Tema 2 - Atos Processuais Penais
Tema 2 - Atos Processuais Penais
Tema 2 - Atos Processuais Penais
I- CITAÇÃO
ATENÇÃO! Por óbvio a falta/defeito na citação pode ser sanada caso o réu
compareça antes de o ato se consumar, conforme a inteligência do art. 570, do CPP,
vejamos:
EX: Imagine que o oficial de justiça queira citar BARBARA KELLY, porém ao
chegar na casa desta quem recebe o oficial é sua amiga BIG BIG, a qual se passa por
BARBARA KELLY e recebe a citação, sem, contudo, informar BARBARA KELLY do
ocorrido. Por coincidência, naquela mesma semana a ré BARBARA KELLY tentou
pegar um nada consta da justiça para se candidatar a uma vaga de emprego na Tv
tucuju, canal 24, e não conseguiu, justamente em razão daquela ação penal. Assim,
compareceu ao tribunal e tomou conhecimento do teor daquela ação penal, sanando
está a falta ou nulidade da citação. Ela irá participar de todos os termos do processo,
sendo a ela concedido prazo para apresentar resposta à acusação.
ATENÇÃO! Sendo a citação o ato que noticia ao acusado que ele tem contra
si uma ação penal, ela apenas vai se efetivar uma única vez dentro do processo! Não
há que se citar o réu mais do que uma vez. A própria execução da pena, em caso de
sentença penal condenatória, não demanda nova citação.
Obs: no processo penal, não temos a possibilidade de citação por telefone, e-mail
Espécies de ou mesmo eletrônica. O art. 6º da Lei n. 11.419/2006, inclusive, diz textualmente
Citação que não se admite citação eletrônica no processo penal. Qualquer tentativa nesse
sentido, culminará em uma citação nula, por falta de previsão legal.
Dúvidas Frequentes:
1- Citação do PRESO deve ser PESSOAL ainda que este esteja fora da
unidade federativa onde o juízo que está lhe citando possui jurisdição
(art. 360, do CPP);
2- Citação do FUNCIONÁRIO PÚBLICO também é PESSOAL. O art.
359, do CPP, apenas dispõe que o dia designado para o funcionário
público comparecer em juízo, como acusado, será notificado não só
este, mas também seu chefe na repartição, no afã de garantir a
continuidade da prestação do serviço público;
3- A citação do MILITAR DA ATIVA É UM EXCEÇÃO A REGRA, o art.
358, do CPP, dispõe que a citação do militar será por intermédio do
chefe do respectivo serviço. O juiz expede ofício ao chefe do
respectivo serviço, e o chefe é quem vai efetivar a citação do militar.
I.IV- CITAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA e CARTA ROGATÓRIA e
CARTA DE ORDEM
juízo deprecado, ao receber a carta,
determina a expedição de mandado a
ser cumprido por oficial de justiça,
visando à citação do réu. Após isso, será
devolvida ao juízo deprecante.
CARTA DE ORDEM: A carta de ordem também visa a citar réu que não reside
na sede da jurisdição do Tribunal processante. por exemplo, em um processo
de Competência Original do Supremo Tribunal Federal que tenha por réu
pessoa que reside em Minas Gerais, por exemplo. Nesse caso, o Supremo
Tribunal Federal expede uma Carta de Ordem, visando a que aquele réu seja
citado no local em que se encontra, o que será efetivado pelo juízo da
comarca da residência do réu.
ATENÇÃO! A carta rogatória também vai ser utilizada para efetivar citações em
legações estrangeiras, ou seja, em embaixadas e consulados. Dessa forma,
caso haja a necessidade de citar alguém que resida em embaixada ou consulado
estrangeiro, a citação irá se operacionalizar por meio de carta rogatória.
Atenção! Para que esse efeito se opere, preciso ter um acusado que
foi citado por edital e que não compareceu e nem constituiu advogado, ou seja,
que não apresentou resposta à acusação no prazo legal. Se o réu foi citado por
outros meios (por mandado ou por hora certa, por exemplo). NÃO HAVERÁ
SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL! O art. 366 do CPP tem aplicação
ao citado por edital que não comparece. Portanto, fique ligado!
Verifica-se qual a pena máxima em abstrato que a lei penal prevê para
aquele crime que está sendo imputado ao réu. A partir daí, verifica-se no
dispositivo do Código Penal (art. 109) que trata da prescrição em quantos anos
prescreve aquele crime. Exemplo: um crime que prescreve em 8 anos vai ficar
suspenso (o processo e a prescrição) pelo prazo de 12 anos. Após isso, o
processo volta ao trâmite regular. Caso se atinja o prazo prescricional (que voltou
a correr!), há que se reconhecer a prescrição.
A prisão preventiva no art. 366 não pode, jamais, ser considerada uma
prisão automática. Não é o simples fato de ter o acusado sido citado por edital e não
ter comparecido e nem constituído advogado que leva à prisão dele. deve ser
demonstrado os requisitos e pressupostos da prisão preventiva, previstos nos arts.
312 e 313 do CPP, para poder decretá-la. Não se pode presumir que o réu está
tentando se furtar à aplicação da lei penal porque ele não atendeu ao chamamento do
edital, pois quem tem hábito de ler edital? Pode ser, que o réu não tomou
conhecimento da ação penal pelas circunstâncias da vida, e não porque está fugindo.
Afirma que no processo por crime nela previsto, não se aplica o art. 366 do
Código de Processo Penal, e em caso de ser o réu citado por edital, o processo irá
prosseguir até o julgamento, com nomeação de defensor. A doutrina critica esse
dispositivo, dizendo ser inconstitucional por ferir o princípio da ampla defesa, mas há
questão de prova de concurso exigindo o conhecimento da literalidade desse
dispositivo.
Tal modalidade se aplica ao acusado que se oculta para não ser citado. Caso
o oficial de justiça constate que o réu está se ocultando, não precisa sequer informar
antecipadamente tal fato ao juiz. É dever de ofício dele tomar as providências
necessárias para efetivar a citação por hora certa. E o procedimento adotado é o
mesmo do Código de Processo Civil, que, no seu art. 252, traz como requisitos para
a citação por hora certa:
• o acusado tem que ter sido procurador por duas vezes em seu de
endereço e não ser encontrado;
ATENÇÃO! Caso o réu, citado por hora certa, não venha aos autos, não
apresente resposta à acusação, o juiz vai nomear advogado dativo e
determinará o prosseguimento do feito, nos termos do parágrafo único do art.
362 do Código de Processo Penal.
É importante não confundir citação por hora certa com citação por edital:
PRINCÍPIO DA SIMETRIA ou CONGRUÊNCIA NO A mutatio libelli tem total relação com o PRINCÍPIO DA
CPP: Relação entre os fatos e a Sentença. Obs: CONGRUÊNCIA OU SIMETRIA, pois como os fatos
no CPC, o mesmo princípio relaciona a sentença narrados na denúncia devem guardar perfeita
ao pedido correlação com a sentença, se houve alteração nos
fatos é necessário o aditamento da denúncia.
O momento correto para que o juiz promova a
correção é por ocasião da sentença, nos termos do A mutatio libelli NÃO PODE OCORRER EM SEGUNDO
art. 383 do CPP. Excepcionalmente, todavia, poderá GRAU DE JURISDIÇÃO, como prevê a Súmula 453 do STF,
fazer em momento anterior, até mesmo por que tem grande incidência em concursos públicos: “Não
ocasião do recebimento da denúncia quando: 1. A se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo
incorreta capitulação importar em supressão de único do CPP, que possibilitam dar nova definição
algum benefício ao réu ou quando. Ex: Sursi jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância
Processual no crime de furto 2. A incorreta elementar não contida, explícita ou implicitamente, na
capitulação importar em deslocamento da denúncia ou queixa”
competência criminal. Ex: lesão corporal não
relacionada ao genero feminino Caso ocorra o aditamento, o defensor do acusado será
ouvido no prazo de 5 dias, antes de o juiz receber o
A emendatio libelli é cabível tanto em primeira aditamento. Admitido o aditamento, o juiz deverá
instância quanto na fase recursal, diversamente do designar dia e hora para a continuação da audiência,
que acontece com a mutatio libelli. No entanto, com oitiva de até 3 testemunhas de cada parte e novo
para que seja aplicada a emendatio libelli em interrogatório do réu, debates e julgamento.
segunda instância, é necessário que NÃO HAJA
reformatio in pejus.