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UNIVERSIDADE IGUAÇU / CAMPUS V

FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

ABANDONO AFETIVO E A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

ANA VITÓRIA HIGINA DE OLIVEIRA

ITAPERUNA – RJ
2024/01

ANA VITÓRIA HIGINA DE OLIVEIRA

ABANDONO AFETIVO E A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Monografia apresentada a Universidade


de Iguaçu/Campus V como requisito
parcial ao título de Bacharel em Direito sob
a orientação do(a) professor(a)________.
ITAPERUNA – RJ
2024/01
ANA VITORIA HIGINA DE OLIVEIRA

ABANDONO AFETIVO E A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Monografia submetida à avaliação da Banca Examinadora como requisito à


obtenção do título de Bacharel em Direito pela Universidade Iguaçu/Campus V.

ITAPERUNA – RJ XX.DE.XX DE 2024


Dedicatória.

Agradecimento
Resumo
Este trabalho tem por objetivo
Palavras-chave:
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A falta de cuidado ou dedicação de um dos pais podem gerar consequências


psicológicas graves e permanentes nos filhos. A lei não fala claramente sobre os
laços afetivos, ela é baseada na constante convivência familiar. Assim a norma
impõe a imposição aos pais, sobre proteger a figura do filho, uma vez comprovada
através de laudo psicológico e psiquiátrico que o abandono causou danos ao filho,
nasce o dever de indenizar.

Atualmente existem muitos casos de abandono materno ou paterno, junto a


isso os tribunais veem confirmando o dever de indenizar, não pela falta de amor,
uma vez que ninguém é obrigado a amar, mas pela irresponsabilidade, omissão e a
falta de cuidados com os filhos, ocasionando danos à sua vida.

A família é a base da sociedade, esta possui uma especial proteção do


estado, com base nos princípios da dignidade humana, e da paternidade
responsável, ressalta-se no artigo 5° do estatuto da criança e do adolescente que:

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente


será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na
forma da lei qualquer atentado, por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais.

O artigo 1638 do código civil deixa claro que nenhuma criança deverá passar
punições, ou castigos severos, fazendo que os genitores, ou cuidadores possam
perder a guarda familiar do menor.

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)

Ressalto ainda que esses constrangimentos podem trazer de forma


irreversível traumas para as crianças e para a sociedade, de modo que ao se tornar
adulto poderá se tornar agressivo pelo que sofreu ainda na infância.
Para o presente artigo foi utilizada pesquisa na internet, bibliográfica,
jurisprudências, bem como legislação, como constituição federal de 1988, o código
civil e o estatuto da criança e adolescente.

Assim o artigo será dividido em duas subseções, sendo a primeira que


discorre sobre Abordagem ao Abandono afetivo no ordenamento jurídico, afeto
enquanto valor jurídico, dimensões do poder familiar.

Na segunda parte fala sobre a importância do afeto na constituição de


personalidade do indivíduo, abandono afetivo e o dever de indenizar,
reconhecimento por jurisprudência e comprovação do dano.

Com isso, o presente artigo teve por finalidade a importância em mostrar a


convivência no âmbito familiar, entre pais e filhos, onde ressalta-se que a falta de
afeto gera grandes danos emocionais, os quais são possíveis de indenização,
diante do descumprimento de uma obrigação assegurado.
2. CONCEITO
É de suma importância entender o que é abandono afetivo com relações
entre pais e filhos, esses casos veem crescendo constantemente gerando grandes
problemas aos abandonados, no caso, os filhos.

A lei deve agir para que esses casos sejam reduzidos, já que o abandono
afetivo ocorre na esfera familiar, onde na maioria dos casos ocorre por um dos pais
em desfavor aos filhos.

A responsabilização civil por abandono afetivo seja por ação ou omissão, o


que o abandono gerado pelos pais causa de danos ou sofrimento ao filho, somente
o abandonado ou especialistas na área psicológica ou psiquiátrica podem dizer.

Os danos causados na vida dos filhos podem ser permanentes assim


colocando a sociedade em risco podendo ocorrer a lesão ao estado, uma vez que a
constituição federal é um poderoso aliado e defensor da família.

Conforme o defensor absoluto da tese de se fazer a necessária a indenização


por abandono de filhos sendo colocada como um direito indisponível ao ser
humano.

Neste sentido leciona Rodrigo da Cunha Pereira salienta sobre esta temática:

“um bem indisponível para o Direito de Família, cuja


ausência propositada tem repercussões e
consequências psíquicas sérias, diante das quais a
ordem legal/constitucional deve amparo, inclusive, com
imposição de sanções, sob pena de termos um Direito
acéfalo e inexigível.” (PEREIRA, 2015, p. 401).
O doutrinador faz uma análise sobre o princípio da dignidade da pessoa
humana com o direito de família, ressaltando a necessidade de uma reparação à
frustação do determinado princípio:

Direito de Família somente estará em


consonância com a dignidade da pessoa
humana se determinadas relações familiares,
como o vínculo entre pais e filhos, não forem
permeados de cuidado e de responsabilidade,
independentemente da relação entre os pais, se
forem casados, se o filho nascer de uma relação
extraconjugal, ou mesmo se não houver
conjugalidade entre os pais, se ele foi planejado
ou não. (...) Em outras palavras, afronta o
princípio da dignidade humana o pai ou a mãe
que abandona seu filho, isto é, deixa
voluntariamente de conviver com ele.
(PEREIRA, 2015, p. 406).

A responsabilidade dos pais é igualitária para ambos, que consiste


principalmente em dar oportunidade ao desenvolvimento dos filhos, ressalto ainda
que é de responsabilidade dos pais ajudá-los na construção da própria liberdade,
assim a indenização por abandono afetivo vem como escopo para suprir não
somente em contexto familiar, mas sim social.
2.1. ABORDAGEM AO ABANDONO AFETIVO NO ORDENAMENTO JURÍDICO

A família no ordenamento jurídico brasileiro é alvo de muitos conceitos,


independente da forma construída, conforme a constituição federal de 1988 ressalta
que a família é a base da sociedade, tendo como a especial proteção do estado,
assim é de suma importância que o estado cumpra seu papel de proteção do âmbito
familiar, conforme o artigo 227 da Constituição federal:

ART 227. É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65,
de 2010)
O âmbito familiar não é somente aquele formado por pais e filhos
consanguíneos, mas sim formada por afetividade bem como vínculo de afeto
formado entre pais e filhos adotivos, assim em casos como esses não existe vínculo
consanguíneo e sim afetividade.

Assim vale analisar que a estrutura familiar moderna, o afeto pelo princípio da
dignidade da pessoa humana pelo abandono afetivo não está relacionando somente
na legislação vigente sobre o tema, ressalto também sobre a decisão do Supremo
tribunal de Justiça no RESP1159241/SP a respeito da possibilidade da
responsabilização civil pelo abandono afetivo dos pais em relação aos seus filhos
em fase de crescimento.
3. DIMENSÕES DO PODER FAMILIAR.
A família é de extrema importância para o desenvolvimento da criança e do
adolescente, a criação destes em um ambiente saudável com a participação dos
pais, tendo um relacionamento tranquilo, é capaz de proporcionar um melhor
desenvolvimento, assim fazendo com que cresça e se torne aquilo que teve em seu
ambiente desde a infância.

Diante dos deveres é de suma importância que os pais tenham a companhia


de seus filhos, dando a eles a educação, criação e direção na vida, ressalto ainda
que esses deveres competem aos cônjuges em comum, mesmo que separados,
uma vez que seus filhos são para sempre e o dever de criação continua, conforme
Dias (2011,P.425) ressalta que:

‘O poder familiar é irrevogável, intransferível,


inalienável, imprescindível e decorre tanto da
paternidade natural como da filiação legal e da
socioafetiva. As obrigações que fluem são
personalíssimas. Como os pais não podem
renunciar aos filhos os encargos que deveriam da
paternidade também não podem ser transferidos
ou alienados.’

Os pais têm o direito de visitar seus filhos, tem o direito de convivência afetiva com
seus filhos, assim o poder familiar é um direito dever estabelecidos de igualdade
entre os pais, resguardado pela constituição federal de 1988, no código civil e no
estatuto da criança e do adolescente.
3.1. A IMPORTANCIA DO AFETO NA CONSTITUIÇÃO DA PERSONALIDADE DO
INDIVIDUO

Para um desenvolvimento saudável de uma criança é necessário a


convivência familiar para a formação de uma boa socialização a respeito da
formação de um cidadão.

O afeto é por parte integrante da personalidade, das vivências onde elas se


relacionam por exemplo da dignidade da pessoa humana, como a honra e a moral.

A dignidade da pessoa humana é de fato uma natureza humana que liga os


aspectos que concretizam os sentimentos afetivo, assim tornando a pessoa capaz
de vivenciar as emoções em limites de forma aceitável pela sociedade, assim se
relacionando de forma saudável com outras pessoas.

A falta do afeto possibilita o desenvolvimento de comportamentos antissociais


gerando traumas, assim se essa falta for desde a infância pode gerar danos
irreparáveis, capazes de mexer na estrutura do ser humano uma vez que a ausência
por si só já gera danos sendo necessário a intervenção do judiciário e se necessário
o acompanhamento de um profissional da área da saúde mental para avaliar o
comportamento e desenvolvimento da criança e adolescente, onde este passou pelo
abandono afetivo dos pais ou de um dos pais.

Assim para as boas relações entre as famílias é necessário e de extrema


importância a troca de afeto, sentimentos como o amor, respeito, para a construção
de sua personalidade, como já dito anterior desde a infância a criança se torna
aquilo que tem em seu convívio familiar de todos os dias, o que essa criança
receber vai lhe ajudar na sua construção interior.

Contudo a lesão pelo dano moral em decorrência por falta do afeto é possível
de pedido de indenização, seja por dano moral, material, psíquico, uma vez que o
elemento fundamental e principal é a afetividade, onde se deve ter o cuidado dos
pais com os filhos, em demonstrar o afeto nos detalhes de ensinar e cuidar.
Diante disso afim de evitar que cresça a cada dia o abandono e descaso dos
pais para com os filhos, que os tribunais estão cada vez mais julgando e
favorecendo e indenizando os filhos pelo abandono diante de já mencionadas
grandes sequelas que ficam na vida destes.
3.2. ABANDONO AFETIVO E O DEVER DE INDENIZAR

A família deve ser o ponto central da essência do ser humano, razão pela
qual o abandono afetivo gera uma grande necessidade de indenizar.

O abandono não é somente aquele material, mas sim o que demonstra que a
criança está desamparada, sendo este que, assim incide em abandono gerando o
dever de indenizar.

Ressaltando outro ponto de extrema importância é a necessidade de


condenação dos pais a pagar indenização pelo dano psicológico causado em
decorrência da omissão na formação e desenvolvimento do filho, tendo em vista que
esses tipos de situações vêm crescendo e ocasionando mais danos as crianças e
adolescentes, assim tornando estes emocionalmente abalado pelo abandono
afetivo.

Entretanto sendo jurisprudencial de mais de um tribunal, quais estes


passaram impor ao pai o dever de pagar indenização a titulo de danos morais,
independente da pensão alimentícia o abandono gera a obrigação de indenização
pela omissão de falta de convívio e de afeto.
REFERENCIAS:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-possibilidade-de-indenizacao-por-abandono-
afetivo/1191930460 acesso em: 07 de mar. De 2024
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-abandono-afetivo-e-o-dever-de-indenizar-os-
filhos/347480591 acesso em 08 de mar. De 2024

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