Bíblia de Estudo Do Preterismo
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DO PRETERISMO
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A versão utilizada é a “Biblia Livre Para Todos”
copyright © 2022 Free Bible Ministry, Inc.
Idioma: Português
Dialeto: Brasil
Colaborador: Free Bible Ministry, Inc.
Tradução é disponibilizada sob os termos da licença Creative Commons Attribution Share-Alike 4.0.
O Novo Testamento em Português, traduzido da Free Bible Version em Inglês com entrada de hebraico
e grego (Texto Crítico)
A cronologia dos evangelhos é baseada em “harmony of the four gospels in english” - Edward Robinson
(Adaptações razoáveis desta harmonia por Mateus Fonseca Souza)
§ 0. Intervalo
Os quatro séculos que se interpõem entre a conclusão do Antigo Testamento e o início do Novo são um
espaço em branco na história das Escrituras. No entanto, sabemos dos livros dos Macabeus e dos
escritos de Josefo que foi um período problemático nos anais judaicos. A Judeia foi, por sua vez,
escrava das grandes monarquias, que a cercaram - a Pérsia, a Grécia, o Egito, a Síria e Roma - com
um intervalo de independência sob os príncipes macabeus. (veja o mapa Palestina sob domínio
romano) Mas, embora durante este período a nação sofreu um grande sofrimento e produziu alguns
ilustres exemplos de patriotismo e piedade, em vão buscamos algum oráculo divino, ou algum
mensageiro inspirado, para declarar a palavra de Deus. Israel realmente poderia dizer: "Já não vemos
os nossos sinais, já não há profeta, nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará". (Sl.
74:9) No entanto, esses quatro séculos tiveram uma influência poderosa sobre o caráter da nação.
Durante este período, sinagogas foram estabelecidas em todo o país, e o conhecimento das Escrituras
foi amplamente estendido. Surgiram as grandes escolas religiosas dos fariseus e saduceus, ambos
professando ser expositores e defensores da lei de Moisés. Um grande número de judeus se
estabeleceu nas grandes cidades do Egito, Ásia Menor, Grécia e Itália, levando consigo para todos os
lugares o culto da sinagoga e a tradução Septuaginta do Antigo Testamento. Acima de tudo, a nação
acalentava em seu coração a esperança de um libertador vindouro, um descendente da casa real de
Davi, que deveria ser o rei teocrático, o libertador de Israel do domínio gentio, cujo reinado seria tão
feliz e glorioso que merecesse ser chamado de "reino dos céus". Mas, na maior parte, a concepção
popular do rei vindouro era terrena e carnal. No entanto, ainda havia um remanescente fiel que tinha
concepções mais verdadeiras do reino dos céus e "que buscava a redenção em Israel". À medida que o
tempo se aproximava, havia premonições de que o libertador prometido estava próximo.
PARTE 1
§ 1. Prefácio.
Lucas 1:1-4
Como você sabe, muitas pessoas têm se esforçado para escrever as coisas que têm acontecido
relacionadas a nós. Elas se basearam em evidências transmitidas por testemunhas e por ministros da
Palavra, que acompanharam esses fatos desde o início. Então, eu também decidi que, por ter
investigado com muito cuidado o que ocorreu desde o início, seria uma boa ideia escrever um relato
preciso de tudo o que aconteceu. Eu fiz isso, querido Teófilo, para que você tenha certeza de que aquilo
que lhe foi ensinado é totalmente verdadeiro.
Lucas 1:5-25
Durante o tempo em que Herodes governou a Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que era
do grupo dos sacerdotes de Abias. Ele se casou com Isabel, que era descendente de Arão, o
sacerdote. Ambos viviam de maneira justa diante de Deus, sendo muito cuidadosos em seguir todos os
mandamentos e todas as leis do Senhor. Eles não tinham filhos, porque Isabel não podia ter filhos, e os
dois já eram muito idosos. Enquanto Zacarias estava fazendo o seu trabalho como sacerdote diante de
Deus, representando seu grupo de sacerdotes, ele foi escolhido entre vários, de acordo com o costume
da época, para entrar no Templo do Senhor e queimar o incenso. Durante o tempo da oferta de
incenso, uma grande multidão estava orando do lado de fora do Templo. Um anjo do Senhor apareceu
para Zacarias, ficando à direita do altar de incenso. Quando Zacarias viu o anjo, ele ficou espantado e
com muito medo. Mas, o anjo lhe disse: “Não tenha medo, Zacarias! A sua oração foi ouvida. Isabel,
sua esposa, lhe dará um filho e vocês devem chamá-lo João. Ele lhe trará muita alegria e felicidade e
muitas pessoas festejarão o seu nascimento. Ele será importante aos olhos do Senhor. Ele não deverá
beber vinho ou qualquer outra bebida alcoólica. Ele será cheio do Espírito Santo, mesmo antes do seu
nascimento. Ele fará com que muitos israelitas se voltem para o Senhor, o seu Deus. Ele preparará o
caminho para o Senhor com o mesmo ânimo e poder de Elias, para fazer com que os pais e seus filhos
façam as pazes e para que os rebeldes voltem para o caminho certo e, assim, preparem o povo para o
Senhor.”1 Zacarias perguntou ao anjo: “Como eu posso ter certeza disso?” “Eu sou velho e minha
esposa também está envelhecendo.” O anjo respondeu: “Eu sou Gabriel. Sirvo a Deus e fui enviado
para lhe dar essa boa notícia. Mas, já que não acreditou no que eu lhe disse, você ficará mudo, incapaz
de falar, até que minhas palavras se cumpram”. Do lado de fora do Templo, as pessoas esperavam que
Zacarias saísse, pensando no motivo dele estar demorando tanto lá dentro. Quando finalmente ele saiu,
não conseguia falar com eles. Eles perceberam que ele tinha tido uma visão no Templo, pois embora
pudesse gesticular e se expressar, estava completamente mudo. Após haver terminado seus dias de
serviço no Templo, ele voltou para casa. Algum tempo depois, sua esposa, Isabel, engravidou. Ela ficou
em casa, sem sair, durante cinco meses. Isabel disse: “O Senhor fez isso por mim. Agora, a vergonha
que eu sentia diante dos outros acabou!”2
1 Uma singela informação sobre o nascimento de João Batista oferece uma importante introdução profética para o
conteúdo dos evangelhos. A seu tempo, esta mensagem cumpriu-se literalmente em todos os detalhes dados a Zacarias
e forma um importante pano de fundo para o nascimento do próprio Cristo.
2 Entre os judeus, uma família de filhos era considerada uma bênção sinalizadora, uma evidência do favor de Deus. (Sl.
113:9; 128:3; Is. 4:1; 44:3-4; Lv. 26:9) Ser "estéril", portanto, ou destituído de filhos, era considerado uma
"reprovação" ou uma "desgraça". (1 Sm. 1:6)
§ 3. Um anjo aparece a Maria. - NAZARÉ. (junho de 6 a.C.)
Lucas 1:26-38
No sexto mês de sua gravidez, Deus enviou o anjo Gabriel para uma jovem chamada Maria, que vivia
na cidade de Nazaré, na Galileia. Ela estava noiva de um homem chamado José. O anjo a
cumprimentou. Ele lhe disse: “Você é muito abençoada! O Senhor está com você; você é bendita entre
as mulheres.” Maria estava muito confusa com o que ele disse e imaginava qual seria o significado
desse cumprimento. O anjo continuou: “Não se preocupe, Maria, pois Deus veio demonstrar sua
bondade para você! Você ficará grávida e dará à luz um filho. Você deverá chamá-lo Jesus. Ele será
muito importante e será conhecido como o Filho do Altíssimo. Deus, o Senhor, dará para ele o trono de
Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre. Seu Reino nunca terá fim.” 3 Maria
perguntou: “Como isso é possível? Eu ainda sou virgem!” Ele respondeu: “O Espírito Santo virá sobre
você e o poder do Altíssimo a envolverá. O bebê que nascerá será santo e será chamado de Filho de
Deus. E até Isabel, a sua parenta, está grávida mesmo sendo mais velha. A mulher que todos diziam
que não podia ter filhos já está no sexto mês de gravidez. Nada é impossível para Deus.” Maria disse:
“Aqui estou eu, pronta para ser a serva de Deus! Que aconteça comigo exatamente como você disse!”
Então, o anjo foi embora.
Lucas 1:39-56
Pouco tempo depois, Maria se preparou e foi depressa para as colinas da Judeia, para a cidade em
que Zacarias e sua mulher moravam. Ela chamou Isabel assim que chegou. No mesmo instante em que
Isabel ouviu a voz de Maria, o bebê sentiu tanta alegria que mexeu dentro da sua barriga. Então,
tomada pelo poder do Espírito Santo, Isabel falou bem alto: “Você é a mais abençoada das mulheres, e
a criança que nascerá de você também será abençoada! Quem sou eu para receber a visita da mãe do
meu Senhor? Assim que ouvi você me cumprimentar, o meu bebê se mexeu dentro da minha barriga,
de tanta alegria que sentiu. Como você é abençoada! Pois você acredita que o Senhor fará o que lhe
prometeu!” Maria respondeu: “Eu louvo ao Senhor! Estou tão feliz com Deus, meu Salvador! Pois ele
decidiu que eu, sua serva, era digna de sua consideração, apesar de minha origem humilde. De agora
em diante, todos dirão que eu fui abençoada, pois o Deus Poderoso fez coisas maravilhosas por mim.
Seu nome é santo. A sua bondade passa de geração em geração para aqueles que o respeitam. Com o
seu poder, ele destrói os que, com arrogância, pensam que são muito espertos. Ele tira de seus tronos
reis poderosos e põe em altas posições os humildes. Ele dá aos que têm fome boas coisas para comer
e manda os ricos embora de mãos vazias. Exatamente como prometeu aos nossos antepassados, ele
ajudou o povo de Israel, seu servo. E se lembrou de demonstrar piedade para Abraão e seus
descendentes para sempre.”4 Maria ficou com Isabel por três meses e, depois, voltou para sua casa.
Lucas 1:57-80
Chegou o momento de Isabel ter seu bebê, e ela deu à luz um menino. 5 Seus vizinhos e parentes
ouviram falar de como o Senhor tinha demonstrado sua imensa bondade com Isabel e foram
3 Certamente Maria estiva familiarizada com a esperança israelita de um Messias e Redentor, seu filho chamado Jesus,
que significa “Salvador”, teria o trono de Davi, seu antepassado, e que reinaria para sempre sobre o reino de Israel;
seu governo jamais terminaria. (SI. 89:36; Jr. 23:5-8) Grande parte dessa profecias delineadas por Gabriel cumpriu-se
durante a primeira vinda de Cristo, no entanto o estabelecimento completo do seu reinado está escatologicamente
relacionado à segunda vinda (a Parousia).
4 Maria ficou contente com a saudação de Isabel, que, de uma só vez, confirmou as profecias concernentes a João e
Jesus Cristo. Em resposta, Maria declamou um poema profético, intitulado “Magnificat”. Ela se lembrou das
promessas feitas a Abraão e seus descendentes. Com essa afirmação, Maria chamava a atenção para o fato de que as
profecias sobre os patriarcas e o reino davídico seriam cumpridos em pouco tempo.
5 Em cumprimento da profecia sobre o nascimento de João, chegado o tempo, Isabel deu à luz. Zacarias falou e, em seu
louvor a Deus, indicou que o nascimento de João era um importante acontecimento profético.
comemorar junto com ela. Oito dias depois, vieram para fazer a circuncisão do menino. E eles queriam
chamar o bebê de Zacarias, em homenagem a seu pai. Mas, Isabel disse: “Não! Ele deve se chamar
João.” Eles lhe disseram: “Mas, nenhum dos nossos parentes tem esse nome.” Gesticulando, eles
perguntaram ao pai da criança, Zacarias, qual nome ele queria para o seu filho. Zacarias mostrou, por
meio de gestos, que queria algo em que pudesse escrever. Para a surpresa de todos, ele escreveu:
“Seu nome é João.” Imediatamente, ele voltou a falar e começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos
ficaram assombrados com o que havia acontecido, e a notícia se espalhou por toda a região
montanhosa da Judeia. Todos os que ouviam a notícia pensavam sobre o significado dela. Eles
perguntavam: “O que o pequenino vai ser quando crescer?” Pois era certo que o menino era muito
especial para Deus. Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, fez esta profecia: “O Senhor, o Deus de
Israel, é maravilhoso, pois ele veio para o seu povo e o libertou. Ele nos deu um grande Salvador,
descendente do seu servo Davi, exatamente como tinha prometido, por intermédio dos seus santos
profetas, muito tempo atrás. Ele prometeu nos salvar dos nossos inimigos, daqueles que nos odeiam.
Ele foi bondoso para os nossos ancestrais, lembrando-se da sua santa aliança. Ele fez uma promessa
para o nosso antepassado Abraão. Ele nos libertou do medo e nos resgatou das mãos dos nossos
inimigos, para que possamos servi-lo, fazendo o que é bom e certo por toda a nossa vida. Apesar de
você ser apenas uma criancinha, será chamado profeta do Altíssimo, pois você irá à frente do Senhor,
para lhe preparar o caminho. Você anunciará a salvação ao povo de Deus, que virá por meio do perdão
dos pecados deles. Pela bondade e cuidado do nosso Deus, o sol nascente, vindo do céu, irá descer
sobre nós, para iluminar aqueles que vivem nas trevas e na sombra da morte e para nos guiar pelo
caminho da paz.”6 O menino João cresceu e se tornou espiritualmente forte. Ele viveu no deserto, até
que chegou o momento de se apresentar ao povo de Israel.
João 1:6-8
Deus enviou um homem, chamado João. Ele veio como uma testemunha para explicar sobre a luz para
que, por meio dele, todos acreditassem na mensagem. João não era a luz, mas ele veio falar a respeito
da luz.
§ 6. A preexistência de Jesus.
No começo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. No início, ele estava
com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele. Sem ele, nada do que existe teria sido
feito. A vida estava nele, a vida que era a luz de todos. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a
apagaram. A luz verdadeira veio ao mundo para iluminar todas as pessoas. Ele estava no mundo e,
apesar do mundo ter sido feito por meio dela, o mundo não a conheceu. Ele veio para o seu próprio
povo, mas eles não o aceitaram. Mas, para todas as pessoas que o aceitaram e creram nele, ele deu o
direito de se tornarem filhos de Deus. Esses são os filhos nascidos não da maneira convencional, não
como o resultado do desejo humano ou da decisão de um pai, mas nascidos de Deus. Ele se tornou um
ser humano e viveu entre nós, e vimos a sua glória, a glória do Filho único do Pai, cheio de graça e de
verdade.
§ 7. Genealogia de Jesus.
Filho de Deus, filho de Adão, filho de Sete, filho de Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi,
Enos, filho de Cainã, filho de Maalalel, filho de filho de Abraão. Abraão gerou Isaque; Isaque
6 Como as Escrituras indicam, Zacarias, cheio do Espírito Santo, transmitiu uma mensagem profética. Zacarias, ao
referir-se a Cristo, declarou que Deus levantara alguém para livrar a casa de Davi. Ele indicou que a vinda de Jesus
era um cumprimento do solene juramento feito pelo Senhor a Abraão. Com respeito a João, Zacarias profetizou que
seu filho serviria como precursor, pois prepararia o caminho para Cristo.
Jarede, filho de Enoque, filho de Matusalém, filho gerou Jacó; Jacó gerou Judá e os seus irmãos;
de Lameque, filho de Noé, filho de Sem, filho de Judá gerou Perez e Zera, cuja mãe foi Tamar;
Arfaxade, filho de Cainã, filho de Salá, filho de Perez gerou Esrom; Esrom gerou Arão; Arão
Éber, filho de Faleque, filho de Regaú, filho de gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Naassom;
Seruge, filho de Naor, filho de Abraão, filho de Naassom gerou Salmom; Salmom gerou Boaz,
Isaque, filho de Jacó, filho de Judá, filho de Perez, cuja mãe foi Raabe; Boaz gerou Obede, cuja mãe
filho de Esrom, filho de Arni, filho de Admim, filho foi Rute; e Obede gerou Jessé; Jessé gerou o rei
de Aminadabe, filho de Naasom, filho de Salá, Davi; e o rei Davi gerou Salomão, cuja mãe foi
filho de Boaz, filho de Obede, filho de Jessé, filho aquela que tinha sido mulher de Urias; Salomão
de Davi, filho de Natã, filho de Matatá, filho de gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou
Mená, filho de Meleá, filho de Eliaquim, filho de Asa; Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão
Jonã, filho de José, filho de Judá, filho de Simeão, gerou Uzias; Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz;
filho de Levi, filho de Matate, filho de Jorim, filho de Acaz gerou Ezequias; Ezequias gerou Manassés;
Eliézer, filho de Josué, filho de Er, filho de Elmadã, Manassés gerou Amom; Amom gerou Josias;
filho de Cosã, filho de Adi, filho de Melqui, filho de Josias gerou Jeconias e os seus irmãos, no tempo
Neri, filho de Salatiel, filho de Zorobabel, filho de do exílio na Babilônia. Depois do exílio na
Resa, filho de Joanã, filho de Jodá, filho de José, Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; e Salatiel gerou
filho de Semei, filho de Matatias, filho de Maate, Zorobabel; Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou
filho de Nagai, filho de Esli, filho de Naum, filho de Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; Azor gerou
Amós, filho de Matatias, filho de José, filho de Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim gerou
Janai, filho de Melqui, filho de Levi, filho de Eliúde; Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã;
Matate, filho de Eli, e, como se pensava, filho de Matã gerou Jacó. E Jacó gerou José, marido de
José.7 Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o
Cristo. Assim, todas as gerações, desde Abraão
até Davi, são catorze; desde Davi até o exílio na
Babilônia, catorze gerações; e desde o exílio na
Babilônia até Cristo, catorze gerações.8
Mateus 1:18-25
Foi assim que Jesus Cristo nasceu: sua mãe, Maria, estava prometida em casamento a José, mas,
antes que mantivessem relações, ela ficou grávida pelo Espírito Santo. Por ser José, seu noivo, um
bom homem, o qual não queria expô-la à desonra pública, decidiu anular secretamente o casamento.
Enquanto assim pensava, um anjo do Senhor apareceu em sonho e lhe disse: “José, filho de Davi, não
tenha medo de se casar com Maria, pois ela está grávida pelo Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e
você deverá chamá-lo Jesus, porque ele salvará as pessoas de seus pecados.” (Tudo isso aconteceu
para que se cumprisse o que o Senhor disse pelo profeta: “A virgem ficará grávida e dará à luz um filho,
a quem colocarão o nome de Emanuel”, que significa “Deus conosco.”) 9 José despertou e fez o que o
anjo do Senhor lhe havia ordenado. Ele se casou com Maria, porém não mantiveram relações até que
ela desse à luz ao filho primogênito, a quem deu o nome de Jesus.
7 No evangelho de Mateus, a linhagem de Jesus foi estabelecida de Abraão até José. Portanto, a genealogia de Cristo
termina no esposo de Maria. Mas Mateus deixa claro que Jesus não era filho de José. (Mt. 1:16) Em contraste, a
genealogia de Maria foi oferecida em Lucas 3:23-37 e assegura que Cristo era um descendente genuíno de Davi. A
genealogia de Mateus apoia o conceito de que Jesus é o herdeiro legítimo do trono teocrático, através de José, seu pai
adotivo. Mesmo que não fosse o genitor de Cristo, a inda assim o direito ao trono passou de José para Jesus. Assim,
Cristo cumpriu a expectativa do Antigo Testamento de que um futuro rei assumiria o trono de Davi para sempre,
conforme Gabriel anunciara a Maria. (Lc. 1:32, 33)
8 Embora tenham sido feitas tentativas de interpretar γενεα como a raça dos judeus, ou como a raça humana em geral,
Eu o desafio: pegue sua concordância e procure todas as ocorrências da palavra geração no Novo Testamento e veja
se ela significa "raça" em qualquer outro contexto.
9 Por esses grandes atos da Providência Divina, o que foi falado e profetizado por Isaías, Isaías 7:14, falando por
inspiração de Deus, foi cumprido. Embora as coisas sejam ditas nos evangelistas para serem cumpridas quando os
tipos tiverem sua realização no antítipo, e quando algo acontecer muito parecido ou ter alguma proporção com algo
que antes aconteceu na história de Israel. “Emanuel” não é um nome próprio, mas um caráter. Jesus é verbo
manifestado na carne, e o vínculo vivo da comunhão entre Deus e os homens desde agora e para sempre.
§ 9. O nascimento de Jesus. - DE NAZARÉ PARA BELÉM. (abril de 5 a.C.)
Lucas 2:1-7
Naquela época, o imperador Augusto emitiu um decreto, no qual ordenava que fosse feita uma
contagem de toda a população do Império Romano. 10 Essa foi a primeira contagem durante o governo
de Quirino, na Síria. Então, todos foram se registrar, cada um em sua própria cidade. Como José era
descendente do rei Davi, ele saiu de Nazaré, na Galileia, e foi para Belém, a cidade de Davi, na Judeia.
Ele foi se registrar lá, juntamente com Maria, que estava prometida em casamento a ele e que esperava
um bebê. Enquanto eles estavam em Belém, chegou a época do bebê nascer. Maria deu à luz o seu
filho primogênito.11 Ela embrulhou o bebê em panos e o deitou em uma manjedoura, pois não havia
lugar para eles na pensão.
Lucas 2:8-20
Havia, naquela mesma região, alguns pastores que estavam passando a noite nos campos, cuidando
dos seus rebanhos. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, e a glória do Senhor brilhou ao redor
deles. Eles ficaram com muito medo. O anjo lhes disse: “Não tenham medo! Eu estou aqui para lhes
trazer as boas novas, que deixarão todas as pessoas realmente contentes. Nasceu hoje, na cidade de
Davi, o Salvador de vocês. Ele é o Messias, o Senhor. Vocês o reconhecerão por este sinal: vocês
encontrarão a criança enrolada em panos, dormindo em uma manjedoura.” De repente, muitos seres
celestiais apareceram, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus no céu e paz na terra às pessoas a
quem ele quer bem!”12 Após os anjos voltarem para o céu, os pastores disseram uns para os outros:
“Vamos até Belém, para ver o que aconteceu em relação ao que o Senhor nos disse.” Eles correram
para lá e encontraram Maria, José e o bebê, que estava deitado na manjedoura. Após eles terem visto
o bebê, espalharam a notícia do que havia acontecido e o que eles tinham ouvido a respeito do menino.
Todos os que ouviram o que os pastores diziam ficaram impressionados. Mas, Maria se lembrava com
carinho a respeito de todas essas coisas e muitas vezes pensava nelas. Os pastores voltaram para
vigiar os seus rebanhos, glorificando e agradecendo a Deus por tudo o que eles tinham ouvido e visto,
pois tudo foi exatamente como havia sido dito a eles.
Lucas 2:21-38
Após oito dias, chegou o momento de ser feita a circuncisão no bebê e ele recebeu o nome de Jesus.
Esse foi o nome dado a ele pelo anjo, antes dele ter sido concebido. Quando o período da purificação
deles de acordo com a lei de Moisés tinha chegado ao fim, José e Maria levaram Jesus a Jerusalém,
para apresentá-lo ao Senhor, conforme a lei do Senhor afirma: “Todo filho recém-nascido deve ser
dedicado ao Senhor.” Eles também fizeram um sacrifício exatamente como a lei de Deus pede: “duas
rolinhas ou dois pombinhos.” Naquela época, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Ele era
um homem bom e também muito piedoso. Ele estava esperando a consolação de Israel e o Espírito
Santo estava com ele. O próprio Espírito Santo tinha revelado a Simeão que ele não morreria sem antes
ver o Messias do Senhor.13 Seguindo as orientações do Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais
de Jesus o levaram ao Templo, para ser dedicado como a Lei manda, Simeão pegou Jesus em seus
10 Muita confusão surgiu do uso indiscriminado da palavra "mundo" como a tradução das diferentes palavras gregas
αἰών, κόσμος, οἰκουμένη e γῆ. Muita luz é lançada sobre muitas passagens por uma compreensão adequada dessas
palavras. Aqui a palavra usada é οἰκουμένη que é propriamente o mundo habitado, "o habitável", e no Novo
Testamento refere-se frequentemente ao Império Romano, às vezes a uma porção tão pequena dele como a Palestina.
11 Em cumprimento da profecia sobre o nascimento de Jesus, chegado o tempo, Maria deu à luz.
12 O nascimento de Jesus, embora pouco anunciado na Terra, provavelmente foi um evento sensacional nos céus. O
desdobramento da vida, morte e ressurreição de Cristo possivelmente foi um assunto misterioso para o exército
celestial.
13 Essa atitude implica claramente que o objeto esperado foi entendido como próximo; pois é óbvio que, se fosse um
grande engano, a esperança e o desejo sincero terminariam apenas em amarga decepção.
braços, agradeceu a Deus e disse: “Agora, Senhor, que cumpriu o que prometeu, já pode deixar este
seu servo morrer em paz, pois vi com os meus olhos a sua salvação, a qual você preparou para todos.
Ele é a luz que o mostrará para as pessoas de todas as nações. Ele é a glória do seu povo de Israel.” 14
E José e sua mãe ficaram admirados com o que Simeão dissera a respeito dele. Então, Simeão os
abençoou e disse a Maria, mãe de Jesus: “Este menino está destinado a ser tanto para destruição
quanto para a salvação de muitos em Israel. 15 Ele é um sinal de Deus que muitos irão rejeitar, revelando
o que eles realmente pensam. Para você, Maria, será como uma espada atravessando-a.” Também
vivia em Jerusalém uma profetisa muito idosa, chamada Ana. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser.
Ela vivera com o marido durante sete anos, mas, depois, ficou viúva, e já estava com oitenta e quatro
anos. Ana passava seus dias no Templo, adorando, jejuando e orando. Ela se aproximou deles
exatamente naquele momento e começou a louvar a Deus. Ela falou sobre Jesus a todos que
aguardavam a salvação de Jerusalém.
Mateus 2:1-12
Após Jesus nascer na cidade de Belém, na Judeia, durante o reinado de Herodes, magos, vindos do
Oriente, chegaram a Jerusalém. “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?”, perguntaram.
“Nós vimos a estrela dele no Oriente e viemos adorá-lo.” Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou muito
preocupado, assim como toda a Jerusalém. Então, Herodes reuniu todos os chefes dos sacerdotes e
educadores religiosos do povo e lhes perguntou onde deveria nascer o Messias. Eles responderam:
“Na cidade de Belém, na Judeia, pois o profeta escreveu: ‘Você, Belém, da terra da Judeia, de forma
alguma é a menos importante entre as principais cidades de Judá, pois será o berço do líder que guiará
o meu povo de Israel.’ ” Então, Herodes chamou os magos e os encontrou secretamente, descobrindo
assim o exato momento em que a estrela aparecera. Ele os enviou para Belém e disse: “Ao chegarem
lá, procurem o menino. E, ao encontrá-lo, avisem-me, para que eu também possa ir adorá-lo.” Após
ouvirem o rei, eles seguiram o seu caminho, e a estrela, que já tinham visto no Oriente, os guiou até
parar exatamente acima do lugar em que a criança estava. Quando viram a estrela, eles ficaram muito
felizes! Entraram na casa e viram o menino com a sua mãe, Maria. Eles se ajoelharam e o adoraram.
Então, abriram as bolsas em que traziam seus tesouros e o presentearam com ouro, incenso e mirra.
Alertados por um sonho para não retornarem para junto de Herodes, eles voltaram ao seu país por um
caminho diferente.16
Mateus 2:13-23(a)
Após os magos terem ido embora, um anjo do Senhor apareceu em um sonho a José e lhe disse:
“Levante-se, pegue a criança e sua mãe e fujam para o Egito. Fiquem lá até que eu lhe diga, pois
Herodes irá procurar a criança para matá-la.” Então, José se levantou, pegou a criança e sua mãe e
fugiu durante a noite para o Egito. Eles ficaram lá até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o
14 Esta abrangente visão profética incluiu não só Jesus como a resposta à esperança de Israel, mas também sua revelação
de Deus e sua graça aos gentios.
15 A vinda do Senhor é representada como um tempo de investigação e decisão judicial. É o momento em que caráter e
motivos devem ser revelados, e todo homem recebe seu mérito apropriado de louvor ou censura. Não se pode dizer
que esta linguagem seja apropriada para a primeira vinda de Cristo; mas é altamente apropriada para Sua segunda
vinda (a Parousia). É o início de um período em que a condenação ou salvação dos homens é decidida.
16 A confirmação imediata do nascimento de Jesus como o futuro Rei dos judeus veio por meio da visita dos magos, que
provavelmente vieram da Pérsia à procura do menino Jesus. Eles eram considerados pessoas que estudavam os astros,
e é possível que possuíam alguma informação sobre o Messias, pois antes do nascimento de Cristo havia frequente
contato entre os persas e os judeus, e a ideia de que Israel aguardava um Messias provavelmente era muito conhecida.
Enquanto os magos se dirigiam a Belém, a estrela reapareceu e levou-os ao local onde se achava a criança. Nessa
ocasião, já não era a manjedoura, mas uma casa, e é evidente, considerando a narrativa como um todo, que algum
tempo havia passado desde o nascimento de Jesus. Os magos foram a visados em sonho a não avisar Herodes que
tinha residência em Jerusalém.
Senhor disse pelo profeta: “Eu chamei o meu filho para retornar do Egito.” 17 Quando Herodes percebeu
que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito zangado. Ele enviou homens para matar todos os
meninos que tivessem dois anos de idade ou menos em Belém e nas regiões próximas. Ele se baseou
no período de tempo em que os magos o tinham informado. Assim se cumpriu a profecia de Jeremias:
“Ouviu-se o som de terrível choro e lamentação em Ramá; era Raquel chorando por seus filhos. Eles
tinham morrido, e não havia quem a pudesse consolar.” 18 Após a morte de Herodes, o anjo do Senhor
apareceu em um sonho para José, no Egito, e lhe disse: “Levante-se! Pegue a criança e a sua mãe e
volte para a terra de Israel, pois as pessoas que estavam tentando matar a criança morreram.” Então,
José se levantou, pegou o menino e a sua mãe e retornou para a terra de Israel. Mas, após saber que
Arquelau governava a Judeia no lugar de seu pai, Herodes, José ficou com medo de ir para lá. Em um
sonho, José foi avisado para ir para a região da Galileia e que deveria morar na cidade de Nazaré.
§ 14. Aos doze anos de idade Jesus celebra a Páscoa. - DE NAZARÉ PARA JERUSALÉM. (8 d.C.)
Lucas 2:41:52
Os pais de Jesus viajavam para Jerusalém todo ano para a festa da Páscoa. Quando Jesus tinha doze
anos de idade, eles foram para a festa, como já era costume da família. Quando a festa terminou, eles
começaram a viagem de volta para casa. No entanto, Jesus tinha ficado em Jerusalém sem que José e
sua mãe percebessem. Eles acharam que o menino estava com as outras pessoas que faziam a
viagem de volta para casa. Passou-se um dia de viagem antes que começassem a procurá-lo entre os
seus amigos e parentes. Como não o encontraram, voltaram a Jerusalém para procurá-lo por lá.
Buscaram o menino durante três dias, antes de encontrá-lo no Templo. Ele estava sentado entre os
educadores religiosos, ouvindo o que eles diziam e fazendo perguntas. Todas as pessoas que ouviam
Jesus falar ficavam surpresas com seu conhecimento e com suas respostas. Seus pais ficaram
grandemente admirados quando viram o que ele estava fazendo. A sua mãe lhe perguntou: “Filho, por
que você fez isso conosco? O seu pai e eu ficamos muito preocupados! Nós o procuramos em todos os
lugares!” Jesus respondeu: “Por que é que vocês estavam me procurando?” “Não sabiam que eu devia
estar aqui na casa do meu Pai?” Mas, eles não entenderam o que ele queria dizer. Então, Jesus voltou
com os seus pais para Nazaré e continuou a ser obediente a eles. A sua mãe observava, com muita
atenção, tudo o que acontecia. E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos
homens.20
17 Mateus chama nossa atenção para o fato de que a saída da nação de Israel do Egito para a Terra Prometida era uma
sombra, ou um tipo, que apontava profeticamente para o Messias. (cf. Os. 11:1)
18 Herodes ordenou que todos os meninos de dois anos para baixo na região de Belém fossem mortos. Isso resultou no
cumprimento de uma profecia tipológica registrada por Jeremias. (cf. Jr. 31:15).
19 Essa referência a Cristo provavelmente esteja ligada a Isaías 11:1, onde Jesus foi descrito como “um renovo... do
tronco de Jessé”. A palavra hebraica para “renovo” é netzer, que recebe aqui um significado especial. Como Mateus e
Lucas indicaram, os acontecimentos que levaram ao nascimento de Cristo e os eventos que se seguiram a esse fato
correspondem a todas as predições proféticas fornecidas pelo Antigo Testamento.
20 Exceto pela breve referência à visita de Cristo a Jerusalém com seus pais, para participar da Festa da Páscoa, nenhuma
outra menção à infância e mocidade de Jesus é feita nos evangelhos.
PARTE 2
21 Já fazia 400 anos que não havia profetas em Israel, à medida que o tempo se aproximava, havia indicações do retorno
do espírito profético e premonições de que o libertador prometido estava próximo. Simeão recebeu a garantia de que
antes de sua morte, ele deveria ver "o ungido do Senhor"; uma sugestão semelhante parece ter sido feita à idosa
profetisa Ana. É razoável supor que tais revelações devem ter despertado uma grande expectativa no coração de
muitos, e preparado para o clamor que logo depois foi ouvido no deserto da Judeia: "Arrependei-vos; pois o reino dos
céus está próximo!". Um profeta havia se levantado novamente em Israel, e "o Senhor havia visitado Seu povo".
usava uma roupa feita de pelo pelo de camelo e um cinto de pelo de camelo e um cinto de
de camelo e um cinto de couro. couro. Ele comia gafanhotos e couro. Ele comia gafanhotos e
Ele comia gafanhotos e mel mel silvestre. Moradores de mel silvestre. Todos os
silvestre. Moradores de Jerusalém, de toda Judeia e de moradores da Judeia e de
Jerusalém, de toda Judeia e de todas as regiões próximas ao rio Jerusalém foram até ele. Eles
todas as regiões próximas ao rio Jordão vinham até ele, confessaram os seus pecados e
Jordão vinham até ele, confessando os seus pecados e foram batizados no rio Jordão.
confessando os seus pecados e sendo batizados no rio Jordão.
sendo batizados no rio Jordão.
João dizia às multidões [quando Mas quando João viu muitos
viu viu muitos fariseus e fariseus e saduceus vindo para
saduceus] que vinham para serem batizados, ele disse:
serem batizadas por ele: “Ninhada de víboras venenosas!
“Ninhada de serpentes Quem disse que vocês
venenosas! Quem disse que escaparão do julgamento que
vocês irão escapar do está próximo? Mostrem, por
julgamento que está próximo? meio de suas ações, que
Demonstrem que realmente se verdadeiramente se
arrependeram dos seus arrependeram dos seus
pecados. Não tentem justificar a pecados, e não ousem dizer uns
si mesmos, dizendo: ‘Nós somos aos outros com orgulho: ‘Abraão
descendentes de Abraão’, pois é nosso antepassado.’ Pois eu
eu lhes digo que até destas lhes digo que Deus pode fazer
pedras Deus pode criar filhos de descendentes de Abraão com
Abraão. O machado está pronto estas pedras. Mas, na verdade, o
para começar a cortar as árvores machado está pronto para cortar
pela raiz. Qualquer árvore que as árvores pela raiz. Toda árvore
não produzir bons frutos será que não der bons frutos será
cortada e jogada no fogo.” A cortada e jogada no fogo.
multidão perguntava a João:
“Então, o que devemos fazer?”
Ele lhes respondia: “Se vocês
têm dois casacos, deem um a
quem não tem nenhum. Se
tiverem comida, repartam com
aqueles que não têm nada para
comer.” Alguns cobradores de
impostos vieram para serem
batizados. Eles também
perguntaram: “Mestre, o que
devemos fazer?” Ele respondeu:
“Não cobrem mais imposto do
que a quantia devida.” Alguns
soldados perguntaram: “E nós, o
que devemos fazer?” João
respondeu: “Não exijam dinheiro
por meio de ameaças ou
violência. Não façam acusações
falsas. Fiquem satisfeitos com os
seus salários.” As pessoas
aguardavam com grande
expectativa e imaginavam que
22 Não há nada mais distintamente afirmado no Novo Testamento do que a identidade de João Batista com o arauto do
deserto de Isaías e o Elias de Malaquias. João foi o segundo Elias, e cumpriu exaustivamente as predições de Isaías e
Malaquias a respeito dele. Sonhar com um "Elias do futuro", portanto, é virtualmente desacreditar a declaração
expressa da palavra de Deus, e não se baseia em nenhuma garantia das Escrituras.
talvez o próprio João seria o
Messias. João respondia e
explicava a todos: “Sim, eu estou Isto é o que ele dizia ao povo:
batizando vocês com água [para Sim, eu os batizo com água, para
mostrar que vocês estão mostrar que vocês estão
arrependidos dos seus arrependidos dos seus pecados,
pecados]. Mas, aquele que está mas aquele que virá depois de “Aquele que virá depois de mim
vindo é mais importante do que mim é mais poderoso do que eu. é mais poderoso do que eu. Eu
eu. E eu não sou digno nem de Eu não sou digno nem mesmo de não sou digno nem mesmo de
desamarrar as correias de suas tirar suas sandálias. Ele os tirar as suas sandálias. Eu os
sandálias. Ele batizará vocês batizará com o Espírito Santo e batizo com água, mas ele os
com o Espírito Santo e com fogo. com fogo. Ele já está segurando batizará com o Espírito Santo.”
Ele já está segurando a sua pá e a sua pá. Ele limpará a eira e
está pronto para separar o trigo recolherá o trigo no depósito,
da palha em sua eira. Ele reunirá mas queimará a palha com o
o trigo em seu depósito, mas fogo que nunca se apaga.”
queimará a palha com o fogo que
não se apaga.”23 João dava
muitos conselhos como esse
quando ele anunciava o
evangelho para as pessoas.
Então, Jesus veio da Galileia Então, Jesus veio de Nazaré da Depois do batismo de todas
para ser batizado por João no rio Galileia e foi batizado por João aquelas pessoas, Jesus também
Jordão. Mas João tentou no rio Jordão. foi batizado.
convencê-lo a mudar de ideia.
Ele disse a Jesus: “Eu é que
preciso ser batizado por você, e
você vem para que eu o batize?”
Mas Jesus lhe disse: “Por favor,
23 Há um duplo aspecto da missão de João apresentado pelos profetas Isaías e Malaquias. Ele é representado, não apenas
como o arauto do Salvador vindouro, mas também do Juiz que virá. É impossível não ficar impressionado com a
correspondência entre a linguagem de João Batista e a de Malaquias. Como Hengstenberg observa: "Ao longo do
texto, é a profecia de Malaquias que João comenta". (Christology. Vol. 4, p. 232) Em ambos, a vinda do Senhor é
descrita como um dia de ira; ambos falam da sua vinda com fogo que refina e prova, com fogo que queima e
consome. Ambos falam de um tempo de discriminação e separação entre os justos e os ímpios, o ouro e a escória, o
trigo e a palha; e ambos falam da destruição total da palha, ou restolho, com fogo inextinguível. Essas não são
semelhanças fortuitas: as duas predições são a contrapartida uma da outra e só podem se referir ao mesmo evento, o
mesmo "dia do Senhor", o mesmo julgamento vindouro. Mas o que merece ser observado mais especialmente é a
proximidade evidente da crise que João prediz. O julgamento não é meramente futuro, mas iminente. Este é o caso
das outras representações no discurso de João Batista; tudo indica a rápida aproximação da destruição. "Já está posto
o machado à raiz das árvores". A "pá" estava na nas mãos do agricultor; o processo de triagem estava prestes a
começar. A nação judaica estava agora em seu último julgamento; o segundo Elias viera como o precursor do "grande
e terrível dia do Senhor": se rejeitassem suas advertências, a condenação predita por Malaquias se seguiria segura e
rapidamente; "Eu irei e ferirei a terra com a maldição". (Ml. 4:6) É importante notar que tudo isso faz referência clara
e específica à terra de Israel. A mensagem do profeta é para Israel; os pecados reprovados são os de Israel; A vinda do
Senhor é para o seu templo em Israel; A terra ameaçada com uma maldição era a terra de Israel. Tudo isso aponta
manifestamente para uma catástrofe local e nacional específica, da qual a terra de Israel deveria ser o cenário, e seus
habitantes culpados são vítimas. A história registra o cumprimento da profecia, em correspondência exata com o
tempo, o lugar e as circunstâncias, na ruína que devastou a nação judaica durante o período da destruição de
Jerusalém. Podemos observar que a vinda do Senhor e o julgamento dos homens coincide com a destruição de
Jerusalém; são partes diferentes de uma grande catástrofe; cenas diferentes em um grande drama.
faça isso, pois é bom que
façamos o que Deus diz ser o
certo.” Então, João concordou.
Imediatamente após ter sido
batizado, Jesus saiu da água. Assim que Jesus saiu da água,
[Enquanto ele estava orando] Os Enquanto ele estava orando, o
céus se abriram, e ele viu o ele viu os céus se abrirem e o céu se abriu e o Espírito Santo
Espírito de Deus descer como Espírito, como uma pomba, desceu na forma de uma pomba
uma pomba e pousar sobre ele. descer e pousar sobre ele. Uma sobre ele. Uma voz vinda do céu
Uma voz vinda do céu disse: voz vinda do céu disse: “Você é disse: “Você é o meu Filho, a
“Este é o meu filho a quem eu o meu Filho, a quem eu amo e quem eu amo muito! Você
amo, que me deixa muito feliz.” 24 que me deixa muito feliz.” realmente me deixa muito feliz!”
[Jesus tinha cerca de trinta anos Jesus tinha cerca de trinta anos
quando começou o seu quando começou o seu
ministério.] ministério.
Mateus 4:1-11 Lucas 4:1-13 (1-4, 9-12, 5-8, 13) Marcos 1:12, 13
[Jesus, cheio do Espírito Santo, Jesus, cheio do Espírito Santo, Logo em seguida, o Espírito o
voltou do rio Jordão.] Então, o voltou do rio Jordão e foi guiado, mandou para o deserto, onde ele
Espírito levou Jesus para o pelo mesmo Espírito, no deserto. foi tentado por Satanás durante
deserto [entre os animais Lá ele foi tentado pelo diabo quarenta dias. Ele estava entre
selvagens], para ser tentado pelo durante quarenta dias. Ele não os animais selvagens,
diabo. Após quarenta dias e comeu nada durante todo esse
quarenta noites sem comer, tempo. Então, no fim desse
Jesus estava com fome. O período, ele estava faminto. O
tentador se aproximou e lhe diabo lhe disse: “Se você é o
disse: “Se você é realmente o Filho de Deus, mande que esta
Filho de Deus, mande estas pedra vire pão.”
pedras virarem pão.” Jesus
respondeu: “Como as Sagradas Jesus respondeu: “Está escrito
Escrituras dizem: ‘Os seres nas Sagradas Escrituras: ‘O
humanos não vivem apenas de homem não viverá só de pão,
pão, mas vivem de cada palavra mas de toda palavra de Deus.’”
dita por Deus.’” Então, o diabo o O diabo levou Jesus para
levou à cidade santa e o colocou Jerusalém e o deixou na parte
na parte mais alta do Templo e mais alta do Templo e disse: “Se
disse para Jesus: “Se você você é o Filho de Deus, então,
realmente é o Filho de Deus, pule. Pois está escrito nas
então, jogue-se daqui”, “Como Sagradas Escrituras: ‘Ele
as Sagradas Escrituras dizem: ordenará que os seus anjos
‘Ele mandará que os seus anjos cuidem de você, segurando-o
o protejam. Eles irão segurá-lo, para protegê-lo até mesmo de
para que você não tropece em tropeçar em uma pedra.’”
uma pedra.’” Jesus respondeu: Jesus respondeu: “Está escrito
“Como as Sagradas Escrituras nas Sagradas Escrituras: ‘Não
também dizem: ‘Você não deve teste o Senhor, seu Deus.’”
pôr à prova o Senhor, seu
Deus.’” Em seguida, o diabo O diabo levou Jesus para um
24 Após o batismo de Cristo, Mateus, Marcos e Lucas registram que veio uma voz do céu, a qual declarou que Jesus era
o Filho amado do Pai. Somos informados que, por ocasião do batismo, o Espírito Santo descera sobre Cristo em
forma corpórea de pomba e ouviu uma voz que lhe falava desde o céu, como Deus, o Pai, uma clara indicação da
Trindade - o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Os elogios a Jesus por Deus, o Pai, encontram-se registra dos
antecipadamente no Salmo 2:7 e Isaías 42:1.
levou Jesus para uma montanha lugar alto e, em uma visão
muito alta e [em uma visão rápida, lhe mostrou todos os
rápida,] lhe mostrou todos os reinos do mundo. Então, o diabo
gloriosos reinos do mundo.25 Ele disse a Jesus: “Eu lhe darei toda
disse para Jesus: “[Eu lhe darei a autoridade sobre eles e toda a
toda a autoridade sobre eles e sua glória. Essa autoridade foi
toda a sua glória. Essa dada a mim e eu posso dá-la a
autoridade foi dada a mim e eu quem eu quiser. Ajoelhe-se e me
posso dá-la a quem eu quiser.]26 adore e poderá ter isso tudo.”
Eu lhe darei tudo isso se você se
ajoelhar e me adorar.” Jesus Jesus respondeu: “Vá embora,
disse: “Vá embora, Satanás!” Satanás! Porque está escrito nas
“Como as Sagradas Escrituras Sagradas Escrituras: ‘Adore o
dizem: ‘Você deve adorar o Senhor, seu Deus, e sirva
Senhor, seu Deus, e servir apenas a ele.’”
apenas a Ele.’” [Quando o diabo Quando o diabo acabou de
acabou de tentar Jesus de todas tentar Jesus de todas as formas,
as formas, ele desistiu e preferiu ele desistiu e preferiu esperar por
esperar por outra oportunidade.] outra oportunidade.
Então, o diabo foi embora, e
anjos vieram para cuidar de e os anjos cuidaram dele.
Jesus.
João 1:15-34
João deu o seu testemunho a respeito dele, dizendo: “Este é aquele sobre quem eu lhes falei quando
eu disse: ‘Aquele que virá depois de mim é mais importante do que eu, pois ele já existia antes de
mim.’” Todos nós somos beneficiados por sua natureza generosa, presenteando-nos com bênçãos e
mais bênçãos. A lei foi dada por Moisés. A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. 27 E
embora ninguém nunca tenha visto Deus, apenas o Filho único, que está próximo ao Pai, mostrou-nos
quem é Deus. Foi isso que João afirmou publicamente, quando os anciãos do povo enviaram
sacerdotes e levitas de Jerusalém para lhe perguntar: “Quem é você?” João disse alto e claro, sem
hesitar: “Eu não sou o Messias.” Eles perguntaram: “Então, quem é você? Elias?” Ele respondeu: “Não,
não sou.” Eles perguntaram: “Você é o Profeta?” João respondeu: “Não.” Eles perguntaram: “Bem,
então, quem é você? Precisamos dar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que tem a dizer
sobre você?” Usando as palavras do profeta Isaías, ele disse: “Eu sou uma voz, gritando no deserto:
‘Preparem um caminho reto para o Senhor!’” Os sacerdotes e levitas, enviados pelos fariseus,
perguntaram: “Por que, então, você está batizando se você não é o Messias, nem Elias ou o Profeta?”
João respondeu: “Eu batizo com água, mas, no meio de vocês está alguém que vocês não conhecem.
Este é aquele vem depois de mim, que é antes de mim, e eu não sou digno nem mesmo de tirar as suas
25 Muita confusão surgiu do uso indiscriminado da palavra "mundo" como a tradução das diferentes palavras gregas
αἰών, κόσμος, οἰκουμένη e γῆ. Muita luz é lançada sobre muitas passagens por uma compreensão adequada dessas
palavras. Aqui a palavra usada é οἰκουμένη que é propriamente o mundo habitado, "o habitável", e no Novo
Testamento refere-se frequentemente ao Império Romano, às vezes a uma porção tão pequena dele como a Palestina.
26 Evidentemente, ele mostrou a Jesus os reinos em uma visão, pois Ele os viu todos "num instante". Quando esta
autoridade foi entregue a ele? Não pode haver dúvidas que foi entregue no Jardim do Éden, quando Adão e Eva
pecaram contra o mandamento do Senhor. Eles perderam o governo para Satanás; no livro do Apocalipse ele
entregaria sua autoridade a Besta do Mar. (Ap. 13:4) Satanás é chamado de “o príncipe das potestades do ar", (Ef. 2:2)
“o deus deste século (αἰών)". (2 Co. 4:4) Mas nosso Senhor venceu a tentação no deserto, e em sua segunda vinda (a
Parousia) "Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre". (Ap.
11:15)
27 São João nos informa que uma nova dispensação seria introduzida por Jesus, em cuja graça e verdade ela se
centralizaria. (cf. Ef. 1:10) Essas afirmações são compatíveis apenas como conceito de que Cristo é o Filho de Deus e
o Messias prometido de Israel.
sandálias.” Tudo isso aconteceu no povoado de Betânia, do outro lado do rio Jordão, onde João estava
batizando as pessoas. No dia seguinte, João viu Jesus se aproximando e disse: “Aí está o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo! É sobre ele que eu falava, quando disse: ‘Um homem que vem
depois de mim é mais importante do que eu, pois ele já existia antes de mim.’ Eu mesmo não sabia
quem ele era, mas eu vim batizando com água para que ele pudesse ser revelado a Israel.” João
continuou seu testemunho sobre Jesus, dizendo: “Eu vi o Espírito descendo do céu como uma pomba e
pousando sobre ele. Eu não o teria reconhecido, se Deus, que me enviou para batizar com água, não
tivesse me dito: ‘O homem em quem você vir o Espírito descer e pousar é quem batizará com o Espírito
Santo.’ Eu vi isso acontecer e afirmo que esse é o Filho de Deus.”28
João 1:35-51
No dia seguinte, João estava outra vez ali com dois dos seus discípulos. Ele viu Jesus passando e
disse: “Aí está o Cordeiro de Deus!” Quando os dois discípulos ouviram o que ele disse, foram atrás de
Jesus. Jesus se virou e viu que eles o seguiam. Ele perguntou: “O que vocês estão procurando?” Eles
responderam: “Rabi (que significa ‘Mestre’), onde você mora?” Ele lhes disse: “Venham e vejam!”
Então, eles foram com ele e viram onde Jesus estava morando. Era aproximadamente quatro horas da
tarde, e os dois discípulos passaram o restante do dia com Jesus. André, o irmão de Simão Pedro, era
um desses dois discípulos que tinham ouvido o que João Batista dissera, e seguiu Jesus. A primeira
coisa que ele fez foi procurar seu irmão Simão, a quem disse: “Nós encontramos o Messias!” (que
significa “Cristo”). Ele levou Simão até Jesus. Olhando diretamente para Simão, Jesus disse: “Você é
Simão, filho de João. Mas, agora você será chamado de Cefas”, que significa “Pedro”. No dia seguinte,
Jesus decidiu ir para a Galileia. Lá, ele encontrou Filipe e lhe disse: “Siga-me!” Filipe era de Betsaida, a
mesma cidade de André e Pedro. Filipe encontrou Natanael e lhe disse: “Nós encontramos aquele a
respeito de quem Moisés escreveu na lei e sobre quem os profetas também falaram, Jesus de Nazaré,
o filho de José.” Natanael perguntou: “De Nazaré? E algo bom pode vir de lá?” Filipe respondeu:
“Apenas venha e veja!” Quando Jesus viu Natanael se aproximando, disse a respeito dele: “Vejam!
Aqui está um verdadeiro israelita! Não há falsidade nele.” Natanael perguntou: “Como você sabe quem
eu sou?” Jesus respondeu: “Eu o vi debaixo da figueira, antes de Filipe chamá-lo.” Natanael exclamou:
“Rabi, você é o Filho de Deus, o rei de Israel!” Jesus respondeu: “Você acredita nisso só porque eu
disse que eu o vi debaixo da figueira?” “Você verá muito mais do que isso!” Então, Jesus disse: “Eu
lhes digo que isto é verdade: vocês todos irão ver o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do Homem.”29
João 2:1-12.
Dois dias depois, houve uma festa de casamento em uma vila chamada Caná, na Galileia. A mãe de
Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para o casamento. O vinho
acabou. Então, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho para servir para os convidados.”
Ele respondeu: “Mulher, O que isso tem a ver comigo ou com você? Ainda não chegou a minha hora.” A
sua mãe disse aos empregados: “Façam tudo que ele lhes disser!” Ali perto havia seis potes de pedra,
28 Um dia após anunciar que alguém maior do que ele viria em seguida, João Batista viu Jesus se aproximar dele e
declarou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um
homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.” Pelo fato de Cristo ser primo de João Batista, não há
dúvida de que ele o encontrou em outras ocasiões, no entanto não pode haver dúvidas de que ele ainda não sabia até
aquele momento que Jesus era o Messias. O pronunciamento de que Jesus era o Cordeiro de Deus foi uma predição de
que este seria seu futuro ministério. João afirmou que uma das principais razões de seu chamado era revelar o Cristo a
Israel. João foi informado de que, quando encontrasse o Messias, veria uma imagem em forma corpórea de uma
pomba, procedente do Céu, que pousaria sobre o Cristo. Os registros dos evangelhos comparados proporcionam uma
demonstração excepcionalmente clara da doutrina da Trindade.
29 Nessa passagem do chamado de Natanael, São João registra em primeiro lugar que Jesus é onipresente em sua
divindade, o que explica porque ele viu Natanael sob a figueira, e também que ele era onisciente ao saber as coisas
futuras.
usados pelos judeus para as purificações cerimoniais. Em cada um deles era possível colocar de
setenta e cinco a cento e treze litros de água. Jesus disse aos empregados: “Encham os potes com
água!” Então, eles encheram os potes até a boca. Depois, Jesus disse: “Tirem um pouco da água e
levem para o mestre de cerimônias.” Os empregados fizeram como Jesus ordenara. O mestre de
cerimônias não sabia de onde aquilo tinha vindo; apenas os empregados sabiam. Mas, quando ele
provou a água que tinha virado vinho, chamou o noivo e disse: “Todos servem o melhor vinho primeiro
e, depois de os convidados terem bebido bastante, eles servem o vinho comum. Mas você continua a
servir o melhor vinho até o fim da festa!” Esse foi o primeiro dos sinais milagrosos de Jesus, e foi
realizado em Caná, na região da Galileia. Aqui, ele revelou a sua glória, e os seus discípulos creram
nele.30 Depois disso, Jesus foi para Cafarnaum com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos, onde
ficaram por alguns dias.
30 No Evangelho de São João, os milagres de Jesus são chamados de sinais para mostrar que Ele era o Messias. Há sete
sinais no Evangelho de João que são descritos em sequência. (Jo. 4:46-54; 5:1-9; 6:1-14; 6:15-21; 9:1-7 e 11:38-44)
Os sinais eram para manifestar a glória de Cristo, ou seja, a Sua divindade. São João (Jo. 20:30, 31) explica o objetivo
do seu livro. Seu objetivo era convencer seus leitores de que Jesus é o Cristo, o Messias que cumpriu as promessas de
Deus feitas a Israel. Jesus é o Filho de Deus, o Deus em carne. É crendo nisso que recebemos a vida eterna. (Jo. 1:12)
PARTE 3
João 2:13-25
Como já estava próximo o dia da Páscoa dos judeus, Jesus foi para Jerusalém. No Templo, ele
encontrou pessoas vendendo bois, ovelhas e pombos, além de pessoas sentadas as suas mesas,
trocando dinheiro. Ele fez um chicote de cordas e expulsou todos eles do Templo, juntamente com as
ovelhas e os bois. Ele também espalhou as moedas dos que trocavam dinheiro e virou as suas mesas.
Jesus ordenou aos vendedores de pombas: “Tirem essas coisas daqui! Não transformem a casa do
meu Pai em um mercado!” Os seus discípulos se lembraram da passagem das Sagradas Escrituras
que diz: “O cuidado que tenho por sua casa é como uma chama queimando dentro de mim!” Os
anciãos do povo reagiram, perguntando a Jesus: “Que direito você tem de fazer isso? Faça um milagre
para nos provar a sua autoridade!” Jesus respondeu: “Destruam este Templo e em três dias eu o
reconstruirei!” Os anciãos do povo responderam: “Foram precisos quarenta e seis anos para construir
este Templo, e você o irá reconstruir em três dias?” Mas, o Templo ao qual Jesus se referia era o seu
próprio corpo. Depois de sua ressurreição, os seus discípulos se lembraram do que ele tinha dito e,
então, creram nas Sagradas Escrituras e nas próprias palavras de Jesus. 31 Como consequência dos
milagres que Jesus fez enquanto ainda estava em Jerusalém, durante a Páscoa, muitas pessoas
creram nele. Mas, Jesus não confiava nelas, pois ele conhecia muito bem as pessoas. Ele não
precisava de que ninguém lhe dissesse a respeito da natureza humana, porque ele sabia o que as
pessoas pensavam.32
João 3:1-21
Havia um fariseu chamado Nicodemos, membro do conselho superior judeu. Certa noite, ele foi ao
lugar em que Jesus estava e disse: “Rabi, nós sabemos que você é um mestre enviado por Deus, pois
ninguém pode fazer os milagres que você faz se Deus não estiver com ele.” Jesus respondeu: “Eu lhe
digo que isto é verdade: a não ser que tenha nascido de novo, você não poderá ver o Reino de Deus.” 33
Nicodemos perguntou: “Como pode um homem velho nascer de novo?” “Não é possível voltar para o
útero de sua mãe e nascer uma segunda vez.” Jesus lhe disse: “Eu lhe digo que isto é verdade: você
não pode entrar no Reino de Deus, a não ser que nasça da água e do Espírito. Quem nasce da carne é
carne, e quem nasce do Espírito é espírito Não fique surpreso por eu lhe dizer que todos vocês devem
nascer de novo. O vento sopra onde quer, você consegue ouvi-lo, mas não sabe de onde vem e nem
para onde vai. O mesmo acontece com todas as pessoas que nascem do Espírito.” Nicodemos
perguntou: “Como isso é possível?” Jesus respondeu: “Você é um importante mestre em Israel e, ainda
assim, não entende isso? Eu lhe digo que isto é verdade: nós falamos sobre o que sabemos e damos
31 A resposta de Jesus foi a predição de sua morte e ressurreição como o sinal que os anciãos pediram; eles, claro,
pensaram que Jesus falava sobre o templo reformado por Herodes, o Grande, nos últimos 46 anos. São João explicou
que o santuário do qual Jesus falava era o seu corpo. Naquele momento, os discípulos não entenderam o que Cristo a
firmava, mas São João registrou que quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, os discípulos lembraram do que
ele disse e creram na Escritura e na palavra de Jesus. É importante notar que as escrituras sempre nos informarão
quando os discípulos não compreenderam as palavras de Jesus; isso significa que não podemos atribuir erro, confusão
ou incompreensão por parte dos discípulos de Jesus sem que a escritura nos forneça tal afirmação!
32 Matthew Henrry observa: “Nosso Senhor conhecia todos os homens, sua natureza, disposições, afeições, desígnios, de
modo que não conhecemos nenhum homem, nem mesmo a nós mesmos. Ele conhece seus inimigos astutos e todos os
seus projetos secretos; seus falsos amigos e seus verdadeiros personagens. Ele sabe quem é verdadeiramente dele,
conhece sua retidão e conhece suas fraquezas, ele prova o coração.
33 Deve ser observado que ver o Reino de Deus é o equivalente a entrar no Reino de Deus.
provas em relação ao que vimos, mas vocês se recusam a aceitar o nosso testemunho. Se vocês não
creem no que eu digo quando eu falo sobre as coisas deste mundo, como poderiam acreditar no que eu
falo se eu contasse a vocês sobre as coisas do céu?” 34 Ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá
desceu, a saber, o Filho do Homem, que está no céu. 35 Exatamente como Moisés levantou a serpente
no deserto, assim o Filho do Homem deve ser levantado, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao
mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele
não é condenado; mas quem não crê já está condenado, pois eles não acreditam no nome do unigênito
Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas
do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem
para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz,
para que as suas obras, que são realizadas de acordo com a vontade de Deus, sejam reveladas.
João 3:22-36
Depois disso, Jesus e seus discípulos foram para a Judeia e passaram algum tempo lá batizando as
pessoas. João também estava batizando em Enom, perto de Salim, porque lá havia muita água e as
pessoas continuavam a chegar para serem batizadas. (Isso foi antes de João Batista ser preso.) Surgiu
uma discussão entre os discípulos de João e os judeus em relação à purificação cerimonial. Eles foram
até João e lhe disseram: “Rabi, o homem com quem você estava no outro lado do rio Jordão, para
quem deu o seu apoio, agora está batizando e todos estão indo até ele!” João respondeu: “Uma pessoa
só recebe o que é dado pelo céu. Vocês mesmos são testemunhas de que eu disse: ‘Eu não sou o
Messias. Eu fui enviado para preparar o caminho dele.’ Em um casamento, a noiva pertence ao noivo.
O padrinho espera, escutando o que o noivo tem a falar e fica muito feliz ao ouvir a voz do noivo. A
minha felicidade está agora igualmente completa. É necessário que ele cresça e que eu diminua.”
Aquele que vem de cima é mais importante do que todos. Quem vem da terra pertence à terra e fala
sobre as coisas terrenas. Quem vem do céu é mais importante do que todos. Ele dá provas em relação
ao que viu e ouviu, mas ninguém aceita o que ele diz. Entretanto, aquele que aceita o que ele fala
confirma que Deus é verdadeiro. Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus
lhe dá o Espírito sem limitações. O Pai ama o Filho e colocou tudo em suas mãos. Quem crê no Filho
tem a vida eterna. Porém, quem se recusar a crer no Filho não terá a vida eterna, mas sofrerá o castigo
de Deus.36
§ 24. Jesus parte para a Galileia após a prisão de João. (27 d.C.)
Lucas 3:19, 20
Quando João reprovou a atitude de Herodes, o governador, de se casar com Herodias, a sua cunhada,
e de todas as coisas más que ele tinha feito, Herodes acrescentou a sua lista de crimes a prisão de
João.
Herodes tinha detido João, amarrado as suas Pois tinha sido Herodes quem dera ordens para
mãos e o colocado na prisão a pedido de prender João, por causa de Herodias, a esposa do
Herodias, esposa de Filipe, seu irmão. Pois João seu irmão, Filipe, com quem Herodes havia se
34 Minha opinião é que as palavras de Jesus terminam no versículo 12. A seção que consiste nos versículos 13-21 parece
fazer parte da pregação do autor (São João) porque não contém o pronome de primeira pessoa 'eu', as palavras 'em
verdade, em verdade vos digo' ou as palavras 'eu sou' que são características das próprias palavras de Jesus.
35 Este é o comentário de São João escrito depois que Jesus subiu ao céu após sua ressurreição.
36 A seção que consiste nos versículos 31-36 parece fazer parte da pregação do autor. Ao sintetizar este importante
capítulo, o apóstolo João declara que quem crê em Jesus como o Filho recebe individualmente a vida eterna, ao passo
que aquele que rejeita a Cristo não apenas deixa de receber a vida, mas está sob a ira de Deus.
Batista lhe disse: “Pela lei, você não pode se casado. João tinha dito a Herodes: “É contra a lei
casar com ela.” Herodes queria matar João, mas você se casar com a esposa do seu irmão.” Então,
tinha medo da reação das pessoas, pois eles Herodias tinha raiva de João e queria que ele
consideravam João um profeta. [Então, Herodias morresse.
tinha raiva de João e queria que ele morresse.
Mas, ela não era capaz de conseguir isso, pois Mas, ela não era capaz de conseguir isso, pois
Herodes sabia que João Batista era um homem Herodes sabia que João Batista era um homem
santo, que fazia o que era certo. Herodes santo, que fazia o que era certo. Herodes protegeu
protegeu João e, embora o que João tinha lhe João e, embora o que João tinha lhe dito o tivesse
dito o tivesse deixado muito incomodado, ele deixado muito incomodado, ele ainda ficava feliz
ainda ficava feliz em ouvir o que João tinha a em ouvir o que João tinha a dizer.
dizer.]
§ 25. O discurso de Nosso Senhor com a mulher samaritana. Muitos dos samaritanos acreditam nele.
João 4:4-42.
No caminho, passou pela região da Samaria. Assim, chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar,
próxima às terras que Jacó tinha dado para o seu filho José. O poço de Jacó estava lá, e Jesus, que já
estava cansado da viagem, sentou-se perto do poço. Isso aconteceu por volta do meio-dia. Uma mulher
samaritana veio buscar água. Jesus lhe disse: “Por favor, você poderia me dar um pouco de água?”,
pois os seus discípulos tinham ido à cidade para comprar comida. A mulher respondeu: “Você é judeu e
eu sou uma mulher samaritana. Então, como me pede água?”, pois os judeus não se relacionavam com
os samaritanos. Jesus lhe respondeu: “Se você ao menos reconhecesse o que Deus dá e quem está
pedindo água, você lhe pediria, e ele lhe daria a água da vida.” Ela perguntou: “Mas o senhor não tem
um balde para tirar a água e o poço é fundo. Como o senhor vai tirar essa água da vida?” “O nosso pai
Jacó nos deu o poço. Ele próprio bebeu de sua água, assim como os seus filhos e o seu rebanho. Você
é mais importante do que ele?” Jesus respondeu: “Quem beber da água deste poço terá sede
novamente. Mas, aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais sentirá sede. A água que eu lhe
der se tornará nele uma fonte de água e trará a vida eterna a essa pessoa.” A mulher respondeu:
“Senhor, por favor, dê essa água para mim, para que eu não tenha mais sede e não precise mais ter
que vir até aqui buscar água!” Jesus lhe disse: “Vá, chame o seu marido e voltem aqui!” A mulher
respondeu: “Eu não tenho marido.” Jesus lhe disse: “Você está certa ao dizer que não tem marido.
Você já teve cinco maridos. E aquele que mora com você agora não é, de fato, seu marido. Então, o
que você diz é verdade.” A mulher disse: “Senhor, posso ver que você é um profeta! Diga-me: nossos
ancestrais adoravam a Deus aqui neste monte, mas vocês dizem que Jerusalém é o lugar onde nós
devemos adorar a Deus.” Jesus respondeu: “Mulher, acredite no que eu digo: está chegando a hora 37
37 A fórmula "está chegando a hora" sempre indica que o evento referido não está muito distante.
em que você não irá adorar o Pai nem aqui neste monte e nem em Jerusalém. Vocês, samaritanos,
realmente não conhecem o Deus que adoram. Enquanto nós adoramos o Deus que conhecemos,
porque a salvação vem dos judeus. Mas, está chegando a hora, e de fato já chegou, 38 em que os
verdadeiros adoradores irão adorar o Pai em espírito e em verdade, pois são esses que o Pai quer que
o adorem. Deus é Espírito; por isso os adoradores devem adorá-lo em espírito e em verdade.” A mulher
disse: “Bem, eu sei que o Messias (chamado Cristo) está chegando. Quando ele vier, explicará tudo
isso para nós.” Jesus respondeu: “EU SOU – eu que estou falando com você.” Exatamente, neste
momento, os discípulos voltaram da cidade. Eles ficaram surpresos por Jesus estar conversando com
uma mulher, mas nenhum deles perguntou: “O que você está fazendo?”, ou: “Por que você está
conversando com ela?” A mulher deixou o seu pote com água para trás e voltou correndo para a
cidade, onde disse para as pessoas: “Venham ver um homem que me disse tudo o que eu tenho feito!
Será que ele é o Messias?” Então, as pessoas saíram da cidade para ir até onde Jesus estava. Nesse
meio tempo, os discípulos de Jesus insistiam com ele: “Rabi, por favor, coma alguma coisa!” Mas
Jesus respondeu: “Eu tenho algo para comer que vocês não conhecem.” Os discípulos se perguntaram:
“Será que alguém trouxe comida para ele?” Jesus lhes disse: “Meu alimento é fazer a vontade daquele
que me enviou e completar o seu trabalho. Vocês não costumam dizer que ‘daqui a quatro meses
teremos a colheita?’ Abram seus olhos e vejam em volta! As plantações nos campos estão maduras,
prontas para serem colhidas. Quem colhe está sendo pago e está colhendo, como resultado do seu
trabalho, a vida eterna. Dessa forma, tanto aquele que semeia quanto aquele que colhe poderão
comemorar juntos. Então, é verdadeiro o provérbio que diz: ‘Um semeia e o outro colhe.’ Eu mandei
vocês para colherem o que não plantaram. Outros trabalharam duro e vocês colhem os benefícios do
que eles fizeram.” Muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus por causa do que a mulher
lhes disse: “Ele me disse tudo o que tenho feito.” Assim, quando eles vieram vê-lo, imploraram para que
ele ficasse com eles. Jesus ficou lá por dois dias. E muitas outras pessoas acreditaram nele pelas
palavras que ele dizia. As pessoas disseram para a mulher: “Agora, a nossa fé nele não é apenas por
causa do que você nos disse, mas, também, pelo que nós mesmos ouvimos dele. Nós temos certeza
de que ele é o Cristo, o Salvador do mundo.”39
João 4:43-45
Depois dos dois dias, ele continuou sua viagem para a Galileia. Jesus havia comentado que um profeta
não é respeitado em sua própria terra. Mas, quando ele chegou na Galileia, as pessoas o receberam
muito bem. Elas também estiveram na comemoração da Páscoa em Jerusalém e tinham visto tudo o
que ele havia feito por lá.
38 A fórmula "está chegando a hora" sempre indica que o evento referido não está muito distante. Na verdade, ele não
define o tempo, mas o coloca dentro de um período comparativamente breve. Encontramos essas duas expressões. "a
hora está chegando" e "a hora está chegando, e agora está", usada por nosso Senhor em sua conversa com os judeus
(João 5:24, 29), e seu uso aqui pode nos ajudar a estabelecer sua força na passagem que temos diante de nós. Quando
nosso Senhor diz: "vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade", ele sugere que o tempo já estava presente, pois ele não havia começado a coletar a adoração daquela igreja
espiritual dos verdadeiros adoradores dos quais ele falou? Quando, porém, Ele diz: "Mulher, acredite em mim, chega
a hora em que você não deve adorar o Pai nesta montanha, nem ainda em Jerusalém", Ele fala de um tempo que,
embora não distante, ainda não havia chegado. Ele previu o período em que falou, quando o culto ao templo cessaria -
quando o monte Sião fosse "arado como um campo", e o monte Gerizirn também ficaria desolado com o dilúvio da ira
que viria. Mas a revogação do local e do material foi necessária para a inauguração do universal e do espiritual; e,
portanto, o templo com seu ritual deveria ser varrido para dar lugar ao culto mais nobre "em espírito e em verdade".
Certamente, não se pode provar absolutamente que a frase "a hora está chegando" se refira exatamente ao mesmo
ponto do tempo nesses dois casos, embora a presunção seja forte.
39 O evangelho de São João, que tem como objetivo levar as pessoas à fé em Cristo, para receber a vida eterna,
acrescenta que a mulher samaritana era uma possível candidata à salvação junto com Nicodemos, um judeu, homem
da lei. Jamieson-Fausset-Brown observa: “Dois dias preciosos, certamente, para o próprio Redentor! Sem ser
procurado, Ele veio para os Seus, mas os Seus não O receberam: agora aqueles que não eram Seus vieram a Ele,
foram ganhos por Ele e O convidaram para sua cidade para que outros pudessem compartilhar com eles o benefício de
Seu ministério maravilhoso. Aqui, então, Ele consolaria Seu espírito já ferido e teria neste vilarejo externo o triunfo de
Sua graça, uma sublime amostra da entrada de todo o mundo gentio na Igreja.”
Mateus 4:17 Marcos 1:14(b), 15
A partir daquele momento, Jesus começou a pregando o evangelho do reino de Deus. Jesus
pregar [o evangelho do reino de Deus], dizendo: dizia: “O tempo anunciado chegou! O Reino de
“O tempo anunciado chegou! Arrependam-se [e Deus está próximo! Arrependam-se e creiam no
creiam no evangelho], pois o Reino do Céu está evangelho!”
próximo!”40
Lucas 4:14(b), 15
E as notícias sobre Jesus se espalharam por todos os lugares. Jesus ensinou nas sinagogas, e todos o
elogiavam.
§ 27. Jesus novamente em Caná, a cura do filho de um nobre em Cafarnaum. - CANÁ DA GALILEIA.
João 4:46-54
Jesus visitou novamente Caná, na Galileia, onde ele tinha transformado água em vinho na festa de
casamento. E, próximo da cidade de Cafarnaum, vivia um funcionário do rei, cujo filho estava muito
doente. Quando ele ouviu que Jesus tinha voltado da Judeia para a Galileia, foi encontrá-lo. O homem
implorou para que Jesus o acompanhasse até sua casa e curasse seu filho, que já estava quase
morrendo. Jesus disse: “Vocês só têm fé quando veem os sinais e os milagres.” O funcionário do rei
implorou: “Senhor, por favor, apenas venha comigo antes que o meu filho morra!” Jesus lhe disse: “Vá
para casa! O seu filho irá viver.” O homem confiou no que Jesus disse e foi embora. Enquanto ele
estava no caminho de casa, os seus empregados o encontraram e lhe disseram que o seu filho estava
vivo e se recuperando. Ele, então, perguntou a que horas o seu filho tinha começado a melhorar. Os
empregados disseram: “Ontem, à uma hora da tarde, a febre passou.” O homem percebeu que foi
exatamente nesse horário que Jesus lhe dissera: “O seu filho irá viver!” A partir daí, ele e todos em sua
casa tiveram fé em Jesus. Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, após voltar da Judeia para a
Galileia.41
§ 28. Jesus em Nazaré; ele é rejeitado; e fixa sua morada em Cafarnaum. (27 d.C.)
DE NAZARÉ PARA CAFARNAUM.
Lucas 4:16-30
Ele chegou em Nazaré, onde havia crescido. No sábado, foi para a sinagoga, como de costume. Lá,
eles deram o livro do profeta Isaías para que ele lesse. Jesus abriu o livro e encontrou o lugar em que
está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me escolheu para anunciar as boas novas
aos necessitados. Ele me enviou para anunciar que os prisioneiros serão soltos, que os cegos verão,
que os oprimidos serão libertados e para declarar o momento em que o Senhor nos salvará.” Ele fechou
o livro e o devolveu ao ajudante da sinagoga. Depois, ele se sentou. Todas as pessoas que estavam na
sinagoga olhavam fixamente para Jesus. Ele lhes disse: “Este trecho das Sagradas Escrituras, que
vocês acabaram de ouvir, se cumpriu hoje!” Todos que estavam lá o elogiavam. Eles estavam
maravilhados com a sua forma agradável de falar. As pessoas pensaram: “Ele não é o filho de José?”
Jesus respondeu: “Eu tenho certeza de que vocês repetirão esse provérbio para mim: ‘Médico, cure a
si mesmo!’ E irão perguntar: ‘Por que você não faz aqui, em sua própria cidade, o que ouvimos que
você fez em Cafarnaum?’ Eu lhes digo que isto é verdade: nenhum profeta é bem recebido em sua
própria cidade. Eu garanto que havia muitas viúvas em Israel durante a época de Elias, quando houve
uma grande seca durante três anos e meio, causando muita fome em todo o país. Ainda assim, Deus
40 Depois de sua chegada à Galileia, Jesus começou a pregar que a vinda do reino de Deus, ou o Reino do Céu, estava
próxima. Este aspecto central de seu ministério profético persistiu durante os três anos de sua pregação pública. O
ensino geral do nosso Senhor era que a vinda do reino estava relacionada escatologicamente ao julgamento vindouro e
à sua segunda vinda (a Parousia) e o sinal exterior e visível pelo qual se distingue é a destruição de Jerusalém.
41 São João registrou como a criança, mediante a palavra de Cristo, foi curada na mesma hora e levou todos os
moradores daquela casa a crer em Jesus.
não enviou Elias para qualquer uma dessas viúvas. Ele se encaminhou apenas para uma viúva em
Sarepta, na região de Sidom. Mesmo havendo muitos leprosos em Israel no tempo de Eliseu, o único
que ele curou foi Naamã, o sírio.” Quando eles ouviram isso, todos que estavam na sinagoga ficaram
furiosos. Eles se levantaram e o expulsaram da cidade. Depois, eles o levaram para o alto da colina em
que a cidade estava construída, para jogá-lo do penhasco. Mas, ele passou entre eles e foi embora.
Ele saiu de Nazaré e foi morar em Cafarnaum, Jesus foi para Cafarnaum, uma cidade na região
[uma cidade na região da Galileia,] às margens da Galileia.
do mar, na região de Zebulom e Naftali. Assim se
cumpriu o que o profeta Isaías disse: “Na terra de
Zebulom e na terra de Naftali, na estrada que leva
para o mar, do outro lado do rio Jordão, na
Galileia, onde os gentios vivem: O povo que vivia
na escuridão viu uma forte luz. A luz do
amanhecer brilhou sobre aqueles que viviam na
terra sombria da morte.”
42 Pode ser observado que o Mar (ou Lago) da Galileia, de Genesaré e de Tiberíades são três nomes para o mesmo lugar.
suas redes para pescar!” Simão
respondeu: “Senhor, nós
trabalhamos duro durante toda a
noite e não conseguimos pescar
nada. Mas, se você diz para que
eu faça assim, então, jogarei as
redes.” Ao fazer o que Jesus
tinha lhe dito, um grande
cardume de peixes encheu as
redes, e elas ficaram tão cheias
que quase arrebentaram. Eles
acenaram para os seus
companheiros, que estavam no
outro barco, para que eles os
ajudassem. Os outros vieram e,
juntos, eles encheram os dois
barcos com peixes. Os barcos
estavam tão cheios, que estavam
a ponto de afundar. Quando
Simão Pedro viu o que estava
acontecendo, ele se ajoelhou
diante de Jesus e disse: “Por
favor, Senhor, afaste-se de mim,
pois eu sou um pecador!” Tanto
Simão quanto os seus
companheiros ficaram
completamente espantados com
a quantidade de peixes que eles
tinham apanhado. Tiago e João,
filhos de Zebedeu, companheiros
de Simão, também ficaram
admirados. [Jesus lhes disse: Jesus lhes disse: “Venham e me Jesus lhes disse: “Venham e
“Venham e me sigam e eu os sigam e eu os ensinarei a pescar sigam-me e eu lhes ensinarei a
ensinarei a pescar pessoas.”] pessoas.” Jesus os chamou para pescar pessoas!”
Jesus [os chamou para segui-lo segui-lo.
e] disse a Simão: “Não tenha
medo! De agora em diante, você
irá pescar pessoas.” Então, eles
puxaram os barcos para a praia, Eles [Simão e André] Eles [Simão e André]
[Simão e André imediatamente imediatamente largaram suas imediatamente largaram as
largaram suas redes, redes e o seguiram. redes e o seguiram.
Tiago e João deixaram o seu pai Imediatamente, Jesus chamou
Zebedeu no barco, com os Eles [Tiago e João] [Tiago e João] para segui-lo, e
empregados contratados,] imediatamente deixaram o barco eles deixaram o seu pai Zebedeu
deixaram tudo lá e seguiram e seu pai e o seguiram. no barco, com os empregados
Jesus.43 contratados, e seguiram Jesus.
Eles partiram para Cafarnaum e, no sábado, No sábado, ele começou a ensinar o povo de lá.
Jesus entrou na sinagoga e ensinou ali. As Eles estavam impressionados com o que ele lhes
43 Os irmãos pescadores Pedro e André já haviam conhecido Jesus e o aceitaram como o Messias. (cf. João 1:35-42)
Assim também, ao que parece, outro par de irmãos pescadores, Tiago e João. Jesus agora pediu aos quatro homens
que dessem mais um passo para se tornar seus seguidores na tarefa de trazer pessoas para o reino de Deus.
pessoas ficaram maravilhadas com a sua forma ensinava, pois falava com autoridade.
de ensinar, pois ele falava com autoridade,
diferente dos escribas. De repente, ali mesmo na
sinagoga, um homem possuído por um espírito Na sinagoga, havia um homem que estava
mau começou a gritar: “Jesus de Nazaré, por que possuído pelo demônio. Ele gritou: “Então, Jesus
você está nos incomodando? Você veio para nos de Nazaré, o que você quer de nós? Você veio
destruir? Eu sei quem você é! Você é o Santo que para nos destruir? Eu sei quem é você: é o Santo
Deus enviou!” Jesus repreendeu o espírito mau, que Deus enviou!” Jesus o interrompeu, dizendo:
dizendo: “Fique quieto! [Então, ele ordenou ao “Fique quieto!” Então, ele ordenou ao demônio:
demônio:] Saia dele!” O espírito mau gritou, [e na “Saia deste homem!” Na frente de todos, o
frente de todos, jogou o homem no chão,] fez o demônio jogou o homem no chão e saiu dele sem
homem ter convulsões e saiu dele [sem lhe causar lhe causar ferimentos.
ferimentos]. Todos ficaram espantados com o que Todos ficaram admirados e perguntavam uns aos
aconteceu. Eles perguntavam uns aos outros: “O outros: “Que palavras são essas? Com poder e
que é isto? Este novo ensinamento tem tamanha autoridade, ele ordena que os espíritos saiam, e
autoridade? Mesmo os espíritos maus lhe eles obedecem!”
obedecem!” A notícia a respeito de Jesus se As notícias sobre Jesus se espalharam pelas
espalhou rapidamente por toda a região da cidades ao redor.
Galileia.
Então, eles saíram da sinagoga e Ao sair da sinagoga, Jesus foi Quando Jesus chegou à casa de
foram para a casa de Simão e de para a casa de Simão. A sogra Pedro, percebeu que a sogra
André, junto com Tiago e João. A de Simão estava doente, com dele estava na cama, com febre.
sogra de Simão estava deitada uma febre muito alta, e eles Ele tocou na mão dela e a febre
na cama, com febre [muito alta]. pediram que Jesus a ajudasse. passou. Ela se levantou e
Eles, então, falaram com Jesus a Jesus foi e ficou perto dela. Ele preparou uma refeição para
respeito dela [e pediram que ordenou que a febre passasse e, Jesus.
Jesus a ajudasse]. Ele se assim, aconteceu. Ela se
aproximou dela, segurou a sua levantou imediatamente e
mão [ordenou que a febre preparou uma refeição para eles.
passasse] e a ajudou a se
levantar. Ela imediatamente ficou
sem febre. Depois, ela preparou
a comida para eles. Após o pôr- Quando o sol se pôs, eles Quando a noite chegou, o povo
do-sol naquela tarde, as pessoas levaram a Jesus todos que levou até Jesus muitas pessoas
trouxeram os doentes e os estavam doentes, sofrendo de possuídas pelo demônio.
possuídos por demônios para várias doenças.
Jesus curar. Todas as pessoas
da cidade se reuniram fora da
casa de Simão. Ele [colocou as Ele colocou as suas mãos sobre Ele expulsou os espíritos maus
suas mãos sobre eles, um após eles, um após o outro, e todos com o seu comando e curou
o outro,] curou muitas pessoas foram curados. Vários demônios, todos aqueles que estavam
que tinham diversas doenças e expulsos das pessoas, gritavam: doentes.
expulsou muitos demônios [que “Você é o Cristo, o Filho de
gritavam: “Você é o Cristo, o Deus!”
Filho de Deus!” Mas, Jesus os Mas, Jesus os repreendia e se
repreendia]. Ele não permitia que recusava a deixar que eles
os demônios falassem, pois eles falassem, pois eles sabiam que
sabiam quem ele era. [Eles ele era o Messias.
sabiam que ele era o Messias. 44
[No dia seguinte] De manhã, bem cedo, enquanto Na manhã do dia seguinte, Jesus saiu para
o céu ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi encontrar um lugar tranquilo e silencioso. Mas, a
sozinho para um lugar calmo, para orar. Simão e multidão saiu a sua procura e, finalmente, o
os outros foram procurá-lo. Quando o encontrou.
encontraram, eles lhe disseram: “Todos estão
procurando você.” [E eles insistiam para que ele Eles insistiam para que ele não fosse embora. Ele
não fosse embora.] Jesus respondeu: “Nós lhes disse: “Eu também preciso ir a outras
precisamos ir para outras cidades próximas daqui, cidades, para anunciar o evangelho do Reino de
para que eu também possa anunciar o evangelho Deus. Foi para isso que eu fui enviado.”
do Reino de Deus lá.46 Afinal, foi para isso que eu
vim.”
Então, ele percorreu toda a Jesus viajou por toda a Galileia, Então, Jesus percorreu as
Galileia, pregando nas sinagogas ensinando nas sinagogas, sinagogas da Galileia,
deles [o evangelho do Reino, anunciando o evangelho do anunciando o evangelho do
curando todas as doenças e Reino, curando todas as Reino.
enfermidades das pessoas] e doenças e enfermidades das
expulsando os demônios.47 pessoas.
Mateus 4:24, 25
As notícias sobre ele se espalharam por toda a província da Síria. As pessoas levavam a Jesus todos
os doentes: epiléticos, pessoas possuídas por demônios, doentes mentais, paralíticos e ele curava a
todos. Grandes multidões, vindas da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e da região além
do rio Jordão, o seguiam.
45 Esta passagem é encontrada em Isaías 53:4 e contém certa dificuldade que surge pela maneira de São Mateus lidar
com as profecias messiânicas. Isaías declara plenamente a doutrina da expiação, ou que o Messias deveria sofrer pelo
pecado. A grande questão é como o que o profeta Isaías disse, Isaías 53:4 , foi cumprido por essas operações
milagrosas. A única questão é como São Mateus está interpretando que “ele curou as doenças do povo” respondeu à
expressão do profeta “ele carregou nossas dores e carregou nossas dores.” John Gill observa que: “é manifesto que, de
acordo com a mente dos judeus antigos, essa passagem pertence ao Messias e é corretamente aplicada a ele pelo
evangelista. Mas a dificuldade é como isso teve sua realização na cura de Cristo das doenças corporais dos homens;
visto que Isaías não fala de suas ações e milagres, mas de seus sofrimentos e morte; e não de levar as doenças do
corpo, como deveria parecer, mas das doenças da mente, dos pecados, como o apóstolo Pedro interpreta. (1 Pe. 2:24)
Para remover isso, observe-se que, embora o profeta pretenda principalmente apontar Cristo tomando sobre si e
levando os pecados de seu povo, a fim de satisfazê-los e salvá-los deles; ainda assim, da mesma forma, inclui seu
comportamento, por meio de compaixão, e removendo por seu poder, as doenças corporais dos homens, que surgem
do pecado; e que não era apenas um emblema de seu comportamento e remoção do pecado, mas uma prova de seu
poder e capacidade de fazê-lo: pois, como ele podia fazer um, era claro que ele poderia fazer o outro.”
46 Isto é: “O tempo anunciado chegou! Arrependam-se e creiam no evangelho, pois o Reino do Céu está próximo!”
47 Certamente, os milagres extraordinários, as curas e as expulsões de demônios eram pequenas amostras dos “poderes
da era vindoura” (Hb. 6:5) que já poderiam ser experimentados pelos homens daquela geração. Basta, neste estágio,
observar o fato de que a vinda do Reino de Deus, como um evento que não era distante, mas estava tão próximo que
se poderia dizer adequadamente: "o Reino chegou para vocês, virá em sua geração”, ou como em outro lugar, “alguns
que aqui estão não passarão pela morte até que vejam o Filho do Homem vir no seu Reino”. (Mt. 16:28)
§ 33. A cura de um leproso. - GALILEIA.
Certa vez, Jesus visitava uma Um leproso veio até ele, pedindo Um leproso aproximou-se dele e,
das cidades, quando ele ajuda. O homem se ajoelhou ajoelhando-se, disse: “Senhor,
encontrou um homem que tinha diante de Jesus, dizendo: “Por se for da sua vontade, por favor,
um caso muito grave de lepra. O favor, se você quiser, você pode cure-me!”
homem se ajoelhou diante de me curar!”
Jesus, colocando o seu rosto no
chão e implorou: “Por favor, se o
senhor quiser, pode me
purificar!” [Com pena] Jesus [se Com pena, Jesus se aproximou,
aproximou] estendeu a sua mão tocou nele Jesus estendeu a mão e o tocou.
e tocou no homem e disse: “Sim, e disse: “Sim, eu quero! Você “Sim, eu quero!”, ele disse.
eu quero!” “Você está está curado!” “Você está curado!”
purificado!” Imediatamente a A lepra o deixou imediatamente, Imediatamente, ele foi curado da
lepra desapareceu [e ele ficou e ele ficou curado. lepra.
curado]. Jesus disse ao homem Jesus o avisou antes de mandá-
[antes de mandá-lo embora]: lo embora: “Cuidado para não
“Cuidado, Não diga nada a contar sobre isso a ninguém. Vá Jesus lhe disse: “Não fale isso
ninguém. Vá e peça ao sacerdote e peça ao sacerdote que o para ninguém. Vá, apresente-se
que o examine. Depois faça os examine. E ofereça o sacrifício ao sacerdote e ofereça o
sacrifícios cerimoniais como que Moisés exigiu por essa sacrifício que Moisés exigiu
exigido pela lei de Moisés, para purificação, para que as pessoas como uma prova pública.”
provar que você foi curado.” 48 No tenham uma prova.” Mas, o
entanto, [o leproso curado foi e leproso curado foi e disse a
disse a todos o que tinha todos o que tinha acontecido.
acontecido e] as notícias sobre
Jesus se espalhavam cada vez
mais. [Com isso, Jesus não Com isso, Jesus não podia mais
podia mais ir publicamente às ir publicamente às cidades. Ele
cidades. Ele precisou ficar em precisou ficar em lugares mais
lugares mais afastados.] afastados. E pessoas de todas
Grandes multidões se as partes vinham procurá-lo.
aglomeravam para ouvir Jesus e
serem curadas de suas doenças.
Mas, muitas vezes, Jesus
costumava procurar lugares
calmos para orar.
48 Encontramos esse desejo de Jesus de verificar a publicidade depois de ter realizado uma de suas grandes obras,
especialmente na parte inicial de seu ministério. Crisóstomo atribui isso à consideração do Mestre por aquele que
havia sido curado, desejando que sua gratidão a Deus pela misericórdia concedida a ele não fosse desperdiçada em
palavras, em conversa fiada com pessoas curiosas. É, no entanto, mais provável que o Mestre desejasse conter, em vez
de atiçar a onda de popularidade que tais obras poderosas certamente excitariam entre o povo. O que ele resolveu
verificar foi um desejo falso e equivocado do povo de torná-lo rei.
Galileia, Judeia e de Jerusalém
sentados próximos a ele. O
poder do Senhor estava com
Jesus; assim ele conseguia curar
os doentes. [A notícia de que ele e a notícia de que ele estava em
estava em casa se espalhou. casa se espalhou. Tantas
Tantas pessoas se juntaram, pessoas se juntaram, que a casa
que a casa ficou lotada, não ficou lotada, não havendo
havendo espaço nem do lado de espaço nem do lado de fora
fora perto da porta. Enquanto perto da porta. Enquanto Jesus
Jesus lhes anunciava a lhes anunciava a mensagem,
mensagem,] Alguns homens quatro homens trouxeram um E eis que as pessoas levaram
chegaram, carregando um paralítico. até ele um paralítico que estava
paralítico em uma esteira. Eles em uma esteira.
estavam tentando levar o doente
para colocá-lo diante de Jesus, No entanto, eles não conseguiam
mas não conseguiam abrir chegar perto de Jesus, por causa
caminho entre a multidão. Então, da multidão.
os homens subiram no telhado e Então, eles subiram no telhado.
fizeram uma abertura entre as Após terem feito um buraco
telhas. Depois, eles desceram o exatamente acima de onde
paralítico, deitado na esteira, no Jesus estava, eles desceram o
meio da multidão em frente a paralítico, deitado em uma
Jesus. Quando Jesus viu a fé esteira. Quando Jesus viu a fé Quando Jesus viu como eles
que eles tinham nele, disse ao que esses homens tinham, disse confiavam nele, disse para o
paralítico: “Filho, alegre-se! Os ao paralítico: “Filho, os seus paralítico: “Filho, alegre-se! Os
seus pecados estão perdoados!” pecados estão perdoados.” seus pecados estão perdoados.”
Os escribas e os fariseus Alguns dos escribas que Naquele momento, alguns dos
começaram a pensar: “Quem é estavam sentados ali pensaram: escribas disseram uns para os
esse homem que blasfema “Por que ele está falando assim? outros: “Ele está dizendo
contra Deus? Quem pode Ele está insultando a Deus! blasfêmias!”
perdoar pecados? Apenas Deus Quem pode perdoar pecados?
pode fazer isso!” Jesus sabia o Apenas Deus pode fazer isso!”
que eles estavam pensando. Jesus sabia exatamente o que Mas Jesus sabia o que eles
Então, ele lhes perguntou: “Por eles estavam pensando. Ele lhes pensavam. Ele perguntou: “Por
que vocês estão pensando disse: “Por que vocês estão que vocês abrigam esses maus
assim? O que é mais fácil? Dizer: pensando dessa maneira? O que pensamentos em sua mente? O
‘Os seus pecados estão é mais fácil? Dizer a um que é mais fácil dizer: ‘Os seus
perdoados’ ou: ‘Levante-se e paralítico: ‘Seus pecados estão pecados estão perdoados’ ou
ande’? Contudo, irei mostrar a perdoados,’ ou: ‘Levante-se, ‘Levante-se e ande’? Mas para
vocês que o Filho do Homem tem pegue a sua esteira e ande’? convencê-los de que eu, o Filho
sobre a terra autoridade para Mas, para mostrar a vocês que o do Homem, tenho autoridade
perdoar pecados.” Então, ele Filho do Homem tem o direito de para perdoar pecados, digo ao
disse ao paralítico: “Eu lhe digo: perdoar pecados”, disse ao paralítico: levante-se, pegue a
Levante-se!, pegue a sua esteira paralítico: ‘Levante-se, pegue a sua esteira e vá para casa!” O
e vá para casa.” Imediatamente, sua esteira e vá para casa.’” Ele homem se levantou e foi para
o homem ficou em pé na frente ficou em pé, pegou a sua esteira casa.
de todos. Ele pegou a esteira em e caminhou na frente de todos
que estava deitado e foi para que estavam lá.
casa, louvando a Deus, enquanto
seguia o seu caminho.49 Todos Eles ficaram impressionados A multidão ficou maravilhada ao
49 Lucas nos informa que Jesus não realizou milagres devido à Sua natureza divina. Ele deixou esses poderes de lado na
Encarnação. Em vez disso, Ele fez Seus milagres no poder do Espírito de Deus que estava Nele como um profeta.
Esta afirmação só faz sentido se considerarmos a cura como a soberana prerrogativa de Deus Pai, que ora dispensa
seu poder de curar, ora o nega. Encontrando dificuldade de entrar na casa quatro homens subiram no telhado e
desceram por entre as telhas. As casas geralmente era uma pequena estrutura de um cômodo com telhado plano. O
os que estavam lá ficaram ver o que havia acontecido.
completamente espantados com
o que havia acontecido e, com
grande admiração, louvaram a e louvaram a Deus, Então, eles louvaram a Deus por
Deus [por ter dado aos homem ter dado aos homem esse poder.
esse poder], dizendo: “O que
vimos acontecer hoje foi
extraordinário! [Jamais vimos dizendo: “Nós jamais vimos algo
algo assim!]”50 assim!”
Jesus mais uma vez saiu e foi Depois, conforme Jesus estava Ao sair dali, Jesus viu um
para perto do mar da Galileia, indo embora da cidade, ele viu homem chamado Mateus,
onde ensinava para as multidões um cobrador de impostos, sentado no lugar em que cobrava
que vinham até ele. Conforme chamado Levi, sentado no lugar impostos.
caminhava, ele viu Levi, filho de em que cobrava os impostos.
Alfeu, sentado no lugar em que
cobrava impostos.51 Jesus lhe
disse: “Siga-me!” Levi se Jesus lhe disse: “Siga-me!” Levi Jesus lhe disse: “Siga-me!” Ele
levantou, [deixou tudo para trás] se levantou, deixou tudo para se levantou e seguiu Jesus.
e seguiu Jesus. trás e seguiu Jesus.
acesso ao telhado era feito por meio de uma escada. O telhado em si era geralmente feito de vigas de madeira com
palha e terra compactada para proteger da chuva. Eles não devem ter se preocupado com os danos que estavam
causando à casa e com a chuva de sujeira que jogaram sobre todos lá embaixo. Neste incidente, o milagre é
secundário e a questão da autoridade de Jesus é primária. Jesus afirmou ser Deus ao perdoar os pecados do homem.
50 Isto é, referindo-se tanto aos milagres realizados quanto ao perdão dos pecados pronunciado por lábios humanos. É
muito provável que esta "multidão", que assistia ao ministério de Cristo e o seguia de um lugar para outro, e tinha
uma opinião elevada dele, como um grande e bom homem; ainda não acreditavam nele como o Messias e não
soubessem que ele era o Filho de Deus.
51 Mateus, ou Levi, era filho de Alfeu, ou Cleofas (Cleofas, Cleofás, Cleopas, Clopas). Hegésipo registra que Cleofas era
irmão de José; ele se casou com Maria a irmã da mãe de nosso Senhor. Não é improvável que ele fosse o meio irmão
de Tiago o menor, Judas Tadeu, Simão o zelote e José que eram os primos maternos de Jesus. (cf. Mt. 13:55)
PARTE 4
João 5:1-47
Depois disso, Jesus foi para Jerusalém, por causa de uma festa dos judeus. Próximo ao Portão das
Ovelhas, em Jerusalém, há um tanque com cinco entradas ao seu redor. Em hebraico, esse tanque é
chamado de Betesda.52 Haviam muitas pessoas doentes estavam deitadas nessas entradas. Eram
cegos, mancos, paralíticos, entre outros. Lá, eles aguardavam, esperando que a água se movesse,
pois, de vez em quando, um anjo do Senhor descia até o tanque e agitava a água. Quem primeiro
entrasse na água, depois que ela fosse agitada, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Havia
um homem que também estava lá, doente há trinta e oito anos. Jesus olhou para ele, já sabendo que o
homem estava deitado lá por muito tempo e lhe perguntou: “Você quer ser curado?” O homem
respondeu: “Senhor, não há ninguém que possa me ajudar a entrar na água quando ela é agitada.
Quando eu tento entrar na água, sempre há alguém que passa na minha frente e entra primeiro.” Jesus
lhe disse: “Fique em pé, pegue sua esteira e comece a andar!” Imediatamente, o homem foi curado. Ele
pegou sua esteira e caminhou. Foi em um sábado que isso aconteceu. Então, os judeus disseram ao
homem que havia sido curado: “Hoje é sábado! É contra a lei carregar sua esteira neste dia.” Ele
respondeu aos judeus: “O homem que me curou disse para que eu pegasse a minha esteira e
começasse a andar.” Os judeus perguntaram: “Quem lhe disse para pegar sua esteira e andar?”
Porém, ele não tinha ideia de quem era, pois Jesus havia desaparecido no meio da multidão. Mais
tarde, Jesus encontrou, no Templo, o homem que havia curado e lhe disse: “Veja! Agora você está
curado. Então, Não peque mais, para que não lhe aconteça coisa pior.” O homem foi dizer aos judeus
que fora Jesus quem o havia curado. Os judeus, então, começaram a perseguir Jesus porque ele
estava curando aos sábados. Mas, Jesus lhes disse: “Meu Pai ainda está trabalhando, e eu também.”
Essa foi a justificativa para os judeus quererem ainda mais matá-lo, porque, além de não obedecer a lei
do sábado, também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus. Jesus
explicou aos judeus: “Eu lhes digo que isto é verdade: o Filho não pode fazer nada por si mesmo. Ele só
faz o que vê o Pai fazer. Tudo o que o Pai fizer, o Filho faz também. Pois o Pai ama o Filho e mostra
para ele tudo o que faz. E o Pai irá mostrar a ele coisas até mais incríveis do que essas e que farão com
que vocês fiquem completamente fascinados. Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os
vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer. O Pai não julga ninguém. Ele deu ao Filho toda
52 Muitos comentários observam que São João estava em Jerusalém quando estava escrevendo este evangelho, e que
evidentemente foi escrito antes de 70 dC, uma vez que menciona o tanque de Betesda ainda estava lá no momento em
que escrevia. Assim, a declaração aqui em João 5:2 indica claramente que João estava escrevendo antes que o tanque
de Betesda estivesse coberto de escombros em 70 dC. Alex DeAngelo resumiu esse argumento para a data pré-70 do
evangelho de João muito bem: “Há um problema com a data tardia do Evangelho (ou seja, pós-70 dC). Em João 5:2,
ele escreve: ‘Ora, há em Jerusalém, perto da porta das ovelhas, um tanque, que em aramaico se chama Betesda e que é
cercado por cinco colunatas cobertas.’ Observe essa frase, em dois lugares (quando ele especifica que está em
Jerusalém e quando a descreve), ele usa o tempo presente. Isso não diz que Jerusalém ainda estava de pé quando ele
escreveu isso, o que significa que foi escrito antes de 70 dC. Minha Bíblia de estudo diz que João às vezes usava o
tempo presente para descrever eventos passados. Mas em 5:3, João escreve: “Aqui jazia grande número de inválidos,
cegos, coxos e paralíticos”. Esta frase está no passado. Assim, João, de um versículo para o outro, vai do presente ao
passado. Mas quando o leio, parece que João está descrevendo algo que ainda está de pé no momento em que escrevo,
mas que Jesus havia encontrado no passado. Na verdade, João 5:1-15, com exceção da descrição do tanque próximo à
Porta das Ovelhas no versículo 2, está todo no passado, implicando que a Porta das Ovelhas, e portanto Jerusalém,
ainda estava de pé quando este foi escrito.” Assim, parece claro que João escreveu antes de 70 dC, quando o tanque de
Betesda ainda estava em operação. Ainda não havia sido coberto pelos escombros da destruição que a guerra judaica
provocou. Isso também implica que o autor (João) não só estava muito familiarizado com os arredores de Jerusalém
antes 70 dC, mas também que ele ainda morava lá na época em que escreveu este evangelho.
a autoridade para julgar, para que, assim, todos possam respeitar o Filho da mesma maneira que
respeitam o Pai. Qualquer pessoa que não respeita o Filho também não respeita o Pai, que o enviou.
Eu lhes digo que isto é verdade: quem segue o que eu digo, e tem fé naquele que me enviou, tem a vida
eterna. E não será condenado, mas já passou da morte para a vida. Eu lhes digo que isto é verdade:
Está chegando a hora, de fato ela já chegou,53 quando os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e
aqueles que a ouvirem irão viver! Exatamente como o próprio Pai tem vida em si mesmo também
concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. O Pai também lhe deu autoridade de julgar, pois ele é o Filho
do Homem. Não fiquem surpresos com isso, pois está chegando a hora em que todos aqueles que
estão mortos ouvirão a sua voz e sairão dos túmulos. Aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a
vida, e aqueles que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados. 54 Eu não posso fazer nada
sozinho. Eu julgo com base no que o Pai me diz, e o meu julgamento é correto, pois eu não estou
fazendo de acordo com a minha própria vontade e, sim, seguindo a vontade daquele que me enviou. Se
eu fizesse declarações a meu favor, elas não teriam valor. Mas, é outro que dá provas a meu respeito, e
eu sei que o que ele diz sobre mim é verdade. Vocês perguntaram a João sobre mim, e ele disse a
verdade. Porém, eu não preciso da aprovação dos homens. Eu estou apenas explicando isso para que
vocês sejam salvos. João era como uma luz que brilhava intensamente e, por um tempo, vocês se
alegraram com sua luz. Mas, a prova que eu estou dando é muito mais importante do que a de João.
Pois estou fazendo o trabalho que o Pai me mandou fazer, e esta é a prova de que o Pai me enviou. E o
próprio Pai que me enviou testemunha a meu favor. Vocês nunca ouviram a sua voz ou viram como ele
se parece, e vocês não aceitam o que ele diz, pois não acreditam naquele que ele enviou. Vocês
estudam as Sagradas Escrituras porque julgam ter nelas a vida eterna. E são exatamente elas que
testemunham a meu favor. E, no entanto, vocês não querem vir até mim para terem vida. Eu não busco
a aprovação dos homens. Eu os conheço, e sei que vocês não têm o amor de Deus em seus corações.
Pois eu vim com autoridade do meu Pai, e vocês não me aceitam. Mas, se outro vier com sua própria
autoridade, então, este vocês o aceitarão. Como vocês podem crer em mim, se procuram elogios uns
dos outros e, no entanto, não buscam o elogio do único Deus verdadeiro? Mas, não pensem que eu
farei acusações contra vocês diante do Pai. Moisés, aquele em quem vocês colocam sua esperança, é
quem vai acusá-los. Se vocês realmente acreditassem em Moisés também acreditariam em mim, pois
ele escreveu a meu respeito. Mas, como não acreditam no que ele escreveu, por que acreditariam no
que eu digo?”55
53 O leitor notará particularmente as indicações de tempo especificadas por nosso Senhor nessas passagens importantes.
Primeiro, temos "a hora está chegando, e agora é": isto sugere que a ação mencionada, a comunicação da vida aos
mortos já começou a entrar em vigor. Em seguida, temos "a hora está chegando", sem a adição das palavras "e agora
é:" sugerindo que o evento especificado, a saber, a ressurreição dos mortos de suas sepulturas, está a uma distância
maior do tempo, embora ainda não muito longe. A fórmula "a hora está chegando" sempre indica que o evento
referido não está muito distante. Na verdade, ele não define o tempo, mas o coloca dentro de um período
comparativamente breve.
54 Não pode haver dúvida de que a passagem citada (João 5:28, 29) se refere à ressurreição literal dos mortos. Também
pode ser admitido que o verso precedente (João 5:25-26) refere-se à comunicação da vida espiritual aos
espiritualmente mortos. O tempo para este processo vivificante já havia começado. Antecipando que essa afirmação
de ser o Juiz da humanidade iria fascinar Seus ouvintes, nosso Senhor prossegue para fortalecer Sua afirmação e
aumentar sua admiração, declarando que, por sua voz, e em pouco tempo, os mortos sairiam de suas sepulturas para
permanecer diante do Seu trono de julgamento. (cf. Dn. 12:1-3, 7, 11-13) Basta, neste estágio, observar o fato de que
nosso Senhor aqui fala da ressurreição dos mortos e do julgamento como eventos que não eram distantes, mas estava
tão próximo que se poderia dizer adequadamente: "A hora está chegando". Uma coisa deve ser observada sobre o
modo da ressurreição aqui mencionada; todos que estavam nas sepulturas deveriam sair para a ressurreição da vida ou
para a ressurreição do julgamento; indicando que este deveria ser um processo da sepultura a uma condição de gozo
ou punição, ao invés de sair da sepultura à vista dos homens para que possam continuar nesta vida terrena. A frase
usada por Cristo "os que estão nos túmulos" não precisa nos incomodar; embora todos os que estão mortos não
estejam em sepulturas ou enterrados na terra; todavia, como a maior parte está em sepulturas, essa palavra é escolhida
para expressar a universalidade da ressurreição dos mortos que estão no Hades. O ensino geral do novo testamento é
que a Parousia, a ressurreição e o julgamento pertencem ao período da destruição de Jerusalém e teriam resultados
contínuos para as gerações vindouras. Uma nova ordem de procedimento entra em operação, e o julgamento agora
ocorre para "cada homem em sua própria ordem" depois que a morte terminar nossa provação terrena. (Hb. 9:27) Este
é um processo contínuo que percorre todo o governo real de Cristo como co-administrador da justiça com o Pai.
55 São João acumula provas adicionais de que Jesus é tudo o que afirma ser, e, para sintetizar o testemunho de João
Batista, evidencia os milagres que o Filho de Deus realizou, o testemunho do próprio Deus Pai, que falou do Céu a
respeito do Filho, e as próprias Escrituras.
§ 37. Os discípulos colhem espigas no sábado. - DE JERUSALÉM A CAMINHO DA GALILEIA?
56 Coffman observa corretamente que: “A lei de Deus não proibia o preparo e o consumo de alimentos no dia de sábado.
Na conclusão da entrevista, Jesus referiu-se a seus discípulos como ‘inocentes’ (Mt. 12:5). É verdade, porém, que os
discípulos haviam violado uma ‘interpretação’ farisaica da lei; e tais interpretações eram consideradas ainda mais
sagradas pelos fariseus do que a própria lei.” Na referência a Davi citado por Jesus, Coffman observa que: “o que
Davi e seus companheiros fizeram naquela ocasião foi ilegal, e Jesus também não disse que eles eram inocentes ao
fazê-lo. Esse não era o objetivo de mencionar a conduta de Davi. Por que então Cristo mencionou essas ações ilegais
de Davi? Foi porque os fariseus aprovaram de todo o coração aquele caso muito mais flagrante de violação do sábado
por parte de Davi (pois a ação de Davi era ilegal; a dos discípulos não), e ainda estavam dispostos a pressionar uma
acusação de transgressão contra o Cristo por algo de infinitamente menos consequência… Assim, a hipocrisia deles
estava aberta para todos verem.” Na referência feita aos sacerdotes, Coffman diz: “foi feita uma exceção para os
sacerdotes que serviam no templo e que poderiam, portanto, fazer trabalhos no sábado que, de outra forma, seriam
ilegais. A ênfase de Cristo nessa exceção chamou a atenção para uma analogia entre ele e o templo. Ele se referiu ao
seu corpo como "o templo", afirmando que o levantaria em três dias (Jo. 2:19). O argumento é que, assim como os
sacerdotes serviam no templo no dia de sábado e eram inocentes, seus discípulos também poderiam servir a Cristo, o
Templo Maior, sem incorrer em culpa.”
§ 38. A cura da mão ressequida no sábado. - GALILEIA.
Em um outro sábado, Jesus foi Jesus foi novamente para a Então, Jesus saiu dali e foi para
para a sinagoga ensinar. Havia sinagoga. Havia um homem que uma sinagoga. Ali estava um
um homem lá que tinha uma estava lá e que tinha uma homem que tinha uma deficiência
deficiência na mão direita. Os deficiência na mão. Algumas na mão.
escribas e os fariseus estavam pessoas que estavam na
observando Jesus bem de perto, sinagoga observavam Jesus,
para ver se ele iria curar alguém para ver se ele iria curar o
no sábado. Eles queriam homem no sábado. Eles
encontrar alguma coisa para procuravam um motivo para
poder acusá-lo [de desobedecer acusá-lo de desobedecer à lei.
à lei]. Mas, Jesus sabia o que
eles tinham em mente. [Então, a
fim de o acusar, perguntaram a Então, a fim de o acusar,
Jesus: É lícito curar no sábado? perguntaram a Jesus: É lícito
E ele respondeu: “Suponha que curar no sábado? E ele
vocês tenham uma ovelha e que respondeu: “Suponha que vocês
ela caia em um buraco em pleno tenham uma ovelha e que ela
sábado. Vocês não irão tentar de caia em um buraco em pleno
tudo para tirá-la do buraco?” sábado. Vocês não irão tentar de
Jesus lhes perguntou: “Vocês tudo para tirá-la do buraco?”
não acham que um ser humano Jesus lhes perguntou: “Vocês
vale mais do que uma ovelha? não acham que um ser humano
Então, sim, é permitido fazer o vale mais do que uma ovelha?
bem aos sábados.”] Ele disse ao Então, sim, é permitido fazer o
homem que tinha o problema na Jesus disse ao homem com a bem aos sábados.”
mão: “Levante-se e fique diante deficiência: “Venha e fique diante
de todos!” O homem fez como de todos!”
Jesus pediu. Então, Jesus se
virou para as pessoas que lá
estavam e disse: “Quero lhes
fazer uma pergunta. Está de Ele lhes perguntou: “É permitido
acordo com a lei fazer o bem aos fazer o bem aos sábados ou
sábados ou fazer o mal? Salvar fazer o mal? Vocês deveriam
vidas ou destruí-las?” [Mas, eles salvar vidas ou deveriam matar?”
não disseram uma palavra.] Ele Mas, eles não disseram uma
olhou em volta para todos que lá palavra. Jesus os olhou com
estavam [com irritação. Ele ficou irritação. Ele ficou muito zangado
muito zangado com a atitude com a atitude insensível deles.
insensível deles]. Então, [ele se
virou e] disse ao homem: Então, ele disse ao homem: Ele se virou para o homem e
“Estenda a sua mão!” O homem “Estenda a sua mão!” O homem disse: “Estenda a sua mão!” O
a estendeu e sua mão ficou a estendeu e ela foi curada. homem estendeu a mão e ela foi
curada [e ficou exatamente como curada e ficou exatamente como
a outra]. Mas, os escribas e os a outra.
fariseus ficaram furiosos e
começaram a discutir sobre o
que deveriam fazer com Jesus.57
57 Certamente, a cura era permitida no dia de sábado ou em qualquer outro dia. Esse princípio provavelmente era
honrado pelos escribas e os fariseus, pois se aplicava aos animais; mas, em sua cegueira, eles rejeitaram o mesmo
princípio aplicado por Cristo a um homem e começaram a discutir sobre o que deveriam fazer com Jesus. Os fariseus
ao saírem foram até os herodianos para planejar como matar Jesus. Normalmente, eles eram inimigos ferrenhos dos
fariseus; mas esses velhos inimigos fizeram causa comum contra o nosso Senhor. Cristo continuou a provar que sua
[Os fariseus saíram e Os fariseus saíram e Os fariseus saíram de lá e
imediatamente começaram a imediatamente começaram a começaram a planejar como
fazer um plano com os fazer um plano com os matar Jesus.
Herodianos para matar Jesus.] Herodianos para matar Jesus.
§ 39. Jesus chega ao Mar de Tiberíades, e é seguido por multidões. - LAGO DA GALILEIA.
Sabendo disso, Jesus foi embora dali [para perto Enquanto isso, Jesus voltou para perto do mar, e
do mar], com uma grande multidão seguindo-o. uma grande multidão o seguiu. Eles eram da
[Eles eram da Galileia, da Judeia, de Jerusalém, Galileia, da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, da
da Idumeia, da Transjordânia e das regiões de Transjordânia e das regiões de Tiro e Sidom.
Tiro e Sidom. Muitas pessoas vinham vê-lo, por já Muitas pessoas vinham vê-lo, por já terem ouvido
terem ouvido a respeito de tudo que ele estava a respeito de tudo que ele estava fazendo. Jesus
fazendo. Jesus disse aos seus discípulos para disse aos seus discípulos para arranjarem um
arranjarem um pequeno barco, para que ele não pequeno barco, para que ele não fosse esmagado
fosse esmagado pela multidão, pois ele tinha pela multidão, pois ele tinha curado tantas
curado tantas pessoas, que os doentes se pessoas, que os doentes se juntavam em torno
juntavam em torno dele para tocá-lo.] Ele curou dele para tocá-lo.
todos, mas os orientou para que não contassem
para as pessoas sobre quem ele era. Sempre que Sempre que espíritos maus o viam, eles se
espíritos maus o viam, eles se ajoelhavam diante ajoelhavam diante dele e gritavam: “Você é o Filho
dele e gritavam: “Você é o Filho de Deus!” Mas, de Deus!” Mas, Jesus lhes ordenava para não
Jesus lhes ordenava para não revelarem quem revelarem quem ele era.
ele era.] Assim se cumpriu o que o profeta Isaías
disse: “Este é o servo a quem escolhi, A quem
amo e que me dá muita alegria. Eu colocarei o
meu Espírito nele, E ele anunciará aos gentios o
que é correto. E ninguém ouvirá a sua voz nas
ruas. Ele não fará discursos nas ruas. Ele não
quebrará o galho que está rachado, E não
apagará o fogo no pavio, Até que tenha provado
que o seu julgamento é justo, E no seu nome os
gentios colocarão a sua esperança.”58
conduta e a de seus apóstolos eram totalmente corretas e lícitas. Ele não reivindicou nenhuma "violação desculpável",
mas reivindicou o cumprimento estrito e sincero da lei, de toda a lei. (Mt. 5:17)
58 Conforme Isaías predisse, Jesus agradou a Deus, o Pai, sendo por ele amado. Nele habitaria o Espírito Santo, e ele
proclamaria justiça, mas não contenderia nem gritaria. Em última análise, ele faria a justiça vencer. Temos nessa
promessa uma conexão estreita com a benção prometida a Jafé para habitar nas tendas de Sem (Gn. 9:27) e a
promessa feita a Abraão de que "Em ti serão benditas todas as famílias da terra". (Gn. 12:3) O significado é: O reino
de Deus será estabelecido em Sem (em seu descendente Abraão), e Jafé (as ilhas dos gentios) será recebido em sua
comunidade. Isto é, em Abraão (de quem provém o Cristo) “serão benditas todas as famílias da terra". Aqui obtemos
um elo na cadeia das profecias com o qual também o Protoevangelho (Gn. 3:15) estava conectado.
[(aqueles que ele quis) e eles se de apóstolos. Eles deveriam ficar
aproximaram dele,] e escolheu com ele e seriam enviados para
doze deles [para estarem com anunciar o evangelho. Eles
ele e lhes chamou de apóstolos. também teriam autoridade para
Eles deveriam ficar com ele e curar as enfermidades e expulsar
seriam enviados para anunciar o os demônios.
evangelho. Eles também teriam
autoridade para curar as
enfermidades e expulsar os
demônios]. Estes são os nomes Estes são os doze que Jesus Estes são os nomes dos doze
dos apóstolos: Simão (também escolheu: Simão (a quem ele apóstolos: primeiro, Simão
chamado de Pedro por Jesus) e chamou Pedro), Tiago e seu (também conhecido como Pedro)
o seu irmão André; Tiago e o seu irmão João, filhos de Zebedeu (a e o seu irmão André; Tiago e o
irmão João [filhos de Zebedeu (a quem Jesus chamou Boanerges, seu irmão João, filhos de
quem Jesus chamou Boanerges, que significa “filhos do trovão”), Zebedeu; Filipe e Bartolomeu;
que significa “filhos do trovão”)]; André, Filipe, Bartolomeu, Tomé e Mateus, o cobrador de
Filipe e Bartolomeu [também Mateus, Tomé, Tiago, filho de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e
chamado de Natanael]; Mateus e Alfeu, Tadeu, Simão, o Tadeu; Simão, o revolucionário e
Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e revolucionário, e Judas Judas Iscariotes, que traiu
Simão, o revolucionário; Judas Iscariotes (o traidor de Jesus). Jesus.
[Tadeu], filho de Tiago e Judas
Iscariotes (o traidor de Jesus).
Jesus desceu do monte com eles
e parou em um lugar plano.
Havia uma grande multidão, na
qual se encontravam muitos dos
seus seguidores e muitas outras
pessoas vindas da Judeia, de
Jerusalém e do litoral de Tiro e
Sidom, que se reuniu para ouvir
Jesus e para ser curada de suas
doenças. As pessoas
atormentadas por espíritos maus
também foram curadas. Todos
na multidão tentavam tocar em
Jesus, pois havia poder saindo
dele e curando a todos.
59 Os judeus, em sua expectativa do Messias vindouro, esperavam que, quando ele se manifestasse, estabeleceria o reino
de Deus. O futuro reino sobre o qual o Messias governaria também teria certos princípios espirituais que
caracterizariam aquele período. O Sermão do Monte foi proclamado por Cristo, para enfatizar os princípios éticos do
reino vindouro. Por um lado, todo o sermão é profético dos princípios éticos da “era vindoura”, ou do reino vindouro
que é estabelecido na Parousia de Cristo; mas, pode ser observado que esses princípios éticos já deveriam ser
praticados antes do estabelecimento do reino, ou seja, na perspectiva deles, “nesta era” e na “era vindoura”.
pessoas que têm grande desejo de fazer o que é
certo, pois elas serão satisfeitas. Felizes as
pessoas que têm compaixão pelos outros, pois
também terão compaixão por elas. Felizes as
pessoas que têm a alma pura, pois elas verão a
Deus. Felizes as pessoas que trabalham pela paz,
pois elas serão chamadas de filhos de Deus.
Felizes as pessoas que são perseguidas por Felizes são vocês quando as pessoas os odiarem,
fazerem o que é certo, pois o Reino do Céu é excluírem, insultarem e disserem que são maus,
delas. Felizes são vocês quando são insultados, por seguirem o Filho do Homem. No dia em que
perseguidos e caluniados, por me seguirem. essas coisas acontecerem, fiquem felizes. Pulem
Sintam-se alegres, realmente felizes, pois vocês de alegria, pois será grande a recompensa que os
receberão uma grande recompensa no céu. espera no céu. Não se esqueçam de que os seus
Porque foi exatamente dessa forma que antepassados maltrataram os profetas
perseguiram os profetas que vieram antes de exatamente dessa forma. Mas, infelizes são vocês
vocês. Mas, infelizes são vocês que são ricos, que são ricos, pois já receberam a sua
pois já receberam a sua recompensa. Infelizes recompensa. Infelizes são vocês que estão
são vocês que estão satisfeitos agora, pois satisfeitos agora, pois sentirão fome. Infelizes são
sentirão fome. Infelizes são vocês que riem agora, vocês que riem agora, pois irão se lamentar e
pois irão se lamentar e chorar. Infelizes são vocês chorar. Infelizes são vocês a quem todos elogiam.
a quem todos elogiam. Não se esqueçam de que Não se esqueçam de que os seus antepassados
os seus antepassados elogiaram os falsos elogiaram os falsos profetas exatamente da
profetas exatamente da mesma maneira.60 mesma maneira.
Mateus 5:13-39
Vocês são o sal da terra, mas se o sal perder o seu sabor, como poderão torná-lo salgado de novo? Ele
não serve para mais nada, então, é jogado fora e pisado. Vocês são a luz do mundo. Não se pode
esconder uma cidade construída sobre uma colina. Ninguém acende um lampião para colocá-lo
embaixo de um cesto. Ao contrário, ele é colocado em um velador, para iluminar a todos que estão na
casa. Da mesma forma, vocês devem deixar sua luz brilhar diante de todos, para que eles possam ver
as coisas boas que são feitas por vocês e para que louvem o seu Pai celestial. Não pensem que eu vim
para acabar com a lei ou com os ensinamentos dos profetas. Eu não vim para acabar com eles, mas
para cumpri-los. Eu afirmo a vocês, até que o céu e a terra passem, nem uma letra, nem um único
acento será tirado da lei até que tudo seja cumprido. 61 Assim, qualquer um que desobedecer o menor
60 As bem-aventuranças são uma boa ilustração do caráter ético do reino, pois incluem ao mesmo tempo as bênçãos da
vida presente no estado terreno e as recompensas da vida futura do estado celestial. Cada uma das promessas fala da
entrega de galardões no estado celestial do reino. Estas bem-aventuranças são gerais em suas promessas para qualquer
um que se qualifique. O que é verdadeiro em relação às bem-aventuranças também vale para outras promessas no
Sermão do Monte. Há aplicações para vida presente e terrena, e promessas de recompensa para vida futura e celestial.
61 Com essas palavras, Jesus diz que os crentes judeus (que estavam sob a lei) ainda eram ordenados a continuar
guardando cada jota e til da Lei até o fim daquela dispensação quando “os céus e a terra passariam”. Então, qual é a
grande catástrofe representada simbolicamente como a “passagem os céus e a terra”? Sem dúvida é a abolição da
dispensação mosaica ou da antiga aliança; a destruição da assembleia e do Estado judaico, juntamente com todas as
suas instituições e ordenanças. Havia "coisas celestiais" que pertenciam àquela dispensação: as leis, e estatutos, e
ordenanças, que eram divinas em sua origem, e que poderiam ser apropriadamente chamadas de "a bagagem
espiritual" do judaísmo - estes eram os céus, que deveriam ser comovidos e removidos. Havia também as "coisas
terrenas": a literal Jerusalém, o templo material, a terra de Canaã - estas eram a terra, que da mesma forma deveria ser
comovida e removida. Na realidade, esses símbolos são equivalentes aos usados por nosso Senhor quando ele previu o
destino de Israel. "Imediatamente após a tribulação daqueles dias [os horrores do cerco de Jerusalém], o sol será
escurecido, e a lua não dará a sua luz, e os poderes dos céus serão abalados". (Mt. 24:29) Ambas as passagens
referem-se à mesma catástrofe e empregam números muito semelhantes; além do qual temos a autoridade de nosso
Senhor para consertar o evento e o período do qual Ele fala dentro dos limites da geração que então existente (Mt.
24:34); isto é, as referências só podem ser feitas ao julgamento da nação judaica e à revogação da economia mosaica
na Parousia. Esse grande evento deve preparar o caminho para uma nova e maior ordem de coisas. Um reino que não
pode ser trocado teria substituído as instituições materiais e mutáveis que eram imperfeitas em sua natureza e
temporárias em sua duração; o material daria lugar ao espiritual; o temporal para o eterno; e o terrestre ao celestial.
mandamento e ensinar as pessoas a fazerem o mesmo será considerado o menor no Reino do Céu.
Mas aquele que praticar e ensinar os mandamentos será considerado o maior no Reino do Céu. Eu lhes
afirmo que só entrarão no Reino do Céu se a sua retidão moral for maior do que a dos escribas e a dos
fariseus.62 Vocês ouviram o que antigamente a lei dizia às pessoas: ‘Não matarás, e qualquer um que
cometer assassinato será considerado culpado.’ Mas eu lhes digo que qualquer um que, sem motivo,
estiver com raiva do seu irmão será considerado culpado. 63 Quem chamar seu irmão de idiota deverá
responder ao conselho, mas quem verbalmente abusar dos outros estará sujeito ao fogo da Geena. 64
Se você estiver fazendo uma oferta no altar e se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe
a sua oferta no altar e, primeiro, faça as pazes com ele e só depois volte e faça a sua oferta. Enquanto
estiver indo para o tribunal com o seu adversário, certifique-se de, rapidamente, entrar em acordo com
ele. Caso contrário, essa pessoa poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz o entregará ao carcereiro, e você
será jogado na prisão. Eu lhe afirmo que isto é verdade: você não ficará livre até que tenha pago o
último centavo. Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não cometa adultério.’ Mas eu lhes digo que qualquer um
que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la já cometeu adultério em seu coração. Se o seu
olho direito o fizer pecar, então, arranque-o e jogue-o fora, pois é melhor perder uma parte do seu corpo
do que todo o seu corpo arder no fogo da Geena. Se a sua mão direita o fizer pecar, então, corte-a e
jogue-a fora, pois é melhor perder um dos seus membros do que todo o seu corpo arder no fogo da
Geena. Também foi dito: ‘Se um homem se divorciar de sua esposa, ele deverá dar a ela uma certidão
de divórcio.’ Mas eu lhes digo que qualquer homem que se divorciar de sua esposa, a não ser por
imoralidade sexual, pode fazer dela uma adúltera, se ela se casar de novo; e quem se casar com essa
mulher divorciada cometerá adultério. E, novamente, vocês ouviram o que foi dito aos seus
antepassados: ‘Não quebrem as suas promessas. Pelo contrário, tenham certeza de cumprir o que
vocês juraram ao Senhor.’ Mas eu lhes digo: não jurem de forma alguma. Não jurem pelo céu, pois é o
trono de Deus. Não jurem pela terra, pois é o descanso para os pés de Deus. Não jurem por Jerusalém,
pois é a cidade do grande Rei. Nem mesmo jurem por sua cabeça, pois vocês não são capazes de
fazer um único fio de cabelo se tornar branco ou preto. Simplesmente digam sim ou não, pois mais do
que isso vem do maligno. Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente.’ Mas eu lhes
digo: não se oponham a quem lhes fizer o mal. 65 Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado
para que ele bata também.
Se alguém quiser processá-lo e lhe tirar a camisa Se alguém lhes bater na cara, virem o outro lado,
deixe que ele leve o seu casaco também. Se para que bata também. Se alguém tomar o casaco
alguém exigir que você caminhe um quilômetro, de vocês, não o impeça de levar a sua camisa
caminhe dois. Dê a quem lhe pedir algo e não se também. Deem a qualquer um que lhes pedir. Se
afaste de quem lhe pedir algo emprestado. Vocês alguém tirar algo de vocês, não peçam que
ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu vizinho e odeie devolva. Mas, eu digo para aqueles que estão me
o seu inimigo.’ Mas eu lhes digo: amem os seus ouvindo: Amem os seus inimigos. Façam o bem
inimigos, abençoem aqueles que amaldiçoam para aqueles que os odeiam. Queiram o bem
vocês, façam o bem aqueles que odeiam vocês e daqueles que os amaldiçoam. Orem por aqueles
orem por aqueles que maltratam e perseguem que os maltratam.
62 Obviamente, as observações de "jotas e til" eram aplicáveis apenas durante o período de transição até que "o céu e a
terra" falecessem em 70 d.C., mas exigências e qualificações para entrar nele continuam os mesmos.
63 A condenação é contra a ira "sem motivo". Observe que em Efésios 4:26 e Salmo 4:4 somos ordenados a nos irarmos
com ira santa. Irar-se não é necessariamente um pecado, mas nos irarmos sem motivo (santo) o é.
64 O Gehenna, ou Vale de Hinom, tornou-se a imagem do lugar de punição eterna. Geenna é o mesmo lago de fogo,
aonde o Hades é lançado no dia do julgamento, no fim da era. (Ap. 20:14)
65 Tudo isto parece significar nunca fugir da punição merecida (mesmo que severa) aplicada pela justiça do país. À luz
do verso 38 (o princípio de justiça que ordena que a pena seja proporcional ao delito), então a passagem 38-41 deve
ser entendida como que, se eu pequei contra alguém, então devo me submeter até em dobro ao "olho por olho e dente
por dente": se eu merecer a pena de um tapa, devo submeter-me mesmo a dois tapas, etc. Esta interpretação de
submissão à lei e à justiça harmoniza-se com toda a Bíblia. Já a interpretação que anula o princípio de infalível justiça
proporcional, e que sempre me proíbe de resistir a qualquer mal e sempre me proíbe da legítima defesa da vida
(ordenada por Deus em Ester 8:11) e da integridade física (minha, da minha família e do meu próximo), não tem
suporte de nenhuma outra ordem da Bíblia, e é desmentida por preceitos e por exemplos bem aprovados por Deus. (1
Sm. 13:19; Ne. 4:18; Jó 40:19) Deus permite a legítima autodefesa, inclusive com armas.
vocês; assim, vocês se tornarão filhos do seu Pai
celestial. Pois o seu sol brilha tanto sobre os bons
quanto sobre os maus; e ele faz a chuva cair tanto
sobre quem faz o que é certo quanto sobre quem
faz o que é errado. Pois, se vocês amam apenas Se vocês amarem apenas quem os ama, por que
quem os ama, que recompensa terão? Até mesmo deveriam merecer qualquer crédito por isso? Até
os cobradores de impostos fazem isso! Se vocês mesmo os pecadores amam aqueles que os
falarem gentilmente apenas com a sua família, o amam. Se vocês fizerem o bem apenas para
que é que estarão fazendo a mais do que as aqueles que fazem coisas boas para vocês, por
outras pessoas? Até os gentios fazem isso! Se que deveriam merecer qualquer crédito por isso?
vocês emprestarem dinheiro, esperando que seja Os pecadores fazem isso também. Se vocês
devolvido, por que deveriam merecer qualquer emprestarem dinheiro, esperando que seja
crédito por isso? Os pecadores também devolvido, por que deveriam merecer qualquer
emprestam dinheiro a outros pecadores, crédito por isso? Os pecadores também
esperando receber o que foi emprestado. Não! emprestam dinheiro a outros pecadores,
Porém façam diferente: amem os seus inimigos e esperando receber o que foi emprestado. Não!
façam boas coisas para eles e emprestem sem Porém façam diferente: amem os seus inimigos e
esperar receber o que foi emprestado. Assim, façam boas coisas para eles e emprestem sem
vocês irão receber uma grande recompensa e esperar receber o que foi emprestado. Assim,
serão filhos do Deus Altíssimo, pois ele é bom vocês irão receber uma grande recompensa e
também para as pessoas ingratas e más. Sejam serão filhos do Deus Altíssimo, pois ele é bom
misericordiosos, tal como o seu Pai é também para as pessoas ingratas e más. Sejam
misericordioso. Cresçam e tornem-se misericordiosos, tal como o seu Pai é
completamente dignos de confiança, exatamente misericordioso.
como é digno de confiança o seu Pai Celestial.
Mateus 6:1-34
Certifiquem-se de não praticar suas boas ações em público apenas para serem vistos pelos outros.
Caso contrário, vocês não receberão qualquer recompensa do seu Pai que está no céu. Quando vocês
derem aos pobres, não sejam como os hipócritas*, que tocam trombetas nas sinagogas e nas ruas para
anunciar o que estão fazendo, para que as pessoas os elogiem. Eu lhes afirmo que isto é verdade: eles
já têm a sua recompensa. Quando vocês derem alguma coisa a uma pessoa necessitada, não deixem
que a sua mão esquerda saiba o que a sua mão direita está fazendo. Assim, o que vocês derem estará
em segredo, e o seu Pai, que vê o que acontece em segredo, ele mesmo os recompensará
publicamente. Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas, pois eles gostam de ficar em pé e
orar nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para que as pessoas possam vê-los. Eu lhes afirmo que
isso é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas vocês, quando orarem, entrem, fechem a
porta, e orem ao seu Pai sozinhos. E o seu Pai, que vê o que acontece em segredo, os recompensará
publicamente. Quando orarem, não balbuciem coisas sem sentido como os gentios, que pensam que
serão ouvidos por causa de todas as palavras que repetem. Não sejam como eles, pois o seu Pai sabe
do que vocês precisam, mesmo antes de lhe pedirem. Então, orem assim: Pai nosso, que estás no céu,
que o seu nome seja honrado. Venha o seu Reino! 66 Que a sua vontade seja feita aqui na terra como é
feita no céu.67 Por favor, dá-nos hoje o alimento que precisamos. Perdoa-nos as nossas ofensas, assim
66 Esta oração, oferecida como modelo por Jesus aos seus discípulos, tem uma aplicação primária que demonstra
expectativa pelo reino que seria estabelecido dentro de pouco tempo (isto é, na vinda de Cristo em 70 d.C., cf. Mt.
16:27, 28), mas tem uma aplicação perpétua que repousa sobre todos os cristãos em todos os tempos, isto é, quando a
morte termina nossa provação terrena e entramos no reino que “vem até nós”, e ressuscitados em nossos novos corpos
incorruptíveis, desfrutamos daquele estado celestial que seria inaugurado na Parousia em 70 dC e se tornou disponível
a todas gerações vindouras.
67 Não se enquadra no escopo desta discussão argumentar em bases filosóficas a probabilidade natural de um reino de
verdade e justiça na terra; estamos felizes por ter certeza da consumação em terrenos mais elevados e seguros, como
as promessas dAquele que nos ensinou a orar: "Seja feita a tua vontade na terra, como é feita no céu". Pois toda
oração ensinada por Deus contém uma profecia e transmite uma promessa. Este mundo não pertence mais ao diabo,
mas a Deus. Cristo a redimiu e a recuperará, e atrairá todos os homens a ele. Caso contrário, é inconcebível que Deus
tenha ensinado o Seu povo em todas as épocas a pronunciar com fé e esperar a sublime oração profética no Salmo 67.
como perdoamos as pessoas que nos ofenderam. Não deixes que sejamos tentados a fazer algo errado
e livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. Pois se vocês
perdoarem àqueles que os ofenderam, seu Pai celestial também perdoará as ofensas de vocês. Mas,
se vocês não perdoarem aqueles que os ofenderam, então, seu Pai celestial não perdoará as ofensas
de vocês. Quando vocês jejuarem, não sejam como os hipócritas, que fazem caras tristes e se
apresentam com aspecto horrível, para que todos saibam que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês
que isto é verdade: eles já têm a sua recompensa. Ao contrário, quando jejuarem, lavem o rosto e se
arrumem. Assim, as pessoas não verão que vocês estão jejuando, mas vocês serão vistos por seu Pai;
e seu Pai, que vê o que acontece em segredo, os recompensará publicamente. Não acumulem riquezas
aqui na terra, onde traças e ferrugem as destroem e onde ladrões arrombam e as roubam. Ao contrário,
vocês devem guardar suas riquezas no céu, onde traças e ferrugem não as destroem e onde ladrões
não arrombam e as roubam. Pois, o que vocês mais valorizam mostra quem vocês realmente são. Os
olhos são como uma lâmpada que ilumina o corpo. Assim, se os seus olhos são saudáveis, então, todo
o seu corpo ficará iluminado. Mas, se os seus olhos forem maus, então, todo o seu corpo ficará nas
trevas. Se a luz que há em você são trevas, que terríveis serão essas trevas! Ninguém pode servir a
dois mestres. Ou vocês odiarão um e amarão o outro, ou se dedicarão a um e desprezarão o outro.
Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro. Por isso, eu lhes digo para não se preocuparem com a
vida de vocês. Não se preocupem com o que comer, com o que beber ou com que roupas vestir. A vida
não é mais do que comida? E o corpo não é mais do que roupas? Vejam os pássaros – eles não
semeiam, não colhem, nem guardam comida em celeiros, pois o seu Pai celestial os alimenta. Vocês
não valem mais do que os pássaros? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode encompridar a
própria vida? E por que vocês estão preocupados com roupas? Vejam as lindas flores do campo.
Vejam como elas crescem: elas não trabalham e nem fazem suas roupas. Mas eu afirmo a vocês que
nem mesmo Salomão, com toda a sua riqueza, se vestia como essas flores. Então, se Deus enfeita
assim os campos, com a erva que está aqui hoje e que amanhã será jogada no fogo, ele não fará muito
mais por vocês, que acreditam tão pouco? Por isso, não se preocupem, dizendo: ‘O que comeremos
hoje?’ ‘O que beberemos?’ ou: ‘O que vestiremos?’ Essas são todas as coisas que os gentios
procuram, mas o seu Pai celestial sabe de tudo o que vocês precisam. Mas busquem em primeiro lugar
o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas. 68 Então, não se
preocupem com o amanhã, porque o amanhã pode se preocupar consigo mesmo. Basta a cada dia o
seu mal.
Mateus 7:1-29; 8:1 Lucas 6:37-49 (37-42, 31, 44, 43, 45-49)
Não julguem os outros, para que vocês não sejam Não julguem, e vocês não serão julgados. Não
julgados. Pois seja qual for o padrão que usem condenem, e vocês não serão condenados.
para julgar os outros, o mesmo será usado para Perdoem, e vocês serão perdoados. Deem, e
julgá-los, e seja qual for a medida que vocês vocês receberão muito mais em troca. O que lhes
usarem para medir os outros, a mesma será é dado em troca é medido de tal forma para que
usada para medi-los. mais possa lhes ser dado, derramando bênçãos
que se espalham a sua volta. O quanto vocês dão,
Então, Jesus fez as seguintes comparações: “Um determinará o quanto irão receber.” Então, Jesus
cego pode guiar outro? Os dois não cairiam em fez as seguintes comparações: “Um cego pode
um buraco? Os alunos sabem mais do que o guiar outro? Os dois não cairiam em um buraco?
professor? Apenas quando eles aprenderem tudo Os alunos sabem mais do que o professor?
o que lhes foi ensinado serão semelhantes ao seu Apenas quando eles aprenderem tudo o que lhes
professor. foi ensinado serão semelhantes ao seu professor.
Por que é que você vê o cisco que está no olho do Por que você está tão preocupado com o cisco
seu irmão? Você não nota a tábua que está em que está no olho do seu irmão, quando não nota
seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao nem mesmo a trave de madeira que está em seu
seu irmão: ‘Deixe-me tirar esse cisco do seu olho’, próprio olho? Como você pode dizer a seu irmão:
quando você está com uma tábua no seu próprio ‘Irmão, deixe-me ajudá-lo a tirar o cisco que está
68 Os tesouros terrenos às vezes são roubados ou corrompidos, mas os que têm as suas riquezas no Céu, guardam em um
lugar seguro. Nessas exortações, como em muitas outras no Sermão do Monte, a provação da vida terrena está ligada
à recompensa e riquezas da vida futura que está guardada no Reino Celestial.
olho? Você está sendo hipócrita! Tire primeiro a em seu olho.’ Se não consegue perceber nem
tábua que está em seu olho. Depois você será mesmo a trave que está em seu próprio olho?
capaz de ver claramente para retirar o cisco do Hipócrita! Primeiro, tire a trave do seu olho e,
olho do seu irmão. Não deem para os cães o que é então, será capaz de ver bem o bastante para tirar
sagrado. Não joguem suas pérolas aos porcos. o cisco que está no olho do seu irmão.
Assim, os porcos não as pisarão, e os cães não se
voltarão contra vocês e não os atacarão. Peçam e
lhes será dado; busquem e encontrarão; batam e a
porta se abrirá para vocês. Todos aqueles que
pedem, recebem; todos aqueles que buscam,
acham; e para todos aqueles que batem à porta,
ela se abrirá. Algum de vocês daria a seu filho uma
pedra, se ele pedisse pão? Ou se ele pedisse
peixe, dariam a ele uma cobra? Então, se mesmo
vocês, que são maus, sabem dar boas coisas a
seus filhos, muito mais o seu Pai celestial dará
coisas boas a quem lhe pedir. Tratem os outros Façam aos outros o que gostariam que eles
como gostariam de ser tratados. Isso resume o fizessem a vocês.
que a lei e os profetas querem dizer. Entrem pela
porta estreita. Pois a porta que é ampla e o
caminho que é largo levam à destruição, e muitos
vão por esse caminho. Mas a entrada que é
estreita e o caminho que é difícil levam à vida, e
apenas poucas pessoas encontram esse caminho.
Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam
disfarçados de ovelhas, mas, na verdade, são
lobos cruéis. Vocês podem reconhecê-los por As árvores são conhecidas pelos frutos que elas
seus frutos. As pessoas colhem uvas dos produzem. Não há como colher figos de
espinheiros ou figos dos cardos? Então, toda espinheiros ou uvas de ervas daninhas. Uma boa
árvore boa produz bons frutos, enquanto uma árvore não produz frutos ruins. E uma árvore ruim
árvore má produz frutos ruins. Uma árvore boa não produz frutos bons.
não pode produzir frutos ruins e uma árvore ruim
não pode produzir bons frutos. Toda árvore que
não produz bons frutos é cortada e jogada no
fogo. Então, vocês os reconhecerão por seus
frutos. Pessoas boas produzem o que é bom, pois Pessoas boas produzem o que é bom, pois há
há bons sentimentos e pensamentos guardados bons sentimentos e pensamentos guardados
dentro delas. Pessoas más produzem o que é dentro delas. Pessoas más produzem o que é
ruim, pois há sentimentos e pensamentos ruins ruim, pois há sentimentos e pensamentos ruins
guardados dentro delas. As pessoas guardados dentro delas. As pessoas
simplesmente colocam para fora, quando falam, o simplesmente colocam para fora, quando falam, o
que está dentro delas. Então, por que vocês me que está dentro delas. Então, por que vocês me
chamam ‘Senhor, Senhor,’ mas não fazem o que chamam ‘Senhor, Senhor,’ mas não fazem o que
eu digo? Nem todos aqueles que me chamam: eu digo?
‘Senhor, Senhor’, entrarão no Reino do Céu. 69
Apenas aqueles que fizerem a vontade do meu Pai
entrarão no céu. No Dia do Julgamento, 70 muitos
dirão para mim: ‘Senhor, Senhor, em seu nome
não fizemos profecias, expulsamos demônios e
69 Isto é, entrar no reino de Deus ou no reino celestial que seria estabelecido na Parousia e que em todo lugar é sempre
declarado como próximo próximo.
70 Não há dúvida de que dia do julgamento aqui referido é o dia de Cristo, a Parousia. Nosso Senhor ensina que um
exame judicial das palavras e ações dos homens está próximo. Aquele que "tem os olhos semelhantes a uma chama de
fogo" vem "vasculhar as rédeas e os corações, e dar a cada um segundo a sua obra". (Ap. 2:18, 23; Mt. 16:27, 28)
Nesse dia a condenação ou salvação dos homens é decidida. Aqui, então, somos novamente confrontados pela
associação frequente da Parousia e do Julgamento.
realizamos muitos milagres?’ Então, lhes direi: ‘Eu
nunca os conheci. Afastem-se de mim, vocês que
praticam o mal!’71 Todos os que ouvem as Eu darei a vocês um exemplo de alguém que vem
palavras que eu digo e que as seguem são como até mim, ouve as minhas orientações e as segue.
um homem sábio, que construiu sua casa na Essa pessoa é como um homem que constrói uma
rocha. A chuva caiu, vieram as enchentes e o casa. Ele cava bem fundo e coloca o alicerce em
vento soprou forte contra a casa, mas ela não uma rocha sólida. Quando o rio transborda e a
caiu, porque a sua base foi construída na rocha. enchente alcança a casa, ela não se danifica,
Todos os que ouvem as palavras que eu digo e porque foi muito bem construída sobre a rocha. A
não as seguem são como um homem tolo, que pessoa que me ouve, mas não faz o que eu digo, é
construiu sua casa na areia. A chuva caiu, vieram como um homem que constrói a sua casa sem o
as enchentes e o vento soprou forte contra a casa; alicerce. Quando a enchente alcança a casa, ela
ela desabou e ficou totalmente destruída.” Quando cai imediatamente e fica destruída por completo.”
Jesus acabou de explicar essas coisas, a multidão
estava impressionada com a sua forma de
ensinar, pois ele ensinava como alguém com
autoridade e, não, como os escribas. Quando
Jesus desceu do monte, grandes multidões o
seguiram.
71 As palavras formam um notável complemento ao severo anúncio: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,
preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt. 10:32; 25:41; Lc. 12:8; 13:27)
nem entre o povo de Israel encontrei tanta fé! Eu afirmo que isto é verdade: eu nunca vi tanta fé em
lhes digo que muitas pessoas virão do Leste e do qualquer lugar de Israel. Eu lhes digo que muitas
Oeste, e se sentarão com Abraão, Isaque e Jacó pessoas virão do Leste e do Oeste, e se sentarão
no Reino do Céu. Mas os herdeiros do Reino com Abraão, Isaque e Jacó no Reino do Céu. Mas
serão jogados na escuridão absoluta, onde os herdeiros do Reino serão jogados na escuridão
chorarão e rangerão os dentes.72 Então, Jesus absoluta, onde chorarão e rangerão os dentes.”
disse aos amigos do comandante romano: “Vá Então, Jesus disse ao comandante romano: “Vá
para casa! Por acreditar que aconteceria, o que para casa! Por acreditar que aconteceria, o que
você pediu foi feito.” O empregado foi você pediu foi feito.” O empregado foi
imediatamente curado. Então, os amigos do oficial imediatamente curado.
romano voltaram para a casa e encontraram o
empregado saudável novamente.
Lucas 7:11-17
Logo depois, Jesus foi para uma cidade chamada Naim, juntamente com os seus discípulos e uma
grande multidão. Quando ele se aproximava do portão da cidade, viu que estava saindo um enterro. O
homem que tinha morrido era o filho único de uma viúva, e muitas pessoas da cidade a
acompanhavam. Quando o Senhor a viu, ficou com muita pena dela. Ele lhe disse: “Não chore!” Jesus
se aproximou do caixão e o tocou. E aqueles que o carregavam pararam. Jesus disse: “Jovem, eu lhe
digo, levante-se!” O morto se sentou e começou a falar, e Jesus o devolveu para a mãe dele. 73 Todos
sentiram medo e louvaram a Deus, dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós!” E também diziam:
“Deus visitou o seu povo!” As notícias a respeito de Jesus se espalharam pela Judeia e por todas as
regiões ao redor.
[Na cadeia,] Os discípulos de João Batista Na cadeia, João Batista ouviu dizer o que o
falaram com ele a respeito de todas estas coisas Messias estava fazendo.
[que o Messias estava fazendo]. João chamou Então, ele enviou os seus discípulos para
dois deles e os enviou para que perguntassem a perguntar em seu nome:
Jesus: “O senhor é aquele que estava para vir ou “Você é aquele que estávamos esperando vir ou
72 Esta declaração é designada para mostrar a natureza universal do reino que seria estabelecido na Parousia em 70 d.C.
Jesus mostra que, embora o reino esteja sendo anunciado primeiro para os judeus, os incrédulos serão deixados de
fora enquanto os gentios estarão no banquete messiânico com os patriarcas. O reino que será estabelecido em breve é
acompanhado da ressurreição e julgamento. Este é o caso das outras representações no discurso de João Batista; tudo
indica a rápida aproximação do julgamento. "Já está posto o machado à raiz das árvores". A "pá" estava na nas mãos
do agricultor; o processo de triagem estava prestes a começar. A Parousia, a vinda do reino, o julgamento, a
ressurreição dos mortos estão todos sincronizados e o sinal exterior e visível pelo qual se distingue é a destruição de
Jerusalém. Esta profecia ainda recebe diariamente seu cumprimento, uma vez que Deus, após a provação terrena da
vida presente, julga e reúne aqueles que se sentarão com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus.
73 Esse é um caso de ressurreição corporal temporal, ou reanimação temporária do corpo mortal e corruptível e como
esse há vários outros casos nas escrituras e não devem ser confundidas com a ressurreição escatológica e eterna que é
de uma natureza diferente. A ressurreição eterna, como ensinada no Novo Testamento, não envolve uma reanimação
do mesmo corpo, mas a obtenção de um novo corpo incorruptível e celestial. O conceito da ressurreição dos mortos
consiste, de acordo com as Escrituras, em algum organismo novo, como observa o Bispo Foster: "O estado de
ressurreição é a culminação da humanidade glorificada; é a mudança do terreno para o celestial; é o despojar-se da
carne e do sangue e o revestir-se do corpo espiritual. A ressurreição é a posição novamente após a morte; o corpo da
ressurreição é o corpo com o qual o espírito é revestido para sua vida celestial. O princípio organizador da vida é
ininterrupto e idêntico. Começa no natural e tece seus curiosos tegumentos de pó para uso terreno; Ele tece as novas
vestes para a alma que parte; modela o organismo celeste; ou, mais propriamente, Deus nos dá um corpo, como Lhe
aprouve, agora e além da sepultura". (Foster, Beyond the Grave, p. 181, 182)
devemos esperar outro?” Quando eles devemos continuar a nossa procura?”
encontraram Jesus, disseram: “João Batista nos
enviou para lhe perguntar: ‘O senhor é aquele que
estava para vir ou devemos esperar outro?’”
Naquele exato momento, Jesus estava curando
muitas pessoas de suas doenças, enfermidades,
espíritos maus e fazendo com que os cegos
voltassem a enxergar. Jesus respondeu aos Jesus respondeu: “Voltem e digam a João Batista
discípulos de João: “Vão e digam a João o que o que vocês ouvem e o que veem. Os cegos
vocês viram e ouviram. Digam que os cegos podem ver, os paralíticos podem andar, os
conseguem ver, os mancos andam, os leprosos leprosos são curados, os surdos podem ouvir, os
ficam curados, os surdos ouvem, os mortos são mortos são ressuscitados e os pobres ouvem o
ressuscitados e os pobres recebem as boas evangelho. Abençoados são aqueles que não me
novas. Felizes aqueles que não duvidam de mim!” rejeitam!”
Após os mensageiros de João saírem, Jesus Quando os discípulos de João saíram, Jesus
começou a falar sobre João [Batista] para a começou a falar para a multidão sobre João
multidão: “O que vocês esperavam encontrar Batista. “O que vocês esperavam ver quando
quando foram ver João no deserto? Algum caniço foram para o deserto? Um junco que o vento
sendo agitado pelo vento? Procuravam um agitava? Então, o que vocês foram ver? Um
homem com roupas elegantes? Não, pois os que homem muito bem-vestido? Bem, pessoas que se
vestem roupas finas e vivem luxuosamente devem vestem com roupas finas moram nos palácios dos
ser procurados nos palácios. Vocês procuravam reis. Então, o que afinal de contas vocês foram
um profeta? Sim, e eu lhes digo que João é muito ver? Um profeta? Sim, e eu lhes digo que ele é
mais do que um profeta. Nas Sagradas Escrituras muito mais do que um profeta. Ele é aquele de
está escrito sobre João: ‘Veja! Estou enviando o quem está escrito: ‘Eu estou enviando o meu
meu mensageiro adiante de você, para que ele mensageiro antes de você. Ele irá preparar o seu
prepare o seu caminho.’ Eu lhes digo: entre os caminho.’ Eu afirmo a vocês que isto é verdade:
nascidos de mulheres, não há maior profeta do entre os homens não há pessoa mais importante
que João. Mas aquele que é menor, no Reino de do que João Batista. Mas aquele que é menor, no
Deus é maior do que ele!74 Desde João Batista até Reino do Céu é maior do que ele. Desde João
agora, o Reino do Céu é tomado por esforço, e os Batista até agora, o Reino do Céu é tomado por
que se esforçam se apoderam dele.75 Porque esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.
todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. 76 Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até
Se vocês estiverem preparados para acreditar, ele João. Se vocês estiverem preparados para
é Elias, aquele que estava para vir. Aqueles que acreditar, ele é Elias, aquele que estava para vir.
têm ouvidos, ouçam!”77 Ao ouvirem isso, todos Aqueles que têm ouvidos, ouçam!
que estavam lá, mesmo os cobradores de
74 Por "menor" preferimos, então, com Crisóstomo e outros pais antigos, entender o próprio Jesus. O significado literal
do grego μικρότερος é "o menor", não "menor". Crisóstomo supõe que o Salvador se refere a si mesmo como menor
que João em idade e de acordo com as opiniões de muitos. "Assim, então, entre os filhos dos homens, nenhum profeta
maior do que João Batista surgiu; no entanto, há um entre vocês menor em idade e talvez em estimativa pública - no
reino de Deus, porém, maior do que ele." Wordsworth fortalece a interpretação acima com seu comentário: "Nenhum
dos nascidos de pais humanos apareceu maior do que este João Batista; mas não pense que ele é maior do que eu, e
embora depois dele no evangelho porque ele é meu precursor, ainda assim eu sou maior do que ele, não deve ser
deixado de lado levianamente. Se essa interpretação for adotada, a pontuação usual da passagem deve ser ligeiramente
alterada assim: ‘Aquele que é menor, no reino de Deus é maior do que ele.’”
75 Alguns sugerem que essa "violência/esforço" se refere ao zelo que os homens deveriam ter em lutar pelo reino, mas
Jesus parece retratar aqui o reino dos céus como uma cidade sitiada. A cidade está fechada, mas os inimigos que a
cercam invadem seus muros e tentam forçar uma entrada. Uma vez que as portas do reino de Deus só seriam abertas
na Parousia, os homens, ouvindo que estava prestes a ser aberta, procuraram entrar nele prematuramente, não pelos
portões que Deus abriria, mas pelas brechas que eles mesmos tentaram fazer em suas paredes.
76 A ênfase aqui é colocada no aspecto profético e não no aspecto legislativo da revelação anterior. A “lei e os profetas”
fizeram seu trabalho apontando para o reino dos céus como futuro distante dos últimos dias, mas João o viu mais de
perto e proclamou sua proximidade.
77 Não há nada mais distintamente afirmado no Novo Testamento do que a identidade de João Batista com o arauto do
deserto de Isaías e o Elias de Malaquias. Sonhar com um "Elias do futuro", portanto, é virtualmente desacreditar a
declaração expressa da palavra de Deus, e não se baseia em nenhuma garantia das Escrituras.
impostos, entenderam que o que Deus dizia era
bom e certo, pois eles tinham sido batizados por
João. Mas, os fariseus e os escribas rejeitaram o
que Deus queria que eles fizessem, pois se
recusaram a ser batizados por João. Jesus
perguntou: “Com quem eu devo comparar esta Com que eu posso comparar esta geração? São
geração?78 Elas se parecem com quem? Elas são como crianças sentadas na praça, gritando umas
como crianças sentadas na praça do mercado, para as outras: ‘Nós tocamos flauta, mas vocês
dizendo umas para as outras: ‘Nós tocamos flauta não dançaram. Cantamos canções tristes e vocês
para que vocês dançassem e vocês não não choraram.’ João não veio para festejar e
dançaram. Nós cantamos músicas tristes para que beber.
vocês ficassem emocionadas, mas vocês não se
emocionaram.’ Quando João Batista não come
pão ou bebe vinho, vocês dizem que ele está Então, as pessoas dizem: ‘Ele está possuído pelo
possuído pelo demônio. Agora, o Filho do Homem demônio!’ Por outro lado, o Filho do Homem come
está aqui e come e bebe junto com as pessoas, e bebe, e as pessoas dizem: ‘Vejam! Ele é guloso
mas vocês dizem: ‘Vejam! Ele passa o tempo dele e bebe muito. Ele é amigo dos cobradores de
comendo demais e bebendo muito vinho. E tem impostos e dos pecadores.’
mais, ele é amigo de cobradores de impostos e de
pecadores.’ No entanto, todos aqueles que Mas é pelo que se faz que se mostra a verdadeira
seguem pelos sábios caminhos de Deus sabedoria.”
comprovam como eles são verdadeiros.”
78 Isto é, os homens daquela época que não deram ouvidos a Seu precursor nem a Ele mesmo. Esta expressão é de
extrema importância nesta discussão e pode ser considerada como a chave para interpretar corretamente a doutrina da
Parousia no Novo Testamento. Olhausen observa: “A palavra genea não é usada no sentido de nação em nenhuma
passagem, seja do Novo Testamento ou de escritores profanos.” Quando usado corretamente, será considerado a chave
para a verdadeira interpretação da doutrina do Novo Testamento sobre a Parousia.
79 Não há dúvida de que dia do julgamento aqui referido é a segunda vinda do Senhor. O julgamento do qual nosso
Senhor aqui fala é um julgamento não das cidades materiais, mas de seus habitantes responsáveis - um julgamento
final e irrecuperável. Em pouco tempo, os mortos sairiam de suas sepulturas para permanecer diante do Seu trono de
julgamento. (cf. Jo. 5:27-29) Nesse dia a condenação ou salvação dos homens é decidida. Aqui, então, somos
novamente confrontados pela associação frequente da Parousia e do Julgamento.
lutam e que carregam um peso grande demais. Eu
lhes darei descanso. Aceitem a minha orientação
e aprendam comigo. Porque eu sou gentil e tenho
um coração humilde. E em mim, vocês
encontrarão o descanso que precisam. Porque ao
meu jugo é suave e a minha carga é leve.”81
§ 46. Enquanto estava sentado à mesa com um fariseu, Jesus é ungido por uma mulher que havia sido
pecadora. - CAFARNAUM?
Lucas 7:36-50
Um dos fariseus convidou Jesus para ir a sua casa comer com ele. Jesus foi para a casa do fariseu e
sentou-se para comer. Uma mulher daquela cidade, conhecida como pecadora, descobriu que Jesus
estava na casa do fariseu. Ela foi até lá, levando um vaso feito de alabastro cheio de perfume. Ela se
ajoelhou ao lado de Jesus e suas lágrimas molharam os seus pés. Então, ela os secou, usando seus
cabelos. Ela beijou os pés de Jesus e depois espalhou o perfume sobre eles. Quando o fariseu que
havia convidado Jesus viu isso, ele pensou: “Se esse homem fosse realmente um profeta, ele saberia
quem é essa mulher que o está tocando e o tipo de pessoa que ela é, ou seja, uma pecadora.” Jesus
disse ao fariseu: “Simão, eu tenho algo a lhe dizer.” Simão respondeu: “Diga, Mestre!” “Certa vez, duas
pessoas deviam para um homem que emprestava dinheiro. Um devia quinhentos denários, e o outro,
apenas cinquenta. Nenhum deles tinha condições de pagar o homem que lhes havia emprestado
dinheiro. Então, ele perdoou as dívidas. Qual deles terá mais afeição por esse homem?” Simão
respondeu: “Eu acho que aquele que devia mais.” Jesus disse: “Você está completamente certo.”
Virando-se para a mulher, ele disse para Simão: “Você vê essa mulher? Quando eu entrei em sua casa,
você não me deu água para lavar os meus pés; mas, ela lavou os meus pés com as suas lágrimas. Ela
secou os meus pés com os seus cabelos. Você não me beijou; mas, desde que entrei, ela não parou de
beijar os meus pés. Você não colocou azeite na minha cabeça; mas ela derramou perfume em meus
pés. Então, eu lhe digo que os muitos pecados dela foram perdoados. E isso só foi possível porque o
amor dela é grande. Mas, aquele que é pouco perdoado, pouco ama.” Então, Jesus disse para a
mulher: “Os seus pecados foram perdoados.” Os que estavam sentados, comendo com ele,
começaram a falar entre si: “Quem é este que até mesmo perdoa pecados?” Mas, Jesus disse para a
mulher: “A sua fé a salvou. Vá em paz!”
80 Há um ponto de semelhança entre a pregação de nosso Senhor e a de João Batista. Ambos deram as mais claras
sugestões da aproximação de um tempo de julgamento que deveria atingir a geração existente, por causa de sua
rejeição das advertências e convites da misericórdia divina. Assim como o Batista falou da "ira vindoura" (que estava
prestes a vir), nosso Senhor com igual clareza preveniu o povo do "julgamento vindouro" (que estava prestes a vir).
Ele repreendeu "as cidades em que a maioria de suas obras poderosas foram feitas, porque não se arrependeram", e
predisse que uma desgraça mais pesada se abateria sobre eles do que sobre Tiro e Sidom, Sodoma e Gomorra. Nosso
Senhor ensina que um exame judicial das palavras e ações dos homens está próximo. Aquele que "tem os olhos
semelhantes a uma chama de fogo" vem "vasculhar as rédeas e os corações, e dar a cada um segundo a sua obra". (Ap.
2:18, 23; Mt. 16:27, 28) Nesse dia a condenação ou salvação dos homens é decidida. A vinda do Senhor em 70 d.C.
iniciou o processo de julgamento dos mortos no reino de Deus. (cf. Mt. 16:27-28; 2 Tm. 4:1) É somente no Senhor
Jesus que todos os cansados e oprimidos encontram descanso completo e o livramento da condenação eterna após o
término de nossa provação terrena.
81 Não há dúvidas que nessas palavras podemo ver aquele descanso da alma nesta vida: um descanso de paz e alegria na
comunhão com Deus pela fé em Cristo. Mas essa explicação está longe de esgotar todo o significado dessa passagem.
Não se pode duvidar que a Parousia esteja em toda parte representada como o dia de coroação das esperanças e
aspirações cristãs; quando "herdariam o reino" e "entrariam na alegria de seu Senhor". É o que Deus prometeu a
Abraão, Isaque e Jacó; (Hb. 11:9) aquilo que os patriarcas viram de longe; (Hb. 11:13) naquilo que seus ilustres
sucessores acreditavam, mas nunca obtiveram. (Hb. 11:19) É "a promessa da herança eterna"; (Hb. 9:15) "a esperança
que temos diante de nós"; (Hb. 6:18) "a cidade que tem fundamentos"; (Hb. 11:10) "um país melhor, um país
celestial"; (Hb. 11:16) "um reino que não pode ser movido". (Hb. 12:28) É, de fato, a verdadeira Canaã; a terra
prometida; o "repouso de Deus", o “sabbath” que permanece para o povo de Deus. (Hb. 4:9) É importante notar que
no contexto da carta aos Hebreus, o “descanso” desfrutado é o mesmo conceito que a herança eterna, a salvação, a
recompensa, a cidade e o país celestiais - todos os quais eram realidades consumadas que se esperava que em breve
viesse aos cristãos hebreus e que seria experimentado no aparecimento e vinda do Senhor.
§ 47. Jesus, com os Doze, faz um segundo circuito na Galileia.
Lucas 8:1-3
Pouco tempo depois, Jesus saiu e percorreu as cidades e as vilas nas proximidades, anunciando o
evangelho do Reino de Deus. 82 Os doze discípulos foram com ele, juntamente com diversas mulheres
que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças. Entre elas, estava Maria, conhecida como
Madalena, de quem Jesus tinha expulsado sete demônios; Joana, a esposa do administrador do
governo de Herodes, chamado Cuza; Suzana; e muitas outras mulheres que forneciam apoio a Jesus e
aos seus discípulos, com a doação dos seus próprios bens.
Marcos 3:20-22
Jesus foi para casa, mas uma multidão tão grande se reuniu novamente, que ele e os seus discípulos
não tinham nem mesmo tempo para comer. Quando a família de Jesus soube disso, eles vieram para
levá-lo, dizendo: “Ele perdeu os sentidos!”
82 Depois de sua chegada à Galileia, Jesus começou a pregar que a vinda do reino de Deus, ou o Reino do Céu, estava
próxima. Este aspecto central de seu ministério profético persistiu durante os três anos de sua pregação pública.
em nome de quem o seu povo Belzebu, pelo poder de quem a
expulsa os demônios? É o seu sua própria gente os expulsa?
próprio povo que mostra como Eles mesmos serão a prova de
vocês estão errados! Mas, se eu que vocês estão errados. No
expulso demônios pelo poder do entanto, se eu estou expulsando
Espírito de Deus, então, isso demônios pelo poder de Deus,
prova que o Reino de Deus então, isso prova que o Reino de
chegou para vocês!83 Vocês Deus chegou para vocês.
poderiam entrar na casa de um Quando um homem forte, que
homem forte e roubar seus está bem armado, vigia sua
pertences sem primeiro amarrá- casa, tudo o que ele tem está a
lo?84 Se vocês o amarrarem, salvo. Mas, se um homem mais Se alguém invadir a casa de um
poderão levar tudo o que ele tem forte ainda vier e o vencer, homem forte e tentar roubar suas
em sua casa. Aqueles que não tirando dele todas as armas das coisas, ele não será bem
estão comigo estão contra mim. quais ele depende para a sua sucedido em seu roubo, a menos
E aqueles que não me ajudam a proteção, então, ele conseguirá que amarre o homem forte
ajuntar estão fazendo o oposto, levar tudo o que o dono da casa primeiro.
ou seja, estão espalhando. tem. Assim, todos que não estão
Assim, todos que não estão comigo estão contra mim, e
comigo estão contra mim, e todos que não constroem comigo
todos que não constroem estão destruindo.
comigo estão destruindo. É por
isso que eu lhes digo que todo o Eu lhes digo que isto é verdade:
pecado e toda a blasfêmia que todos os pecados e as
os homens cometerem serão blasfêmias podem ser
perdoados. Mas não será perdoados. Mas se as pessoas
perdoada a blasfêmia dos insultarem o Espírito Santo, elas
homens dita contra o Espírito nunca poderão ser perdoadas,
Santo, elas nunca poderão ser pois são culpadas de um pecado
perdoadas, pois são culpadas eterno.”
de um pecado eterno. [Jesus (Jesus disse isso porque eles
disse isso porque eles disseram: disseram: “Ele tem um espírito
“Ele tem um espírito mau.”]85 mau.”)
Quem disser algo contra o Filho Qualquer um que falar contra o
do Homem será perdoado. Mas Filho do Homem será perdoado,
quem disser algo contra o mas quem disser blasfêmias
Espírito Santo não será contra o Espírito Santo não será
83 Certamente, os milagres extraordinários, as curas e as expulsões de demônios eram pequenas amostras dos “poderes
da era vindoura” (Hb. 6:5) que já poderiam ser experimentados pelos homens daquela geração. Basta, neste estágio,
observar o fato de que a vinda do Reino de Deus, ou o Reino dos Céus, como um evento que não era distante, mas
estava tão próximo que se poderia dizer adequadamente: "o Reino chegou para vocês” e “alguns que aqui estão não
passarão pela morte até que vejam o Filho do Homem vir no seu Reino”. (cf. Mt. 16:28)
84 Ao contrário das afirmações imprudentes de alguns comentaristas, este não é o momento que Jesus amarrou Satanás e
o lançou e selou no abismo, iniciando assim o Milênio de Apocalipse 20:1-3. Podemos ver claramente que nessa
referência Jesus identifica "o homem forte" simplesmente como um demônio individual que é expulso de um homem
individual em uma ocasião casual para que o homem seja salvo. “Para que os bens do homem forte sejam saqueados”,
isto é, “para que o homem endemoninhado seja resgatado de volta a Deus (salvo)”. Somente alguém desesperado para
forçar um esquema forjado sobre as Escrituras tentaria forçar uma conclusão diferente. Satanás não foi preso por volta
de 30 d.C., ao contrário, Satanás estava muito solto e andando como um leão que ruge procurando a quem possa
devorar. (cf. Mt. 4:10; 8:28-29; 16:23; Lc. 10:18-20; 22:31-32; Jo. 12:31; 13:26-27; 14:30; 16:11; At. 5:3; 26:15-18; 1
Ts. 2:18; 2 Ts. 2:7-9; 1 Co. 5:4-5; 7:5; 10:20, 21; 2 Co. 2:11; 11:14-15; 12:7; Rm. 16:20; Ef. 2:2; 4:27; 6:11-13; 1 Tm.
1:20; 3:6-7; 5:15; 2 Tm. 2:25-26; Tg. 4:7; 1 Pe 5:8; 1 Jo. 2:15-18 22; 4:3, 4; 5:19; 2 Jo. 7-11; Ap. 2:9 10, 13, 24; 3:9;
12:9-17) A prisão de Satanás, segundo a visão preditiva de Apocalipse 20:1-3, é contemporânea a Segunda vinda do
Senhor para inaugurar seu reino.
85 Eles acusaram Cristo de ter um demônio, e seus milagres de serem realizados pela ajuda do demônio; quando, ao
mesmo tempo, eles sabiam em suas próprias consciências que eram obras feitas pelo dedo e pelo Espírito de Deus, e
assim eram culpados do pecado contra o Espírito Santo.
perdoado, nem nesta era e nem perdoado.
na era que virá em breve.86
Decidam se a árvore é boa e dá
bons frutos ou se a árvore é ruim
e dá frutos ruins, pois a árvore é
conhecida pelos frutos que nela
nasce. Ninhada de cobras
venenosas! Como vocês, que
são maus, podem dizer algo
bom? Pois a boca simplesmente
fala daquilo que a mente está
cheia. Uma pessoa boa tira o
bem do seu depósito de coisas
boas, e uma pessoa má tira o
mal do seu depósito de coisas
ruins. Eu lhes digo que, no Dia do
Julgamento, todos terão que
prestar contas por todas as
palavras inúteis que disseram.
Pois o que vocês dizem mostrará
se são inocentes ou culpados.”87
86 É certo que os judeus do tempo de nosso Salvador estavam acostumados a fazer uma divisão do tempo em dois
grandes períodos ou eras, o presente aeon [ό νῦν αἰῶν, ὁ αἰῶν αὐτος], e o vindouro aeon [ὁ αἰῶν μέλλων]. O aeon
vindouro era do Messias, ou "o reino de Deus". A mesma divisão é reconhecida pelo nosso Senhor, mas o que merece
ser observado mais especialmente é a proximidade evidente da nova dispensação predita. "A era vindoura" é uma
tradução muito inadequada. Isso deve ser lido como "a era que está prestes a vir"; isto é, não meramente futuro, mas
iminente. "A era vindoura" pode ser indefinidamente distante, mas "a era que está prestes a vir" é iminente. O fim do
presente aeon estava se aproximando, o reino de Deus estava chegando. Pode ser observado que a era judaica, é
mencionada como este aeon, o atual aeon [ὁ αἰών αὐτος, ὁ νὐν αἰών]; e a dispensação cristã, ou evangélica, como "o
aeon vindouro" [αἰών ὁ μέλλων] e o "mundo vindouro" [οἰκουμένην τὴν μέλλουσαν]. (Ef. 1:21; Hb. 2:5) O fim da era
ou economia judaica é chamado de [συντελεία τοῦ αἰῶνος], e é razoável concluir que o fim de uma era dá início a
uma nova. Segue-se, portanto, que a economia da plenitude dos tempos é o estado ou ordem das coisas que
imediatamente sucede e substitui a antiga economia judaica. A “era que está vindo” é a dispensação final e coroadora;
o "reino que não pode ser movido"; "o melhor pacto, estabelecido com melhores promessas". Como, então, a velha
economia foi finalmente deixada de lado e revogada com a destruição de Jerusalém, concluímos que o novo aeon, ou
a "era que está vindo", recebeu sua solene e pública inauguração no mesmo período, que coincide com a Parousia.
87 Não há dúvida de que dia do julgamento aqui referido é o dia de Cristo, a Parousia. Nosso Senhor ensina que um
exame judicial das palavras e ações dos homens está próximo. Aquele que "tem os olhos semelhantes a uma chama de
fogo" vem "vasculhar as rédeas e os corações, e dar a cada um segundo a sua obra". (Ap. 2:18, 23; Mt. 16:27, 28)
Quão claramente essas representações do "dia do Senhor" se conectam às palavras proféticas de Malaquias: "Quem
pode permanecer no dia da sua vinda? Pois ele é como o fogo de um refinador". "Pois eis que vem o dia que arderá
como fornalha, e todos os orgulhosos, sim, e todos os que praticam maldade serão como restolho". (Ml. 3:2, 3, 4:1)
Da mesma maneira, João Batista representa o dia da vinda de Cristo como "revelado com fogo", "Ele queimará a
palha com fogo inextinguível". (Mt. 3:12, Ver também 2 Ts. 1:7, 8, etc.)
pessoas más desta geração, que não confiam em algum sinal milagroso, mas nenhum sinal será
Deus, que buscam um sinal de milagre. O único dado a eles, a não ser o sinal do profeta Jonas.
sinal que elas terão será o sinal do profeta Jonas”,
Jesus disse a eles. “Da mesma forma que Jonas Da mesma maneira que Jonas foi um sinal para o
ficou no estômago de um grande peixe durante povo de Nínive, o Filho do Homem também será
três dias e três noites, o Filho do Homem ficará por um sinal para esta geração. No julgamento, o povo
três dias e três noites no fundo da terra. Os de Nínive se levantará contra as pessoas desta
habitantes de Nínive se levantarão e acusarão geração e as condenará, pois eles se
esta geração, pois eles se arrependeram dos seus arrependeram dos seus pecados, quando ouviram
pecados, respondendo à mensagem de Jonas. E a mensagem de Jonas. E agora, há alguém aqui
como vocês podem ver, há alguém aqui que é que é mais importante do que Jonas. No
mais importante do que Jonas. A Rainha de Sabá julgamento, a rainha do Sul se levantará contra o
se levantará e acusará esta geração, pois ela veio povo desta geração e o condenará, pois ela veio
de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos
de Salomão. E como vocês podem ver, há alguém de Salomão. E, agora, há aqui alguém ainda mais
aqui que é mais importante do que Salomão. 88 importante do que Salomão. Ninguém acende um
Ninguém acende um lampião e depois o esconde lampião e depois o esconde ou o coloca debaixo
ou o coloca debaixo de um cesto. Não, o lampião de um cesto. Não, o lampião deve ser colocado no
deve ser colocado no velador, para que aqueles velador, para que aqueles que entram na casa
que entram na casa possam ver a luz. Os olhos possam ver a luz. Os olhos são como uma luz para
são como uma luz para o corpo. Quando os seus o corpo. Quando os seus olhos são bons, todo o
olhos são bons, todo o seu corpo fica cheio de seu corpo fica cheio de luz. Mas, quando os seus
luz. Mas, quando os seus olhos são ruins, então, olhos são ruins, então, o seu corpo está nas
o seu corpo está nas trevas. Quando um espírito trevas. Quando um espírito mau é expulso de
mau sai de alguém, ele anda por lugares desertos, alguém, ele vai direto para o deserto, procurando
procurando descanso e não encontra nenhum um lugar para ficar. Quando não consegue
lugar para descansar. Então, ele diz: ‘Eu voltarei encontrar um lugar, ele diz: ‘Eu irei voltar para a
para o lugar de onde saí.’ E quando ele volta, casa da qual saí.’ Quando ele volta, encontra sua
encontra o lugar vazio, todo limpo e arrumado. Aí, antiga casa limpa e arrumada. Então, ele sai e
ele sai e retorna com outros sete espíritos ainda encontra mais outros sete espíritos, ainda piores
piores do que ele, e todos entram e ficam morando do que ele, e todos ficam morando ali. No final, a
ali. Assim, a pessoa fica em uma pior situação do situação desse homem fica ainda pior do que
que estava no início. É isso que acontecerá com antes.”
esta geração perversa.”89 [Enquanto Jesus falava, Enquanto Jesus falava, uma mulher, no meio da
88 Esta passagem é de grande importância para estabelecer o verdadeiro significado da frase "esta geração" [ἡ γενεὰ
αὕτη]. Só pode se referir, neste lugar, ao povo de Israel que então vivia - a geração existente. Nenhum comentarista
jamais propôs chamar "γενεὰ" aqui de raça judaica em todas as épocas. Nosso Senhor estava acostumado a falar de
Seus contemporâneos como esta geração: "Mas, a que devo comparar esta geração?" - isto é, os homens daquela
época que não deram ouvidos a Seu precursor nem a Ele mesmo. (Mt. 11:16, Lc. 7:31) Mesmo comentaristas como
Stier, que detém a interpretação de "γενεὰ" como uma raça ou linhagem em outras passagens, admite que a referência
nessas palavras é "para a geração que estava viva naquele época e naquele momento, e mais importante". Assim, na
passagem diante de nós, não pode haver controvérsia a respeito da aplicação das palavras exclusivamente à geração
então existente, os contemporâneos de Cristo. Os homens de Nínive e a rainha do sul devem aparecer no julgamento
com esta geração. O julgamento de Cafarnaum e Corazin seria mais pesado que o de Tiro e Sidom. Não há dúvida de
que dia do julgamento aqui referido é o dia de Cristo, a Parousia. Como pode Jesus julgar os povos, habitantes da
terra, que já morreram há muito tempo? Eles estão mortos. Para julgá-los, teriam que ser levantados novamente! O
julgamento que estava prestes a vir envolveria as gerações anteriores, e "os mortos" teriam de ser julgados.
Logicamente, eles teriam que ser "ressuscitados" para serem "julgados". Em pouco tempo, os mortos sairiam de suas
sepulturas para permanecer diante do Seu trono de julgamento. (cf. Jo. 5:27-29) Este é um processo contínuo que
percorre todo o governo real de Cristo como co-administrador da justiça com o Pai.
89 Do agravamento e enorme maldade daquela geração, nosso Senhor aqui testifica. A mesma geração foi abordada por
Ele nas próprias palavras do Batista - "Raça de víboras". (Mt. 12:34) Sua culpa é declarada superior à dos pagãos; é
comparado a um endemoninhado, de quem o espírito imundo se afastou por um tempo, mas voltou com mais força do
que antes, acompanhado por sete outros espíritos mais perversos do que ele, de modo que "o último estado daquele
homem é pior do que o primeiro". Tal era a terrível condição para a qual a nação se apressava quando nosso Senhor
pronunciou essas palavras proféticas. O clímax ainda não havia sido alcançado, mas estava bem à vista. O espírito
imundo ainda não voltou para sua casa, mas ele estava a caminho. Como Stier observa: "No período entre a ascensão
uma mulher, no meio da multidão, gritou: multidão, gritou: “Abençoada é a mulher que pôs
“Abençoada é a mulher que pôs você no mundo e você no mundo e o amamentou!” Mas Jesus
o amamentou!” Mas Jesus disse: “Ainda mais disse: “Ainda mais abençoados são aqueles que
abençoados são aqueles que ouvem a palavra de ouvem a palavra de Deus e fazem como ela diz!”
Deus e fazem como ela diz!”]
§ 50. Os verdadeiros discípulos de Cristo são seus parentes mais próximos. - GALILEIA.
§ 51. Na mesa de um fariseu, Jesus denuncia desgraças contra os fariseus e outros. - GALILEIA.
Após Jesus terminar de falar, um fariseu o convidou para comer com ele. Assim, Jesus foi e se sentou
para comer. O fariseu ficou surpreso por Jesus não lavar as mãos antes de comer, como era
cerimonialmente exigido. Então, o Senhor lhe disse: “Vocês, fariseus, limpam a parte de fora do copo e
do prato, mas, por dentro vocês estão cheios de ganância e maldade. Seus tolos! Vocês não acham
que aquele que fez a parte de dentro também fez a parte de fora? Portanto, deem aos pobres o que
está dentro do copo e do prato. Então, ao agirem assim, tudo ficará limpo para vocês. Ai de vocês,
fariseus! Vocês pagam o dízimo sobre ervas e verduras, mas negligencia a justiça e o amor de Deus.
Vocês precisam prestar atenção a essas coisas, mas não devem se esquecer de cumprir também as
outras. Ai de vocês, fariseus! Vocês gostam de ter os melhores lugares nas sinagogas e de serem
cumprimentados com respeito, quando estão nas praças dos mercados. Ai de vocês, que são como
túmulos sem identificação, sobre os quais as pessoas andam sem nem perceberem!” Um dos escribas
reagiu, dizendo: “Mestre, quando você fala assim, também nos insulta!” Jesus respondeu: “Ai de vocês
também, escribas! Vocês colocam sobre as pessoas cargas muito pesadas para serem carregadas,
mas não levantam um único dedo para ajudá-las. Ai de vocês, escribas! Vocês guardaram a chave do
conhecimento. Vocês mesmos não entram e também não deixam que os outros entrem.” 90 Enquanto
de Cristo e a destruição de Jerusalém, especialmente no final disso, poderíamos dizer que esta nação parece possuída
por sete mil demônios". Não é este um cumprimento adequado e completo da predição do nosso Salvador?
90 Ou seja, conhecimento verdadeiro, do Messias, que é a chave do reino dos céus. Aqueles que estavam “entrando”
correspondem às almas que não muito longe do reino de Deus, esperando o consolo de Israel, pressionando com
avidez o significado espiritual da Lei e dos Profetas. Havia muitos, naquela época inquieta de investigação, esperando
pelo consolo de Israel, que ansiava por entrar no real significado do salmo e da profecia; mas o escriba, o advogado e
Jesus estava saindo, os escribas e os fariseus começaram a atacá-lo agressivamente, fazendo todo
tipo de perguntas para provocá-lo. Eles estavam esperando uma oportunidade de pegá-lo, tentando
fazer com que ele dissesse algo que pudesse ser usado contra ele.
Nesse meio tempo, milhares de pessoas se ajuntaram, de tal modo que elas pisavam umas nas outras.
Alguém que estava na multidão disse a Jesus: “Mestre, por favor, diga ao meu irmão para dividir a
herança comigo.” Jesus respondeu: “Homem, quem me indicou como seu juiz para decidir como a sua
herança deve ser dividida?” Ele disse às pessoas: “Prestem atenção! Tenham cuidado com todos os
pensamentos e com todas as ações mesquinhas, pois a vida de uma pessoa não se resume a todas as
coisas que ela possui.” Então, ele contou para a multidão uma parábola como exemplo. “Certa vez,
havia um homem rico que possuía terras muito produtivas. O homem pensou: ‘O que eu devo fazer? Eu
não tenho onde guardar a minha colheita.’ Ele, então, decidiu: ‘Eu sei o que farei: vou derrubar os meus
depósitos e construirei outros depósitos de cereais maiores ainda. Assim, eu terei espaço para guardar
toda a minha colheita e também tudo o que possuo. Depois, direi a mim mesmo: Você já tem riquezas o
bastante para viver por muitos anos. Então, relaxe, coma, beba e aproveite!’ Mas, Deus lhe disse:
‘Você é um homem tolo! Nesta mesma noite, você morrerá e, aí, quem ficará com tudo que você
guardou?’ É isso o que acontece com as pessoas que acumulam riquezas para si, mas não são ricas
no que diz respeito a Deus.” Então, Jesus falou para a multidão: “Quando vocês veem uma nuvem
subindo no oeste, imediatamente dizem: ‘Vai chover.’ E isso realmente acontece. E quando sopra o
vento sul, vocês dizem: ‘Irá fazer calor.’ E isso acontece. Hipócritas! Como é que vocês sabem
interpretar com tanta certeza se vai fazer calor ou chover, mas não sabem como interpretar a época
atual? Por que vocês não pensam por si mesmos e julgam o que é o certo a ser feito? Quando vocês
estiverem indo para o tribunal com quem os acusou, tentem fazer um acordo com essa pessoa antes do
julgamento. Caso contrário, vocês podem ser levados a um juiz, o juiz pode entregá-los ao guarda e o
guarda pode jogá-los na prisão. Eu lhes digo que vocês não irão sair da prisão enquanto não pagarem
até o último centavo da dívida.”
Lucas 13:1-9
Mais ou menos naquele momento, algumas pessoas disseram a Jesus como Pilatos matara alguns
galileus, enquanto eles ofereciam sacrifícios no Templo. “Vocês acham que esses galileus eram mais
pecadores do que quaisquer outros, porque eles morreram desse jeito?” Jesus perguntou. “Eu lhes
digo que não. Mas, a menos que vocês se arrependam, todos irão morrer da mesma maneira. E
aquelas dezoito pessoas que morreram quando a torre em Siloé caiu sobre elas? Vocês acham que
elas eram as piores pessoas em toda a Jerusalém? Eu lhes digo que não. Porém, a não ser que vocês
se arrependam, todos irão morrer da mesma maneira.” 91 Então, Jesus lhes contou esta parábola como
exemplo: “Havia um homem que tinha uma figueira em sua plantação de uvas. Ele chegou, procurando
o médico, com suas interpretações estranhas e irreais, suas lendas selvagens e fantásticas, suas próprias adições muitas
vezes sem sentido, efetivamente impediram todo estudo real dos oráculos divinos.
91 O massacre de alguns galileus que haviam subido a Jerusalém para a festa da Páscoa, por ordem ou conivência do
governador romano; e a súbita destruição de dezoito pessoas pela queda de uma torre perto do tanque de Siloé foram
incidentes que formaram o assunto das conversas entre o povo da época. Nosso Senhor declara que as vítimas dessas
calamidades não eram excepcionalmente más, mas que um destino semelhante se abateria sobre as mesmas pessoas
que agora falam sobre elas, a menos que se arrependessem. O ponto de sua observação, que muitas vezes é esquecido,
reside na semelhança da destruição ameaçada. Ele não disse: "todos vocês irão perecer também", mas "todos vocês
vão perecer da mesma maneira". Que nosso Senhor tinha em vista a ruína final, que estava prestes a dominar
Jerusalém e a nação, dificilmente se pode duvidar. A analogia entre os casos é real e impressionante. Foi na festa da
Páscoa que a população da Judeia se reuniu em Jerusalém, e ali foi preso pelas legiões de Tito, Josefo nos diz como,
na última agonia do cerco, o sangue dos sacerdotes que oficiaram foi derramado ao pé do altar sacrificial. Os soldados
romanos eram os executores do julgamento divino; e quando o templo e a torre caíram no chão, eles enterraram em
suas ruínas muitas vítimas infelizes.
frutos na árvore, mas não encontrou nenhum. Então, disse ao jardineiro: ‘Veja! Durante três anos eu
venho procurar algum fruto nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta árvore! Por que ela
deveria ocupar espaço na minha plantação?’ O jardineiro respondeu: ‘Patrão, por favor, deixe a figueira
aí apenas por mais um ano. Eu irei cavar a terra em volta dela e colocarei fertilizante. Se ela produzir
frutos, então, muito bem. Se não, então, mande cortá-la.’”92
Mais tarde, naquele mesmo dia, Jesus começou a ensinar na Certa vez, quando uma grande
Jesus saiu de casa e se sentou beira do mar novamente. Tantas multidão havia se reunido, vinda
para ensinar perto do lago. pessoas vieram ouvi-lo, que ele de muitas cidades para ver
Foram tantas as pessoas que se entrou em um barco e se sentou, Jesus, ele começou a lhes falar,
reuniram em volta dele, que ele enquanto a multidão o ouvia na usando uma parábola como
entrou em um barco e lá se praia. exemplo.
sentou para ensinar, enquanto as
pessoas ficaram na praia. Ele Ele exemplificava seus
explicou muitas coisas para eles, ensinamentos, usando muitas
usando parábolas como parábolas. Ele disse: “Escutem!
exemplos. “Escutem! Certo Um homem saiu para semear. “Um homem saiu para plantar
homem saiu para semear”, ele Enquanto ele espalhava as suas sementes. Enquanto ele
começou a contar. “Enquanto sementes, algumas caíram pelo espalhava as sementes, algumas
realizava a semeadura, algumas caminho, e os pássaros vieram e caíram na estrada, onde foram
sementes caíram pelo caminho. as comeram. pisadas pelas pessoas e
Os pássaros vieram e as comidas pelos pássaros.
comeram. Outras sementes Outras sementes caíram no chão Algumas caíram no chão duro
caíram no chão duro como duro como pedra, onde havia como pedra e, assim que as
pedra, em que havia pouca terra. pouca terra, e logo começaram a sementes germinaram, secaram
As sementes brotaram germinar. Mas como o solo não por falta de umidade no solo.
rapidamente. Mas como o solo era profundo, elas foram
não era profundo, O sol veio e as queimadas pelo sol. E por não
queimou e elas secaram, porque terem raízes, elas logo secaram.
não tinham raízes. Outras Outras sementes caíram entre os Algumas sementes caíram entre
sementes caíram entre espinhos, espinhos. Os espinhos os espinhos, que cresceram
que cresceram e sufocaram as cresceram e sufocaram as junto com as plantas e as
plantas. Por essa razão, elas sementes que germinavam. Por sufocaram.
não produziram nada. Outra essa razão, elas não produziram
parte das sementes caiu em uma nada. Mas, algumas sementes Algumas sementes caíram em
terra boa onde germinaram e se caíram em um bom solo, onde um bom solo e, após crescerem,
desenvolveram. Elas produziram germinaram e se desenvolveram. produziram uma colheita cem
uma colheita – algumas cem, Elas produziram uma colheita de vezes maior do que o que havia
algumas sessenta e algumas trinta, sessenta e até cem vezes sido plantado.”
trinta vezes o que tinha sido o que tinha sido plantado.
plantado.” [Após lhes contar Após lhes contar essa parábola,
essa parábola, Jesus disse:] Jesus disse:
“Quem tem ouvidos para ouvir, Se vocês tiverem ouvidos para “Se vocês têm ouvidos, então,
ouça!” [Quando a multidão foi ouvir, ouçam o que eu digo.” ouçam!”
embora, Jesus ficou sozinho Quando a multidão foi embora,
com seus doze discípulos e Jesus ficou sozinho com seus
92 A verdadeira interpretação é tão óbvia que torna a explicação quase desnecessária. Sua influência sobre o povo de
Israel é muito distinta e direta, mais especialmente quando vista em conexão com as advertências anteriores. Israel é a
árvore infrutífera, há muito cultivada, mas que não dá retorno ao dono. Estava agora em sua última tentativa: o
machado, como João Batista havia declarado, foi posto à raiz da árvore; mas o golpe fatal foi retardado pela
intercessão da misericórdia. O Salvador já estava então em Sua graciosa obra de educação e cultura; um pouco mais, e
o decreto seria aprovado - "Corte-o, por que ocuparia ainda a terra inutilmente?".
algumas outras pessoas que o doze discípulos e algumas outras
acompanhavam.] Os discípulos pessoas que o acompanhavam.
vieram até Jesus e perguntaram: Mas, seus discípulos lhe
“Por que você usa exemplos perguntaram:
quando fala com as pessoas?” [e
lhe perguntaram o que as Eles lhe perguntaram o que as
parábolas significavam.] Jesus parábolas significavam. “O que essa parábola significa?”
respondeu: “Vocês são Jesus lhes disse: “O mistério do Jesus respondeu: “Os
privilegiados, pois os mistérios Reino de Deus lhes foi dado, conhecimentos a respeito dos
do Reino do Céu lhes foram para que vocês o entendam. mistérios do Reino de Deus são
revelados, mas a eles, esse Mas, para as pessoas que estão apresentados a vocês. Mas, para
conhecimento não foi dado. de fora há apenas as parábolas. as outras pessoas, esse
Aqueles que já têm receberão Assim, ainda que elas vejam, conhecimento vem por meio das
mais, muito mais do que o não veem realmente. E ainda que parábolas, para que: ‘Mesmo
bastante. Mas aqueles que não ouçam, não compreendem; se que eles vejam, não enxerguem
têm, até o pouco que têm lhes não, elas poderiam se voltar para realmente, e mesmo que eles
será tirado. É por isso que eu falo mim e serem perdoadas.” ouçam, não entendam
com eles por meio de exemplos. realmente.’
Pois eles olham e não enxergam;
escutam e não ouvem, nem
entendem; se não, elas
poderiam se voltar para mim e
serem perdoadas. A profecia de
Isaías se cumpre neles: ‘Mesmo
que vocês escutem, não
entenderão. E mesmo que vocês
vejam, não perceberão. Eles são
insensíveis, não querem escutar
e fecham os seus olhos. Se eles
não fizessem assim, seriam
capazes de ver com os seus
olhos, ouvir com os seus ouvidos
e de entender com a mente.
Então, eles poderiam voltar para
mim e eu os curaria.’ Vocês são
felizes, pois os seus olhos veem
e os seus ouvidos ouvem. Eu
lhes digo: muitos profetas e boas
pessoas desejaram ver o que
vocês estão vendo, mas não
viram. Eles desejaram ouvir o
que vocês estão ouvindo, mas
não ouviram. [Jesus lhes Jesus lhes perguntou: “Vocês
perguntou:] “Vocês não não entendem essa parábola?
entendem essa parábola? Se Se vocês não a compreendem,
vocês não a compreendem, como poderão entender todas as
como poderão entender todas as outras parábolas?
outras parábolas? Então,
escutem e entendam a parábola
do homem que semeava. A Este é o significado da parábola:
semente é a palavra de Deus. O O semeador semeia a palavra. A semente é a palavra de Deus.
semeador semeia a palavra. As sementes no caminho, onde a As sementes que caem na beira
Quando as pessoas ouvem a palavra está semeada, da estrada são aqueles que
mensagem sobre o Reino e não representam as pessoas que ouvem a mensagem, mas, então,
a compreendem, o maligno ouvem a mensagem. Então, o diabo vem e tira a mensagem
aparece e arranca o que foi
semeado nelas fazendo com que Satanás imediatamente aparece do coração deles, fazendo com
não acreditem em Deus e não e leva a palavra que foi semeada que não acreditem em Deus e
sejam salvos. Isso é o que nelas. não sejam salvos.
acontece com as sementes que
foram semeadas na beira do
caminho. As sementes que foram
semeadas onde havia muitas Da mesma maneira, as sementes As sementes que caem no chão
pedras são as pessoas que no chão duro como pedra duro como pedra são aqueles
ouvem a mensagem e, no representam as pessoas que que ouvem e recebem com
mesmo instante, alegremente, a ouvem a palavra e, com muita alegria a mensagem, mas não
aceitam. Elas duram um pouco, felicidade, a aceitam de imediato. têm raízes. Eles acreditam por
porque, por não terem raízes, Mas, por elas não terem raízes, algum tempo, mas quando os
quando os problemas as sua fé dura apenas um breve tempos difíceis chegam, eles
perseguições, e as confusões momento, até que surjam os desistem.
chegam, elas logo abandonam a problemas e as perseguições e,
mensagem. As sementes que então, elas rapidamente perdem
caíram entre os espinhos são as a fé. Aquelas semeadas entre os As sementes que caem entre os
pessoas que ouvem a espinhos representam as espinhos são aquelas pessoas
mensagem, mas, então, as pessoas que ouvem a palavra, que ouvem a mensagem. No
preocupações da vida e a mas as preocupações deste entanto, essa mensagem é
tentação do dinheiro sufocam a mundo, a tentação da riqueza e sufocada pelas distrações da
mensagem, fazendo com que outras distrações sufocam o vida, como as preocupações,
elas não produzam frutos. As crescimento da palavra, e ela se riquezas, prazeres. Então, essas
sementes que se desenvolveram torna improdutiva. As sementes pessoas não produzem nada. As
em um bom solo são as pessoas que foram semeadas em um bom sementes que caíram em bom
que ouvem a mensagem e a solo representam as pessoas solo são aquelas pessoas que
compreendem e que agarram-se que ouvem a palavra, aceitam a são honestas e que fazem o que
a ela e, por causa da sua mensagem e são produtivas. é certo. Elas ouvem a
perseverança, produzem uma mensagem, agarram-se a ela e,
boa colheita – algumas cem, Elas conseguem produzir trinta, por causa da sua perseverança,
algumas sessenta e algumas sessenta e até cem vezes o que produzem uma boa colheita.
trinta vezes o que tinha sido foi originalmente semeado.”
plantado.” [Jesus lhes perguntou: Jesus lhes perguntou: “Quem
“Quem coloca um lampião coloca um lampião debaixo de Não se acende um lampião e
debaixo de um cesto ou debaixo um cesto ou debaixo da cama? depois se coloca um cesto sobre
da cama? Ninguém. Coloca-se o Ninguém. Coloca-se o lampião ele para cobri-lo, ou se o coloca
lampião em um velador para que em um velador. debaixo da cama. Não. O
qualquer um que entre veja a lampião deve ser colocado em
luz. Então, tudo que está Então, tudo que está escondido um velador, para que qualquer
escondido será revelado, e tudo será revelado, e tudo que está um que entre veja a luz. Pois
que está em segredo será em segredo será conhecido.” tudo o que está escondido será
conhecido.” Ele lhes disse: “Se Ele lhes disse: “Se vocês tiverem descoberto, e tudo que está em
vocês tiverem ouvidos para ouvidos para ouvir, ouçam o que segredo se tornará conhecido e
ouvir, ouçam o que eu digo! eu digo! Prestem atenção ao que revelado.
Prestem atenção ao que vocês vocês ouvem, pois lhes será Então, prestem atenção em
ouvem, pois lhes será dado de dado de acordo com o quanto como vocês ‘ouvem.’
acordo com o quanto queiram queiram receber, medida por
receber, medida por medida. medida.
Será dado mais para aqueles Será dado mais para aqueles Para aqueles que recebem será
que já entenderam, mas, que já entenderam, mas, aqueles dado mais. Daqueles que não
aqueles que não querem saber que não querem saber terão o recebem até mesmo o que eles
terão o pouco que entendem pouco que entendem tirado pensam que têm lhes será
tirado deles.”]93 deles.” tirado!”
93 O significado aqui parece ser: aquele que atende diligentemente às minhas palavras aumentará cada vez mais no
conhecimento da verdade; mas aquele que os negligencia e é desatento se tornará mais ignorante; as poucas coisas
que aprendeu ele esquecerá, e seu conhecimento insignificante será diminuído.
§ 55. Parábola do Joio. Outras Parábolas. - PERTO DE CAFARNAUM?
Mateus 13:24-53
Então, ele lhes contou outra parábola, por meio de exemplos: “O Reino do Céu é como um homem que
semeou boas sementes em seu campo. Mas, enquanto os seus empregados estavam dormindo, um
inimigo veio e jogou sementes de joio sobre a plantação de trigo. E depois foi embora. Então, quando o
trigo cresceu e produziu espigas de trigo, apareceu também o joio. Os empregados do dono do campo
chegaram e perguntaram a ele: ‘Senhor, você não semeou boas sementes em seu campo? De onde
vieram o joio?’ Ele respondeu: ‘Algum inimigo fez isso,’ E eles perguntaram: ‘Você quer que nós
arranquemos o joio?’ O patrão respondeu: ‘Não. Porque, quando vocês arrancarem o joio, poderão
arrancar também o trigo. Deixem que eles cresçam juntos até a época da colheita. Então, eu direi a
quem for trabalhar na colheita para primeiro juntar o joio, fazer feixes e queimá-las. Depois, que juntem
o trigo e os guarde em meu celeiro.’” 94 Jesus lhes deu outro exemplo: “O Reino do Céu é como a
semente de mostarda, que um fazendeiro plantou em seu campo. Mesmo que ela seja a menor das
sementes, ao crescer, torna-se muito maior do que as outras hortaliças. Na verdade, ela se torna uma
árvore grande o bastante para que os pássaros façam ninhos em seus galhos.” Ele lhes contou mais
uma parábola: “O Reino do Céu é como o fermento, que uma mulher misturou em uma grande
quantidade de farinha, até que toda a massa tivesse crescido.” 95 Jesus explicou todas essas coisas
para a multidão, usando parábolas como exemplo. Na verdade, ele sempre falava com elas usando
parábolas. Assim se cumpriu o que o profeta disse: “Eu falarei usando parábolas e explicarei coisas
desconhecidas desde a criação do mundo.” Então, Jesus deixou a multidão e voltou para casa. Seus
discípulos juntaram-se a ele e pediram: “Por favor, explique para nós a parábola do joio no campo.”
Jesus explicou: “Quem semeia as sementes boas é o Filho do Homem, 96 O campo representa o mundo.
As boas sementes são os filhos do Reino. As sementes de joio são os filhos do maligno. O inimigo que
semeou as sementes de joio é o diabo. A colheita é o fim da era. 97 Os que trabalham na colheita são os
94 Nesta parábola há uma conexão estreita entre a vinda do "reino dos céus" e uma grande época judicial. Nosso Senhor
representa a separação dos justos e dos ímpios como a característica da grande consumação que é chamada de "o
reino de Deus". Mas o reino foi declarado próximo. Segue-se, portanto, que as parábolas diante de nós se referem, não
a um evento remoto ainda no futuro, mas a um que no tempo de nosso Salvador estava próximo. É surpreendente que
os expositores tenham falhado em reconhecer nessas previsões solenes a reprodução e reiteração das palavras de
Malaquias e de João Batista. (Ml. 3:1-6; 4:1; Mt. 3:10-12; Lc. 3:9-17) Aqui encontramos a mesma separação final
entre os justos e os ímpios; a mesma purificação da terra; a mesma coleta do trigo no celeiro; a mesma queima da
palha [joio, restolho] no fogo. Pode haver alguma dúvida de que este é o mesmo ato de julgamento, no mesmo
período de tempo, para o mesmo evento histórico, ao qual Malaquias, João e nosso Senhor se referem? Mas vimos
que João Batista previu um julgamento que era então iminente - uma catástrofe tão próxima que o machado já estava
na raiz das árvores - de acordo com a profecia de Malaquias, que "o dia grande e terrível do Senhor" seguiria a vinda
do segundo Elias. Somos, portanto, levados à conclusão de que esta discriminação entre os justos e os ímpios, esta
coleta do trigo no celeiro e queima do joio na fornalha de fogo, referem-se à mesma catástrofe, isto é, a ira que veio
sobre aquela mesma geração, quando Jerusalém se tornou literalmente "uma fornalha de fogo", e a era do Judaísmo
chegou ao fim no "grande e terrível dia do Senhor".
95 O significado dessas parábolas é avanço progressivo do reino. Ambos crescem lentamente; ambos crescem
imperceptivelmente. A ênfase na parábola da semente de mostarda é a proporção. Uma pequena semente cresce para
abrigar e apoiar as aves do céu. Isso é nada menos que milagroso - certamente além das expectativas normais de um
pequeno grupo iniciando um movimento. A ênfase na parábola do fermento é a onipresença. Não só faz algo pequeno
se tornar grande, mas se espalha e permeia o todo. A importância dessas parábolas é “o reino avançará o mundo
inteiro; Sua influência permeará todas as pessoas e coisas em todos os lugares.”
96 É para o seu próprio ministério pessoal e resultados que ele se refere e, portanto, devemos considerar a parábola para
ter uma relação especial com seus contemporâneos. Isto está em perfeita harmonia com sua solene advertência de
Lucas 13:26-28, onde Ele descreve a condenação daqueles que tiveram o privilégio de apreciar sua presença pessoal e
ministério, e que fingiram discipulado, mas eram joio e não trigo. "Então começareis a dizer: Temos comido e bebido
na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. E ele vos responderá: Digo-vos que não vos conheço nem sei de
onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniquidade. Ali haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora". Por mais aplicável
aos homens em geral, ela teve uma aplicação direta e específica sobre os contemporâneos de nosso Senhor - a geração
que testemunhou Seus milagres e ouviu Suas parábolas.
97 Encontramos nas passagens aqui citadas um exemplo de uma dessas traduções errôneas que muito fizeram para
confundir e enganar os leitores comuns de nossas versões. É provável que noventa e nove em cada cem entendam pela
anjos. Da mesma maneira que o joio é colhido e queimado, no fim da era acontecerá o mesmo. O Filho
do Homem enviará seus anjos e eles juntarão tudo que representa o pecado e todos que fazem o mal. 98
Então, eles jogarão os maus na fornalha de fogo ardente, onde estes chorarão e rangerão os dentes. E
depois, aqueles que vivem de forma honesta brilharão como o sol no Reino do seu Pai. 99 Todos os que
têm ouvidos para ouvir, que ouçam! O Reino do Céu é como um tesouro escondido no campo. Um
homem o encontrou e o enterrou de novo. Depois, muito alegremente, vendeu tudo o que tinha e
comprou aquele campo. O Reino do Céu também é como um comerciante procurando belas pérolas.
Quando ele encontrou a pérola mais cara, ele vendeu tudo o que tinha e a comprou. O Reino do Céu
também é como uma rede de pesca jogada ao mar, que pegou todo tipo de peixes. Quando ela estava
cheia, foi recolhida. Os peixes bons foram colocados em cestos, enquanto os ruins foram jogados fora.
Assim acontecerá quando o fim da era chegar. Os anjos sairão e separarão as pessoas ruins das boas.
As pessoas ruins serão jogadas na fornalha de fogo ardente, onde chorarão e rangerão os dentes. 100
Agora vocês compreendem tudo?” Eles responderam: “Sim, Senhor!”101 Jesus disse: “Todo educador
religioso que aprendeu sobre o Reino do Céu é como o dono de uma casa, que tira do seu depósito
tanto coisas novas quanto antigas.” Após Jesus ter acabado de contar essas parábolas, ele foi embora.
§ 56. Jesus instrui a cruzar o lago. Incidentes. A tempestade é acalmada. - LAGO DA GALILEIA.
frase "o fim do mundo", o fim da história humana e a destruição da terra material. Eles não imaginariam que o
"mundo" em Mt. 13:38 e o "mundo" em Mt. 13:39, 40, são palavras totalmente diferentes, com significados
totalmente diferentes. No entanto, esse é o fato. κόσµος em Mt. 13:38 é o mundo corretamente traduzido e refere-se
ao mundo dos homens, mas o αἰών em Mt. 13:39, 40, refere-se a um período de tempo e deve ser traduzido por idade
ou época. Lange traduz como um aeon. É da maior importância entender corretamente os dois significados desta
palavra e da frase "o fim dos tempos", ou era. Aeon é, como dissemos, um período de tempo, ou época. É exatamente
equivalente à palavra latina aevum, que é meramente αἰών com traje latino; e a frase συντελείας τοῦ αἰῶνος, traduzida
em nossa versão, "o fim do mundo", deveria ser "o fim dos tempos". Tittman observa: "συντελείας τοῦ αἰῶνος no
Novo Testamento, não indica o fim do mundo, mas sim a consumação do αἰών, que deve ser seguido por um novo
aeon. Este é o caso em Mateus 13:39, 40, 49; 24:3; tememos que esta última passagem seja mal interpretada quando
aplicada à destruição do mundo". Sempre foi crença dos judeus que o Messias inauguraria um novo aeon, ou uma
nova era: e este novo aeon, ou era, eles chamavam de "reino dos céus". O aeon existente: portanto, era a dispensação
judaica, que agora estava chegando ao seu fim; e o Senhor mostra nessas parábolas como isso aconteceria.
98 O envio dos anjos na época da colheita para a reunião do joio na fornalha de fogo (o lago de fogo) é a ressurreição dos
impios que estão no Hades para condenação eterna. O envio dos anjos na época da colheita para a reunião do trigo no
celeiro (o reino dos céus) é comumente denominado "o arrebatamento dos santos", e envolve os santos vivos e
mortos. (cf. Mt. 24:31; Jo. 14:1-3; 1 Ts. 4:17; 2 Ts. 2:1)
99 Nesta parábola, nosso Senhor fala da ressurreição dos mortos e do julgamento como eventos associados ao fim da era
judaica e o início de uma nova (o reino dos céus). Há um conexão entre essa parábola, o ensino do Senhor sobre “a
hora que vem” quando os mortos sairiam de suas sepulturas para permanecer diante do Seu trono de julgamento, (Jo.
5:27-29) e a profecia de Daniel 12:1-3, 13, que também está conectado ao tempo do fim e da destruição de Jerusalém.
100A esta visão somos levados por toda a doutrina do nosso Senhor sobre a ressurreição e o julgamento dos justos e
injustos. Os homens de Nínive e a rainha do sul devem ressuscitar para serem julgados com esta geração. Na colheita
- isto é, na ressurreição - no final da era, o joio e o trigo, as ovelhas e as cabras, são levantados para permanecer diante
do Seu trono de julgamento. Estava chegando a hora em que "todos os que estão nas sepulturas ouvirão a sua voz e
sairão", quando o Filho do homem deveria vir em Sua glória para ressuscitar e julgar todos os homens de acordo com
suas obras. (cf. Mt. 12:41,42; Lc. 11:31, 32; Mt. 13:36-50; 16:27, 28; Mc. 8:38; 9:1; Lc. 9:26, 27; Mt. 25:31-46)
101Aqui temos uma declaração muito enfática de que os discípulos compreenderam o ensino do Senhor a respeito do fim
da era e a vinda do reino dos céus, associados a época da ressurreição e do julgamento, que sera a base de suas
perguntas no monte das oliveiras em Mateus 24.
eles caminhavam,] Um dos caminhavam, um homem disse a
mestre da Lei se aproximou dele Jesus: “Eu o seguirei para onde
e disse: “Mestre, eu o seguirei você for.”
aonde você for!” Jesus lhe disse: Jesus disse ao homem: “As
“As raposas têm as suas tocas e raposas têm suas tocas, e os
os pássaros têm os seus ninhos, pássaros têm os seus ninhos,
mas o Filho do Homem não tem mas o Filho do Homem não tem
nem mesmo um lugar onde nem mesmo um lugar para
descansar.” [Então, Jesus disse descansar.” Então, Jesus disse a
a outro homem:] “Siga-me!” outro homem: “Siga-me!” Mas, o
[Mas, o] Outro discípulo disse homem respondeu: “Senhor,
para Jesus: “Senhor, permita-me primeiro deixe que eu vá para
primeiro voltar e sepultar o meu casa e sepulte o meu pai.”
pai.” Jesus respondeu: “Deixe Jesus respondeu: “Deixe que os
que os mortos sepultem os seus mortos sepultem os seus
mortos. Vá e anuncie o Reino de próprios mortos. Vá e anuncie o
Deus.” [Outro homem disse: Reino de Deus.” Outro homem
“Senhor, eu o seguirei! Porém, disse: “Senhor, eu o seguirei!
primeiro deixe-me ir para casa Porém, primeiro deixe-me ir para
para me despedir da minha casa para me despedir da minha
família.” Jesus lhe disse:] “Quem família.” Jesus lhe disse: “Quem
começa a arar a terra e depois começa a arar a terra e depois
olha para trás, não serve para o olha para trás, não serve para o
Reino de Deus.” Então, Jesus Reino de Deus.”
subiu em um barco e os seus Então, os discípulos deixaram as Assim, eles entraram em um
discípulos [deixaram as pessoas pessoas ali e foram com Jesus e barco e partiram.
ali e] foram com ele. [Outros entraram em um barco. Outros
barcos os seguiram. Enquanto barcos os seguiram. Enquanto navegavam, Jesus
navegavam, Jesus dormiu e] De dormiu
repente, chegou uma [terrível] Logo, uma terrível tempestade e uma tempestade começou a
tempestade violenta, que fazia começou, e as ondas batiam cair sobre o lago.
as ondas cobrirem o barco, com força contra o barco,
[fazendo com que ele se fazendo com que ele se O barco se encheu de água e
enchesse de água e corria o enchesse de água. Jesus estava corria o risco de afundar.
risco de afundar.] mas Jesus dormindo na parte traseira do
continuava dormindo [na parte barco, com a cabeça em uma
traseira do barco, com a cabeça almofada. Eles se aproximaram de Jesus e
em uma almofada]. Os discípulos Os discípulos o acordaram, o acordaram, dizendo: “Mestre,
chegaram perto dele e o gritando: “Mestre, você não se mestre! Nós iremos morrer!”
acordaram gritando: “Senhor, importa que nós morramos?”
[você não se importa que nós
morramos?] salve-nos! Nós
iremos morrer!” [Jesus acordou Jesus acordou. Jesus acordou.
e perguntou aos discípulos:] “Por Jesus perguntou aos discípulos: Ele lhes perguntou:
que vocês estão com tanto “Por que vocês são tão
medo? Por que vocês têm fé tão medrosos?
pequena? Vocês ainda não Vocês ainda não aprenderam a “Acaso vocês não têm fé?”
aprenderam a ter fé em mim?” ter fé em mim?”
Então, ele se levantou e ordenou Ele disse para que o vento e ordenou que o vento e as
que os ventos e as ondas parasse e falou para as ondas: ondas agitadas parassem.
parassem: “Fiquem quietas! “Fiquem quietas! Acalmem-se!”
Acalmem-se!” [A natureza lhe O vento parou de soprar e a A natureza lhe obedeceu e tudo
obedeceu e] Tudo ficou água ficou completamente calma. ficou calmo.
absolutamente calmo. Os Eles estavam surpresos e
discípulos ficaram [surpresos e] apavorados. Perguntavam uns Aterrorizados e admirados, eles
admirados e disseram [uns para para os outros: “Quem é este? disseram uns para os outros:
os outros]: “Quem é este? Até Até mesmo o vento e as ondas “Então, quem é ele? Ele ordena
mesmo os ventos e as ondas lhe lhe obedecem!” aos ventos e à água, e eles lhe
obedecem!” obedecem!”
Eles chegaram à região de Eles chegaram à região de Quando ele chegou ao outro
Gerasa,102 no outro lado do lago. Gerasa, que fica no lado oposto lado, na região de Gadara, dois
Quando Jesus saiu do barco, um à Galileia. Quando Jesus saiu do homens possuídos por demônios
homem103 possuído por um barco, um homem, possuído pelo saíram do cemitério para
espírito mau saiu do cemitério demônio, vindo da cidade, foi encontrá-lo. Eles eram tão
[da cidade] para encontrá-lo. [Já encontrá-lo. Já fazia muito tempo perigosos que ninguém se
fazia muito tempo que esse que esse homem não usava atrevia a passar por aquele
homem não usava roupas ou roupas ou morava em uma casa. caminho.
morava em uma casa. Ele era Ele vivia entre os túmulos.
tão perigoso que ninguém se
atrevia a passar por aquele
caminho.] Esse homem morava Esse espírito muitas vezes o
entre os túmulos e era impossível dominava e, apesar das pessoas
prendê-lo mesmo com correntes. o amarrarem com correntes e
Várias vezes o prenderam com algemas e o vigiarem, o homem
correntes e algemas, mas ele quebrava as correntes e era
simplesmente arrebentava as levado pelo demônio para
correntes e quebrava as algemas lugares desertos.
em pedaços [e era levado pelo
demônio para lugares desertos].
Ninguém tinha força para
dominá-lo. Ele passava dias e
noites gritando entre os túmulos
e nas colinas próximas,
cortando-se com pedras
pontiagudas. Ao ver Jesus de Ao ver Jesus, ele gritou, caiu aos
longe, ele [gritou,] correu e se pés dele e lhe perguntou, aos
ajoelhou diante dele. Ele gritou: berros: “O que você quer de Eles gritaram: “Jesus, Filho de
“O que você quer de mim, Jesus, mim, Jesus, Filho do Deus Deus, o que você quer de nós?
Filho do Deus Todo-Poderoso? Altíssimo? Por favor, eu lhe Você veio nos castigar antes do
[Você veio nos castigar antes do imploro, não me castigue!” tempo?”
tempo?] Jure por Deus que não
irá me torturar!” Ele disse isso O espírito disse isso porque
porque Jesus já havia falado Jesus já havia ordenado ao
para o espírito mau deixá-lo. espírito mau que saísse do
Então, Jesus lhe perguntou: homem. Jesus lhe perguntou:
“Qual é o seu nome?” Ele “Qual é o seu nome?” Ele
respondeu: “Meu nome é Legião, respondeu: “Legião”, pois muitos
pois somos muitos.” Ele também demônios haviam entrado nele.
implorou, insistentemente, para Eles imploraram para que Jesus
que Jesus não os mandasse não ordenasse que eles fossem
para [para o Abismo104 ou para] para o Abismo.
102O uso que Mateus faz de "gadarenos" provavelmente se refere a uma área maior que leva o nome de Gadara, a capital,
sob cuja jurisdição se encontra a área. Alguns acreditam que o evento ocorre especificamente na vila de Khersa
(Gersa) na costa nordeste do mar. Robertson diz que esta vila também fica no distrito de Gadara.
103Marcos e Lucas mencionam apenas um endemoninhado, provavelmente o mais feroz dos dois.
104O abismo é um local de confinamento temporário para seres espirituais (cf. Rm. 10:7; Ap. 9:1-3; 11:7; 17:8; 20:1-3),
onde aguardam a punição definitiva e eterna no lago de fogo. (cf. Mt. 25:41; Ap. 19:20; 20:10, 14, 15)
outra província.105 Um grande Havia uma grande quantidade de Próximo dali havia muitos porcos
rebanho de porcos se alimentava porcos que estavam comendo que se alimentavam. Os
na encosta próxima. Os espíritos em uma encosta próxima. Os demônios suplicaram a ele: “Se
maus imploraram a Jesus: demônios imploraram para que você vai nos expulsar, mande-
“Mande-nos para aqueles Jesus permitisse que eles nos para aqueles porcos.”
porcos, para que possamos entrassem nos porcos.
entrar neles.” Jesus permitiu que Jesus permitiu, e os demônios
eles fizessem o que pediram. saíram do homem e entraram
[Jesus disse:] ”Vão!” Os espíritos nos porcos. Os animais se Jesus disse: “Vão!” Os demônios
maus saíram do homem e jogaram da encosta, caíram no saíram dos homens e entraram
entraram nos porcos. Todo o lago e se afogaram. nos porcos. Todos os porcos se
rebanho, cerca de dois mil jogaram da encosta e se
porcos, se atirou penhasco afogaram no mar.
abaixo, caiu no mar e se afogou.
Os homens que tomavam conta Quando os homens que Os homens que tomavam conta
dos porcos [viram o que havia tomavam conta dos porcos viram dos porcos fugiram. Eles
acontecido,] fugiram e o que havia acontecido, fugiram chegaram à cidade e contaram
espalharam a notícia por toda a e espalharam a notícia na cidade para as pessoas de lá tudo o que
cidade e também pelos campos. e também pelos campos. As havia acontecido com os porcos
As pessoas vieram para ver o pessoas foram ver o que havia e com os homens possuídos por
que havia acontecido. Quando acontecido. Quando chegaram demônios. Todos os moradores
elas encontraram Jesus, viram o perto de Jesus, descobriram que da cidade foram conhecer Jesus.
homem que tinha sido possuído o homem estava livre dos
pela legião de espíritos maus demônios. Ele estava sentado
[livre dos demônios e] sentado aos pés de Jesus, vestindo
ali [aos pés de Jesus], vestido roupas e em seu juízo perfeito.
[roupas] e em seu juízo perfeito.
As pessoas ficaram assustadas As pessoas ficaram apavoradas.
com aquilo. Então, aqueles que Aqueles que viram o que havia
viram o que havia acontecido acontecido explicaram como o
com o homem e com os porcos homem possuído pelos demônios
contaram aos outros. [Quando tinha sido curado. Em seguida, Quando eles o encontraram,
eles o encontraram,] Eles todos os moradores da região de imploraram para que ele fosse
começaram a implorar para que Gerasa pediram que Jesus fosse embora daquela região.
Jesus saísse daquele distrito embora, pois eles estavam
[pois eles estavam tomados pelo tomados pelo medo. Assim, ele
medo]. Quando Jesus entrou no voltou para o barco e foi embora.
barco, o homem que tinha sido O homem que havia sido
possuído pela legião de libertado dos demônios implorou
demônios pediu para ir com ele. para ir com ele, mas Jesus lhe
Mas Jesus recusou, dizendo: “Vá disse: “Volte para casa e conte
para casa e conte para a sua para as pessoas tudo que Deus
família o que o Senhor lhe fez e fez por você.”
como foi bom para você.” Então,
o homem foi embora e começou O homem foi embora e contou
a falar para as pessoas das Dez para toda a cidade tudo o que
Cidades tudo o que Jesus tinha Jesus tinha feito por ele.
feito por ele, e todos ficaram
maravilhados.106 Jesus voltou, de Assim, Jesus subiu em um
barco, para o outro lado do lago, barco, atravessando o lago de
[para a cidade em que ele volta para a cidade em que ele
morava] onde já havia uma Uma multidão foi dar as boas- morava.
105Como este deveria ter sido um distrito pagão, os demônios provavelmente eles poderiam agir lá com menos restrição
do que em um país onde a adoração a Deus foi estabelecida.
106As dez cidades mencionadas são Citópolis, Filadélfia, Gerasa, Pela, Damasco, Kanata, Dion, Abila, Gadara e
Hipopótamos. Como essas pessoas eram gentias, não havia necessidade de o homem ficar calado sobre o milagre.
grande multidão, aguardando-o vindas a Jesus quando ele
na praia. [Elas estavam retornou. Elas estavam ansiosas,
ansiosas, esperando por ele.] esperando por ele.
[Naquela noite,] Levi organizou Naquela noite, Jesus jantou na Enquanto Jesus comia na casa
um grande banquete em sua casa de Levi. Muitos cobradores de Mateus, muitos cobradores de
casa, em homenagem a Jesus. de impostos e “pecadores” se impostos e pecadores vieram e
Muitos cobradores de impostos e juntaram a Jesus e a seus sentaram-se à mesa com Jesus
outras pessoas também faziam discípulos para a refeição, pois e com os seus discípulos.
parte da multidão que estava muitos deles seguiram Jesus.
sentada, comendo com eles.
Mas, os fariseus e os escribas Quando os líderes religiosos dos Quando os fariseus viram isso,
reclamaram com os discípulos de fariseus viram Jesus comendo eles perguntaram aos discípulos
Jesus, perguntando: “Por que com essas pessoas, de Jesus: “Por que o seu Mestre
vocês [e seu Mestre] comem e perguntaram aos seus come com cobradores de
bebem com os cobradores de discípulos: “Por que ele come impostos e pecadores?”
impostos e com os pecadores?” com cobradores de impostos e
[Quando] Jesus [ouviu a com pecadores?” Quando Jesus Quando Jesus ouviu a pergunta,
pergunta,] respondeu: “As ouviu isso, lhes disse: “Não são respondeu: “As pessoas que
pessoas saudáveis não precisam as pessoas saudáveis que estão bem não precisam de um
de médico, mas os doentes precisam de um médico, mas, médico, mas os doentes
precisam. Vão e tentem entender sim, as que estão doentes. Eu precisam. Vão e tentem entender
o que isso significa: ‘Eu quero não vim para chamar os justos, o que isso significa: ‘Eu quero
compaixão, e não sacrifício.’ Eu mas sim os pecadores ao compaixão, e não sacrifício.’
não vim para chamar os bons. Eu arrependimento.” Porque eu não vim chamar os
vim chamar os pecadores, para justos, mas sim os pecadores, ao
que se arrependam dos seus arrependimento.”
pecados.” [Naqueles dias, os Naqueles dias, os discípulos de
discípulos de João Batista e os João Batista e os fariseus
fariseus estavam jejuando. estavam jejuando.
Alguns deles se aproximaram e] Alguns deles se aproximaram de Depois, os discípulos de João
Eles novamente argumentaram Jesus e lhe perguntaram: “Por vieram e perguntaram: “Por que
com Jesus: “Bem, os discípulos que os discípulos de João e os é que nós e os fariseus jejuamos
de João Batista frequentemente fariseus jejuam, mas os seus muitas vezes, mas os seus
jejuam e oram, como também os discípulos não?” discípulos não?”
discípulos dos fariseus. Mas, os
seus discípulos não; eles comem
e bebem.” Jesus, então, Jesus, então, lhes perguntou:
perguntou: “Os padrinhos de um “Os convidados para um “Os convidados de um
casamento devem jejuar casamento jejuam enquanto o casamento ficam tristes
enquanto o noivo está entre noivo está com eles? Não, enquanto o noivo está com
eles? Não. Mas, chegará o enquanto o noivo está presente eles?” Jesus respondeu. “Mas
momento em que o noivo irá se eles não podem jejuar. Mas, virá chegará o momento em que o
afastar deles. Então, os o dia quando o noivo se afastará noivo se afastará de perto deles
padrinhos poderão jejuar.” e, então, eles jejuarão. e, então, eles irão jejuar.
Depois, Jesus também deu estes
exemplos para eles: “Não se Ninguém coloca um retalho de Ninguém coloca um retalho de
deve tirar um retalho de uma pano novo em uma roupa velha. pano novo em uma roupa velha,
roupa nova para arrumar uma Caso contrário, o retalho caso contrário, o retalho
roupa velha. Caso contrário, a encolheria e aumentaria o rasgo encolheria e aumentaria o rasgo
roupa nova ficará estragada e o da roupa. Ninguém também da roupa. Ninguém também
retalho da nova não combinará coloca vinho novo em odres coloca vinho novo em odres
com o tecido da roupa velha. velhos. Se alguém fizer isso, os velhos, porque senão, os odres
Não se deve colocar vinho novo recipientes de couro arrebentam arrebentariam, derramariam o
em recipientes de couro velhos. e se perdem tanto o vinho quanto vinho e ficariam estragados. Pelo
Pois o vinho novo arrebentaria os os recipientes. Definitivamente, contrário, o vinho novo é
recipientes. O vinho seria não. Vinho novo deve ser colocado em odres novos e,
desperdiçado e os recipientes de colocado em recipientes de assim, os dois não estragam.”
couro ficariam estragados. Deve- couro novos.”
se colocar vinho novo em
recipientes de couro novos, e
ambos juntamente são
conservados. E ninguém, após
beber vinho velho, quer
experimentar o vinho novo, pois
eles dizem: ‘O vinho velho é
melhor!’”.
59. A criação da filha de Jairo. A mulher com uma penugem sangrenta. - CAFARNAUM.
[Uma dessas pessoas era] Um Uma dessas pessoas era Jairo, Enquanto Jesus falava isso, um
líder da sinagoga, chamado um líder da sinagoga, que se dos chefes se aproximou e se
Jairo, [que enquanto falava isso] aproximou de Jesus e se jogou curvou diante dele. Ele disse
aproximou-se de Jesus. Ao vê-lo, aos seus pés. Ele implorou a para Jesus: “Minha filha acabou
Jairo caiu aos seus pés e Jesus para que fosse com ele de morrer. Mas se você vier e
implorou, dizendo: “Minha para a sua casa, pois a sua colocar a mão sobre ela, eu sei
filhinha está quase morrendo. única filha estava morrendo. que ela viverá novamente.”
Por favor, venha e coloque suas
mãos sobre ela para que possa
ser curada e fique viva.”
[A menina tinha cerca de doze A menina tinha cerca de doze
anos.] Então, Jesus [e os seus anos. Enquanto Jesus Jesus e seus discípulos foram
discípulos foram] com ele. caminhava para a casa de Jairo, com ele.
[Enquanto Jesus caminhava as pessoas se amontoavam ao
para a casa de Jairo, as redor dele.
pessoas se amontoavam ao
redor dele.] Todos o seguiram,
apertando-o e empurrando-o.
Uma mulher que se encontrava No meio da multidão havia uma Naquele momento, uma mulher,
lá [no meio da multidão] estava mulher que sofria há doze anos, que tinha uma hemorragia que já
doente há doze anos, por causa com uma hemorragia. Ela havia durava doze anos,
de uma hemorragia que não gastado todo o seu dinheiro,
parava. Ela sofreu muito sob os pagando médicos para que a
cuidados de vários médicos e já curassem, mas nenhum deles
havia gastado todas as suas tinha sido capaz de ajudá-la.
economias. Mas, ela não
melhorou de sua doença. Na
verdade, ela havia até mesmo
piorado. Ela ouvira falar sobre
Jesus, então, veio por trás dele, Ela foi por trás de Jesus e tocou veio por trás de Jesus e tocou na
abrindo caminho entre a multidão na barra da capa dele. barra da capa dele. Ela pensou:
e tocou a sua capa. Ela disse a si Imediatamente, a hemorragia “Se eu conseguir apenas tocar
mesma: “Se eu conseguir tocar, parou. na sua roupa, ficarei curada.” E,
mesmo que seja em sua capa, assim, a mulher foi curada.
ficarei curada.” A hemorragia
parou imediatamente, e ela
sentiu o seu corpo curado da
doença. Jesus sentiu, no mesmo
instante, que dele havia saído
poder. Então, se virou e
perguntou: “Quem tocou na “Quem me tocou?”, Jesus
minha capa?” [Todos que perguntou. Todos que estavam
estavam em volta dele negaram em volta dele negaram ter feito
ter feito isso.] Os discípulos isso. Pedro disse: “Mas, Mestre,
responderam: “Veja esta há uma multidão a sua volta. E
multidão apertando-o! O que ela o aperta.”
quer dizer com: ‘Quem tocou na
minha capa?’” [Jesus disse: Jesus disse: “Alguém tocou em
“Alguém tocou em mim. Eu sei, mim. Eu sei, porque senti que de
porque senti que de mim saiu mim saiu poder.” Quando a
poder.”] Jesus ficou olhando em mulher percebeu que não
volta, para ver quem o havia poderia mais se esconder, ela se
tocado. A mulher, percebendo o aproximou de Jesus e, tremendo,
que havia acontecido [e que não ajoelhou-se diante dele.
poderia mais se esconder], veio
[tremendo], se ajoelhou diante
dele e lhe disse toda a verdade.
[Jesus se virou e viu a mulher. Jesus se virou e viu a mulher.
Na frente de todos, ela explicou Na frente de todos, ela explicou o
o motivo de ter tocado em Jesus motivo de ter tocado em Jesus e
e também explicou que, ao tocá- também explicou que, ao tocá-lo,
lo, foi imediatamente curada.] foi imediatamente curada.
Jesus lhe disse: “Fique feliz! Jesus disse à mulher: Ele lhe disse: “Fique feliz!
Minha filha, você foi curada “Filha, a sua fé a curou. Vá em Por ter acreditado em mim, você
porque teve fé em mim. Vá em paz!” foi curada.”
paz. Você está curada da sua
doença.” Enquanto ele ainda
estava falando, algumas pessoas Enquanto ele falava, alguém veio
vieram da casa do líder da da casa do líder da sinagoga e
sinagoga. Eles disseram ao líder: lhe disse: “A sua filha morreu.
“A sua filha morreu. Você não Você não precisa mais
precisa mais incomodar o incomodar o Mestre.”
Mestre.” Jesus não deu atenção Ao ouvir isso,
ao que eles disseram. Ele falou
ao líder da sinagoga [Jairo]: “Não Jesus disse a Jairo: “Não tenha
tenha medo, apenas confie em medo!
mim. Se você tiver fé, ela ficará Se você tiver fé, ela ficará boa.”
boa.” Quando eles chegaram à Quando Jesus chegou na casa, Jesus chegou na casa do chefe.
casa do líder da sinagoga, Jesus ele permitiu apenas que Pedro, Ele viu os flautistas e as pessoas
viu todo o tumulto que havia ali. João e Tiago, além dos pais da que choravam, numa grande
[Ele viu os flautistas e as garota, ficassem lá. Todas as confusão.
pessoas que choravam, numa outras pessoas tiveram que sair.
grande confusão.] Ele deixou
apenas que Pedro, Tiago e seu
irmão, João, fossem com ele. As
pessoas choravam e Todos que estavam ali choravam
lamentavam. Ele entrou e lhes e se lamentavam pela menina.
perguntou: “Por que vocês estão Jesus lhes disse: Ele lhes disse:
fazendo tanto tumulto com toda
esta choradeira? Não chorem! “Não chorem!
Por favor, saiam! A garotinha não “Por favor, saiam! A menina não
está morta; ela está apenas Ela não está morta; a menina está morta; ela está apenas
dormindo.” As pessoas riram, está apenas dormindo.” Eles dormindo.” Mas eles riram e
zombando dele. Jesus fez com riram dele, pois sabiam que ela zombaram dele.
que todos saíssem. Então, havia morrido.
[assim que a multidão saiu,] ele Assim que a multidão saiu, ele se
entrou no quarto em que a aproximou da menina
menina estava, levando com ele
o pai e a mãe da criança, além
dos três discípulos. Pegando a
mão da menina, ele disse: Mas, Jesus pegou a mão dela e e pegou a sua mão
“Talitha koum”, que significa, disse em voz alta:
“Menina, levante-se!” A menina, “Menina, levante-se!”
que tinha doze anos de idade,
[voltou à vida] levantou-se Ela voltou à vida e se levantou de e ela se levantou.
imediatamente e começou a uma vez. O pai e a mãe da
caminhar. Eles ficaram garota ficaram muito
completamente surpresos com o impressionados com o que
que acontecera. Jesus, então, acontecera, mas, Jesus lhes
lhes ordenou para que não disse para não contarem a
contassem a ninguém sobre a ninguém o que havia acontecido.
cura e que dessem algo para a Jesus disse aos pais da menina
menina comer. [A notícia do que para lhe dar algo para comer. A notícia do que havia
havia acontecido se espalhou acontecido se espalhou por toda
por toda a região.] a região.
Mateus 9:27-34
Quando Jesus saiu dali, dois cegos o seguiram, gritando: “Filho de Davi, por favor, tenha pena de nós!”
Quando Jesus chegou na casa em que estava recebendo abrigo, os cegos se aproximaram. Jesus lhes
perguntou: “Vocês creem que eu sou capaz de fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor!” Então,
Jesus tocou os olhos deles e disse: “Porque vocês creem em mim, assim acontecerá!” E eles
conseguiram enxergar novamente. Naquele momento Jesus os avisou: “Não contem isso para
ninguém!” Mas eles saíram e espalharam a notícia a respeito de Jesus em todos os lugares. Quando
Jesus e os seus discípulos estavam indo embora, um homem mudo e possuído por um demônio foi
levado até ele. Assim que o demônio foi expulso, o homem começou a falar, e a multidão ficou
maravilhada. As pessoas disseram: “Nunca antes aconteceu uma coisa como essa em Israel!” Mas os
fariseus responderam: “Ele expulsa os demônios, usando o poder do chefe dos demônios.”
Jesus saiu de lá e foi para Nazaré, onde havia Ele retornou para a sua cidade natal. Lá, ele
morado, acompanhado por seus discípulos. No ensinou na sinagoga. As pessoas ficaram
sábado, ele começou a ensinar na sinagoga, e maravilhadas e perguntaram: “De onde vêm a sua
muitas pessoas que o ouviam ficaram surpresas. sabedoria e os seus milagres? Ele não é o filho do
Elas se perguntavam: “De onde ele tira essas carpinteiro? A mãe dele não se chama Maria? E
ideias? Que sabedoria é essa que ele recebeu? seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas?
De onde vem o seu poder para fazer milagres? Ele As irmãs dele não moram aqui entre nós? Então,
não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de de onde ele consegue tudo isso?” E, assim, eles
Tiago, José, Judas e Simão? As irmãs dele não se recusaram a crer nele.
vivem entre nós?” Eles ficaram desiludidos com
ele e o rejeitaram. Jesus lhes disse: “Um profeta é Jesus lhes disse: “Um profeta é respeitado em
tratado com respeito em todos os lugares, menos toda parte, menos em sua terra natal e em sua
em sua cidade, entre os seus parentes e dentro de família.”
sua própria família.” Por isso, Jesus não Como eles não confiaram nele, Jesus não fez
conseguiu fazer milagres ali, a não ser curar uns muitos milagres ali.
poucos doentes, impondo as mãos sobre eles. Ele
ficou impressionado com a falta de fé que havia
ali.
§ 62. Uma terceira viajem na Galileia. Os Doze são instruídos e enviados. - GALILEIA. (27 d.C.)
Jesus viajou, visitando as cidades e vilas. Ele Jesus ensinou nas vilas que havia perto dali.
ensinava nas sinagogas, pregando o evangelho do
Reino107 e curava todo tipo de enfermidade e
doenças. Quando Jesus viu as multidões, ele ficou
com muita pena daquelas pessoas, porque elas
estavam desesperadas e abandonadas, como
ovelhas sem um pastor. Ele disse aos seus
discípulos: “A colheita é grande, mas temos
apenas alguns trabalhadores. Peçam ao dono da
plantação que envie mais trabalhadores para fazer
a colheita.”
Jesus reuniu seus doze Ele reuniu os doze discípulos e Jesus reuniu os doze discípulos.
discípulos e lhes deu poder para começou a enviá-los em duplas, Ele lhes deu poder e autoridade
que expulsassem os espíritos dando autoridade para que para expulsar todos os demônios
maus e para que curassem todos expulsassem os espíritos maus. e a capacidade para curar
os tipos de doenças e de doenças. Em seguida, ele os
enfermidades [para anunciar o enviou para anunciar o Reino de
Reino de Deus]. Jesus enviou Deus e para curar os doentes.
esses doze homens [em duplas,]
dizendo: “Não vão a qualquer
cidade pagã ou samaritana.
Vocês devem procurar as
ovelhas perdidas da casa de
Israel. Onde quer que estejam,
digam às pessoas: ‘O Reino do
Céu está próximo.’ Curem as
pessoas que estiverem doentes.
Ressuscitem os mortos. Curem
os leprosos. Expulsem os
demônios. Vocês receberam de
graça; então, deem de graça
também. Não guardem ouro,
prata ou moedas de cobre em Ele lhes disse para não levarem
seus bolsos. Nem levem para a nada, a não ser um bastão para Ele lhes disse: “Não levem nada
sua jornada uma bolsa, dois ajudá-los na caminhada. Não com vocês para a viagem. Nem
mantos ou sandálias, ou uma deveriam levar pão, sacola e bengala para se apoiar, nem
bengala, pois um trabalhador nem dinheiro em seus cintos. sacolas, pães, dinheiro, nem
merece receber o seu sustento. Eles poderiam usar sandálias, mesmo qualquer peça a mais de
Onde quer que estejam, em mas não deveriam levar qualquer roupa.
qualquer cidade ou vila, peçam a peça a mais de roupa. Jesus lhes
alguém, que viva de acordo com disse: “Quando vocês forem
107Isto é: “O tempo anunciado chegou! Arrependam-se e creiam no evangelho, pois o Reino do Céu está próximo!”
os bons princípios, para recebê- convidados para uma casa, Fiquem na casa em que vocês
los em sua casa e fiquem nessa fiquem lá até o momento de forem recebidos, até irem
casa até irem embora do lugar. partirem. embora da cidade.
Quando entrarem na casa,
abençoem esse lugar. Se a casa
merecer, deixem que a sua paz
fique aí, mas se a casa não
merecer, façam com que a sua
paz retorne para vocês. Se
alguém não quiser recebê-los e
se recusar a ouvir o que vocês
têm a dizer, então, saiam da Se vocês não forem recebidos Se as pessoas se recusarem a
casa ou da cidade e, ao sair, em algum lugar e as pessoas recebê-los, tirem até mesmo o pó
sacudam o pó de seus pés. Ao não os ouvirem, então, tire o pó daquela cidade que esteja em
fazer isso, vocês estarão dando dos seus pés quando saírem, seus pés. Ao fazer isso, vocês
um aviso de protesto contra elas. como um protesto contra elas. Eu estarão dando um aviso de
Eu afirmo a vocês que isto é afirmo a vocês que isto é protesto contra elas.”
verdade: no Dia do Julgamento, verdade: no Dia do Julgamento,
Sodoma e Gomorra serão menos Sodoma e Gomorra serão menos
cobradas do que aquela cobradas do que aquela cidade.”
cidade.”108 Quando Jesus
acabou de orientar seus doze
discípulos, ele saiu dali e foi
ensinar e divulgar sua
mensagem nas cidades
próximas.
Então, os discípulos foram dizendo às pessoas Os discípulos saíram e viajaram pelas vilas ao
para se arrependerem. Eles expulsaram muitos redor, anunciando o evangelho e curando em
demônios e curaram muitas pessoas que estavam todos os lugares pelos quais eles passavam.
doentes, colocando azeite na cabeça delas.
§ 63. Herodes afirma que Jesus é João Batista, a quem ele havia decapitado. - PEREIA.
108Não há dúvida de que dia do julgamento aqui referido é o dia de Cristo, a Parousia. O pecado de Sodoma e Gomorra
não foi uma rejeição aberta de Deus encarnado, como foi para os contemporâneos de Jesus. Deveria ser óbvio que era
por essa razão que o julgamento que os judeus deveriam incorrer seria maior do que aquele que os sodomitas
esperavam. Sodoma e Gomorra passaram por um julgamento temporal que não as excluiu do julgamento eterno que
viria no fim da era, na segunda vinda do Senhor. Como pode Jesus julgar os povos, habitantes da terra, que já
morreram há muito tempo? Eles estão mortos. Para julgá-los, teriam que ser levantados novamente! O futuro
"julgamento" envolveria “esta geração” e as gerações anteriores, e uma vez que os mortos seriam julgados no dia do
juízo, logicamente, eles teriam que ser "ressuscitados" para serem julgados. Aqui, então, somos novamente
confrontados pela associação frequente da Parousia, a ressurreição dos mortos e o Julgamento.
Elias.” Outras pessoas ainda aparecido. Outras, ainda, que um
diziam: “Ele é um profeta como dos antigos profetas havia
os outros profetas de ressuscitado.
antigamente.” Quando Herodes
ouviu sobre isso, ele disse: “[Não Herodes disse: “Não há dúvida, e disse aos seus criados:
há dúvida, eu decapitei João. eu decapitei João. Então, quem é
Então, quem é esse homem esse homem sobre quem ouço
sobre quem ouço todas essas todas essas coisas?”
coisas?] Ele é João Batista, a “Esse homem deve ser João
quem eu mandei decapitar. Ele Batista, que foi ressuscitado. E é
foi ressuscitado dentre os por isso que ele tem esses
mortos! [E é por isso que ele tem poderes!”
esses poderes!” E ele tentou E ele tentou pensar em uma
pensar em uma maneira de maneira de encontrar Jesus.
encontrar Jesus.]109
§ 64. Os Doze retornam e Jesus retira-se com eles do outro lado do lago. Cinco mil são alimentados. -
CAFARNAUM. COSTA DO LAGO DA GALILEIA. (28 d.C.)
109Enquanto alguns afirmavam que foi João quem ressuscitou dos mortos, Herodes começou a temer que fosse ele; e
desejou vê-lo para que pudesse saber se era ele ou não; pois ele tinha conhecimento pessoal de João e conversava com
ele e, portanto, ao vê-lo, podia dizer se era ele quem havia ressuscitado dos mortos ou não.
“Venham comigo. Apenas vocês. Nós iremos para
um lugar calmo e descansaremos um pouco.”
Havia tantas pessoas vindo e saindo que eles não
tinham tempo nem para comer.
Logo após isso, ele fez com que Imediatamente após isso, Jesus
os discípulos entrassem no barco orientou seus discípulos a
e voltassem para o outro lado do voltarem para o barco. Eles
lago, enquanto ele se despedia deveriam ir antes dele para o
das pessoas. [Eles deveriam ir povoado de Betsaida, do outro
antes dele para o povoado de lado do lago, enquanto ele
Betsaida. Jesus percebeu que despedia a multidão. Jesus percebeu que eles
eles queriam forçá-lo a se tornar queriam forçá-lo a se tornar o
o seu rei, então,] Após ter se Assim que ele se despediu das seu rei, então, saiu e subiu
despedido das pessoas, ele pessoas, subiu a um monte para sozinho o monte. No fim da tarde,
subiu um monte para orar. [No orar. os discípulos desceram para o
fim da tarde, os discípulos mar, entraram em um barco e
desceram para o mar, entraram cruzaram as águas em direção à
em um barco e cruzaram as cidade de Cafarnaum.
águas em direção à cidade de
Cafarnaum.] Anoiteceu e ele Já era noite e Jesus ainda não
estava ali sozinho. [Um forte tinha se juntado aos discípulos.
vento começou a soprar e o mar Um forte vento começou a soprar
ficou muito agitado.] Naquele Mais tarde, naquela noite, o e o mar ficou muito agitado.
momento o barco já estava longe barco estava no meio do lago, Quando o barco já estava a uns
[a uns cinco ou seis quilômetros enquanto Jesus estava sozinho, cinco ou seis quilômetros longe
longe] da terra firme, [Ele ainda em terra. Ele conseguia vê- da costa,
conseguia vê-los] sendo los sendo golpeados pelas
golpeado pelas ondas, [enquanto ondas, enquanto tentavam remar
tentavam remar com muita com muita dificuldade, por causa
dificuldade,] por causa do vento do vento que soprava contra
que soprava contra ele. Eram eles. De madrugada, Jesus foi
aproximadamente entre três e até eles, caminhando sobre a
seis horas da manhã quando água.
Jesus os alcançou, andando
sobre o mar. [E ia passar adiante E ia passar adiante deles, mas
deles, mas] Quando os quando o viram andando sobre a eles viram Jesus, caminhando
discípulos o viram andando em água, pensaram que ele era um sobre a água, vindo em direção a
cima da água, [pensaram que ele fantasma. Eles gritaram, pois eles. Eles ficaram muito
era um fantasma e] ficaram com todos conseguiam vê-lo e assustados.
muito medo e gritaram: “É um estavam totalmente
fantasma!” Então, Jesus amedrontados. Jesus
imediatamente lhes disse: “Não rapidamente lhes disse: “Não se Jesus lhes disse:
se preocupem, sou eu! Não preocupem, sou eu. Não tenham “Não tenham medo! Sou eu.”
tenham medo!” Pedro falou: medo!”
“Senhor, se for realmente você,
diga-me para ir até onde está,
andando sobre a água.” “Então,
venha!”, disse Jesus. Pedro saiu
do barco e caminhou sobre a
água até onde Jesus estava.
Mas, quando percebeu como o
vento soprava forte, ele ficou
com medo e começou a afundar.
Ele gritou: “Senhor, salve-me!”
Jesus rapidamente o alcançou e
segurando-o disse: “Você tem
tão pouca fé em mim! Por que
você duvidou?” [Então, os Ele foi até eles,
discípulos, com boa vontade, Então, eles, com boa vontade,
ajudaram Jesus a subir no subiu no barco ajudaram Jesus a subir no barco
barco] Quando eles chegaram ao
barco, o vento parou [e, e o vento parou.
imediatamente, chegaram ao e, imediatamente, chegaram ao
lugar para onde queriam ir] 110 e lugar para onde queriam ir.
os discípulos o adoraram,
dizendo: “Você é realmente o
Filho de Deus!” [Eles ficaram Eles ficaram completamente
completamente chocados, pois chocados, pois não tinham
não tinham entendido o entendido o significado do
significado do milagre da milagre da multiplicação dos
multiplicação dos pães e dos pães e dos peixes, por causa de
peixes, por causa de sua mente sua mente fechada.
fechada.]
Depois de atravessarem o mar, eles chegaram à Após atravessarem o lago, chegaram à Genesaré.
região de Genesaré e amarraram o barco. Quando as pessoas perceberam que Jesus
Conforme eles saíam do barco, as pessoas estava lá, espalharam a notícia para que todos na
imediatamente reconheciam Jesus [e espalharam região soubessem.
a notícia para que todos na região soubessem].
Elas chegavam de todos os lugares próximos dali, Todos os doentes foram levados até Jesus e
trazendo os seus doentes em esteiras para o lugar imploraram para que ele os deixasse tocar na
onde ouviam que Jesus estava. Onde quer que barra da sua capa. Todas as pessoas que o
eles fossem, nas vilas, cidades ou no campo, as tocaram foram curadas.
pessoas levavam os doentes para as praças e
imploravam para que Jesus deixasse que os
doentes tocassem apenas na barra de suas
roupas. E todos que o tocavam eram curados.
§ 66. O discurso de Nosso Senhor à multidão na sinagoga de Cafarnaum. Muitos discípulos voltam.
A profissão de fé de Pedro. - CAFARNAUM.
João 6:22-7:1
No dia seguinte, a multidão que havia ficado do outro lado do mar notou que havia apenas um barco lá
e que Jesus não tinha ido no mesmo barco com os seus discípulos, quando eles saíram. Então, outros
barcos chegaram da cidade de Tiberíades, parando perto do lugar em que eles tinham comido pão, que
fora abençoado pelo Senhor. Quando a multidão percebeu que nem Jesus e nem os seus discípulos
estavam mais lá, eles entraram nos barcos e foram para a cidade de Cafarnaum, para encontrar Jesus.
Quando eles encontraram Jesus do outro lado do mar, perguntaram a ele: “Rabi, quando você chegou
aqui?” Jesus respondeu: “Eu lhes digo que isto é verdade: vocês estão me procurando porque
comeram os pães e ficaram satisfeitos; não porque entenderam os milagres. Não se preocupem com a
comida que se estraga; pelo contrário, concentrem-se na comida que dura para a vida eterna e que o
Filho do Homem dará a vocês, pois Deus, o Pai, colocou o seu selo de aprovação no Filho.” Então, eles
lhe perguntaram: “O que precisamos fazer para realizar o que Deus quer?” Jesus respondeu; “O que
Deus quer que vocês façam é ter fé naquele que foi enviado por ele.” Eles perguntaram: “Que milagre o
senhor vai realizar para que vejamos e tenhamos fé? O que o senhor é capaz de fazer? Os nossos
110Adam Clark observou que: “A que distância eles estavam do local em que desembarcaram, quando nosso Senhor veio
a eles, não sabemos. O evangelista parece falar de sua chegada repentina lá como extraordinária e milagrosa.” Esta é a
interpretação de John Gill: “como Nonnus observa, por um movimento divino; pois não apenas o vento cessou, mas
outro milagre foi realizado; o navio estava em um instante no local para onde pretendiam ir.”
antepassados comeram o maná no deserto, para cumprir o que as Sagradas Escrituras dizem: ‘Ele lhes
deu pão do céu, para que comessem.’” Jesus respondeu: “Eu lhes digo que isto é verdade: não foi
Moisés quem lhes deu pão do céu. É o meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de
Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo.” Eles disseram: “Senhor, por favor, sempre nos
dê esse pão!” Jesus respondeu: “Eu sou o pão da vida. Todos os que vêm até mim nunca mais
passarão fome, e todos os que creem em mim nunca mais terão sede. Porém, como eu expliquei a
vocês antes: vocês me veem, mas ainda não têm fé em mim. Todos aqueles que o Pai me dá virão a
mim, e eu não rejeitarei nenhum deles. Pois eu desci do céu não para fazer o que eu quero, mas, sim,
para fazer o que meu Pai quer. O que ele quer é que eu não perca ninguém que ele tenha me dado, 111
mas que eu ressuscite todos eles no último dia. 112 O que o meu Pai quer é que todos que veem o Filho e
têm fé nele tenham a vida eterna e, também, que eu os ressuscite no último dia.” 113 Então, os judeus
começaram a reclamar de Jesus, por ter dito: “Eu sou o pão que desceu do céu.” Eles disseram: “Este
não é Jesus, o filho de José? Nós conhecemos o seu pai e a sua mãe. Então, como ele pode agora nos
dizer: ‘Eu desci do céu’?” Jesus disse: “Parem de resmungar uns com os outros! Ninguém poderá vir
até mim, a não ser aquele que o Pai, que me enviou, o trouxer. 114 E eu irei ressuscitá-lo no último dia.
Como os profetas escreveram nas Sagradas Escrituras: ‘Todos serão ensinados por Deus.’ Todos os
que escutam o Pai e que aprendem com ele vêm até mim. Isso não significa que alguém tenha visto o
Pai, a não ser aquele que vem de Deus. Ele, sim, já viu o Pai. Eu lhes digo que isto é verdade: qualquer
um que crê em mim tem a vida eterna. 115 Eu sou o pão da vida. Os seus antepassados comeram o
maná no deserto, mas mesmo assim morreram. Porém, esse é o pão que desceu do céu, e qualquer
um que comer desse pão nunca morrerá. Eu sou o pão vivo que desceu do céu, e quem comer desse
pão viverá para sempre. O pão é minha carne, que eu dou para que o mundo possa viver.” 116 Então, os
judeus discutiram intensamente entre si: “Como este homem pode nos dar sua carne para comermos?”
Jesus lhes disse: “Eu lhes digo que isto é verdade: a menos que vocês comam a carne do Filho do
Homem e bebam o seu sangue, vocês não poderão verdadeiramente viver. Aqueles que comem a
minha carne e bebem o meu sangue têm a vida eterna e serão ressuscitados no último dia. 117 Pois a
111“Tem dado", no sentido perfeito, completo e definitivo, desde a eternidade passada.
112Não se pode duvidar que as expressões "naquele dia" e "o dia do julgamento" sejam sinônimos e se refiram ao mesmo
período. O julgamento é contemporâneo do "fim da era" [συντελείας τοῦ αἰῶνος] (cf. Mt. 13:39, 40, 49) e inferimos
que "o último dia" é apenas outra forma da expressão "o fim da era ou aeon". A Parousia também é constantemente
representada como coincidente no tempo com "o fim da era", de modo que todos esses grandes eventos, a Parousia, a
ressurreição dos mortos, o julgamento e o último dia, são contemporâneos. Uma vez que, o fim da eras não é, como
geralmente se imagina, o fim do mundo, ou a destruição total da terra, mas o fim da economia judaica; e como o
próprio Senhor, de maneira distinta e frequente, coloca esse evento dentro dos limites da geração existente,
concluímos que a Parousia, a ressurreição, o julgamento e o último dia pertencem ao período da destruição de
Jerusalém. Por mais surpreendente ou incrível que tal conclusão possa parecer à primeira vista, é com isso que os
ensinamentos do Novo Testamento estão absolutamente comprometidos, e à medida que avançarmos nesta
investigação, encontraremos a evidência em apoio dela se acumulando em um grau tal que se tornam irresistível. Nos
encontraremos com expressões como "os últimos tempos", "os últimos dias" e "a última hora", denotando
evidentemente o mesmo período que "o último dia" - ainda mencionado como não muito distante, e mesmo como já
vindo. Enquanto isso, podemos apenas pedir ao leitor que reserve seu julgamento, e com calma e imparcialidade, para
pesar as evidências derivadas não da autoridade humana, mas da própria palavra inspirada.
113Deve ser observado o modo da ressurreição aqui mencionada; todos que estavam nas sepulturas deveriam sair para a
ressurreição da vida ou para a ressurreição do julgamento (Jo. 5:28, 29; Dn. 12:2, 3, 13); indicando que este deveria
ser um processo da sepultura a uma condição de gozo ou punição, ao invés de sair da sepultura à vista dos homens
para que possam continuar nesta vida terrena.
114Se Deus o Pai não chamar e habilitar antes, ninguém virá a o Cristo: Não entenderá o evangelho, não quererá o
senhorio de o Cristo, não se arrependerá, não crerá biblicamente no Cristo da Bíblia.
115A bênção final e consumada da nova aliança é a vida eterna em Cristo. Há uma experiência parcial presente e uma
experiência consumada.
116Quando Jesus fala da recompensa da vida eterna na era por vir, creio que ele está falando especialmente daquela fase
eterna consumada da era por vir, a medida e experiência consumada da vida eterna e do reino, que era esperado pelo
primeiro Cristãos na Parousia.
117Isto é, "naquele dia", no "dia do julgamento". Não é estranho que com isso muitos expositores, na maior parte,
continuarão a tropeçar uma referência tão direta e simples ao tempo da ressurreição como aquela que nosso Senhor
repete tão frequentemente nas páginas de São João - "Eu vou levantá-lo no último dia". Que precisão pode haver
nessa interpretação popular de "último dia"? Os santos ainda estão esperando em algum estado intermediário e
imperfeito? ainda desencarnados? ainda suspirando pela visão do rosto de Cristo? Certamente isto é assim, se Cristo
minha carne é alimento verdadeiro e o meu sangue é bebida verdadeira. Os que comem a minha carne
e bebem o meu sangue permanecem em mim, da mesma maneira que eu permaneço neles. Assim
como o Pai, que vive, foi quem me enviou, e eu vivo por causa dele, todos os que se alimentam de mim
viverão por minha causa. Este é o pão que desceu do céu, não do tipo de pão que os seus
antepassados comeram e mesmo assim morreram. Todos que comerem deste pão viverão para
sempre.”118 Jesus disse isso enquanto ensinava na sinagoga de Cafarnaum. Muitos dos seus
discípulos, ao ouvirem o que ele lhes falara, disseram: “Isso é difícil de aceitar! Quem pode seguir
esses ensinamentos?” Jesus percebeu que seus discípulos estavam murmurando a respeito do que ele
tinha dito, então, lhes perguntou: “Vocês ficaram ofendidos com isso? Então, e se vocês vissem o Filho
subir para onde ele estava antes? O Espírito é o que dá vida, mas o ser humano não pode fazer isso.
As palavras que eu lhes disse são espírito e vida! Ainda assim, há alguns de vocês que não creem em
mim.” Jesus sabia desde o início quem não tinha fé nele e quem o haveria de trair. Jesus também falou:
“É por isso que eu lhes disse que ninguém poderá vir até mim, se não for concedido por meu Pai.” 119 A
partir desse momento, muitos dos discípulos de Jesus desistiram e não o seguiram mais. Então, Jesus
perguntou aos doze discípulos: “E quanto a vocês? Também querem ir embora?” Simão Pedro
respondeu: “Senhor, quem nós seguiríamos? Você é o único que tem as palavras da vida eterna. Nós
cremos em você, e também temos certeza de que você é o Cristo, o Filho do Deus vivo, o Santo que
Deus enviou.”120 Jesus respondeu: “Fui eu que escolhi vocês, os doze discípulos. Ainda assim, um de
vocês é um diabo.” Jesus estava se referindo a Judas, filho de Simão Iscariotes. Ele foi aquele que,
mesmo sendo um dos doze, iria trair Jesus.
não veio para levantar Seu povo. Mas o “último dia" é facilmente interpretado. É o último dia da era, ou dispensação
Judaica então em execução, e era uma frase popular para a época em que os privilégios messiânicos seriam dados ao
povo de Deus. Confundir esse significado é indesculpável, visto que quase todos os apóstolos escrevem sobre "a
última hora", "os últimos dias" como estando presentes para si próprios; e especialmente quando o próprio João,
notavelmente em sua primeira epístola, chama atenção dos leitores para o fato de que o velho mundo está morrendo, e
a escuridão do reinado do diabo passando rapidamente, e que não apenas os "últimos dias", mas a "última hora" do dia
chegou. (1 Jo. 2:18)
118No dia da ressurreição, na segunda vinda do Senhor, entrarão no meu reino celestial e herdarão a vida eterna.
119Embora haja neles a aparência externa de discipulado, eles carecem da preparação divina interior. John Gill observa:
“que ninguém pode vir a mim, a menos que seja dado a ele por meu Pai; que é o mesmo, como ser atraído pelo Pai;
pois a fé em Cristo é um dom de Deus, e vir a ele é devido à graça eficaz, e não é o produto do poder e do livre
arbítrio do homem”.
120John Gill observa que: “... eles acreditaram no primeiro chamado deles por Cristo, e no seguimento dele, que ele era o
verdadeiro Messias; e tiveram certeza disso pelos milagres que ele realizou e pelas doutrinas que ensinou; a fé deles,
por mais fraca que fosse a princípio, aumentou para uma plena certeza de fé e de entendimento; havia uma realidade e
uma certeza nisso, como há em toda fé verdadeira, com relação ao objeto, embora nem sempre com relação ao
interesse nele; que foi o caso aqui, como aparece pelo que segue: que tu és aquele Cristo; ou o Messias, que foi
prometido por Deus na antiguidade, falado pelos profetas e esperado pelos judeus; aquele profeta ungido de quem
Moisés havia falado, que deveria surgir de Israel, como aquele sacerdote ungido, que, de acordo com o juramento de
Deus, seria sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque; e aquele Rei ungido, a quem Deus colocou
sobre seu santo monte de Sião: o filho do Deus vivo; disso eles sabiam e tinham certeza, tanto pelo testemunho de
João quanto pela voz do pai do céu; que três deles ouviram, na transfiguração de Cristo no monte: Deus o pai é
chamado ‘o Deus vivo’; embora a versão da Vulgata Latina deixe de fora a palavra ‘vivo’; não distingui-lo de seu
filho; pois ele também é o Deus vivo; e é assim chamado, Hebreus 3:12, mas para distingui-lo dos ídolos dos gentios,
que não têm vida nem respiração neles: e Cristo é chamado o filho do Deus vivo, como ele é uma pessoa divina, como
ele é verdadeiramente Deus; e para mostrar que ele tem a mesma vida que seu pai tem; sendo um participante da
mesma natureza e perfeições divinas: e esta é outra razão pela qual as almas sensatas irão a Cristo, e nenhuma outra;
porque ele é o Messias, o Salvador e Redentor, e um capaz; e porque ele é Deus, e não há outro.”
PARTE 5
TERCEIRA PÁSCOA DE NOSSO SENHOR ATÉ SUA PARTIDA FINAL DA GALILEIA NA FESTA
DOS TABERNÁCULOS.
§ 67. Nosso Senhor justifica seus discípulos por comerem sem lavar as mãos. - CAFARNAUM.
Os fariseus e os líderes religiosos que tinham Então, alguns fariseus e educadores religiosos,
vindo de Jerusalém para encontrar Jesus vindos de Jerusalém, se aproximaram de Jesus
observaram que alguns dos seus discípulos
comiam com mãos “impuras” (significando não
lavadas). (Os fariseus e todos os judeus não
comem até que lavem as suas mãos, seguindo a
tradição dos seus ancestrais. Da mesma maneira,
não comem quando voltam do mercado até que
tenham tomado banho. Eles seguem muitos outros
rituais, como a limpeza de copos, jarros, vasilhas
de metal e camas.) Então, os fariseus e os líderes
religiosos perguntaram a Jesus: “Por que os seus e lhe perguntaram: “Por que os seus discípulos
discípulos não seguem a tradição de nossos quebram a tradição de nossos antepassados ao
antepassados? Eles comem a comida sem lavar não lavarem as mãos antes de comer?” Jesus
as mãos.” Jesus respondeu: “Isaías estava certo respondeu: “Seus hipócritas! Isaías tinha razão
sobre vocês, hipócritas, quando disse: ‘Essas quando disse o seguinte sobre vocês: ‘Essas
pessoas afirmam que me honram, mas, em seu pessoas dizem que me respeitam, mas em seus
pensamento, estão longe de mim. Não faz sentido pensamentos elas não ligam para mim. A
sua devoção a mim, pois o que eles ensinam adoração delas é inútil. O que essas pessoas
como doutrinas são apenas regras humanas.’” E ensinam são apenas exigências dos homens.’
lhes falou: “Vocês desrespeitam a lei de Deus e,
em vez disso, seguem cuidadosamente as
tradições humanas, como lavar as vasilhas e os
copos; e vocês fazem muitas outras coisas
semelhantes a estas.” E continuou dizendo: “É
incrível como vocês põem de lado a lei de Deus, Por que vocês desobedecem ao mandamento de
para que possam seguir as suas tradições! Pois Deus por causa de sua tradição?Pois Deus disse:
Deus por meio de Moisés disse: ‘Honrem o seu ‘Respeitem o seu pai e a sua mãe.’ E também:
pai e a sua mãe’, e também: ‘Aquele que ‘Aqueles que amaldiçoam seu pai ou sua mãe
amaldiçoar o seu pai e a sua mãe deve morrer.’ deveriam morrer.’
Mas vocês dizem que se alguém disser ao seu pai Mas, vocês dizem que se alguém disser ao seu
ou a sua mãe: ‘Tudo que você possa receber de pai ou a sua mãe: ‘Qualquer ajuda que vocês
mim, agora é Corbã’ (que significa dedicado a esperam receber de mim, agora é uma oferta para
Deus), então, ele não precisa ajudar a sua mãe ou Deus,’ então eles não precisam respeitar seu pai.
ao seu pai. Por essa tradição, que passa de Assim, vocês anulam a Palavra de Deus em nome
geração em geração, vocês tornam a palavra de de sua tradição.”
Deus nula e sem sentido. E vocês fazem muitas
outras coisas semelhantes a essa.” Jesus chamou
novamente a multidão e lhes disse: “Por favor, Ele chamou a multidão e lhes disse: “Escutem e
todos me escutem e entendam. Não é o que está compreendam o que eu digo: não é o que entra
fora e vai para dentro que os torna impuros. É o em sua boca o que os corrompe. É o que sai da
que sai de dentro que os torna impuros.” Se sua boca que os desonra.”
alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. [Então, os Então, os discípulos de Jesus vieram até ele e
discípulos de Jesus vieram até ele e disseram: disseram: “Notou como os fariseus ficaram
“Notou como os fariseus ficaram ofendidos com o ofendidos com o que o senhor disse?”
que o senhor disse?” Jesus respondeu: “Toda a Jesus respondeu: “Toda a planta que meu Pai
planta que meu Pai celestial não tenha plantado celestial não tenha plantado será arrancada,”
será arrancada,” “Esqueçam-se deles. Eles são “Esqueçam-se deles. Eles são guias cegos. E, se
guias cegos. E, se um homem cego guia outro um homem cego guia outro cego, os dois cairão
cego, os dois cairão em um buraco.”] Quando em um buraco.”
Jesus entrou em casa, deixando a multidão, os
seus discípulos lhe perguntaram sobre o exemplo
que ele tinha dado. [Pedro pediu: “Por favor, Então, Pedro pediu: “Por favor, explique para nós
explique para nós o que você quis dizer com esse o que você quis dizer com esse exemplo.”
exemplo.”] Ele lhes perguntou: “Vocês também Jesus perguntou: “Vocês ainda não
não entenderam? Não percebem que aquilo que compreenderam o que eu disse?
vocês comem não é o que os torna impuros?
Vocês não percebem que tudo que entra pela Vocês não percebem que tudo que entra pela
boca passa pelo estômago e depois sai do corpo boca passa pelo estômago e depois sai do corpo e
e vai para o esgoto? A comida não vai para a sua vai para o esgoto?
mente e, sim, para o seu estômago e, depois, ela
sai do corpo. Então, todos os alimentos são
cerimonialmente ‘puros’. É o que sai de dentro de Mas, o que sai da boca vem da mente, e é isso
vocês que os torna impuros. É de dentro, das que os contamina. Pois o que vem da mente são
mentes das pessoas, que surgem os maus pensamentos maldosos, assassinatos, adultérios,
pensamentos: imoralidade sexual, roubo, imoralidades sexuais, roubos, mentiras e
assassinato, adultério, ganância, malícia, mentira, blasfêmias, e é isso o que os corrompe.
indecência, inveja, calúnia, orgulho e falar e agir
sem pensar nas consequências. Todas essas
maldades vêm de dentro e tornam as pessoas
impuras. Comer sem lavar as mãos não faz isso a Comer sem lavar as mãos não faz isso a vocês.”
vocês.”
Jesus saiu dali e foi para a região de Tiro e Sidom. Então, Jesus saiu dali e foi para a região de Tiro e
[Ele não queria que ninguém soubesse que ele Sidom. Ele não queria que ninguém soubesse que
estava em uma casa dali, mas não conseguiu ele estava em uma casa dali, mas não conseguiu
manter isso em segredo.] Uma mulher cananeia, manter isso em segredo. Assim que uma mulher,
que morava na região, [cuja filha estava possuída cuja filha estava possuída por um espírito mau,
por um espírito mau, ouviu sobre ele,] veio e ouviu sobre ele, veio e se ajoelhou aos seus pés. A
gritou: “Senhor, Filho de Davi, por favor, tenha mulher era grega, de nacionalidade siro-fenícia.
pena de mim! Minha filha está muito mal, pois está Ela implorou para que Jesus expulsasse da sua
possuída por um demônio.” [A mulher era grega, filha o demônio.
de nacionalidade siro-fenícia. Ela implorou para
que Jesus expulsasse da sua filha o demônio.]
Mas Jesus não falou absolutamente nada. Seus
discípulos se aproximaram dele e disseram: “Diga
para ela parar de nos seguir. Toda essa gritaria é
muito irritante!” Então, Jesus respondeu para a
mulher: “Eu fui enviado somente para as ovelhas
perdidas de Israel.” Porém, a mulher veio e se
ajoelhou diante dele, dizendo: “Senhor, por favor,
ajude-me!” Jesus lhe disse: “Primeiro, deixe que Jesus respondeu: “Primeiro, deixe que os filhos
os filhos comam até ficarem satisfeitos. Não é comam até ficarem satisfeitos. Não é certo tirar o
certo tirar o alimento dos filhos e jogá-lo aos alimento dos filhos e jogá-lo aos cães.”
cachorros.” Ela respondeu: “Sim, Senhor. Mas até Ela disse: “É verdade, senhor, mas até mesmo os
mesmo os cachorros comem as migalhas [dos cães comem as sobras que os filhos deixam cair
filhos] que caem [debaixo] da mesa do seu dono.” debaixo da mesa.”
Jesus disse: “A sua fé em mim é grande. Eu farei Jesus lhe disse:
como me pede. Por causa de sua resposta, você “Por causa de sua resposta, você pode ir; o
pode ir; o demônio já saiu de sua filha.” E a filha demônio já saiu de sua filha.”
da mulher foi imediatamente curada. [Ela foi para Ela foi para casa e encontrou a sua filha deitada
casa e encontrou a sua filha deitada na cama, na cama, pois o demônio já havia saído dela.
pois o demônio já havia saído dela.]
§ 69. Um surdo-mudo foi curado; também muitos outros. Quatro mil são alimentados. - DECÁPOLIS.
§ 70. Os fariseus e saduceus novamente exigem um sinal. (Ver § 49.) - PERTO DE MAGDALA.
§ 71. Os discípulos advertidos contra o fermento dos fariseus. - COSTA DO LAGO DA GALILEIA.
Então, ele [os deixou e] foi embora [dali], subiu no Jesus os deixou e foi embora dali. Ao
barco e voltou para o outro lado do lago. Mas, os atravessarem o lago, os discípulos se esqueceram
discípulos se esqueceram de levar pão para a de levar pão.
viagem. Tudo que eles tinham para comer no
barco era um pão. Jesus, então, os alertou:
“Atenção! Tenham cuidado com o fermento dos Jesus, então, lhes disse: “Cuidado com o fermento
fariseus, dos saduceus e de Herodes!” Os dos fariseus e dos saduceus!” Os discípulos
121Matthew Poole observa: “você é apenas estúpido em fazer observações sobre as Escrituras e a vontade de Deus
revelada nelas a meu respeito. Você pode observar que todos os sinais do Messias se cumprem em mim: nasci de uma
virgem, como foi profetizado por Isaías, Isaías 7:14 ; em Belém de Judá, como foi profetizado por Miquéias,
Miquéias 5:2 ; numa época em que o cetro se afastou de Judá, e o legislador de seus pés, como foi profetizado por
Jacó, Gênesis 49:10 : que João Batista veio no poder e no espírito de Elias, para preparar meu caminho diante de mim,
como foi profetizado por Malaquias, Malaquias 4:5; que vem alguém que abre os olhos aos cegos, e os ouvidos aos
surdos, e faz o coxo saltar como um cervo, e a língua do mudo cantar, conforme a profecia, Isaías 35: 5 ,6 . Todos
esses são os sinais do tempo em que o Messias viria; mas essas coisas vocês não podem discernir, mas, como uma
companhia de hipócritas, que fingem uma coisa e fazem outra, vocês vêm e pedem um sinal, para que possam
acreditar em mim, quando vocês têm tantos, e ainda assim não querem acreditar.”
122Nos lábios de Jesus, “esta geração” sempre significa seus contemporâneos. Ellicott observa: “Conforme dado por São
Marcos, a resposta foi uma recusa mais absoluta: ‘Nenhum sinal’ (ou seja, nenhum do tipo que foi exigido) será dado
a esta geração.”
discípulos falaram entre si [e concluíram]: “Ele começaram a discutir entre si e concluíram: “Ele
está dizendo isso é porque não trouxemos pão está falando isso porque não trouxemos pão.”
para a viagem.” Jesus sabia o que eles estavam Jesus sabia o que eles diziam
falando e lhes disse: “Vocês têm tão pouca fé em e falou: “Vocês têm tão pouca fé em mim! Por que
mim! Por que vocês estão falando que não têm estão discutindo a respeito de não terem pão?
pão? Vocês ainda não me entendem? Vocês Vocês ainda não entenderam?
fecharam as suas mentes? Vocês têm olhos para
enxergar, não é mesmo? E ouvidos para ouvir?
Vocês não se lembram quando eu dividi cinco Não se lembram dos cinco pães, que alimentaram
pães entre cinco mil pessoas? Quantos cestos cinco mil pessoas? Quantos cestos vocês
com sobras vocês recolheram?” Eles encheram com as sobras?
responderam: “Doze.” “E de quando eu parti os E dos sete pães, que alimentaram quatro mil
sete pães para quatro mil pessoas, quantos cestos pessoas? Quantos cestos vocês encheram com
com sobras vocês recolheram?” Os discípulos as sobras?
disseram: “Sete.” Ele, então, lhes perguntou:
“Vocês ainda não compreenderam que eu não Vocês ainda não compreenderam que eu não
estou falando sobre pão? E sim: cuidado com o estou falando sobre pão? E sim: cuidado com o
fermento dos fariseus, dos saduceus e de fermento dos fariseus e dos saduceus!”
Herodes?” [Então, eles perceberam que ele não Então, eles perceberam que ele não os estava
os estava alertando para terem cuidado com o alertando para terem cuidado com o fermento para
fermento para pão, mas, sim, a respeito dos pão, mas, sim, a respeito dos ensinamentos dos
ensinamentos dos fariseus, dos saduceus e de fariseus e dos saduceus.
Herodes.]
Marcos 8:22- 26
Eles foram para o povoado de Betsaida, onde algumas pessoas trouxeram um homem cego a Jesus.
Eles imploraram para que Jesus o tocasse e curasse. Ele pegou o cego e o levou para fora do povoado.
Jesus aplicou saliva nos olhos do homem e o tocou com suas mãos. Então, Jesus lhe perguntou: “Você
consegue ver?” O homem olhou em volta e disse: “Eu consigo ver as pessoas, mas parecem árvores
andando.” Jesus tocou os olhos do homem novamente. Agora, ele conseguiu enxergar perfeitamente.
Ele estava curado e a sua visão ficou clara. Jesus mandou o homem para casa e lhe disse: “Não volte
pelo povoado.”
§ 74. Nosso Senhor prediz sua própria morte e ressurreição e as provações de seus seguidores. -
REGIÃO DE CESAREIA DE FILIPE.
Seis dias depois [de dizer essas Seis dias mais tarde, Mais ou menos oito dias depois
coisas], Jesus subiu um alto Jesus levou Pedro, Tiago e João de dizer essas coisas, Jesus
125Mesmo que essa linguagem seja aplicável aos homens em geral sob o evangelho, é claro que teve uma aplicação
direta e específica aos contemporâneos de nosso Senhor - a geração que testemunhou seus milagres e ouviu suas
parábolas; e que tiveram um relacionamento com ele, como não teve com mais ninguém. No dia do julgamento, eles
seriam julgados com mais rigor.
126Nesta passagem, encontramos a primeira menção clara a esse grande evento que veremos com tanta frequência a
respeito de nosso Senhor, a saber, Sua vinda novamente, sua Parousia. Esta declaração notável é de extrema
importância e pode ser considerada como a chave para interpretar corretamente a doutrina da Parousia no Novo
Testamento. A própria forma da expressão mostra que o acontecimento de que se fala não pode acontecer no espaço
de alguns meses, ou mesmo de alguns anos: é um modo de falar que sugere que não todos os presentes viverão para
ver o evento falado; que muitos não o farão; mas alguns o farão. É exatamente a maneira de falar que caberia a um
intervalo de trinta ou quarenta anos, quando a maioria das pessoas então presentes teria falecido, mas algumas
sobreviveriam e testemunhariam o evento referido. Certamente é desnecessário perguntar o que é a vinda do Filho do
homem aqui predita. Não é uma das várias vindas possíveis; mas o único, e supremo evento, tão frequentemente
predito por nosso Senhor, tão constantemente esperado por Seus discípulos. É a Sua vinda em glória; Sua vinda para
julgamento; Sua vinda em Seu reino; a vinda do reino de Deus. Não é um processo, mas um ato. Não é a mesma coisa
que "a destruição de Jerusalém" - este é outro evento relacionado e contemporâneo; mas os dois não devem ser
confundidos. O Novo Testamento conhece apenas uma Parousia, uma vinda em glória do Senhor Jesus Cristo.
Somente esta passagem contém tanta verdade importante a respeito da Parousia, que se pode dizer que cobre todo o
terreno; e, quando usado corretamente, será considerado a chave para a verdadeira interpretação da doutrina do Novo
Testamento sobre esse assunto. Concluímos então: Que a vinda da qual se fala aqui é a Parousia, a segunda vinda do
Senhor Jesus Cristo. Que a maneira de Sua vinda seria gloriosa - "em sua própria glória"; "na glória de seu Pai"; com
os santos anjos". Que o objetivo de Sua vinda era julgar aquela "geração ímpia e adúltera" (Mc. 8:38) e "recompensar
a cada um segundo as suas obras". Que Sua vinda seria a vinda do "reino de Deus"; o fim do aeon; "a vinda do reino
de Deus com poder". Que essa vinda foi expressamente declarada por nosso Salvador como próxima. Lange
justamente observa que as palavras, µέλλεί γὰρ, são "enfaticamente colocadas no início da frase; não como um futuro
simples, mas eles significam: o evento é iminente e que em breve Ele virá, está prestes a vir". Que alguns daqueles
que ouviram nosso Senhor proferir essa predição viveriam para testemunhar Sua vinda em glória. A inferência,
portanto, é que a Parousia, foi declarada por Ele mesmo como estando dentro dos limites da geração então existente.
monte [para que ficassem a sós com ele para o alto de um monte, chamou Pedro, João e Tiago e
para orar], levando com ele para que ficassem a sós. eles subiram ao monte para orar.
apenas Pedro e os irmãos Tiago
e João. [Enquanto estava Enquanto Jesus estava orando,
orando,] Ele se transformou na Sua aparência mudou seu rosto mudou de aparência e
frente deles. Seu rosto brilhou completamente. Suas roupas suas roupas ficaram brancas e
como o sol. Suas roupas ficaram ficaram muito brancas e brilhantes.
brancas como a luz [mais brilhantes, mais brancas do que
brancas do que qualquer um na qualquer um na terra conseguiria
terra conseguiria branquear]. branquear.
Então, de repente, [Dois homens Dois homens apareceram
apareceram envolvidos por um envolvidos por um brilho
brilho celestial,] Moisés e Elias Então, Elias e Moisés celestial. Eram Moisés e Elias,
apareceram diante deles, apareceram diante deles e que começaram a conversar com
conversando com Jesus. [Eles conversaram com Jesus. Jesus. Eles falavam sobre a sua
falavam sobre a sua morte que morte que aconteceria em breve
aconteceria em breve em em Jerusalém. Pedro e os outros
Jerusalém. Pedro e os outros tinham pegado no sono. Quando
tinham pegado no sono. Quando acordaram, viram Jesus
acordaram, viram Jesus envolvido por uma luz divina e os
envolvido por uma luz divina e dois homens que estavam
os dois homens que estavam próximos a ele.
próximos a ele.]127 Então,
[quando os dois homens já Quando os dois homens já
estavam quase indo embora,] estavam quase indo embora,
Pedro disse a Jesus: “Senhor, é Então Pedro disse: “Rabi, que Pedro disse a Jesus: “Mestre, é
realmente muito bom estarmos maravilha é estarmos aqui! Nós maravilhoso estar aqui. Deixem-
aqui! Se você quiser, eu farei devemos fazer três tendas: uma nos fazer três tendas: uma para
três tendas: uma para você, uma para você, outra para Moisés e você, outra para Moisés e uma
para Moisés e outra para Elias.” ainda outra para Elias.” (Ele terceira para Elias.” Pedro
(Ele realmente não sabia o que realmente não sabia o que dizer, realmente não sabia o que
dizer, porque eles todos estavam porque eles todos estavam com estava dizendo.
com muito medo!) Enquanto ele muito medo!) Enquanto ele ainda estava
ainda estava falando, uma falando, veio uma nuvem e os
nuvem brilhante os cobriu. [Eles Então, uma nuvem os cobriu, cobriu. Eles ficaram aterrorizados
ficaram aterrorizados ao se ao se verem cercados pela
verem cercados pela nuvem.] nuvem.
Uma voz vinda da nuvem disse: e uma voz vinda da nuvem disse: Uma voz vinda da nuvem disse:
“Este é o meu Filho a quem tanto “Este é o meu Filho, a quem eu “Este é o meu Filho, o Escolhido.
amo e que tanta alegria me dá! amo. Escutem o que ele diz.” Escutem o que ele diz!”
Escutem o que ele diz.” Ao
ouvirem isso, os discípulos,
totalmente apavorados,
ajoelharam e colocaram o rosto
no chão. Jesus se aproximou
127Supor que a vinda do Senhor se refere meramente à gloriosa manifestação de Jesus no monte da transfiguração,
embora esta seja uma hipótese apoiada por grandes nomes, é tão palpavelmente inadequada como uma interpretação
que dificilmente precisa ser refutada. A mesma observação se aplicará aos comentários daqueles que supõe que ela foi
parcialmente cumprida pela ressurreição de Cristo. Basta dizer que tal interpretação das palavras de nosso Salvador
nunca poderia ter passado pelas mentes daqueles que as ouviram. É tão implausível, intrincada e artificial, que é
desacreditada pela própria ingenuidade. Mas a interpretação também não satisfaz os requisitos da linguagem. Como a
transfiguração ou a ressurreição de Cristo poderia ser chamada de Sua vinda na glória de Seu Pai, com os santos
anjos, em Seu reino e para o julgamento? Não era necessário Cristo ascender ao pai antes que pudesse vir novamente?
Ou como podemos supor que Cristo, falando de um evento que ocorreria em alguns dias, ou cerca de doze meses,
diria: "Em verdade vos digo: Há alguns aqui que não provarão a morte até que a vejam"? Nosso Senhor sugere que
nem todos os presentes viverão para ver o evento falado; que muitos não o farão; mas alguns o farão.
deles e os tocou. “Levantem-
se!”, ele lhes disse. “Não tenham
medo!” Quando os discípulos Então, de repente, quando os Quando a voz parou de falar,
olharam para cima, não viram discípulos olharam, não havia Jesus já estava sozinho.
mais ninguém além de Jesus. ninguém. Apenas Jesus estava
Quando desceram do monte, com eles. Quando eles desceram
[Jesus os instruiu a não contar a do monte, Jesus os instruiu a não
ninguém o que tinham visto, até contar a ninguém o que tinham
que o Filho do Homem tivesse visto, até que o Filho do Homem
ressuscitado:] Jesus lhes deu tivesse ressuscitado.
esta ordem: “Não digam a
ninguém o que vocês viram, até
que o Filho do Homem tenha
ressuscitado dos mortos.” [Eles Eles mantiveram segredo sobre Eles guardaram o que tinham
mantiveram segredo sobre isso, isso, visto dentro dos seus corações e,
e, naquela época, não disseram naquela época, não disseram
nada a ninguém sobre o que nada a ninguém sobre o que
haviam visto, mas conversaram mas conversaram entre si sobre haviam visto.
entre si sobre o que significava o que significava essa
essa ressurreição.]128 Então, ressurreição.
seus discípulos perguntaram: Eles perguntaram a Jesus: “Por
“Por que os escribas dizem que que os escribas afirmam que
Elias deve vir primeiro?” Jesus Elias vem primeiro?” Jesus
respondeu: “É verdade que Elias respondeu: “É verdade que Elias
vem para colocar tudo em vem primeiro, para preparar
ordem. Mas, por que, então, está tudo. Mas, por que, então, está
escrito nas Sagradas Escrituras escrito nas Sagradas Escrituras
que o Filho do Homem precisa que o Filho do Homem precisa
sofrer muito e ser tratado com sofrer muito e ser tratado com
desprezo? Mas, eu lhes digo que desprezo? No entanto, eu lhes
Elias já veio e as pessoas não o digo que Elias já veio, e eles o
reconheceram. Eles fizeram tudo maltrataram de todas as formas
o que queriam com ele que queriam, exatamente como
exatamente como constava nas constava nas Sagradas
Sagradas Escrituras. Da mesma Escrituras.”
maneira, o Filho do Homem
também sofrerá em suas mãos.”
Naquele momento, os discípulos
entenderam que Jesus estava
falando a respeito de João
Batista.129
128Obviamente eles não estavam prontos para ouvi-la. Jesus sabia disso antes que Ele lhes dissesse. Ele estava apenas
entregando a verdade a eles claramente para que eles se lembrassem depois do fato. Na verdade, nos dizem que este é
o caso no relato de Lucas sobre o túmulo vazio. (Lc 24:5-8,; Jo. 2:22).
129Não há nada mais distintamente afirmado no Novo Testamento do que a identidade de João Batista com o arauto do
deserto de Isaías e o Elias de Malaquias. João foi o segundo Elias, e cumpriu exaustivamente as predições de Isaías e
Malaquias a respeito dele. Sonhar com um "Elias do futuro", portanto, é virtualmente desacreditar a declaração
expressa da palavra de Deus, e não se baseia em nenhuma garantia das Escrituras.
voltaram para onde estavam os
outros discípulos, viram que eles
estavam cercados por uma
grande multidão [que esperava uma grande multidão esperava
para encontrar Jesus] e por para encontrar Jesus.
alguns escribas, que discutiam
com eles. Assim que a multidão
viu Jesus, ficou admirada e Quando eles se aproximaram da
correu para cumprimentá-lo. multidão,
Jesus perguntou aos escribas:
“Sobre o que vocês estão
discutindo com eles?” Uma das um homem veio até Jesus e se Um homem gritou no meio da
pessoas na multidão respondeu: ajoelhou diante dele. Ele disse: multidão:
“Rabi, eu trouxe o meu filho para
você [por favor, tenha pena do “Senhor, por favor, tenha pena “Mestre, por favor, ajude o meu
meu filho! Ele é o meu único do meu filho! filho. Ele é o meu único filho! Ele
filho!] Ele está possuído por um está possuído por um espírito
espírito mau, que o impede de que,
falar. Sempre que o espírito
ataca o meu filho, [ele perde a Ele perde a razão assim que entra nele, faz com
razão e faz com que ele grite,] que ele grite. Quando está
joga-o no chão, e ele espuma possuído, ele tem convulsões e
pela boca, range os dentes e fica e sofre espasmos tão terríveis espuma pela boca.
com o corpo rígido [que que frequentemente cai no fogo
frequentemente cai no fogo ou ou na água.
na água. Dificilmente esse Dificilmente esse espírito deixa o
espírito deixa o meu filho em paz meu filho em paz e o maltrata
e o maltrata muito]. Eu pedi aos Eu o levei para os seus muito. Eu implorei aos seus
seus discípulos para expulsá-lo discípulos, para que eles o discípulos para expulsarem esse
do meu filho, mas eles não curassem, mas eles não espírito mau, mas eles não
conseguiram.” Jesus respondeu: conseguiram.” Jesus respondeu: conseguiram.” Jesus disse: “Ó
“Ó geração incrédula e perversa, “Ó geração incrédula e perversa! geração incrédula e perversa!
até quando estarei com vocês? Até quando estarei com vocês? Até quando estarei com vocês e
Até quando terei de suportá-los? Até quando terei de suportá-los? terei de suportá-los? Traga o seu
Tragam o menino até aqui.” Tragam o menino até aqui”. filho aqui.”
Então, eles o levaram a Jesus. Quando o menino estava se
Quando o espírito maligno viu aproximando de Jesus, o
Jesus, ele imediatamente fez demônio fez o garoto ter
com que o garoto tivesse convulsões, jogando-o ao chão.
convulsões e o jogou no chão.
Ele rolou e espumou pela boca.
Jesus perguntou ao pai do
menino: “Há quanto tempo ele
tem isso?” Ele respondeu a
Jesus: “Desde que ele era
pequeno. Muitas vezes o espírito
o joga no fogo, para que ele se
queime até morrer, ou o joga na
água, para afogá-lo. Por favor,
tenha pena de nós e nos ajude,
se puder!” Jesus respondeu:
“Por que você diz: ‘Se você
puder?’ Tudo é possível para
quem tem fé!” O homem gritou
em lágrimas: “Eu creio, Senhor!
Ajude-me a ter ainda mais fé!”
Jesus, vendo que a multidão
estava se aproximando, ordenou
ao espírito mau: “Espírito que Jesus repreendeu o demônio, Jesus repreendeu o espírito mau,
impede que este menino ouça e
fale, eu ordeno que saia dele e
nunca mais retorne!” O espírito
gritou e fez com que o garoto
tivesse graves convulsões.
Então, o espírito saiu do menino, e ele saiu do corpo do garoto,
[que foi imediatamente curado,] que foi imediatamente curado. curou o garoto
deixando-o como se estivesse
morto, a ponto de muitas
pessoas dizerem: “Ele morreu!”
Mas, Jesus pegou a mão do
menino e o ajudou a se levantar.
E ele ficou em pé [e Jesus o e o devolveu ao pai. Todos
devolveu ao pai. Todos ficaram ficaram maravilhados com essa
maravilhados com essa demonstração do poder de Deus.
demonstração do poder de
Deus.] Mais tarde, quando Jesus
entrou em casa, seus discípulos Então, os discípulos se
[se aproximaram e] lhe aproximaram de Jesus e, em
perguntaram em particular: “Por particular, lhe perguntaram: “Por
que nós não conseguimos que nós não conseguimos
expulsar o espírito mau?” Jesus expulsar aquele demônio?”
lhes disse: “Porque vocês não Jesus lhes disse: “Porque vocês
têm fé o bastante. Eu lhes digo: não têm fé o bastante. Eu lhes
mesmo se a sua fé fosse tão digo: mesmo se a sua fé fosse
pequena quanto um grão de tão pequena quanto um grão de
mostarda, vocês poderiam dizer mostarda, vocês poderiam dizer
para esta montanha: ‘Saia daqui para esta montanha: ‘Saia daqui
e vá para lá!’, e isso aconteceria. e vá para lá!’, e isso aconteceria.
Nada seria impossível para Nada seria impossível para
vocês. Mas Esta casta não pode vocês. Mas esta casta de
sair com coisa alguma, a não ser demônios não se expulsa senão
com oração e jejum.” pela oração e pelo jejum.”
§ 77. Jesus novamente prediz sua própria morte e ressurreição. (Ver § 74.) - GALILEIA.
§ 79. Os Discípulos discutem quem deve ser o maior. Jesus exorta à humildade, paciência e amor
fraternal. - CAFARNAUM.
130A falácia que enganou muitos são os erros de interpretação sobre quem são os "reis da terra" [οἱ βασιλεῖς τῆς γῆς].
Com frequência é interpretada como os reis do mundo todo, em seu sentido amplo e ilimitado. Muitos intérpretes
parecem nunca ter se dado ao trabalho de se perguntar se a palavra deveria ser tomada em seu sentido mais amplo ou
restrito. Com incrível descuido, eles tornam [πᾶσαι αἱ φυλαὶ τῆς γῆς], "todos os habitantes do mundo", em vez de
"todas as tribos da terra". Assim, na passagem diante de nós, os "reis da terra" devem ser reis da Judeia ou Palestina.
tinham discutido sobre quem era
o mais importante. Jesus
[sabendo sobre o que eles Jesus, sabendo sobre o que eles
discutiam,] sentou e chamou os discutiam,
doze discípulos. Ele lhes disse:
“Se alguém quiser ser o primeiro,
deve ser o último e deve servir a
todos os outros.” Ele pegou uma Jesus chamou uma criança. Ele pegou uma criancinha e a
criancinha e a colocou no meio a colocou diante deles. colocou próximo a ele.
deles. Depois, ele a abraçou e
disse aos discípulos: “Eu lhes ele lhes disse: “Eu lhes afirmo Depois, ele lhes disse:
afirmo que isto é verdade: se que isto é verdade: se vocês não
vocês não mudarem a sua forma mudarem a sua forma de pensar
de pensar e não se tornarem e não se tornarem como as
como as criancinhas, nunca criancinhas, nunca entrarão no
entrarão no Reino do Céu. Mas, Reino do Céu. Mas, todo aquele “Aquele entre vocês que for o
todo aquele que se tornar que se tornar humilde como esta mais humilde será o mais
humilde como esta pequena pequena criança é o mais importante.
criança é o mais importante no importante no Reino do Céu.
Reino do Céu.131 Qualquer um Qualquer um que aceita uma Quem aceitar esta criancinha em
que aceita uma criança como criança como esta, em meu meu nome também estará me
esta, em meu nome, também me nome, também me aceita. aceitando.
aceita. Aquele que recebe uma
criança como esta em meu nome
também me recebe e, aquele que E quem me aceitar também
me recebe não recebe somente a estará aceitando aquele que me
mim, mas também aquele que enviou.”
me enviou.”
João disse a Jesus: “Rabi, nós vimos uma pessoa João falou: “Senhor, nós vimos uma pessoa que
expulsando demônios em seu nome. Mas nós o expulsava demônios em seu nome e nós o
proibimos, porque ele não é do nosso grupo.” proibimos de fazer isso, pois ele não faz parte do
Jesus lhe disse: “Não o proíbam.132 Ninguém que nosso grupo.” Jesus respondeu: “Não o proíbam.
esteja fazendo milagres em meu nome pode, ao
mesmo tempo, falar mal de mim. Uma pessoa que Qualquer um que não for contra vocês está a seu
não está contra nós está a nosso favor. Qualquer favor.”
pessoa que dê um copo de água para vocês, em
meu nome, porque vocês pertencem a Cristo, com
certeza, receberá a sua recompensa.133 Acreditem
em mim.
131Isto é, “a menos que você adquira uma disposição moral semelhante à das crianças, você não entrará, nem obterá uma
posição elevada no reino.” E em nossa exaltação (eleição) nunca somos ativos, apenas passivos: o que se humilha será
exaltado. (Lc. 18:14) Na verdade, esta passividade é em si mesma uma marca daqueles que entram no reino, pois são
como aquela criança que foi trazido a Cristo.
132Albert Barnes observa: “Não o proíba - não impeça que ele faça o bem. Se ele pode fazer um milagre em meu nome, é
prova suficiente de apego a mim e ele não deve ser impedido. O significado da passagem é que aquele a quem Deus
deu o poder de fazer um milagre, com isso deu evidências de que não poderia ser encontrado entre os inimigos de
Jesus. Ele não deve, portanto, ser impedido de fazê-lo. Não há razão para pensar aqui que João tinha algum desígnio
impróprio em se opor ao homem. Ele pensou que era uma evidência de que ele não poderia estar certo, porque não se
juntou a eles e seguiu o Salvador. Nosso Senhor o ensinou de forma diferente. Ele não se opôs a ninguém que deu
provas de que o amava.”
133Isto é, no aparecimento de Cristo e seu reino, o justo Juiz recompensaria seus santos vivos e falecidos com a coroa da
justiça. (cf. Mt. 16:27, 28; Mc. 8:38, 9:1; Lc. 9:26, 27)
Marcos 9:42-50 Mateus 18:6-9
Mas, se alguém fizer pecar um destes pequeninos Porém, aquele que faz com que um desses
que creem em mim, seria melhor que ele se pequeninos, que crê em mim, peque, seria melhor
jogasse no mar com uma grande pedra de moinho que tivesse uma grande pedra amarrada em seu
amarrada em volta do pescoço e que afundasse pescoço e que afundasse nas profundezas do
nas profundezas do mar. Ai dos que incitam mar. Ai dos que incitam outros ao pecado! Isso
outros ao pecado! Isso certamente acontecerá, certamente acontecerá, mas será terrível para a
mas será terrível para a pessoa que fizer isso! Se pessoa que fizer isso! Se a sua mão ou o seu pé
a sua mão faz com que você peque, corte-a! É fizer você pecar, corte-o e jogue-o fora. É melhor
melhor você entrar na vida eterna aleijado do que que você entre na vida eterna aleijado, do que
ir com as duas mãos para a Geena, 134 para o fogo com as duas mãos ou com os dois pés ser jogado
que não se apaga. Onde o seu bicho não morre, e no fogo eterno.
o fogo nunca se apaga. Se o seu pé o faz pecar,
corte-o! É melhor entrar na vida eterna manco do
que ter os dois pés e ser jogado na Geena. Onde
o seu bicho não morre, e o fogo nunca se
apaga.135 Se o seu olho o faz pecar, tire-o! Pois é Se os seus olhos fazem você pecar, tire-os e
melhor entrar no Reino de Deus 136 apenas com um jogue-os fora. É melhor você entrar na vida eterna
olho do que ter os dois olhos e ser jogado na com um olho, do que ter os dois olhos e ser jogado
Geena. Ali, os vermes não morrem, nem o fogo se no fogo da Geena.
apaga. Todos serão ‘salgados’ pelo fogo, cada
sacrifício será salgado com sal. O sal é bom, mas
se ele perder o sabor, como vocês podem fazê-lo
ter gosto de novo? Vocês precisam ser como o sal
e precisam viver em paz uns com os outros.”
Lucas 10:1-12, 16
Depois disso, o Senhor nomeou setenta outros discípulos e os enviou em duplas para cada cidade e
cada lugar que ele planejava visitar. Jesus lhes disse: “A colheita é grande, mas são poucos os
trabalhadores. Orem para que o Senhor da colheita envie trabalhadores para ajudar na sua lavoura.
Então, prossigam em seu caminho: Estou lhes mandando como ovelhas para o meio de lobos. Não
levem dinheiro, sacola ou até mesmo um par de sandálias a mais e não percam tempo conversando
com as pessoas que encontrarem pelo caminho. A primeira coisa que dirão ao entrar em uma casa
será: ‘Que a paz esteja nesta casa!’ Se lá morar uma pessoa pacífica, então, a paz de vocês ficará
neste lar. Mas, se for ao contrário, e a pessoa não for de paz, a sua paz retornará para vocês. Fiquem
nessa casa, comendo e bebendo o que lhes derem, pois um trabalhador merece ser pago. Não fiquem
134Gehenna, ou Vale de Hinom, ficava ao sul de Jerusalém. Originalmente um agradável subúrbio da cidade, tornou-se
mais tarde o cenário da adoração de Moloque, "a abominação dos filhos de Amom". Por conta disso, o vale foi
poluído pelo rei Josias. Tornou-se assim o receptáculo de tudo o que era vil e imundo. Essas acumulações nocivas
eram de tempos em tempos consumidas pelo fogo; e as coisas que não eram consumidas pelo fogo eram presas dos
vermes. Portanto, "Gehenna" tornou-se a imagem do lugar de punição eterna, onde "o verme não morre e o fogo não
se apaga". Essas imagens terríveis são conclusivas quanto à eternidade do castigo futuro, no que diz respeito à nossa
natureza e alcance de nosso conhecimento. Eles são os símbolos de certas realidades terríveis; terrível demais para a
linguagem humana descrever ou o pensamento humano conceber.
135A mão, ou o pé, ou o olho representam qualquer instrumento pelo qual o pecado pode ser cometido; e se aplica
àqueles que podem ser o meio de nos atrair para o pecado. Se seu parente ou seu amigo, que é útil ou querido para
você como sua mão, seu pé ou seu olho, está atraindo você para o pecado, corte-o de você, para que ele não o arraste
para o inferno, para a inextinguível Geena.
136Anteriormente, nosso Senhor havia dito duas vezes sobre a vida eterna, de forma que há uma conexão estreita entre o
reino de Deus e a vida eterna que está em contraste com o Gehenna, o inferno de fogo, ou a segunda morte. Aqui é
importante observar a representação da verdadeira natureza do "reino de Deus". Não é o evangelho; nem a
dispensação cristã; nem qualquer estado terrestre das coisas, mas um estado celestial, no qual a carne e o sangue são
incapazes de entrar. (cf. 1 Co. 15:50)
mudando de uma casa para a outra. Se vocês entrarem em uma cidade e as pessoas de lá receberem
bem vocês, comam o que lhes oferecerem e curem os seus doentes. Depois, digam para os que vivem
lá: ‘O Reino de Deus está próximo.’ 137 Porém, se vocês entrarem em uma cidade e não forem bem
recebidos, saiam pelas ruas, dizendo para os moradores de lá: ‘Nós estamos limpando até mesmo o pó
de sua cidade que grudou em nossos pés, para lhes mostrar a nossa desaprovação. Mas admitam isto:
O Reino de Deus está próximo.’ Eu lhes digo que, no Dia do Julgamento, 138 Deus terá mais tolerância
com Sodoma do que com aquela cidade. 139 Quem os ouve também me ouve, e quem os rejeita também
me rejeita. Mas, qualquer um que me rejeita também rejeita aquele que me enviou.”140
§ 81. Jesus sobe para a Festa dos Tabernáculos. Sua partida final da Galileia. Incidentes em Samaria.
João 7:2-9
E a festa dos judeus, chamada de Festa dos Tabernáculos, estava próxima. Então os irmãos de Jesus
se dirigiram a ele e disseram: “Você deveria ir para a Judeia; assim os seus seguidores poderão ver os
milagres que você pode fazer. As pessoas que querem ser reconhecidas não escondem o que podem
fazer. Se você pode fazer milagres tão maravilhosos, então, mostre-se ao mundo!” 141 Pois, até mesmo
os irmãos de Jesus não acreditavam realmente nele. Jesus lhes disse: “Esta não é a hora certa para eu
ir. Mas, vocês podem ir quando quiserem, pois qualquer tempo é o certo para vocês. O mundo não tem
motivos para odiá-los, mas ele me odeia. E isso tudo por eu deixar claro que os caminhos do mundo
são maus.142 Vão para a festa! Eu, por enquanto, não vou, porque esta não é a hora certa para mim.”
Depois de dizer isso, Jesus ficou na Galileia.
137Depois de sua chegada à Galileia, Jesus começou a pregar que a vinda do reino de Deus, ou o Reino do Céu, estava
próxima. A mensagem ainda é a respeito da proximidade do Reino. Os habitantes de outras áreas tinham o direito a
essa proclamação, assim como o tinham os da Galileia. O ensino geral do nosso Senhor era que a vinda do reino
estava relacionada escatologicamente ao julgamento vindouro e à sua segunda vinda (a Parousia) e o sinal exterior e
visível pelo qual se distingue é a destruição de Jerusalém. Isso está em harmonia com a representação uniforme dada
na escatologia do Novo Testamento: a Parousia, o fim da era, a ressurreição dos mortos, o julgamento, a vinda do
reino, a destruição de Jerusalém, tudo sincronizado. Encontrar a data de um é fixar a data de todos.
138Não há dúvida de que dia do julgamento aqui referido é o dia de Cristo, a Parousia. Nosso Senhor ensina que um
exame judicial das palavras e ações dos homens está próximo. Aquele que "tem os olhos semelhantes a uma chama de
fogo" vem "vasculhar as rédeas e os corações, e dar a cada um segundo a sua obra". (Ap. 2:18, 23; Mt. 16:27, 28)
Nesse dia a condenação ou salvação dos homens é decidida.
139Assim como o Batista falou da "ira vindoura" (que estava prestes a vir), nosso Senhor com igual clareza preveniu o
povo do "julgamento vindouro" (que estava prestes a vir). Ele repreendeu "as cidades em que a maioria de suas obras
poderosas foram feitas, porque não se arrependeram", e predisse que uma desgraça mais pesada se abateria sobre eles
do que sobre Tiro e Sidom, Sodoma e Gomorra. O pecado de Sodoma e Gomorra não foi uma rejeição aberta de Deus
encarnado, como foi para os contemporâneos de Jesus. Deveria ser óbvio que era por essa razão que o julgamento que
os judeus deveriam incorrer seria maior do que aquele que os sodomitas esperavam. Sodoma e Gomorra passaram por
um julgamento temporal que não as excluiu do julgamento eterno que viria no fim da era, na segunda vinda do
Senhor. Somos novamente confrontados pela associação frequente da Parousia, a ressurreição e o Julgamento.
140Mesmo que essa linguagem seja aplicável aos homens em geral sob o evangelho, é claro que teve uma aplicação
direta e específica aos contemporâneos de nosso Senhor - a geração que testemunhou seus milagres e ouviu suas
parábolas; e que tiveram um relacionamento com ele, como não teve com mais ninguém.
141Deve ser observado que palavra κόσμος (mundo) não deve ser tomado em um sentido muito abrangente, mas
principalmente nos escritos de João deve ser restrito a uma terra ou uma nação, isto é, a dos judeus.
142Se for objetado que a palavra κόσμος (mundo) seja muito abrangente para ser restrita a uma terra ou uma nação, pode-
se responder que κόσμος é empregado aqui, como em algumas outras passagens, especialmente nos escritos de São
João, mais no sentido ético do que como expressão geográfica. (Ver João 7:7, 8:23, 12:31, 16:11; 1 João 2:15, 5:14).
Lucas 17:11; 9:52(a)
Enquanto Jesus continuava em seu caminho para Jerusalém, passou entre as regiões da Galileia e da
Samaria. Ele enviou mensageiros a sua frente para uma vila samaritana, para deixar tudo pronto para
ele.
Mateus 19:1(a)
Lucas 9:52(b)-56
Mas, as pessoas de lá não o receberam bem, pois perceberam que ele estava indo para Jerusalém.
Quando Tiago e João viram isso, disseram: “Senhor, você quer que nós mandemos descer fogo do céu
para queimar esta vila, como Elias também fez?” Mas, Jesus se virou e reprovou a atitude dos
discípulos e disse: “Vocês não sabem de que espírito são. Pois o Filho do homem não veio para destruir
as almas dos homens, mas para salvá-las.” Depois, eles prosseguiram para outra vila.
Lucas 17:12-19
Quando ele entrou em um povoado, dez leprosos o encontraram, mas mantiveram uma certa distância.
Eles gritaram: “Jesus, Mestre, por favor, tenha pena de nós!” Quando Jesus os viu, disse-lhes: “Vão e
se apresentem aos sacerdotes.” Enquanto eles iam fazer o que Jesus tinha dito, foram curados. Um
deles, quando percebeu que estava curado, voltou para onde estava Jesus e, gritando, louvou a Deus.
Ele se ajoelhou aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Ele era samaritano. Jesus perguntou: “Não foram
dez leprosos curados?” “Onde estão os outros nove? Nenhum deles voltou para louvar a Deus, mas
apenas este estrangeiro?” Jesus disse ao samaritano: “Levante-se e vá! A sua fé o curou.”
PARTE 6
§ 83. Jesus no Festival dos Tabernáculos. Seu ensino público. - JERUSALÉM. (28 d.C.)
Enquanto isso, na festa, os anciãos do povo estavam procurando Jesus e seguiam perguntando: “Onde
ele está?” Muitas pessoas na multidão estavam comentando a respeito dele. Algumas pessoas diziam:
“Ele é um bom homem!” Mas, outras discordavam: “Não! Ele engana as pessoas.” Mas, ninguém se
atrevia a falar abertamente sobre Jesus, porque eles tinham medo da reação dos anciãos do povo.
Quando a festa já estava na metade, Jesus foi para o Templo e começou a ensinar. Os anciãos do
povo ficaram muito surpresos e perguntaram: “Como esse homem tem tanto conhecimento, sendo que
ele não estudou?” Jesus respondeu: “O que eu ensino não vem de mim, mas daquele que me enviou.
Quem escolhe seguir a vontade de Deus saberá se o que eu ensino vem de Deus, ou se estou falando
por mim mesmo. Aqueles que falam por si mesmos querem o próprio reconhecimento, mas, quem
engrandece aquele que o enviou é verdadeiro e não mente. Moisés não lhes deu a lei? No entanto,
nenhum de vocês obedece à lei! Por que vocês estão tentando me matar?” A multidão respondeu:
“Você está possuído pelo demônio! Ninguém está tentando matá-lo.” Jesus disse: “Vocês todos estão
chocados por eu ter feito um milagre! Entretanto, como Moisés lhes disse para fazer a circuncisão –
não que isso realmente tenha vindo de Moisés, já que os seus antepassados faziam isso antes dele –
vocês realizam a circuncisão até mesmo aos sábados. Se vocês circuncidam aos sábados, para
garantir que a lei de Moisés não seja quebrada, por que estão indignados contra mim por eu ter curado
alguém no sábado? Não julguem pelas aparências, e sim, com justiça!” Então, algumas pessoas que
vieram de Jerusalém começaram a se perguntar: “Não é este aquele a quem eles estão tentando
matar? Mas, vejam só! Ele está falando aqui na frente de todos, e eles não estão dizendo nada contra
ele.143 Vocês acham que as autoridades acreditam que ele é o Messias? Mas, isso é impossível, pois
nós sabemos de onde ele é. Quando o Messias vier, ninguém saberá de onde ele vem.” Enquanto
Jesus estava ensinando no Templo, ele falou bem alto: “Então, vocês acham mesmo que me conhecem
e que sabem de onde eu vim? No entanto, eu não vim por mim mesmo. Aquele que me enviou é
verdadeiro. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço, pois eu venho dele e ele me enviou.” Então,
eles tentaram prender Jesus, mas ninguém colocou as mãos nele, porque a sua hora ainda não havia
chegado. Contudo, muitas pessoas da multidão creram nele. Elas disseram: “Quando o Messias
chegar, ele fará milagres maiores do que este homem tem feito?” Quando os fariseus ouviram a
multidão cochichando a respeito dele, eles e os chefes dos sacerdotes mandaram que os guardas
prendessem Jesus. Então, Jesus disse para as pessoas: “Eu ficarei com vocês apenas por mais algum
tempo; mas depois, eu retornarei para junto daquele que me enviou. Vocês irão me procurar, porém,
não me encontrarão, e também não poderão me seguir para onde irei.” Os judeus disseram uns aos
outros: “Para onde será que ele vai que nós não poderemos encontrá-lo? Será que ele está planejando
viver entre os judeus que se encontram espalhados entre os gentios? Será que ele vai ensiná-los? O
que ele quer dizer com: ‘Vocês irão me procurar, porém, não me encontrarão e não poderão me seguir
para onde irei?’” No último e mais importante dia da festa, Jesus se levantou e gritou forte: “Se vocês
tiverem sede, venham até mim e bebam! Como as Sagradas Escrituras dizem: Se vocês crerem em
mim, serão como fontes de onde fluirão rios de água viva.” Jesus estava se referindo ao Espírito Santo,
que aqueles que tiveram fé nele receberiam. O Espírito não tinha sido dado a essas pessoas, porque
Jesus ainda não tinha sido glorificado.144 Ao ouvirem o que Jesus dissera, algumas pessoas falaram:
“Definitivamente, esse homem é o Profeta!” Outros disseram: “Ele é o Messias!” Outras pessoas ainda
falaram: “Como pode o Messias vir da Galileia? As Sagradas Escrituras não dizem que o Messias é
descendente de Davi e que vem da cidade em que Davi morou, ou seja, Belém?” Então, a multidão
143Aqui fica evidente claro que os anciões do povo procuravam matar Jesus; eles mentiram quando disseram: “Ninguém
está tentando matá-lo.”
144Em sua predição, Cristo preveniu os discípulos sobre a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes e o enchimento
de seus corações pelo poder de Deus.
começou a expressar uma forte diferença de opinião a respeito de Jesus. Alguns queriam que ele fosse
preso, mas ninguém encostou um único dedo nele. Então, os guardas voltaram para onde estavam os
chefes dos sacerdotes e os fariseus, que lhes perguntaram: “Por que vocês não o prenderam?” E os
guardas responderam: “Nunca houve ninguém que tenha falado como esse homem!” Os fariseus
disseram aos guardas: “Até vocês foram enganados por ele? Algum governador ou fariseu acreditou
nele? Não! Mas, essa multidão, que não sabe nada sobre os ensinamentos da lei, seja maldita! Eles
estão condenados de qualquer forma!” Porém Nicodemos, que já havia se encontrado com Jesus a
noite e era um deles, perguntou: “Porventura, nossa lei condena um homem sem primeiro ouvi-lo e sem
saber o que ele realmente fez?” Eles disseram: “Então, você também é um galileu? Estude as
Sagradas Escrituras e descobrirá que da Galileia nunca surgiu nenhum profeta.” Depois, todos eles
saíram e foram embora cada um para a sua casa. Jesus foi para o monte das Oliveiras.
João 8:2-11
Na manhã do dia seguinte, ele voltou para o Templo, onde muitas pessoas se reuniram a sua volta e
ele se sentou para ensiná-las. Os escribas e os fariseus trouxeram uma mulher que tinha sido pega
cometendo adultério, e fizeram com que ela ficasse em pé, na frente de todos que estavam lá. Eles
disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi apanhada cometendo um ato de adultério. De acordo com a
Lei de Moisés, mulheres adúlteras devem ser apedrejadas. E você, o que diz sobre isso?” Eles usaram
essa pergunta como uma armadilha para tentar condenar Jesus. Mas, Jesus se abaixou e começou a
escrever no chão com o dedo. Eles continuaram a exigir uma resposta dele. Então, ele se levantou e
lhes disse: “Aquele de vocês que nunca tenha pecado seja o primeiro a jogar pedra nessa mulher.”
Depois, ele se abaixou de novo e continuou a escrever no chão. Ao ouvirem isso, acusados pela
consciência, as pessoas começaram a sair, uma após a outra, começando pelos mais velhos. Até que
restaram apenas Jesus e a mulher. Ele se levantou e perguntou a ela: “Mulher, onde estão aqueles
seus acusadores? Não ficou nenhum deles para condená-la?” Ela respondeu: “Nenhum deles, senhor!”
Jesus lhe disse: “Eu também não a condenarei. Vá! E não peque mais!”145
§ 85. Mais ensino público de nosso Senhor. Ele reprova os judeus incrédulos e escapa de suas mãos. -
JERUSALÉM.
João 8:12-59
Jesus falou novamente para as pessoas e disse: “Eu sou a luz do mundo. Se vocês me seguirem, não
andarão nas trevas, pois terão a luz da vida.” Os fariseus responderam: “Você não pode testemunhar a
seu favor. O que você diz não prova nada!” Jesus lhes disse: “Mesmo que eu esteja falando em meu
próprio benefício, meu testemunho é verdadeiro, pois eu sei de onde vim e para onde irei. Mas, vocês
não sabem de onde eu vim, nem para onde estou indo. Vocês julgam por padrões tipicamente
145Por que Jesus não condenou ao apedrejamento a mulher adúltera? Jesus estava ciente daquilo que foi prescrito na Lei
de Deus em relação ao adultério e em nenhum momento agiu contra aquilo que foi ensinado no Antigo Testamento,
pois Cristo, de maneira nenhuma transgrediu a Lei, pelo contrário, Cristo cumpriu-a por completo. (Rm. 5:17-19)
Sabemos que em nenhum momento Cristo aboliu a lei registrada no Antigo Testamento. (Mt 5:17-18) Mas quais
foram os motivos que levaram Cristo a não apedrejar a mulher adúltera? (Jo. 8:1-11) O primeiro problema no cenário
da mulher adúltera é que a Lei prescreve que, no caso de adultério, a pena de morte deveria ser aplicada ao casal
adúltero (Dt. 22:22), não apenas à mulher, e os fariseus trouxeram apenas a mulher para ser apedrejada. Isso constitui
um erro grave para a aplicabilidade da Lei de Deus. Além deste grave problema, na apresentação dos transgressores, a
Lei de Deus prescreve que é preciso existir idoneidade das testemunhas. O transgressor da Lei não pode ser acusado
por apenas uma pessoa. (Dt. 19:15) Também cabia às testemunhas arremessar as primeiras pedras. (Dt. 17:7) Quando
Jesus afirma: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra”, ele ordena às testemunhas
jogarem as pedras. Contudo, as testemunhas não atiram, e isso confirma que elas não se encaixavam no que a Lei
classificava como boas testemunhas. Ou seja, não eram pessoas idôneas. Eram falsas testemunhas, e o falso
testemunho implica em pena capital. (Dt. 19:19) Outro problema ocorre na aplicabilidade da pena capital. Sabemos
que apenas os magistrados podem aplicar a Lei. (Rm. 13:1-7) Logo, nem Cristo, nem os fariseus eram autoridade
magistrada para aplicar a pena capital à mulher adúltera. Mesmo que todas as obrigações da Lei fossem cumpridas,
apenas o governo romano poderia aplicar a pena capital.
humanos, mas eu não julgo ninguém.146 Mesmo se eu julgasse, minha decisão seria justa, porque eu
não estou fazendo isso sozinho. O Pai que me enviou está comigo. A própria lei de vocês afirma que o
testemunho de duas pessoas é válido. Eu testemunho a respeito de mim mesmo, e meu Pai, que me
enviou, é a minha outra testemunha.” Eles perguntaram: “Onde está seu pai?” Jesus respondeu:
“Vocês não me conhecem, nem conhecem o meu Pai. Se vocês me conhecessem, também
conheceriam o meu Pai.” Jesus disse isso, enquanto ensinava próximo à caixa das ofertas do Templo.
Mesmo assim, ninguém o prendeu, porque sua hora ainda não tinha chegado. Jesus disse novamente
a eles: “Eu vou embora, e vocês irão me procurar; mas morrerão sem que os seus pecados sejam
perdoados. Vocês não podem ir para onde eu vou.” Os judeus perguntaram em voz alta: “Será que ele
irá se matar? É isso que ele quer dizer com: ‘Vocês não podem ir para onde eu vou?’” Jesus lhes disse:
“Vocês são daqui de baixo, e eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo, e eu não sou deste mundo. É
por isso que eu disse que vocês irão morrer sem que os seus pecados sejam perdoados. Pois se vocês
não crerem que ‘Eu sou’, então, morrerão sem o perdão dos seus pecados.” Nesse momento, eles
perguntaram a Jesus: “Quem é você?” Jesus respondeu: “Exatamente quem eu disse que era desde o
início,” “Existem muitas coisas sobre vocês das quais eu preciso falar e as quais eu preciso julgar. Mas
aquele que me enviou diz a verdade e o que eu digo a vocês aqui neste mundo é o que eu ouvi dele.”
Eles não entenderam o que ele estava falando a respeito do Pai. Então, Jesus lhes explicou: “Quando
vocês levantarem o Filho do Homem, então, saberão que ‘Eu sou’ e irão perceber que não faço nada
por mim mesmo, mas que apenas digo o que o meu Pai me ensinou. Aquele que me enviou está
comigo; ele não me abandonou, pois eu sempre faço o que lhe agrada.” Muitas pessoas que ouviram
Jesus dizer essas palavras creram nele. Assim Jesus disse para os judeus que creram nele: “Se vocês
seguem o que eu digo, então, vocês realmente são meus discípulos. Vocês irão descobrir a verdade, e
a verdade os libertará.” Eles responderam: “Nós somos descendentes de Abraão! Nunca fomos
escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?” Jesus respondeu: “Eu lhes digo que
isto é verdade: todos aqueles que pecam são escravos do pecado. Um escravo não tem lugar
permanente na família, mas o filho sempre será parte da família. Se o Filho os libertar, então, vocês
serão verdadeiramente livres. Eu sei que vocês são descendentes de Abraão, ainda que estejam
tentando me matar por se recusarem a aceitar as minhas palavras. Eu lhes digo o que o Pai mostrou
para mim, enquanto vocês fazem o que os seus pais lhes dizem para fazer.” Eles responderam:
“Abraão é o nosso pai!” Jesus lhes disse: “Se vocês são realmente filhos de Abraão, então, façam o
que Abraão fez. Mas agora, vocês estão tentando me matar, porque eu lhes disse a verdade que ouvi
de Deus. Abraão nunca teria feito isso. Vocês estão fazendo o que o seu pai fez.” Eles responderam:
“Bem, nós não somos filhos ilegítimos. Nosso único pai é Deus!” Jesus disse: “Se Deus fosse
realmente o pai de vocês, vocês me amariam. Eu vim de Deus e agora estou aqui. A decisão de vir não
foi minha, mas daquele que me enviou. Por que vocês não conseguem entender o que eu digo? É
porque vocês se recusam a ouvir a minha mensagem! O pai de vocês é o diabo e o que vocês querem
é cumprir os desejos perversos do seu pai. Ele foi um assassino desde o início do mundo. Ele nunca
defendeu a verdade, pois não há verdade nele. Faz parte da natureza dele mentir, pois ele é um
mentiroso e é o pai das mentiras. 147 Então, por eu lhes dizer a verdade, vocês não acreditam em mim!
Digam-me: qual de vocês pode provar que eu sou um pecador? Se eu lhes digo a verdade, por que
vocês não creem em mim? Qualquer pessoa que pertença a Deus escuta o que Deus diz. O motivo de
146No Seu primeiro advento, o Cristo não veio julgar; mas, no segundo advento, ele vem como o justo e perfeito juiz de
todos os homens. (Mt. 25:31-46; Jo. 5:22; At. 17:31; Rm. 14:10-12; 2 Co. 5:10; 2 Ts. 1:7-9; Ap. 19:11-16, 19-21)
147As palavras: "Vós tendes por pai o diabo", apontam para a semente da serpente mencionada em Gênesis 3:15. As
palavras "Desde o princípio" dirigem-se a um evento que aconteceu nos primórdios da humanidade e do qual nossos
primeiros pais participaram. Jesus diz: Satanás não está na verdade porque não há verdade nele. Isso aponta para um
evento bem conhecido, no qual Satanás exibiu sua natureza mentirosa no relato da queda do homem. Jesus chama
Satanás não apenas de mentiroso, mas, a título de ênfase, designa-o como o pai da mentira. Mas Satanás pode ser
designado assim, apenas com referência a uma mentira dele que é acusada contra ele pelas Escrituras e que precedeu
todas as mentiras na terra. Agora, essa é a mentira da qual temos um relato em Gn. 3:4, 5. As palavras "pai de vocês"
correspondem às palavras "desde o princípio". Outra declaração de nosso Senhor é encontrada em São Mateus 13:38.
Os filhos do maligno, ou do diabo, mencionados nesta passagem, são a semente da serpente mencionada em Gênesis
3:15. Menos incontestável é a passagem em São Mateus 23:33, onde o Senhor se dirigiu aos fariseus como raça de
víboras. (Compare Mt. 3:7; 12:34) Quatro versículos antes, Jesus disse aos judeus: "Vocês estão procurando me
matar... [assim como] seu pai, o Diabo, [que foi] homicida desde o princípio" (João 8:40, 44). Satanás tentou matar o
Primeiro Adão, assim como os judeus tentaram matar o Último Adão. Satanás é "homicida desde o princípio" (João
8:44; cf. Hb. 2:14-15; 1 Jo. 3:8, 12).
vocês não escutarem é porque não pertencem a Deus.” Os judeus disseram: “Nós não temos razão
quando o chamamos de samaritano e dizemos que está possuído pelo demônio?” Jesus respondeu:
“Não, eu não estou possuído pelo demônio. Eu respeito o meu Pai, mas vocês não me respeitam. Eu
não estou aqui buscando glória para mim mesmo. Mas, há alguém que faz isso por mim e que julga a
meu favor. Eu lhes digo que isto é verdade: aquele que seguir as minhas palavras nunca morrerá.”
“Agora nós temos certeza de que você está possuído pelo demônio”, os judeus disseram. “Abraão e os
profetas morreram; mas você nos diz que: ‘Aquele que seguir as minhas palavras nunca morrerá’! Por
acaso, você é mais importante do que nosso pai, Abraão? Ele morreu, assim como os profetas. Quem
você pensa que é?” Jesus respondeu: “Se eu engrandecer a mim mesmo, isso não terá valor algum.
Porém, é aquele que vocês afirmam: ‘Ele é o nosso Deus,’ quem me engrandece. Vocês não o
conhecem, mas eu o conheço. Se eu disser que não o conheço estarei mentindo, exatamente como
vocês fazem. Mas, realmente, o conheço e também sei o que ele diz. Abraão, o pai de vocês, alegrou-
se por ver o meu dia; e ele viu esse dia e ficou alegre.” Os judeus responderam: “Você não tem nem
cinquenta anos. Como pode ter visto Abraão?” Jesus disse: “Eu lhes digo que isto é verdade: Antes de
Abraão nascer, Eu sou.”148 Nesse momento, eles pegaram pedras para jogar nele; mas Jesus foi
ocultado e saiu do Templo.149
§ 86. Um mestre da lei instruído. Amor ao próximo definido. Parábola do bom samaritano. -
CAMINHO ENTRE JERUSALÉM E BETÂNIA.
Lucas 10:25-37
Certa vez, um mestre na lei se levantou e, tentando pegar Jesus em uma armadilha, disse: “Mestre, o
que eu preciso fazer para conseguir a vida eterna?” Jesus perguntou: “O que está escrito na lei? Como
você a interpreta?” O homem respondeu: “Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração e com
toda a sua alma, com todas as suas forças e com todos os seus pensamentos. E ame o seu próximo
como a si mesmo.” Jesus lhe disse: “Você está certo! Faça isso e você viverá.” Mas, o homem
querendo se justificar, perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Jesus respondeu: “Um homem
estava descendo de Jerusalém para Jericó. Ele foi atacado por ladrões, que roubaram tudo o que ele
tinha, bateram nele e o deixaram quase morto. Por coincidência, um sacerdote estava viajando pelo
mesmo caminho. Ele viu o homem, mas passou pelo outro lado da estrada. Depois, um levita apareceu.
Mas, quando ele chegou ao lugar e viu o homem, também fez questão de passar pelo outro lado da
estrada. Finalmente, um samaritano apareceu na estrada. Ao passar, ele viu o homem e sentiu pena
dele. Ele se aproximou e tratou os ferimentos do homem com óleo e vinho e depois fez curativos. Então,
ele levou o homem em seu jumento para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, deu dois
denários para o dono da pensão e lhe disse: ‘Cuide dele e, se você gastar mais do que o dinheiro que
deixei, eu lhe pagarei quando voltar.’ Qual desses três homens você acha que foi o próximo para o
homem que foi atacado pelos ladrões?” O mestre da lei respondeu: “Aquele que o ajudou.” Jesus,
então, disse-lhe: “Vá e faça o mesmo!”
148Jesus viu Abraão, e Abraão viu Jesus. Não a pessoa, mas o dia de Cristo, era futuro para Abraão. E isso pode ser
explicado apenas pelo fato de Jesus estar escondido atrás de Jeová, que apareceu a ele e lhe deu a promessa de que
nele e em sua semente todas as nações da terra seriam abençoadas. (Gn. 12:1-3) Esta bênção de todas as famílias da
terra é o dia de Jeová - o dia em que Ele será glorificado entre as nações. A chave para o entendimento correto disso é
fornecida pela doutrina do Anjo do Senhor, que encontramos no Gênesis. Das passagens em que, nas aparições e
revelações de Jeová, a mediação do Anjo é expressamente mencionada, inferimos que a mediação ocorreu mesmo
quando se fala de Jeová sozinho; e ainda mais porque, mesmo na série anterior de passagens, o nome simples de
Jeová é comumente variado pelo do Anjo de Jeová. Toda a doutrina do Logos do evangelista João aponta para a
identidade pessoal de Jesus com o Anjo do Senhor. O desejo ardente de Abraão de ver o dia de Cristo implica que ele
já conhecia o Cristo, o que pode ser o caso apenas na suposição da ocultação de Cristo em Jeová. Esse desejo ardente
não é mencionado expressamente em Gênesis, mas está intimamente ligado a toda fé viva e deve necessariamente
preceder tais comunicações divinas. A semente das promessas divinas é semeada em toda parte apenas em um solo
bem preparado. O próprio Livro do Gênesis nos forneceu a explicação correta do que significa o dia de Cristo, sobre o
qual os intérpretes erraram com tanta frequência. Não é o tempo de Sua primeira aparição, mas, de acordo com o
modo de expressão do Novo Testamento, o tempo de Sua Segunda Vinda. O dia de Cristo é o tempo em que se
cumprirá a promessa: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn. 12:3)
149Possivelmente, não se escondendo em um esconderijo, ou na multidão, mas que deixou de ser visível para eles olhos,
de forma milagrosa; enquanto Ele saía do templo.
§ 87. Jesus na casa de Marta e Maria. - BETÂNIA.
Lucas 10:38-42
Continuando sua jornada, Jesus chegou a uma certa vila, e uma certa mulher, chamada Marta,
convidou-o para a sua casa.150 Tinha ela uma irmã chamada Maria, que se sentou aos pés do Senhor e
ouviu os seus ensinamentos. Marta ficou preocupada com tudo que precisava ser feito para a
preparação da refeição. Então, veio até Jesus e lhe disse: “Mestre, você não se importa de minha irmã
ter deixado todo o serviço da casa para que eu fizesse sozinha? Diga a ela para vir e me ajudar!” O
Senhor respondeu: “Marta, Marta, você está preocupada e agitada com muitas coisas! Mas, apenas
uma coisa é realmente necessária. Maria escolheu a melhor de todas, e esta não será tirada dela.”
Lucas 10:17-20
Os setenta discípulos voltaram muito animados, dizendo: “Senhor, até mesmo os demônios nos
obedecem quando, pelo poder do nome do senhor, ordenávamos que eles saíssem das pessoas!”
Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu como um raio. 151 Sim, eu lhes dei poder para pisarem em
serpentes e escorpiões e para superarem a força de todos os inimigos, e nada lhes fará mal. Mas, não
fiquem contentes porque os espíritos maus lhes obedecem. Fiquem felizes porque os nomes de vocês
estão escritos no céu.”
150Evidentemente existia alguma intimidade entre Lazaro suas duas irmãs (Marta e Maria) e Jesus. Eles evidentemente
eram amigos proeminentes do Mestre, e durante os anos do ministério público estiveram em muitas ocasiões
associados a Jesus de Nazaré, e ainda assim uma singular reticência evidentemente existiu por parte dos escritores dos
evangelhos em fornecer muitas informações sobre Lázaro e suas irmãs em Betânia. Seu nome nunca é mencionado
nos sinópticos. Aqui, por exemplo, Betânia é simplesmente mencionada como "uma certa aldeia". Sem dúvida, havia
alguma razão pela qual os evangelistas sinópticos exerceram essas reticências. Que sem dúvida provocaria uma
hostilidade incessante e inquieta na casa de Betânia; pois deve ser lembrado que durante anos após a Ressurreição, os
inimigos mortais de Jesus e seus seguidores eram supremos em Jerusalém e arredores. Havia motivos, sem dúvida,
agora desconhecidos para nós, que tornavam importante para o bem-estar da Igreja primitiva que a família Betânia
permanecesse imperturbável e em relativa privacidade. A relutância dos escritores do evangelho em fornecer muitas
informações sobre Lázaro e suas irmãs em Betânia só pode ser melhor explicada se os evangelhos foram escritos
antes de 70 dC, quando os judeus ainda estavam em posição de poder para perseguir a igreja. Essa ameaça de
perseguição contra algumas das principais figuras mencionadas nos evangelhos que ainda estavam vivas e residindo
na Judeia explicaria melhor sua relutância em fornecer muitos detalhes sobre Lázaro e suas duas irmãs.
151As palavras do Senhor aqui foram proféticas e não descritivas do que aconteceu ou estava acontecendo. Os setenta
estavam contando a ele seus sentimentos de alegria ao descobrir que seu nome em seus meses lhes permitia expulsar
os espíritos malignos dos possuídos. Seu Mestre respondeu com uma tensão exaltada e exultante - sons estranhos e
raros nos lábios do Homem de dores - contando-lhes como ele estava olhando - não em alguns espíritos do mal
expulsos de homens infelizes, mas sobre o rei e chefe de todo o mal caindo de sua triste eminência e trono de poder
como um relâmpago. Neander faz o seguinte observações sugestivas: "Assim como Jesus já havia designado a cura,
por si mesmo, de demonizados como um sinal de que o reino de Deus tinha vindo à terra, por isso é considerado agora
o que os discípulos relataram como um sinal do poder conquistador desse reino, diante do qual toda coisa má teve que
voltar atrás: 'Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago', isto é, do pináculo do poder que ele tinha até então
mantido entre os homens. Antes que o olhar intuitivo de Seu espírito se abrisse os resultados que fluiriam de Sua obra
redentora após Sua ascensão ao céu, Ele viu, em espírito, o reino de Deus avançando em triunfo sobre o reino de
Satanás. Ele não diz ‘vejo agora’, mas ‘eu vi’. Ele viu isso antes dos discípulos trazerem seu relato de suas maravilhas
realizadas. Enquanto faziam essas obras isoladas, ele viu a única grande obra, da qual aquelas eram apenas sinais
particulares e individuais - a vitória sobre o poderoso poder do mal que havia governado a humanidade por
completo."
escondeu essas coisas das pessoas sábias e dos inteligentes e dos intelectuais, mas as revela
inteligentes, mas as revelou aos pequeninos! Sim, às pessoas simples. Sim, Pai, isso o deixa feliz!
Pai, você ficou feliz ao fazer dessa maneira. O Meu Pai me deu tudo. E ninguém entende mais o
meu Pai me entregou todas as coisas. Ninguém Filho do que o Pai. E ninguém entende mais o Pai
entende o Filho, a não ser o Pai, e ninguém do que o Filho e do que aqueles para quem o Filho
entende o Pai, a não ser o Filho e aqueles para escolher mostrar seu Pai.
quem o Filho escolhe mostrar quem o Pai é.”
Quando eles estavam sozinhos, Jesus se virou
para os discípulos e lhes disse: “Aqueles que
veem o que vocês estão vendo deveriam ficar
realmente felizes. Eu lhes digo: muitos profetas e
reis gostariam de ver o que vocês estão vendo,
mas eles não viram. E eles também gostariam de
ouvir as coisas que vocês estão ouvindo, mas eles
não ouviram.”
Lucas 11:1-13
Certa vez, Jesus estava orando em um determinado lugar. Quando ele terminou, um dos seus
discípulos lhe pediu: “Senhor, por favor, ensine-nos a orar, como João Batista ensinou aos seus
discípulos.” Jesus lhes disse: “Quando vocês orarem, digam: ‘Pai, que o seu nome seja reconhecido
como santo. Venha o seu Reino.152 Dá-nos cada dia o alimento que precisamos. Perdoa-nos os nossos
pecados, assim como perdoamos aos que nos têm ofendido. E não nos deixe cair em tentação.’” Jesus
continuou a lhes dizer: “Digamos que você tenha um amigo e que, no meio da noite, você vá à casa
dele e lhe diga: ‘Meu amigo, empreste-me três pães, pois um amigo meu veio me visitar e eu não tenho
nada para lhe oferecer.’ Talvez, o seu amigo lá de dentro responda: ‘Não me incomode. Eu já tranquei a
porta. Os meus filhos e eu já estamos deitados. Eu não vou me levantar para lhe dar nada agora.’ Eu
lhes digo: mesmo que ele se recuse a se levantar e lhe dar o pão, apesar de você ser seu amigo, se
você for persistente, o seu amigo se levantará e lhe dará tudo o que você precisa. Eu lhes digo: peçam,
e vocês receberão; procurem, e vocês encontrarão; batam, e a porta se abrirá para vocês. Pois, todo o
que pede recebe; todo o que procura acha; e para todo o que bate a porta se abrirá. Qual de vocês,
pais, se o seu filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou, se ele pedir um ovo, lhe
dará um escorpião? Então, se vocês, mesmo sendo maus, ainda sabem dar boas coisas para os seus
filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo para quem lhe pedir!”153
Conforme Jesus caminhava, ele viu um homem que havia nascido cego. Os seus discípulos lhe
perguntaram: “Rabi, por que este homem nasceu cego? Foi ele quem pecou ou foram os pais dele?”
152Esta oração, oferecida como modelo por Jesus aos seus discípulos, tem uma aplicação primária que demonstra
expectativa pelo reino que seria estabelecido dentro de pouco tempo (isto é, na vinda de Cristo em 70 d.C., cf. Mt.
16:27, 28), mas tem uma aplicação perpétua que repousa sobre todos os cristãos em todos os tempos, isto é, quando a
morte termina nossa provação terrena e entramos no reino que “vem até nós”, e ressuscitados em nossos novos corpos
incorruptíveis, desfrutamos daquele estado celestial que seria inaugurado na Parousia em 70 dC e se tornou disponível
a todas gerações vindouras.
153Muito provavelmente foi um dos setenta que fez esse pedido, que não estava presente na primeira ocasião, quando o
Senhor deu sua oração das orações ao povo. John Gill observa que: “As seguintes instruções a respeito da oração,
embora concordem com as de Mateus 6:9 etc. no entanto, foram entregues em outro momento, em outro lugar e em
outra ocasião: Cristo estava então na Galileia, agora na Judeia... e isso foi feito em um determinado lugar; talvez no
Monte das Oliveiras, que não ficava longe de Betânia, onde ouvimos falar dele pela última vez, pois era um lugar
onde ele costumava passar a noite e orar. (cf. Lc. 21:37)
Jesus respondeu: “Isso não aconteceu porque ele ou os pais dele pecaram. Mas para que o poder de
Deus se manifeste na vida dele. Nós precisamos continuar fazendo o trabalho daquele que me enviou
enquanto ainda é dia. Está chegando a noite, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no
mundo, eu sou a luz do mundo.” Após dizer isso, Jesus cuspiu no chão e fez um pouco de lama com a
saliva. Ele, então, pegou a lama e a colocou nos olhos do cego. Depois, Jesus lhe disse: “Vá e lave o
rosto no Tanque de Siloé” (que significa “enviado”). O homem foi, lavou o rosto e voltou vendo. Os
vizinhos dele e as pessoas que o viam pedindo esmola, perguntaram: “Este não é o homem que
costumava se sentar e pedir esmola?” Algumas pessoas diziam que era ele, enquanto outras diziam:
“Não, é apenas alguém que se parece com ele.” Mas, o homem continuava dizendo: “Sou eu!” Eles
perguntaram: “Então, como você conseguiu enxergar?” Ele respondeu: “Um homem, chamado Jesus,
fez um pouco de lama, colocou-a em meus olhos e me disse: ‘Vá e lave o rosto no Tanque de Siloé.’
Então, fiz o que ele me disse e agora eu consigo enxergar.” As pessoas perguntaram: “Onde ele está?”
E o homem respondeu: “Eu não sei!” Eles levaram o homem que tinha sido cego aos fariseus. Jesus
tinha feito a lama e aberto os olhos do homem cego em um dia de sábado. Então, os fariseus também
perguntaram ao homem como ele conseguiu enxergar. Ele falou para os fariseus: “Ele colocou a lama
em meus olhos. Então, eu fui, lavei meu rosto e agora eu consigo enxergar.” Alguns fariseus disseram:
“O homem que fez isso não pode ser de Deus, pois ele não respeita a lei do sábado.” Mas, outros
perguntaram: “Como poderia um pecador fazer tais milagres?” Assim, houve uma divisão de opiniões
no grupo dos fariseus. Então, eles continuaram perguntando ao homem: “Qual é a sua opinião sobre
ele, já que foram os seus olhos que ele curou?” O homem respondeu: “Ele é um profeta!” Os líderes
judeus não acreditaram que o homem, antes cego, agora pudesse enxergar. Então, eles chamaram os
pais do homem. Eles perguntaram aos pais dele: “Este homem é o filho de vocês, que dizem ter
nascido cego? Então, como é possível que agora ele consiga enxergar?” Os pais do homem
responderam: “Nós reconhecemos que este é o nosso filho que nasceu cego. Mas, não temos ideia de
como ele consegue enxergar agora, ou quem o curou. Por que vocês não perguntam a ele? Afinal, ele
tem idade o bastante para responder por si mesmo.” O motivo dos pais dele dizerem isso era porque
tinham medo do que os líderes judeus fariam. Os líderes judeus já haviam anunciado que qualquer
pessoa que declarasse que Jesus era o Messias seria expulso da sinagoga. Por isso os pais do homem
disseram: ‘Perguntem a ele; afinal, ele tem idade o bastante.’ Mais uma vez eles chamaram o homem
que tinha sido cego e lhe disseram: “Dê a glória a Deus! Nós sabemos que esse homem é um
pecador.” O homem respondeu: “Se ele é um pecador ou não, eu não sei. Tudo o que eu sei é que eu
era cego e agora posso enxergar.” Então, eles perguntaram ao homem: “O que ele fez para você?
Como ele curou os seus olhos?” Ele respondeu: “Eu já disse a vocês. Vocês não estavam me
escutando? Por que vocês querem ouvir isso novamente? Vocês, por acaso, querem ser discípulos
dele também?” Eles o xingaram e disseram: “Discípulo dele é você! Nós somos discípulos de Moisés.
Nós sabemos que Deus falou com Moisés, mas quanto a esse homem, não sabemos nem mesmo de
onde ele é.” O homem, então, respondeu: “É incrível! Vocês não sabem de onde ele é, mas ele curou os
meus olhos. Nós sabemos que Deus não ouve pecadores, mas, sim, ouve qualquer um que o louve e
que faça a sua vontade. Desde o início da era,154 nunca se ouviu dizer que alguém tenha curado alguém
que nasceu cego. Se esse homem não tivesse vindo de Deus, ele não poderia fazer nada.” 155 Eles
responderam: “Você nasceu cheio de pecado e ainda quer nos ensinar?” E o expulsaram da sinagoga.
154Muita confusão surgiu do uso indiscriminado da palavra "mundo" como a tradução das diferentes palavras gregas
αἰών, κόσμος, οἰκουμένη e γῆ. O leitor iletrado que se depara com a frase "o fim do mundo", inevitavelmente pensa
na destruição do globo material, ao passo que se ele lesse "conclusão da era, ou aeon", ele pensaria naturalmente no
fim de um certo período de tempo - que é o seu significado apropriado. αἰών é propriamente uma designação de
tempo, uma idade; e é duvidoso que tenha algum outro significado no Novo Testamento. Seu equivalente em latim é
aevum, que é realmente o αἰών grego em um vestido latino. A palavra apropriada para a terra, ou mundo, é κόσμος,
que é usado para designar tanto o mundo material quanto o moral. οἰκουμένη é propriamente o mundo habitado, "o
habitável", e no Novo Testamento refere-se frequentemente ao Império Romano, às vezes a uma porção tão pequena
dele como a Palestina. γῆ, embora às vezes signifique a terra em geral, nos evangelhos mais frequentemente se refere
à terra de Israel. Muita luz é lançada sobre muitas passagens por uma compreensão adequada dessas palavras.
Devemos verificar o significado da palavra grega para obter uma interpretação correta da Bíblia. É muito significativo
entender a escatologia porque nesta área muitas visões futuristas tropeçaram. ἐκ τοῦ αἰῶνος é melhor traduzido como
"desde o início da era" do que "desde o início do mundo".
155Nem Moisés nem nenhum dos profetas jamais fizeram isso. Nenhum exemplo desse tipo é registrado no Antigo
Testamento. O milagre se destaca com grande distinção na página da história. Se tais histórias foram contadas, nem
ele nem o autor desta narrativa as conheciam.
Quando Jesus ouviu o que os líderes judeus tinham feito com o homem, foi encontrá-lo e lhe perguntou:
“Você crê no Filho do Homem, o Filho de Deus?” O homem respondeu: “Diga-me quem ele é, senhor,
assim posso crer nele.” “Você já o viu. Ele é quem está falando com você neste exato momento”, Jesus
lhe disse. “Eu creio em você, Senhor!”, ele disse. Então, se ajoelhou diante de Jesus e o adorou. 156
Depois, Jesus lhe disse: “Eu vim ao mundo para julgar, para que os cegos possam ver e os que veem
fiquem cegos.” Alguns fariseus que estavam lá com Jesus lhe perguntaram: “Por acaso, nós também
somos cegos?” Jesus respondeu: “Se vocês fossem cegos, não seriam culpados. Mas, agora que
vocês dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece.” “Eu lhes digo que isto é verdade: qualquer
um que não entre pela porta do curral das ovelhas, mas sobe por outro lugar, é um ladrão e bandido.
Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. O porteiro abre a porta para ele, e as ovelhas
respondem ao comando de sua voz. Ele chama suas ovelhas por seus nomes e as leva para fora do
curral. Após trazer o rebanho para fora, ele caminha na frente das ovelhas e elas o seguem, porque
reconhecem a sua voz. Elas não seguirão o comando de estranhos. Na verdade, elas fugiriam de um
estranho, pois não reconhecem a voz de estranhos.” Quando Jesus contou essa parábola como
exemplo, as pessoas que o escutavam não entenderam o que ele quis dizer. Então, Jesus explicou
novamente: “Eu lhes digo que isto é verdade: Eu sou a porta do curral. Todos aqueles que vieram antes
de mim eram ladrões e bandidos, mas as ovelhas não lhes deram atenção. Eu sou a porta. Todos
aqueles que entram por mim serão curados. Eles serão capazes de entrar e sair e encontrarão o
alimento que precisam. O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir. Eu vim lhes trazer vida, e
vida completa. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O homem pago para cuidar
das ovelhas não é o pastor. Quando ele vê o lobo se aproximando, foge. Ele abandona as ovelhas,
porque elas não são dele. Então, o lobo ataca e espalha o rebanho. O homem foge porque ele está
trabalhando apenas pelo dinheiro e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Eu sei que as
ovelhas são minhas e que elas me conhecem. Da mesma maneira, o Pai me conhece e eu o conheço.
Eu dou a minha vida pelas ovelhas. Eu tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu devo trazê-
las também. Elas ouvirão a minha voz e haverá apenas um rebanho com apenas um pastor. 157 É por
isso que o Pai me ama, pois eu dou a minha vida para recebê-la de novo. Ninguém a tira de mim; pelo
contrário, eu a entrego de maneira espontânea. Eu tenho o direito de dar a minha vida e de recebê-la
novamente. Isso é o que meu Pai me mandou fazer.” 158 Os judeus ficaram novamente divididos em
relação ao que pensavam sobre o que Jesus tinha acabado de dizer. Muitos deles diziam: “Ele está
possuído pelo demônio! Ele é louco! Por que vocês estão escutando o que ele diz?” Mas, outros
diziam: “Estas não são palavras ditas por alguém possuído pelo demônio. Além disso, um demônio não
consegue curar os olhos de um cego.”
156Ellicott observa: “O ato de adoração é a expressão necessária de sua fé no Filho de Deus. Podemos pensar que ele
ainda não aprendeu tudo o que esse termo inclui; mas ele pelo menos aprendeu que o Filho de Deus tem o atributo da
glória divina e é o objeto da adoração humana. Deve-se notar que São João usa a palavra aqui traduzida como
“adorado” apenas quando fala da adoração de Deus. (Comp. também João 4:20-24; João 12:20)”
157Não os judeus em terras pagãs, mas gentios, pois mesmo entre eles Ele tinha ovelhas. A repetida menção de Sua morte
sacrificial, pela qual a união de judeus e pagãos em uma comunidade de crentes seria efetuada (Ef. 2:14), levanta Seu
olhar para o futuro quando Ele será o guia também dos gentios, que se tornaram crentes, e a quem ele agora chama
profeticamente de Suas ovelhas.
158Algo muito importante deve ser notado aqui. Cristo poderia ter Seu corpo de volta, levá-lo para o céu com Ele e
mantê-lo para sempre porque Ele não tinha pecado. Seu corpo nunca foi corrompido pelo pecado e, portanto, nunca
foi “sujeito à decomposição” (não poderia retornar ao pó), nem Sua alma poderia ser “abandonada no Hades”. Jesus
tinha as chaves da morte e do Hades. Ele poderia abrir a porta, entrar e sair novamente. A morte não poderia mantê-lo.
Hades não conseguiu segurá-lo. Ele é o único que poderia dizer: ‘O Pai me deu vida dentro de mim” (Jo. 5:26);
“Ninguém pode tirar de mim” (Jo. 10:18); “Eu tenho o poder de devolvê-lo e o poder de recuperá-lo” (Jo. 10:18);
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. (Lc. 23:46 - Ele entregou o seu próprio espírito e morreu voluntariamente
- ninguém poderia matá-lo) Seu corpo não era mortal no sentido de que estava destinado a morrer, decair e retornar ao
pó, como nossos corpos são (por causa de nosso pecado). Como Ele nunca pecou, Seu corpo não era destinado à
morte. Portanto, Jesus poderia ter Seu corpo de volta, e não ter que deixá-lo para trás quando Ele fosse para o céu.
Quando Ele ascendeu, aquele mesmo corpo de “carne e ossos” foi transformado em uma forma gloriosa que poderia
habitar no céu. Ele teve uma mudança corporal na ascensão. Não era mais um mero corpo de carne e osso após a
Ascensão. Foi mudado e glorificado. Ainda era um corpo humano que mantinha a mesma identidade pessoal e visível
que tinha enquanto estava na terra, mas era um tipo diferente de corpo humano do que durante Sua existência terrena.
O céu requer um tipo diferente de corpo para habitar lá. (1 Co. 15:37-38; 15:50; 2 Co. 5:1; Fp. 3:21)
§ 91. Jesus em Jerusalém no Festival da Dedicação. Ele se retira para além da Jordânia. -
DE JERUSALÉM PARA O OUTRO LADO DO JORDÃO.
João 10:22-42
Era inverno, e estavam comemorando, em Jerusalém, a Festa da Dedicação. Jesus estava andando no
Templo, próximo a uma entrada conhecida como Alpendre de Salomão. Os judeus o cercaram e
perguntaram: “Por quanto tempo você nos manterá em dúvida? Se você é realmente o Messias, então,
nos diga claramente.” Jesus respondeu: “Eu já lhes disse, mas vocês não acreditaram. Os milagres
que eu faço em nome do meu Pai provam quem eu sou. Vocês não creem em mim porque não são
minhas ovelhas. As minhas ovelhas reconhecem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem. Eu
dou para elas a vida eterna. Elas nunca morrerão, e ninguém poderá tomá-las de mim. Meu Pai, que as
deu para mim, é maior do que todos, e ninguém pode tirá-las dele. Eu e o Pai somos um.” Mais uma
vez, os judeus pegaram pedras para jogar em Jesus. Jesus, então, lhes disse: “Vocês têm visto muitas
boas ações que eu faço em nome do Pai. Por qual delas vocês estão querendo me apedrejar?” Os
judeus responderam: “Nós não estamos querendo apedrejá-lo por uma boa ação e, sim, por blasfêmia;
pois você não passa de um homem que afirma ser Deus.” Jesus disse: “Por acaso, na lei de vocês não
está escrito: ‘Eu disse: Vocês são deuses’? Deus chamou aquelas pessoas de ‘deuses,’ pessoas as
quais foi dirigida a Palavra de Deus, e as Sagradas Escrituras não podem falhar. Então, por que vocês
estão dizendo que aquele que o Pai escolheu e enviou ao mundo está dizendo mentiras ao afirmar: ‘Eu
sou o Filho de Deus’? Se eu não estiver fazendo o que o meu Pai faz, então, não creiam em mim. Mas,
se eu estiver fazendo, mesmo que não creiam em mim, acreditem ao menos no que eu faço. Assim,
vocês poderão saber e entender que o Pai está em mim e eu estou no Pai.” 159 Eles tentaram prender
Jesus novamente, mas ele conseguiu escapar. Ele voltou, atravessando o rio Jordão até o local em que
João tinha começado a batizar e lá ficou. Muitas pessoas foram até onde ele estava e diziam: “João
não fez milagres, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade.” Muitos dos que foram ver Jesus
creram nele.
João 11:1-46
Um homem chamado Lázaro estava doente. Ele morava no povoado de Betânia com suas irmãs, Maria
e Marta. Maria, cujo irmão Lázaro estava doente, foi a mesma que colocou perfume no Senhor e
enxugou, com seus cabelos, os pés dele. Então, as irmãs enviaram uma mensagem a Jesus: “Senhor,
o seu querido amigo está doente.” Quando Jesus ouviu a notícia, disse: “A doença de Lázaro não
acabará em morte. Isso está acontecendo para que a glória de Deus seja revelada e, assim, o Filho de
Deus seja glorificado.” Embora Jesus amasse Marta, Maria e Lázaro e tivesse ouvido a notícia sobre a
doença dele, ele permaneceu no lugar em que estava ainda por dois dias. Então, Jesus disse aos seus
discípulos: “Vamos voltar para a Judeia.” E os discípulos disseram: “Rabi, apenas há alguns dias, os
judeus tentaram apedrejá-lo. Você realmente quer voltar para lá agora?” Jesus respondeu: “O dia não
tem doze horas? Se vocês andarem durante o dia não tropeçarão, pois a luz deste mundo os ajuda a
ver para onde estão indo. Mas, se vocês caminharem durante a noite tropeçarão, pois não há luz para
159A referência específica é o salmo 82, no qual os homens eram apontados como juízes em lugar de Deus, e no qual o
Senhor, de acordo com o v. 6, declarara: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo”. Este salmo não afirma
que os homens são deuses, mas que são escolhidos por Deus, para agir em lugar do Senhor, como neste caso. Jesus
apresentava o modo como os judeus argumentavam, a fim de apontar esta passagem do Antigo Testamento, que
ampliaria o uso da palavra “deuses”. Se homens normais poderiam ser deuses, como neste salmo , eles não deveriam
fazer objeção à sua afirmativa de ser Deus, à vista de suas credenciais, desde que ele na verdade é o F ilho de Deus.
Jesus apela mais uma vez para que eles aceitem sua palavra. Se eles não conseguissem, ao menos cressem por causa
dos milagres que realizara (Jo. 10:37, 38). Mais uma vez eles tentam agarrá-lo, mas são impedidos. (v. 39) Ao declarar
que usara o vocábulo “Deus” com respeito a si mesmo, Jesus também fez um grande pronunciamento sobre as
Escrituras: "a Escritura não pode falhar”. (v. 35) Aqui, como em outras ocorrências, Cristo dá toda autoridade à Bíblia
como inspirada por Deus, palavra por palavra, e às vezes até às próprias letras, mesmo a menor delas. (Mt. 5:18) Pelo
fato de Jesus colocar seu próprio selo de aprovação no conceito de que a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo, sendo,
portanto, sem erros, aquele que ataca a Palavra escrita também desrespeita Jesus como a Palavra encarnada. Se Cristo
é verdadeiro, então a Palavra também é autêntica.
iluminar o seu caminho.” Após isso, Jesus continuou: “O nosso amigo Lázaro está dormindo, mas eu
irei lá e o acordarei.” Os discípulos disseram: “Senhor, se ele está dormindo, então, irá melhorar.”
Jesus estava se referindo à morte de Lázaro, mas os discípulos pensaram que ele estivesse realmente
dormindo. Então, Jesus lhes disse claramente: “Lázaro está morto. Para o bem de vocês, eu estou feliz
por não ter estado lá com ele, pois assim vocês serão capazes de crer em mim. Vamos vê-lo!” Tomé,
chamado o Gêmeo, disse para os outros discípulos: “Vamos também! Assim, poderemos morrer com o
Mestre.” Ao chegar, Jesus soube que Lázaro havia sido sepultado já há quatro dias. O povoado de
Betânia ficava apenas três quilômetros de Jerusalém, e muitos judeus tinham ido até lá para consolar
Maria e Marta pela morte do seu irmão. Quando Marta soube que Jesus estava vindo, ela foi encontrá-
lo; porém, Maria ficou em casa. Marta disse a Jesus: “Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não
teria morrido! Mas, eu tenho certeza de que, mesmo agora, Deus lhe dará qualquer coisa que o senhor
pedir.” Jesus lhe disse: “O seu irmão irá ressuscitar!” Marta respondeu: “Eu sei que ele ressuscitará na
ressurreição do último dia.”160 E Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim
viverá, mesmo que esteja morto. E quem vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Você acredita
nisso?” Ela respondeu: “Sim, Senhor!”, “Eu creio que o senhor é o Messias, o Filho de Deus, aquele
que devia vir a este mundo.” Depois que disse isso, Marta voltou para casa e disse a sua irmã, Maria,
em particular: “O Mestre está aqui e pediu para vê-la.” Assim que Maria ouviu isso, rapidamente se
levantou e foi vê-lo. Jesus ainda não tinha chegado ao povoado. Ele ainda estava no lugar em que
Marta o havia encontrado. Os judeus, que estavam consolando Maria em sua casa, viram como ela se
levantou rápido e saiu. Então, eles a seguiram, pensando que ela talvez fosse até o túmulo do seu
irmão para chorar. Quando Maria chegou ao local em que Jesus estava e o viu, ela caiu aos seus pés e
disse: “Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido!” Quando Jesus a viu chorando, e
também os judeus que vinham atrás dela, ele ficou muito comovido e aflito. Ele perguntou: “Onde vocês
o sepultaram?” Eles responderam: “Senhor, venha e veja!” Então, Jesus chorou. Os judeus disseram:
“Vejam como ele amava Lázaro!” Mas, alguns deles disseram: “Se ele conseguiu curar a cegueira de
um cego, então, ele não poderia ter impedido que Lázaro morresse?” Jesus, se sentindo muito aflito, foi
até o túmulo. Era uma caverna, com uma grande pedra colocada na entrada. Jesus lhes disse: “Retirem
a pedra!” Porém, Marta, a irmã de Lázaro, disse: “Senhor, haverá um cheiro terrível, pois Lázaro já está
morto há quatro dias.” Jesus respondeu: “Eu não lhe disse que se crer em mim, você verá o poder de
Deus?” Então, eles tiraram a pedra. Jesus olhou para o céu e disse: “Pai, obrigado por me ouvir. Eu sei
que você sempre me escuta. Eu digo isso para que a multidão que aqui está acredite que você me
enviou.” Após dizer isso, Jesus gritou: “Lázaro, venha para fora!” O morto veio.161 Havia tiras de linho
envolvendo as suas mãos e os seus pés e também um pedaço de tecido sobre o seu rosto. Jesus lhes
disse: “Tirem as faixas dele e deixem que ele vá.” Assim, muitos dos judeus que vieram para consolar
Maria e que viram o que Jesus tinha feito creram nele. Mas, outros foram até os fariseus e disseram
para eles o que Jesus havia feito.
160A crença na ressurreição foi promovida através de Daniel 12:2, 13. Mas resposta dela expressa algo de decepção, ela
teme talvez que até mesmo Jesus esteja oferecendo o consolo meramente convencional para quem anseia por uma
reunião imediata. Que ideias precisas Marta entretinha em relação ao último dia e aos eventos com os quais estão
conectados, nós não sabemos exatamente; mas sabemos que ela estava acostumada a ouvir seu Mestre falar sobre o
julgamento do "fim da era"; e eles evidentemente conectaram a ressurreição e o julgamento com o fim do aeon. O
“último dia" é facilmente interpretado. É o último dia da era, ou dispensação Judaica então em execução, e era uma
frase popular para a época em que os privilégios messiânicos seriam dados ao povo de Deus. O "último dia" é apenas
outra forma da expressão "o fim da era ou aeon". A Parousia também é constantemente representada como
coincidente no tempo com "o fim da era", de modo que todos esses grandes eventos, a Parousia, a ressurreição dos
mortos, o julgamento e o último dia, são contemporâneos.
161Esse é um caso de ressurreição corporal temporal, ou reanimação temporária do corpo mortal e corruptível e como
esse há vários outros casos nas escrituras e não devem ser confundidas com a ressurreição escatológica e eterna que é
de uma natureza diferente. A ressurreição eterna, como ensinada no Novo Testamento, não envolve uma reanimação
do mesmo corpo, mas a obtenção de um novo corpo incorruptível e celestial. O conceito da ressurreição dos mortos
consiste, de acordo com as Escrituras, em algum organismo novo, como observa o Bispo Foster: "O estado de
ressurreição é a culminação da humanidade glorificada; é a mudança do terreno para o celestial; é o despojar-se da
carne e do sangue e o revestir-se do corpo espiritual. A ressurreição é a posição novamente após a morte; o corpo da
ressurreição é o corpo com o qual o espírito é revestido para sua vida celestial. O princípio organizador da vida é
ininterrupto e idêntico. Começa no natural e tece seus curiosos tegumentos de pó para uso terreno; Ele tece as novas
vestes para a alma que parte; modela o organismo celeste; ou, mais propriamente, Deus nos dá um corpo, como Lhe
aprouve, agora e além da sepultura". (Foster, Beyond the Grave, p. 181, 182)
§ 93. O conselho de Caifás contra Jesus. Ele se retira de Jerusalém. -
DE BETÂNIA PASSANDO POR JERUSALÉM PARA EFRAIM.
João 11:47-54
Então, os chefes dos sacerdotes e os fariseus fizeram uma reunião do conselho superior. Eles
perguntaram: “O que devemos fazer? Esse homem está fazendo muitos milagres. Se permitirmos que
ele continue, todos irão acreditar nele e, então, os romanos irão destruir tanto o Templo quanto a nós
como nação.”162 Caifás, que era o grande sacerdote daquele ano, disse: “Vocês não entendem nada!
Não conseguem perceber que é melhor que morra apenas um homem pelo povo do que toda uma
nação ser destruída?” Ele não disse isso por si mesmo, mas como grande sacerdote naquele ano, ele
estava profetizando que Jesus iria morrer pela nação. E que ele se sacrificaria não apenas pela nação
judaica, mas por todos os filhos de Deus espalhados por toda a parte. Então, eles se reuniriam e
formariam um só povo. A partir daquele momento, eles começaram a planejar como conseguiriam
matar Jesus. Por isso, Jesus não andava mais publicamente entre os judeus; ele foi para uma cidade
chamada Efraim, na região próxima ao deserto e lá ficou com os seus discípulos.
[Jesus saiu daquele lugar] e foi para a região da Jesus saiu daquele lugar e foi para a região da
Judeia, que ficava do outro lado do rio Jordão. Judeia e da Transjordânia.
Uma quantidade imensa de pessoas o seguiu, e Uma vez mais as pessoas se juntaram para vê-lo,
ele curou os que estavam doentes [e ele os e ele os ensinava como sempre fazia.
ensinava como sempre fazia].
Lucas 13:10-21
Um sábado, Jesus estava ensinando em uma sinagoga. Havia ali uma mulher que fazia dezoito anos
que se encontrava doente por causa de um espírito mau. Ela ficava curvada e não conseguia se
endireitar. Quando Jesus a viu, chamou-a e disse: “Você está curada da sua doença.” Depois, ele
colocou as suas mãos sobre ela e, imediatamente, a mulher se endireitou e louvou a Deus. No entanto,
o líder da sinagoga ficou chocado por Jesus ter curado em um sábado. Ele disse para a multidão: “Há
seis dias dedicados ao trabalho. Venham e sejam curados nesses dias e não no sábado.” Mas o
Senhor disse para o líder: “Hipócritas! Qualquer um de vocês não desamarra, no sábado, seu boi ou
jumento do estábulo e o leva para beber água? Por que essa mulher, uma descendente de Abraão, que
Satanás manteve amarrada por dezoito anos, não deveria ser desamarrada e libertada neste dia de
sábado?” O que Jesus disse envergonhou todos os seus opositores. Mas, todos na multidão estavam
162O pavor do poder romano deve ter estado constantemente presente aos judeus daquela geração. Eles viram Arquelau
deposto, e um procurador romano veio para efetivar o registro decretado por Augusto (Lc. 2:1). Pôncio Pilatos
suprimiu os surtos pela violência no próprio Templo. Houve tumultos relacionados ao dinheiro de Corban e a
Barrabás. A montanha do Templo era o local da fortaleza romana Antônia, e esse terrível poder pode a qualquer
momento destruir a vida nacional, que só existia em tolerância. Alguns interpretam τὸν τόπον como “nossa terra” ou a
cidade de Jerusalém, embora em 2 Ma. 5:19 em uma conexão muito semelhante ὁ τόπος signifique o Templo. De
Wette e Hengstenberg insistem fortemente que por τόπον significava o templo, "a morada e sede de todo o povo." (Sl.
27:4; 84:4; cf. Mt. 23:38) Essa é a interpretação de Albert Barnes que observa: “Isso provavelmente se refere ao
templo, Atos 6:13-14 . Foi chamado de “o lugar” por meio de eminência, como sendo o lugar principal ou principal da
terra – sendo a sede da adoração especial a Deus. Este lugar foi totalmente destruído pelos romanos.” Matthew Poole
estabelecem seu significado muito claramente: “Eles temem que, se eles permitissem que Cristo continuasse operando
milagres, ele teria muitos seguidores, que, com o crédito de seus milagres, o reconheceriam como o Messias, e o
efeito e a consequência disso seriam: eles deveriam ser totalmente privados pelos romanos (a quem já estavam
sujeitos) daquela pequena liberdade que lhes concediam. Eles dizem que os romanos viriam (isto é, com um exército)
e destruiriam seu templo, que eles chamam de seu lugar, seu lugar mais famoso, onde se reuniam para adorar a Deus e
no qual, como sinal da presença de Deus entre eles, eles tanto alertaram; sim, e sua nação; isto é, destruir
miseravelmente sua nação e levá-la à ruína total.”
muito felizes com todas as coisas maravilhosas que ele estava fazendo. 163 Depois, Jesus perguntou:
“Então, com o que se parece o Reino de Deus? Com o que eu poderia compará-lo? É como uma
semente de mostarda que um homem plantou em seu jardim. Ela cresceu e virou uma árvore. Os
pássaros, então, vieram e fizeram ninhos em seus galhos.” Ele perguntou novamente: “Com o que eu
posso comparar o Reino de Deus? É como o fermento que uma mulher pegou e misturou em três
medidas de farinha e que fez com que toda a massa crescesse.”164
Lucas 13:22-33
Jesus percorreu as cidades e vilas em volta, ensinando em seu caminho [ao retornar] para
Jerusalém.165 Alguém lhe perguntou: “Senhor, apenas poucos serão salvos?” Jesus respondeu:
“Tentem de todas as maneiras entrar pela porta estreita, pois, eu lhes digo que muitos tentarão entrar e
não conseguirão.166 Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vocês ficarão do lado de
fora, batendo na porta e dizendo: ‘Senhor, por favor, abra a porta para nós!’ Mas, ele responderá: ‘Eu
não conheço vocês e não sei de onde vocês são.’ Então, vocês dirão: ‘Mas, nós comemos e bebemos
com você. E você ensinou nas ruas da nossa cidade.’ Ele responderá: ‘Eu lhes digo que não conheço
vocês e não sei de onde vocês são. Saiam de perto de mim, todos vocês que não fazem o bem.’ 167
Haverá choro e ranger de dentes quando vocês virem Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no
Reino de Deus, e vocês, do lado de fora. 168 As pessoas virão do leste e do oeste, do norte e do sul, e se
163Um confronto ocorre com o “dirigente da sinagoga”. Ele tenta usar a Escritura contra Jesus: é contra o quarto
mandamento fazer qualquer trabalho no sábado; a cura é trabalho; portanto, Jesus quebrou um mandamento. Mas
nosso Senhor diz que este ato de misericórdia não só é permitido, mas Deus o comandou, mesmo no sábado. Ele
aplica Êxodo 23:4-5 (veja Deut. 22:1-4): “Se encontrares o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, desgarrado, sem
falta lho reconduzirás. Se vires o jumento, daquele que te odeia, caído debaixo da sua carga, deixarás pois de ajudá-
lo? Certamente o ajudarás a levantá-lo”. A Lei aplica esta passagem a ambos, seu irmão (Deut. 22) e seu inimigo (Ex.
23). Jesus aplica isso aqui aos próprios bois e os burros dos fariseus. Os mesmos fariseus, no entanto, nem
permitiriam que um membro de sua própria sinagoga fosse solto no sábado, e muito menos um estranho ou um
inimigo. Conclusão: os fariseus tratavam seus animais melhor do que o povo de Israel. Por esta razão, Jesus havia
recentemente condenado os escribas: “Ai de vós também, doutores da lei, que carregais os homens com cargas
difíceis de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais essas cargas”. (Lc. 11:46)
164O confronto anterior sobre a cura e o Sábado foi uma lição objetiva. Mas Jesus julga oportuno ensinar sobre a
natureza do Reino imediatamente depois. Nós já vimos parábolas anteriormente no capítulo sobre a parábola do joio e
do trigo. (Mt. 13:24-43; ver § 55) Nós observamos como elas serviram para ilustrar a natureza do Reino como
começando pequeno e crescendo imperceptivelmente em algo grande e penetrante. O mesmo é verdade aqui, mas há
ainda uma outra lição para tirar das parábolas da semente de mostarda e do fermento, e a lição é sutil: se o Reino de
Deus começa pequeno, isso significa que ele terá apenas algumas pessoas nele no início. Esta é uma dedução sutil,
mas importante. Pode ser necessário observar que Lucas está registrando incidentes diferentes. No relato de São
Mateus, o público é uma multidão reunida na margem do lago (Mt. 13:2); no de São Lucas, o público é uma multidão
reunida em uma certa sinagoga. Isso não deve nos surpreender, é claro, pois Jesus era um pregador itinerante.
165Enquanto estamos cobrindo principalmente as parábolas de Jesus durante esta jornada a Jerusalém, é importante
também observar os aspectos judiciais de seus diversos confrontos com os líderes civis e espirituais do dia. Esses
conflitos pertencem ao processo judicial contra Israel.
166A pergunta desse homem mostra que ele tomou o ensinamento geral de Jesus a sério. Ele tinha em mente um grande
julgamento e uma grande divisão estava chegando. Então ele perguntou se havia poucos que escapariam da ira por vir.
Essa pessoa também provavelmente conectou o ensino de Jesus com a história profética de Israel. Sempre, durante o
julgamento, era apenas um remanescente que era salvo. (Deut. 4:27; Is. 24:1, 3, 5-6; Jr. 42:2, 48; 44:2-5)
167Mesmo que essa linguagem seja aplicável aos homens em geral sob o evangelho, é claro que teve uma aplicação
direta e específica aos contemporâneos de nosso Senhor - a geração que testemunhou seus milagres e ouviu suas
parábolas; e que tiveram um relacionamento com ele, como não teve com mais ninguém. Ele descreve a condenação
daqueles que tiveram o privilégio de apreciar sua presença pessoal e ministério, e que fingiram discipulado, mas eram
joio e não trigo: "Então, vocês dirão: ‘Mas, nós comemos e bebemos com você. E você ensinou nas ruas da nossa
cidade.’ Ele responderá: ‘Eu lhes digo que não conheço vocês e não sei de onde vocês são. Saiam de perto de mim,
todos vocês que não fazem o bem.’” Portanto, devemos considerar a parábola para ter uma relação especial com seus
contemporâneos no julgamento que viria no fim da era, na segunda vinda do Senhor em 70 d.C.
168Haverá choro e ranger de dentes ao ouvir, "afaste-se de mim", etc. e será aumentado, quando virdes Abraão, Isaque e
Jacó: de quem eram descendentes e com quem se relacionaram segundo a carne; e de descendência, de quem eles se
sentarão para comer no Reino de Deus. Pois, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os
últimos.”169 Nesse momento, alguns fariseus vieram até Jesus e lhe disseram: “Você deveria ir embora
daqui, porque Herodes quer matá-lo.” 170 Jesus respondeu: “Vão e digam para aquela raposa que eu
continuarei a expulsar demônios e a curar pessoas hoje e amanhã. E no terceiro dia eu terminarei o que
vim fazer. Bem, de qualquer forma, eu devo seguir o meu caminho hoje e amanhã e depois de amanhã
também.171 Pois, não seria certo para um profeta morrer fora de Jerusalém. 172
§ 96. Nosso Senhor janta com um chefe fariseu no sábado. Incidentes. - PEREIA.
Lucas 14:1-24
Em um sábado, Jesus foi comer na casa de um dos líderes dos fariseus, onde todos o observavam
muito atentamente.173 Havia um homem lá com os braços e as pernas inchados. Então, Jesus
perguntou aos escribas e aos fariseus: “A lei permite curar no sábado ou não?” Mas, eles ficaram
quietos. Jesus tocou no homem, curou-o e o mandou embora. Depois, Jesus lhes disse: “Se o seu filho
gabavam e até confiavam nisso, pensando-se os favoritos do céu e esperando ser admitidos no reino de Deus por
causa disso.
169Aqui é importante observar a representação da verdadeira natureza do "reino de Deus". Não é o evangelho; nem a
dispensação cristã; nem qualquer estado terrestre das coisas, mas um estado celestial, no qual a carne e o sangue são
incapazes de entrar. (cf. 1 Co. 15:50) O significado é: “Muitas pessoas virão das terras pagãs mais distantes; e se
sentarão no reino de Deus - Regozijando-se e admirando multidões, para participar do banquete celestial com seus
ancestrais (os santos hebreus da antiguidade), enquanto vocês (hebreus incrédulos) serão total e para sempre excluídos
dele.” Embora essas palavras possam ser aplicável aos homens em geral sob o evangelho, é claro que teve uma
aplicação direta e específica aos contemporâneos de nosso Senhor que é ainda mais evidente pela expressão “os
últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.” Ellicott observa: “Israel havia sido a primeira das
nações, mas deveria se tornar, em suas fortunas externas, a última, e os pagãos que estavam “sem esperança e sem
Deus no mundo” (Ef. 2:12) deveriam ganhar a alta preeminência de serem os herdeiros do reino.” As notas da Bíblia
de Cambridge para escolas e faculdades dá o significado correto do todo: “Nosso Senhor usou essa expressão
proverbial mais de uma vez. Teve, além de sua veracidade universal, uma influência especial em Seu próprio tempo.”
Como em uma verdadeira teoria científica, todos os fatos se encaixam facilmente em seu lugar e apoiam todo o resto;
assim, em uma verdadeira teoria da interpretação, toda passagem encontra uma solução fácil e contribui com sua cota
para apoiar a correção do princípio geral.
170Jesus sabia muito bem que os judeus planejaram matá-lo há algum tempo (Jo. 7:1-2). Herodes estava procurando por
nosso Senhor há algum tempo (Lc. 9:7-9), mas ele sabia bem que os próprios fariseus eram uma ameaça maior à sua
vida do que o próprio Herodes. Os líderes da sinagoga tentaram matá-lo já em sua própria cidade natal (Lc. 4:16-30).
Então, por que os fariseus vieram a ele com um aviso sobre Herodes? Não pode haver dúvidas de que não queriam
que Jesus passasse pelas multidões na Páscoa, que ocorreria dentro de semanas ou dias, neste momento. Ele fez um
grupo de fariseus carregar uma ameaça de morte para afastá-lo nesses tempos socialmente e politicamente instáveis.
171As palavras aqui podem ser usadas não estritamente, mas proverbialmente - para denotar um curto espaço de tempo.
Mas se for interpretada "literalmente", significa que por mais dois ou três dias ele permaneceria nas aldeias da Pereia
e depois seguiria para Jerusalém. Jesus deixa claro que Ele tem um objetivo a alcançar e Ele não vai parar de dar o
testemunho divino de Sua mensagem até alcançar essa meta. Ele continuará curando e expulsando demônios -
provando que o Reino de Deus está próximo - até que Ele tenha terminado.
172Jerusalém havia feito do massacre dos profetas uma prerrogativa especial, um monopólio, do qual ninguém poderia
roubá-la. Não temos aqui a identidade de Jerusalém com a Babilônia apocalíptica? Estamos diante da cidade descrita
como perseguidora e assassina dos profetas e santos: "Vi a mulher bêbada com a sangue dos santos e com o sangue
dos mártires de Jesus"; (Ap. 17:6) "E nela foi achado o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram
mortos na terra"; (Ap. 18:24) "Alegrai-vos sobre ela, ó céu, e santos apóstolos e profetas, porque Deus vos vingou".
(Ap. 18:20) Quem pode deixar de reconhecer nesta descrição as características distintivas da Jerusalém dessa
"geração"? Quem é que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados? Jerusalém. Qual é a cidade da qual não é
possível que um profeta pereça - que goza de um infame monopólio de assassinar os mensageiros de Deus?
Jerusalém. O sangue dos santos e dos profetas é a mancha imemorial de Jerusalém; a marca do assassino estampada
em sua testa; e a geração que crucificou a Cristo é descrita por Ele como "os filhos daqueles que mataram os profetas"
e, portanto, "encheram a medida de seus pais". (cf. Mt. 23:30-32; Lc. 13:34, 35)
173Parece quase inacreditável que mesmo com a condenação aberta de Jesus contra os judeus, Herodes e os fariseus, em
particular, foi lhe feito um convite para jantar na casa do chefe dos fariseus. O fato de que isso ocorreu mostra que os
fariseus estavam planejando atrapalhá-lo de qualquer jeito que pudessem, e, assim, o convidavam para encontrar uma
oportunidade.
ou o seu boi caísse em um poço no sábado, vocês não o tirariam de lá imediatamente?” Eles não foram
capazes de responder a Jesus. Então, ao notar como os convidados tinham escolhido sentar nos
lugares de honra, ele contou uma parábola para eles. E, assim, ele começou: “Quando você for
convidado para uma festa de casamento, não escolha o lugar de honra, pois pode ser que alguém mais
importante do que você tenha sido convidado. A pessoa que convidou os dois para a festa virá e lhe
dirá: ‘Dê o seu lugar para este homem se sentar.’ Então, muito constrangido, você terá que sair desse
lugar para se sentar em qualquer outro que tenha sobrado. Em vez disso, quando você for convidado,
sente-se no lugar menos importante, para que aquele que o convidou venha até você e diga: ‘Meu
amigo, por favor, sente-se em um lugar melhor.’ Assim, você se sentirá honrado diante de todos os
convidados. Pois, aqueles que se engrandecem serão humilhados, mas aqueles que se humilham
serão engrandecidos.” Em seguida, ele disse ao homem que o havia convidado: “Quando você oferecer
um almoço ou um jantar, não convide os seus amigos, irmãos, parentes ou os seus vizinhos ricos, pois
eles podem convidá-lo novamente e, assim, você seria recompensado. Em vez disso, quando você der
um banquete, convide os pobres, os deficientes, os mancos e os cegos, e você será abençoado, pois
eles não têm nada para lhe dar em recompensa, e você será recompensado na ressurreição dos
justos.”174 Quando um deles, que comia na mesa com Jesus, ouviu isso, disse a ele: “Como será
maravilhoso para aqueles que irão sentar-se à mesa no Reino de Deus!” 175 Jesus respondeu: “Certa
vez um homem preparou um grande banquete e convidou muita gente. Quando chegou a hora de
comer, enviou o seu empregado para dizer a todos os convidados: ‘Venham, pois o banquete está
pronto!’ Mas, todos eles começaram a dar desculpas. O primeiro disse: ‘Comprei umas terras há pouco
tempo e preciso ir vê-las. Por favor, desculpe-me!’ Outro disse: ‘Acabei de comprar dez bois e preciso
ver como eles trabalham. Por favor, desculpe-me!’ Ainda outro deu a seguinte desculpa: ‘Casei-me há
pouco, então, não poderei ir.’ O empregado voltou e contou ao seu patrão o que eles lhe tinham dito. O
dono da casa ficou furioso e disse ao empregado: ‘Rápido! Saia pelas ruas e pelos becos da cidade e
traga os pobres, os deficientes, os cegos e os mancos.’ Então, o empregado disse: ‘Senhor, fiz o que
você me disse para fazer, mas ainda há lugares que estão vazios.’ Então, o patrão disse ao
empregado: ‘Vá pelas estradas e pelos caminhos rurais e convide a todos. Eu quero que a minha casa
fique completamente cheia. Pois eu lhe digo que ninguém que eu tenha convidado antes provará o meu
banquete.’”176
174Não há dúvida de que dia da ressurreição e recompensa dos justos aqui referido é o último dia, a Parousia. (cf. Dn.
12:2, 3, 13; Jo. 5:28, 29; 6:39, 40, 44, 54; 11:24; 12:48; Lc. 20:35; At. 24:15; 1 Ts. 4:16; 1 Co 15:23) Nosso Senhor
ensina que um exame judicial das palavras e ações dos homens está próximo. Aquele que "tem os olhos semelhantes a
uma chama de fogo" vem "vasculhar as rédeas e os corações, e dar a cada um segundo a sua obra". (Ap. 2:18, 23; Mt.
16:27, 28) Nesse dia a condenação ou salvação dos homens é decidida. Em pouco tempo, os mortos sairiam de suas
sepulturas para permanecer diante do Seu trono de julgamento. (cf. Jo. 5:27-29) Este é um processo contínuo que
percorre todo o governo real de Cristo como co-administrador da justiça com o Pai.
175Dificilmente podemos duvidar que essa pessoa tinha alguma concepção grosseira do reino de Deus, do qual todo
judeu carnal recebeu de sua nação, como de um glorioso reino temporal terreno, no qual os judeus deveriam dominar
o mundo gentio, desfrutar de sua riqueza e receber todas as bênçãos e prazeres temporais, nos quais colocaram sua
felicidade. Tais noções grosseiras e carnais eles têm entretido da era vindoura; e que este homem parecia ter absorvido
e colocado felicidade.
176A parábola, obviamente, se relaciona com o cenário imediato, mas é realmente uma referência direta à posição de
Israel para com Deus. É para o grupo imediato de fariseus e seus convidados, pois Lucas claramente registra que Ele
deu as parábolas anteriores para “aqueles que foram convidados” (Lc. 13:7) e para “o homem que o convidou” (Lc.
13:12), e agora fala diretamente ao indivíduo esperto na mesa (Lc. 13:16). Mas o conteúdo é claramente uma alegoria
maior para a nação como um todo. Aqui está a interpretação: o homem que dá o grande banquete é Deus. O grande
banquete em si é o Reino de Deus (isto corresponde, a propósito, à declaração apontada do convidado do jantar que
acabamos de ver sobre o comer pão no Reino de Deus). Jesus, em certo sentido, diz: “Você quer falar sobre comer pão
no Reino de Deus? Eu direi a você quem vai comer pão no Reino de Deus”. Os convidados originais, eram a
audiência imediata de Jesus: os judeus. Estes foram os convidados originais para o Reino de Deus: “aos judeus foram
confiados os oráculos de Deus” (Rm. 3:2), dos israelitas eram “a adoção, a glória, os convênios, a entrega da lei, o
culto, e as promessas... os patriarcas, e da sua raça, de acordo com a carne, é o Cristo que é Deus sobre todos,
abençoado para sempre. Amém.” (Rm. 9:4-5) Eles tinham tudo, e eles tiveram os primeiros assentos no grande
banquete. Mas eles deixam suas ambições e desejos pessoais distraí-los; distraídos, egoístas, seguros de si mesmo,
eles recusaram Seu convite. Claro, esses convidados infelizes oferecem muitas desculpas, assim como as pessoas
fechadas na porta estreita (Lc. 13:25-26), mas o resultado foi o mesmo: foram deixados de fora por sua própria
escolha. Eles não conseguiram abraçar o convite cedo e, como resultado, o que eles originalmente tinham foi levado e
dado aos outros (Mt. 21:43). Isso tornou o “mestre da casa” “irado” (Lc. 14:21) - orgistheis em grego, - assim como
§ 97. O que é exigido dos verdadeiros discípulos. - PEREIA.
Lucas 14:25-35
Grande multidões acompanhavam Jesus. Ele se virou para eles e disse: “Se vocês querem me seguir,
e não me amar mais do que ama o seu pai e a sua mãe, a sua esposa e os seus filhos, os seus irmãos e
as suas irmãs, e até mesmo a sua própria vida, vocês não podem ser meus discípulos. Se não
carregarem a sua cruz e me seguirem, não poderão ser meus discípulos. Se planejarem construir uma
torre, vocês primeiro não precisam saber quanto isso custará, e ver se terão dinheiro o bastante para
pagar pela construção? Caso contrário, se após colocarem o alicerce, vocês não forem capazes de
terminá-la, todos que virem isso irão rir de vocês, dizendo: ‘Olhem! Ele começou a construir, mas não
teve dinheiro suficiente para terminar.’ Que rei entra em guerra com outro rei sem primeiro sentar e
consultar os seus conselheiros, para descobrir se ele e os seus dez mil homens podem vencer o seu
oponente que marcha contra ele com os seus vinte mil homens? Se ele não puder vencer, enviará
representantes para pedir um acordo de paz, enquanto o outro rei ainda estiver longe o bastante. Da
mesma maneira, nenhum de vocês pode ser meu discípulo sem antes abrir mão de tudo o que tem. O
sal é bom, mas se ele perder o sabor, o que vocês poderão fazer para que ele volte a salgar os
alimentos? Ele não é bom nem para a terra e nem para ser usado como fertilizante. Ele é simplesmente
jogado fora. Aquele que tem ouvidos, que ouça!”177
Lucas 15:1-32
Era comum os cobradores de impostos e outras pessoas de má fama virem para escutar o que Jesus
tinha a dizer. Por causa disso, os fariseus e os escribas reclamaram: “Este homem recebe bem
pessoas de má fama e até mesmo come com elas.” Então, Jesus usou uma parábola para servir como
exemplo a eles: “Imaginem que um homem tenha cem ovelhas e perde uma delas. Ele não deixa as
noventa e nove no campo e procura a que se perdeu até encontrá-la? Quando ele a encontra, a coloca
alegremente em seus ombros, para levá-la de volta. Quando ele chega em casa, reúne os seus amigos
e os seus vizinhos e diz: ‘Venham comemorar comigo! Eu achei a minha ovelha perdida.’ Eu lhes digo
Moisés ficou “irado” com a distração idólatra do bezerro de ouro (Êxodo 32:19), e Deus prometeu ficar irado quando
Israel quebrasse o pacto para seguir outros ídolos no futuro (Deut. 6:14-15). E os outros a quem o convite foi
transferido vêm em duas ondas: primeiro, “os pobres, aleijados e cegos e coxos” das ruas. Mas estes não foram
suficientes para preencher o Reino; a sala foi deixada vazia. Então o mestre enviou seus apóstolos ainda mais - pelos
caminhos e valados - trazer quem possa ser obrigado. Creio que o primeiro grupo representa o remanescente de judeus
que passaria pela porta estreita, que iniciaria a Igreja do Novo Testamento. O segundo representa a extensão do
evangelho do Reino aos gentios. Isso você pode ler em mais detalhes na parábola, que é projetada principalmente para
ensinar uma lição abrangente e poderosa: os judeus autoconfiantes ignoraram o tempo de seu convite e logo perderão
seu lugar no Reino. Ele acabou de conferir a benção do Reino de Deus ao homem doente em seu meio, e então
criticou os costumes e os pressupostos dos fariseus. Os últimos eram os idólatras desgraçados e desordenados que
perderiam seus assentos; o aleijado foi o verdadeiro convidado para o Reino. E ainda haveria mais convidados para
substituir os judeus rebeldes incrédulos. Estes viriam dos confins mais distantes - os gentios. O homem que assumiu
que ele comeria o pão no Reino de Deus certamente recebeu um choque grosseiro: “nenhum daqueles homens que
foram convidados provará meu banquete” (Lc. 14:24), mas apenas o restante escolhido da graça, simbolizado em
ambas as pessoas e na parábola pelo paralítico. Esta parábola ensina uma lição ensinada em outras parábolas
registradas por Mateus: “muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.” (Mt. 20:16; 22:14) A mesma lição está
aqui: Israel era os muitos que tinham sido chamados (há muito tempo), mas eles se recusaram a entrar no banquete do
Reino. O julgamento estava chegando, e apenas alguns seriam escolhidos. Este remanescente eram os eleitos, o
verdadeiro Israel. A massa de judeus viveria sua reprovação.
177Jesus entrega um discurso sobre o alto custo de segui-lo. A lição é, obviamente, importante o suficiente para que Jesus
a reconte enquanto viaja em direção a Jerusalém. Jesus pontua esses ensinamentos com a breve parábola do sal. A
lição aqui é que as pessoas nessa multidão serão, depois de tudo, julgadas como todos os outros que Jesus desafiou até
agora. Estes serão considerados tão altos como um padrão. Eles serão examinados em um ponto posterior, e se eles
não conseguiram perseverar - se eles perderam seu sabor - então serão “expulsos” (Lc. 14:35), “lançados fora” no dia
do julgamento/separação que nosso Senhor em várias ocasiões mencionou. A ideia da divisão que vem entre o
verdadeiro e o falso Israel domina a missão de Jesus.
que há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove pessoas boas
que não precisam se arrepender.178 Ou, pensem em uma mulher com dez moedas de prata que
perdesse uma delas. Ela não acenderia um lampião e varreria a casa com muito cuidado até encontrar
a moeda? Quando a encontrasse, ela reuniria seus amigos e seus vizinhos e diria: ‘Venham comemorar
comigo! Eu achei a moeda de prata que tinha perdido.’ Eu lhes digo que há alegria na presença dos
anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” 179 Jesus continuou: “Certo homem tinha dois filhos.
O mais jovem disse ao seu pai: ‘Pai, eu quero a minha parte da herança agora.’ Então, o homem dividiu
os seus bens entre os filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo juntou tudo o que ele tinha e foi para
um país distante. Lá, ele perdeu todo o seu dinheiro, vivendo de uma forma irresponsável. Depois que
ele gastou tudo, o país em que ele estava foi atingido por uma severa falta de alimentos e ele estava
faminto. Então, ele arranjou um trabalho com um dos donos de terra de lá, que o mandou para os seus
campos para alimentar os porcos. Ele estava com tanta fome que comeria até mesmo a comida dos
porcos†, mas ninguém lhe deu nada para comer. Quando ele caiu em si, pensou: ‘Todos os
trabalhadores do meu pai têm o bastante para comer. Então, por que eu estou morrendo de fome aqui?
Eu irei voltar para a casa do meu pai, e lhe direi: Pai, eu pequei contra o céu e contra você. Eu não
mereço mais ser chamado de filho por você. Por favor, trate-me como um dos seus empregados
contratados.’ Assim, ele voltou para a casa do seu pai. Embora ele ainda estivesse longe, seu pai o viu
chegando e seu coração se encheu de compaixão por seu filho. Ele correu para encontrar seu filho,
abraçou-o e o beijou. O filho lhe disse: ‘Pai, eu pequei contra o céu e contra você. Eu não mereço mais
ser chamado de filho por você.’ Mas, o pai disse aos seus empregados: ‘Rápido! Tragam a melhor
roupa e vistam nele. Ponham um anel em seu dedo e sandálias em seus pés. Tragam o bezerro que
estivemos engordando e matem-no. Vamos fazer uma festa para comemorar. Pois, este meu filho
estava morto, mas retornou vivo. Ele estava perdido, mas, agora, foi encontrado.’ Então, eles
começaram a comemorar. Enquanto isso, o filho mais velho estivera trabalhando no campo. No
caminho de volta para casa, ele ouviu música e viu pessoas dançando. Então, ele chamou um dos
empregados e perguntou o que estava acontecendo. O empregado respondeu: ‘O seu irmão está de
volta, e o seu pai mandou matar o bezerro gordo, pois ele voltou para casa seguro e com saúde.’ O
irmão mais velho ficou furioso. Ele se recusou a entrar em casa. Então, seu pai saiu para insistir com ele
para que entrasse. Ele disse a seu pai: ‘Veja! Todos esses anos eu trabalhei para você. Eu nunca
desobedeci a uma ordem sua, mas o senhor nunca me deu nem mesmo um cabrito, para que eu
festejasse com os meus amigos. Agora, esse seu filho volta, depois de ter gastado todo o seu dinheiro
com prostitutas, e você mata o bezerro gordo para ele!’ O pai respondeu; ‘Meu filho, você está sempre
ao meu lado. Tudo o que eu tenho é seu. Mas, nós devemos ficar felizes e comemorar. Pois este é o
seu irmão que estava morto, mas que voltou vivo. Ele estava perdido, mas foi encontrado!’” 180
178A simples lição é clara: é natural que o Pastor busque e salve a ovelha perdida, e com a redenção venha uma alegria
especial que não acompanha a mera posse. Jesus está dizendo que o verdadeiro remanescente de Israel estava
“perdido”, entre esses “publicanos e pecadores” - não entre aqueles que “não precisam de arrependimento”. O
trabalho do Messias era buscar e salvar esse remanescente. A frase “pessoas justas que não precisam de
arrependimento” refere-se aos fariseus, etc., e não significa que eles realmente eram justos aos olhos de Deus e não
precisavam de arrependimento. Foi uma referência à sua autoconfiança como descendentes de Abraão; eles eram
justos em sua própria estima por sua obsessiva separação ritual e status assumido na sociedade. Jesus fará essa
repreensão explícita em um momento posterior (Lc. 16:15). A frase aqui realmente traz uma rejeição implícita: esses
conservadores do direito supostamente justos se recusaram a manter as leis da misericórdia e assim resgatar a ovelha
perdida. Em sua totalidade, então, esta parábola não é apenas uma explicação da missão de Jesus de buscar e salvar o
remanescente perdido de Israel, mas também foi uma acusação legal contra os fariseus por não obedecerem aos
mandamentos de misericórdia e amor na Lei.
179Uma lição quase idêntica segue na parábola da moeda perdida. Não há muito mais para adicionar ao significado já
dado na parábola anterior. As mesmas lições se aplicam aqui também, apenas com a adição da imagem da lâmpada
acesa. A imagem novamente destaca a verdadeira missão de busca do Messias, bem como a mesma acusação de farsa
dos fariseus que deveriam ter suas lâmpadas acesas. Israel deveria ter sido uma luz para o mundo, mas eles falharam.
Agora, Jesus, o verdadeiro Israel, vem com aquela luz brilhando (Jo. 1:4-11), mas o Israel nacional, exceto os eleitos
remanescentes (Mt. 24:22, 24, 31; Mc. 13:20, 22, 27; Lc. 18:7) - ficou na auto-cegueira por sua própria escuridão
interior. (Lc. 11:33-36)
180Muito foi escrito sobre esta parábola, mas nosso foco é apenas destacar o que pertence ao confronto contextual com
os fariseus e, o mais importante, o que diz respeito ao processo de Jesus contra Israel. Os temas teológicos em curso
são: coisas que estão perdidas, pessoas que precisam de arrependimento e alegria após a redenção. Ambos os filhos
tinham direito à herança; o pródigo só exigiu sua parte mais cedo e depois a desperdiçou. O pródigo gastou tudo e
§ 99. Parábola do Mordomo Infiel. - PEREIA.
Lucas 16:1-13
Jesus contou aos seus discípulos esta parábola: “Certa vez, havia um administrador de um homem rico
que estava sendo acusado de desperdiçar os bens do seu patrão. Então, o homem rico chamou o seu
administrador e lhe perguntou: ‘É verdade o que eu estou ouvindo sobre você? Preste contas da sua
administração, pois você não continuará a trabalhar como meu administrador.’ O administrador pensou:
‘O meu patrão irá me despedir. E agora? O que eu farei? Eu não sou forte o bastante para cavar a terra
e tenho muita vergonha de pedir esmolas. Ah! Já sei o que irei fazer para que, quando eu for demitido
do meu trabalho, as pessoas me recebam bem em suas casas.’ Então, ele convidou todos os que
estavam em dívida com seu patrão para virem conversar com ele. Ele perguntou ao primeiro: ‘Quanto
você deve para o meu patrão?’ O homem respondeu: ‘Cem barris de azeite.’ O administrador lhe disse:
‘Rápido! Sente-se. Pegue a sua conta e a mude para cinquenta.’ Então, ele disse a outro devedor:
‘Quanto você deve?’ O homem respondeu: ‘Cem medidas de trigo.’ O administrador lhe disse: ‘Pegue a
sua conta e mude para oitenta.’ O homem rico elogiou seu administrador desonesto por sua
esperteza.181 Porque os filhos desta era são mais espertos em sua geração do que os filhos da luz. 182 Eu
lhes digo: usem as riquezas injustas para fazer amigos. Assim, quando ela acabar, vocês serão bem
eventualmente teve que trabalhar como servo. Mas percebeu a miséria da sua verdadeira situação, se arrependeu e
retornou. Seu pai o viu voltar longe, correu e abraçou o filho, e começou a dar presentes para ele. Assim como com a
descoberta da ovelha e da moeda perdida, aqui o pai fez uma festa para comemorar. Agora, o filho mais velho ficou
irritado com esse derramamento de graça. Este é um paralelo exato aos fariseus que acabaram de condenar Jesus por
receber pecadores. (Lc. 15:2) A mensagem do pai para o filho mais velho aplicou se também aos fariseus: você estava
aqui comigo o tempo todo; você poderia ter tido tudo, mas você nunca desfrutou. Você pensa apenas em obras, e
nunca em misericórdia e graça. Em suma, esta afirmação é a imagem perfeita da condenação que observamos várias
vezes agora: os fariseus ignoraram os assuntos mais importantes da Lei (misericórdia e fé) em favor de atender
rigorosamente aos detalhes minuciosos. Outros temas surgem aqui que devemos notar. Primeiro, a perda e retorno do
pródigo não é uma vez, mas duas vezes referidas como uma morte e ressurreição (versos 24, 32). Esta é uma
linguagem bastante hiperbólica para o pai descrever até o retorno de seu filho imprudente. Só pode ser entendida
como linguagem de Aliança que Jesus adicionou intencionalmente na história. Estes eram os verdadeiros eleitos de
Israel, perdidos entre a massa dos pecadores e os cobradores de impostos, etc. Em segundo lugar, o tema da
celebração aparece em cada uma dessas três parábolas. À luz das seções anteriores de Lucas, é apropriado conectar as
alegrias e festas aqui com a ideia do remanescente entrar na benção do Reino na Parousia. Como o pai defende a
celebração contra a queixa do irmão mais velho, é claro que o filho mais velho também precisa de arrependimento.
Assim como os convidados originais para a grande ceia, que se recusaram entrar (Lc. 14:18-20), assim foi esse irmão
mais velho. (Lc. 15:28) Não somos informados se o filho velho se arrependeu e eventualmente se juntou à celebração.
Dadas as parábolas anteriores e seu público farisaico, penso que a implicação é que ele não se arrependeu. Isso é
exatamente o que aconteceria aos fariseus - e ao resto de Israel. E eles logo se encontrarão completamente trancados
fora da celebração do reino, onde haverá choro e ranger de dentes.
181Esta passagem é notoriamente difícil. A dificuldade surge porque o administrador é claramente chamado de
“desonesto”, e ainda assim o Mestre o elogia por suas ações. Mais difícil ainda, Jesus então chama seus discípulos
para fazer amizade com a riqueza “ímpia”. As pessoas ficaram intrigadas por séculos perguntando se Jesus realmente
nos chamou para seguir o comportamento de um trapaceiro. Que boa lição moral a seguir foi escondida nessa
história? A resposta típica tem sido o fato de que somos chamados a ser inteligentes como o mordomo injusto, mas
não desonesto como ele.
182Por “era” [αἰών] obviamente não se refere ao mundo material, a terra; mas para o mundo moral, ou idade. É certo que
os judeus do tempo de nosso Salvador estavam acostumados a fazer uma divisão do tempo em dois grandes períodos
ou eras, o presente aeon [ό νῦν αἰῶν, ὁ αἰῶν αὐτος], e o vindouro aeon [ὁ αἰῶν μέλλων]. O aeon vindouro era do
Messias, ou "o reino de Deus". A mesma divisão é reconhecida no Novo Testamento onde a presente era é considerada
como passando, e prestes a ser sucedida por uma nova ordem, o αἰών ὁ μέλλων. (cf. Hb. 2:5) A era que então estava
em operação estava sob a administração de Satanás (o príncipe das potestades do ar, o governante desta era). A era
vindoura estaria sob a administração de Deus e do seu Cristo. (Ap. 11:15) Jesus era o Messias que apareceu nos
últimos dias desta era má para eliminá-la e inaugurar uma nova. (cf. Gl. 1:4) Por “filhos desta era”, entendemos então
aqueles que são moralmente filhos do “governante desta era”, os filhos do diabo. Por “filhos da luz”, entendemos
então aqueles que são moralmente filhos do “governante da era vindoura”, os filhos de Deus. A palavra "geração"
[γενεὰ]. Só pode se referir aos seus contemporâneos. Olhausen observa: “A palavra genea não é usada no sentido de
nação em nenhuma passagem, seja do Novo Testamento ou de escritores profanos.”
recebidos nas habitações eternas.183 Se você pode ser confiável quando se trata de pouco, também
será confiável quando houver muito. Se você for desonesto com pouco, também será desonesto com
muito. Então, se vocês não forem dignos de confiança quando se tratar das riquezas injustas, quem
confiará em vocês para cuidar das riquezas verdadeiras? E se vocês não forem confiáveis com o que
pertence aos outros, quem lhes dará o que é de vocês? Nenhum empregado pode obedecer a dois
patrões. Ou ele irá odiar um e amar o outro, ou ele irá se dedicar mais a um e irá desprezar o outro.
Vocês não podem servir a Deus e também ao dinheiro.”
Lucas 16:14:31
Os fariseus, que amavam o dinheiro, ouviram o que Jesus disse e riram dele. Mas, Jesus lhes disse:
“Vocês parecem ser bons para as pessoas, mas Deus sabe o que vocês estão pensando. Pois aquilo
que as pessoas mais dão valor não vale nada para Deus. A Lei e os Profetas duraram até João; desde
esse tempo o evangelho do Reino de Deus vem sendo anunciado, e todos se esforçam para entrar
nele.184 No entanto, é mais fácil que o céu e a terra passem do que ser tirado o mais simples acento da
Lei.185 Qualquer homem que se divorciar de sua esposa e se casar com outra mulher comete adultério.
183Aqueles “filhos da luz” que fossem sábios e prudentes no uso dos recursos deste mundo seriam recebidos nas
“moradas eternas”. E sabemos que a entrada nas “moradas eternas” (O Reino de Deus, o Paraíso, Jardim do Éden,
Nova Jerusalém e etc.) não era possível durante “esta era” até que fosse disponibilizada aos filhos da luz na Parousia
quando Jesus substituiria a ordem mundial em operação (sob a administração de Satanás), e inaugurou a nova ordem
mundial sob a administração de Deus e seu Cristo, que governa do céu sobre todas as coisas no universo, tanto
visíveis quanto invisíveis no céu, na terra e sob a terra. Na Parousia, os mortos em Cristo (filhos da luz) seriam
ressuscitados e os santos vivos seriam transformados (cf. 1 Co. 15:51-52; Lc. 20:34-36), e então ambos os grupos
foram arrebatados juntos para encontrar Cristo e permanecer com Ele para sempre naqueles “moradas eternas”
preparados por nosso Senhor. (cf. 1 Ts. 4:16-17; Jo. 14:2, 3) Assim, as moradas eternas foram disponibilizadas na
Parousia. Eles estão disponíveis agora no reino invisível do céu. Está disponível para nós agora (no céu), mas não
aqui (na terra). Portanto, esta vida terrena é um treinamento básico para nos preparar para nossa morada eterna no céu.
Aqui na terra temos a habitação do Espírito Santo que nos dá vida espiritualmente e nos equipa para nossa eterna vida
após a morte no céu. O Espírito Santo que habita em nós aqui na terra é o pagamento inicial, penhor ou penhor de
nossa herança completa que receberemos quando formos para o céu.
184O que havia sido dito aos discípulos do Batista (Mt. 11:12, 13) agora é reproduzido aos próprios discípulos de nosso
Senhor e aos fariseus. A ênfase aqui é colocada no aspecto profético e não no aspecto legislativo da revelação anterior.
A “lei e os profetas” fizeram seu trabalho apontando para o reino dos céus como um futuro distante dos últimos dias,
mas João o viu mais de perto e proclamou sua proximidade. Alguns sugerem que essa "violência/esforço" se refere ao
zelo que os homens deveriam ter em lutar pelo reino, mas Jesus parece retratar aqui o reino dos céus como uma
cidade sitiada. A cidade está fechada, mas os inimigos que a cercam invadem seus muros e tentam forçar uma entrada.
Uma vez que as portas do reino de Deus só seriam abertas na Parousia, os homens, ouvindo que estava prestes a ser
aberta, procuraram entrar nele prematuramente, não pelos portões que Deus abriria, mas pelas brechas que eles
mesmos tentaram fazer em suas paredes.
185Com essas palavras, como em Mateus 5:18, Jesus diz que os crentes judeus (que estavam sob a lei) ainda eram
ordenados a continuar guardando cada jota e til da Lei até o fim daquela dispensação quando “os céus e a terra
passariam”. Então, qual é a grande catástrofe representada simbolicamente como a “passagem os céus e a terra”? Sem
dúvida é a abolição da dispensação mosaica ou da antiga aliança; a destruição da assembleia e do Estado judaico,
juntamente com todas as suas instituições e ordenanças. Havia "coisas celestiais" que pertenciam àquela dispensação:
as leis, e estatutos, e ordenanças, que eram divinas em sua origem, e que poderiam ser apropriadamente chamadas de
"a bagagem espiritual" do judaísmo - estes eram os céus, que deveriam ser comovidos e removidos. Havia também as
"coisas terrenas": a literal Jerusalém, o templo material, a terra de Canaã - estas eram a terra, que da mesma forma
deveria ser comovida e removida. Na realidade, esses símbolos são equivalentes aos usados por nosso Senhor quando
ele previu o destino de Israel. "Imediatamente após a tribulação daqueles dias [os horrores do cerco de Jerusalém], o
sol será escurecido, e a lua não dará a sua luz, e os poderes dos céus serão abalados". (Mt. 24:29) Ambas as passagens
referem-se à mesma catástrofe e empregam números muito semelhantes; além do qual temos a autoridade de nosso
Senhor para consertar o evento e o período do qual Ele fala dentro dos limites da geração que então existente (Mt.
24:34); isto é, as referências só podem ser feitas ao julgamento da nação judaica e à revogação da economia mosaica
na Parousia. Esse grande evento deve preparar o caminho para uma nova e maior ordem de coisas. Um reino que não
pode ser trocado teria substituído as instituições materiais e mutáveis que eram imperfeitas em sua natureza e
temporárias em sua duração; o material daria lugar ao espiritual; o temporal para o eterno; e o terrestre ao celestial.
E um homem que se casar com uma mulher divorciada também comete adultério. Ora, havia um
homem muito rico. Ele vestia roupas púrpuras e de linho fino e vivia cercado de luxo. Um mendigo,
chamado Lázaro, que tinha o corpo coberto de feridas, costumava se sentar no portão da casa desse
homem e sempre queria comer os restos da mesa do homem rico. Até mesmo os cachorros vinham e
lambiam as suas feridas. Então, o mendigo morreu, e os anjos vieram levá-lo para o seio de Abraão. O
homem rico também morreu e foi sepultado. No Hades, onde passava por grande sofrimento, ele olhou
para cima e viu Abraão bem longe, com Lázaro ao lado dele. 186 Ele gritou: ‘Pai Abraão, tenha pena de
mim! Mande Lázaro molhar a ponta do seu dedo na água e refrescar a minha língua. Eu estou
queimando em agonia.’ Mas, Abraão respondeu: ‘Meu filho, lembre-se de que você aproveitou as boas
coisas da vida, enquanto Lázaro teve uma vida muito pobre. Ele agora está aqui sendo consolado,
enquanto você está sofrendo. Além disso, há um grande abismo entre nós e vocês. Ninguém que queira
atravessar daqui até vocês irá conseguir e, também, ninguém daí poderia chegar até onde estamos.’ O
homem rico disse: ‘Então, Pai, eu lhe imploro, por favor, envie Lázaro até a casa do meu pai. Pois eu
tenho mais cinco irmãos e ele pode avisá-los para que eles não acabem aqui neste lugar de
sofrimento.’ Mas, Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas. Eles devem escutá-los.’ O homem
disse: ‘Não, pai Abraão. Eles poderão se arrepender, caso alguém ressuscitado for falar com eles.’
Abraão lhe disse: ‘Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, eles não se convencerão mesmo
que alguém ressuscite.’”187
Lucas 17:1-10
Jesus disse aos seus discípulos: “As tentações são inevitáveis, mas será terrível para aqueles que
servem de tropeço para os outros! Pois seria melhor para essas pessoas que elas tivessem uma
grande pedra de moinho amarrada no pescoço e que fossem jogadas no mar do que fazer com que um
desses pequeninos peque. Então, cuidado com o que vocês fazem. Se o seu irmão pecar, aconselhe-o.
E se ele se arrepender, perdoe-o. Mesmo se ele pecar contra você sete vezes por dia e se nas sete
vezes vier e lhe disser: ‘Desculpe-me!’ Perdoe-o.” Os apóstolos disseram ao Senhor: “Mestre,
precisamos de ajuda para ter mais fé!” O Senhor respondeu: “Mesmo se a sua fé fosse tão pequena
quanto uma semente de mostarda, vocês poderiam dizer a esta amoreira: ‘Arranque as suas raízes e
vá se plantar no mar.’ E ela iria lhes obedecer. Digamos que vocês tenham um empregado que cuide da
terra ou que seja o pastor do seu rebanho. Quando ele chega do trabalho, vocês dizem a ele: ‘Entre e
se sente para comer’? Não. Vocês lhe diriam: ‘Faça a minha comida. Vista-se e sirva-me até que eu
termine de comer. Depois, você pode comer.’ E vocês agradecem ao empregado por fazer o que vocês
mandaram? Não. Da mesma forma, uma vez que vocês tenham feito tudo o que foi dito para fazerem,
deveriam apenas dizer: ‘Nós somos empregados inúteis. Fizemos apenas a nossa obrigação.’”188
186Durante o período intertestamentário, o conceito judaico de Sheol (em grego Hades) progrediu para o estágio onde se
acreditava que o Sheol/Hades tinha dois compartimentos ou seções distintas. Uma seção era um lugar de tormento
para o qual os ímpios iam enquanto o outro era um lugar de felicidade consciente, muitas vezes chamado de "seio de
Abraão" ou o "paraíso", para o qual os justos eram carregados pelos anjos. Os rabinos até discutiram quantos anjos
foram necessários para levar os justos ao seio de Abraão. A compreensão rabínica do Sheol/Hades é a base para a
ilustração de Cristo em Lucas 16:19-31.
187Além do contexto óbvio em que Jesus entrega esta parábola, há outros detalhes altamente reveladores que nos dizem
que pertence a Sua situação imediata. Um deles liga a parábola diretamente de volta aos Seus comentários anteriores
sobre a Lei e os profetas e o Reino de Deus. Esta é a resposta de Abraão ao homem rico, perto do final de sua
discussão. No Hades, o homem rico finalmente percebe que o evangelismo seria bom - talvez sua família seja avisada
sobre esse horrível lugar. Esta é uma conexão muito clara que mostra continuidade no discurso de Jesus. A mensagem
é clara ao longo do tempo: o dia do juízo está próximo: se você não acredita verdadeiramente na Lei e nos profetas,
você será julgado por eles. (cf. Jo. 5:39-47) E esse julgamento não consideraria as aparências externas - a exibição de
status e riqueza do homem rico não eram indício da bênção do Reino de Deus - mas seria um julgamento do coração.
(Lc. 16:15) Os fariseus não podiam ter perdido as referências claras a si mesmos durante toda essa parábola. O
significado geral é claro: os fariseus ignoraram totalmente a Lei de Deus e seriam julgados de acordo com ela.
Embora essas palavras possam ser aplicável aos homens em geral sob o evangelho, é claro que teve uma aplicação
direta e específica aos contemporâneos de nosso Senhor.
188O Senhor tem tal propriedade em cada criatura, como nenhum homem pode ter em outro; ele não pode estar em dívida
com eles por seus serviços, nem eles merecem qualquer retorno dele. O que se humilha será exaltado.
§ 102. A vinda de Cristo e do reino será invisível e repentina. - PEREIA.
Lucas 17:20-22, 25
E os fariseus perguntaram a Jesus sobre quando o Reino de Deus iria chegar, e ele respondeu: “O
Reino de Deus não virá de modo visível. As pessoas não irão dizer: ‘Veja! Aqui está.’ Ou: ‘Olhe! Está
lá’, pois o Reino de Deus será como o espírito de vocês.” 189 Então, Jesus disse aos discípulos: “Virá o
tempo em que vocês desejarão ver um dos dias do Filho do Homem, mas não verão. E dirão a vocês:
"Ele está aqui!" Ou: "Lá está ele!" Não saiam nem sigam essa gente. Porque assim como o relâmpago,
que resplandece e brilha de uma extremidade do céu até a outra, assim será, no seu dia, o Filho do
Homem.190 Mas é necessário que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por esta
geração.”191
189Em resposta aos fariseus, nosso Senhor diz que o reino de Deus não viria com aparência exterior; ou para ser
observado pelo olho carnal, ele não pode ser visto por que era um reino espiritual. Ellicott observa corretamente que:
“A leitura marginal, ‘entre vocês’, foi adotado, um tanto apressadamente, pela maioria dos comentaristas... O uso da
preposição grega é, no entanto, quase decisivo contra essa interpretação. É empregado para o que está ‘dentro’ em
contraste com o que está ‘fora’, como em Mt. 23:26 e na LXX. para as ‘partes internas’, ou natureza espiritual do
homem, em contraste com o exterior, como no Sl. 103:1; 109:22; Is. 16:11.” Essa renderização corresponde melhor à
não visibilidade do reino que é afirmada na cláusula anterior; O reino é de natureza espiritual (em contraste com a
natureza exterior e visível deles), pois certamente não se poderia dizer que o Reino de Deus estava “dentro” no
coração dos fariseus. Além disso, aqui Jesus não está falando da interioridade do reino, mas de sua chegada.
190Ellicott observa que: “As palavras expressam tanto o olhar para trás de arrependimento quanto o olhar para frente de
expectativa ansiosa. O sentimento anterior já havia sido descrito antes, quando os discípulos foram informados de que
os filhos da câmara nupcial deveriam jejuar quando o Noivo fosse tirado deles. (Lc. 5:34; Mt. 9:15; Mc. 2:19)
Devemos lembrar, os discípulos, e não os fariseus, que agora são abordados. Nos longos e cansativos anos de conflito
que se apresentavam diante deles, eles muitas vezes desejavam poder voltar aos dias agradáveis de conversa amigável
na antiga vida da Galileia, ou que pudessem ser levados adiante até o dia da vitória final.” A nação continuaria à
procura de um cristo pois rejeitaram Jesus como o Cristo (assim haveria muitos falsos cristos nesse período que
antecederia a Parousia; cf. Mt. 24:5; Lc. 21:8), e de todas as pessoas que tiveram um grande interesse em Sua
chegada, os discípulos estariam entre os mais ansiosos. Então, Jesus assegura-se de isolá-los contra os falsos cristos,
“não vá até eles, nem os siga” por que a vinda do Filho do Homem, não será visível e nem será para habitar
permanentemente entre os homens novamente, sua chegada seria como o relâmpago, que é revelado em todos os
lugares ao mesmo tempo, além é claro do fator surpresa. Muito sóbria é a explicação de Matthew Henry: "Assim será
no dia em que o Filho do homem se manifestar. Quando Cristo veio para destruir a nação judaica pelos exércitos
romanos, essa nação foi encontrada em um estado de falsa segurança como aqui mencionado. Da mesma maneira,
quando Jesus Cristo vier para julgar o mundo." Deve-se lamentar que esta nota sóbria e sensata seja marcada pela
frase "da mesma maneira", e que ele embarace e confunda sua interpretação com a hipótese de uma oculta e ulterior
alusão a outra "vinda final", da qual a destruição de Jerusalém foi o "tipo e sinal", mas é, no entanto, uma admissão
importante. Outros comentaristas tentam aliviar essa inconsistência sugerindo que a destruição de Jerusalém foi uma
vinda simbólica de Cristo, e deve ser vista como um tipo de vinda diferente do segundo advento. Mas não pode haver
ambiguidade quanto a vinda do que é aludido na passagem agora em consideração. Não é uma das várias vindas
possíveis; mas o único, e supremo evento, tão frequentemente predito por nosso Senhor, tão constantemente esperado
por Seus discípulos. É a Sua vinda em glória; Sua vinda para julgamento; Sua vinda em Seu reino; a vinda do reino de
Deus. Não é um processo, mas um ato. Não é a mesma coisa que "a destruição de Jerusalém" - este é outro evento
relacionado e contemporâneo; mas os dois não devem ser confundidos. O Novo Testamento conhece apenas uma
Parousia, uma vinda em glória do Senhor Jesus Cristo. É completamente um abuso de linguagem falar de vários
sentidos nos quais se pode dizer que Cristo vem - como em Sua própria ressurreição; no dia de Pentecostes; na
destruição de Jerusalém; na morte de um crente; e em várias épocas providenciais. Este não é o uso do Novo
Testamento, nem é uma linguagem precisa em nenhum ponto de vista.
191Não há dúvida que é verdade que a palavra γενεὰ, como muitas outras, tem diferentes nuances de significado e que, às
vezes, na Septuaginta e autores clássicos, podem se referir a uma nação ou a uma raça. Mas acreditamos que é
comprovável, sem sombra de dúvida, que a expressão "esta geração", usada com frequência por nosso Senhor, sempre
se refere unicamente e exclusivamente aos seus contemporâneos, o povo judeu de seu próprio tempo. Existe apenas
uma interpretação possível da linguagem do nosso Senhor, e é isso que refere as Suas palavras aos seus próprios
contemporâneos perversos e incrédulos. Nicoll observa que: “A paixão deve vir antes do glorioso advento
relâmpago.” Ellicott também observa que: “A interposição desta profecia da Paixão em um discurso que se refere
principalmente ao Segundo Advento é uma característica individualizadora deste registro de São Lucas.”
§ 103. Parábolas: A Viúva Inoportuna. O fariseu e o cobrador de impostos. - PEREIA.
Lucas 18:1-14
Jesus lhes contou esta parábola para incentivá-los a orar sempre e não desanimar: “Certa vez, havia
um juiz em uma determinada cidade que não respeitava a Deus e nem se preocupava com as pessoas.
Na mesma cidade vivia uma viúva que, repetidamente, ia até o juiz, dizendo: ‘Julgue o meu caso contra
o meu adversário!’ Por certo tempo, ele não quis fazer nada em relação a isso. Mas, finalmente, ele
pensou: ‘Mesmo que eu não respeite a Deus ou ligue para as pessoas, essa viúva me irrita tanto que eu
julgarei a sua causa. Assim, ela não vai mais me esgotar a paciência, vindo tantas vezes me ver.’” E
disse o Senhor: “Escutem o que até mesmo um juiz injusto decidiu. Vocês não acham que Deus
garantirá a justiça para o povo que ele mesmo escolheu? Aqueles que gritam por ele dia e noite? Vocês
acham que ele fará com que eles esperem? Não. Eu lhes digo que ele fará com que a justiça seja feita
muito rapidamente para eles. No entanto, quando o Filho do Homem vier, ele encontrará pessoas na
terra que tenham fé nele?”192 Ele também contou esta parábola para alguns que confiavam em si
mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: “Dois homens foram ao Templo orar.
Um era fariseu e o outro era um cobrador de impostos. O fariseu ficou em pé e orou assim consigo
mesmo: ‘Senhor, eu agradeço por não ser como as outras pessoas, como os trapaceiros, criminosos,
adúlteros ou até mesmo como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana e pago a
décima parte dos meus ganhos.’ Mas, o cobrador de impostos ficou a certa distância. Ele nem mesmo
erguia os olhos para o céu. Em vez disso, batia com a mão no peito e orava: ‘Deus, por favor, tenha
pena de mim! Eu sou um pecador.’ Eu lhes digo que foi o cobrador de impostos que voltou para casa
como justo na visão de Deus e não o fariseu. Pois aqueles que se engrandecem serão humilhados,
enquanto aqueles que se humilham serão considerados grandes.”193
192O caráter intensamente prático e atual, se podemos chamá-lo assim, dos discursos de nosso Senhor, é uma
característica de seus ensinamentos que, embora muitas vezes negligenciados, requer que ele não seja perdido de
vista. Ele falou com seu próprio povo, em seu próprio tempo. Ele era o mensageiro de Deus para Israel; e, embora seja
verdadeiro que suas palavras são para todos os homens em todos os tempos, foram aplicadas principalmente e
diretamente à sua própria geração. Por falta de atenção a este fato, muitos expositores perderam completamente a
intenção da parábola diante de nós. Em suas mãos, torna-se uma predição vaga e indefinida de uma reivindicação dos
justos, em algum período mais ou menos remoto, mas sem qualquer aplicação especial para o povo e para o tempo do
próprio Senhor. Certamente, qualquer aplicação pessoal que essa parábola possa trazer para nós ou para tempos
futuros, teve uma aplicação direta e específica aos discípulos a quem foi originalmente falada. O Senhor estava
prestes a deixar seus discípulos "como ovelhas no meio dos lobos"; eles seriam perseguidos e afligidos, e odiados por
todos os homens, pelo amor de seu Mestre; e poderia muito bem acontecer que faltasse coragem e que seus corações
desmaiassem. Nessa parábola, o Salvador os incentiva a "orar sempre e não desmaiar", pelo exemplo do que a oração
perseverante pode fazer até mesmo com o homem. Se a importunação de uma viúva pobre pudesse constranger um
juiz sem princípios a fazer o que era certo, quanto mais Deus, o justo Juiz, seria movido pelas orações de Seus
próprios filhos para que suas queixas fossem reparadas. Sem alegorizar todos os detalhes da parábola, à maneira de
alguns expositores, basta marcar sua grande moral. É isto. Os perseguidos filhos de Deus seriam vingados com
segurança e rapidez. Deus os vindicará, e isso rapidamente. Mas quando? O ponto do tempo não fica indefinido. É
"quando o Filho do homem vier". A Parousia seria a hora de reparação e libertação para o sofredor povo de Deus. A
reflexão de nosso Senhor sugere que Ele previu que o arrependimento, o único que poderia evitar a condenação da
nação, não era para ser esperado. Não haveria fé em Deus, em Suas promessas ou em Suas ameaças. O dia dEle,
portanto, seria o "dia da vingança". (Lc. 21:22) Doddridge compreendeu bem o alcance desta parábola e parafraseia o
versículo inicial da seguinte forma: "Assim, nosso Senhor discorreu com Seus discípulos sobre a iminente destruição
de Jerusalém pelos romanos; e para seu encorajamento sob aquelas dificuldades que eles poderiam, entretanto,
esperar, de seus compatriotas descrentes ou outros, Ele falou uma parábola, para eles, que se destinava a inculcar
sobre eles esta grande verdade, que quão aflitivas sejam as suas circunstâncias, devem sempre orar com fé e
perseverança, e não desmaiar sob as provações." O que se segue é a sua paráfrase de Lucas 18:8: "Sim, eu vos digo,
Ele certamente os vindicará; e quando Ele uma vez empreender, Ele o fará rapidamente também; e esta geração de
homens verá e sentirá seu terror. Não obstante, quando o Filho do homem, tendo entrado em posse de Seu glorioso
reino, vier a aparecer para este importante propósito, ele encontrará fé na terra?"
193Aqui o lembrete de que o arrependimento humilde é a chave para entrar no reino celestial. O tema do cobrador de
impostos e o verdadeiro arrependimento estão prestes a alcançar um clímax encarnado na pessoa de Zaqueu no futuro
muito próximo. (Lc. 19:1) Israel deve se arrepender verdadeiramente. E em nossa exaltação (eleição) nunca somos
ativos, apenas passivos: o que se humilha será exaltado. (Lc. 18:14) Na verdade, esta passividade é em si mesma uma
marca daqueles que entram no Reino que são como um pequeno filho que foi trazido a Cristo. (cf. Lc. 18:15-17)
§ 104. Preceitos relativos ao divórcio. - PEREIA.
Alguns fariseus perguntaram-lhe, com o objetivo Alguns fariseus também estavam lá. Eles
de testá-lo: “[De acordo com a nossa lei,] É procuraram testar Jesus, perguntando-lhe: “De
permitido que um homem, por qualquer motivo, se acordo com a nossa lei, um homem pode mandar
divorcie da sua esposa?” [Ele lhes respondeu: “O embora a sua esposa?” Ele lhes respondeu: “O
que Moisés lhes disse para fazer?” Eles que Moisés lhes disse para fazer?” Eles
responderam: “Moisés permitiu que um homem responderam: “Moisés permitiu que um homem
desse para a sua esposa um certificado de desse para a sua esposa um certificado de
divórcio e a mandasse embora.”] Jesus divórcio e a mandasse embora.” Então, Jesus lhes
respondeu: “Moisés fez essa regra apenas por disse: “Moisés fez essa regra apenas por causa
causa da dureza do coração de vocês. Vocês não da dureza do coração de vocês. No entanto, no
leram que Deus, que criou as pessoas no início de começo, desde a criação, Deus fez o homem e a
tudo, fez um homem e uma mulher? Ele disse: mulher. É por isso que um homem deixa a casa do
‘Esta é a razão pela qual um homem deixará seu seu pai e da sua mãe e se une em casamento a
pai e sua mãe e se unirá a sua esposa. E os dois sua esposa, e os dois se tornam um corpo apenas.
deverão se tornar uma só pessoa.’ Assim, eles Eles já não são dois, mas um. Que não se separe
não são mais duas pessoas e, sim, uma. O que o que Deus uniu.”
Deus uniu ninguém deveria separar.” Os fariseus
perguntaram: “Então, por que Moisés permitiu que
um homem pudesse se divorciar de sua esposa,
desde que desse a ela uma certidão de divórcio e
a mandasse embora?” E Jesus respondeu: “Foi
por causa da atitude insensível de vocês que
Moisés permitiu que se divorciassem de suas
esposas. Mas, no princípio, as coisas não eram
assim.” [Quando voltaram para casa, os Quando voltaram para casa, os discípulos
discípulos perguntaram a Jesus sobre esse perguntaram a Jesus sobre esse assunto. Ele lhes
assunto. Ele lhes disse:] “Eu lhes digo que disse: “Qualquer homem que se divorcia de sua
qualquer um que se divorciar de sua esposa, a esposa e casa novamente comete adultério contra
não ser por imoralidade sexual e, depois, se casar ela. E se a esposa se divorcia do seu marido e
com outra mulher, estará cometendo adultério; e o casa novamente, ela também comete adultério.”
que se casar com a divorciada também adultera. E
se a esposa se divorcia do seu marido e casa
novamente, ela também comete adultério.” Os
discípulos disseram a Jesus: “Se essa é a
situação entre marido e mulher, então, é melhor
não casar!” Jesus lhes disse: “Nem todos podem
aceitar este ensinamento, apenas aqueles para
quem ele é dado. Alguns nascem castrados.
Outros são castrados pelos homens. E há ainda
outros que decidem não se casar por causa do
Reino do Céu. Quem puder aceitar isso, deve
fazê-lo.”194
194Era essa mesma situação que o apóstolo Paulo devia ter em mente quando aconselhou os coríntios a permanecerem
solteiros por causa da “presente aflição” (perseguição e tribulação). (cf. 1 Co. 7:1-40) Ter esposa e filhos durante a
perseguição e a tribulação tornou muito difícil permanecer fiel. Era forte a tentação de negar a fé para poupar a esposa
e os filhos da mesma perseguição e morte que o pai estava passando. Isso explica por que que Jesus elogiou aqueles
que “se fizeram eunucos” por causa do Reino e por causa da obra missionária (pregar o evangelho) sem se preocupar
com suas esposas e filhos e ser alvo fácil de perseguidores. Este parece ser o caso do apóstolo Paulo. Ele
evidentemente jurou diante de Deus permanecer solteiro para que pudesse levar o evangelho mais rapidamente. Mas
ele nunca condenou os outros apóstolos por levarem esposa e filhos com eles em seu trabalho como evidentemente
Pedro e os irmãos de Jesus e alguns dos outros apóstolos fizeram. (cf.1 Co. 9:5)
§ 105. Jesus recebe e abençoa as crianças. - PEREIA.
Algumas pessoas trouxeram os Alguns pais estavam trazendo As pessoas trouxeram crianças
seus filhos para que Jesus seus filhos pequenos para Jesus para que Jesus as abençoasse e
pudesse abençoá-los, [com o abençoá-los com o seu toque. orasse por elas.
seu toque e orasse por elas,]
mas [quando] os discípulos Quando os discípulos viram o
[viram o que estava que estava acontecendo, eles
acontecendo,] repreenderam tentaram impedi-los. Mas, os discípulos repreenderam
essas pessoas e tentaram essas pessoas.
afastar as crianças. Quando
Jesus viu o que estavam
fazendo, ficou muito indignado,
[chamou as crianças para que Mas, Jesus chamou as crianças
elas se aproximassem dele] e para que elas se aproximassem
Ele lhes disse: “Deixem as dele. Ele disse: “Deixem as Porém, Jesus disse: “Deixem as
crianças virem até mim! Não as crianças virem até mim. Não criancinhas virem até mim! Não
proíbam, pois o Reino de Deus proíbam as crianças, pois o as proíbam! O Reino do Céu
pertence aos que são como Reino de Deus pertence às pertence àqueles que são como
essas crianças. Eu lhes digo que pessoas que são como elas. Eu elas.”
isto é verdade: quem não lhes digo que isto é verdade:
receber o Reino de Deus como qualquer um que não receber o
uma criança, nunca entrará Reino de Deus como uma
nele.”195 Ele abraçou as crianças, criança, nunca entrará nele.”
colocou as suas mãos sobre elas Ele colocou as suas mãos sobre
e as abençoou. [Depois, foi as crianças e as abençoou.
embora.] Depois, foi embora.
§ 106. O jovem rico. A Recompensa dos discípulos na era vindoura, ou seja, na Parousia. Parábola dos
Trabalhadores na Vinha. - PEREIA.
195Os comentaristas observam que Lucas deixa claro que estes eram [βρέφη] bebês, não apenas crianças, e que foram
trazidos passivamente para Jesus. Devemos assumir que, mesmo que sejam crianças, eles foram literalmente
conduzidos até Jesus. Isso é importante no contexto. A interpretação comum conserva alguma validade: que uma
criança tem uma certa fé sem dúvida e que a chave para a passagem é que devemos ter fé de todo coração para entrar
no Reino. Mas é mais provável que a ênfase aqui é sobre a passividade e a impotência das crianças que estão sendo ao
nosso Senhor. Apenas dessa forma é que os homens entram no Reino de Deus. (Jo. 6:44, 65) O cobrador de impostos
que acabamos de ver (Lc: 18;9-14), declara sua total indignidade, além da iniciativa de Deus, de perdoar os
respondeu: “Você conhece os Você conhece os mandamentos: Você sabe os mandamentos: não
mandamentos: Não mate, não não mate, não cometa adultério, cometa adultério, não mate, não
cometa adultério, não roube, não não roube, não dê falso roube, não dê falso testemunho,
dê falso testemunho contra testemunho contra ninguém, não respeite o seu pai e a sua mãe.”
ninguém, respeite seu pai e sua engane, honre o seu pai e a sua
mãe e ame ao próximo como a mãe.”
você mesmo.” O jovem disse: O homem respondeu: O homem respondeu:
“[Mestre,] Eu cumpro todos “Mestre, eu obedeço a todos “Eu cumpro todos esses
esses mandamentos [desde que esses mandamentos desde que mandamentos desde que eu era
era pequeno]. O que mais eu era pequeno.” criança.”
preciso fazer?” [Quando ouviu Quando Jesus ouviu isso,
isso,] Jesus [olhou para ele com Jesus olhou para ele com amor e
amor e] lhe disse: “Se você disse: “Só falta uma coisa para disse ao homem: “Você se
quiser ser perfeito, então, venda você fazer: vá e venda tudo o esqueceu de uma coisa: Vá e
tudo o que possui, doe o dinheiro que você possui. Dê o dinheiro venda tudo o que você tem. Dê o
aos pobres e, no céu, você aos pobres e você terá seu dinheiro aos pobres, e você terá
receberá muitas riquezas. 196 tesouro no céu. tesouros no céu.
Depois, venha, toma tua cruz e Depois, venha, toma tua cruz e Depois, venha e siga-me.”
me siga.”197 Quando o jovem me siga.”
ouviu a resposta de Jesus, [a Nesse momento, a expressão do Mas, quando o homem ouviu
expressão do rosto do homem rosto do homem mudou. Ele se isso ficou muito triste, pois era
mudou,] ele se afastou muito sentiu muito triste, pois era muito muito rico.
triste, pois era rico. [Quando] rico. Quando Jesus viu a reação do
Jesus [viu a reação do homem, homem, ele disse:
olhou em volta e] disse aos Jesus olhou em volta e disse aos
discípulos: “Eu lhes digo que isto seus discípulos:
é verdade: é difícil os ricos “É muito difícil que os ricos “Como é difícil para um rico
entrarem no Reino do Céu.” 198 entrem no Reino do Céu!” entrar no Reino de Deus!
[Os discípulos ficaram chocados Os discípulos ficaram chocados
com o que ele disse. Mas Jesus com o que ele disse. Mas Jesus
continuou:] “Meus filhos, é difícil, continuou: “Meus filhos, é difícil,
para os que confiam nas para os que confiam nas
riquezas, entrar no Reino de riquezas, entrar no Reino de
Deus. E também lhes digo: é Deus. É mais fácil um camelo É mais fácil um camelo passar
mais fácil um camelo passar pelo passar pelo buraco de uma pelo buraco de uma agulha do
196Este é “um conselho de perfeição”, mas não no sentido ascético, como se a pobreza fosse o caminho certo para a vida
cristã mais elevada; antes, no sentido do ditado: daquele a quem muito é dado, muito será exigido. O paralelismo com
o Sermão da Montanha não deve ser esquecido. O “tesouro” é a “vida eterna” que o jovem governante buscava. Mais
uma coisa a ser observada, e isto é, que não se diz que sua recompensa almejada será desfrutada na terra. Os tesouros
terrenos às vezes são roubados ou corrompidos, mas os que têm as suas riquezas no Céu, guardam em um lugar
seguro. Nessas exortações, como em muitas outras feitas pelo nosso Senhor, a provação da vida terrena está ligada à
recompensa e riquezas da vida futura que está guardada no Reino Celestial.
197Ellicot observa: “São Marcos acrescenta palavras que estão cheias de significado: ‘Tome a sua cruz e siga-Me.’ O
buscador não poderia entender todo o seu significado. Ao Mestre aquela cruz aproximava-se, dia após dia, e Ele via
que cada verdadeiro discípulo devia estar preparado para segui-Lo naquele caminho de sofrimento, que era também o
caminho da glória. ‘Via cruris, via lucis.’”
198O caráter intensamente prático e atual, se podemos chamá-lo assim, dos discursos de nosso Senhor, é uma
característica de seus ensinamentos que, embora muitas vezes negligenciados, requer que ele não seja perdido de
vista. Ele falou com seu próprio povo, em seu próprio tempo. Ele era o mensageiro de Deus para Israel; e, embora seja
muito verdade que suas palavras são para todos os homens em todos os momentos, foram aplicadas principalmente e
diretamente à sua própria geração. Há um significado nessa linguagem, como é falado naquele momento, muito
diferente do que ela tem atualmente; uma ênfase na declaração do nosso Senhor que implicam uma especialidade no
tempo então presente: ele sabia que eles estavam à beira de uma grande catástrofe, e que todos os interesses e posses
terrestres eram mantidos incerta e temporariamente. Ele estava reiterando os custos do discipulado para aquela
geração de crentes, não a instituição da pobreza perpétua como uma ética do Reino. Seria muito mais difícil para
aquele proprietário de terras muito rico que tinha apostado sua reputação social em seu status, ligados a muitos bens
perderem tudo por amor do evangelho, pois “a quem muito é dado, muito será exigido.”
buraco de uma agulha do que um agulha do que um rico entrar no que um rico entrar no Reino de
rico entrar no Reino de Deus.” 199 Reino de Deus.” Deus.”
Quando os discípulos ouviram
isto, eles ficaram muito surpresos
e [ainda mais confusos e] Os discípulos ficaram ainda mais
perguntaram [uns para os confusos. Eles perguntaram uns As pessoas que ouviam isso
outros:] “Então, quem [na terra] para os outros: “Então, quem na pensaram: “Então, quem pode
pode ser salvo?” Jesus olhou terra pode ser salvo?” Olhando ser salvo?”
para eles e disse: “De um ponto para eles, Jesus respondeu: “De Jesus respondeu: “O que é
de vista humano, é impossível; um ponto de vista humano é impossível para os seres
Mas, não para Deus, porque impossível. Mas, não para Deus, humanos é possível para Deus.”
todas as coisas são possíveis porque para Deus tudo é
para Deus.”200 Pedro lhe possível.” Pedro disse: “Nós Pedro disse: “Nós deixamos tudo
respondeu: “Bem, nós deixamos deixamos tudo para seguir o para segui-lo.”
tudo para segui-lo. O que senhor.”
ganharemos como
recompensa?” Jesus lhe Jesus disse: Jesus disse:
respondeu: “Eu lhes afirmo que “Eu lhes digo que isto é verdade: “Eu lhes digo que isto é verdade:
isto é verdade: quando na
regeneração, o Filho do Homem
se assentar em seu glorioso
trono, vocês, que me seguiram,
também se sentarão em doze
tronos e julgarão as doze tribos
de Israel.201 Todos aqueles que
199Pode ser observado que nosso Senhor advertiu sobre como seria difícil é entrar no reino de Deus "para os que confiam
nas riquezas." Nenhuma palavra poderia mostrar mais claramente a profunda impressão na mente do nosso Senhor de
que uma grande crise estava próxima, o que afetaria poderosamente todas as relações da vida e todas as posses deste
mundo naquela geração.
200Aqui nosso Senhor lembrou lhes de uma lição importante que Ele havia pregado durante em toda a Sua jornada.
Somente pela graça de Deus alguém é salvo, sejam ricos ou pobres.
201A que período devemos atribuir o evento ou estado aqui chamado por nosso Senhor de "regeneração"[παλιγγενεσία]?
É evidentemente contemporâneo de "o Filho do homem sentado no trono de sua glória"; nem pode haver qualquer
dúvida de que as duas frases, "O Filho do homem vindo em seu reino" e "O Filho do homem sentado no trono de sua
glória", ambas se referem à mesma coisa, e ao mesmo tempo. Ou seja, é para a Parousia que ambas as expressões
apontam. Temos outra nota de tempo, e outro ponto de coincidência entre a "regeneração" e a Parousia, na referência
feita por nosso Senhor à era ou o "aeon vindouro" como o período em que Seus discípulos fiéis deveriam receber sua
recompensa. (Marcos 10:30, Lucas 18:30) Mas a "era vindoura" [αἰών ὁ µέλλων or ἐρχοµένῳ] estava, como já vimos,
para suceder a era ou aeon existente [αἰών αὐτος, ὁ νὐν αἰών], isto é, o período da dispensação judaica, o fim do qual
nosso Senhor declarou estar próximo. Concluímos, portanto, que a "regeneração", a "era vindoura" e a "Parousia" são
virtualmente sinônimos ou, em todos os eventos, contemporâneos. A vinda do Filho do homem em Seu reino, ou em
Sua glória, é distintamente afirmada como uma vinda para julgamento - "para recompensar a cada homem de acordo
com suas obras; (Mt. 16:27) e Seu assentar no trono de Sua glória, na regeneração, é evidentemente um assentar para
julgar. Nesse julgamento, os apóstolos deveriam ter a honra de ser assessores do Senhor, de acordo com Sua
declaração - (Lucas 22:29, 30) "Eu designo para vocês um reino, como meu Pai designou para mim; para que comais
e bebais à minha mesa no meu reino, e vos senteis em tronos, julgando as doze tribos de Israel". Mas esta gloriosa
vinda a julgamento é expressamente afirmada por nosso Senhor como estando dentro dos limites da geração então
viva: "Há alguns aqui que não provarão a morte, até que vejam o Filho do homem vindo em seu reino". (Mt. 16:28)
Não foi, portanto, nenhuma esperança longamente adiada e distante que Jesus ofereceu aos Seus discípulos. Não era
uma perspectiva ainda vista de longe, na vaga perspectiva de um futuro indefinido. São Pedro e seus condiscípulos
estavam plenamente cientes de que "o reino dos céus" estava próximo. Eles aprenderam com seu primeiro professor
no deserto; eles haviam sido tranquilizados por seu Senhor e Mestre; eles haviam passado pela Galileia proclamando a
verdade a seus compatriotas. Quando o Senhor, portanto, prometeu que no aeon vindouro Seus apóstolos deveriam
sentar-se em tronos, é concebível que Ele pudesse significar que eras após eras, séculos após séculos, e até mesmo
milênio após milênio deviam rolar lentamente antes que eles colhessem suas prometidas honras? A herança da "vida
eterna" e o "assentar sobre os doze tronos" ainda estão entre "as coisas que se esperam, mas não se vêem" pelos
discípulos? Certamente, tal hipótese se refuta. A promessa teria soado como zombaria para os discípulos se tivessem
por mim e pelo evangelho quem deixar para trás sua casa, quem deixa a sua casa, a sua
tiverem deixado suas casas, seus irmãos ou suas irmãs, sua esposa, os seus irmãos, seus
seus irmãos, suas irmãs, seu pai, mãe ou seu pai, seus filhos ou pais ou filhos, por causa do
sua mãe, seus filhos e seus suas terras por mim e pelo Reino de Deus, receberá muito
campos, receberão, já nesse evangelho, receberá, já neste mais neste tempo,
tempo, cem vezes mais casas, tempo, cem vezes mais casas,
irmãos e irmãs, filhos e terras, irmãos e irmãs, filhos e terras,
assim como perseguições, e assim como perseguições. E na
também receberão, na era que era que está vindo, receberá a e na era que está vindo, receberá
está vindo, a vida eterna.202 Pois, vida eterna. Porém, muitos que a vida eterna.”
muitos que agora são os agora são os primeiros serão os
primeiros serão os últimos. E últimos. E muitos que são os
muitos que são os últimos serão últimos serão os primeiros.”
os primeiros.
Mateus 20:1-16
Pois o Reino do Céu é como o dono de terras que de manhã cedo saiu para contratar trabalhadores
para a sua plantação de uvas. Ele concordou em pagar aos trabalhadores um denário por dia, e os
enviou para trabalhar em sua plantação. Por volta de nove da manhã, ele saiu novamente e viu outras
pessoas sem trabalho, paradas na praça do mercado. Ele lhes disse: ‘Vão e trabalhem na minha
plantação de uvas também. Eu lhes pagarei o que for justo.’ Então, eles foram trabalhar. Por volta do
meio-dia e das três horas da tarde, ele saiu e fez a mesma coisa. Às cinco horas da tarde, ele voltou à
praça e encontrou outras pessoas que lá estavam. Ele lhes perguntou: ‘Por que vocês estão parados
quase o dia todo sem fazer nada?’ Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou.’ O dono das
terras disse: ‘Vão e trabalhem na minha plantação também e receberão o que for justo’ Quando chegou
no final da tarde, o proprietário da plantação disse ao seu gerente: ‘Chame os trabalhadores e pague-
lhes os seus salários. Comece com os trabalhadores contratados por último até chegar aos primeiros.’
Aqueles que foram contratados às cinco horas da tarde vieram e receberam um denário. Então, quando
aqueles que foram contratados primeiro chegaram para receber, pensaram que ganhariam mais, mas
seu salário também foi de um denário. Ao receberem o seu pagamento, eles reclamaram com o
proprietário: ‘As pessoas que foram contratadas por último trabalharam apenas por uma hora e
receberam o mesmo que nós, que trabalhamos todo o dia debaixo de sol quente.’ O dono das terras
respondeu a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto com vocês. Vocês não concordaram em trabalhar por
um denário? Peguem o seu pagamento e vão embora. Eu quero pagar para aqueles que foram
contratados por último o mesmo que eu paguei para vocês. Eu não posso fazer com o meu próprio
dinheiro o que eu quiser? Por que vocês me lançam olhares maldosos, por eu querer fazer o bem?’
Dessa maneira, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos. porque muitos são
chamados, mas poucos escolhidos.”203
sido informados de que a apresentação seria tão adiada. Por outro lado, se concebermos a "regeneração" como
contemporânea da Parousia, e a Parousia, com o fim da era judaica e a destruição da cidade e do templo de Jerusalém,
temos um ponto definido de tempo, não muito distante, mas quase à vista dos homens vivos, quando o julgamento
predito dos inimigos de Cristo, e a gloriosa recompensa de Seus amigos aconteceria.
202Muito sóbria é a explicação de Albert Barnes: “Isso não pode ser tomado literalmente, pois promete cem vezes mais
‘mães, irmãs’ etc. Significa, evidentemente, que a perda será cem vezes ‘compensada’; que, na posse da religião,
temos cem vezes o ‘valor’ de tudo o que abandonamos. Isso consiste no perdão dos pecados, no favor de Deus, na paz
de consciência, no apoio nas provações e na morte, e em suscitar ‘amigos’ no lugar dos que ficam - ‘irmãos e irmãs
espirituais, e mães’, etc... Assim, todas as bênçãos ‘necessárias’ descerão sobre nós ‘aqui’ e as bênçãos ‘eternas’ no
futuro. Com perseguições - ou o desprezo do mundo e sofrimentos corporais por causa de sua religião, eles “devem”
se encontrar. Jesus não escondeu isso; mas ele os consolou. Ele assegurou-lhes que ‘em meio’ a eles, ou talvez
devesse ser traduzido ‘depois’ deles, eles deveriam encontrar amigos e conforto.” Deve-se lamentar que esta nota
sóbria e sensata negligencie sua referência primária e original que foram aplicadas principalmente e diretamente à sua
própria geração.
203O objetivo direto desta parábola parece ser mostrar que, embora os judeus tenham sido chamados pela primeira vez
para a vinha, por fim o evangelho deveria ser pregado aos gentios, e eles deveriam ser admitidos a privilégios e
vantagens iguais aos os judeus. No entanto, Benson faz uma advertência necessária de que: “Parece necessário, antes
de descartarmos esta parábola, advertir o leitor contra a conclusão, de qualquer parte de seu conteúdo, de que as
§ 107. Jesus prediz pela terceira vez sua morte e ressurreição. (Veja § 74, § 77) - PEREIA.
recompensas a serem conferidas após a morte, ou no dia do julgamento, serão iguais para todos os que as receberem.
Pois isso seria fazer a parábola contradizer uma vasta variedade das passagens mais claras do Novo Testamento, que
nos asseguram, da maneira mais positiva, que quando nosso Senhor vier, sua recompensa está com ele, para dar a
cada homem de acordo com sua obra, isto é, em proporção ao grau de santidade interior e exterior que ele alcançou
nos dias de sua carne, e de acordo com o esforços que fez e a diligência que usou para glorificar a Deus e servir a sua
geração em obediência à vontade divina: e de acordo com os sofrimentos que pacientemente suportou. Pois, como
uma estrela difere de outra estrela em glória, assim será com os santos na ressurreição dos mortos.”
204 O Espírito de Cristo, na lei, nos Salmos e nos profetas do Antigo Testamento, testificaram de antemão seus sofrimentos e a glória
que se seguiria. (1 Pe. 1:11)
205De todas as pessoas que seguiram nosso Senhor, era de se esperar que os mais próximos a Ele tiveram o privilégio de
entender e compreender tudo o que Ele quis dizer. Deveria ser inconcebível que eles não entendam pelo menos o
significado do que Ele disse, mesmo que não pudessem aceitá-lo. Mas isso é o que a nós é dito que aconteceu. Aqui
temos a razão para a profunda falta de entendimento dos discípulos: “o significado do que Jesus disse foi escondido
dos discípulos”. Uma cena quase idêntica antes de sua jornada final em direção a Jerusalém. (Lc. 9:51). Eles ainda
não receberam graça para receber o Evangelho de Jesus.. Então, por que, Jesus os chamou juntos para esta
mensagem? Obviamente eles não estavam prontos para ouvi-la. Jesus sabia disso antes que Ele lhes dissesse. Ele
estava apenas entregando a verdade a eles claramente para que eles se lembrassem depois do fato. Na verdade, nos
dizem que este é o caso no relato de Lucas sobre o túmulo vazio (Lc. 24:5-8; Jo. 2:22). Tudo isso dizia respeito a esta
e mesma missão do Filho do Homem e Seu conflito com a Jerusalém idólatra e assassina. E enquanto eles
permaneceram cegos à mensagem enquanto falava, seus olhos estariam abertos a Ele no devido tempo. Então, quando
uma vez que Deus abriu seu entendimento para tudo o que eles ouviram e testemunharam, suas vidas seriam
transformadas, pois a verdade e o significado de tudo afetariam completamente suas almas.
§ 108. Tiago e João proferem seu pedido ambicioso. - PEREIA.
Então, a mãe dos filhos de Zebedeu se aproximou Depois, Tiago e João, os filhos de Zebedeu, se
de Jesus, junto com os seus dois filhos. Ela se aproximaram de Jesus
ajoelhou diante de Jesus, para fazer um pedido
ele lhe perguntou: “O que você quer me pedir?” [e
disseram: “Mestre, nós queremos que você faça e disseram: “Mestre, nós queremos que você faça
por nós o que vamos lhe pedir.” Jesus perguntou: por nós o que vamos lhe pedir.” Jesus perguntou:
“Então, o que vocês querem me pedir?” Eles lhe “Então, o que vocês querem me pedir?” Eles lhe
disseram: “Quando vier em glória e sentar em seu disseram: “Quando vier em glória e sentar em seu
trono, garanta que iremos sentar ao seu lado, um trono, garanta que iremos sentar ao seu lado, um
a sua direita e o outro a sua esquerda.”] Ela disse: a sua direita e o outro a sua esquerda.”
“Por favor, escolha os meus filhos para se
sentarem ao seu lado em seu Reino. Um, a sua
direita e o outro, a sua esquerda.” 206 Então, Jesus
respondeu: “Vocês não sabem o que estão Jesus replicou: “Vocês não sabem o que estão me
pedindo. Vocês são capazes de beber do cálice pedindo. Vocês conseguem beber do cálice que
que eu beberei? Vocês podem ser batizados com eu bebo? Vocês podem ser batizados com o
o batismo de dor que eu sofrerei?” Eles lhe batismo de dor que eu sofrerei?”
responderam: “Sim, nós podemos fazer isso.” Eles disseram: “Sim, nós conseguimos.”
Jesus, então, falou: “Vocês certamente beberão Jesus lhes falou: “Vocês beberão do cálice que eu
do meu cálice, e serão batizados como eu serei bebo e serão batizados como eu serei batizado.
batizado, mas eu não posso escolher quem se Mas, não sou eu quem escolhe quem se sentará a
sentará a minha direita ou a minha esquerda. Meu minha direita ou a minha esquerda.
Pai já decidiu quem ocupará esses lugares. Esses Esses lugares estão reservados para aqueles para
lugares estão reservados para aqueles para quem quem eles foram preparados.”
eles foram preparados.” Quando os outros dez Quando os outros dez discípulos ouviram isso,
discípulos ouviram o que eles pediram, ficaram ficaram irritados com Tiago e João.
chateados com os dois irmãos. Jesus os reuniu e Jesus os reuniu e lhes disse:
lhes disse: “Vocês sabem que os governadores “Vocês sabem que aqueles que governam as
dos povos gentios os comandam e os poderosos gentios oprimem seu povo. Os governantes agem
os oprimem. Entre vocês não deve ser assim. como tiranos. Mas entre vocês não pode ser
Quem entre vocês quiser ser o mais importante assim. Quem quiser ser importante deve ser o
deverá servir aos outros. Quem quiser ser o servo dos outros, e quem quiser ser o primeiro
primeiro deverá ser como um escravo para os entre vocês deve ser o escravo de todos os outros.
outros. Da mesma forma, o Filho do Homem não Pois mesmo o Filho do Homem não veio para ser
veio para ser servido, mas, sim, para servir e dar a servido, mas para servir e dar a sua vida para
sua vida para salvar muitas pessoas.” resgatar muita gente.”
206Não pode haver dúvidas de que a menção de tronos (Mt. 19:28), como uma recompensa para os Doze na vinda de seu
Mestre em glória, pode ter sugerido a ideia daqueles discípulos. Esta sessão à direita e à esquerda era uma forma de
expressão judaica para estar ao lado do rei em honra. Mas a que período devemos atribuir o evento que Mateus está
diz “em teu reino” e Marcos “em tua glória”? Não pode haver qualquer dúvida de que as duas frases se referem à
mesma coisa que e ao mesmo tempo que Sua vinda na glória de Seu Pai, com os santos anjos, em Seu reino e para o
julgamento. Ou seja, é para a Parousia que ambas as expressões apontam. (compare Mt. 16:27-28; Mc. 8:38, 9:1; Lc.
9:26, 27, com Mt. 19:27)
acompanhados por uma grande uma grande multidão seguia
multidão, [e se aproximaram da Jesus se aproximou da cidade Jesus.
(nova) cidade de Jericó,]207 de Jericó.
Bartimeu, filho de Timeu, um Havia um homem cego sentado Dois homens cegos estavam
mendigo cego, estava sentado na beira da estrada, sentados na beira da estrada.
na beira da estrada
[(acompanhado pro outro cego), pedindo esmola. Ele ouviu a
pedindo esmola. Ele ouviu a multidão passando e perguntou o
multidão passando e perguntou que estava acontecendo. As
o que estava acontecendo. As pessoas lhe disseram: “Jesus de
pessoas lhe disseram: “Jesus de Nazaré está passando.”
Nazaré está passando.”] Quando ouviram que Jesus
Quando ele ouviu dizer que era estava passando, eles pediram
Jesus de Nazaré quem estava O cego gritou: ajuda:
passando, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, por favor, “Tenha pena de nós, Senhor,
“Jesus, Filho de Davi, por favor, tenha pena de mim!” Aqueles Filho de Davi!”
tenha pena de mim!” Muitas que seguiam na frente da
pessoas [que seguiam na frente multidão disseram para ele parar A multidão mandou que eles
da multidão] disseram para ele de gritar e ficar quieto, mas isso ficassem quietos,
[parar de gritar e] ficar quieto, só fazia com que ele gritasse mas os dois gritaram ainda mais
mas isso só fez com que ele ainda mais alto: “Filho de Davi, alto: “Tenha pena de nós,
gritasse ainda mais alto: “Jesus, por favor, tenha pena de mim!” Senhor, Filho de Davi!”
Filho de Davi, por favor, tenha Jesus parou e pediu para que Jesus parou e lhes chamou,
pena de mim!” Jesus parou e trouxessem o homem cego até
disse: “Digam para que ele ele.
venha aqui.” Então, eles o
chamaram, dizendo: “Boas
notícias! Levante-se! Ele está
chamando você.” Bartimeu
saltou, jogou a sua capa para um Quando o cego se aproximou,
lado e correu até Jesus. Jesus Jesus lhe perguntou: “O que é perguntando: “O que querem que
lhe perguntou: “O que você quer que você quer que eu faça?” Ele eu faça por vocês?” Eles
me pedir?” Ele disse a Jesus: implorou: “Senhor, por favor, eu responderam: “Senhor, por favor,
“Mestre, eu quero poder ver quero ver novamente!” Jesus lhe queremos poder enxergar.”
novamente!” [Jesus lhe disse:] disse: “Então, veja! Jesus teve pena deles e tocou
“Então, veja!” [Jesus teve pena e seus olhos.
tocou seus olhos.] “Você pode A fé que você tem em mim o
ir. A sua fé em mim o curou.” curou.” Imediatamente, o homem Imediatamente, eles
Imediatamente, Bartimeu voltou a enxergar. Ele seguiu conseguiram ver e o seguiram.
conseguiu enxergar de novo e Jesus, louvando a Deus.
seguiu Jesus pelo caminho, Todos os que estavam lá e que
[louvando a Deus. Todos os que viram o que acontecera também
estavam lá e que viram o que louvaram a Deus.
acontecera também louvaram a
Deus.]208
207Com escritores simples e verdadeiros como os evangelistas, podemos ter certeza de que alguma boa razão está por
trás da óbvia discrepância aparente. Mas a explicação é simples; Josefo e Eusébio distinguem entre a velha e a nova
Jericó - a cidade velha no local antigo e a nova cidade herodiana que surgiu a uma pequena distância dela.
208Essa história tem uma ênfase no reino de forma indireta. Bartimeu se dirige a Jesus como “Filho de Davi” - um
reconhecimento de Sua realeza. Desde Lucas 1:69, não ouvimos muito mais sobre Jesus como o herdeiro do trono
davídico até aqui quando Bartimeu nos lembra que Jesus é de fato o Filho de Davi. Logo, Jesus fará o própria
reivindicação. (Lc. 20:39-44) A multidão de pessoas estavam “na frente” - eles bloquearam o caminho para Jesus.
Essas pessoas eram herdeiras dos escribas e fariseus. (Lc. 11:52; Mt. 23:13). Essas pessoas estavam cumprindo
literalmente esse papel da maneira que foi abertamente proibida na Lei de Moisés. (Lv. 19:14) Bartimeu representa o
remanescente entre as massas dos israelitas incrédulos. Para a multidão ele era um aborrecimento. Mas para Jesus, ele
era o remanescente eleito, herdeiro das bênçãos do reino.
§ 110. A visita a Zaqueu. Parábola das dez libras. - JERICÓ.
Lucas 19:1-28
Jesus entrou em Jericó (a nova) e estava atravessando a cidade. Lá havia um homem que se chamava
Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos. Ele era muito rico. Zaqueu queria ver Jesus, mas,
por ser muito baixo, não conseguia ver sobre a multidão que havia se formado. Então, ele correu na
frente e subiu em uma figueira brava, para ver Jesus quando ele passasse. Quando Jesus chegou lá,
olhou para cima e disse: “Zaqueu, desça rápido daí! Eu preciso ficar hoje em sua casa.” Zaqueu
desceu da árvore rapidamente e foi muito feliz receber Jesus em sua casa. Quando as pessoas viram
isso, todas elas reclamaram: “Ele irá ficar na casa de um pecador como este!” Mas, Zaqueu se
levantou e disse diante do Senhor: “Olhe, Senhor, eu estou dando metade de tudo o que tenho para os
pobres. E se eu tiver enganado alguém, devolverei quatro vezes mais!” Jesus respondeu: “Hoje, a
salvação veio para esta casa, pois este homem demonstrou que também é um filho de Abraão. Pois o
Filho do Homem veio buscar e salvar aqueles que estão perdidos.” Enquanto as pessoas ainda
estavam prestando atenção, Jesus lhes contou uma parábola, pois eles já estavam próximos de
Jerusalém e as pessoas pensavam que o Reino de Deus estava para vir imediatamente. “Certo homem
nobre iria viajar para um país distante, para ser coroado rei daquele lugar e, depois, retornaria para
casa. Ele chamou dez dos seus empregados, dividiu igualmente o dinheiro entre eles e lhes disse:
‘Invistam esse dinheiro até eu retornar da minha viagem.’ Mas, as pessoas do seu país o odiavam e
enviaram um grupo de representantes depois que ele se foi para dizer: ‘Nós não queremos que esse
homem seja o nosso rei.’ Depois que foi coroado rei, ele retornou. Ele mandou chamar os seus
empregados. Ele queria saber qual lucro que eles tiveram ao investir o dinheiro que havia deixado com
eles. O primeiro empregado veio e disse: ‘Senhor, o seu dinheiro rendeu dez vezes mais.’ ‘Muito bem!
Você é um bom empregado,’ disse o rei. ‘Como você provou ser confiável em coisas pequenas, eu o
colocarei como responsável por dez cidades.’ O segundo empregado veio e disse: ‘Senhor, o seu
dinheiro rendeu cinco vezes mais.’ O rei disse: ‘Eu o colocarei como responsável por cinco cidades.’
Outro empregado chegou e disse: ‘Veja, senhor! Aqui está o seu dinheiro. Eu o mantive seguro,
embrulhado em um pano. Eu fiquei com medo de você, porque é um homem severo. Você tira dos
outros o que não lhe pertence e colhe o que não plantou.’ O rei respondeu: ‘Eu irei julgá-lo por suas
próprias palavras. Você sabe que eu sou severo, que, como você mesmo disse, tiro dos outros o que
não me pertence e colho o que não plantei. Então, por que você não depositou o meu dinheiro no
banco, para que, quando eu voltasse, pudesse receber o meu dinheiro com juros?’ O rei disse aos que
estavam em pé ao lado dele: ‘Tirem o dinheiro dele e deem para o empregado que fez meu dinheiro
render dez vezes mais.’ Eles responderam: ‘Mas, senhor, ele já tem dez vezes mais do que recebeu.’ O
rei disse: ‘Eu lhes digo que, para aqueles que têm, mais será dado; mas, para aqueles que não têm,
mesmo o pouco que eles possuem será tirado deles. E em relação aos meus inimigos, que não querem
que eu seja o rei deste país, tragam-nos aqui e os matem na minha frente.’” Depois que terminou de
contar a parábola, Jesus prosseguia a sua viagem para Jerusalém.209
209Todos os leitores atentos da história do evangelho podem perceber o quanto os ensinamentos de nosso Senhor, quando
Ele se aproximava do fim de Seu ministério, residiam no tema do julgamento vindouro. Quando falou esta parábola,
ele estava a caminho de Jerusalém para celebrar a última Páscoa antes de sofrer; e é notável como muitos de seus
discursos desde então parecem ser quase completamente absorvidos, não na própria morte que se aproxima, mas na
iminente catástrofe da nação. Não só esta parábola das minas, mas o seu lamento por Jerusalém (Lc. 19:41); Sua
maldição sobre a figueira (Mt. 21:19-21; Mc. 11:13-14); a parábola dos lavradores maus (Mt. 21:33-41; Mc. 12:1-9;
Lc. 20:9-16); a parábola do casamento do filho do rei (Mt. 22:1-14); as aflições pronunciadas sobre aquela geração
(Mt. 23:29-36); o segundo lamento por Jerusalém (Mt. 23:37-38); e o discurso profético no Monte das Oliveiras, tudo
isso lida com esse assunto absorvente. A consideração dessas indicações proféticas mostrará que a catástrofe
antecipada por nosso Senhor não era um evento remoto, distante centenas e milhares de anos no futuro, mas uma cuja
sombra já caiu sobre aquela época e aquela nação; e que as Escrituras não nos dão qualquer garantia para supor que
qualquer outra coisa, ou qualquer coisa além disso, esteja incluída nas palavras de nosso Salvador. A parábola das
minas foi falada por nosso Senhor para corrigir uma expectativa equivocada da parte de Seus discípulos, de que "o
reino de Deus" estava para vir imediatamente. Não é surpreendente que eles tenham cometido esse erro. João Batista
havia anunciado: "O reino de Deus está próximo". O próprio Jesus proclamou o mesmo fato e os encarregou de
publicá-lo em todas as cidades e vilas da Galileia. Como israelitas patrióticos, eles se contorceram sob o jugo de
Roma e ansiavam pelas antigas liberdades da nação. Como filhos piedosos de Abraão, eles desejavam ver todas as
nações abençoadas nele. E havia outros sentimentos menos nobres que ocupavam suas mentes. Não era seu próprio
§ 111. Jesus chega a Betânia seis dias antes da Páscoa. - DE JERICÓ PARA BETÂNIA.
Já estava próximo o dia da Páscoa judaica, e muitas pessoas saíram dos campos e foram para
Jerusalém, para se purificarem para a Páscoa. As pessoas procuravam por Jesus e, enquanto estavam
no Templo, falavam a respeito dele. Elas se perguntavam: “O que você acha? Ele virá para a festa?”
Os chefes dos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordens para que todos que soubessem onde
Jesus estava contassem a eles, pois queriam prendê-lo. Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para
Betânia, para a casa de Lázaro, a quem ele tinha ressuscitado. Muitas pessoas descobriram que Jesus
estava lá. Elas foram até lá não apenas para ver Jesus, mas porque queriam ver Lázaro também.
Afinal, ele era o homem que Jesus ressuscitara dentre os mortos. Então, os chefes dos sacerdotes
planejaram matar Lázaro também, já que ele era o motivo de tantos judeus passarem a crer em Jesus.
Mestre o Filho de Davi - o Rei vindouro? O que eles não esperariam sendo Seus seguidores e amigos? Isso os fez
disputar entre si o lugar de honra no reino. Isso deixou os filhos de Zebedeu ansiosos por garantir Sua promessa em
lugares mais honrosos, à Sua direita e à Sua esquerda, onde assumiriam a soberania. E agora eles estavam se
aproximando de Jerusalém. O grande festival nacional da Páscoa estava próximo; todo o Israel estava se reunindo
para a Cidade Santa, e não havia um homem lá, mas estaria ansioso para ver Jesus de Nazaré. O que é mais provável
do que que o entusiasmo popular colocaria seu Mestre no trono de Seu pai Davi? Como eles desejaram, eles
acreditaram; e "eles pensaram que o reino de Deus apareceria imediatamente". Mas o Senhor refreou suas esperanças
entusiásticas e sugeriu, em uma parábola, que um certo intervalo deve decorrer antes do cumprimento de suas
expectativas. Tomando um incidente bem conhecido da história judaica recente como base da parábola - a saber, a
viagem de Arquelau a Roma, a fim de buscar do imperador a sucessão aos domínios de seu pai, Herodes, o Grande,
ele o empregou como uma ilustração apropriada de Sua própria partida da terra, e Seu subsequente retorno em glória.
Enquanto isso, durante o período de Sua ausência, Ele deu a Seus servos uma incumbência de se manter - "Ocupados
até que eu venha". Era para eles serem diligentes e fiéis, até a volta de seu Senhor, quando os servos leais deveriam
ser aplaudidos e recompensados, e Seus inimigos totalmente destruídos. Nada pode ser melhor do que a explicação de
Neander sobre esta parábola, embora, de fato, se possa dizer que ela se auto explica. No entanto, pode ser bom inserir
suas observações. “Nesta parábola, em vista das circunstâncias em que foi proferida, e da catástrofe que se
aproximava, são dadas indícios especiais da partida de Cristo da Terra, sua ascensão, seu retorno para julgar a nação
rebelde teocrática, e para consumar seu domínio, ele descreve um grande homem que viaja para o tribunal distante do
poderoso imperador para receber autoridade de seus concidadãos e retornar com poder real, de modo que Cristo não
foi imediatamente reconhecido em sua posição real, mas primeiro ele teve que deixar a terra, deixar seus agentes para
avançar seu reino, ascender ao céu, ser nomeado rei teocrático, e retornar novamente para exercer o poder
contestado.” Esse é o ensino da parábola das libras. Mas, embora o reino de Deus não devesse aparecer no tempo
preciso que os discípulos previram, não se segue que foi adiado "sine die", e que a esperada consumação não ocorreria
por centenas e milhares de anos. Isso seria falsificar as declarações mais expressas de Cristo e de Seu precursor. Como
eles poderiam ter dito que o reino estava próximo, se ele não apareceria por séculos? Como pode-se dizer que um
evento está próximo, se na verdade foi mais distante do que todo o período da economia judaica de Moisés a Cristo?
O reino ainda pode estar próximo, embora não tão perto como os discípulos supunham. Era conveniente que seu
Senhor "fosse embora", mas apenas por "um pouco", quando Ele voltaria para eles e viria "em Seu reino". Esta era a
esperança em que viviam, a fé que pregavam; e não podemos pensar que sua fé e esperança eram uma ilusão.
PARTE 7
João 12:12
No dia seguinte, a multidão que tinha vindo para a festa da Páscoa ouviu que Jesus estava a caminho
de Jerusalém.
Assim se cumpriu o que o profeta disse: “Digam à como as Sagradas Escrituras dizem:
filha de Sião: ‘Veja! O seu Rei está chegando. Ele “Não tenha medo, filha de Sião! Veja! O seu rei
é humilde e está montado em um jumento, e em está chegando, montado em um jumentinho!”
um jumentinho, filhote de jumenta.’”
João 12:16-19
Naquela ocasião, os discípulos de Jesus não entenderam o que isso significava. Apenas tempos mais
tarde, quando ele foi glorificado, eles entenderam que o que tinha acontecido havia sido escrito antes e
que dizia respeito a ele. Muitas pessoas na multidão tinham visto Jesus dizer a Lázaro para sair do
túmulo e que ressuscitasse. E essas mesmas pessoas estavam recontando essa história. Foi por esse
motivo que muitos foram ver Jesus, pois tinham ouvido falar sobre esse milagre. Os fariseus disseram
uns para os outros: “Veja! Nós não conseguimos resultado algum! Todos estão correndo para vê-lo!”
Lucas 19:39-44
Alguns fariseus que estavam na multidão disseram para Jesus: “Mestre, faça com que os seus
discípulos parem de dizer isso.” Mas Jesus respondeu: “Eu lhes digo que, se eles ficarem quietos,
então, as pedras irão gritar!” Mas quando ele foi chegando mais perto, viu a cidade e chorou por ela.
Ele disse: “Eu realmente queria que hoje, você, Jerusalém, até mesmo você, soubesse o caminho para
chegar à paz! Mas, agora já não há como enxergar esse caminho. Está chegando o momento em que
os seus inimigos irão cercá-la, construirão rampas para atacá-la e não haverá como escapar. Eles a
esmagarão e, junto com você, todos os seus filhos serão destruídos. Não restará pedra alguma em pé,
pois você se recusou a aceitar a salvação quando ela veio até você.”
Quando Jesus chegou em Jerusalém [e foi ao Jesus entrou em Jerusalém e foi ao Templo.
Templo], havia uma grande agitação na cidade.
[Ele olhou em volta, observando tudo.] As Ele olhou em volta, observando tudo.
pessoas perguntavam: “Quem é ele?” E a
multidão respondia: “Ele é Jesus, o profeta de
Nazaré da Galileia.” Cegos e coxos vinham até ele
no Templo, e ele os curava. Mas, os chefes dos
sacerdotes e os educadores religiosos ficaram
ofendidos ao verem os milagres maravilhosos que
ele fazia, e as crianças gritando no Templo:
“Hosana ao filho de Davi!” Eles perguntaram a
Jesus: “Você está ouvindo o que estas crianças
estão dizendo?” Jesus respondeu: “Sim. Vocês
nunca leram a passagem das Sagradas Escrituras
que diz: ‘Façam com que as crianças e as
criancinhas ofereçam o louvor perfeito?’” [E,
então, como estava ficando tarde,] Jesus os E, então, como estava ficando tarde, ele voltou ao
deixou e saiu daquela cidade para ficar na aldeia povoado de Betânia com os doze discípulos.
de Betânia [com os doze discípulos..
210O processo foi sem dúvida gradual, começando na palavra de Cristo e continuando até que a árvore morreu.
Templo, carregando coisas. Ele
explicou para as pessoas que
estavam lá: “As Sagradas Ele lhes disse: “As Sagradas Ele lhes disse: “As Sagradas
Escrituras não dizem: ‘Minha Escrituras dizem: ‘Minha casa Escrituras afirmam que ‘a minha
casa será chamada de casa de deverá ser chamada de casa de casa será uma casa de oração’,
oração para todas as nações’? oração’,
Mas, vocês transformaram este mas vocês a transformaram em mas vocês a transformaram em
lugar em um esconderijo de um esconderijo de ladrões.” um esconderijo de ladrões.”
ladrões!” [Todos os dias, Jesus Todos os dias, Jesus ensinava
ensinava no Templo.] Os chefes no Templo. Os chefes dos
dos sacerdotes, os escribas [e sacerdotes, os escribas e os
os líderes do povo] ouviram o líderes do povo estavam
que havia acontecido e tentaram tentando encontrar um meio de
encontrar um meio de matar matá-lo.
Jesus. Mas, [eles não Mas eles não conseguiam isso,
conseguiam isso,] eles ficaram
com medo dele, pois todos
[gostavam de Jesus e] estavam pois todas as pessoas gostavam
muito impressionados com os de Jesus e estavam fascinadas
seus ensinamentos. Quando a pelo que ele dizia.
noite chegou, Jesus e os seus
discípulos deixaram a cidade.
Lucas 21:37, 38
Todos os dias Jesus ensinava no Templo, e todas as noites ele ficava no monte das Oliveiras. Todas as
pessoas vinham bem cedo de manhã para ouvi-lo no Templo.
§ 114. A figueira estéril murcha. - ENTRE BETÂNIA E JERUSALÉM. (Quarto dia da semana)
Mateus 21:28-32
“Mas, o que vocês acham desta parábola? Havia um homem que tinha dois filhos. Ele se virou para o
primeiro filho e disse: ‘Filho, vá e trabalhe na plantação de uvas hoje.’ O filho respondeu: ‘Eu não irei.’
Mas depois, ele se arrependeu do que tinha dito e foi trabalhar na plantação. O homem se aproximou
do segundo filho e disse a mesma coisa. O filho respondeu: ‘Eu irei.’ Mas, ele não foi. Qual dos dois
filhos fez o que seu pai queria?” Eles responderam: “O primeiro.” Jesus lhes disse: “Eu lhes afirmo que
isto é verdade: os cobradores de impostos e as prostitutas estão entrando no Reino de Deus antes de
vocês, João veio para lhes mostrar o caminho certo, mas vocês não acreditaram nele. Ao contrário de
vocês, os cobradores de impostos e a prostitutas creram nele. Depois, quando vocês viram o que
aconteceu, ainda assim, não se arrependeram, nem acreditaram nele.”
§ 116. A parábola dos lavradores iníquos. - JERUSALÉM.
Mateus 22:1-14
Jesus falou com eles, usando mais parábolas como exemplo. Jesus explicou: “O Reino do Céu é como
um rei que organizou uma festa de casamento para o seu filho, Ele enviou seus empregados para falar
com todos os convidados para irem à festa, mas eles se recusaram. Então, ele enviou mais
empregados, com a seguinte ordem: ‘Digam aos convidados que eu já preparei o banquete de
casamento. Os bois e os bezerros gordos já foram mortos e já está tudo pronto. Então, venham para a
festa!’ Mas, os convidados ignoraram o convite e saíram para cuidar de outras coisas. Um foi para seu
campo, e o outro foi cuidar do seu negócio. Os outros agarraram os empregados do rei e os
maltrataram, e acabaram por matá-los. O rei ficou furioso. Ele enviou seus soldados para destruir
aqueles assassinos e queimar a cidade deles. Então, o rei disse aos seus empregados: ‘O banquete de
casamento está pronto, mas as pessoas que convidei não mereciam participar desta festa. Vão pelas
ruas e convidem a todos que encontrarem para que venham ao casamento.’ E, assim, os empregados
fizeram. Saíram pelas ruas e trouxeram todos que puderam encontrar, tanto as pessoas boas quanto as
más. O salão da festa de casamento ficou lotado. Mas, quando o rei veio encontrar os convidados, ele
notou que um homem não estava vestido com roupas apropriadas para uma festa. Ele lhe perguntou:
‘Amigo, como você entrou aqui sem estar vestido adequadamente para uma festa?’ O homem não
disse nada. Então, o rei disse aos seus empregados: ‘Amarrem suas mãos e seus pés e o joguem nas
trevas, onde chorará e rangerá os dentes.’ Pois muitos são os convidados, mas poucos são os
escolhidos.”
§ 127. Jesus, ao despedir-se do Templo, prediz sua destruição e a perseguição de seus discípulos. -
JERUSALÉM. MONTE DAS OLIVEIRAS.
§ 128. Os sinais da vinda de Cristo para destruir Jerusalém e pôr fim ao Estado e Dispensação
Judaicos. - MONTE DAS OLIVEIRAS.
§ 129. Transição para a vinda final de Cristo no Dia do Juízo. Exortação à vigilância. Parábolas: As Dez
Virgens; Os Cinco Talentos. - MONTE DAS OLIVEIRAS.
Mapa 13
Mapa 14
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