Calculo2 Notas 2022-11-25
Calculo2 Notas 2022-11-25
Calculo2 Notas 2022-11-25
DEMAT UFMA
São Luı́s - MA
25 de novembro de 2022
Sumário
1 Integral 1
1.1 Integral Definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Método da Substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Métodos de Integração 8
2.1 Método de Substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.1.1 Substituição para integrais Indefinidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.1.2 Substituição para integrais Definidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Método da Substituição Inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.1 Substituição Inversa para Integral Indefinida (mudança de variável) . . . 11
2.2.2 Substituição Inversa para Integral Definida . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2.3 Substituição Trigonométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3 Integração por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3.1 Integração por Partes para Integrais Indefinidas . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3.2 Integração por Partes para Integrais Definidas . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.4 Integrais de Produtos de Seno e Cosseno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.5 Integrais de Potências de Seno e Cosseno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.5.1 Fórmulas de Recorrências para Seno e Cosseno . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.5.2 Integrais com Produto de Potências de Seno e Cosseno . . . . . . . . . . 16
2.6 Integrais de Potências de Secante e Tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.6.1 Fórmulas de Recorrências para Secante e Tangente . . . . . . . . . . . . . 17
2.6.2 Integrais com Produto de Potências de Secante e Tangente . . . . . . . . 18
2.7 Integrais Usando Frações Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.8 Estratégias de Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.9 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3 Integrais Impróprias 30
3.1 Integrais com Intervalos Infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2 Integrais com Intervalos Finitos e Integrando Ilimitados . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3 Convergência e Divergência: critério de comparação . . . . . . . . . . . . . . . . 36
i
3.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4 Aplicações da Integral 41
4.1 Área entre Curvas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.2 Volume: Método da Seção Transversal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.2.1 Volume de Sólidos de revolução em torno do eixo x . . . . . . . . . . . . . 46
4.2.2 Volume de sólidos de revolução em torno do eixo y . . . . . . . . . . . . . 48
4.3 Volume: Método das Cascas cilı́ndricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.3.1 Volume de sólidos de revolução em torno do eixo y . . . . . . . . . . . . . 50
4.4 Área de Superfı́cie de Revolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.5 Comprimento de Gráfico de Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.6 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Referências 57
Capı́tulo 1
Integral
Observação 1.2. Denotaremos por “max ∆xi ” o maior dentre os comprimentos ∆x1 , · · · , ∆xn .
Em particular max ∆xi ≥ ∆xk para todo k = 1, · · · , n. Assim, quando fazemos max ∆xi → 0
temos ∆xk → 0 para todo k = 1, · · · , n. (Ou seja, quando o comprimento do maior subintervalo
tende a zero, todos os demais também tendem a zero)
Definição 1.3. Sejam f uma função definida em [a, b] e P : a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn−1 <
xn = b uma partição de [a, b]. Para cada ı́ndice i seja x∗i ∈ [xi−1 , xi ] escolhido arbitrariamente
(i = 1, · · · , n). O número
n
X
f (x∗i )∆xi = f (x∗1 )∆x1 + · · · + f (x∗n )∆xn
i=1
1
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
existir e não depender da escolha das partições ou da escolha dos pontos x∗i nos intervalos. Nesse
caso, denotamos o limite pelo sı́mbolo
Z b n
X
f (x) dx = lim f (x∗i )∆xi
a max ∆xi →0
i=1
Para todo número ε > 0 existe um δ > 0 que só depende de ε mas não da particular
escolha dos x∗i , tal que
n
X
f (x∗i )∆x − L < ε
i=1
• Se f (x) ≥ 0, a soma de Riemann pode ser interpretada como uma soma de áreas de
retângulos (ver Figura 1.1)
Z b
• Se f (x) ≥ 0, a integral definida f (x) dx pode ser interpretada como a área sob a curva
a
y = f (x) de a até b (ver Figura 1.2 )
2
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
• Se f assumir valores positivos e negativos, como na Figura 1.3, então soma de Riemann
é a soma das áreas dos retângulos que estão acima do eixo x e do oposto das áreas dos
retângulos que estão abaixo do eixo x.
Z b
• Nas mesmas condições do último item, a integral definida f (x) dx pode ser interpretada
a
como a área resultante, isto é, a diferença das áreas:
Z b
f (x) dx = A1 − A2 ,
a
Exemplo 1.6 (Integral da Função Constante). Verifique, pela definição, que a função constantef (x) =
c, x ∈ [a, b], é integrável em [a, b] e que
Z b
f (x) dx = c(b − a)
a
3
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Solução. Seja P : a = x0 < x1 < x2 < · · · < xi−1 < xi < · · · < xn = b uma partição de [a, b]
qualquer. Para toda escolha x∗i ∈ [xi−1 , xi ], i = 1, · · · , n, temos
n
X n
X n
X
f (x∗i )∆xi = c∆xi = c ∆xi = c(b − a).
i=1 i=1 i=1
Segue que dado ε > 0 e tomando δ > qualquer (por exemplo δ = 1) tem-se, independentemente
da escolha dos x∗i ,
n
X
f (x∗i )∆xi − c(b − a) = 0 < ε
i=1
para toda partição de [a, b], com max ∆xi < δ. Logo,
n
X
lim f (x∗i )∆x = c(b − a),
n→∞
i=1
Teorema 1.7. Se f for integrável em [a, b], então f será limitada em [a, b].
Teorema 1.8. Se f for limitada em [a, b] e descontı́nua em apenas um número finito de pontos
de [a, b], então f será integrável em [a, b].
b−a
onde ∆ = e xi = a + i∆x.
n
Exemplo 1.10. Sejam a, b ∈ R, com a < b, e y = f (x) uma função dada por f (x) = x. Calcule
Z b
a integral f (x) dx.
a
Solução. Como f é contı́nua, logo integrável, utilizaremos o Teorema 1.9. Primeiramente, no-
temos que
n
n(n+1)
•
P
i= 2 (soma de uma P.A.)
i=1
n
•
P
c = nc, onde c é uma constante fixada
i=1
4
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Então
n n n
(b − a)2
X X b−a b − a X a(b − a)
f (xi )∆x = a+i · = +i
n n n n2
i=1 i=1 i=1
a(b − a) (b − a)2 n(n + 1)
= ·n+ ·
n n2 2
(b − a)2 1
= a(b − a) + · 1+
2 n
Quando fazemos n → +∞, obtemos
n
(b − a)2
X b−a
lim f (xi )∆x = a(b − a) + = (b − a) · a +
n→∞ 2 2
i=1
b+a b2 − a2
= (b − a) · = .
2 2
Portanto
b
b2 − a2
Z
x dx = .
a 2
5
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Segue do TVM (Teorema ??) que podemos escolher x∗i ∈ [xi−1 , xi ] tal que
ou seja,
F (xi ) − F (xi−1 ) = F ′ (x∗i )∆xi ,
Se, para cada partição P de [a, b], os x∗i forem escolhidos como acima, teremos
n
X
lim f (x∗i )∆xi = F (b) − F (a)
max ∆xi →0
i=1
e, portanto,
Z b
f (x) dx = F (b) − F (a).
a
Assim, obtemos
Teorema 1.13 (Método da Substituição). Se u = g(x) for uma função derivável cuja imagem
é um intervalo I e f for contı́nua em I, então
Z Z
f (g(x))g ′ (x) dx = f (u) du.
Seja u = g(x) uma função derivável. Para os nossos propósitos, será útil escrevermos du
dx = g ′ (x)
na forma diferencial du = g ′ (x)dx. Desta forma, o Método da Substituição pode ser aplicado
da seguinte forma
6
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Z
f (g(x))g ′ (x) dx =?
Faça x = g(u) ; du = g ′ (x)dx
Z Z
′
f (g(x))g (x) dx = f (u) du = F (u) + C = F (g(x)) + C,
onde F é uma primitiva de f , ou seja, F ′ = f
Z
Exemplo 1.14. Calcule x cos x2 dx.
7
Capı́tulo 2
Métodos de Integração
Teorema 2.1. A seguir temos uma tabela de integrais básicas. As constantes de integração
foram omitidas.
xn+1
Z Z
1
1. xn dx = (n ̸= −1) 2. dx = ln |x|
n+1 Z x
ax
Z
3. ex dx = ex 4. ax dx =
Z Z ln a
5. sen xdx = − cos x 6. cos xdx = sen x
Z Z
7. sec2 xdx = tg x 8. cossec2 xdx = − cotg x
Z Z
9. sec x tg xdx = sec x 10. cossec x cotg xdx = − cossec x
Z Z
11. sec xdx = ln | sec x + tg x| 12. cossec xdx = ln | cossec x − cotg x|
Z Z
13. tg xdx = ln | sec x| 14. cotg xdx = ln | sen x|
Z Z
15. senh xdx = cosh x 16. cosh xdx = senh x
Z Z
dx dx
17. = arctg x 18. √ = arcsen x
1 + x2 1 − x2
Demonstração. Basta derivarmos o lado direito de cada item.
8
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Z
Exemplo 2.2. Calcule x cos x2 dx.
Então
Z Z Z
1 1 1 1
x cos x2 dx = cos x2 2xdx = cos udu = sen u + k = sen x2 + k
2 2 2 2
Portanto Z
1
x cos x2 dx = sen x2 + k
2
9
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′
u = g(x) ; du = g (x)dx
Faça x=c ; u = g(c)
x=d ; u = g(d)
Z d Z g(d)
′
f (g(x))g (x)dx = f (u)du
c g(c)
Z 2 p
Exemplo 2.5. Calcule x x2 + 1dx.
1
2 2 ′ 1
u = x + 1 ; du = (x + 1) dx = 2xdx ⇒ 2 du = xdx
Solução. Faça x=1 ; u=2
x=2 ; u=5
Então
" #5
1 √ √
Z 2 p
1 5√ 1 u3/2
Z
2
x x + 1dx = u du = = [5 5 − 2 2].
1 2 2 2 3/2 3
2
Proposição 2.6. Seja a > 0 e suponha que f seja contı́nua no intervalo [−a, a].
Z a Z a
(a) Se f é par, isto é, f (−x) = f (x), então f (x)dx = 2 f (x)dx.
−a 0
Z a
(b) Se f é ı́mpar, isto é, f (−x) = −f (x), então f (x)dx = 0.
−a
(a) se f for par, então f (−u) = f (u). Substituindo na equação (2.1) segue que
Z a Z a Z a Z a
f (x)dx = f (u)du + f (x)dx = 2 f (x)dx
−a 0 0 0
10
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(b) se f for par, então f (−u) = −f (u). Substituindo na equação (2.1) segue que
Z a Z a Z a
f (x)dx = − f (u)du + f (x)dx = 0
−a 0 0
Z 1
tg x
Exemplo 2.7. Calcule dx.
−1 1 + x2 + x4
tg x
Solução. Note que f (x) = 1+x2 +x4
é uma função ı́mpar, pois
tg(−x) − tg x
f (−x) = 2 4
= = −f (x).
1 + (−x) + (−x) 1 + x2 + x4
Z 1
tg x
Portanto, da proposição anterior, dx = 0
−1 1 + x2 + x4
x = g(u) ; dx = g ′ (u)du
Z Z
f (x)dx = f (g(u))g ′ (u)du
u = x + 1 ⇔ x = u − 1; dx = du.
Então
√ 2√
Z Z Z
2
x x + 1dx = (u − 1) udu = (u2 − 2u + 1)u1/2 du
11
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′
x = g(u) ; dx = g (u)du
Faça x=a ; u = c, onde g(c) = a
x=b ; u = d, onde g(d) = b
Z b Z d
f (x)dx = f (g(u))g ′ (u)du
a c
Z 2
Exemplo 2.10. Calcule (3x + 1)4 dx
1
3x + 1 = u ⇔ x = u−1 3
dx = ( u−1 )′ du = 1 du ⇒ 1 du = dx
3 3 3
Solução. Façamos
x = 1; u = 4
x = 2; u = 7
Então
2 7 7 7
u5
Z Z Z
1 1 5261
(3x + 1)4 dx = u4 du = u4 du = =
1 4 3 3 4 15 4 5
12
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x
Agora, basta recuperar a variável inicial “x”. Para isso, notemos que cos θ ≥ 0 e sen θ = 3
implicam r √
p x 2 9 − x2
cos θ = 1 − sen2 θ = 1− =
3 3
e √
cos θ 9 − x2
cotg θ = = .
sen θ x
Portanto Z √ √
9 − x2 9 − x2 x
dx = − cotg θ − θ + C = − − arcsen + C.
x2 x 3
ou
f (x)g ′ (x) = [f (x)g(x)]′ − f ′ (x)g(x) (2.2)
13
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(
u=x ; du = dx
Demonstração. Para aplicarmos integração por partes, façamos
dv = cos xdx ; v = sen x
Então Z Z
x cos xdx = x sen x − 1 · sen xdx = x sen x − (− cos x) + k.
Portanto Z
x cos xdx = x sen x + cos x + k
Z 1
2
Exemplo 2.13. Calcule arcsen xdx.
0
(
u = arcsen x ; du = √ 1 dx
Solução. Para aplicarmos integração por partes, façamos 1−x2
dv = 1.dx ; v=x
Então 1
Z Z 1/2
2 1/2 x
arcsen xdx = [x arcsen x]0 − √ dx.
0 0 1 − x2
2
u = 1 − x ; du = −2xdx
Façamos x=0 ; u=1
x = 12 ; u = 34
Então Z 1/2 √
1 1/2 1
Z
x 3
√ dx = − √ du = − +1
0 1−x 2 2 0 u 2
Assim,
Z 1 √
2 1 1 3
arcsen xdx = arcsen + −1
0 2 2 2
ou seja,
Z 1 √
2 π 3
arcsen xdx = + −1
0 12 2
14
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As duas fórmulas a seguir são chamadas fórmulas de recorrência e são verdadeiras para todo
n≥3
n−1
Z Z
1
sen xdx = − senn−1 x cos x +
n
senn−2 xdx
n n
n−1
Z Z
1
cos xdx = cosn−1 x sen x +
n
cosn−2 xdx
n n
Z
Exemplo 2.16. Calcule cos5 xdx
15
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Z
e como cos xdx = sen x + C1 , temos
Z
5 1 4 4 1 2 2
cos xdx = cos x sen x + cos x sen x + sen x + C
5 5 3 3
Faça senn x cosm x = cosm x senn−1 x sen x. Depois use a identidade sen2 = 1 − cos2 x e a
substituição u = cos x
Faça senn x cosm x = senn x cosm−1 x cos x. Depois use a identidade cos2 = 1 − sen2 x e a
substituição u = sen x.
(c) Se m e n forem pares não nulos, use uma das duas possibilidades a seguir
Z Z Z
3 3 3 2
sen t cos t dt = sen t cos t cos t dt = sen3 t(1 − sen2 t) cos t dt
u4 u6
Z
= u3 (1 − u2 )du = − +C
4 6
Como u = sen t e t = 3x, obtemos
1 sen4 3x sen6 3x
Z Z
3 3 1 3 3
sen 3x cos 3x dx = sen t cos t dt = − +C
3 3 4 6
16
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Z
Exemplo 2.18. Calcule sen2 x cos2 xdx
Solução. Método 1
Z
1 − cos 2x 1 + cos 2x
Z Z
2 2 1
sen x cos xdx = dx = (1 − cos2 2x)dx
2 2 4
1 − cos 4x
Como (1 − cos2 2x) = sen2 2x = , temos
2
Z
1 − cos 4x
Z Z
2 2 1 1 1 1
sen x cos xdx = dx = (1 − cos 4x)dx = (x − sen 4x) + C
4 2 8 8 4
As duas fórmulas a seguir são chamadas fórmulas de recorrência para secante e tangente
e são verdadeiras para todo n ≥ 3
tgn−1 x
Z Z
n
tg xdx = − tgn−2 xdx
n−1
secn−2 x tg x n − 2
Z Z
n
sec xdx = + secn−2 xdx
n−1 n−1
Z
Exemplo 2.19. Calcule tg3 xdx
Solução.
tg2 x tg2 x
Z Z
tg3 xdx = − tg xdx = − ln | sec x| + C.
2 2
17
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Z
Exemplo 2.20. Calcule sec xdx
Solução.
Z Z Z
sec x + tg x 1
sec xdx = sec x dx = (sec2 x + sec x tg x) dx.
sec x + tg x sec x + tg x
Z
Exemplo 2.21. Calcule sec3 xdx
Solução.
Z Z
sec x tg x 1 sec x tg x 1
sec3 xdx = + sec xdx = + ln | sec x + tg x| + C.
2 2 2 2
Z
= tgm x(1 + tg2 x)k−1 x sec2 xdx.
18
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Solução.
Z Z Z
5 3 4 2
sec x tg xdx = sec x(sec x − 1) sec x tg xdx = (sec6 x − sec4 x) sec x tg xdx.
u7 u5 sec7 x sec5 x
Z Z
sec5 x tg3 xdx = (u6 − u4 )du = − +C = − +C
7 5 7 5
Z
Exemplo 2.24. Calcule sec x tg2 xdx
Solução.
Z Z Z Z
2 2 3
sec x tg xdx = sec x(sec x − 1)dx = sec xdx − sec xdx
sec x tg x 1
= + ln | sec x + tg x| − ln | sec x + tg x| + C
2 2
sec x tg x 1
= − ln | sec x + tg x| + C.
2 2
Note que já tı́nhamos calculado as duas últimas integrais nos exemplos 2.20 e 2.21.
Caso um fator (ax + b) seja repetido r vezes, então a decomposição em frações parciais de
p(x)
q(x) terá a expressão
B1 B2 Br
+ 2
+ ··· +
ax + b (ax + b) (ax + b)r
19
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Suponhamos, por exemplo, que (a1 x + b1 ), (a2 x + b2 ), · · · , (ak x + bk ), (ax + b) sejam fatores
lineares dois a dois distintos. Se que q(x) é da forma
então
p(x) A1 Ak B1 B2 Br
= + ··· + + + 2
+ ··· + (2.4)
q(x) a1 x + b1 ak x + bk ax + b (ax + b) (ax + b)r
Ax + B
(2.5)
ax2 + bx + c
1. Em cada item, o cálculo da integral usando a função escrita como no segundo membro é
mais fácil do que a forma do primeiro membro. Assim, devemos encontrar os coeficientes
A, B, Aj , Bj (de acordo com o caso) e calcular a integral do segundo membro. Veja os
exemplos a seguir
mx+n
2. Para o cálculo da integral dos fatores da forma ax2 +bx+c
, onde b2 − 4ac < 0 notemos que
mx + n mx + n
= ,
2
ax + bx + c b 2 ∆
a x + 2a − 4a
b
onde ∆ = b2 − 4ac < 0. Então faça a substituição u = x + 2a e du = dx
Z
r(x)
3. Se quisermos calcular dx, onde r(x) e q(x) são funções polinomiais com
q(x)
grau(r(x)) ≥ grau(q(x)), é necessário um passo preliminar. Devemos escrever
r(x) p(x)
= s(x) + ,
q(x) q(x)
onde grau(p(x)) < grau(q(x)) (ver exemplo 2.26). Assim
Z Z Z
r(x) p(x)
dx = s(x)dx + dx,
q(x) q(x)
20
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ou seja, a soma de uma integral de uma função polinomial com uma integral de uma função
racional já tratada nos quatro casos acima. Desta forma, aplicamos o método em todas as
funções racionais.
x3 + x
Exemplo 2.26. Seja f (x) = . Note que o grau(x3 + x) = 3 e grau(x − 1) = 1, logo o
x−1
grau do numerador é maior que o grau do denominador. Escreva f na forma
p(x)
f (x) = s(x) + ,
q(x)
x3 + x
Z
Exemplo 2.27. Calcule dx.
x−1
Solução. Dos exemplos 2.26 e 2.4, temos
Z 3
x3 x2
Z Z
x +x 2
dx = (x2 + x + 2)dx + dx = + + 2x + 2 ln |x − 1| + C.
x−1 x−1 3 2
Z
x+3
Exemplo 2.28 (Exemplo sobre o caso 1). Calcule dx.
x2 − 3x + 2
Solução.
x2 − 3x + 2 = (x − 1)(x − 2)
Como o grau do numerador é menor do que o grau do denominador, podemos usar Frações
Parciais. Pelo caso 1, existem constantes A e B tais que
x+3 A B
= +
x2 − 3x + 2 x−1 x−2
21
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
ou
x+3 A(x − 2) + B(x − 1)
= .
x2 − 3x + 2 (x − 1)x − 2
Para todo x
x + 3 = A(x − 2) + B(x − 1).
Fazendo x = 1
1 + 3 = A(1 − 2) + B(1 − 1) ⇒ 4 = −A ⇒ A = −4.
Fazendo x = 2
5 = B(2 − 1) ⇒ B = 5.
Assim,
−4
Z Z Z
x+3 5
dx = dx + dx = −4 ln |x − 1| + 5 ln |x − 2| + C.
x2 − 3x + 2 x−1 x−2
Note que usamos o exemplo 2.4 para calcular as duas últimas integrais.
Z 4
x − 2x2 + 4x + 1
Exemplo 2.29 (Exemplo sobre o caso 2). Calcule dx.
x3 − x2 − x + 1
Solução. Como o grau do numerador é maior que o grau do denominador é necessário uma etapa
preliminar, conforme vimos na observação 2.25. Seguindo os passos do exemplo 2.26, obtemos
x4 − 2x2 + 4x + 1 4x
3 2
=x+1+ 3 2
.
x −x −x+1 x −x −x+1
Assim
x4 − 2x2 + 4x + 1
Z Z Z
4x
dx = (x + 1)dx + dx
x3 − x2 − x + 1 x3 − x2 − x + 1
x2
Z
4x
= +x+ 3 2
dx.
2 x −x −x+1
Usaremos Frações Parciais para calcular a última integral. Note que
x3 − x2 − x + 1 = (x − 1)2 (x + 1),
Fazendo x = 1
4 = B(1 + 1) ⇒ B = 2
Fazendo x = −1
−4 = C(−1 − 1)2 ⇒ C = −1
22
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Fazendo x = 0, B = 2 e C = −1
Então
x4 − 2x2 + 4x + 1 x2
Z Z
4x
dx = +x+ dx
x3 − x2 − x + 1 2 3 2
x −x −x+1
x2 −1
Z Z Z
1 2
= +x+ dx + 2
dx + dx
2 x−1 (x − 1) x+1
x2 2
= + x + ln |x − 1| − − ln |x + 1| + C.
2 x−1
Note que na penúltima integral usamos a substituição u = x − 1; du = dx, de forma que
Z Z
1 1 1 1
2
dx = 2
du = − + C = − +C
(x − 1) u u x−1
x5 + x + 1
Z
Exemplo 2.30 (exemplo sobre o caso 3). Calcule dx
x3 − 8
Demonstração. Como o grau do numerador é maior que o grau do denominador, usamos a
observação 2.25 e o exemplo 2.26, obtendo
x5 + x + 1 2 8x2 + x + 1
= x + .
x3 − 8 x3 − 8
Desta forma,
x5 + x + 1 8x2 + x + 1
Z Z Z
dx = x2 dx + dx
x3 − 8 x3 − 8
x3 8x2 + x + 1
Z
= + dx. (2.7)
3 x3 − 8
8x2 + x + 1 A Bx + C
= +
x3 − 8 x − 2 x2 + 2x + 4
e
8x2 + x + 1 = A(x2 + 2x + 4) + (Bx + C)(x − 2).
Fazendo x = 2, temos
35
8 · 22 + 2 + 1 = A(22 + 2 · 2 + 4) ⇒ 35 = 12A ⇒ A = .
12
35
Fazendo x = 0 e A = 12 , temos
35 2 35 16
8 · 02 + 0 + 1 = (0 + 2 · 0 + 4) + (B · 0 + C)(0 − 2) ⇒ 1 = − 2C ⇒ C = .
12 3 3
23
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
35 16
Fazendo x = 1, A = 12 eC= 3 , temos
35 16 61
10 = 7 · −B− ⇒B= .
12 3 12
Assim,
35 61 16
8x2 + x + 1 12 x + 3
Z Z Z
12
dx = dx + dx
x3 − 8 x−2 x2 + 2x + 4
Z
35 1 61x + 64
= ln |x − 2| + 2
dx. (2.8)
12 12 x + 2x + 4
Para o cálculo dessa última integral utilizaremos a observação 2.25. Ou seja, completamos o
quadrado perfeito no denominador,
61x + 64 61x + 64
= ,
x2 + 2x + 4 3 + (x + 1)2
61(u − 1) + 64
Z Z Z
61x + 64 61x + 64
2
dx = 2
dx = du
x + 2x + 4 3 + (x + 1) 3 + u2
Z Z
u 1
= 61 du + 3 du
3 + u2 3 + u2
61 3 u
= ln(3 + u2 ) + √ arctg √ + C1
2 3 3
61 2
√ x+1
= ln(x + 2x + 4) + 3 arctg √ + C1 (2.9)
2 3
Combinando as equações (2.7), (2.8), (2.9), concluı́mos
√
x5 + x + 1 x3 35
Z
61 2 3 x+1
3
dx = + ln |x − 2| + ln(x + 2x + 4) + arctg √ + C.
x −8 3 12 24 12 3
Cálculos auxiliares
1)
Z Fazendo a substituição
Z t = 3 + u2 ; dt = 2udu, obtemos
u 1 1 1 1
2
du = dt = ln |t| + C2 = ln |3 + u2 | + C2
3+u 2 t 2 2
u 1
2) Fazendo a substituição t = 3 ; dt = 3 du, obtemos
√ √
Z Z √ Z √
1 1 1 3 1 3 1 u
du = 2 du = dt = arctg t + C3 = √ arctg √ + C3
3 + u2 3 3 1 + t2 3 3 3
1 + √u3
1 − x + 2x3 − x3
Z
Exemplo 2.31 (exemplo sobre o caso 4). Calcule dx
x(x2 + 1)2
Solução. Como o integrando contém o fator x2 +1 (de segundo grau irredutı́vel) repedido estamos
tratando de um exemplo do caso 4. Existem A, B, C, D, E tais Queremos
1 − x + 2x3 − x3 A Bx + C Dx + E
2 2
= + 2 + 2 .
x(x + 1) x x +1 (x + 1)2
24
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
ou
−x3 + 2x3 − x + 1 = (A + B)x4 + Cx3 + (2A + B + D)x2 + (C + E)x + A.
A + B = 0, C = −1, 2A + B + D = 2, C + E = −1, A = 1,
1 − x + 2x3 − x3 −x − 1
Z Z Z Z
1 x
2 2
dx = dx + 2
dx + dx
x(x + 1) x x +1 (x + 1)2
2
Z Z Z Z
1 1 x x
= dx − 2
dx − 2
dx + dx
x x +1 x +1 (x + 1)2
2
1 1
= ln |x| − arctg x − ln(x2 + 1) − 2
+C
2 2(x + 1)
Cálculos auxiliares
Fazendo
Z a mesmaZ substituição u = x2 + 1; du = 2xdx, obtemos
x 1 1 1 1
2
dx = du = ln |u| + C1 = ln(x2 + 1) + C1
x +1 2 u 2 2
eZ Z
x 1 1 1 1
2 2
dx = 2
du = − + C2 = − 2
+ C2 .
(x + 1) 2 u 2u 2(x + 1)
25
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
2.9 Exercı́cios
1. Calcule a integral e depois verifique,por derivação, que a solução encontrada está correta
Z
sen 2x
Z
1 1
(a) − cos 2x dx (c) dx
2 2 cos x
Z Z
1 1 3x
(b) + 4 sen 3x dx (d) e + sen 3x dx
x 3
4. Calcule a integral.
2 1 4 2
2t9
Z Z Z
3 t
(a) (x − 2x) dx (d) − dt (g) x(2 + x5 ) dx
−1 0 2 5 0
Z 5 Z 2 Z π/4
3
(b) 6 dx (e) dt (h) sec2 t dt
−2 1 t4 0
Z 1 Z 2π Z π/4
3/7
(c) x dx (f) cos θ dθ (i) sec θ tg θ dθ
0 π 0
√
Z Z
(a) cos 3x dx, u = 3x (c) ex 1 + ex dx, u = 1 + ex
Z Z
p x
(b) x2 1 + x3 dx, u = x3 + 1 (d) dx, u = x2
1 + x4
2 2 √
Z Z
25
(a) (x − 1) dx (c) x x − 1dx
0 1
Z 7√ Z 0
3
(b) 4 + 3xdx (d) x2 ex dx
0 −1
26
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
π Z
Z
3 1
(e) cos 2xdx (h) dx
2 + 5x
Z0 Z π
2 2
(f) 2x cos x dx (i) sen x(1 − cos2 x)dx
π
Z 3
7. Calcule as integrais.
Z 2 π
1
1 + x2
Z Z
3 2
(a) dx (b) dx (c) cos x(1 − sen2 x)dx
1 x4 −2 4+x π
3
Z Z π/2 Z
5
(d) dx (e) cos x sen(sen x)dx (f) tg x sec2 xdx
4 + x2 0
Z Z 1/2 Z 3π/2
x arcsen x
(g) dx (h) √ dx (i) | sen x|dx
1 + x4 0 1 − x2 0
Z 1 p
(j) x x4 + 3dx
−1
8. Calcule
Z Z Z
(a) tg2 xdx (b) sec 3xdx (c) 3x dx
Z Z Z
5 cos x + sec x
(d) √ dx (e) (1 + sec x)2 dx (f) dx
1 − x2 cos x
9. Calcule
Z Z
(a) sen 3x cos 2xdx (b) cos 5x cos xdx
Z π Z π
2 2
(c) cos x sen 3xdx (d) sen 3x sen 4xdx
− π2 − π2
Sugestão: Use as identidades trigonométricas a seguir
1
sen a cos b = [sen(a + b) + sen(a − b)]
2
1
sen a sen b = [cos(a − b) − cos(a + b)]
2
1
cos a cos b = [cos(a + b) + cos(a − b)]
2
10. Calcule
√
Z Z Z
x2
(a) (3x − 2)3 dx (b) xe dx (c) ex 1 + ex dx
Z Z Z
p 5
(d) tg3 x sec2 xdx (e) sen 2x 1 + cos2 xdx (f) √dx
4 − x2
x3
Z Z Z
x 1
(g) √ dx (h) cos(ln x)dx (i) dx
4 − x2 x 1 + x8
27
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
11. Calcule
Z (integração por partes)
Z Z
(a) xex dx (b) x ln xdx (c) x2 ln xdx
Z Z Z
(d) (ln x)2 dx (e) x2 sen xdx (f) e−x cos 2xdx
Z 1 Z 2 Z π
2
(g) xex dx (h) ln xdx (i) ex cos xdx
0 1 0
Z Z Z
cos x + sen x dx
(d) dx (e) (f) cossec4 x cotg6 xdx
sen 2x cos x − 1
Z Z π/2 Z
4 2
(g) cos (2t)dx (h) (2 − sen θ) dθ (i) tg4 x sec6 xdx
0
Z π/4 Z π/4
6
13. Se tg x sec xdx = I, expresse o valor de tg8 x sec xdx em termos de I.
0 0
3
x(3 − 5x) 5x4 + 7x2 + x + 2 3x2 + x + 4
Z Z Z
(d) dx (e) dx (f)
2 (3x − 1)(x − 1)2 x(x2 + 1)2 x4 + 3x2 + 2
16. Faça uma substituição para expressar o integrando como uma função racional e então
calcule a integral
Z Z Z 1
dx dx 1
(a) √ (b) √ (c) √ dx
x x−1 2 x+3+x 0 1+ 3x
17. Use integração por partes, juntamente com frações parciais, para calcular a integral
Z Z
2
(a) ln(x − x + 2)dx (b) x arctg xdx
28
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
x x
2 tg 1 − tg2
sen x = 2 e cos x = 2
2 x 2 x
1 + tg 1 + tg
2 2
x
(b) Use a mudança de variável u = tg 2 e as identidades acima para calcular as integrais
Z Z Z
1 1 cos x
(i) dx (ii) dx (iii) dx
cos x 1 − cos x + sen x 4 − sen2 x
29
Capı́tulo 3
Integrais Impróprias
Neste capı́tulo apresentamos as integrais impróprias, que estão divididas em dois tipos: Tipo 1
e Tipo 2.
Definição 3.1 (Integrais Impróprias Tipo 1). Seja f integrável em [a, t], para todo t > a.
Definimos
+∞
Z Z t
f (x) dx = lim f (x) dx
t→+∞ a
a
desde que o limite exista e seja finito. Tal limite denomina-se Integral Imprópria de f em
[a, +∞).
+∞
Z t Z
• Se o limite lim f (x) dx for +∞ ou −∞ continuaremos a nos referir a f (x)dx
t→+∞ a
a
como uma integral imprópria e escreveremos
+∞
Z +∞
Z
f (x) dx = +∞ ou f (x) dx = −∞
a a
• A integral imprópria será chamada convergente se o limite existir (e for finito) e divergente
se o limite não existir ou for igual a ±∞.
30
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Definição 3.2 (Integrais Impróprias Tipo 1). Seja f integrável em [t, a], para todo t < a.
Definimos
Za Z a
f (x) dx = lim f (x) dx
t→−∞ t
−∞
desde que o limite exista e seja finito. Tal limite denomina-se Integral Imprópria de f em
(−∞, a].
Definição 3.3 (Integrais Impróprias Tipo 1). Seja f integrável em [−t, t], para todo t > 0.
Definimos
+∞
Z Z0 +∞
Z
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx
−∞ −∞ 0
desde que ambas as integrais do 2◦ membro da igualdade sejam convergentes. Tal limite
denomina-se Integral Imprópria de f em R
31
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Solução. Já vimos no exemplo acima que a integral é divergente quando α = 1. Assim, podemos
considerar apenas os casos quando α ̸= 1. Nesse caso, segue-se que
t
t
x1−α t1−α
Z
1 1
dx = = − .
1 xα 1−α 1−α 1−α
1
t1−α
lim = +∞.
t→+∞ 1 − α
Z +∞
1
Logo, para α < 1, dx é divergente e
1 xα
Z +∞
1
α
dx = +∞.
1 x
Z +∞
1
Observação 3.7. Prova-se de forma análoga que a integral imprópria dx é convergente
a xα
para α > 1 e divergente para α ≤ 1, qualquer que seja a ≥ 1.
+∞
Z
Exemplo 3.8. A integral imprópria e−αx dx é convergente para todo α > 0.
0
32
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
+∞
Z Z t
−αx −αx 1 −αt 1
e dx = lim e dx = lim − e −1 = .
t→+∞ 0 t→+∞ α α
0
33
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Zb
• Se o limite for +∞ ou −∞ continuaremos a nos referir a f (x)dx como uma integral
a
imprópria e escreveremos
Zb Zb
f (x) dx = +∞ ou f (x) dx = −∞
a a
• A integral imprópria será chamada convergente se o limite existir (e for finito) e divergente
se o limite não existir ou for igual a ±∞.
Zb
S(A) = f (x) dx.
a
Definição 3.11. Seja f não-limitada em [a, b) e integrável em [a, t] para todo t em (a, b).
Definimos Z b Z t
f (x) dx = lim f (x) dx
a t→b− a
desde que o limite exista e seja finito.
Definimos ainda
Definição 3.12. Seja f não-limitada e contı́nua nos intervalos [a, c) e (c, b]. Se ambas as
Z c Z b
integrais impróprias f (x) dx e f (x) dx são convergentes, então definimos
a c
Z b Z c Z b
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
a a c
Z b
Nesse caso diremos que f (x) dx é convergente. Se ao menos uma das integrais impróprias
c Z b
do lado direito for divergente, diremos que f (x) dx também é divergente
c
Solução.
34
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
1
a) Note que a função f (x) = √ é não-limitada e contı́nua em (0, 1]. Então
x
Z 1
1
Z 1
1 √
√ dx = lim √ = lim [2 − 2 t] = 2,
0 x t→0+ t x t→0+
1
b) A função f (x) = √ é não-limitada e contı́nua em [0, 2). Então
2−x
Z 2 Z t
1 1
√ dx = lim √ dx.
0 2−x t→2 −
0 2−x
Notemos que fazendo u = 2 − x e du = −dx, obtemos
√ √
Z Z
1 1
√ dx = − √ du = −2 u + C = −2 2 − x + C.
2−x u
Logo
t
Z 2
1
Z t
1 √ √ √ √
√ dx = lim √ dx = lim −2 2 − x = lim [2 2 − 2 2 − t] = 2 2.
0 2−x t→2− 0 2−x t→2 − t→2−
0
Z 3
dx
Exemplo 3.14. Calcule se for possı́vel
0 x−1
Solução. Notemos que f é ilimitada nos intervalos [0, 1) e (1, 3]. Então, para analisar a integral
Z 1 Z 3
dx dx
acima, antes devemos calcular as integrais impróprias e .
0 x−1 1 x−1
t
Z 1 Z t
dx dx
= lim = lim ln |x − 1| = lim [ln |t − 1| − ln |0 − 1|]
0 x−1 t→1− 0 x − 1 t→1− t→1−
0
= lim ln(1 − t) = −∞.
t→1−
Z 1 Z 3
dx dx
Então é divergente e, portanto, também é divergente.
0 x−1 0 x−1
35
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Critério de comparação. Sejam f e g duas funções integráveis em [a, t], para todo t > a,
e tais que, para todo x ≥ a, 0 ≤ f (x) ≤ g(x). Então
+∞
Z +∞
Z
a) g(x) dx convergente ⇒ f (x) dx convergente
a a
+∞
Z +∞
Z
b) f (x) dx divergente ⇒ g(x) dx divergente
a a
+∞
Z
Exemplo 3.15. Verifique que e−x sen2 x dx é convergente.
0
+∞
Z
e−x sen2 x dx ≤ 1
0
+∞
x3
Z
Exemplo 3.16. Verifique que dx é divergente.
x4 + 3
1
Solução. Para x ≥ 1,
x3 x3 1 1 1 1 1
4
= 4
· 3 = · 3 ≥ · ,
x +3 x 1 + x4 x 1 + x4 x 4
36
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
logo, para x ≥ 1,
1 x3
0< ≤ 4 .
4x x +3
+∞
+∞
x3
Z Z
1
Como dx = +∞, do critério de comparação, obtemos que dx é divergente.
4x 1 x4 + 3
1
+∞
Z
Exemplo 3.18. A integral imprópria e−x sen3 x dx é convergente ou divergente? Justifique.
0
Solução.
√
3
√
3
Para x ≥ 2, x4 + 2x + 1 ≥ x4 . Então
1 1
√
3
≤ 4/3 , para todo x ≥ 2
x4 + 2x + 1 x
37
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Z +∞
4 1
Como α = 3 > 1, segue do exemplo 3.6, que 4/3
dx é convergente. Usando o critério de
Z +∞ 2 x
1
comparação, concluı́mos que √
3
dx é convergente.
4
x + 2x + 1
2
38
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
3.4 Exercı́cios
1. Quais das seguintes integrais é imprópria? Por quê?
π/4
Z 1
dx
Z
(a) tg x dx (c)
−1 x2 −x−2
Z0 π Z ∞
2
(b) tg x dx (d) e−x dx
0 0
2. Determine se cada integral é convergente ou divergente. Calcule aquelas que são conver-
gentes.
+∞
Z Z0 +∞
Z
1
(a) dx (b) 2x dx (c) (x3 − 3x2 ) dx
(x − 2)3/2
3 −∞ −∞
Z3 Zπ Z3
1 1
(d) dx (e) cossec x dx (f) dx
x2 − 6x + 5 x4
0 π/2 −2
+∞ Z1 +∞
√
Z Z
1 cos 3x
(g) √ dx (h) dx (i) e−x cos x dx
3 4
x + 2x + 1 x3
2 +∞ 0
+∞ +∞ +∞
x5 − 3 x6 − x + 1
Z Z Z
ln x
(d) √ dx (e) dx (f) dx
10 x20 + x10 − 1 1 x ln(x + 1) 2 x7 − 2x2 + 3
6. Encontre os valores de α para os quais a integral converge e calcule a integral para esses
valores de α
Z 1 Z +∞ Z 1
1 1
(a) dx (b) dx (c) xα ln x dx
0 xα e x(ln x)α 0
39
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
40
Capı́tulo 4
Aplicações da Integral
1 1
x3
Z
1
S(A) = x2 dx = =
0 3 0 3
Definição 4.3. Sejam f : [a, b] → R contı́nua com f (x) ≤ 0 e A = {(x, y); a ≤ x ≤ b, f (x) ≤
y ≤ 0}. Definimos a área S(A) do conjunto A por
41
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Z b
S(A) = − f (x)dx
a
Exemplo 4.4. Calcule a área da região limitada pelo gráfico de f (x) = x3 , pelo eixo x e pelas
retas x = −1 e x = 1.
A definição a seguir nos permite calcular a área entre duas curvas y = f (x) e y = g(x).
Este caso inclui todos os anteriores
Definição 4.5. Sejam f, g : [a, b] → R duas funções contı́nuas. A área delimitada pelas curvas
y = f (x) e y = g(x) em [a, b] é dada por
42
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Z b
S(A) = |f (x) − g(x)|dx
a
Observação 4.6. Notemos que os caso anteriores são casos particulares deste fazendo g(x) = 0.
√
Exemplo 4.7. Calcule a área do conjunto delimitado pelas funções f (x) = x2 e g(x) = x no
intervalo [0, 1].
√
Solução. Notemos que para todo x em [0, 1] temos x ≥ x2 (ver figura 4.5 ), então
√ √
|f (x) − g(x)| = |x2 − x| = x − x2 .
Portanto
Z 1 √
As = |x2 − x|dx
0
Z 1 √
= ( x − x2 )dx
0
√ 1
2 3
x3
= x −
3 3 0
2 1 1
= − =
3 3 3
√
Figura 4.5: Área da região limitada por y = x2 e y = x
43
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Exemplo 4.8. Calcule a área da região compreendida entre os gráficos de f (x) = x e g(x) = x2 ,
com 0 ≤ x ≤ 2.
Portanto
Z 2
S(A) = |x − x2 |dx
0
Z 1 Z 2
= (x − x2 )dx + (x2 − x)dx
0 1
1 2
x2 x3 3 x2
x
= − + − =1
2 3 0 3 2 1
44
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
45
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Portanto1 ,
4π
V = u.v
3
Definição 4.12. Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua com f (x) ≥ 0. Seja S o sólido obtido
pela rotação, em torno do eixo x, do conjunto A = {(x, y); a ≤ x ≤ b, 0 ≤ y ≤ f (x)} (ver
Figura 4.10). Definimos o Volume V de S por
Z b
V = π[f (x)]2 dx
a
Exemplo 4.13. Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x, do conjunto
de todos os pares (x, y) tais que x2 + y 2 ≤ 1, y ≥ 0. Note que o sólido obtido é a esfera de raio 1
1
u.v. significa Unidade de Volume
46
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Exemplo 4.14. Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x, do conjunto
1
de todos os pares (x, y) tais que x ≤ y ≤ x, 1 ≤ x ≤ 2.
1
Figura 4.11: Volume de sólido obtido pela rotação da área limita por y = x e y = x
Solução. Queremos o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x, do conjunto
hachurado na Figura 4.14. O volume V pedido é igual a V2 −V1 onde V2 e V1 são, respectivamente,
os volumes obtidos pela rotação, em torno do eixo x, dos conjuntos A2 e A1 hachurados na Figura
4.12
Z 2 Z 2 2
2 7 1 π
V2 = π x dx = π e V1 = π dx =
1 3 1 x 2
Deste modo, o volume V pedido é
7π π 11π
V = − =
3 2 6
47
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
1
Figura 4.12: Regiões sob as curvas y = x e y = x
Definição 4.15. Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua estritamente crescente com a ≥ 0,
f (a) = c e f (b) = d. Seja B = {(x, y); 0 ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d, e y ≥ f (x)} (ver Figura 4.13 ) e
g : [c, d] → [a, b] a inversa de f . O volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo y, do
conjunto B, é
Z d
V =π [g(y)]2 dy.
c
Exemplo 4.16. Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo y, do conjunto
de todos os pares (x, y) tais que x2 ≤ y ≤ 4, 0 ≤ x ≤ 2.
48
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
√
Então, fazendo g(y) = y, o volume pedido é
4 4
√
Z Z
V = π[g(y)]2 dy = π [ y]2 dy
0 0
Z 4
= π y dy = 8π.
0
Portanto, V = 8π u.v.
Figura 4.15:
49
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Definição 4.17. Seja f : [a, b] → R uma função contı́nua com f (x) ≥ 0 e a ≥ 0. Seja
A = {(x, y); a ≤ x ≤ b, 0 ≤ y ≤ f (x)} (ver Figura 4.16). Seja S o conjunto obtido pela rotação,
em torno do eixo y do conjunto A. Definimos o Volume V de S por
Z b
V = 2πxf (x)dx.
a
Exemplo 4.18. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo y da região
delimitada por y = 2x2 − x3 e y = 0.
Portanto,
16π
V = u.v.
5
Exemplo 4.19. Calcule o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo y, do conjunto
x2
de todos os pares (x, y) tais que 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 2 + 1 e y ≥ x2 − 1.
Solução. Queremos o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo y, do conjunto
hachurado na Figura 4.17.
x2
Chamando f1 (x) = x2 − 1 e f2 (x) = + 1, podemos calcular o volume pedido por
2
V = V2 − V1 , onde
50
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
Z 2 Z 2
V1 = 2πxf1 (x) dx e V2 = 2πxf2 (x) dx
1 0
O volule V1 é dado por
Z 2 Z 2 Z 2
2
V1 = 2πxf1 (x) dx = 2πx(x − 1) dx = 2π(x3 − x) dx
1 1 1
2
x4 x2
9π
= 2π − = .
4 2 1 2
enquanto o volume V2 é dado por
Z 2 2 2
x2 x3
Z Z
V2 = 2πxf2 (x) dx = 2πx +1 dx = 2π +x dx
0 0 2 0 2
2
x4 x2
= 2π + = 8π
8 2 0
Portanto
9π 7π
V = 8π − = u.v.
2 2
Então
2 2 2
x2
Z Z
7π
V = 2π x +1 dx − 2π x(x2 + 1)2 dx =
0 2 0 2
x2
Figura 4.17: Região limitada por y = 2 + 1 e y = x2 − 1
Observação 4.20. O exercı́cio anterior também poderia ser resolvido usando a Definição 4.15.
De fato,
x2 √
• + 1 = y com 0 ≤ x ≤ 2 ⇔ x = 2y − 2 com 1 ≤ y ≤ 3
2
√
• x2 − 1 = y com 1 ≤ x ≤ 2 ⇔ x = y + 1 com 0 ≤ y ≤ 3.
√ √
Chamando g2 (y) = 2y − 2, com 1 ≤ y ≤ 3 e g1 = y + 1 com 0 ≤ y ≤ 3, (ver Figura 4.18)
obtemos que o volume pedido é
Z 3 p Z 3
2 7π
π[ 2y − 2]2 dy =
p
V = π[ y + 1] dy − .
0 1 2
51
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√ √
Figura 4.18: Região limitada por x = 2y − 2 e x = y+1
Exemplo 4.23. Calcule a área da superfı́cie gerada pela rotação, em torno do eixo x, do gráfico
de y = sen(x), 0 ≤ x ≤ π.
52
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
u = sec θ; du = sec θ tg θ
Integrando por partes com
dv = sec2 θdθ; v = tg θ
Z Z Z
sec3 θdθ = sec θ sec2 θdθ = tg θ sec θ − sec θ tg2 θdθ
Z
= tg θ sec θ − [sec3 θ − sec θ]dθ.
Assim Z Z
3
2 sec θdθ = tg θ sec θ + sec θdθ
e Z
1 1
sec3 θdθ = tg θ sec θ + ln | sec θ + tg θ| + k.
2 2
Portanto
π π
√ √
Z
4
3 1 4
Ax = 2π sec θdθ = 2π tg θ sec θ + ln | sec θ + tg θ| = 2π( 2 + ln( 2 + 1))
− π4 2 −π 4
Exemplo 4.24. Determine a área da superfı́cie obtida pela rotação, em torno do eixo x, do
x2
gráfico de y = 2 , 0 ≤ x ≤ 1.
Solução.
1 1
2π √
Z p Z p
Ay = 2π ′ 2
x 1 + [f (x)] dx = 2π x 1 + x2 dx = [2 2 − 1].
0 0 3
x2
Exemplo 4.26. Calcule o comprimento da curva y = 2 , 0 ≤ x ≤ 1.
s
1 ′ 2 1p
x2
Z Z
C = 1+ dx = 1 + x2 dx
0 2 0
Z π Z π
p 4 4
2
= 2
1 + tg u sec udu = sec3 udu
0 0
1 h√ √ i
= 2 + ln(1 + 2) .
2 53
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
x = tg u; dx = sec2 udu
x = 0; u = 0
x = 1; u = π4 .
Z
1 1
Onde sec3 udu = sec u tg u + ln | sec u + tg u| + k (já calculamos no exemplo 4.23)
2 2
Exemplo 4.27. Um vento contı́nuo sopra uma pipa para oeste. A altura da pipa acima do solo
a partir da posição horizontal x = 0 a x = 25 é dada por y = 50 − 0, 1(x − 15)2 . Ache a distância
percorrida pela pipa. (supondo que a unidade de comprimento é o metro)
dy 2(x − 15) x
= −0, 2(x − 15) = − =3− ,
dx 10 5
temos que a distância percorrida, C, é dada por
s 2
Z 25 Z 25 r
dy x 2
C= 1+ dx = 1+ 3− dx.
0 dx 0 5
x
Usando a substituição trigonométrica 3 − 5 = tg θ; − 51 dx = sec2 θdθ, segue que
Z r Z p
x 2
1+ 3− dx = −5 1 + tg2 θ sec2 θdθ
5
Z
= −5 sec3 θdθ (cálculo dessa integral no Exemplo 4.23)
5 5
= − sec θ tg θ − ln | sec θ + tg θ| + k
2 2
r r
x − 15 x 2 5 x x 2
= 1+ 3− − ln 3 − + 1+ 3− + k.
2 5 2 5 5
√ √ 15 √ √
r
Z 25 x 2 5 5
C = 1+ 3− dx = 5 5 − ln(−2 + 5) + 10 + ln(3 + 10)
0 5 2 2 2
Portanto
C ≈ 43, 05 m.
54
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4.6 Exercı́cios
1. Esboce a região delimitada pelas curvas indicadas e encontre sua área
(a) y = 12 − x2 , y = x2 − 6 (b) y = x2 , y = 4x − x2
(c) y = 41 x2 , y = 2x2 , x + y = 3, x ≥ 0 (d) x = 1 − y 2 , x = y 2 − 1
√
(e) triângulo com vértices (0, 5), (2, −2), (5, 1) (f) x = y 4 , y = 2 − x, y = 0
x
2. Para que valores de m a reta y = mx e a curva y = x2 +1
delimitam uma região? Encontre
a área.
3. Com referência à figura abaixo, encontre o valor de k de forma que as áreas sombreadas
sejam iguais.
Fonte: Anton, Cálculo vol. 1
4. Encontre o número b tal que a reta y = b divida a região delimitada pelas curvas y = x4 e
y = 4 em duas regiões com área igual.
6. Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x, do conjunto de todos
os pares (x, y) tais que
√
(a) 1 ≤ x ≤ 4 e 0 ≤ y ≤ x (b) 0 ≤ y ≤ x e x2 + y 2 ≤ 2 (c) 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 4 e y ≥ 0
7. Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo y, do conjunto de todos
os pares (x, y) tais que
√
(a) 0 ≤ x ≤ 2, y ≥ x − 1 e 0 ≤ y ≤ x2 (d) 0 ≤ x ≤ e, 0 ≤ y ≤ 2 e y ≥ ln x
√
(b) 0 ≤ x ≤ π e 0 ≤ y ≤ sen x (e) 0 ≤ x ≤ 8 e 0 ≤ y ≤ 3 x
√
(c) y 2 ≤ x ≤ y
55
Cálculo DEMAT-UFMA (Resumo das notas de aula) Adecarlos Carvalho
9. Um falcão voando a 15m/s a uma altitude de 180m acidentalmente derruba sua presa. A
trajetória parabólica de sua presa caindo é descrita pela equação
x2
y = 180 −
45
até que ela atinja o solo, onde y é a altura acima do solo e x, a distância horizontal
percorrida em metros. Calcule a distância percorrida pela presa do momento em que ela
é derrubada até o momento em que ela atinge o solo.
10. Calcule a área da superfı́cie gerada pela rotação, em torno do eixo x, do gráfico da função
dada.
1 √
(a) f (x) = x2 , 0 ≤ x < 2 (b) f (x) = x, 1 ≤ x ≤ 4.
11. A curva dada é girada em torno do eixo y. Calcule a área da superfı́cie resultante
p
(a) y = 31 x3/2 , 0 ≤ x ≤ 12 (b) x = 4 − y 2 , 0 ≤ y ≤ 1
56
Referências
[1] Anton, Howard; Bivens, Irl; Davis, Stephen. Cálculo volume 1. ed. 10. Porto Alegre: Book-
man, 2014.
[2] Anton, Howard; Bivens, Irl; Davis, Stephen. Cálculo volume 2. ed. 10. Porto Alegre: Book-
man, 2014.
[3] Flemming, Diva; Golçalves, Mirian. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração. ed.
6. São Paulo: Pearson, 2006.
[4] Flemming, Diva; Golçalves, Mirian. Cálculo B: funções de várias variáveis, integrais
múltiplas, integrais curvilı́neas e de superfı́cies. ed. 2. São Paulo: Pearson, 2007.
[5] Guidorizzi, H. L. Um Curso de Cálculo volume 1. ed. 5. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
[6] Guidorizzi, H. L. Um Curso de Cálculo volume 2. ed. 5. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
[7] Guidorizzi, H. L. Um Curso de Cálculo volume 3. ed. 5. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
[8] Stewart, J. Cálculo volume 1. ed. 7. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
[9] Stewart, J. Cálculo volume 2. ed. 7. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
57