ATEC Introducao-Eletrónica Ficha-Tecnica-2 Junho 2016
ATEC Introducao-Eletrónica Ficha-Tecnica-2 Junho 2016
ATEC Introducao-Eletrónica Ficha-Tecnica-2 Junho 2016
Ficha Técnica 2
Introdução à Eletrónica
4. Análise de circuitos em Corrente Contínua 4.1.1 Circuitos série – Divisor de tensão
Dependendo do objetivo pretendido, os circuitos elétricos podem assumir diversas tipo- Um caso particular do circuito série é o cir-
logias, nomeadamente, circuitos em série, circuitos em paralelo ou circuitos mistos (série e cuito divisor de tensão. A aplicação da ex-
paralelo). As caraterísticas associadas a cada circuito serão analisadas detalhadamente nos pressão matemática que o carateriza facilita
pontos que se seguirão. o cálculo da queda de tensão nas resistên-
cias do divisor de tensão.
4.1. Circuitos série
Num circuito série a corrente elétrica, movimento dos eletrões, tem apenas um caminho
para percorrer. Assim, todos os elementos do circuito serão percorridos pelo mesmo valor
desta grandeza. A Figura 25 apresenta um circuito série utilizado para acender um díodo
emissor de luz (LED) e que é percorrido pela intensidade de corrente elétrica de 20 mA.
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Paulo Peixoto
Figura 25. Circuito série composto por uma resistência e um LED. R2 teremos:
R2
A Figura 26 é composta por uma fonte de tensão e 3 resistências ligadas em série. Serão anali- UR2 = ·U
R1 + R 2 T
sadas as seguintes grandezas: resistência equivalente, tensão e intensidade da corrente elétrica.
I = I1 = I2 = I3
3. A d.d.p. ou tensão divide-se pelas resistências R1, R2 e R3, e assim a tensão total será a
soma da tensão nas várias resistências existentes no circuito. A maior resistência irá reter
a maior tensão e, por conseguinte, a menor resistência a menor tensão.
1. A resistência equivalente será menor ciente entre a resistência oposta à pretendida R1 e a resistência total do circuito (R1 + R2). Para
que a menor das resistências integra- calcular a corrente na resistência R2 utilizamos a fórmula do divisor de corrente:
das no circuito e dada pela expressão:
R1
IR2 = · IT
1 = 1 + 1 + 1 + ... + 1 R1 + R2
RT R1 R2 R3 Rn
4.3. Circuito misto (série + paralelo)
Para circuitos que sejam constituídos A maioria dos circuitos são compostos por circuitos série e paralelo. Para a sua análise
apenas por 2 resistências poder-se-á uti- será necessário aplicar os conceitos associados a cada tipologia de circuito. A Figura 30
lizar a seguinte expressão matemática: apresenta um circuito misto.
R1 · R2
RT =
R1 + R2
210
5
R2 · R3 1,8 · 1,2
IT = I1 + I2 R2,3 = ļ R2,3 = ļR2,3 = 0,72 kΩ = 720 Ω
R2 + R3 1,8 + 1,2
UT = U1 = U2
Figura 31. Circuito misto (série + paralelo).
4.2.1 Circuito paralelo – Divisor de corrente
Considerando que a corrente elétrica se divi- 2. A resistência equivalente ou total do circuito representado será:
de num circuito paralelo, podemos particu-
larizar o circuito divisor de corrente. RT = R1 + R3 + R4 ļ RT = 1 + 0,72 + 0,68 ļ RT = 2,4 kΩ
U 24
I= ļ I= ļ I = 10 mA
RT 2,4 × 103
A corrente I2 é proporcional à tensão IT. O fa- A tensão UR4 poderá ser calculada através da diferença entre a tensão da fonte de alimen-
tor de proporcionalidade é dado pelo quo- tação e das quedas de tensão nas resistências R1 e R23:
artigo técnico
UR23 7,2
I2 = ļ I2 = ļ I2 = 4 mA
R2 1800
para a sua análise. Para iniciar a análise completa da rede elétrica dever-se-á seguir os seguintes passos:
1. Definir, arbitrariamente, para cada ramo, o sentido positivo de corrente e identificá-
5.1. Conceito de nó, ramo -lo com uma seta;
e malha 2. Definir, arbitrariamente, um sentido positivo de circulação ao longo de cada malha.
Os circuitos elétricos podem ser definidos Se as tensões tiverem o mesmo sentido da circulação serão positivas, caso contrário
como dispositivos que permitem um ou serão negativas;
vários percursos fechados para a passa- 3. Para que as equações obtidas sejam realmente independentes devem escrever-se:
gem da corrente elétrica constituindo, as- a. Pela Lei dos nós tantas equações como o número de nós menos um;
sim, uma rede elétrica. b. Pela Lei das malhas tantas equações como o número de ramos sem fonte de
Esta rede elétrica apresenta pontos em corrente, menos o número de equações escritas pela Lei dos nós;
que se encontram três ou mais condu- c. Teremos, assim, tantas equações quantas as correntes não determinadas. Uma
tores que assumem a designação de nós malha deve incluir, pelo menos, um ramo não incluído anteriormente noutra
ou nodos. O trajeto compreendido entre malha.
dois nós é denominado de ramos. O nó
é, assim, um ponto do circuito em que se A Figura 33 representa a rede elétrica em análise na Figura 32 com a aplicação das
encontram três ou mais ramos, cada um indicações anteriores.
percorrido pela sua corrente elétrica. Ao
conjunto de ramos, que descrevem um
percurso fechado, dá-se o nome de malha.
A Figura 32 representa uma rede elétri-
ca onde podemos identificar os nós, A e
E, os ramos, BAFE, BE e BCDE, e as malhas
ABEFA, BCDEB e ABCDEFA.
1
Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887) é um físico
alemão, autor de importantes trabalhos no cam-
po dos circuitos elétricos e na espectroscopia. Figura 33. Rede elétrica para aplicação das Leis de Kirchhoff.
artigo técnico
^
Na malha 1, e iniciando o percurso no
ponto A com o sentido dos ponteiros do I1 = I2 + I3
relógio, passamos pelas resistência R1 no UR1 + UR2 + U2 - U1 = 0
sentido da corrente elétrica, logo a ten- UR3 + U3 - U2 - UR2 = 0
são assume um valor positivo, de seguida
passamos na resistência R2 também no Para uma clara identificação das incógnitas, as correntes I1, I2 e I3, e por aplicação da Lei de
sentido da corrente que percorre o ramo I2, Ohm, teremos:
^
segue-se a fonte de tensão U2, no sentido
do terminal positivo para o negativo, logo I1 = I2 + I3
sentido positivo e, finalmente, voltamos ao R1 · I1 + R2 · I2 + U2 - U1 = 0
ponto de partida, ponto A, passando pela R3 · I3 + U3 - U2 - R2 · I2 = 0
fonte de tensão U1, no sentido do terminal
negativo para o positivo, logo sentido ne- Após a resolução do sistema de equações serão obtidas as correntes em cada ramo da
gativo. Transcrevendo esta descrição para a rede elétrica. Caso a corrente assuma um valor negativo significa que o real sentido da
equação das malhas teremos: corrente é o contrário ao definido inicialmente.