Simulado Soc e Fil

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FILOSOFIA – Prof.

Martha Melo Carvalho

1. A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses
atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a
mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”.
Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor,
nós a identificamos como felicidade. ARISTOTELES. A Política. São Paulo: Cia das Letras, 2010.

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica


como

A) busca por bens materiais e títulos de nobreza.


B) plenitude espiritual e ascese pessoal.
C) finalidade das ações e condutas humanas.
D) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
E) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

2. Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente,
pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles,
nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a
de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de
descobrir seu sentido último. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São
Paulo: Odysseus, 2002.

Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No


texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais,
refere-se à

A) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade.


B) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas.
C) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade.
D) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade.
E) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.

3. Leia o trecho extraído da obra Confissões.

Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do
vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados
por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO.
Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores

Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta.

A) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em
Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu
intelecto é contingente e mutável.
B) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo
para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no
interior do homem.
C) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a
alma possuía antes de se unir ao corpo.
D) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a
alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação.

4. (Unesp) A modernidade não pertence a cultura nenhuma, mas surge sempre CONTRA uma
cultura particular, como uma fenda, uma fissura no tecido desta. Assim, na Europa, a
modernidade não surge como um desenvolvimento da cultura cristã, mas como uma crítica a
esta, feita por indivíduos como Copérnico, Montaigne, Bruno, Descartes, indivíduos que, na
medida em que a criticavam, já dela se separavam, já dela se desenraizavam. A crítica faz parte
da razão que, não pertencendo a cultura particular nenhuma, está em princípio disponível a
todos os seres humanos e culturas. Entendida desse modo, a modernidade não consiste numa
etapa da história da Europa ou do mundo, mas numa postura crítica ante a cultura, postura
que é capaz de surgir em diferentes momentos e regiões do mundo, como na Atenas de
Péricles, na Índia do imperador Ashoka ou no Brasil de hoje.
(Antonio Cícero. Resenha sobre o livro “O Roubo da História”. Folha de S. Paulo, 01.11.2008.
Adaptado.)

Com a leitura do texto, a modernidade pode ser entendida como

a) uma tendência filosófica especificamente europeia e ocidental de crítica cultural e religiosa.


b) uma tendência oposta a diversas formas de desenvolvimento da autonomia individual.
c) um conjunto de princípios morais absolutos, dotados de fundamentação teológica e cristã.
d) um movimento amplo de propagação da crítica racional a diversas formas de preconceito.
e) um movimento filosófico desconectado dos princípios racionais do iluminismo europeu.

5. A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a


inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural,
inclusive a respeito de certas questões da religião. Discorrendo sobre a “possibilidade de
descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A
primeira refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por
exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta
de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe.

A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de
Aquino.

A) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.


B) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe
concede.
C) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios
naturais.
D) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus.
E) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele

6. Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado.
Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito
mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens
se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos
de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a
vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega,
revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas.
Maquiavel define o homem como um ser

A) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.


B) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
C) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
D) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
E) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.

7. (Enem/2010) O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu
propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser
mais clemente de outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levam ao
assassinato e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.

No século XVI, Maquiavel escreveu “O Príncipe”, reflexão sobre a Monarquia e a função do


governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na

A) inércia do julgamento de crimes polêmicos.


B) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
C) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
D) neutralidade diante da condenação dos servos.
E) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.

8. Em seus estudos sobre o Estado, Maquiavel busca decifrar o que diz ser uma verità
effettuale, a “verdade efetiva” das coisas que permeiam os movimentos da multifacetada
história humana/política através dos tempos. Segundo ele, há certos traços humanos comuns
e imutáveis no decorrer daquela história. Afirma, por exemplo, que os homens são “ingratos,
volúveis, simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro”.
(O Príncipe, cap. XVII)

Para Maquiavel:

A) A “verdade efetiva” das coisas encontra-se em plano especulativo e, portanto, no “dever-


ser”.
B) Fazer política só é possível por meio de um moralismo piedoso, que redime o homem em
âmbito estatal.
C) Fortuna é poder cego, inabalável, fechado a qualquer influência, que distribui bens de forma
indiscriminada.
D) A Virtù possibilita o domínio sobre a Fortuna. Esta é atraída pela coragem do homem que
possui Virtù.
SOCIOLOGIA – Prof. Martha Melo Carvalho

1. Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria?

Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem?

Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que
exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?
SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de
Janeiro: Zahar, 1982.

A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou
uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa
durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada

A) na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões.


B) no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias.
C) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
D) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
E) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.

2. De acordo com a teoria de Marx, a desigualdade social se explica

A) pela distribuição da riqueza de acordo com o esforço de cada um no desempenho de seu


trabalho.
B) pela divisão da sociedade em classes sociais, decorrente da separação entre proprietários e
não proprietários dos meios de produção.
C) pelas diferenças de inteligência e habilidades inatas dos indivíduos, determinadas
biologicamente.
D) pela apropriação das condições de trabalho pelos homens mais capazes em contextos
históricos, marcados pela igualdade de oportunidades.

3. Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações


indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a
um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade
dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade — fundamento real, sobre o qual
se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas
de consciência social. MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In: MARX, K.; ENGELS,
F. Textos 3. São Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado).

Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com
que

A) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.


B) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.
C) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.
D) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico.
E) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.
4. Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus
erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a
integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as
culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de
Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o
comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos
a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à
emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os
totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente
segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob
esses ideais. (Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)

No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve

A) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras


culturas.

B) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história.

C) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais.

D) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na
história.

E) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.

5. O etnocentrismo pode ser definido como uma “atitude emocionalmente condicionada que
leva a considerar e julgar sociedades culturalmente diversas com critérios fornecidos pela
própria cultura. Assim, compreende-se a tendência para menosprezar ou odiar culturas cujos
padrões se afastam ou divergem dos da cultura do observador que exterioriza a atitude
etnocêntrica. (...) Preconceito racial, nacionalismo, preconceito de classe ou de profissão,
intolerância religiosa são algumas formas de etnocentrismo”. (WILLEMS, E. Dicionário de
Sociologia. Porto Alegre: Editora Globo, 1970. p. 125.)

Com base no texto e nos conhecimentos de sociologia, assinale a alternativa cujo discurso
revela uma atitude etnocêntrica:

A) a existência de culturas subdesenvolvidas relaciona-se à presença, em sua formação, de


etnias de tipo incivilizado.
B) os povos indígenas possuem um acúmulo de saberes que podem influenciar as formas de
conhecimentos ocidentais.
C) os critérios de julgamento das culturas diferentes devem primar pela tolerância e pela
compreensão dos valores, da lógica e da dinâmica própria a cada uma delas.
D) as culturas podem conviver de forma democrática, dada a inexistência de relações de
superioridade e inferioridade entre as mesmas.
E) o encontro entre diferentes culturas propicia a humanização das relações sociais, a partir do
aprendizado sobre as diferentes visões de mundo.

6. O misterioso da forma da mercadoria reside no fato de que ela reflete aos homens as
características sociais do seu próprio trabalho, como características objetivas dos próprios
produtos do trabalho e, ao mesmo tempo, também da relação social dos produtores com o
trabalho total como uma relação social existente fora deles, entre objetos. (Adaptado: MARX,
Karl. O Capital. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 71.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, para Marx:

A) as mercadorias, por serem objetos, são destituídas de qualquer vinculação com os seus
produtores.
B) as mercadorias materializam a harmonia presente na realização do trabalho alienado.
C) os trabalhadores, independentemente da maneira como produzem a mercadoria, são
alijados do processo de produção.
D) as mercadorias constituem-se em um elemento pacificador das relações entre patrões e
trabalhadores.
E) a mercadoria, no contexto do modo capitalista de produção, possui caráter fetichista,
refletindo os aspectos sociais do trabalho.

7. O significado da palavra cultura esteve vinculado à terra até o século XVIII. Com o
Iluminismo, o termo passa a definir uma característica do homem. Essa mudança de
perspectiva só foi possível graças:

A) à descoberta da teoria da evolução das espécies e à afirmação de que o homem era


descendente dos macacos;
B) à imposição da Igreja para que se aceitasse a ideia de cultura como uma característica
humana;
C) à descoberta de novos mundos, como a América, que colocou o homem em contato com
povos diferentes do europeu;
D) ao desenvolvimento da ciência e à descoberta de novas formas de produção de alimentos;
E) a uma nova concepção de mundo, segundo a qual o homem passou a ser o centro do
universo, e não mais Deus;

8. Nos quadrinhos o cartunista faz uma ironia sobre a perspectiva adotada pelos ‘civilizados’
em relação aos ameríndios. Por intermédio dessa ironia, Henfil revela práticas contumazes dos
ditos ‘civilizados’. Sobre essas práticas, analise as afirmativas a seguir.

Fonte: HENFIL. Fradim. Rio de Janeiro: Codecri, [197-], p. 3.


I. As práticas dos ‘civilizados’ expressam uma postura de relativismo cultural, pois os aspectos
da cultura ameríndia são abordados em seu próprio contexto.

II. A disposição de assimilar os ameríndios à ‘civilização’ é um sinal evidente de negação do


direito à diferença cultural.

III. Os ‘civilizados’ se propõem a estabelecer uma relação simétrica com a sociedade dos
ameríndios.

IV. Os ameríndios são vistos pelos ‘civilizados’ sobretudo pela ausência do que é natural para
os próprios civilizados.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I, III, IV.

e) II, III, IV.

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