silva2022CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 40

CENTRO UNIVERSITÁRIO AGES

BACHARELADO EM NUTRIÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

EDILMA DA SILVA REIS


FÁBIO ALVES DE JESUS
VALQUÍRIA DOS SANTOS ANDRADE

CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA(TEA) E O AUXÍLIO DO NUTRICIONISTA
NA ALIMENTAÇÃO: revisão integrativa

PARIPIRANGA-BA
2022

1
EDILMA DA SILVA REIS
FÁBIO ALVES DE JESUS
VALQUÍRIA DOS SANTOS ANDRADE

CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO


ESPECTROAUTISTA(TEA) E O AUXÍLIO DO
NUTRICIONISTA NA ALIMENTAÇÃO: revisão integrativa

Artigo científico apresentado como trabalho de


conclusão de curso do Centro Universitário
AGES, como pré-requisito parcial para a obtenção
do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação
do professor Me. Fábio Luiz Oliveira de Carvalho.

PARIPIRANGA-BA
2022

2
EDILMA DA SILVA REIS
FÁBIO ALVES DE JESUS
VALQUÍRIA DOS SANTOS ANDRADE

CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO


ESPECTROAUTISTA(TEA) E O AUXÍLIO DO
NUTRICIONISTA NA ALIMENTAÇÃO: revisão integrativa

Artigo científico apresentado como trabalho de conclusão de


curso do Centro Universitário AGES, como pré-requisito
parcial para a obtenção do título de Bacharel em Nutrição,
sob orientação do professor Me. Fábio Luiz Oliveira de
Carvalho.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________
Prof. Dr. Allan Andrade Rezende
UniAGES

__________________________________
Prof. Me. Dalmo de Moura Costa
UniAGES

___________________________________
Prof. Fernando José Santana Carregosa
UniAGES

PARIPIRANGA-BA
2022

3
AGRADECIMENTOS

A Deus, por todo amor, cuidado e força necessária para a conclusão deste
projeto, pela oportunidade de viver e desfrutar da Sua Misericórdia a cada dia. Que
toda honra e glória sejam dadas à Ti, Senhor!
Agradecemos também aos nossos familiares que contribuíram de alguma
forma para a realização deste sonho, de maneira especial queremos agradecer aos
nossos pais José de Oliveira, Maria Terezinha,João de Jesus, Laudice, José de Jesus
e Valdene, que nos ensinaram valores necessários e nos capacitaram para que
pudéssemos caminhar com nossas próprias pernas, à eles nosso eterno
agradecimento.
Ao nosso orientador, Fábio Luiz , que pacientemente conduziu e auxiliou em
todas as etapas do nosso trabalho nos trazendo mais segurança no processo de
desenvolvimento do mesmo.
Ao Centro Universitário UniAGES , por todo o suporte e conhecimento que
nos foi proporcionado no decorrer de todos esses anos da graduação.
Aos nossos professores e preceptores de estágios: Rôas de Araújo,Dalmo
Moura, Kauan Melo, Jeovani Santana e Jessika Oliveira, por todo o conhecimento
transferido com paciência, dedicação e generosidade, vocês são exemplos de
profissionais. Toda a nossa admiração e gratidão. Levaremos seus ensinamentos
para toda a vida.
Agradecemos ainda, aos nossos colegas de curso, que durante toda a
jornada acadêmica compartilharam conosco do mesmo objetivo.
Concluímos então, agradecendo e partilhando da nossa conquista com
pessoas necessárias durante toda caminhada em especial a José Diran, Pedro
Raphael, Professor Felipe Castro, Patrícia Almeida, Rian Carvalho,Daniel Santos,
Brunna Lorenna,Bruno Oliveira, Valdikelly Andrade, Ronaldo Santos e Yan Andrade.
Somos gratos por contar com vocês em nossas vidas.

4
RESUMO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) traz consigo várias alterações significativas


para vida da criança portadora da doença, tanto no desenvolvimento social,
cognitivo, quanto na interação do contexto familiar, pois não trata de apenas um
problema isolado, a síndrome em questão é caracterizada como um sério transtorno
mental que agrega um conjunto de alterações consideradas invasivas. O TEA ainda
é classificado por níveis que podem ser descritos como: leve, moderado ou severo,
isso dependerá das características apresentadas pelo paciente. O portador de
autismo, depois da confirmação do diagnóstico, precisa de um tratamento apoiado
por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais qualificados como
Médico, Nutricionista, Fonoaudiólogo,Fisiterapeuta, Otorrinolaringologista,
Psicológo, Psicopedagogo, vale reassaltar que os autistas possuem direito ao
tratamento que deve ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o
acompahamento com estes profissionais faz com que o portador de autismo consiga
amenizar todos os sintomas que acompanham a síndrome e passem a ter uma
melhor qualidade de vida. Nesse viés foi perceptivo o atraso na fala, seletividade
alimentar com consequência de carência de nutrientes, intestino inflamado e
sistema imunológico comprometido, problema cognitivo e muitos outros.O presente
estudo tem como objetivo geral discutir como o TEA afeta diretamente a vida das
crianças e como o Nutricionista pode atuar auxiliando no tratamento desse
transtorno, de maneira que possa aumentar a ingestão de nutientes na alimentação
desses indivíduos, respeitando as especificidades de cada um. O método utilizado
foi o levantamento bibliográfico de artigos publicados a partir de 2012 até 2022,
estudos que salientaram os problemas causados aos indivíduos por essa doença e
como a nutrição pode ser um ponto chave para o tratamento. A pesquisa aconteceu
por meio das bases de dados da SciEllo, PubMed e Google Acadêmico, os
resultados das buscas se deu por meio dos seguintes discritores: “crianças com
síndrome do transtorno do espectro autista”, “seletividade alimentar em crianças
autistas”, “Nutrição e crianças com TEA”, ”crianças com TEA e diagnóstico” e “dados
epidemiológicos de crianças com TEA”. Os estudos salientam que o grau de autismo
pode variar de criança para criança, tendo uns mais preceptivos que outros, sendo
assim, o dignóstico e tratamento precisam acontecer de forma individualizada e
contar principalmente com a compreensão e o apoio da família nesse trajeto.

Palavras-chave:TEA; Sistema Único de Saúde; Família; Equipe Multidisciplinar;


Nutricionista; Diagnóstico; Tratamento; Qualidade de Vida.

5
ABSTRACT

Autistic Spectrum Disorder (ASD) brings with it several significant changes to a child’s
life with this disease, as in social and cognitive development, as in the interaction of
the family context, because it is not just an isolated problem, this syndrome is
characterized as a serious mental disorder that adds a set of changes considered
invasive, ASD is still classified by levels that can be described as: mild, moderate or
severe and this will depend on the characteristics presented by the patient. The
person with autism, after confirming the diagnosis, needs treatment supported by a
multidisciplinary team, made up of qualified professionals such as a Doctor,
Nutritionist, Speech Therapist, Physiotherapist, Otorhinolaryngologist, Psychologist,
Psychopedagogue, it is worth noting that autistic people have the right to the
treatment which should be offered by the Unified Health System (SUS), monitoring
these professionals makes the person with autism manage to alleviate all the
symptoms that accompany the syndrome in question and start to have a better quality
of life. In this bias, speech delay, food selectivity as a result of lack of nutrients,
inflamed intestine and compromised immune system, cognitive problems and many
others were perceptible. This study has as general objective to discuss how ASD
directly affects children’s lives and how the Nutritionist can act by helping in the
treatment of this disorder, so that it can increase the intake of nutrients in these
individuals’ diet, respecting the specificities of each one. The method used was the
bibliographic survey of articles published from 2012 to 2022, studies that highlighted
the problems caused to individuals by this disease and how nutrition can be a key
point for treatment. The research was done through the databases of SciEllo,
PubMed and Google Scholar, the search results were given through the following
descriptors: ‘children with autism spectrum disorder syndrome’, ‘food selectivity in
autistic children’, ‘Nutrition and children with ASD’, ‘children with ASD and diagnosis’
and ‘epidemiological data of children with ASD’. The studies point out that the degree
of autism can vary from child to child, with some being more perceptive than others,
therefore, the diagnosis and treatment need to happen individually and count mainly
on the understanding and support of the family in this way.

Keywords: ASD; Unified Health System; Family; Multidisciplinary Team; Nutritionist;


Diagnosis; Treatment; Quality of life.

6
LISTA DE ABREVIAÇÕES

TEA- Transtorno do Espectro Autista


DSM- Dicionário de Saúde Mental
SUS- Sistema Único de Saúde
QVF- Qualidade de Vida de Famílias que têm filhos com deficência intelectual leve,
associada ao TEA
CID- Classificação Internacional de Doenças

7
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Fluxograma das etapas de seleção dos artigos .

8
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Informações dos artigos incluidos na revisao integrativa .

9
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11
2. OBJETIVOS .................................................................................................. 13
Objetivo Geral ...................................................................................................... 13
Objetivos Específicos ........................................................................................... 13
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 14
4. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 15
4.1 História do Autismo ........................................................................................ 15
4.2 Dados Epidemiológicos e Diagnóstico do Autismo ........................................ 16
4.3 Cuidados no Âmbito Familiar em Crianças com TEA ..................................... 17
4.4 Nutrição e Autismo ......................................................................................... 18
4.5 Seletividade Alimentar em Crianças Autistas ................................................. 20
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 22
5.1 Fluxograma das Etapas de Seleção dos Artigos ............................................ 22
5.2 Discussão ...................................................................................................... 30
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 32
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 34

10
1. INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Autismo é descrito como um


transtorno mental. Ele é responsável por alterações importantes tanto no
comportamento, quanto no desenvolvimento cognitivo do indivíduo, a real causa do
autismo ainda é desconhecida, mas alguns fatores como, genéticos e ambientais
podem estar ligados ao grande aumento de pessoas nascidas com TEA. Há tempos
não existiam comprovações que dessem respaldo a um diagnóstico da doença, isso
dificultava todas as questões relacionadas ao tratamento da mesma. Ao longo dos
anos, os resultados foram se tornando mais eficazes, vários estudos foram feitos e
aprimorados, permitindo assim, um controle cada vez melhor da situação Magagnin,
et al., (2021 ).
Indivíduos com TEA apresentam dificuldades de integração social e
comunicação, além disso, também não conseguem se alimentar de maneira
adequada, possuem uma seletividade alimentar muito grande e isso contribui
diretamente para uma piora significativa da doença.
Dovey, et al. (2019) reforçam que crianças com seletividade alimentar
apresentam uma maior dificuldade de expor os problemas de origem
comportamental. A nutrição exerce um papel fundamental na manutenção da vida
de todos os seres vivos de modo geral. Desta forma, a criança precisa estar bem
nutrida, consequentemente com uma flora intestinal saudável para que consiga
desenvolver novas habilidades, uma vez que já se sabe da conexão direta que existe
entre intestino e cérebro. Também se faz necessário ainda, citar o aumento da
obesidade especialmente desse público, que é desencadeada por conta do
comportamento alimentar podendo caracterizar-se total ou parcialmente seletivo,
algumas crianças apresentam também alguma dificuldade de mastigação, deglutição
no posicionamento da língua dentro da boca, fala e na respiração (REGO, 2012).
Pode- se dizer que o TEA ainda é um assunto considerado um tabu perante
a sociedade, ainda existem poucas comprovações que podem contribuir para o
fechamento de um diágnóstico preciso, mas é evidente que já houve um avanço por
parte da ciência e muitas crianças já podem ter seus diagnósticos a partir de dezoito

11
meses de vida, isso facilita a adesão ao tratamento e muitos outros problemas
podem ser evitados.O diagnóstico clínico se dá por uma junção de dados obtidos
por meio do histórico da criança e algumas características apresentadas pelas
mesmas (ALMEIDA; NEVES, 2020).
Pessoas com autismo possuem uma característica que compromete
seriamente o desenvolvimento na parte de interação social, elas não conseguem
estabelecer uma boa comunicação e o comportamento é algo vago, os mesmos
possuem um mundo paralelo. A maioria dos estudos existentes, até o momento,
trazem dados comprovando que o entendimento acerca do convívio social
desenvolvido por portadores de TEA é formulado de maneira equivocada isso pode
ter relação com o fato de existir uma dificuldade maior por parte deles de
compreender o mundo(GUEDES, et al.,2015).
Os indivíduos com TEA apresentam outras condições que comprometem a
saúde como todo. Deste modo, eles precisam de um acompanhamento constante
com profissionais de uma equipe multidisciplinar, neste contexto, o Nutricionista
trabalha com a possibilidade tanto da Nutrição Comportamental, auxiliando tanto na
questão da seletividade de alimentos, quanto na melhora da flora intestinal, pois
como foi citado anteriormente, pessoas com a Síndrome do Espectro Autista
normalmente possuem o intestino inflamado, devido a falta de nutrientes específicos
isso também possui uma séria relação com o comprometimento do sistema
imunológico do paciente (Emidio, et al., 2014).

12
2. OBJETIVOS

Objetivo Geral

Analisar o aumento de crianças nascidas com TEA nos últimos anos e o


papel do Nutricionista no auxílio da alimentação das mesmas.

Objetivos Específicos

Discutir sobre o Transtorno do aspectro Autista de maneira que possa


enfatizar o auxílio do Nutricionista na alimentação, principalmente de crianças
seletivas;
Destacar o impacto que o aumento de crianças com TEA pode causar nas
famílias e entender como acontece a inclusão desses indivíduos no âmbito social.

13
3. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho trata de uma revisão integrativa, que utilizou como base
de dados as plataformas SciELO(12 Artigos), PubMed(01 Artigo), Google
Acadêmico(01 Artigo). Os critério de inclusão utilizados foram: atrigos originais
publicados em Língua Portuguesa entre 2012 e 2022. Para este estudo foi feita uma
pesquisa sobre o tema apresentado, utilizando os seguintes descritores: crianças
com síndrome do transtorno do espectro autista, seletividade alimentar em crianças
autistas, nutrição e crianças com TEA, crianças com TEA e diagnóstico e dados
epidemiológicos de crianças com TEA.
Para desenvolver o referencial teórico deste trabalho, foram excluídos os
estudos que não atendiam ao objetivo proposto para o desenvolvimento desta
revisão ou apresentavam textos incompletos. Houve ainda o cuidado de não salvar
artigos iguais para não atrapalhar no processo de desenvolvimento do trabalho.
Para selecionar os estudos foi utilizado o método de leitura tanto dos
resumos , quanto dos textos na íntegra dos artigos escolhidos. Para desenvolver
este trabalho foram utilizados um total de (14 Artigos).

14
4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 História do Autismo

De acordo com o que foi descrito por Dias (2015), os primeiros estudos sobre
o que posteriormente seria classificado como “Autismo” foram publicados em 1943
por um Psiquiatra Austríaco chamado Leo Kanner. Inicialmente, no estudo feito por
ele, o distúrbio em questão foi chamado de “Distúrbio Autístico do Contato Afetivo”,
no qual os indivíduos com essa condição apontavam características
comportamentais específicas, o artigo de Kanner relatou casos de crianças com
solidão excessiva, relações afetivas comprometidas, comprometimento da
linguagem, verbal e não verbal, eles ainda apresentavam dificuldades de adaptação
em novas rotinas. Os primeiros sinais foram apresentados pelas crianças estudadas
ainda na primeira infância e por este motivo foi denominado por Kanner como
“Autismo infantil precoce”. Em 1944, o pediatra também Austríaco Hans Asperger
escreveu sobre a predominância de casos em crianças do sexo masculino e nomeou
de “Psicopatia Autística Infantil”. Seu estudo que foi concluído anterior ao de Kanner,
não ganhou reconhecimento imediato devido ao fato de ter sido publicado nos
idiomas Alemão e Holandês, durante a Segunda Guerra Mundial. A luta da classe
científica para entender as possíveis causas do autismo e suas complexidades se
estendeu até o século XXI e hoje temos o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que
é descrito com alguns graus de classificação que podem variar de acordo com a
dependência do indivíduo(EVÊNCIO e FERNANDES., 2019).
O autismo é estudado em todo o mundo há quase 80 anos, suas causas
ainda são pouco conhecidas. Em 1952, começaram a surgir alguns manuais com
inteção de melhor atender a população, que necessitava de informações que
ajudassem no tratamento precoce do autismo, outros manuais foram elaborados no
decorrer dos anos, mas em 2013, surgiu o Dicionário de Saúde Mental (DSM ) V ,
que juntamente com as CID-10 e CID-11, consegue diagnosticar e classificar essa
condição do TEA nos dias atuais.O autismo ainda é considerado uma incógnita
pelos estudiosos, apesar de muitas pesquisas relacionadas ao tema, ainda existem

15
muitas lacunas a serem preenchidas.

4.2 Dados Epidemiológicos e Diagnóstico do Autismo

Desde a década de 1960, quando aconteceu o primeiro estudo


epidêmiológico na Inglaterra, os números de casos sofreram uma crescente
considerável, atualmente existe um grande número de pessoas com (TEA), de
acordo com dados recentes a prevalência é de uma para cada 160 crianças no
mundo com essa condição. Diante do contexto apresentado, a Organização Mundial
de Saúde(OMS) sinaliza que poderá haver um aumento significativo dos casos nos
próximos anos e poderá se transformar em um grave problema de saúde pública
mundial,(ALMEIDA; NEVES, 2020).
É notório que o autismo ainda se trata de um problema com difícil aceitação,
tanto pela sociedade, quanto pelos próprios pais de crianças com essa condição,
mas é sabio que aceitar é o primeiro passo para que a pessoa possa aderir ao
tratamento que deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico da doença.
Devido ao avanço da ciência, esse diagnóstico vem cada vez mais rápido,
anteriormente isso era um pouco mais complicado.
O diagnóstico deve-se da através de alguns sinais e sintomas que ao longo
dos anos ainda se manterão presente, como: interação social, comunicação e um
padrão restrito de repetição. FERNANDES (2020) traz um estudo de diagnóstico do
autista no século XXI, que foi aborda alguns temas importantes para a literatura, os
mesmos mostram que a diagnose do TEA tende a considerar dois ou mais sintomas
na área de interação social, pelo menos um na área de comunicação, e pelo menos
um na área de comportamentos restritos, repetitivos e estereotipados; a maior parte
dos autistas tendem a apresentar estes sintomas, fatores cruciais para o diagnóstico.
No estudo em questão ,o ponto considerado mais relevante foi o de interação social,
no qual as relações de companheirismo, satisfação, interesses ou realizações com
outras pessoas tendem a mostrar mais comunicação, onde a falta de criatividade e
fantasia, deficiências na linguagem oral, ausência de brincadeiras de faz de conta,
linguagem estereotipada, repetitiva, déficits no desenvolvimento de manter

16
relacionamentos, ausência de comunicação não verbais, comunicação social, os
padrões restritivos e repetitivos de comportamento, seria a hiper ou hiporreatividade,
entradas sensorial do ambiente, padrões ritualizados de comportamento verbal ou
não-verbal, movimentos motores ou uso de objetos, aderência excessiva a rotinas,
resistência excessiva a mudanças, e interesses fixos a restritivos. Todas essas
carências ou excessos foram estudadas nessa pesquisa, demonstrando-se, alguns
casos importantes.

4.3 Cuidados no Âmbito Familiar em Crianças com TEA

A família é o principal espaço de socialização da criança e o assunto principal


de seu cuidado, tendo a potencialidade de acolher suas obrigações, com vistas ao
suporte e promoção de seu potencial de desenvolvimento. Nesse aspecto, o
aparecimento de uma condição crônica e o seu manejo das interações familiares são
um desafio, o que pode determinar o enfraquecimento dos laços familiares e de sua
estrutura. A família identifica que certos comportamentos da criança, em
circunstâncias onde sente a aparente desconforto ou é contrariada, são agressivos e
pouco comuns para crianças autistas. Cabral (2021), mostra em uma parte de uma
pesquisa sobre a inclusão familiar e escolar de crianças autistas, uma abordagem do
trabalho feita numa subcategoria de inclusão de crianças com TEA, nas vivências de
pais e professores com a inclusão dos portadores da mesma. A parceria entre família
e escola é algo que enfatiza o desenvolvimento e envolvimento entre duas etapas,
entre as características do autismo com as quais convivem nota-se que a falta de
troca de afeto como a mais angustiante, pois muitos não conseguem expressar o que
realmente está sentindo.
Os pais e professores têm a maior noção de como é a inclusão no âmbito
familiar e escolar por estarem diretamente presentes com as crianças, algumas
pessoas de fora vêem o autista como um problema à parte, até na família. Quando se
tem os primeiros sinais de suspeita levam o pequeno susto, daí vem um processo
de adaptação tanto em casa quanto nas escolas. O estudo citado anteriormente
mostra que alguns professores tiveram uma maior dificuldade em relação aos

17
cuidados das crianças com TEA, muitos não sabiam ou sabem como devem ser esses
cuidados por ser um pouco mais diferenciado, em todas as escolas que têm crianças
com esse transtorno deve-se ter um auxiliar para que acompanhe a criança desde a
chegada na escola até a saída.
A familia pode ser inteiramente prejudicial para portadores do autismo, caso
nao entenda o que o seu filho está passando e nao conseguir compreendê-lo
prejudicando ainda mais o grau e desenvolvimento da criança. BORILLI et al, (2022),
traz um estudo sobre qualidade de vida de famílias que têm filhos portadores de
autismo. O estudo feito com 69 familias com formulários revelou que filhos portadores
do TEA, precisam de cuidadores e interaçao social da famílias e esses cuidadores,
melhorando o bem estar emocional e físico. Assim, os familiares afetam positivamente
esses portadores entendendo o que o filho tem e o cuidado que os mesmos precisam.

4.4 Nutrição e Autismo

Quanto ao aspecto da nutrição, os autistas têm uma predisposição para


desenvolver hipersensibilidade alimentar, dificultando nas escolhas dos alimentos,
gerando uma seletividade alimentar, algumas alterações no funcionamento intestinal,
disbiose adquirida por um desequilíbrio na flora intestinal, podendo reduzir a absorção
de nutrientes. Até os dias de hoje, não há uma conduta nutricional totalmente
adequada para os portadores do autismo, porém existem alguns estudos que
mostram que uma dieta rica em ômega 3, ácido fólico, sem glúten, e sem caseína,
pode ser benéfica para esses indivíduos.
MAGAGNIN et al.,(2021), fez um estudo com abordagem qualitativa,
exploratória e descritiva com 14 pais de crianças autistas, que frequentavam escola
especial para eles. Os pais respondiam perguntas de como era o comportamento
alimentar de seus filhos, a maioria respondeu que há grande dificuldade de introduzir
novos alimentos, inclusive os in natura e minimamente processados. O estudo
mostrou que há um grande consumo de alimentos industrializados pelos mesmos, os
alimentos mais escolhidos pelos autistas geralmente são os industrializados, tendo
uma seletividade alimentar só querendo aqueles alimentos já conhecidos por eles

18
todos os dias.
As crianças autistas apresentam, com frequência, sintomas gastrointestinais
tais como: dor abdominal, diarreia crônica, flatulência, vômitos, regurgitação, perda
de peso, intolerância aos alimentos, irritabilidade, desinteria, entre outros. Alimentos
com glúten, caseína, corantes, glutamato, aspartame e muito açúcar são
comprovadamente, um problema comum para a maioria das pessoas. Para
CARVALHO (2012), de um modo geral, a maior dificuldade de uma criança autista
está relacionada a alimentação, pois muitos são seletivos crescem criando uma série
de bloqueios com as novas experiências alimentares. A seletividade pode vir a
prejudicar o intestino de crianças com autismo, pois causa uma inflamação crônica
intestinal que pode desencadear vários problemas imunológicos, também.
Segundo GAZOLA (2015), o glúten, a caseína e os peptídeos derivados
dessas proteínas podem originar a produção de linfócitos T, citosinas inflamatórias e
desencadear respostas inflamatórias, reações autoimunes e rompimento da
comunicação neuroimune. As alterações no sistema imune podem acometer pessoas
autistas. Foi detectado em crianças com TEA, níveis consideráveis de antagonistas
dos receptores de inter leucina, o qual indica o aumento na resposta celular de
macrófagos. O TEA é uma condição complexa, no qual a nutrição e os fatores
ambientais preenchem papéis primordiais para melhoria da qualidade de vida do
indivíduo.
A dieta rica em alimentos ultra processados tem um problema muito grande
por ter um mínimo de vitaminas e minerais necessários e possuírem um alto teor de
açucares o que pode levar este indivíduo a desenvolver uma obesidade, tendo em
vista esses casos, a importância do nutricionista no dia a dia de crianças autistas é
de grande valia, pelas dificuldades mencionadas, tentando, aos poucos, introduzir
alimentos mais saudáveis, vendo o padrão de seletividade e comportamento
alimentar, ajudando os pais nas dificuldades em introduzir algo novo no contexto
alimentar dessa criança, por não entender o que ela está tentando mostrar. Neste
contexto, vale ressaltar que muitos estudos mostram que uma dieta equilibrada e
antiinflamatória, rica em alimentos antioxidantes pode diminuir os níveis de inflamação
e obesidade dos autistas.

19
Alimento e nutrientes caminham lado a lado com o autismo, desde a
introduçao alimentar, ao crescimento e escolhas de alimentos, é um processo que
com o autista requer uma atençao a mais. OLIVEIRA et al, (2020), descreve uma
oficina de preparo do alimento, levando-se a observar: texturas, cores diferentes,
tamanhos, gostos, feita com 14 crianças e três adolescentes com autismo, onde os
mesmos faziam suas comidas e comiam, extimulando assim, o gosto para comer,
quebrando a rejeiçao que os mesmos tinham pelos alimentos. Trata-se de um estudo
interessante pelo fato de que a criança que prepara seu proprio alimento, com o auxilio
de profissionais, está mobilizando muitas habilidades, logo isso ajuda o
desenvolvimento da criança, associando a descoberta do prazer pela alimentaçao e
menos rejeiçao.
O comer é um ato social e está ligado ao nosso cotidiano, com portadores de
TEA, esse simples ato pode influenciar no desenvolvimento da criança. FRUTUOSO
et al, (2020), fala que o ato de comer, pode estar relacionado as doenças, comer mal
e ter falta de nutrientes pode afetar a vida do individuo, também assim é na vida dos
autista, que tem uma rejeiçao e seletividade alimentar muito grande dando uma
ênfase a falta de vitaminas e minerais.

4.5 Seletividade Alimentar em Crianças Autistas

A maioria das crianças começa a ter uma introdução alimentar com alimentos
sólidos e pastosos a partir dos seis meses de vida, com alimentos diversificados,
cores e sabores. CARVALHO (2012), cita que as crianças com TEA, por ter uma
característica mais diferenciada e dificultosa em questão de alimentação, apresenta
uma seletividade maior e uma barreira para o novo, tornando assim um problema
visível com relação a inclusão alimentar das novidades.
As crianças como TEA apresentam na maioria das vezes uma seletividade
alimentar por seu comportamento repetitivo e interesse restrito, tendo uma maior
recusa ao alimento novo essa falta de aceitação alimentar pode estar associada aos
distúrbios sensoriais muito comum no autismo, as crianças com problemas sensoriais
podem ser hiper-responsivas, tendo uma reação exagerada a determinado estimulo,

20
reagindo de forma apática e sem demonstração de interesse. CARVALHO (2013) diz
que quando esses estímulos ocorrem no meio da refeição, há uma forte experiência
sensorial presente: os odores, texturas, sabores e cores favorecem a recusa do
alimento, isso leva a uma seletividade alimentar.
Considerando que a seletividade alimentar se torna um problema muito
grande, precisa-se de um olhar mais ativo, levando-se em consideração que esse
problema pode desencadear uma deficiência nutricional muito grande nessas
crianças e pode gerar vários outros problemas de saúde, prejudicando o
desenvolvimento geral. A seletividade alimentar deve ser tratada desde cedo, sendo
de grande valia o acompanhamento de um nutricionista desde cedo no
desenvolvimento da criança autista.
A seletividade alimentar pode estar relacionada a disfunção sensorial, que é
muito abrangente nos autistas. OLIVEIRA et al, (2022), traz em seu estudo a relação
entre seletividade alimentar e disfunção do processamento sensorial em crianças com
TEA, acompanhando sua evulação e um possível pareamento, o estudo mostrou que
há uma alteraçao signficativa no perfil sensorial, muito abragente nos sistemas que
estão ligados a alimentação, mostrando sua interface com a seletividade alimentar,
podendo fazer uma terapia de integração sensorial para contribuir na melhora desse
tipo de caso.

21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Fluxograma das Etapas de Seleção dos Artigos

De maneira ilustrada, a figura 1 exemplifica os resultados obtidos no presente


estudo, que utilizou como base 14 artigos científicos, coletados nas bases de dados:
SciELO (12 Trabahos), PubMed(01Trabalho) e Google Acadêmico(01Trabalhos).

Total de artigos encontrados nas bases de dados (SciELO, PubMED


Identificação e Google Acadêmico)
(n= 403)

Artigos excluidos duplicados e pelo título


Seleção (n= 46)

Artigos excluidos após a


Artigos identificados
análise dos resumos
(n=38 ) (n=09 )

Elegibilidade

Artigos avaliados na
Artigos avaliados na íntegra
íntegra
e excluídos (n=77)
(n=29 )

Artigos incluídos na revisão integrativa


Inclusão
(n=14)

FIGURA 1: Diagrama do processo de seleção de estudos.


FONTE: Própria, criada em (2022).

22
Titulo Autores/An Objetivos Tipo de Conclusões
o Estudos
ESTUDOS MASCOTTI, O objetivo do REVISÃO Verificam a
BRASILEIROS EM T. S., presente trabalho SISTEMÁ produção
INTERVENÇÃO Barbosa, M. foi realizar uma -TICA científica no
COM INDIVÍDUOS L., Mozela, L. revisão Brasil sobre
COM TRANSTORNO O., & sistemática de TEA e as que
DO ESPECTRO Campos, artigos brasileiros abordam
AUTISTA: REVISÃO 2019 de intervenções diretamente o
SISTEMÁTICA com indivíduos tema de
com TEA. intervenção
para essa
população. As
revisões que
investigam a
produção
científica
brasileira sobre
TEA abordam
questões sobre
diagnóstico,
educação,
família,
genética e uso
de fármacos.
INGESTÃO DE GAZOLA, O objetivo deste Revisão A ingestão de
LACTOSE, Franciele; estudo foi verificar Bibliográ- lactose,
CASEÍNA E CAVEIÃO, a influência da fica caseína e o
GLÚTEN E O Cristiano. ingestão de glúten tem
COMPORTAMENT 2015 lactose, caseína e grande
O DO PORTADOR glúten pela criança influência no
DE AUTISMO portadora de comportamento
autismo na do portador de
qualidade de vida, autismo,
mostrando como quando
amenizar os retirados da
sintomas dieta, vários
apresentados sintomas são
pelos portadores amenizados
deste transtorno e
contribuir para a
melhoria do
estado geral do
paciente.
ASPERGER E SUA O autismo passa a Revisão Conclui que são
SÍNDROME 4-EM DIAS,Sandra ser considerado de variedades de
1944 E NA ( 2015). sinal de déficit Literatura uma mesma
ATUALIDADE cerebral, as entidade,
crianças autistas tornando-se
vistas como responsável

23
deficitárias, a pela grande
síndrome divulgação do
considerada autismo e da
crônica, incurável introdução da
e o tratamento noção de
restrito a área espectro no
médica e campo
pedagógica, com científico
dois impedimentos
de base: da
deficiência e o da
cronicidade.
NUTRIÇÃO E CARVALHO, O objetivo é Revisão O autismo é
AUTISMO: SOUZA, et al, oportunizar da uma condição
considerações sobre 2012. reflexão sobre a Literatura complexa, no
a alimentação do alimentação do qual a nutrição
autista autista, mostrando e os fatores
como amenizar os ambientais
sintomas descrito desempenham
em todo o artigo e papéis
também visando primordiais para
contribuir para a melhoria da
melhoria do qualidade de
estado geral do vida do
paciente, indivíduo.
conseqüentement
e melhorando a
qualidade de vida
dos pais,
familiares e
cuidadores
contratados
Análise do Lázaro, objetivo do estudo Revisão A escala visa
comportamento Milena, 2019. foi construir os de identificar as
alimentar no TEA ítens e realizar a literatura dimensões do
validade de comportamento
conteúdo e cons- alimentar que
truto da Escala de se encontram
Comportame-to alteradas,
alimentar do proporcionando
autismo. um
direcionamento
mais específico
em relação a
terapêutica,
podendo
também ser
utilizada para
mensurar a

24
evolução do
tratamento.
Seletividade Sampaio, Ana Através das Estudo de A fim de
alimentar no TEA Beatriz, 2013 ausências de caso- minimizar as
dados, do crianças/ consequências
distúrbio e de suas adoles- da má
características centes alimentação
principalmente em com TEA pro- movida
escolha pela
alimentares, esse seletividade, é
trabalho tem o importante a
objetivo de participação
alavancar mais ativa dos pais e
dados sobre o cuidadores na
tema descrito. identificação
dos sinais e
sintomas
característicos
da SA. O
tratamento
precoce evita
as
consequências
de carências
nutricionais e
possibilita o
crescimento e o
desen-
volvimento
adequado,
garantindo,
assim, melhor
prognóstico.
Diagnóstico e Fernandes, Objetivo deste Pesquisa Este artigo
evolução do autismo Conceição, estudo é analisar documen- aborda a
2020 a evolução do tal evolução do
diagnóstico do diagnóstico do
autismo no século autismo com
XXI, a partir dos base em
domínios e manuais
subdomínios em diagnósticos.
que se baseiam as Verificam-se as
categoriza-ções alterações no
nosológicas percurso desse
existentes no diagnóstico,
período. primeiro no
contexto
psiquiátrico até
sua definição
como

25
transtorno do
neurodesen-
volvimento
infantil.
Entender as
mudanças e a
evolução
desses critérios
dá margem a
discussões
quanto às
possibilidades
de impacto na
epidemiologia
do transtorno,
bem como
diferentes
instrumentos
que podem
compor e
apurar o
processo de
avaliação,
como utilização
de escalas,
avaliações
cognitivas e
novas
tecnologias.
Aspectos Magagnin, Compreender os Método As crianças e
alimentares e Soralto, et al, hábitos, qualitati- adolescentes
nutricionais de 2021. dificuldades e as vo com TEA
crianças e estratégias Pesquisa apresentam
adolescentes com alimentares de explora- uma
transtorno do crianças e tória e alimentaçao
espectro autista adolescentes com descritiva. diversificada,
transtorno do com tendençia
espectro autista. a hábitos
alimentares
disfuncionais e
significativos
comprometi-
mentos nas
atividades
sensoriais que
dificultam a
obtenção e o
estabeleciment
o de uma

26
alimentação
saudável.
Nutrição e autismo: De Carvalho, Este trabalho tem Revisão O autismo
consideraçoes sobre Souza, 2012. como objetivo, bibliográ- infantil
a alimentação do oportunizar fica. corresponde a
autista. reflexão sobre a um quadro de
alimentação do extrema
autista, mostrando complexidade,
como amenizar os exigindo que
sintomas descritos abordagens
acima e, também, multidisciplina-
visando contribuir res sejam
para a melhoria do efetivadas,
estado geral do visando-se não
paciente, somente, a
consequente- questão
mente, educacional e a
melhorando a socialização,
qualidade de vida mas,
dos pais, principalmen-te,
familiares e a questão
cuidadores médica e a
contratados. tentativa de
Justifica-se pela estabelecer
necessidade de etiologias e
trazer à tona, quadros
novas discussões clínicos bem
sobre a definidos,
alimentação dos passíveis de
portadores da prognósticos
síndrome. precisos e
abordagens
terapêuticas
eficazes.
História do Autismo: Evêncio e Conhecer a Artigo Diante de
Compreensões Fernandes, hstória do Autismo científico várias vertentes
iniciais. 2019. , visando a encontradas no
compreensão de tratamento de
como se deu o pessoas com
diagnóstico aos TEA, faz-se
primeiros casos e necessária a
como estes se compreensão
embasam os mais detalhada
conhecimentos acerca do tema.
científicos na
atualidade.
Terapia com base Oliveira, Analisar a relaçao Estudo de Alterações no
em integracao Souza, 2022. entre seletividade caso, perfil sensorial
sensorial em um alimentar e a Revisao estiveram
caso de transtorno disfunçao do relacionadas

27
do espectro autista processa-mento qualita- com a
com seletividade sensorial em tiva dificuldade
alimentar. criança com alimentar,
transtorno do evidenciando
espectro que a
autismo(TEA) e seletividade no
acompanhar sua caso estudado
evoluçao com tinha origem
abordagem sensorial
terapeutica de superada com
intervençao terapia de
sensorial. integração
sensorial.
Qualidade de vida BORILLI, Esta pesquisa Transver- A QVF foi
familiar entre MELO, et al, avaliou a QVF sal e sustentada por
familias que tem 2020 entre famílias que Descri- aspectos como
filhos com têm filhos com DI tiva a interação
deficiência leve associada a familiar e o
intelectual leve TEA leve. cuidado dos
associado ao pais com os
transtorno do filhos. Melhorar
espectro do autismo o bem estar
leve. emocional e as
condições
físicas e
materiais
familiares,
provavel-mente
afetará
positivamente a
qualidade de
vida dessas
famílias.
Sem receita. OLIVEIRA, Fazer oficinas com Artigo Após esta
Deslocamentos do FRUTUOSO, as crianças no científico experiência, as
olhar da nutriçao 2020 local, visando a oficinas
sobre o comer de socializaçao, culinárias e
crianças autistas. pegar nos atividades
alimentos, texturas compartilhadas
e o comer com o com os
auxílio de varios pais foram
profissionais da inseridas
área. rotineiramente
no escopo de
ações da
instituição.
Temos notado
a familiaridade
de algumas
crianças com

28
as oficinas
culinárias
identificando,
por exemplo, o
tema/prepara-
ção, mediante a
visualização
dos
ingredientes. À
medida que os
grupos das
crianças se
reorganizam
(saída ou
inserção de
participantes),
novas tramas,
possibilida-
des e
envolvimento
são percebidos,
(re)configuran-
do a dinâmica
alimentar desse
público.
Muito além dos FRUTUOSO, Este estudo Pesquisa Conclui-se que
nutrientes: OLIVEIRA, indagou como Etno- as interações
experiências e 2020. ampliar a análise gráfia de estabelecidas
conexões com da alimentação de campo. com alimentos
crianças autistas a crianças autistas, e utensílios
partir do cozinhar e consideradas apontam para a
comer juntos. inadequadas pela importância da
seletividade comida e do
alimentar ou pela cozinhar como
dificuldade de mediadores da
interação nos conexão das
momentos das crianças com
refeições, seus pares,
atribuídas a com os adultos
alterações no e com o mundo.
processa- mento Essa
sensorial e a experiência
dificuldades rompeu com a
sociais, valorização
comunicativas e homogenei-
cognitivas zadora das
descritas no dificuldades de
transtorno. interação das
crianças
autistas e

29
reforçou a
comensalidade
como
ferramenta de
construção de
redes de
cuidado.
Pensar a
alimentação
dessas crianças
em uma
perspectiva
ampliada é
valorizar a
subjetividade, a
relação com o
alimento e a
interação entre
pessoas nos
momentos das
refeições para
além da
compreensão
biológica
restrita aos
nutrientes.
QUADRO 1: Informações de artigos incluidos na revisão integrativa .
Fonte: Autora, (2022).

5.2 Discussão

De acordo com a problemática abordada neste trabalho e


consequentemente com os dados obtidos através das análises dos estudos foi
possível entender que crianças portadoras do autismo, tendem a apresentar vários
tipos de comportamentos diferentes do que pode ser considerado dentro do padrão
de normalidade, tanto no que diz respeito ao convívio social,quanto em questões que
envolvem fatores biológicos , podemos citar a forma de se alimentar. O diagnóstico
do autismo é complexo e envolve várias etapas de estudo , até que se chegue em
um resultado confiável.
Para Evencio e Fernandes(2019) o autismo já era uma condição presente na
vida das pessoas muito antes do diágnóstico criado por Leo Kanner, no qual o
mesmo, pode ser classificado com níveis que podem variar de leve até mais grave.

30
Diante do aumento de crianças com TEA, os artigos encontrados mostraram que
muitas delas tendem a desenvolver seletividade alimentar, intoleâncias e alergias. A
ingestão de alimentos específicos podem trazer grandes prejuizos para microbiota
intestinal destes indivíduos, tendo como consequências graves, diarréias constantes,
vômitos, impedindo também o ganho de peso saudável dessas
crianças(GAZOLA,2015).
Crianças com TEA necessitam de cuidados especiais , principalmente no que
diz respeito à alimentação, isso deve ocorrer desde os primeiros meses de vida, pois,
é necessário que se leve em consideração a necessidade de uma alimentação
adequada para o desenvolvimeto geral destes, CARVALHO, SOUZA , et al.;2012.
Deste modo, entende-se que, o Portador do TEA, necessita de cuidados
exclusivos e devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar. Neste
contexto, destacamos o profissional da Nutrição que atuará na prescrição dietética,
na qual incluirá alimentos e nutrientes específicos com o objetivo de desinflamar a
microbiota intestinal deste paciente e consequantemente promover uma melhora do
sistema imunológico, este cuidado também contribuirá para uma melhora simultânea
do perfil nutricional e da saúde geral desses indivíduos.

31
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o processo de elaboração deste trabalho, ficou evidenciado que


atualmente existem vários estudos científicos publicados que abordam os temas
Transtorno do Espectro Autista e alimentação, muitos deles foram analisados e de
acordo com os dados obtidos verificou-se que o TEA tem crescido muito nos últimos
anos, nesse contexto, também cresceu o número de profissionais tanto das áreas da
saúde, quanto da educação que buscam constantemente por novas respostas acerca
do tema, que podem contribuir para a melhora do diagnóstico e tratamento dos
portadores de TEA. Ao longo da pesquísa, várias publicações foram excluídas devido
a incoerência de ideias, restando apenas 15 estudos que foram utilizados para
compor o referencial teórico do mesmo.
Também ficou evidente que o autismo emite vários sinais que podem ser
vistos como alerta máximo para as famílias buscarem ajuda. Ficou claro que quando
a criança portadora de TEA não encontra um suporte adequado em tempo hábil,
ocorrerá uma piora significativa do estado de sua saúde geral, isso, muitas vezes
pode ser irreversível.
Para auxiliar na melhora do paciente autista, existem várias abordagens
terapêuticas que são eficazes no tratamento, elas auxiliam no controle das emoções
e da ansiedade, por exemplo, neste segmento também é importante citar os
medicamentos que devem ser utilizados apenas em alguns casos, como por exemplo,
no controle da depressão. Em conjunto com a nutrição é possível utilizar vários
métodos que podem ajudar nessa melhora, o nutricionista pode aplicar uma
anaminese, na qual conseguirá visualizar as especificidades de cada indivíduo e
elaborar um plano alimentar de maneira que possa incluir nutrientes necessários para
a melhora da microbiota intestinal e do sistema imunológico deste paciente.
No que se diz respeito ao papel da família é de grande valia a primeira
acolhida, quanto mais cedo a criança é diagnosticada mais rápido acontecerá o
tratamento. Por fim, vale ressaltar que, a nutrição melhora significativamente a vida
dos portadores do TEA, assim o nutricionista irá auxiliar na melhora do aporte
nutricional da alimentação destes indivíduos, o que implicará em bem estar de

32
maneira geral. Ainda deve ser levado em consideração que o trabalho com equipes
multidisciplinares e nas escolas melhora gradativamente a vida dos autistas, pois a
inclusão social também se trata de um ponto determinante para que o tratamento
consiga obter a eficácia desejada.

33
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maíra Lopes e NEVES, Anamaria Silva.A Popularização Diagnóstica


do Autismo: uma Falsa Epidemia?. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2020,
v. 40 [Acessado 28 Agosto 2022] , e180896. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1982-3703003180896>. Epub 09 Nov 2020. ISSN 1982-
3703. https://doi.org/10.1590/1982-3703003180896.

Ana Beatriz de Mello et al. Seletividade alimentar: uma abordagem nutricional.


Jornal Psiquiatria [online]. 2013, v. 62, n. 2 [Acessado 21 Setembro 2022] , pp. 164-
170. Disponível em: <https://doi.org/10.1590Brasileiro de /S0047-
20852013000200011>. Epub 25 Jul 2013. ISSN 1982-0208.
https://doi.org/10.1590/S0047-20852013000200011.

CABRAL, Cristiane Soares, FALCKE, Denise e MARIN, Angela HelenaRelação


Família-Escola-Criança com Transtorno do Espectro Autista: Percepção de Pais e
Professoras. Revista Brasileira de Educação Especial [online]. 2021, v. 27
[Acessado 21 Setembro 2022] , e0156. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1980-
54702021v27e0156>. Epub 23 Jul 2021. ISSN 1980-5470.
https://doi.org/10.1590/1980-54702021v27e0156.

CARVALHO, J. A.; SANTOS, S. C. S.; CARVALHO, M. P.; SOUZA, L. S. Nutrição e


autismo: considerações sobre a alimentação do autista. Revista Científica do ITPAC,
v.5, n.1, 2012.

DE CARVALHO, Jair Antonio et al. Nutrição e autismo: considerações sobre a


alimentação do autista. 2012.

Dias, Sandra. Asperger e sua síndrome em 1944 e na atualidade. Revista


Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental [online]. 2015, v. 18, n. 2
[Acessado 13 Setembro 2022] , pp. 307-313. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1415-4714.2015v18n2p307.9>. ISSN 1984-0381.
https://doi.org/10.1590/1415-4714.2015v18n2p307.9.

Dovey T.M, Kumari V, Blissett J; A gangue de ciência dos pais dos reféns da hora
da refeição. Comportamento alimentar, problemas comportamentais e perfis
sensoriais de crianças com transtorno de ingestão alimentar evitáda/restritiva
(ARFID), transtornos do espectro autista ou alimentação exigente: Mesmo ou
diferente? Psiquiatria Eur. 2019 Set;61:56-62. doi: 10.1016/j.eurpsy.2019.06.008.
Epub 2019 Jul 13. 31310945.

EMIDIO, S. P. P.et al. Avaliação Nutricional em Portadores Da Síndrome


Autística.Nutrire Baruerí, v.34, n 28,p 382-382, 2014.

EVÊNCIO, Kátia Maria de Moura; FERNANDES, George Pimentel . História do


Autismo: compreenções iniciais.Id on Line Rev.Mult. Psic., 2019, vol.13, n.

34
47,p.133-138.ISSN:1981-1179.

Fernandes, Conceição Santos, Tomazelli, Jeane e Girianelli, Vania ReisDiagnóstico


de autismo no século XXI: evolução dos domínios nas categorizações nosológicas.
Psicologia USP [online]. 2020, v. 31 [Acessado 20 Setembro 2022] , e200027.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-6564e200027>. Epub 28 Out 2020.
ISSN 1678-5177. https://doi.org/10.1590/0103-6564e200027

GAZOLA, Franciele; CAVEIÃO, Cristiano. Ingestão de lactose, caseína e glúten e


o comportamento do portador de autismo. Revista Saúde Quantica, vol. 4, nº 4.
Janeiro a dezembro/ 2015.

GUEDES, Nelzira Prestes da Silva e TADA, Iracema Neno CecilioA Produção


Científica Brasileira sobre Autismo na Psicologia e na Educação. Psicologia:
Teoria e Pesquisa [online]. 2015, v. 31, n. 3 [Acessado 28 Agosto 2022] , pp. 303-
309. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-37722015032188303309>. ISSN
1806-3446. https://doi.org/10.1590/0102-37722015032188303309.

Magagnin, Tayná et al. Aspectos alimentares e nutricionais de crianças e


adolescentes com transtorno do espectro autista. Physis: Revista de Saúde
Coletiva [online]. 2021, v. 31, n. 01 [Acessado 26 Agosto 2022] , e310104. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310104>. Epub 12 Abr 2021. ISSN
1809-4481. https://doi.org/10.1590/S0103-73312021310104.

REGO, S. W. E. Autismo: fisiopatologia e biomarcadores. Covilhã, 2012.


Dissertação(Mestrado) – Universidade da Beira Interior, Faculdade de Ciências da
Saúde.

Oliveira, Pâmela Lima de e Souza, Ana Paula Ramos deTerapia com base em
integração sensorial em um caso de Transtorno do Espectro Autista com seletividade
alimentar. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional [online]. 2022, v. 30
[Acessado 4 Outubro 2022] , e2824. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/2526-
8910.ctoRE21372824>. Epub 18 Mar 2022. ISSN 2526-8910.
https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoRE21372824.

Borilli, Marcela Cesaretti et al. Family quality of life among families who have children
with mild intellectual disability associated with mild autism spectrum disorder.
Arquivos de Neuro-Psiquiatria [online]. 2022, v. 80, n. 4 [Accessed 4 October 2022]
, pp. 360-367. Available from: <https://doi.org/10.1590/0004-282X-ANP-2020-0537>.
Epub 14 Mar 2022. ISSN 1678-4227. https://doi.org/10.1590/0004-282X-ANP-2020-
0537.

Oliveira, Bruna Muratti Ferraz de e Frutuoso, Maria Fernanda PetroliSem receita* *


Canção de José Miguel Wisnik (1948-), músico, compositor, ensaísta, professor de
literatura brasileira. : deslocamentos do olhar da Nutrição sobre o comer de crianças

35
autistas. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2020, v. 24
[Acessado 4 Outubro 2022] , e190597. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/Interface.190597>. Epub 20 Nov 2020. ISSN 1807-5762.
https://doi.org/10.1590/Interface.190597.

Oliveira, Bruna Muratti Ferraz de e Frutuoso, Maria Fernanda Petroli.Muito além


dos nutrientes: experiências e conexões com crianças autistas a partir do cozinhar
e comer juntos. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2021, v. 37, n. 4 [Acessado 4
Outubro 2022] , e00132020. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-
311X00132020>. Epub 30 Abr 2021. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/0102-
311X00132020.

36
TERMO DE RESPONSABILIDADE

RESERVADO AO TRADUTOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: INGLÊS, ESPANHOL OU FRANCÊS.


Anexar documento comprobatório da habilidade do tradutor, oriundo de IES ou
instituto de línguas.

Eu, ADONIAS MENEZES DE FREITAS, declaro inteira responsabilidade pela


tradução do
Resumo (Abstract) referente ao Trabalho de Conclusão de Curso intitulado:
CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA(TEA) E O AUXÍLIO DO
NUTRICIONISTA NA ALIMENTAÇÃO: revisão integrativa, a ser entregue por
EDILMA DA SILVA REIS, FÁBIO ALVES DE JESUS, VALQUÍRIA DOS SANTOS
ANDRADE, acadêmicos do curso de Bacharelado em Nutrição.

Em testemunho da verdade, assino a presente declaração, ciente da minha


responsabilidade pelo zelo do trabalho no que se refere à tradução para a língua
estrangeira.

Paripiranga, 17 de novembro de 2022.

_________________________________________________
Assinatura do revisor

37
TERMO DE RESPONSABILIDADE

RESERVADO AO REVISOR DE LÍNGUA PORTUGUESA


Anexar documento comprobatório de habilidade com a língua, exceto quando revisado pelo
orientador.

Eu, Lílian Oliveira Cavalcante Santos, declaro inteira responsabilidade pela revisão da Língua
Portuguesa do Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado: CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA(TEA) E O AUXÍLIO DO NUTRICIONISTA NA ALIMENTAÇÃO:
revisão integrativa a ser entregue por EDILMA DA SILVA REIS, FÁBIO ALVES DE JESUS,
VALQUÍRIA DOS SANTOS ANDRADE acadêmicos(as) do curso de Nutrição.

Em testemunho da verdade, assino a presente declaração, ciente da minha responsabilidade no que se


refere à revisão do texto escrito no trabalho.

Paripiranga, 3 de dezembro de 2022

Assinatura do revisor

38
39
40

Você também pode gostar