientação do campo
magnético da Terra na altura da sua formação. Com o estudo do paleomagnetismo têm-se verificado que o campo
magnético da Terra se altera. Atualmente o campo magnético da Terra está próximo do Polo Norte Geográfico a
que se chama polaridade normal, mas, no passado, já esteve próximo do polo sul geográfico - polaridade inversa.
Estudos demonstram que o campo magnético da Terra é da responsabilidade do núcleo (ferro e níquel).
Vulcanologia
Conceitos básicos
O vulcanismo consiste na projeção de magma e dos gases a ele associado para a superfície da crosta terrestre, a partir
do interior da Terra. O ramo da Geologia que se dedica ao estudo do vulcanismo designa-se por Vulcanologia.
Distinguem-se dois tipos principais de vulcanismo: o primário e o secundário ou residual.
O vulcanismo primário caracteriza-se pela existência de erupções vulcânicas, onde são emitidas matérias no estado
líquido, gasoso e sólido através dos aparelhos vulcânicos que são as estruturas que permitem a emanação destes
materiais do interior para o exterior.
As manifestações primárias de vulcanismo podem ser de 2 tipos: vulcanismo central e vulcanismo fissural.
No vulcanismo central, o aparelho vulcânico designa-se
vulcão que é constituído por:
• Cone vulcânico, resultante da acumulação de
materiais libertados durante a erupção;
• Chaminé vulcânica, canal no interior do aparelho
vulcânico que estabelece a comunicação da câmara
magmática com o exterior;
• Cratera, abertura do cone vulcânico, que se localiza
no topo da chaminé vulcânica, formada por explosão
ou colapso da chaminé.
• Câmara magmática, local no interior da Terra onde se acumula material rochoso fundido - magma e que constitui
a bolsada magmática. As rochas encaixantes são as rochas que rodeiam a bolsada magmática.
• Magma - material rochoso fundido rico em gases, forma-se na astenosfera e ascende porque é menos denso que
as rochas, acumulando-se em reservatórios - câmaras magmáticas. Se por alguma razão o magma retido sofrer
um aumento de pressão, o magma sobe pelas fendas das rochas e irá constituir um vulcão. Em torno da câmara
magmática existem rochas, sobre as quais o magma exerce grande pressão, denominadas por rochas encaixantes.
Agulha vulcânica - resulta de acumulação de lava muito viscosa que entope a chaminé, são estruturas frágeis que
desaparecem quando o gás acumulado por baixo da agulha sai e a faz "explodir". Nesta altura pode formar uma nuvem
ardente que é o aspeto mais destruidor de uma atividade vulcânica. São formadas por gases e partículas de lava
minúsculas e são projetadas a altas velocidade e temperaturas.
Domos ou cúpulas – lava viscosa solidifica sobre a abertura vulcânica, obstruindo a cratera.
No vulcanismo de tipo fissural, as erupções ocorrem ao longo de fraturas da superfície terrestre. Os materiais
expelidos preenchem vales profundos ou de relevo muito acidentado, formando vastos planaltos. Os planaltos
vulcânicos resultam da acumulação de grandes derrames de lava originados a partir de grandes fraturas na crusta. (ex:
Islândia)
• Erupções explosivas: as lavas são muito viscosas, acidas e ricas em sílica, fluem com dificuldade e impedem a
libertação de gases, o que provoca a ocorrência de explosões violentas. Por vezes a lava não chega a derramar,
constituindo estruturas arredondadas chamadas domas ou cúpulas, dentro da cratera. A lava pode chegar a
solidificar dentro da chaminé formando agulhas vulcânicas. Cone vulcânicos mais acentuados
• Erupções efusivas: a lava é fluida e pobre em sílica, a libertação de gases é fácil e a erupção é calma, com
derramamento de lava abundante. Se os terrenos onde ocorre a erupção forem planos, a lava pode constituir
mantos de lava. Se houver declive acentuado podem formar-se correntes de lava.
• Erupções mistas: assumem aspetos intermédios entre as erupções explosivas e as erupções efusivas. Observam-
se fases explosivas, que alternam com fases efusivas.
Vulcanismo residual
A energia calorífica libertada pela câmara magmática origina também a libertação de materiais líquidos e gasosos
existentes nas rochas encaixantes. A esta atividade chama-se vulcanismo residual ou secundário.
Este tipo de vulcanismo está associado a camaras magmáticas ativas, significam que contém magma. As águas
superficiais infiltram e atingem as rochas aquecidas e a água passa a vapor e sobe. Alguns gases libertados pelo
vulcanismo secundário podem provir dos gases libertados pelo magma, mas a maioria está relacionado com as águas
superficiais.
• Fumarolas: emissões de gases e vapores em regiões com manifestações de vulcanismo.
→ Sulfataras: quando abundam os compostos de enxofre.
→ Mofetas: quando abunda o dióxido de carbono.
• Geiseres: repuxos intermitentes de água e vapor.
• Nascentes termais: águas subterrâneas sobreaquecidas devido ao calor dissipado nas regiões vulcânicas. Se essas
águas têm origem magmática, designam-se por águas juvenis.
Exemplos:
As ilhas do Havai, o Quilimanjaro em África, são gerados desta forma.
Principais zonas:
Anel de Fogo do Pacífico - margens do oceano pacífico,
associado a fossas oceânicas do domínio oceânico,
como a fossa das Marianas no Japão, ou no domínio
continental como nos Andes.
Alinhamento Euroasiático (responsável pelos vulcões
de Itália)
Grande Vale do Rifte do Leste Africano (vulcões do
Quénia e Tanzânia)
Dorsais medio-oceânicas (responsável pela grande
parte do vulcanismo submarino)
Riscos vulcânicos
Estima-se que existam cerca de 550 vulcões ativos na Terra, a sua maioria em atividade no Anel de Fogo do Pacífico,
embora as atividades vulcânicas possam constituir um perigo para as populações devido às manifestações mais
catastróficas e, ao contrário dos sismos, podem-se prever e minimizar os seus efeitos devastadores fazendo-se a
evacuação da população.
Quando um vulcão entra em atividade há uma série de sinais que emite e que permitem aos vulcanólogos avaliar o
risco de erupção. A temperatura da superfície aumenta, pode haver libertação de gases e pequenos sismos que são
indicadores da ocorrência de um episódio vulcânico. Os vulcões com maior atividade encontram-se monitorizados
com tecnologia, como sismógrafos, clinómetros, gravímetros que detetam qualquer anomalia, para além destes
métodos existem também os mapas de zonas de risco que registam todos os episódios e poderão ajudar a prever
novas atividades.
• Os maiores riscos para as populações são as erupções explosivas, devido à viscosidade da lava podem-se
gerar NUVENS ARDENTES que dizimam tudo à sua passagem sendo projetadas a grandes velocidades e
temperaturas e sendo impossível prever para que lado se deslocam.
• Os GASES emitidos pelos vulcões principalmente o dióxido de carbono, que é mais denso que o ar, pode deslocar-
se para as zonas mais baixas e ser letal para as populações. Outros gases são o vapor de água, compostos de
enxofre e ácido fluorídrico.
• Os LAHARES ou TORRENTES DE LAMA VULCÂNICA- correntes de lama geradas na atividade por mistura de água
proveniente da chuva, de lagos ou do degelo do cume da cratera e das cinzas vulcânicas emitidas pelo vulcão. São
lamas que devastam tudo à sua passagem pois são muito densas.
Sismologia
Os sismos consistem na vibração de partículas dos materiais do
globo terrestre originada pela libertação brusca de energia
acumulada numa zona o interior da Terra, designada por foco ou
hipocentro. Essa acumulação de energia resulta da deformação
progressiva e elástica das rochas por efeito de enormes forças e
tensão que se fazem sentir sobre elas, sobretudo nos limites as
placas tectónicas.
De acordo com a teoria do ressalto elástico - Teoria proposta
pelo geólogo Henry Reid em 1911, em estudos feitos na falha e
St. André após um sismo – Os movimentos tectónicos geram
tensões junto às rochas, que vão sendo acumuladas sob a forma
de energia potencial. Quando num dado momento, sob a ação
das tensões tectónicas, é ultrapassado o limite de elasticidade de
uma rocha que tenha comportamento frágil, verifica-se rotura e
o movimento entre os dois blocos, sendo libertada em energia
elástica acumulada, sob a forma de calor e sob forma de ondas
sísmicas. Assim a libertação de energia ocorre quando é
ultrapassado o limite de elasticidade das rochas sujeitas a
deformações, ocorrendo fratura no interior da massa rochosa. Na zona de fratura – falha ativa – verifica-se o
deslizamento brusco (ressalto) de um lado da falha relativamente ao outro. Este fenómeno é seguido de um
reajustamento elástico que tende a repor a posição original dos dois blocos da falha.
A energia mecânica assim libertada no hipocentro é transmitida aos materiais vizinhos, propagando-se em todas as
direções sob a forma de ondas sísmicas. O local à superfície onde o sismo é sentido com maior violência designa-se
de epicentro e localiza-se na vertical do hipocentro. A ocorrência de um sismo e grande expressão é muitas vezes
precedida de abalos premonitórios, ou seja, de pequenos abalos que os antecedem. Igualmente frequentes são as
réplicas ocorridas apos um sismo. As réplicas são abalos de menores dimensões que traduzem os movimentos de
reajustamento junto à falha que originou o sismo.
Designa-se terramoto ao sismo cujo epicentro ocorre em crosta continental e maremoto ao sismo cujo epicentro se
dá em crosta oceânica. No maremoto pode-se formar uma onda a que se dá o nome de tsunami.
Causas dos sismos - os sismos têm várias origens, podem ser originados pelos movimentos das placas tectónicas, pelo
vulcanismo, por colapso de estruturas geológicas ou pelo homem (sismicidade induzida).
Sismos tectónicos: são devidos a movimentos tectónicos. Podem ter origem em forças de vários tipos:
• Compressivas (A): os materiais são comprimidos,
tendendo a diminuir a distância entre as massas
rochosas.
• Distensivos (B): levam ao estiramento e alongamento
do material, aumentado a distância entre as massas
rochosas.
• Cisalhamento (C): os materiais são submetidos a
pressões que provocam movimentos horizontais,
experimentando alongamento na direção do
movimento e estreitamento na direção perpendicular
ao movimento.
• Sismos de colapso: são devidos a abatimentos em grutas e cavernas ou ao desprendimento de massas rochosas.
• Sismos vulcânicos: são provocados por fortes pressões que um vulcão experimenta antes de uma erupção e por
movimentos de massas magmáticas relacionados com fenómenos de vulcanismo.
• Os sismos podem-se classificar relativamente à profundidade que se formam em: superficiais (menos de 70km),
intermédios (entre 70 e 300 Km) e os profundos (maiores de 300 Km).
→ Ondas S
▪ as partículas vibram num plano perpendicular à direção de propagação;
▪ apenas se propagam em meios sólidos;
▪ provocam mudanças da forma do material, mas não no volume;
▪ podem também chamar-se ondas transversais.
As ondas S e P são internas, ou seja, propagam-se a partir do foco e em qualquer direção no interior Da Terra, quando
atingem a superfície produzem-se outo tipo de ondas, as Love(L) e as Rayleigh (R)
• Ondas de Love: partículas vibram horizontalmente afetando principalmente os alicerces dos edifícios;
• Ondas de Rayleigh: partículas movimentam-se elipticamente.
Os sismos são medidos pelos sismógrafos, e o registo deste aparelho chama-se sismograma.
Determinação do epicentro
Para se determinar o epicentro de um sismo têm de se recorrer ao estudo de pelo menos três sismogramas
correspondentes a 3 estações sismográficas. Um sismograma permite-nos determinar a magnitude do sismo no local
da estação sismográfica, a chegada das ondas sísmicas e consequentemente o intervalo de tempo entre a chegada da
onda P e da S. Este intervalo de tempo vai depender da distância epicentral.
• Distância epicentral- é a distância entre o epicentro e a estação sísmica e determina-se pela diferença entre a
chegada da onda P e onda S à estação sismográfica.
Existem tabelas para calcular a distância epicentral e também regras empíricas, como por exemplo:
D. E. (Km) = [(S-P)-1] x 1000, válida apenas para distâncias superiores a 1000km
Sabendo a distância epicentral das 3 estações, utilizando um compasso cujo centro deve ser o local da estação e o raio
é a distância epicentral (em km), determina-se o epicentro do sismo.
Avaliação dos sismos - intensidade e magnitude
A avaliação de um sismo faz-se através da determinação da sua
intensidade ou da sua magnitude
• Intensidade – determinada em função dos efeitos provocados pelas
ondas sísmicas nas regiões afetadas. A escala mais usada é a escala de
Mercalli (escala de natureza qualitativa, constando de 12 graus que
traduzem efeitos e graus de destruição crescente). A partir dos
valores de intensidade de um sismo em várias regiões é possível
elaborar uma carta de isossistas (linhas curvas fechadas que unem
pontos de igual intensidade sísmica.)
• Magnitude – grandeza definida em função da amplitude máxima das
ondas sísmicas verificada nos sismogramas. Esta amplitude,
conjugada matematicamente com a distância epicentral permite
quantificar a energia libertada no hipocentro. Neste caso utilizamos uma escala quantitativa – Escala de Richter –
com 9 valores de magnitude.
Sismicidade interplaca
Colisão entre uma placa oceânica e A placa oceânica de Nazca ao colidir com a placa continental sul-americana, mergulha
uma Continental sob esta. É precisamente este arrastamento para o interior da geosfera constitui o
mecanismo gerador da maior parte dos sismos que ocorrem no Chile, Peru, Equador,
Colômbia....
No japão verifica-se o mesmo fenómeno em que a placa do pacífico mergulha sob a
Euroasiática.
Colisão entre placas Continentais Estas placas empurram-se mutuamente, originando tensões que explicam os sismos. A
índia terá colidido com a asia resultando a formação dos Himalaias.
Colisão entre placas oceânicas Quando 2 placas oceânicas colidem, a mais densa mergulha sob a menor,
desenvolvendo tensões capazes de desencadear violentos sismos. Ilhas do arquipélago
indonésio.
Afastamento de placas oceânicas A maior cadeia montanhosa encontra-se submersa. Os centros destas cadeias
montanhosas encontram-se sob tensão originando frequentemente sismos (10% dos
sismos).
Afastamento de placas Continentais Exemplo do Rifte Africano, estudos geológicos admitem que a placa que suporta o
continente se começou a dividir há Ma a trás, divisão que não se concluiu.
Contacto com deslizamento entre 2 As placas deslizam entre si a uma velocidade de 3 cm a 6 cm p/ ano, originando uma
placas forte tensão e, consequentemente, uma excessiva atividade sísmica. Falha de stº Adre
na Califórnia.
O vulcanismo está intimamente associado aos sismos, muitos destes têm origem na própria atividade vulcânica, na
verdade existem sempre sismos associados ao choque de placas, mas nem sempre existe vulcanismo.
A maior sismicidade do planeta está concentrada nas placas convergentes no Anel de Fogo do Pacífico, no alinhamento
Euroasiático e nas zonas de Subducção (fossas oceânicas- a origem do sismo vem de grandes profundidades,
exemplo: fossas das Marianas, Japão). Nas zonas de placas divergentes e nas falhas transformantes associadas às
zonas de rifte existe também sismicidade, mas de menor dimensão que nas anteriores.
Sismicidade em Portugal
"Portugal, no contexto da tectónica de placas, situa-se na placa euro-asiática, limitada a sul pela falha Açores-Gibraltar,
a qual corresponde à fronteira entre as placas euro-asiática e africana e, a oeste pela falha dorsal do oceano Atlântico.
O movimento das placas caracteriza-se pelo deslocamento para norte da placa africana e pelo movimento divergente
de direção este-oeste na dorsal atlântica.
Modelos da estrutura interna da geosfera com base na composição e na rigidez dos materiais
Constituída estado
camadas profundidade rochas
essencialmente físico
Crosta magnésio e C.O. essencialmente
0 aos 12Km sólida
oceânica ferro basálticas
C.C. essencialmente
Crosta graníticas,
0 aos 70Km Silício, alumínio; sólida
Continental sedimentares e
metamórficas
descontinuidade de Mohorovicic
"pastoso"
Manto Por silício, (entre o
30 aos 700Km essencialmente
Superior oxigénio, sólido e o
peridotitos com
magnésio e líquido)
olivina e piroxenas
700 aos ferro
Manto Inferior sólido
2900Km
descontinuidade de Guttenberg
2900 aos
Núcleo Externo minerais mais densos líquido
5150Km por ferro e
que a olivina,
5150 aos níquel
Núcleo Interno exemplo perovskite sólido
6371Km
Podemos afirmar que a matéria cristalina é constituída por partículas dispostas ordenadamente e que a matéria vítrea
é constituída por partículas dispostas de forma desordenada.
• Minerais isomorfos – mesma forma e composição química diferente (plagióclases)
• Minerais polimorfos – apresentam diferente forma e composição química igual (aragonite e calcite; diamante
e grafite)
Químicas Físicas
Traço
ião dominante.
Cor
Rochas sedimentares
1. Meteorização – por ação dos agentes da
dinâmica externa as rochas alteram-se e
desagregam-se em fragmentos (clastos ou
detritos) através de processos físicos e
químicos.
Meteorização química – é uma ação que leva à alteração da composição química e mineralógica das rochas, em que
alguns minerais são destruídos e transformados em novos produtos químicos, e outros são formados, adquirindo
estruturas cristalinas mais estáveis nas condições a que a rocha está sujeita. Os iões ou os novos minerais obtidos
constituem os sedimentos de origem química.
A ação da meteorização química é tanto maior quanto maior for o estado de desagregação física das rochas, pois assim
a atuação dos agentes é mais fácil.
É mais frequente em regiões quentes e húmidas, pois a temperatura tem um papel muito importante na velocidade e
dinâmica das reações químicas, bem como a água e o ar atmosférico que também favorecem essas reações.
Pode ainda considerar-se um tipo de meteorização química que se designa como meteorização bioquímica ou químico-
biológica. Os seres vivos intervêm no processo de decomposição dos minerais, levando à sua alteração química.
Através do metabolismo produzem fluidos e ácidos que, quando contactam com as rochas e com os minerais,
provocam a sua alteração química.
Por exemplo, os líquenes elaboram substâncias que atacam as rochas facilitando a sua desagregação; alguns animais,
como certos bivalves, produzem substâncias corrosivas que utilizam para abrir fendas nas rochas.
2. Erosão - processo que se segue à meteorização e corresponde ao conjunto de processos físicos que permitem
remover do local os materiais resultantes da meteorização física ou química. A ação da gravidade, a água, o vento
e o gelo são os principais agentes erosivos que arrancam e separam os fragmentos desagregados da rocha-mãe.
3. Transporte - corresponde à ação da água e do vento, que levam para outros locais os materiais resultantes da
meteorização e que foram removidos pelos agentes erosivos. Alguns sedimentos são transportados em solução e
outros sob a forma de detritos de dimensões muito variáveis. Os sedimentos podem sofrer um transporte pequeno
ou podem ser transportados para locais muito distantes daquele em que se formaram.
Durante o transporte os detritos sólidos podem sofrer sucessivas alterações, sendo as principais o
arredondamento e a granotriagem:
→ arredondamento – devido aos choques entre eles e ao atrito com as rochas da superfície, os sedimentos
inicialmente angulosos vão perdendo as suas arestas e vértices, ficando cada vez mais lisos e curvos, tornando-
se arredondados. Pelo grau de arredondamento pode inferir-se o tipo e a duração do transporte que os
sedimentos sofreram;
→ granotriagem – consiste na separação dos sedimentos de acordo com o tamanho, a forma e a densidade que
possuem. Considera-se que há boa calibragem de sedimentos quando todos possuem aproximadamente o
mesmo tamanho. O vento e as águas dos rios são bons agentes de granotriagem.
4. Sedimentação – é a fase final da sedimentogénese e prepara os sedimentos para a diagénese. Ocorre em locais
onde a ação dos agentes erosivos e de transporte se anula ou é muito reduzida, ou seja, o agente transportador
perde energia e deixa de exercer a sua ação. Assim a sedimentação consiste na deposição dos sedimentos.
Os materiais que são transportados em solução sedimentam após a precipitação.
Pode ocorrer em ambientes terrestres, mas é mais importante em ambientes aquáticos, principalmente nos cursos de
água, nos lagos e nos mares.
A sedimentação dá-se, em regra, segundo camadas sobrepostas, horizontais e paralelas. Às camadas originadas dá-se
o nome de estratos, que quando se formam, comprimem as camadas inferiores. Às superfícies de separação de
estratos dá-se o nome de juntas de estratificação. Cada estrato fica entre dois outros, sendo o de cima denominado
por teto e o de baixo, muro. Existem também casos de estratificação entrecruzada, que revela uma variação na
intensidade da força ou da direção do agente transportador.
5. Diagénese - conjunto de processos físico-químicos que ocorrem após a sedimentogenese e pelos quais os
sedimentos se transformam em rochas sedimentares coesas, sofrendo compactação e desidratação, cimentação
e recristalização.
→ Compactação e desidratação - Pela força de gravidade, os sedimentos que deixaram de ser transportados vão-
se depositando e formam novas camadas. As camadas formadas exercem pressão sobre as camadas inferiores e
devido ao peso e à pressão exercidos, a água contida nos interstícios dos sedimentos é expulsa, ocorrendo
desidratação.
→ Assim, os sedimentos ficam cada vez mais próximos, o volume da rocha diminui e torna-se progressivamente
mais compacta e mais densa.
→ Cimentação - os espaços vazios entre os sedimentos são preenchidos por materiais de neoformação, resultantes
da precipitação química de substâncias dissolvidas na água, essas substâncias cristalizam, constituindo um
cimento que une os sedimentos e forma-se uma rocha consolidada.
→ Os cimentos mais comuns formam-se por precipitação de carbonato de cálcio e sílica (sendo muito duro) ou por
precipitação de óxidos de ferro e de argilas. Quando os sedimentos são de grandes dimensões, as partículas finas
transportadas pela água e que se vão depositar formam uma matriz que liga os materiais.
→ Recristalização - consiste num rearranjo dos componentes originais da rocha. Alguns minerais alteram as suas
estruturas cristalinas como resposta a novas condições de pressão, temperatura e circulação de água ou outros
fluidos; por exemplo, a calcite, para se adaptar às novas condições diagenéticas, transforma-se em dolomite; já
a aragonite pode passar a calcite.
Rochas sedimentares quimiogénicas – formadas a partir de sedimentos que resultam da precipitação de substâncias
químicas dissolvidas na água.
A precipitação de materiais dissolvidos, pode ocorrer devido à evaporação da água ou devido à alteração de condições
da solução, como por exemplo, a variação da pressão ou da temperatura. As rochas formadas por cristais que
precipitam durante a evaporação da água têm textura cristalina e designam-se por evaporitos.
• Calcários de precipitação - são rochas constituídas essencialmente por calcite (mineral de carbonato de cálcio
CaCO3), que resultam da precipitação desse mineral. As águas acidificadas provocam a meteorização química
dos calcários. Em resultado desta reação surgem sulcos e cavidades, constituindo, à superfície, um modelado
característico conhecido por lapiás. Podem também formar-se grutas. O gotejar do teto de uma gruta, provoca
a acumulação sucessiva de carbonato de cálcio, dando origem às estalactites. Este gotejar contínuo, sobre o
solo da gruta, provoca a formação de estalagmites. Na água que flui sobre o chão da gruta pode ainda haver
precipitação, formando uma rocha calcárias chamada travertino.
• Sal-gema – É constituído, essencialmente por halite, cloreto de sódio (NaCl). O sal-gema é pouco denso e
muito plástico. Os depósitos profundos deste evaporito, quando sob pressão, podem ascender através de
zonas frágeis da crosta, formando grandes massas de sal, chamadas domas salinos ou diápiros.
Rochas biogénicas
Os sedimentos que constituem as rochas biogénicas podem ser constituídos por detritos orgânicos ou por materiais
resultantes de uma ação bioquímica.
• Calcários biogénicos- muitos organismos aquáticos fixam carbonatos. Após a morte, esses seres depositam-se no
fundo do mar, formando um sedimento biogénico. A parte orgânica normalmente é decomposta e as conchas
acabam por ser cimentadas, evoluindo para calcários consolidados. São calcários biogénicos:
→ Calcários numulíticos – com origem em fósseis marinhos que se assemelham a moedas de 5mm, ou mais, de
diâmetro.
→ Calcário conquífero – formados pela acumulação de conchas de moluscos, posteriormente cimentadas.
→ Calcário recifal – formado a partir de recifes de coral.
Carvões
Forma-se em ambientes continentais pantanosos, ou zonas de difícil drenagem de água.
Nestas zonas, a parte inferior dos musgos e outras plantas herbáceas transforma-se, devido
à ação de microrganismos anaeróbios, num produto carbonoso, rico em matérias voláteis,
chamada turfa. A evolução do carvão a partir da turfa designa-se por incarbonização e
processa-se através dos estádios de lignito, carvão betuminoso e antracite. No processo de
incarbonização, o material vegetal da turfa sofre transformações bioquímicas, por ação de
microrganismos. O aprofundamento do material vegetal leva a alterações das condições de
pressão e temperatura e dão início a transformações geoquímicas, em que se verifica a perda
de água e substâncias voláteis, diminuição da porosidade e o aumento da concentração de
carbono.
Petróleo
Forma-se a partir de matéria orgânica de origem aquática. A morte
dos organismos leva à deposição de matéria orgânica no fundo de
um ambiente sedimentar onde sofre decomposição parcial, pelo
facto de o ambiente ser anaeróbio ou de o material ser rapidamente
coberto por sedimentos. A continuação da sedimentação leva ao
afundimento da matéria orgânica que é sujeita ao aumento da
temperatura e da pressão. As propriedades físicas e químicas da
matéria orgânica vão sendo alteradas e esta é convertida em
hidrocarbonetos líquidos, como o petróleo, alguns gasosos, como o
gás natural e outros sólidos, como os betumes ou asfaltos.
Esta evolução ocorre na rocha-mãe, que é uma rocha de
granulometria fina. A baixa densidade dos hidrocarbonetos faz com
que migrem da rocha-mãe, acumulando-se numa rocha-armazém
que é porosa e permeável. Sobre esta, existe outra rocha, pouco permeável, que impede a progressão do petróleo até
à superfície, designando-se por rocha-cobertura. As armadilhas petrolíferas são estruturas geológicas favoráveis à
acumulação de petróleo, que impedem a sua migração até à superfície.
Rochas sedimentares, arquivos históricos da terra
As rochas sedimentares são, normalmente, estratificadas
e contêm a maioria dos fósseis. A estratificação reflete as
alterações que ocorreram na Terra e os fósseis contam a
história da evolução da vida e dão informações acerca dos
ambientes do passado (paleoambientes).
Nas juntas de estratificação, ocorrem frequentemente
marcas que testemunham a existência de pausas ou de
interrupções na sedimentação:
→ Marcas de ondulação (ripple marks) – as marcas de ondulação que se observam em praias atuais aparecem
preservadas em alguns arenitos antigos, dando-nos informação sobre o ambiente sedimentar em que a rocha
se gerou, sobre a posição original das camadas e sobre a direção das correntes que as produziram.
→ Fendas de dessecação ou fendas de retração – estas fendas, que frequentemente se observam em terrenos
argilosos atuais, aparecem muitas vezes conservadas em rochas antigas.
→ Marcas das gotas da chuva – muitas vezes patentes em rochas antigas, com aspeto idêntico ao que acontece
na atualidade.
→ Pegadas, pistas de reptação, fezes fossilizadas – fornecem informações sobre ambientes sedimentares do
passado e sobre hábitos dos animais, tipos de alimentação, etc.
Todas estas características tornam as rochas sedimentares fundamentais na reconstituição da História da Terra,
aplicando o princípio das causas atuais ou princípio do atualismo.
Os fósseis que permitem datar as rochas ou estratos em que estão presentes designam-se fósseis de idade. Estes
fósseis pertencem a organismos que viveram à superfície da Terra, durante um período relativamente curto e definido
do tempo geológico, e que tiveram uma grande área de dispersão.
Quando os fósseis permitem inferir o ambiente de formação da rocha em que se encontram, designam-se por fósseis
de fácies e caracterizam-se por pertencerem a seres que ocuparam ambientes muito específicos e que sofreram
poucas alterações evolutivas, podendo ser relacionados com organismos atuais.
Processos de fossilização
Processos de fossilização Descrição
Mumificação Os organismos ou partes deles são preservados sem alteração ou com pequenas modificações. Este
processo acontece quando o organismo é totalmente envolvido num meio asséptico, como resina
fóssil ou âmbar, gelo, alcatrão…
Mineralização Os constituintes de partes duras são substituídos por minerais transportados em solução nas águas
subterrâneas e que precipitam.
Moldagem O organismo ou partes dele imprimem um molde em sedimentos finos que o envolvem ou
preenchem. Molde interno – os sedimentos preenchem a concha que, posteriormente, é dissolvida,
ficando apenas o molde. Molde externo – a concha imprime o molde da superfície externa nos
sedimentos, sendo depois removida. Podem ainda se formam contramoldes dos moldes externos
e internos.
Marcas ou icnofósseis Pegadas, marcas de reptação, fezes fossilizadas que constituem evidências da existência do ser vivo
que deixou essa marca
Datação relativa das rochas
Paleoambientes
As rochas sedimentares permitem inferir das
condições e dos ambientes antigos associados à sua
formação - paleoambientes. O conjunto de
características texturais, mineralógicas, químicas
ou paleontológicas que permitem definir o
ambiente de sedimentação ou de formação de uma
rocha constitui o seu fácies. Os diferentes tipos de
fácies que correspondem, assim, a diferentes
ambientes de sedimentação podem ser
continentais (fluviais, lacustres, glaciares), de
transição (lagunar, deltaico, estuarino) ou
marinhos (litoral, nerítico ou plataforma
continental, abissal). Na caracterização dos
paleoambientes assumem particular importância
os fosseis de fácies. Estes fosseis permitem, com
base no princípio das causas atuais, correlacionar ambientes atuais, com ambientes antigos. Por exemplo, a limneia
(fóssil de um molusco com concha) quando encontrada num estrato, permite considerar que esse estrato se formou
num ambiente lacustre, uma vez que as limneias atuais vivem em lagos ou charcos.
Tipos de Magmas
Magmas basálticos (pobres em sílica - 50%) – dão origem, por consolidação, aos fundos oceânicos. São expelidos
principalmente em riftes e pontos quentes, tendo-se originado a partir de rochas do manto – peridotito. Se estes
magmas solidificam em profundidade, dão origem a gabros à superfície o basalto.
Magmas andesíticos (composição intermédia de sílica – 60%) – formam-se nas zonas de subducção e relacionam-se
com zonas altamente vulcânicas. A composição destes magmas depende da quantidade e tipo de material subdotado.
Quando solidificam em profundidade, dão origem a dioritos; quando solidificam à superfície ou perto dela dão origem
a andesitos.
Magmas riolíticos (ricos em sílica - 70%) – formam-se a partir da fusão parcial da crosta continental e tendem a ser
muito ricos em gases, em zonas de convergência de placas. Em profundidade, dão origem a granitos; à superfície ou
perto dela formam riólitos.
Diferenciação magmática
Um só magma pode dar origem a diferentes tipos de rochas, visto ser constituído por uma mistura complexa que, ao
solidificar, forma diferentes associações de minerais. Um dos processos envolvidos na diferenciação magmática é a
cristalização fracionada. Quando o magma arrefece, minerais diferentes cristalizam a temperaturas diferentes, numa
sequência definida que depende da pressão e da composição do material fundido. A fração cristalina separa-se do
restante líquido, por diferenças de densidade ou efeito da pressão, deixando um magma residual diferente do magma
original. Assim, um mesmo magma pode originar diferentes rochas.
Série de Bowen
Série que traduz a sequência pela qual os minerais cristalizam num
magma em arrefecimento. Segundo Bowen, existem duas séries de
reações que se designam, respetivamente, por série dos minerais
ferromagnesianos (ramo descontínuo) e série das plagióclases
(série contínua).
No ramo descontínuo, à medida que se verifica o arrefecimento, o
mineral anteriormente formado reage com o magma residual,
dando origem a um mineral com uma composição química e uma
estrutura diferente, e que é estável nas novas condições de
temperatura.
No ramo contínuo, verifica-se uma alteração nos iões da
plagióclase, sem que ocorra alteração da estrutura interna dos minerais.
São várias as formas pelas quais os cristais originados podem ser separados do líquido residual.
Se a pressão comprime o local onde se formam os cristais, o líquido residual tende a escapar por pequenas fendas,
enquanto os cristais ficam no local da sua génese. Se os cristais são mais densos ou menos densos do que o líquido
residual, eles deslocam-se para o fundo ou para o cimo da câmara magmática, respetivamente. Acumulam-se por
ordem da sua formação e das suas densidades – diferenciação gravítica.
As últimas frações do magma, constituídas por água com voláteis e outras substâncias em solução constituem as
soluções hidrotermais e podem preencher fendas das rochas, dando origem a filões.
Composição mineralógica
Textura
É o aspeto geral da rocha resultante das dimensões, da forma e do arranjo dos minerais constituintes.
• Granular – as dimensões dos cristais têm 1mm ou mais de diâmetro. Durante o arrefecimento lento do
magma, a matéria organiza-se formando cristais relativamente desenvolvidos. Este tipo de textura é
característico de rochas intrusivas. (ex: Granito, Gabro e Diorito)
• Agranular – a maioria dos cristais têm dimensões microscópicas. Esta textura é característica de rochas
resultantes da consolidação de magmas que ascendem rapidamente à superfície terrestre. (ex: Basalto,
Riolito e Andesito)
• Vitrea – a rocha é totalmente constituída por matéria amorfa- não cristalizada (ex: obsidiana)
Tipos de rochas magmáticas
Falhas
Uma falha é uma superfície de fratura ao longo da qual
ocorreu movimento relativos dos blocos fraturados. Podem
resultar da atuação de qualquer tipo de tensão em rochas com
comportamento frágil. Elementos que caracterizam uma
falha:
Agentes de metamorfismo
• Temperatura – A temperatura a que uma rocha está exposta é tanto maior quanto maior for a profundidade a
que se encontra. No entanto, o contacto com intrusões magmáticas pode submeter a rocha a temperaturas
elevadas a baixas profundidades. Por ação do calor, certos minerais podem-se tornar instáveis e reagir com outros
minerais, formando combinações que são estáveis nas novas condições. Assim, verifica-se a quebra de ligações
químicas na estrutura cristalina dos minerais e a formação de novas ligações, dando origem a uma estrutura
cristalina diferente.
• Tensão – Como o metamorfismo é um processo que ocorre na litosfera, as rochas encontram-se a diferentes
profundidades, estando submetidas, por isso, a tensões/pressões de diferentes tipos:
→ Tensão litostática - é o resultado do peso da massa de rocha suprajacente e é aplicada igualmente em todas
as direções originando diminuição de volume e aumento da densidade. Aumenta a ductilidade da rocha,
aumentando a resistência à rotura.
→ Tensão não litostática ou dirigida - caracteriza-se por ter diferente intensidade em diferentes direções, e está,
geralmente, associada a movimento tectónicos. Este tipo de tensão causa a deformação da rocha e o
alinhamento dos minerais ou foliação.
• Fluidos circulantes –a água aquecida, atingindo elevadas pressões, é um dos fluidos mais importantes, porque
transporta inúmeras substâncias dissolvidas. Estas soluções reagem com as rochas em que penetram, alterando-
as química e mineralogicamente.
• Tempo – Todos os fenómenos relacionados com o metamorfismo ocorrem ao longo de grandes períodos.
Recristalização e minerais de origem metamórfica
A recristalização é a reorganização dos elementos de um
mineral original numa combinação mais estável, nas
novas condições de tensão, temperatura e fluidos
envolventes.
Existem minerais que se formam apenas numa gama
restrita de condições, permitindo inferir as condições em
que a rocha que os contém se formou-minerais índice. O
aumento progressivo das condições de pressão e
temperatura relaciona-se com diferentes graus de
metamorfismo, sendo considerados o metamorfismo de
baixo grau, o metamorfismo de grau intermédio e o
metamorfismo de alto grau.
As rochas foliadas formam-se a partir do metamorfismo regional, resultando daí rochas como o filito, a ardósia, o
micaxisto e o gnaisse. A foliação e a xistosidade resultam das elevadas pressões e temperatura características do
metamorfismo regional.
Na identificação de rochas, estas características são muito úteis, particularmente quando o grão é tão fino que dificulta
a identificação dos minerais que as constituem.
As rochas não foliadas resultam do metamorfismo de contacto e as mais comuns são a corneana, os quartzitos e o
mármore. As rochas que resultam deste tipo de metamorfismo são, normalmente, muito duras, sendo muito utilizadas
na construção civil, em particular na pavimentação, mas também na escultura e estatuária, produzindo magníficas
obras de arte que resistem às adversidades do tempo sem alterações significativas.
Recursos Geológicos
O homem recorre a recursos naturais para satisfazer as suas necessidades. No último século, o grande
desenvolvimento científico e tecnológico conduziu à utilização de maiores quantidades de recursos.
A exploração dos recursos geológicos (todo o material terrestre ou formas de energia associadas que integram a
geosfera, que podem ser extraídos para benefício do Homem) tornou-se, assim, vital para manter os atuais padrões
de vida das sociedades modernas.
Os recursos que são consumidos a uma velocidade superior àquela com que a Terra é capaz de os gerar denominam-
se recursos não renováveis.
Outros recursos, pelo facto de serem aparentemente inesgotáveis ou por serem gerados a uma velocidade igual ou
superior à que o ser humano é capaz de os consumir, são recursos renováveis.
Renováveis
• Energia Solar
• Energia Eólica
• Energia Geotérmica
• Energia de Biomassa
• Energia das Mares
• Energia Hidroelétrica
Não Renováveis
• Carvão
• Petróleo
• Gás Natural
(considerados combustíveis fósseis.)
Em termos comparativos:
Não são poluentes
Vantagens dos recursos energéticos renováveis Não produzem resíduos
São inesgotáveis
Levam a formação de chuvas ácidas
Problemas ambientais relacionados com os combustíveis fósseis Contribuem para a formação de chuvas ácidas
Contribuem para o aquecimento global
Risco de acidentes com fuga
Contribuem para a poluição térmica da água
Desvantagens da energia nuclear Contribui na produção de resíduos radioativos que podem
causar cancros
Risco de ações terroristas
Energia geotérmica
É a energia que a Terra liberta, pode ser dividida em dois tipos:
• Geotermia de alta entalpia (a temperatura da água é superior a 150°C).
• Geotermia de baixa entalpia (a temperatura da água é inferior que 150°C).
No arquipélago dos Açores há produção de energia geotérmica de alta entalpia, por seu lado nos centros termais do
território continental há produção de energia geotérmica de baixa entalpia. Esta fonte de energia apresenta algumas
vantagens onde se destacam: produção de energia elétrica, não é poluente e é renovável, aplica-se principalmente no
aquecimento e na produção de água quente sanitária. Os locais de melhor aproveitamento da energia geotérmica são
as zonas onde as plataformas tectónicas se encontram em separação (limites divergentes), e as zonas onde as placas
tectónicas se encontram em colisão (limites convergentes).
Recursos minerais
Quando existe uma concentração de um determinado mineral considera-se a existência de um jazigo mineral.
O material que num jazigo mineral é aproveitado, ou seja, com interesse económico chama-se minério e é separado
do material rejeitado que constitui a ganga.
Assim num jazigo mineral pode considerar-se:
• Minério – mineral donde o elemento metálico pode ser extraído rentavelmente (material que se explora e é
aproveitado).
• Ganga ou estéril – qualquer dos minerais que acompanha o minério e que pode não ter interesse industrial
(material que se explora e é rejeitado).
Os recursos minerais podem ser classificados, segundo as suas propriedades químicas em: Metálicos e Não Metálicos.
Os recursos metálicos, segundo a sua ocorrência na crusta terrestres, podem ser classificados em:
• Relativamente escassos (ex.: cobre, zinco e chumbo) – clarke baixo;
• Relativamente abundantes (ex.: ferro, titânio, manganês e alumínio) – clarke elevado.
Os recursos não metálicos relativamente ao uso ou à origem, podem ser classificados em:
Materiais de construção (ex.: areias, cascalho, gesso, granito, basalto, calcário, mármore e cimento);
Fertilizantes e evaporitos (ex.: fosfatos, nitratos compostos de potássio – mais importantes recursos agrícolas). O
sal-gema é um exemplo de evaporito. Portugal é um país relativamente rico em recursos minerais não metálicos.
A atividade mineira pode ser dividida nas seguintes fases: extração do minério; tratamento do minério e separação e
remoção do estéril.
As explorações mineiras podem ser em minas a céu aberto ou em explorações subterrâneas. O estéril que é produzido
numa exploração mineira é depositado em escombreiras. O Clarke traduz a abundância média de um elemento
químico na crusta terrestre. Quando determinado elemento químico ocorre com um teor várias vezes superior ao seu
Clarke, poderemos estar na presença de um jazigo mineral. A unidade em que se exprime o Clarke é em parte por
milhão (ppm) ou gramas por tonelada (gr/ton).
Esta água encontra-se distribuída por diferentes reservatórios, estando maioritariamente nos oceanos. As restantes
reservas de água representam uma pequena parte de toda a água disponível. Por este motivo, facilmente se
compreende que, apesar de abundante, a maior parte desta água é salgada, e não pode ser utilizada diretamente para
consumo ou para as atividades humanas.
O estudo das águas subterrâneas (ou hidrogeologia) reveste-se de uma importância cada vez maior à medida que
aumenta o problema da água potável para consumo humano.
As formações geológicas que armazenam e permitem a circulação de água, de maneira que o Homem a possa extrair
em condições economicamente rendíveis, denominam-se de
aquíferos. Duas propriedades das formações geológicas- capacidade
de armazenar água e facilidade que a cedem – são consequência direta
da porosidade (espaços existentes no interior da rocha) e
permeabilidade das rochas (capacidade das rochas se deixarem
atravessar pelos fluídos). As rochas com boa porosidade e boa
permeabilidade são aquelas que melhores condições apresentam
para funcionar como aquíferos. A relação entre os valores de
porosidade e de permeabilidade caracterizam algumas formações
geológicas.
Zonas de um aquífero
Um aquífero é constituído pelas seguintes zonas:
Zona de areação ou não saturada:
• Zona onde os espaços entre os detritos – rególitos – ou das fissuras das rochas estão ainda em parte preenchidos
por ar;
• Zona compreendida entre a superfície e o nível freático/hidrostático.
• Caracteriza-se por ser uma zona de infiltração e capilaridade, por tanto, uma zona de intensa circulação vertical
da água.
• Zona mais superficial de um aquífero, que tem como limite superior a superfície do terreno e como limite inferior
o nível a partir do qual aparece a água.
Zona de saturação:
• Zona onde todos os espaços estão preenchidos por água, constituindo o aquífero;
• Zona mais profunda que constitui o manto freático, onde a água se movimenta por percolação ou fluxo;
• Zona que começa onde acaba a zona de areação; o seu limite inferior corresponde a uma formação geológica
impermeável e de porosidade muito reduzida ou mesmo nula.
• O seu limite superior é o nível hidrostático.
Apesar do seu carácter renovável, a água subterrânea é um recurso natural cada vez mais escasso, devido não só á
deterioração da sua qualidade como também à sua sobre-exploração.
Mesmo existindo condições naturais que confiram à água características que tornam impróprias para as mais diversas
utilizações, a ameaça à qualidade e quantidade de água nos aquíferos são resultado, principalmente da atividade
humana, tais como:
a) O uso de fertilizantes químico, nitratos e fosfatos, e pesticidas na agricultura intensiva, que são dissolvidos na
chuva que se irá infiltrar.
b) Os lixiviados que são libertados pela ação da chuva pelos aterros e depósitos de resíduos e que contêm substâncias
poluentes.
c) Lançamento no solo ou na água dos resíduos industriais, que contêm metais pesados e/ou substâncias orgânicas
tóxicas.
d) Fugas em depósitos de gasolina e derrames de óleos usados.
e) Impermeabilização da superfície e destruição do coberto vegetal com consequente diminuição da taxa de
infiltração.
f) A sobre exploração dos aquíferos levanta problemas como:
g) A modificação das características da água, resultante da diminuição excessiva do aquífero.
h) Intrusões salgadas, entrada de água salgada nos aquíferos, causadas pela diminuição da pressão da água doce no
aquífero, frequente nas zonas costeiras, torna água salobra e assim não própria para uso.