Oncológicas Guia de Condutas Do Hospital de Base. IGESDF
Oncológicas Guia de Condutas Do Hospital de Base. IGESDF
Oncológicas Guia de Condutas Do Hospital de Base. IGESDF
Oncológicas do
Hospital de Base
Organização de
Amanda Bruder Rassi,
Daniel da Motta Girardi
Rodrigo Bovolin de Medeiros
Hospital de Base
Inst. de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal
Brasília-DF
Julho, 2019
Fotos: HB e IGESDF
Projeto gráfico: Haroldo Brito
Diagramação: Criatus Design
Diretor Presidente
Francisco Araújo
Diretora Vice-Presidente
Janaína Ramos de Miranda
Diretor de Atenção Hospitalar
Júlio Cesar Ferreira Junior
Diretor de Ensino e Pesquisa
Everton Macêdo Silva
Diretor de Apoio Operacional
Manoel Luiz Narvaz Pafiadache
Diretora de Atenção Pré-Hospitalar Fixa
Nadja Regina Vieira Cavalcante Carvalho
Superintendêcia de Assistência a
Saúde do Hospital de Base
Antônio Bonaparte de Santana Ferreira Junior
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA DO IGESDF
Gerência da Escola de Saúde
Laércio Lima Luz
Gerência de Incorporação e Gestão do Conhecimento
Niedja Bartira Rocha Nogueira
Gerência de Incorporação e Pesquisa Clínica
Amanda Bruder Rassi
EDITORES
6
O objetivo desse manual é registrar e dar trans-
parência às práticas do nosso serviço, onde nos
esforçamos para conciliar os avanços do trata-
mento do câncer com a realidade econômica do
nosso país, valorizando a obediência aos princí-
pios do Sistema Único de Saúde (SUS) – a univer-
salidade, a integralidade e a equidade.
Os capítulos estão divididos por patologias e em
cada um constam os protocolos de tratamento
para cada estágio da doença. Trata-se de um tra-
balho dinâmico, fruto de um esforço coletivo.
Editores:
Amanda Bruder Rassi
Daniel da Motta Girardi
Rodrigo Bovolin de Medeiros
7
—
Sumário
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO 11
13 C ÂNCER DE BEXIGA
21 C ÂNCER DE PRÓSTATA
31 C ÂNCER DE PÊNIS
37 C ÂNCER DE RIM
45 C ÂNCER DE TESTÍCULO
MESOTELIOMA235
237 M ESOTELIOMA
GLIOMAS243
245 N EOPLASIA MALIGNA DO ENCÉFALO
SARCOMAS251
253 SARCOMA DE PARTES MOLES
265 O STEOSSARCOMA
271 G IST
275 SARCOMA DE KAPOSI
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
Tx – Tumor primário não pode ser avaliado.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
Ta – Carcinoma papilar não invasivo.
Tis – Carcinoma in situ (CIS).
T1 – Invasão de lâmina própria. .
T2 – Invasão da camada muscular própria.
T2a – Invasão da camada muscular própria superficial (me-
tade interna).
T2b – Invasão da camada muscular própria profunda (me-
tade externa).
T3 – Invasão de tecidos perivesicais (gordura perivesical).
T3a – Invasão microscópica.
T3b – Invasão macroscópica.
T4 – Invasão de esruturas extravesicais: próstata, vesículas se-
minais, útero, vagina, paredes pélvicas, parede abdominal.
T4a – Invasão de próstata, útero ou vagina.
T4b – Invasão da parede pélvica ou abdominal.
14
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
N1 – Metástase em 1 linfonodo intrapélvico (perivesical, ob-
turador, ilíaco externo e interno ou sacral).
N2 – Múltiplos linfonodos intrapélvicos (perivesical, obtura-
dor, ilíaco externo e interno ou sacral).
N3 – Envolvimento de linfonodos na ilíaca comum.
3. AGRUPAMENTO TNM
Estádio T N M
Oa Ta N0 M0
OIs Tis N0 M0
I T1 N0 M0
II T2a N0 M0
T2b N0 M0
IIIA T3a, T3b, T4a N0 M0
T1-T4a N1 MO
IIIB T1-4a N2-3 M0
IVA T4b Qualquer N M0
Qualquer T Qualquer N m1a
IVB Qualquer T Qualquer N M1b
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença Não Músculo Invasiva (Estádio clínico 0 e I)
4.1.
15
CÂNCER DE BEXIGA — CID 10: C67
Fatores de risco:
• Múltiplas recorrências em período inferior a 1 ano.
• Tumores multicêntricos.
• Qualquer lesão maior que 3 cm.
• Tumores em estádio I.
• Presença de CIS.
• Tumores de alto grau ou localização desfavorável para
ressecção.
N+ e M0)
• T2-4 e/ou N+ em estadiamento clínico: Considerar qui-
mioterapia (QT) neoadjuvante com MVAC 3 a 4 ciclos
ou CG por 4 ciclos ou MVAC DOSE DENSA 3 a 4 ciclos.
Após QT neoadjuvante, proceder com cistectomia radi-
cal e dissecção linfonodal estendida [2-5].
• pT2aN0M0 – Estádio II sem invasão linfovascular e mar-
gens cirúrgicas livres: Não há indicação de QT adjuvante.
• pT2aN0M0 – Estádio II com invasão linfovascular e/ou
margem cirúrgica comprometida e/ou T2b – ou Estádio
III a IV (T3a-T4 e/ou N+ e M0), independente de status
de invasão vascular ou margem cirúrgica: QT adjuvante –
MVAC ou MVAC DOSE DENSA 4 ciclos ou CG 4 ciclos, se
idade elevada, estado geral limitado, múltiplas co-morbi-
dades [6-8].
16
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
Estádio IV (M1) – 1ª linha
4.4.
Obs:
• MVAC e CG foram comparados em estudo de fase 3 que
não demostrou diferença estatisticamente significativa
em termos de sobrevida global, sobrevida livre de pro-
gressão e taxa de reposta, com melhor perfil de toxicida-
de para CG [11].
• PCG foi comparado ao esquema CG em estudo de fase
3 e demonstrou melhor taxa de resposta (55.5% versus
43.6%, p=0.0031) sem diferença em sobrevida global
(15.8 versus 12.7 meses, p=0.075) [14].
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
MVAC
Metotrexato 30 mg/m2 IV D1, D15 e A cada
D22 28 dias
Vinblastina 3 mg/m2 IV D1, D15 e
D22
Doxorrubicina 30 mg/m2 IV D2
Cisplatina 70 mg/m2 IV D2
17
CÂNCER DE BEXIGA — CID 10: C67
Droga Dose Via Dias Intervalo
G – CSF - 300 mcg SC D4 – D8 A cada
Filgrastim 28 dias
MVAC dose densa
Metotrexato 30 mg/m2 IV D1 A cada
14 dias
Vinblastina 3 mg/m2 IV D2
Doxorrubicina 30 mg/m2 IV D2
Cisplatina 70 mg/m2 IV D2
G – CSF - 300 mcg SC D4 – D8
Filgrastim
PCG
Paclitaxel 80 mg/m2 IV D1, D8 A cada
21 dias
Cisplatina 35 mg/m2 IV D1, D8
Gemcitabina 1000 mg/m2 IV D1, D8
CG
Cisplatina 70 mg/m2 IV D1 A cada
28 dias
Gemcitabina 1000 mg/m2 IV D1, D8,
D15
Carbo – Gemcitabina
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada
Gemcitabina 1000 mg/m2 IV D1 e D8 21 dias
MVACarbo (modificado)
Metotrexato 15 mg/m2 IV D1, D15, A cada
D22 28 dias
Vinblastina 3 mg/m2 IV D1, D15,
D22
Doxorrubicina 30 mg/m2 IV D2
Carboplatina AUC 5 IV D2
18
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
6. SEGUIMENTO
Cistoscopia A cada 3 meses para aqueles não
submetidos a cistectomia radical.
Exame Físico a cada 3 meses nos 2 primeiros
anos e a cada 6 meses do terceiro
ao quinto ano.
Exames de imagem conforme sintomas.
(Tomografias e
cintilografia óssea)
7. REFERÊNCIAS
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CÂNCER DE BEXIGA — CID 10: C67
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journal of the American Society of Clinical Oncology. 2012;30(10):1107
20
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
CÂNCER DE PRÓSTATA
CID 10: C61
daniel da motta girardi
1. DIAGNÓSTICO
• H emograma, PSA, Fosfatase alcalina (FA) e Coagulograma.
• Cintilografia óssea nos casos de: PSA > 20ng/ml, Glea-
son > 8, T3 e T4, sintomáticos e/ou FA elevada.
• Tomografia computadorizada pélvica ou ressonância nu-
clear magnética nos casos de: T3 ou T4, T1-T2 com alto
risco.
2. ESTADIAMENTO
Estadiamento AJCC, 8ª Edição
TUMOR PRIMÁRIO
TX – Tumor primário não pode ser avaliado.
T0 – Não há evidência de tumor primário.
T1 – Tumor não palpável e não visualizado em exames de
imagem.
T1a – Achado histológico incidental em 5% ou menos de te-
cido ressecado.
T1b – Achado histológico incidental em mais de 5% de teci-
do ressecado .
T1C – Tumor identificado por biópsia de agulha fina em um
ou ambos lobos, mas não palpável.
T2 – Tumor é palpável e confinado à próstata.
T2a – Tumor envolve metade ou menos de um dos lobos da
próstata.
T2b – Tumor envolve mais da metade de um lobo, mas não
invade ambos os lobos.
T2c – Tumor invade ambos os lobos da próstata.
T3 – Tumor extraprostático que não é fixo ou não invade
estruturas adjacentes.
T3a – Extensão extracapsular (unilateral ou bilateral).
T3b – Tumor invade a vesícula seminal.
T4 – Tumor está fixo ou invade outras estruturas adjacentes,
que não as vesículas seminais, como o esfincter exter-
no, reto, bexiga, musculatura elevadora pélvica e/ou
parede pélvica.
22
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
TUMOR PRIMÁRIO (T) ESTADIAMENTO PATOLÓGICO (pT)
pT2 – Confinado à próstata.
pT3 – Extensão extraprostática.
pT3a – Extensão extraprostática (unilateral ou bilateral) ou
invasão microscópica do colo vesical.
pT3b – Tumor invade a vesícula seminal.
pT4 – Tumor está fixo ou invade outras estruturas adjacen-
tes, que não as vesículas seminais, como o esfíncter
externo, reto, bexiga, musculatura elevadora pélvica
e/ou parede pélvica.
METÁSTASE (M)
M0 – Sem evidência de metástase à distância.
M1 – Presença de metástases à distância.
M1a – Metástase em linfonodos não regionais.
M1b – Metástase óssea.
M1c – Metástases em outros sítios com ou sem metástase
óssea.
3. AGRUPAMENTO TNM
Estádio T N M PSA Grupo
prognós-
tico
I cT1a – c, N0 M0 <10 1
cT2a
pT2 N0 M0 <10 1
IIA cT1a – c, N0 M0 > 10 < 20 1
cT2a, pT2
cT2b – c N0 M0 < 20 1
IIB T1 – 2
N0 M0 < 20 2
23
CÂNCER DE PRÓSTATA — CID 10: C61
Estádio T N M PSA Grupo
prognós-
tico
IIC T1 – 2 N0 M0 < 20 3
T1 – 2 N0 M0 < 20 4
IIIA T1 – 2 N0 M0 > 20 1 – 4
IIIB T3 – 4 N0 M0 Qualquer 1 – 4
IIIC Qualquer T N M0 Qualquer 5
IVA Qualquer T N1 M0 Qualquer Qualquer
IVB Qualquer T Qual- M1 Qualquer Qualquer
quer
4. PROGNÓSTICO
GRUPOS GLEASON CARACTERÍSTICAS
PROGNÓSTICOS GLEASON
1 6 3+3
2 7 3+4
3 7 4+3
4 8 4+4, 3+5, 5+3
5 9 ou 10 4+5, 5+4, 5+5
CATEGORIAS DE RISCO
Risco Baixo T1a – T2a e Gleason 6 e PSA
< 10 ng/ml
Risco Intermediário T2b – T2c ou Gleason 7 ou
PSA 10-20 ng/ml
Risco alto ≥T3a ou Gleason 8-10 ou
PSA ≥ 20 ng/ml
24
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
5. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
5.1. Tratamento da doença localizada
Manejo:
• Prostatectomia radical.
• Radioterapia externa.
Manejo:
• Prostatectomia radical.
• Radioterapia externa com ablação androgência por 6
meses.
25
CÂNCER DE PRÓSTATA — CID 10: C61
Tratamento adjuvante após prostatectomia radical [7-11]:
5.2.
Tratamento:
• Discutir prostatectomia radical de resgate.
• Discutir ablação androgênica nos pacientes com alto risco
inicial e com tempo de duplicação de PSA < 3 meses, ou
que tenham PSA > 10 ng/ml na consulta inicial da recidiva
bioquímica. A ablação pode ser intermitente ou contínua.
26
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
Obs: Pacientes com alto volume de doença são definidos
por: presença de doença visceral, pelo menos 4 sítios de
metástases ósseas com pelo menos 1 deles fora do esque-
leto axial [16].
Bisfosfonados
5.6.
6. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Docetaxel
Docetaxel 75 mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
Ciclofosfamida oral
Ciclofosfamida 100 mg VO D1 a D21 A cada
28 dias
27
CÂNCER DE PRÓSTATA — CID 10: C61
7. SEGUIMENTO
Exame Físico • A cada 3 meses nos 2 primeiros anos e a
e dosagem cada 6 meses do terceiro ao quinto ano.
de PSA • P ara os paciente em uso de
hormonioterapia: a cada 3 meses.
Exames de • A pós 4 ciclos de quimioterapia.
imagem • Conforme sintomas.
8. REFERÊNCIAS
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18. Kucuk O, Fisher E, Moinpour CM, Coleman D, Hussain MH, Sartor AO,
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30
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
CÂNCER DE PÊNIS
CID 10: C60
daniel da motta girardi
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
Tx – Tumor primário não avaliável.
T0 – Não há evidencia de tumor primário.
Tis – Carcinoma in situ (neoplasia intraepitelial peniana
– NIP).
Ta – CEC localizado não invasivo.
T1 – Glande: tumor invade a lâmina própria.
Prepúcio: tumor invade a derme, a lâmina própria ou a fás-
cia de dartos.
Corpo: tumor invade o tecido conjuntivo entre a epiderme
e o corpo cavernoso, independentemente da localização.
Todos os locais com ou sem invasões linfovascular ou peri-
neural e independente do grau.
32
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
cN1 – Linfonodo inguinal unilateral palpável, móvel.
cN2 – ≥ 2 linfonoos inguinais unilaterais palpáveis móveis ou
linfonodos inguinais bilaterais.
cN3 – Massa linfonodal inguinal fixa ou linfonodomegalia
pélvica unilateral ou bilateral.
METÁSTASE
M0 – Ausência de metástase a distância.
M1 – Metástase à distância.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
Ta
I T1a N0 M0
IIA T1b N0 M0
T2 N0 M0
IIB T3 N0 M0
IIIA T1 – T
3 N1 M0
IIIB T1 – T
3 N2 M0
IV T4 Qualquer M0
Qualquer N3 M0
Qualquer Qualquer M1
33
CÂNCER DE PÊNIS — CID 10: C60
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Pacientes operados com linfonodo negativo ou positivo
4.1.
microcóspico:
• Adjuvância: não indicada.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Interva-
lo
TIP adjuvante
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 A cada
Ifosfamida 1.200 mg/m2 IV D1 a D3 21 dias
Cisplatina 20 mg/m2 IV D1 a D3
Por 4 a
Mesna 1.200 mg/m2 IV D1 a D3 5 ciclos
Cisplatina e fluorouracil adjuvante
Fluorouracil 1000 mg/m2 IV em D1 a D4 A cada
24h 21 dias
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1 Por 4
ciclos
Carboplatina e paclitaxel 1ª linha
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 A cada
Carboplatina AUC 5 IV D1 21 dias
Por 4 a
6 ciclos
34
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
Droga Dose Via Dias Interva-
lo
Carboplatina e fluoroucacil 1ª linha
Fluorouracil 1000 mg/m2 IV em D1 a D4 A cada
24h 21 dias
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1
Paclitaxel 2ª linha
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
6. SEGUIMENTO
Exame Físico a cada 3 meses nos 2 primeiros
anos e a cada 6 meses do terceiro
ao quinto ano.
Exames de imagem conforme sintomas.
7. REFERÊNCIAS
1. Bermejo C, Busby JE, Spiess PE, Heller L, Pagliaro LC, Pettaway CA.
Neoadjuvant chemotherapy followed by aggressive surgical consolidation
for metastatic penile squamous cell carcinoma. The Journal of urology.
2007 Apr;177(4):1335-8. PubMed PMID: 17382727. Epub 2007/03/27. eng.
2. Leijte JA, Kerst JM, Bais E, Antonini N, Horenblas S. Neoadjuvant
chemotherapy in advanced penile carcinoma. European urology. 2007
Aug;52(2):488-94. PubMed PMID: 17316964. Epub 2007/02/24. eng.
3. Shammas FV, Ous S, Fossa SD. Cisplatin and 5-fluorouracil in advan-
ced cancer of the penis. The Journal of urology. 1992 Mar;147(3):630-2.
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4. Di Lorenzo G, Carteni G, Autorino R, Gonnella A, Perdona S, Ferro
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35
CÂNCER DE PÊNIS — CID 10: C60
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
CÂNCER DE RIM
CID 10: C64
gustavo bastos ribas
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
TX – Tumor primário não avaliável.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
T1 – T1a- tumor <4cm e confinado ao rim.
T1b – tumor >4 cm, mas < ou =7 cm, limitado ao rim.
T2 – T2a- tumor>7cm, mas< ou= 10 cm e confinado ao rim.
T2b – tumor > 10 cm, limitado ao rim.
T3 – T3a: tumor invade a veia renal e seus ramos, ou invade
o sistema pélvico e calicial, ou os tecidos perirrenais,
mas não ultrapassa a fáscia de Gerota.
T3b: O tumor invade a veia cava inferior abaixo do diafragma.
T3c – O tumor se estende para dentro da veia cava acima
do diafragma ou invade a parede da veia cava.
T4 – O tumor ultrapassa a fáscia de Gerota.
LINFONODOS REGIONAIS
Nx – Linfonodos regionais não avaliáveis.
N0 – Sem metástase em linfonodos regionais.
N1 – metástase em linfonodos regional (is).
METÁSTASE A DISTÂNCIA
M0 – Ausência de metástases
M1 – Metástase à distância
38
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
3. AGRUPAMENTO TNM
Estádio T N M
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T1 – 2 N0 M0
T3 N0 – 1 M0
IV T4 Qualquer N M0
Qualquer T Qualquer N M1
4. PROGNÓSTICO
Critérios de Motzer [1, 2].
• Hb< 12 mg/dL
• Cálcio sérico corrigido > 10 mg/dL
• DHL 1,5 x limite superior
• KPS < 80%
• Intervalo entre nefrectomia e tratamento < 1 ano
Banco de dados do International Metastatic Renal Cell Car-
cinoma Database Consortium (IMDC), que avaliou critérios
prognósticos em pacientes tratados com terapia de alvo
molecular anti-VEGF, validou quatro dos cinco critérios do
MSKCC (intervalo de tempo entre o diagnóstico e o trata-
mento menor que 1 ano, índice de desempenho menor que
80%, cálcio sérico elevado e presença de anemia) e adicio-
nou mais dois (neutrofilia e trombocitose):
Prognóstico bom: nenhum fator de risco; sobrevida media-
na 28,6 meses.
Prognóstico intermediário: 1-2 fatores de risco; sobrevida
mediana 14,6 meses.
Prognóstico desfavorável: > 2 fatores de risco; sobrevida
mediana 4,5 meses.
39
CÂNCER DE RIM — CID 10: C64
5. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença localizada:
5.1.
Obs:
• N
os pacientes assintomáticos com prognóstico favorá-
vel, pequeno volume de doença e evolução indolente,
pode-se considerar a observação vigilante.
Variante Sarcomatóide
• Doxorrubicina e gencitabina.
• Favorecemos os inibidores do VEGF (pazopanibe) quan-
do o componente sarcomatoide representar < 20% do
volume tumoral total.
Carcinoma Medular
• M-VAC dose densa [5]:
• Cisplatina, paclitaxel e gencitabina
Obs:
• Considerar nefrectomia em doença metastática
40
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
6. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Pazopanibe
Pazopanibe 800mg VO Diário Contínuo
Gencitabina
Gencitabina 1000/m2 IV D1, D8, D15 A cada
28 dias
Cisplatina e gencitabina
Cisplatina 70 mg/m2 IV D1 A cada
Gencitabina 1000/m2 IV D1, D8 21 dias
Doxorrubicina e gencitabina
Doxorrubicina 50/m2 IV D1 A cada 21
Gencitabina 1000/m2 IV D1, D8 ou 28 dias
MVAC dose densa
metotrexato 30 mg/m² IV D1 A cada
vimblastina 3 mg/m² IV D2 14 dias
Doxorrubicina 30/m2 IV D2
Cisplatina 70 mg/m2 IV D2
G – CSF, 300 mcg SC, do D3 ao D7
Cisplatina, paclitaxel e gencitabina
Cisplatina 35 mg/m2 IV D1, D8 A cada
Gencitabina 1000/m2 IV D1, D8 21 dias
Paclitaxel 80 mg/m2 IV D1, D8
41
CÂNCER DE RIM — CID 10: C64
6. SEGUIMENTO
Estádio I História e exame físico a cada 6 meses por
2 anos e anualmente por 5 anos.
7. REFERÊNCIAS
1. Motzer RJ, Mazumdar M, Bacik J, Berg W, Amsterdam A, Ferrara J.
Survival and prognostic stratification of 670 patients with advanced renal
cell carcinoma. Journal of clinical oncology : official journal of the Ameri-
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NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
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5. Oudard S, Banu E, Vieillefond A, Fournier L, Priou F, Medioni J, et al.
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d’Etudes des Tumeurs Uro-Genitales) study. The Journal of urology. 2007
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43
CÂNCER DE RIM — CID 10: C64
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
CÂNCER DE TESTÍCULO
CID 10: C62
daniel da motta girardi
1. DIAGNÓSTICO
• M arcadores Séricos: DHL, Alfa-Fetoproteína e Beta-HCG.
• Tomografia Computadorizada de Tórax, Abdômen e Pelve.
• Ressonância Nuclear Magnética de crânio, se clinicamen-
te indicada.
• Cintilografia Óssea, se clinicamente indicada.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
pTX – Tumor primário não avaliável.
pT0 – Sem evidência de tumor primário.
pT1 – Tumor limitado ao testículo (incluindo invasão da rede
testis) sem invasão vascular/linfática..
pT1a: Tumor < 3cm.
pT1b: Tumor > 3cm.
pT2 – Tumor limitado ao testículo e epidídimo com invasão
vascular/linfática ou tumor com extensão através da
túnica albugínea com envolvimentoda túnica vaginal.
pT3 – Tumor invade o cordão espermático com ou sem in-
vasão vascular/linfática.
pT4 – Tumor invade o escroto com ou sem invasão vascular/
linfática.
46
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
LINFONODOS PATOLÓGICOS
pNx – Linfonodos regionais não avaliáveis.
pN0 – Sem metástase em linfonodos regionais.
pN1 –
Metástase em conglomerado linfonodal < 2 cm no
maior diâmetro e < 5 linfonodos positivos nenhum
maior que 2 cm.
pN2 – Metástase em conglomerado linfonodal> 2 cm, po-
rém não maior que 5 cm no maior diâmetro; ou mais
que 5 linfonodos positivos, nenhum maior que 5cm;
ou evidência extranodal do tumor.
pN3 – Metástase em conglomerado linfonodal> 5 cm no
maior diâmetro.
METÁSTASE
Mx – Metástase a distância não avaliável.
M0 – Sem metástase à distancia.
M1 – Metástase a distância.
M1A – Metástase pulmonar ou linfonodal não regional.
M1b – Metástase em outros sítios que não pulmão ou linfo-
nodos não regionais.
MARCADORES SÉRICOS
DHL HCG Alfa–fetoproteína
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M S
IA pT1 N0 M0 S0
IB PT2 – 4
N0 M0 S0
IS Qualquer T N0 M0 S1 – 3
IIA Qualquer T N1 M0 S0 – 1
47
CÂNCER DE TESTÍCULO — CID 10: C62
ESTÁDIO T N M S
IIB Qualquer T N2 M0 S0 – 1
IIC Qualquer T N3 M0 S0 – 1
IIIB Qualquer T N1 – 3
M0 S2
IIIC Qualquer T N1 – 3
M0 S3
4. ESTRATIFICAÇÂO DE RISCO
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DA DOENÇA AVANÇADA (IGCCCG)
Seminoma Não Seminoma
Risco Baixo Qualquer AFP < 1.000 ng/ml
nível de
marcador HCG < 5.000 um/ml
48
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DA DOENÇA AVANÇADA (IGCCCG)
Risco Metástase AFP 1.000 a 10.000 ng/ml
Intermediário visceral não
pulmonar HCG 5.000 a 50.000 um/ml
Primário: testículo ou
retroperitôno
Ausência de metástase
visceral não pulmonar
Risco alto Não há AFP > 10.000 ng/ml
Primário: Mediastino
Presença de metástase
visceral não pulmonar
5. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
5.1. Estádio I
Não Seminoma:
Fatores de risco:
• Predomínio de carcinoma embrionário.
• Invasão vascular/linfático.
49
CÂNCER DE TESTÍCULO — CID 10: C62
Sem fatores de risco:
Observação vigilante nos pacientes aderentes [1].
Seminoma
Fatores de risco:
• Tamanho >4cm.
• Invasão da rede testis.
Seminoma [9]:
• Massa residual < 3 cm: Vigilância exclusiva.
50
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
• M
assa residual > 3 cm: Repetir exame de imagem preco-
ce e considerar biópsia. Se biópsia positiva ou lesão em
progressão pode ser indicada a exploração cirúrgica ou
a quimioterapia de resgate com TIP ou VeIP.
Não seminoma:
• Massa residual > 1 cm: linfadenectomia retroperitoneal.
Se houver tumor viável na patologia, prosseguir com
mais 2 ciclos da mesma quimioterapia [10].
6. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Interva-
lo
BEP
Bleomicina 30UI IV D2, D9 e A cada
D16 21 dias
Etoposídeo 100 mg/m2 IV D1 a D5
Cisplatina 20 mg/m2 IV D1 a D5
VIP
51
CÂNCER DE TESTÍCULO — CID 10: C62
Droga Dose Via Dias Interva-
lo
Ifosfamida 1.200 mg/m2 IV D1 a D5 A cada
Etoposídeo 75 mg/m2 IV D1 a D5 21 dias
Cisplatina 20 mg/m2 IV D1 a D5
Mesna 1.200 mg/m2 IV D1 a D5
Filgrastima 300 mcg SC D6 a D12
EP
Etoposídeo 100 mg/m2 IV D1 a D5 A cada
Cisplatina 20 mg/m2 IV D1 a D5 21 dias
TIP
Paclitaxel 250 mg/m2 IV em D1
24
horas
Ifosfamida 1.200 mg/m2 IV D2 a D5
A cada
Cisplatina 25 mg/m2 IV D2 a D5
21 dias
Filgrastima 300 mcg SC D6 a D12
Mesna 1.200 mg/m2 IV D2 a D5
VeIP
Cisplatina 20 mg/m2 IV D1 a D5 A cada
Ifosfamida 1.200 mg/m2 IV D1 a D5 21 dias
Vimblastina 0.11mg/kg IV D1 e D2
Mesna 1.200 mg/m2 IV D1 a D5
Gencitabina + Oxaliplatina
Gencitabina 1.000 mg/m2 IV D1 e D8 A cada
Oxaliplatina 130 mg/m2 IV D1 21 dias
52
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
7. SEGUIMENTO
Alfa – fetoproteína, DHL e A cada 3 meses no 1º e 2º
anos
Beta – HCG
A cada 6 meses a partir do
3º ano.
Tomografias de tórax, A cada 6 meses no 1º e 2º
abdome e pelve anos
8. REFERÊNCIAS
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54
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
55
CÂNCER DE RIM — CID 10: C64
NEOPLASIAS DO TRATO GENITOURINÁRIO
NEOPLASIAS
DO TRATO
GASTROINTESTINAL
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
CÂNCER DE ESTÔMAGO
CID 10: C16
marcela crosara teixeira
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
Tx – Tumor primário não avaliado.
T0 – Sem evidência do tumor primário.
Tis – Carcinoma in situ: tumor intraepitelial sem invasão de
lâmina própria, displasia de alto grau.
T1 – Tumor invade lâmina própria, muscular da mucosa ou
submucosa.
T1a – Tumor invade lâmina própria ou muscular da mucosa.
T1b – Tumor invade a submucosa.
T2 – Tumor invade a muscular própria.
T3 – Tumor invade a subserosa sem invasão do peritôneo
visceral ou de estruturas adjacentes.
T4 – Tumor invade a serosa (peritôneo visceral) ou estrutu-
ras adjacentes.
T4a – Tumor invade a serosa (peritôneo visceral).
T4b – Tumor invade estruturas adjacentes.
60
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
T2 N0 M0
IIA T2 N1 – 3 M0
T1 N1 – 3 M0
IIB T3 N0 M0
T4a N0 M0
IIIA T3 N1 – 3 M0
T4a N1 – 3 M0
IVA T4b Qualquer N M0
IVB Qualquer T Qualquer N M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença inicial - Estádio I:
3.1.
Tratamento perioperatório:
1 – FLOT se paciente < 60 anos e ECOG 0 ou 1 [2, 3].
2 - mFLOX/ Xelox se paciente > 60 anos ou ECOG 2
Tratamento Adjuvante:
Xelox 8 ciclos ou mFLOX 3 ciclos [4].
61
CÂNCER DE ESTÔMAGO — CID 10: C16
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
FLOT
5-FU 2600 mg/m2 IV Em A cada 14
24horas dias
LV 20 mg IV D1
Docetaxel 50 mg/m2 IV D1
Oxaliplatina 85mg/m2 IV D1
mFLOX
5-FU 500 mg/m2 IV D1, D8, A cada 8
D15, D22, semanas
D29, D36
LV 20 mg IV D1, D8,
D15, D22,
D29, D36
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D1, D15,
D29
XELOX
Oxaliplatina 130 mg/m2 IV D1 A cada 21
Capecitabina 1000mg/m2 VO 12/12 dias
horas
D1 a D14
XP
CDDP 60 mg/m2 IV D1 A cada 21
Capecitabina 1000 mg/m2 VO 12/12 dias
horas
D1 a D14
Irinotecano monodroga
Irinotecano 150 mg/m2 IV D1 e D15 A cada 28
dias
62
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
Droga Dose Via Dias Intervalo
Paclitaxel
Paclitaxel 80 mg/m2 IV D1, D8, A cada 28
D15 dias
6. SEGUIMENTO
Consulta e exame físico A cada 6 meses
Exames laboratoriais De acordo com
ou de imagem sintomatologia
Endoscopia Anualmente
7. REFERÊNCIAS
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64
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
CÂNCER DE ESÔFAGO
CID 10: C15
marcela crosara teixeira
1. DIAGNÓSTICO
• T omografia computadorizada de tórax, abdômen e pelve.
• Tomografia computadorizada de pescoço em tumores
de terço superior.
• Broncoscopia em tumores de terço médio.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
Tx – Tumor primário não avaliado.
T0 – Sem evidência do tumor primário.
Tis – Displasia de alto grau.
T1 – Tumor invade lâmina própria, muscular da mucosa ou
submucosa.
T1a – Tumor invade lâmina própria ou muscular da mucosa .
T1b – Tumor invade a submucosa.
T2 – Tumor invade a muscular própria.
T3 – Tumor invade a adventicia.
T4 – Tumor Invade estruturas adjacentes.
T4a – Tumor pleura, pericárdio, veia ázigos, diafragma ou
peritônio.
T4b – Tumor invade outras substâncias adjacentes como
aorta , corpo vertebral e traquéia.
66
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
GRAU HISTOLÓGICO (G)
G1 – Bem diferenciado.
G2 – Moderadamente diferenciado.
G3 – Pouco diferenciado, indiferenciado.
3. AGRUPAMENTO TNM
AGRUPAMENTO TNM PARA O CARCINOMA EPIDERMÓIDE
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 – 1 M0
IB T1 N0 M0
T2 – 3 N0 M0
II T2 N0 – 1 M0
T3 N0 M0
III T3 N1 M0
T1 – 3 N2 M0
IVA T4 N0 – 2 M0
Qualquer T N3 M0
IVB Qualquer T Qualquer N M1
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
IIA T1 N1 M0
IIB T2 N0 M0
III T2 N0 M0
T3 N0 – 1 M0
T4a N0 – 1 M0
67
CÂNCER DE ESÔFAGO — CID 10: C15
AGRUPAMENTO TNM PARA O ADENOCARCINOMA
ESTÁDIO T N M
IVA T1 – 4
a N2 M0
T4b N0 – 2 M0
Qualquer T N3 M0
IVB Qualquer T Qualquer N M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
4.1. Localizado – Estádio T1N0:
Tratamento endoscópico (para tumores Tis ou T1a)
ou cirurgia (esofagectomia) [1, 2].
Obs:
Pacientes com CEC de esôfago cervical estádio I podem
ser considerados para radioterapia isolada definitiva, se
extensão tumoral menor que 5 cm [3].
Obs:
1 - A quimiorradioterapia definitiva pode ser considerada
em pacientes com CEC ou para os casos com contraindi-
cação a esofagectomia [5, 6].
68
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
Metastático:
4.3.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina e Paclitaxel concomitante a RDT
Carboplatina AUC 2 IV D1, D8, D15, semanal
D22, D29
Paclitaxel 50 mg/m2 IV D1, D8, D15,
D22, D29
mFLOX
5-FU 500 mg/m2 IV D1, D8, D15, A cada
D22, D29, 8
D36 semanas
LV 20mg IV D1, D8, D15,
D22, D29,
D36
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D1, D15,
D29
XELOX
Oxaliplatina 130 mg/m2 IV D1 A cada
Capecitabina 1000 mg/m2 VO 12/12horas 21 dias
D1 a D14
XP
Cisplatina 60 mg/m2 IV D1 A cada
Capecitabina 1000 mg/m2 VO 12/12horas 21 dias
D1 a D14
69
CÂNCER DE ESÔFAGO — CID 10: C15
Droga Dose Via Dias Intervalo
Irinotecano monodroga
Irinotecano 150 mg/m2 IV D1 e D15 A cada
28 dias
Paclitaxel
Paclitaxel 80 mg/m2 IV D1, D8, D15 A cada
28 dias
6. SEGUIMENTO
Consulta e exame físico A cada 3 meses nos
primeiros dois anos
Solicitação de exames Dirigidos pelos sintomas
laboratoriais
Tomografias de tórax e Anualmente
abdome
Endoscopia Anualmente
7. REFERÊNCIAS
1. Pech O, Behrens A, May A, Nachbar L, Gossner L, Rabenstein T, et al.
Long-term results and risk factor analysis for recurrence after curative
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71
CÂNCER DE ESÔFAGO — CID 10: C15
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
HEPATOCARCINOMA
CID 10: C22
marcela crosara teixeira
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO PARA HEPATOCARCINOMA (AJCC- 8°
EDIÇÃO)
Metástase à distância
M0 – Sem evidência de metástase a distância.
M1 – Metástase a distância.
74
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
IA T1a N0 M0
IB T1b N0 M0
II T2 N0 M0
IIIA T3 N0 M0
IIIB T4 N0 M0
IVA Qualquer T N1 M0
IVB Qualquer T Qualquer N M1
75
HEPATOCARCINOMA — CID 10: C22
ESTÁDIO ECOG VOLUME DE ESTADO FUNCIO-
PS DOENÇA NAL DO FÍGADO
C 1–2
Invasão vas- Child – Pugh A
cular ou dis- ou B
(Avançado) seminação
extra-hepá-
tica
D 3–4
Qualquer Child – Pugh C
(Terminal)
4. PROGNÓSTICO
ESCALA DE CHILD-PUGH
Critérios 1 ponto 2 pontos 3 pontos
Bilirrubina (mg/ < 2 2-3 >3
dl)
Albumina (g/dl) > 3,5 2,8 - 3,5 < 2,8
TP (INR) < 1,7 1,71 - 2,2 > 2,2
Ascite Ausente Leve Severa
Encefalopatia Ausente Grau I ou II Grau III e IV
(ou em
tratamento)
PONTOS CLASSE SOBREVIDA EM SOBREVIDA EM
1 ANO 2 ANOS
5-6 A 100% 85%
7-9 B 81% 57%
10 - 15 C 45% 35%
76
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
5. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Baseado no sistema de estadiamento BCLC
• Cirurgia.
• Transplante hepático.
Estádio B [3]
5.2.
• Quimioembolização.
Estádio C:
5.3.
• Sorafenibe [4].
• mFLOX (opção para pacientes não tolerantes a sorafe-
nibe) [5].
Estádio D:
5.4.
6. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Sorafenibe
Sorafenibe 400 mg VO 12/12 horas Continuo
mFLOX
5-FU 500 mg/m2 IV D1, D8, D15, A cada 8
D22, D29, semanas
D36
LV 20 mg IV D1, D8, D15,
D22, D29,
D36
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D1, D15, D29
77
HEPATOCARCINOMA — CID 10: C22
7. SEGUIMENTO
Consulta e exame físico Exame clínico a cada 3
meses nos primeiros 3
anos e a cada 6 meses do
terceiro ao quinto ano.
Alfafetoproteína A cada 3 meses nos
primeiros 3 anos
Semestral do 3º ao 5º ano.
Radiografia ou tomografia Semestral nos primeiros 3
de tórax e tomografia de anos
abdômen e pelve
Anual do 3º ao 5º ano.
Cintilografia óssea Se sintomas.
8. FLUXOGRAMA
Fluxograma de tratamento do carcínoma hepatocelular
CHC
Não Não
Pressão portal normal
Child-Pugh A?
e Bilimubina normal?
Sim
Sim
Progressão
Considerar quimioterapia; ou
estudo clínico; ou
cuidados paliativos
79
HEPATOCARCINOMA — CID 10: C22
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
CÂNCER DE CÓLON
CID 10: C18
marcela crosara teixeira
1. DIAGNÓSTICO
• M arcadores Séricos: CEA.
• Tomografia Computadorizada de Tórax, Abdômen e
Pelve.
• Ressonância Nuclear Magnética de Abdômen, se clinica-
mente indicada.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
Tx – Tumor não avaliado.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
Tis – Carcinoma in situ, carcinoma intramucoso (invasão
da lâmina própria sem extensão para muscular da
mucosa).
T1 – Tumor invade a submucosa.
T2 – Tumor invade a muscular própria.
T3 – Tumor invade a muscular prórpia até os tecidos
pericolorretais.
T4a – Tumor Invade a superfície do peritôneo visceral.
T4b – Tumor invade ou está aderido a outros órgãos ou
estruturais.
82
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
METÁSTASE À DISTÂNCIA (M)
M0 – Sem evidência de metástase à distância.
M1 – Metástase à distância.
M1a – Metástase restrita a um órgão ou localização.
M1b – Metástase em mais de um órgão/localização sem me-
tástase peritoneal.
M1c – Metástase peritoneal associada ou não a metástase
em outros sítios.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
T2 N0 M0
IIA T3 N0 M0
IIB T4a N0 M0
IIC T4b N0 M0
IIIA T1 – T
2 N1/N1c M0
T1 N2a M0
IIIB T3 – T
4a N1/N1c M0
T2 – T
3 N2a M0
T1 – T
2 N2b M0
IIIC T4a N2a M0
T3 – T
4a N2b M0
T4b N1 – N
2 M0
IVA Qualquer T Qualquer N M1a
IVB Qualquer T Qualquer N M1b
83
CÂNCER DE CÓLON — CID 10: C18
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Localizado/Localmente avançado após cirurgia:
4.1.
Obs:
1 - Definição de estadio II de alto risco: T4; perfurado, cirur-
gia de urgência e < 12 LN avaliados.
2 - Pesquisar instabilidade microssatélite por imunohisto-
química em todos os pacientes. Só tratar os pacientes esta-
dio II que forem estáveis [5].
3 – Iniciar o tratamento em até três meses da ressecção do
primário. Após esse período o tratamento torna-se incerto e
não deve ser recomendado [6].
4 – Idoso > 65 anos, sempre 5-FU (Quasar) / capecitabina.
Estádio IV (Metastático)
4.2.
1ª linha: mFLOX/Xelox
2ª linha: IFL ou FOLFIRI ou Irinotecano monodroga [11, 12]
3ª linha: ECOG 0 OU 1: IROX
Obs:
Considerar nos esquemas baseados em oxaliplatina, a inter-
rupção desta droga após 12 semanas de tratamento, utili-
zando-se então apenas o 5-FU e Leucovorin como quimio-
terapia de manutenção ou mesmo férias de quimioterapia.
A oxaliplatina deverá ser reintroduzida quando houver pro-
gressão da doença [13].
84
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
5-FU – Roswel Park
5-FU 500 mg/m2 IV D1, D8, A cada 8
D15, D22, semanas
D29, D36
LV 20 mg IV D1, D8,
D15, D22,
D29, D36
QUASAR
5-FU 370 mg/m2 IV Semanal Por 24
LV 20 mg IV Semanal semanas
seguidas
Capecitabina
Capecitabina 1000 mg/m2 VO 12/12 A cada
horas por 21 dias
14 dias
mFLOX
5-FU 500 mg/m2 IV D1, D8, A cada 8
D15, D22, semanas
D29, D36
LV 20 mg IV D1, D8,
D15, D22,
D29, D36
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D1, D15,
D29
XELOX
Oxaliplatina 130 mg/m2 IV D1 A cada
Capecitabina 1000 mg/m2 VO 12/12 21 dias
horas
D1 a D14
85
CÂNCER DE CÓLON — CID 10: C18
Droga Dose Via Dias Intervalo
IFL
Irinotecano 125 mg/m2 IV D1, D8, A cada 6
D15, D22 semanas
5-FU 1.200 mg/m2 IV D1, D8,
D15, D22
LV 20 mg IV D1, D8,
D15, D22
FOLFIRI
Irinotecano 150 mg/m2 IV D1 A cada
14 dias
5-FU 400 mg/m2 IV D1
– bolus
LV 20 mg IV D1
5-FU 2400 mg/m2 IV D1 EM
46HS
Irinotecano monodroga
Irinotecano 150 mg/m2 IV D1 e D15 A cada
28 dias
IROX
Irinotecano 225 mg/m2 IV D1 A cada 21
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D2 dias
86
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
6. SEGUIMENTO
Consulta e exame A cada 3 meses nos primeiros dois
físico anos.
7. REFERÊNCIAS
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Epub 2006/01/20. eng.
88
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
CÂNCER DE RETO
CID 10: C20
daniel da motta girardi
1. DIAGNÓSTICO
• M arcadores Séricos: CEA.
• Tomografia Computadorizada de Tórax, Abdômen e Pelve.
• Ressonância Nuclear Magnética de pelve.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
Tx – Tumor não avaliado.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
Tis – Carcinoma in situ, carcinoma intramucoso (invasão da
lâmina própria sem extensão para muscular da mucosa).
T1 – Tumor invade a submucosa.
T2 – Tumor invade a muscular própria.
T3 – Tumor invade a muscular prórpia até os tecidos
pericolorretais.
T4a – Tumor Invade a superfície do peritôneo visceral.
T4b – Tumor invade ou está aderido a outros órgãos ou
estruturais.
90
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
M1b – Metástase em mais de um órgão/localização sem me-
tástase peritoneal.
M1c – Metástase peritoneal associada ou não a metástase
em outros sítios.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
T2 N0 M0
IIA T3 N0 M0
IIB T4a N0 M0
IIC T4b N0 M0
IIIA T1 – T
2 N1/N1c M0
T1 N2a M0
IIIB T3 – T
4a N1/N1c M0
T2 – T
3 N2a M0
T1 – T
2 N2b M0
IIIC T4a N2a M0
T3 – T
4a N2b M0
T4b N1 – N
2 M0
IVA Qualquer T Qualquer N M1a
IVB Qualquer T Qualquer N M1b
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Estádio Clínico I [1]:
• Ressecção anterior da lesão com excisão total do mesor-
reto. Não há necessidade de tratamento adjuvante.
• Para lesões do reto baixo pode ser considerada a res-
91
CÂNCER DE RETO — CID 10: C20
secção local transanal. Se a lesão for T2, pouco diferen-
ciada, com invasão angiolinfática, componente mucino-
so ou presença de buding realizar quimiorradioterapia
adjuvante.
Estádio II e III
• Tratamento neoadjuvante com quimiorradioterapia com
fluoropirimidina (capecetabina preferencialmente ou
5-FU).
• Para os pacientes submetidos inicialmente a tra-
tamento cirúrgico está indicado a adjuvância com
quimiorradioterapia.
Obs:
•
O tratamento adjuvante após neoadjuvância com qui-
miorradioterapia não esta bem estabelecido na literatura.
Considerar tratamento com fluorpidimidina e oxaliplati-
na (XELOX ou mFLOX) nos pacientes estádio III patoló-
gico [3].
•
Considerar neoadjuvância total naqueles pacientes T4
ou N bulky. Iniciar com quimioterapia baseada em oxali-
platina com XELOX ou mFLOX por 4 meses seguido de
quimiorradioterapia com fluoropirimidina.
Estádio IV (Metastático)
4.3.
1ª linha: mFLOX/Xelox
92
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
5-FU – concomitante a radioterapia
5-FU 350 mg/ IV D1 a D5 Semanas
m2 1 e 5 da
LV 20 mg/m2 IV D1 a D5 radiotera-
pia
Capecitabina concomitante a radioterapia
Capecitabina 825 mg/ VO 12/ 12 De 2ª a
m2 horas 6ª-feira
durante
toda a
radiotera-
pia
mFLOX
5-FU 500 mg/ IV D1, D8, A cada 8
m2 D15, D22, semanas
D29, D36
LV 20 mg IV D1, D8,
D15, D22,
D29, D36
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D1, D15,
D29
XELOX
Oxaliplatina 130 mg/ IV D1 A cada 21
m2 dias
Capecitabina 1000 mg/ VO 12/12horas
m2
D1 a D14
93
CÂNCER DE RETO — CID 10: C20
Droga Dose Via Dias Intervalo
IFL
Irinotecano 125 mg/ IV D1, D8,
m2 D15, D22
5-FU 1.200 mg/ IV D1, D8,
m2 D15, D22
A cada 6
LV 20 mg IV D1, D8,
semanas
D15, D22
FOLFIRI
Irinotecano 150 mg/ IV D1
m2
5-FU 400 mg/ IV D1 – bolus A cada 14
m2 dias
LV 20 mg IV D1
5-FU 2400 IV D1 EM
mg/m2 46HS
Irinotecano monodroga
Irinotecano 150 mg/ IV D1 e D15 A cada
m2 28 dias
IROX
Irinotecano 225 mg/ IV D1 A cada 21
m2 dias
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D2
94
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
6. SEGUIMENTO
Consulta e A cada 3 meses nos primeiros dois anos.
exame físico
A cada 6 meses no 3º ao 5º ano.
CEA A cada 3 meses nos primeiros 2 anos.
7.REFERÊNCIAS
1. Nastro, P., Beral, D., Hartley, J., & Monson, J. R. T. (2005). Local Excision
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95
CÂNCER DE RETO — CID 10: C20
6. Tournigand C, Cervantes A, Figer A, Lledo G, Flesch M, Buyse M, et al.
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96
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
METASTASECTOMIA
HEPÁTICA DO CÂNCER
COLORRETAL
CID10: C18 e C20
luiza nardin weis
1. AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA
Exames de imagem indicados na avaliação de
ressecabilidade:
• Tomografia de tórax e abdome/pelve
2. CLASSIFICAÇÃO
Grupo 0 Grupo 1 Po- Grupo 2 Grupo 3
Ressecável tencialmente Irressecável Irressecável
ressecáveis
98
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
Grupo 0 Grupo 1 Po- Grupo 2 Grupo 3
Ressecável tencialmente Irressecável Irressecável
ressecáveis
3. CONTRA-INDICAÇÕES À RESSECÇÃO
HEPÁTICA EM PACIENTES COM CCR
Em relação a técnica cirúrgica:
Absoluta:
• Impossibilidade de ressecção R0 com > 30% fígado
remanescente.
• Presença de doença extra-hepática irressecável.
Relativa:
• Ressecção R0 possível somente com procedimento
complexo (embolização veia porta, hepatectomia dois
estágios, hepatectomia + ablação)
• Ressecção R1.
Em relação a doença oncológica:
• Doença extra-hepática concomitante (irressecável).
• Doença em progressão.
99
METASTASECTOMIA HEPÁTICA DO CÂNCER COLORRETAL — CID10: C18 e C20
4. INDICAÇÔES DE TRATAMENTO
Doença tecnicamente ressecável upfront (Grupo 0):
4.1.
Obs:
Critérios oncológicos favoráveis: apresentação metacrônica
com longo tempo de intervalo, baixo volume tumoral e boa
performance status.
100
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
cizumabe e protocolos infusionais, recomendamos esque-
ma citotóxico duplo, contendo oxaliplatina.
Obs:
Não é recomendada a ressecção do tumor primário assinto-
mático em caso de doença metastática irressecável. A res-
secção paliativa deve ser reservada nas situações de risco
iminente de obstrução, sangramento ativo importante, per-
furação ou outros sintomas clinicamente relevantes.
5. TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
mFLOX
5-FU 500 mg/m2 IV D1, D8,
D15, D22,
D29, D36 A cada 8
LV 20mg IV D1, D8, semanas
D15, D22,
D29, D36
Oxaliplatina 85mg/m2 IV D1, D15,
D29
101
METASTASECTOMIA HEPÁTICA DO CÂNCER COLORRETAL — CID10: C18 e C20
Droga Dose Via Dias Intervalo
XELOX
Oxaliplatina 130 mg/m2 IV D1 A cada
Capecitabina 1000mg/m2 VO 12/12 21 dias
horas
D1 a D14
6.REFERÊNCIAS
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berg SM. Five-year survival after resection of hepatic metastases from
colorectal cancer in patients screened by positron emission tomo-
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102
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
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103
METASTASECTOMIA HEPÁTICA DO CÂNCER COLORRETAL — CID10: C18 e C20
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
CÂNCER DE CANAL ANAL
CID10: C21
daniel da motta girardi
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
Tx – Tumor primário não avaliado.
T0 – Sem evidência do tumor primário.
Tis – Lesão intraepitelial escamosa de alto grau.
T1 – Tumor menor do que 2 cm na maior extensão.
T2 – Tumor entre 2 e 5cm na maior extensão.
T3 – Tumor maior que 5cm na maior extensão.
T4 – Tumor de qualquer tamanho que invade órgãos
adjacentes.
106
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
3. AGRUPAMENTO TNM
Estádio T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
IIA T2 N0 M0
IIB T3 N0 M0
IIIA T1 N1 M0
T2 N1 M0
IIIB T4 N0 M0
IIIC T3 N1 M0
T4 N1 M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Localizado – Estádio I a IIIC:
4.1.
Obs:
• Na indisponibilidade de bomba elastomérica dar prefe-
rência para capecetabina associada a cisplatina.
• Para tumores estádio I, bem diferenciados e sem acome-
timento de esfíncter, pode-se realizar excisão local ampla.
• Ressecção abdominoperineal.
• Tratamento de resgate com cisplatina e fluoropirimidina
associado a boost de radioterapia.
• Ressecção linfonodal inguinal para os pacientes com re-
cidiva inguinal ou radioterapia inguinal naqueles que não
receberam radioterapia anteriormente.
107
CâNCER DE CANAL ANAL — CID10: C21
Doença metastática – Estádio IV
4.3.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Capecetabina e cisplatina concomitante a RDT
Cisplatina 75 mg/m2 IV D1 e D29 Conco-
Capeceta- 875 mg/m2 IV Nos dias mitante
bina da radio- com ra-
terapia diotera-
pia
Cisplatina e 5-FU concomitante a radioterapia
Cisplatina 75 mg/m2 IV D1 e D29 Conco-
5 – FU 1000mg/ IV D1 a D4 mitante
m2 e D29 a com ra-
D32 diotera-
pia
Carboplatina e paclitaxel
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada 21
Palitaxel 175 mg/m2 IV D1 dias
Cisplatina e 5-FU
Cisplatina 100 mg/m2 IV D1 A cada
5 – FU 1000mg/m2 IV D1 a D5 28 dias
infusional
Cisplatina monodroga
Cisplatina 100 mg/m2 IV D1 A cada 21
dias
108
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
6. SEGUIMENTO
Consulta, exame A cada 6 a 8 semanas até regressão
físico e anuscopia completa da lesão.
7. REFERÊNCIAS
1. Bartelink H, Roelofsen F, Eschwege F, Rougier P, Bosset JF, Gonzalez
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109
CâNCER DE CANAL ANAL — CID10: C21
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
CÂNCER DE PÂNCREAS
CID 10: C25
marcela crosara teixeira
1. DIAGNÓSTICO
• M arcadores séricos: CA 19-9.
• Tomografia computadorizada de tórax, abdômen e pelve.
2. ESTADIAMENTO
Estadiamento para câncer de pâncreas
(AJCC- 8ª edição)
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
IA T1 N0 M0
112
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
ESTÁDIO T N M
IB T2 N0 M0
IIA T3 N0 M0
IIB T1 – 3
N1 M0
III T1 – 3
N2 M0
T4 Qualquer N M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença ressecável:
3.1.
Irressecável ou borderline:
3.2.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
mFOLFIRINOX
5-FU 2400 mg/ IV D1 A cada
m2 14 dias
Irinotecano 150 mg/m2 IV D1
Oxaliplatina 85 mg/m2 IV D1
FOLFIRINOX
5-FU 400 mg/m2 IV D1 - bolus A cada
LV 20mg IV D1 14 dias
5-FU 2400 mg/ IV D1 em 46h
m2
irinotecano 180mg/m2 IV D1
Oxaliplatina 85mg/m2 IV D1
113
CÂNCER DE PÂNCREAS — CID 10: C25
Droga Dose Via Dias Intervalo
Gencitabina e capecitabina
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1, D8, A cada
D15 28 dias
Capecitabina 1000 mg/m2 VO 12/12horas
Por 21dias
Gencitabina monodroga
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1 , D8 A cada
21 dias
6. SEGUIMENTO
Exame Físico e a cada 3 meses nos 2 primeiros
laboratorial anos e a cada 6 meses do terceiro
ao quinto ano.
Exames de imagem a cada 6 meses nos 2 primeiros
anos e anual do terceiro ao quinto
ano.
7. REFERÊNCIAS
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CÂNCER DE PÂNCREAS — CID 10: C25
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
CÂNCER DE VESÍCULA E
VIAS BILIARES
CIDs C23, C22.1 e C24
marcela crosara teixeira
1. DIAGNÓSTICO
• M arcadores séricos: CA19-9.
• Tomografia computadorizada de tórax, abdomen e pelve.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO PARA O CÂNCER DE VIAS BILIARES
INTRA-HEPÁTICOS (AJCC - 8° EDIÇÃO)
METÁSTASE À DISTÂNCIA
M0 – Sem evidência de metástase a distância.
M1 – Metástase a distância.
118
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
T2 – Tumor invade o tecido conectivo perimuscular na face
peritoneal sem extensão além da serosa (peritônio vis-
ceral) ou tumor invade o tecido conectivo perimuscular
da face hepática sem extensão ao fígado.
T2a – Tumor invade o tecido conectivo perimuscular na face
peritoneal sem extensão além da serosa (peritônio
visceral).
T2b – Tumor invade o tecido conectivo perimuscular da face
hepática sem extensão ao fígado.
T3 – Tumor perfura a serosa (peritônio visceral) e/ou inva-
de diretamente o fígado e/ou um dos órgãos ou estru-
turas adjacentes, como o estômago, duodeno, cólon,
pâncreas, omento ou ductos biliares extra-hepáticos.
T4 – Tumor invade a veia porta ou artéria hepática ou invade
dois ou mais órgãos ou estruturas extra-hepáticas.
119
câncer DE VESÍCULA e vias BILIARes — CIDs C23, C22.1 e C24
T4 – Tumor invade a veia porta ou seus ramos bilateralmen-
te; ou artéria hepática comum ; ou ramificação biliar de
segunda ordem bilateralmente; ou ramificação biliar de
segunda ordem unilateral com envolvimento da veia
porta contralateral ou da artéria hepática.
120
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
ESTADIAMENTO PARA O CÂNCER DA AMPOLA DE
VATER (AJCC - 8° EDIÇÃO)
121
câncer DE VESÍCULA e vias BILIARes — CIDs C23, C22.1 e C24
3. AGRUPAMENTO TNM
AGRUPAMENTO TNM PARA CÂNCER DE VIAS BILIARES INTRA-HE-
PÁTICOS
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
IA T1a N0 M0
IB T1b N0 M0
II T2 N0 M0
IIIA T3 N0 M0
IIIB T4 N0 M0
Qualquer T N1 M0
IIIA Qualquer T Qualquer N M1
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
IIA T2a N0 M0
IIB T2b N0 M0
IIIA T3 N0 M0
IIIB T1 – 3
N1 M0
IVA T4 N0 – 1 M0
IVB Qualquer T N2 M0
Qualquer T Qualquer N M1
122
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
AGRUPAMENTO TNM PARA CÂNCER DE VIAS BILIARES PERI-HILAR
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
II T2a – b
N0 M0
IIIA T3 N0 M0
IIIB T4 N0 M0
IIIC Qualquer T N1 M0
IVA Qualquer T N2 M0
IVB Qualquer T Qualquer T M1
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
IIA T1 N1 M0
T2 N0 M0
IIB T2 N1 M0
T3 N0 – 1 M0
IIIA T1 – 3
N2 M0
IIIB T4 Qualquer N M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
123
câncer DE VESÍCULA e vias BILIARes — CIDs C23, C22.1 e C24
AGRUPAMENTO TNM PARA CÂNCER DA AMPOLA DE VATER
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
IA T1a N0 M0
IB T1b N0 M0
T2 N0 M0
IIA T3a N0 M0
IIB T3b N0 M0
IIIA T1b – 3
b N1 M0
IIIB T4 Qualquer N M0
Qualquer T N2 M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Localmente avançado: T3/4 ou N+:
4.1.
Metastático:
4.2.
124
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Capecitabina
Capecitabina 1000 mg/m2 VO 12/ 12 A cada
horas 21 dias
Cisplatina + gencitabina
Cisplatina 25mg/m2 IV D1, D8 A cada
Gencitabina 1000mg/m2 IV D1, D8 21 dias
Irinotecano monodroga
Irinotecano 150 mg/m2 IV D1 e D15 A cada
28 dias
5-FU
5-FU 500 mg/m2 IV D1, D8, A cada
D15, 8 semanas
D22,
D29,
D36
Leicovorin 20mg IV D1, D8,
D15,
D22,
D29,
D36
125
câncer DE VESÍCULA e vias BILIARes — CIDs C23, C22.1 e C24
6. SEGUIMENTO
Exame clínico e A cada 3 meses nos dois primeiros
laboratorial anos e Semestralmente do 2º a 5º
ano.
Solicitação de Dirigidos pelos sintomas.
exames laboratoriais
Tomografias de tórax A cada 6 meses nos dois primeiros
e abdome anos.
Anual após.
7. REFERÊNCIAS
1. Primrose JN, Fox R, Palmer DH, Prasad R, Mirza D, Anthoney DA, et al.
Adjuvant capecitabine for biliary tract cancer: The BILCAP randomized
study. Journal of Clinical Oncology. 2017;35(15_suppl):4006-.
2. Valle J, Wasan H, Palmer DH, Cunningham D, Anthoney A, Maraveyas
A, et al. Cisplatin plus gemcitabine versus gemcitabine for biliary tract
cancer. The New England journal of medicine. 2010 Apr 8;362(14):1273-81.
PubMed PMID: 20375404. Epub 2010/04/09. eng.
126
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
NEOPLASIAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
TUMORES
NEUROENDÓCRINOS
DO TRATO
GASTROINTESTINAL
TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
TUMOR
NEUROENDÓCRINO
DO TRATO
GASTROINTESTINAL
CID a depender da topografia acometida
gustavo bastos ribas
2. CLASSIFICAÇÃO
Classificação quanto à origem embriológica:
2.1.
132
TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
3. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Tumores ou carcinomas neuroendócrinos bem
3.1.
diferenciados
O tratamento dependerá das características de resseca-
bilidade, independente da condição de assintomático ou
sintomático:
• Tumores localizados ressecáveis: Cirurgia.
• Tumores metastáticos ressecáveis: Cirurgia.
Tratamento adjuvante não está indicada para esses pacientes.
Obs:
• Nos pacientes com doença primária concomitante com
metástases hepáticas ressecáveis, deve-se proceder com
ressecção com intuito curativo do primário e ressecção
ou ablação das metástases hepáticas.
• Sintomáticos como loperamida ou inibidores 5HT3 de-
vem ser utilizados para controle dos sintomas da síndro-
me carcinoide [1].
Tumores irressecáveis
3.2.
D1 a D14
Dacarbazina
Dacarbazina 1000mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
Doxorrubicina
Doxorrubicina 60 mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
Platina + etoposídeo
Etoposídeo 80 mg/m2 IV D1 a D3 A cada
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1 21 dias
Ou Por 4 a 6
ciclos
Carboplatina AUC 5
Platina + irinotecano
Irinotecano 60 mg/m2 IV D1, D8 e A cada 28
D15 dias
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1
Por 4 a 6
Ou ciclos
Carboplatina AUC 5
134
TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
5. SEGUIMENTO
Consulta e exame físico 1º e 2º ano: a cada 3-6 meses.
6. REFERÊNCIAS
1. Caplin ME, Buscombe JR, Hilson AJ, Jones AL, Watkinson AF, Bur-
roughs AK. Carcinoid tumour. Lancet (London, England). 1998 Sep
5;352(9130):799-805. PubMed PMID: 9737302. Epub 1998/09/16. eng.
2. Oberg K, Kvols L, Caplin M, Delle Fave G, de Herder W, Rindi G, et al.
Consensus report on the use of somatostatin analogs for the manage-
ment of neuroendocrine tumors of the gastroenteropancreatic system.
Annals of oncology : official journal of the European Society for Medi-
cal Oncology. 2004 Jun;15(6):966-73. PubMed PMID: 15151956. Epub
2004/05/21. eng.
3. Caplin ME, Pavel M, Cwikla JB, Phan AT, Raderer M, Sedlackova E, et
al. Lanreotide in metastatic enteropancreatic neuroendocrine tumors.
The New England journal of medicine. 2014 Jul 17;371(3):224-33. PubMed
PMID: 25014687. Epub 2014/07/12. eng.
4. Rinke A, Muller HH, Schade-Brittinger C, Klose KJ, Barth P, Wied M, et
al. Placebo-controlled, double-blind, prospective, randomized study on
the effect of octreotide LAR in the control of tumor growth in patients
with metastatic neuroendocrine midgut tumors: a report from the PRO-
MID Study Group. Journal of clinical oncology : official journal of the Ame-
rican Society of Clinical Oncology. 2009 Oct 1;27(28):4656-63. PubMed
PMID: 19704057. Epub 2009/08/26. eng.
5. Sun W, Lipsitz S, Catalano P, Mailliard JA, Haller DG. Phase II/III study
of doxorubicin with fluorouracil compared with streptozocin with fluorou-
racil or dacarbazine in the treatment of advanced carcinoid tumors: Eas-
tern Cooperative Oncology Group Study E1281. Journal of clinical onco-
logy : official journal of the American Society of Clinical Oncology. 2005
Aug 1;23(22):4897-904. PubMed PMID: 16051944. Epub 2005/07/30. eng.
6. Altimari AF, Badrinath K, Reisel HJ, Prinz RA. DTIC therapy in patients
with malignant intra-abdominal neuroendocrine tumors. Surgery. 1987
Dec;102(6):1009-17. PubMed PMID: 2825370. Epub 1987/12/01. eng.
135
Tumorneuroendócrinodotratogastrointestinal—CIDadependerdatopografiaacometida
7. Engstrom PF, Lavin PT, Moertel CG, Folsch E, Douglass HO, Jr. Strep-
tozocin plus fluorouracil versus doxorubicin therapy for metastatic car-
cinoid tumor. Journal of clinical oncology : official journal of the Ameri-
can Society of Clinical Oncology. 1984 Nov;2(11):1255-9. PubMed PMID:
6238136. Epub 1984/11/01. eng.
8. Moertel CG, Kvols LK, O’Connell MJ, Rubin J. Treatment of neuroen-
docrine carcinomas with combined etoposide and cisplatin. Evidence of
major therapeutic activity in the anaplastic variants of these neoplasms.
Cancer. 1991 Jul 15;68(2):227-32. PubMed PMID: 1712661. Epub 1991/07/15.
eng.
9. Mitry E, Baudin E, Ducreux M, Sabourin JC, Rufie P, Aparicio T, et al.
Treatment of poorly differentiated neuroendocrine tumours with etoposi-
de and cisplatin. British journal of cancer. 1999 Dec;81(8):1351-5. PubMed
PMID: 10604732. Pubmed Central PMCID: PMC2362979. Epub 1999/12/22.
eng.
136
TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO TRATO GASTROINTESTINAL
NEOPLASIAS DA
TIREOIDE
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
CARCINOMA BEM
DIFERENCIADO DE
TIREOIDE
CID 10: C73
fabiana comar
2. ESTADIAMENTO
Estadiamento AJCC, 8ª Edição
TUMOR PRIMÁRIO
T0 – Não há evidência de tumor primário.
T1 – ≤
2cm limitado a glândula.
T1a – ≤ 1cm.
T1b – > 1 a 2cm.
T2 – > 2 cm e ≤ 4 cm.
T3 – > 4cm limitado a glândula ou extensão mínima tecidos
adjacentes (partes moles em torno glândula ou múscu-
lo esternotiroidiano).
T4a – Extensão além da cápsula.
T4b – Invasão da fáscia pré-vertebral ou vasos.
METÁSTASE (M)
M0 – Sem evidências de metástases a distância.
M1 – Metástase à distância.
142
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
Idade < 45 anos
I Qualquer Qualquer M0
II Qualquer Qualquer M1
Idade > 45 anos
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1 – 3
N1a M0
IVA T4a N0-1a M0
T1 – 4
a N1b M0
IVB T4b Qualquer M0
IVC Qualquer Qualquer M1
4. RISCO DE RECORRÊNCIA
Risco Baixo . Ausência de metástases local ou a
distância.
. Ressecção completa.
Risco . Invasão microscópica peritiroidiana.
Intermediário . Metástase em linfonodo cervical.
. Invasão vascular.
. Histologia agressiva.
Risco alto . Metástases a distância.
. Invasão tumoral macroscópica.
. Ressecção incompleta.
143
CARCINOMA BEM DIFERENCIADO DE TIREOIDE — CID 10: C73
5. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Cirúrgico [1]
5.1.
• 131 I – se captação;
• Quimioterapia paliativa com Doxorrubicina ou Cisplatina
– se falha a Iodoterapia;
• Manter supressão TSH na doença refratária a Iodoterapia;
• Radioterapia Externa – doença localmente avançada e
metástases ósseas.
6. SEGUIMENTO
Dosagem sérica 6 a 12 meses.
Tireoglobulina (após cirurgia)
Ultrassonografia da Região Primeiro ano 6 a 12 meses,
Cervical demais anualmente.
Cintilografia de Corpo Total 6 a 12 meses, risco
com Iodo intermediário e alto.
144
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
7. REFERÊNCIAS
1. Haugen BR, Alexander EK, Bible KC, Doherty GM, Mandel SJ, Nikiforov
YE, et al. 2015 American Thyroid Association Management Guidelines for
Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer:
The American Thyroid Association Guidelines Task Force on Thyroid No-
dules and Differentiated Thyroid Cancer. Thyroid : official journal of the
American Thyroid Association. 2016;26(1):1-133.
2. Shimaoka K, Schoenfeld DA, DeWys WD, Creech RH, DeConti R. A
randomized trial of doxorubicin versus doxorubicin plus cisplatin in pa-
tients with advanced thyroid carcinoma. Cancer. 1985;56(9):2155-60.
145
CARCINOMA BEM DIFERENCIADO DE TIREOIDE — CID 10: C73
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
CARCINOMA MEDULAR
DE TIREOIDE
CID 10: C73
fabiana comar
1. DIAGNÓSTICO
• xames gerais, função tireoidiana;
E
• Dosagem de calcitonina e CEA;
• Ultrassonografia da Tiroide;
• Se Calcitonina > 400 pg/mL – rastreamento de doença
metastática (Tomografia pescoço, tórax, Tomografia ou
ressonância de abdome, cintilografia óssea);
• Metanefrinas e/ou catecolaminas para excluir
feocromocitoma;
• 30% dos carcinomas medulares são hereditários e asso-
ciados a síndrome de neoplasia múltipla tipo 2 (MEN -2);
• Análise mutacional do gene RET, se disponível.
2. ESTADIAMENTO
Idem carcinoma bem diferenciado.
3. AGRUPAMENTO
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1 – 3
N1a M0
IVA T4a N0 – 1 M0
T1 – 4
a N1b M0
IVB T4b Qualquer M0
IVC Qualquer Qualquer M1
148
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Tratamento Cirúrgico
4.1.
Doença metastática
4.2.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Dacarbazina e 5-FU
Dacarbazina 250 mg/m2 IV D1 – D5 A cada
5 – FU 450 mg/m²/dia IV D1 – D5 28 dias
6. SEGUIMENTO
Marcadores Tumorais Dosar 3 meses após
(CEA e calcitonina) tireoidectomia total e a cada 6 a
12 meses após.
Ultrassonografia da A cada 6 a 12 meses.
Região Cervical
Tomografias Se clinicamente indicado.
7. REFERÊNCIAS
1. Orlandi F, Caraci P, Berruti A, Puligheddu B, Pivano G, Dogliotti L, et al.
Chemotherapy with dacarbazine and 5-fluorouracil in advanced medul-
lary thyroid cancer. Annals of oncology : official journal of the European
Society for Medical Oncology. 1994;5(8):763-5.
149
CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE — CID 10: C73
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
CARCINOMA
ANAPLÁSICO DE
TIREOIDE
CID 10: C73
fabiana comar
1. DIAGNÓSTICO
• E xames Gerais, funções tireoidianas;
• Ultrassonografia Tiroide, Tomografia de Pescoço, Tórax,
Abdome, Cintilografia Óssea.
2. ESTADIAMENTO
Todos casos são considerados T4.
TUMOR PRIMÁRIO
T4a – lesão confinada tiroide.
T4b – lesão extra tiroidiana.
METÁSTASE (M)
M0 – Sem evidências de metástases a distância.
M1 – Metástase à distância.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
152
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Cirúrgico:
3.1.
Quimioterapia [1-3]
3.2.
Doença metastática
3.3.
• Cuidados paliativos.
• Quimioterapia paliativa com cisplatina e doxorrubicina,
doxorrubicina monodroga ou paclitaxel monodroga.
• Supressão TSH e Iodoterapia não são indicados.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Doxorrubicina
Doxorrubicina 20 mg/m² IV D1 Semanal
associado a
radioterapia
hiperfra-
cionada (se
disponível)
Doxorrubicina e Cisplatina
Doxorrubicina 20 mg/m2 I D1 A cada 21
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1 com ra-
dioterapia
hiperfra-
cionada (se
disponível)
153
CARCINOMA ANAPLÁSICO DE TIREOIDE — CID 10: C73
Droga Dose Via Dias Intervalo
Paclitaxel
Paclitaxel 90 mg/m2 IV semanal Durante a
radioterapia
Doxorrubicina monodroga
Doxorrubicina 60 mg/m² IV D1 A cada 21
dias
6. REFERÊNCIAS
1. De Crevoisier R, Baudin E, Bachelot A, Leboulleux S, Travagli JP, Cail-
lou B, et al. Combined treatment of anaplastic thyroid carcinoma with
surgery, chemotherapy, and hyperfractionated accelerated external ra-
diotherapy. International journal of radiation oncology, biology, physics.
2004;60(4):1137-43.
2. Tennvall J, Lundell G, Hallquist A, Wahlberg P, Wallin G, Tibblin S.
Combined doxorubicin, hyperfractionated radiotherapy, and surgery
in anaplastic thyroid carcinoma. Report on two protocols. The Swedish
Anaplastic Thyroid Cancer Group. Cancer. 1994;74(4):1348-54.
3. Tennvall J, Lundell G, Wahlberg P, Bergenfelz A, Grimelius L, Aker-
man M, et al. Anaplastic thyroid carcinoma: three protocols combining
doxorubicin, hyperfractionated radiotherapy and surgery. British journal
of cancer. 2002;86(12):1848-53.
154
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
NEOPLASIAS DA TIREOIDE
NEOPLASIA DE
MAMA
NEOPLASIA DE MAMA
CÂNCER DE MAMA
(TRATAMENTO
ADJUVANTE)
CID 10: C50
fernanda cesar moura
Todos
Mamografia e ultrassonografia de mamas.
Biópsia com imuno-histoquímica.
A partir do Estádio II
Tomografias de tórax e abdômen superior.
Cintilografia óssea.
Exames laboratoriais.
Ecocardiograma.
2. ESTADIAMENTO
• T umores Hormônio positivo (luminais): expressam estró-
geno e progesterona.
• Tumores com HER2 hiperexpresso;
• Tumores triplo-negativos: não expressam estrógeno,
progesterona ou HER2.
160
NEOPLASIA DE MAMA
T4 – Qualquer tamanho, com extensão direta para a pare-
de torácica e/ou pele ou câncer inflamatório. Invasão da
derme isoladamente não qualifica como T4.
T4a: e
xtensão à parede torácica. Invasão ou aderên-
cia ao músculo peitoral na ausência de invasão de
estruturas da parede torácica não qualifica como
T4.
T4b: u
lceração e/ou nódulos satélites e/ou edema (in-
cluindo peau d’orange) da pele que não preenche
critério de carcinoma inflamatório.
T4c: a
mbos T4a e T4b estão presentes.
T4d: c
arcinoma inflamatório.
161
CÂNCER DE MAMA (TRATAMENTO ADJUVANTE) — CID 10: C50
DEFINIÇÃO PATOLÓGICA DO LINFONODOS
REGIONAIS (PN)
pNx – LN regional não pode ser avaliado (p. ex., removido
anteriormente ou não enviados para patologia).
pN0 – Ausência de metástase linfonodal ou presença de cé-
lulas isoladas somente (ITC, isolated tumor cells).
pN0(i+) – ITC somente com conglomerado de células não
maior que 0,2 mm em LN regional.
pN1
pN1mi: m icrometástase (aproximadamente 200 cé-
lulas, maior que 0,2 mm mas nenhuma maior
que 2 mm).
pN1a: m etástase em 1 a 3 LNs axilares, com pelo me-
nos uma metástase maior que 2 mm. pN1b:
metástase em LN sentinela da mamária interna
ipsilateral, excluindo ITC.
pN1c: pN1a e pN1b combinados.
pN2
pN2a: m etástase em 4 a 9 LNs axilares (com pelo me-
nos um depósito tumoral maior que 2 mm).
pN2b: m etástases em LN da mamária interna clinica-
mente detectado com ou sem confirmação mi-
croscópica, com LNs axilares patologicamente
negativos.
pN3
pN3a: m etástase em 10 ou mais LNs axilares (com
pelo menos um depósito maior que 2 mm) ou
metástase em LN infraclavicular (nível III).
pN3b: p N1a ou pN2a na presença de cN2b (LN da ma-
mária interna por imagem).
pN3c: m etástase em LN supraclavicular ipsilateral.
162
NEOPLASIA DE MAMA
cM1 (i+) –
Ausência de metástase por critério clínico ou
radiológico na presença de células tumorais ou
depósitos tumorais não maior que 0,2 mm de-
tectada microscopicamente ou por técnicas mo-
leculares no sangue, medula óssea ou outro teci-
do linfonodal não regional em uma paciente com
ou sem sintomas ou sinais de metástase.
M1 – Metástases à distância detectadas por critério clínico
ou radiológico (cM) e/ou critério histológico com de-
pósito maior que 0,2 mm (pM).
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
IA T1 N0 M0
IB T0 – 1 N1mi M0
IIA T0 – 1 N1 M0
T2 N0 M0
IIB T2 N1 M0
T3 N0 M0
IIIA T0 – 2
N2 M0
T3 N1 M0
T3 N2 M0
IIIB T4 N0 – 2 M0
IIIC Qualquer T N3 M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
163
CÂNCER DE MAMA (TRATAMENTO ADJUVANTE) — CID 10: C50
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Quimioterapia adjuvante:
4.1.
164
NEOPLASIA DE MAMA
Quimioterapia Neoadjuvante:
4.2.
Indicação:
• Tumores inoperáveis: T3-T4 / N2-3.
• Câncer de mama inflamatório.
• Tumor inoperável por invasão da pele ou estruturas torá-
cicas (T4a e T4b).
• Linfonodos axilares clinicamente coalescidos e/ou fixos
(N2); metástases linfonodais além da cadeia axilar (N3).
• Doença multifocal.
• Tumor operável, com necessidade de redução para reali-
zar cirurgia conservadora:
• Tumor maior que 5 cm ou tumor entre 2 e 5 cm com rela-
ção tumor/mama desfavorável para cirurgia conservadora.
Opções de tratamento (vide protocolos): AC-T.
Obs:
— Utilizar Paclitaxel semanal para as pacientes de alto risco:
LFN positivo, triplo negativo, idade < 40 anos, Estádio III,
idosas frágeis. Colher exames laboratoriais a cada 3 sema-
nas – Liberar D1, D8 e D15.
— Utilizar docetaxel a cada 3 semanas para as pacientes que
não se enquadrem no alto risco. Usar filgrastim após primei-
ro episódio de neutropenia.
Indicação:
Câncer de mama com HER2 hiperexpresso:
• Caso na IHQ o resultado for HER2 2+, realizar teste de
SISH ou FISH, caso resultado com HER2 hiperexpresso,
está indicado o uso dos anticorpos anti-HER2.
• Caso na IHQ o resultado for HER2 3+ não é necessário
complementação com SISH ou FISH e esta indicado a
terapia com trastuzumabe.
Hormonioterapia adjuvante
4.4.
Indicações:
• Tumor com receptor de estrogeno positivo - > 1%.
165
CÂNCER DE MAMA (TRATAMENTO ADJUVANTE) — CID 10: C50
Obs:
Definição de status de menopausa:
• Idade igual ou superior a 60 anos.
• Ooforectomia bilateral.
• Amenorréica por 12 meses na ausência de hormoniotera-
pia ou quimioterapia – com níveis hormonais compatíveis
com menopausa.
• Amenorréica, em uso de tamoxifeno, que tenham níveis
de FSH e estradiol compatíveis com menopausa. Acom-
panhar as pacientes jovens com dosagem a cada 6 me-
ses por 2 anos.
Obs:
Definição de alto risco: mulher < 35 anos com linfonodo
comprometido
2 – Paciente na pré-menopausa:
• Tamoxifeno 20mg ao dia
• Duração da hormonioterapia: 5 anos. Considerar 7 anos
de hormonioterapia para as pacientes estádio III.
3 – Pacientes na pós-menopausa
• Inibitores da aromatase: Anastrozol 1mg por dia
• Duração da hormonioterapia: 5 anos. Considerar 10 anos
de hormonioterapia para as pacientes estádio III.
• “ Switch”:
• 3 anos de Anastrozol seguidos de 2 a 5 anos de
tamoxifeno
• 2 anos de tamoxifeno seguidos de 3 a 5 anos de anastrozol
166
NEOPLASIA DE MAMA
Hormonioterapia neoadjuvante.
4.5.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Esquema AC-T AC
Doxorrubicina 60 mg/m2 IV D1 A cada 21
Ciclofosfamida 600 mg/m2 IV D1 dias
X 4 ciclos
T
Docetaxel 100 mg/m2 IV D1 21 dias x 4
ciclos
OU
Paclitaxel 80 mg/m2 IV D1 Semanal x 12
semanas
OU
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 A cada 14
dias x 4
ciclos
Esquema TC
Docetaxel 100 mg/m2 IV D1 A cada 21
Ciclofosfamida 600 mg/m2 IV D1 dias
Por 4 ciclos
(considerar na adjuvância para pacientes de risco intermediário)
167
CÂNCER DE MAMA (TRATAMENTO ADJUVANTE) — CID 10: C50
Terapia anti HER-2:
• Esquema AC – TH:
Esquema “AC” por 4 ciclos (descrito acima).
A seguir: 4 ciclos de docetaxel, a cada 21 dias, associado
a trastuzumabe, 6 mg/kg EV no D1 (8 mg/Kg na primeira
aplicação).
A seguir: trastuzumabe a cada 21 dias para completar 1 ano
de tratamento.
• E
squema TCH: Docetaxel, carboplatina, e trastuzumabe,
por 6 ciclos.
Droga Dose Via Dias Intervalo
Docetaxel 75 mg/m² IV D1 A cada 21
Carboplatina AUC 5 IV D1 dias
Por 6
ciclos
Trastuzumabe 6 mg/kg - dose IV D1 A cada 21
de ataque de 8 dias por 1
mg/kg ano
* Considerar suporte com filgrastim a partir do D2 por 3-5 dias.
168
NEOPLASIA DE MAMA
• P
ara tumores HER2 + de até 3 cm com linfonodo negati-
vo: esquema TH adjuvante.
Droga Dose Via Dias Intervalo
Paclitaxel 80 mg/m² IV D1, D8, Semanal
D15 por 12
semanas
Trastuzumabe 6 mg/kg - dose IV D1 A cada
de ataque de 8 21 dias
mg/kg por 1 ano
6. SEGUIMENTO
Exame físico e 1º ano: A cada 3 meses.
anamnese
2º a 5º ano: A cada 6 meses.
Exames laboratoriais 1º ano: A cada 6 meses.
2º a 5º ano: Anualmente.
Imagem de mama 1º ano: A cada 6 meses.
2º a 5º ano: Anualmente.
Densitometria óssea Anualmente.
169
CÂNCER DE MAMA (TRATAMENTO ADJUVANTE) — CID 10: C50
7. REFERÊNCIAS
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NEOPLASIA DE MAMA
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171
CÂNCER DE MAMA (TRATAMENTO ADJUVANTE) — CID 10: C50
NEOPLASIA DE MAMA
CÂNCER DE MAMA
(DOENÇA METASTÁTICA)
CID 10: C50
tatiana strava corrêa
andrew sá nunes
1. DIAGNÓSTICO
• amografia e ultrassonografia de mamas;
M
• Biópsia com imuno-histoquímica;
• Tomografias de tórax e abdômen superior e pelve;
• Cintilografia óssea;
• Exames laboratoriais;
• Ecocardiograma.
2. CLASSIFICAÇÃO
• T umores Hormônio positivo (luminais): expressam estró-
geno e progesterona.
• HER2 hiperexpresso.
• Triplo negativos: não expressam receptores de estróge-
no, progesterona ou HER2.
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
4.1. Quimioterapia
Indicações:
• Tumores subtipo triplo negativo ou HER2 hiperexpresso.
• Tumores com expressão de receptores hormonais se cri-
se visceral ou após progressão a linhas hormonais.
Opções de tratamento
• Pacientes não tratados previamente com antraciclina e
sem contra-indicação ao seu uso (cardiopata): Doxorru-
bicina + ciclofosfamida (AC).
• Pacientes com contra-indicação para uso de antraciclina
ou baixo KPS: ciclofosfamida, metotrexato e 5-fluoroura-
cil (CMF).
174
NEOPLASIA DE MAMA
• P acientes já previamente expostos a antraciclina: Pa-
clitaxel a cada 21 dias, Paclitaxel semanal, Docetaxel,
Gencitabina.
• Pacientes com doença visceral rapidamente progressiva
e bom KPS: carboplatina e paclitaxel, cisplatina e vinorel-
bine, cisplatina e gencitabina.
• Progressão após taxano e antraciclina: Capecetabina, vi-
norelbine e gencitabina.
• Pacientes politratados com bom KPS: cisplatina e vino-
relbine, cisplatina e gencitabina ou cisplatina monodroga.
• Pacientes com doença HER2 +: Trastuzumabe + Pertuzu-
mabe + taxano.
• Progressão doença HER2 +: Oferecer Trastuzumabe ape-
nas até 2 linha.
4.2. Hormonioterapia
Indicações:
Tumor com receptor de estrogeno positivo - > 1%
Mulheres na pré-menopausa
Obs: Definir status de menopausa: Ooforectomia bilateral,
idade> 60 anos, < 60 anos e amenorreia por 12 meses na
ausência de quimioterapia/tamoxifeno + FSH e estradiol na
faixa de pós menopausa. Se em curso de HT e < 60 anos,
FSH + LH na faixa da pós menopausa.
1) S
upressão ovariana [goserelina 3,6 mg subcutânea (SC)
mensal ou 10,8 mg SC trimestral] ou ooforectomia as-
sociada a HT como para pacientes na pós menopausa.
2) Tamoxifeno 20 mg via oral (VO) por dia.
3) Na hipótese de terapia endócrina prévia nos últimos
12 meses com tamoxifeno: Supressão ovariana (go-
serelina 3,6 mg SC mensal ou 10,8 mg SC, trimestral)
ou ablação ovariana (ooforectomia) associada a IA
(anastrozol 1 mg).
175
CÂNCER DE MAMA (DOENÇA METASTÁTICA) — CID 10: C50
4) No caso de progressão após ablação/supressão ovaria-
na associada a tamoxifeno e IA: Fulvestranto (indução
com 500 mg IM nos D1, D15 e D29 seguido de 500 mg
IM a cada 28 dias) – na progressão ao IA.
Mulheres na pós-menopausa
1) Se não expostas a hormonioterapia prévia ou tempo
maior que 12 meses do término da hormonioterapia
adjuvante:
• Inibidor de aromatase não esteroidal (anastrozol 1 mg
VO por dia).
• Fulvestranto [indução com 500 mg intramuscular (IM)
nos D1, D15 e D29 seguido de 500 mg IM a cada 28 dias]
– Reservar para tratamento de segunda linha – PD ao IA.
• Tamoxifeno 20 mg VO por dia.
4) Linhas subsequentes
• xemestano 25 mg, VO, 1x/dia.
E
• Megestrol 120 mg, VO, 1x/dia.
• Estradiol 2mg, VO, 8/8 horas.
Metástase ossea
4.3.
176
NEOPLASIA DE MAMA
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
AC
Doxorrubicina 60 mg/m2 IV D1 A cad
21 dias
177
CÂNCER DE MAMA (DOENÇA METASTÁTICA) — CID 10: C50
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina + paclitaxel
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada
Paclitaxel 175 mg/m² IV D1 21 dias
Cisplatina + vinorelbine
Cisplatina 30 mg/m² IV D1 e A cada
D8 21 dias
Vinorelbine 25 mg/m² IV D1 e
D8
Cisplatina e gencitabina
Cisplatina 30 mg/m² IV D1 e A cada
D8 21 dias
Gencitabina 750 mg/m² IV D1 e
D8
Cisplatina monodroga
Cisplatina 75 mg/m² IV D1 A cada
21 dias
Docetaxel + trastuzumabe + pertuzumabe
Docetaxel 75 mg/m² IV D1 A cada
21 dias
Trastuzumabe Dose de IV D1
ataque: 8
Por
mg/kg
6 ciclos.
Manuten-
Após
ção: 6 mg/
6 ciclos,
kg
manter
apenas
com
bloqueio
anti-HER2
178
NEOPLASIA DE MAMA
Droga Dose Via Dias Intervalo
Pertuzumabe 420 mg EV IV D1 (Pertuzu-
(840 mg mabe e
ataque) trastuzu-
mabe)
Paclitaxel + trastuzumabe
Paclitaxel 175 mg/m² IV D1 A cada
21 dias
Trastuzumabe Dose de IV D1
ataque: 8
Por
mg/kg
6 ciclos
Manuten-
ção: 6 mg/
kg
Ácido zoledrônico
Ácido 4 mg IV D1 A cada
zolendrônico 3 meses
por 2-3
anos
6. SEGUIMENTO
Em uso de doxorrubincina Ecocardiograma pré
tratamento e a cada
4 meses
Em uso de inibidor Her Ecocardiograma 4/4 meses
Consulta e exames Antes de cada ciclo de
laboratoriais quimioterapia
179
CÂNCER DE MAMA (DOENÇA METASTÁTICA) — CID 10: C50
Obs:
Avaliações objetivas de resposta ao tratamento vigente,
através de exames complementares de imagem e marcador
tumoral (radiografia de tórax, ecografia abdominal, tomo-
grafias e CA15.3) serão realizadas periodicamente de acor-
do com o risco de falha estimado pelo médico assistente ou
diante da suspeita clínica de progressão da doença. A des-
peito da ausência de estudos e guidelines que suportem a
seguinte recomendação, achamos razoável intercalar a cada
três meses os seguintes exames complementares para as
pacientes com baixo risco de progressão:
a) radiografia de tórax, ecografia de abdome total e labora-
tório geral mais CA15.3;
b) tomografias de tórax, abdome e pelve, cintilografia óssea
e laboratório geral mais CA15.3.
Num contexto de maior risco de falha do tratamento, suge-
rimos a realização de tomografias de 3/3 meses.
7. REFERÊNCIAS
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180
NEOPLASIA DE MAMA
NEOPLASIA DE MAMA
NEOPLASIAS
GINECOLÓGICAS
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
CÂNCER DE
COLO DO ÚTERO
CID10: C53
daniele xavier assad
2. ESTADIAMENTO
DESCRIÇÃO FIGO TNM
Carcinoma in situ ou Neoplasia 0 0
Intraepitelial Grau III
Carcinoma invasivo diagnosticado IA T1a
somente pela microscopia; A invasão do
estroma cervical deve ser ≤ 5 mm e A
extensão ≤ 7 mm
Invasão do estroma ≤ 3 mm IA1 T1a1
e extensão ≤ 7 mm
Invasão do estroma > 3 e ≤ 5 mm IA2 T1a2
e extensão ≤ 7 mm
Lesão clínica confinada ao colo uterino IB T1b
ou lesão microscópica maior que a do
estádio IA
Lesão Clínica ≤ 4 cm IB1 T1b1
Lesão > 4 cm IB2 T1b2
Tumor invade além do útero, mas não II T2
a parede pélvica ou o terço inferior da
vagina
Sem invasão de paramétrios IIA T2a
Lesão Clínica ≤ 4 cm IIA1 T2a1
186
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
DESCRIÇÃO FIGO TNM
Lesão Clínica > 4 cm IIA2 T2a2
Com invasão óbvia de paramétrios IIB T2b
Tumor estende-se até a parede pélvica III T3
e/ou envolve o terço inferior da vagina
e/ou causa hidronefrose ou rim não
funcionante
Envolvimento do terço inferior da vagina, IIIA T3a
sem extensão para a parede pélvica
Extensão até a parede pélvica e/ou IIIB T3b
hidronefrose ou rim não funcionante
Metástases para linfonodos regionais IIIB N1
Extensão para além da pelve verdadeira IV IV
ou invasão (confirmada por biópsia)
da mucosa da bexiga ou reto. edema
bolhoso vesical apenas não permite que
um caso seja alocado no estádio IV
Invasão de órgãos adjacentes IVA T4
doença à distância IVB M1
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
IA T1a N0 M0
IA1 T1a1 N0 M0
IA2 T1a2 N0 M0
IB T1b N1 M0
IB1 T1b1 N0 M0
IB2 T1b2 N0 M0
II T2 N0 M0
187
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO — CID10: C53
ESTÁDIO T N M
IIA T2a N0 M0
IIA1 T2a1 N0 M0
IIA2 T2a2 N0 M0
IIB T2b N0 M0
III T3 N0 M0
IIIA T3a N0 M0
IIIB T3b N0 – 1 M0
T1 – 3
N1 M0
IVA T4 N0 – 1 M0
T1 – 3
N0 – 1 M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
4.1. Estágio Ia - Ib1
Tratamento cirúrgico
Ia1
• Mulheres com desejo de preservação de fertilidade: co-
nização. Em caso de margens positivas após conização,
repetir conização ou traquelectomia radical.
• Na ausência de invasão vascular a linfadenectomia é
desnecessária, pois o risco de acometimento linfonodal
é menor que 1%. A presença de invasão vascular torna a
linfadenectomia pélvica mandatória.
• Mulheres com prole constituída: conização, histerecto-
mia simples ou histerectomia radical modificada. A pre-
ferência é por histerectomia radical associada a linfade-
nectomia pélvica bilateral.
188
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
Ia2
• Mulheres com desejo de preservação de fertilidade: tra-
quelectomia radical e linfadenectomia pélvica.
• Mulheres com Prole constituída: histerectomia radical
modificada e linfadenectomia pélvica.
• A linfadenectomia paraórtica deve ser realizada em caso
de doença pélvica linfonodal suspeita ou confirmada.
Ib1
• Histerectomia radical e linfadenectomia pélvica.
• Para pacientes selecionadas, que desejam preservar fer-
tilidade e com tumores ≤ 2 cm: considerar traquelecto-
mia radical com linfadenectomia pélvica.
Obs:
• A linfadenectomia paraórtica deve ser realizada em caso
de doença pélvica linfonodal suspeita ou confirmada.
• Braquiterapia é uma opção em pacientes não candidatas
a cirurgia devido a comorbidades ou performance status
ruim.
Tratamento adjuvante
• Não há indicação de tratamento adjuvante, exceto em
pacientes com fatores patológicos de risco intermediário
ou alto.
• Risco intermediário: tumor > 4 cm, presença de invasão
linfovascular, invasão profunda do estroma cervical. Con-
siderar radioterapia adjuvante na presença de 2 ou mais
fatores de risco.
• Risco Alto: envolvimento patológico de linfonodos, inva-
são paramétrio, margens cirúrgicas positivas. Considerar
quimiorradioterapia na presença de pelo menos 1 fator
de risco.
Considerações
Cerca de 30% das pacientes com diagnóstico de câncer do
colo do útero têm menos de 40 anos e cerca de 40% têm
doença inicial. Cirurgia com preservação de fertilidade é se-
gura para mulheres jovens com câncer do útero estádio Ia1.
189
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO — CID10: C53
Traquelectomia é uma opção em pacientes com tumores Ia2
e Ib1< 2,0 cm com finalidade de preservação de fertilidade
baseado em estudo de caso controle que não demonstrou
diferença em sobrevida quando comparada a histerectomia
radical. Invasão linfovascular intratumoral é um fator de ris-
co para recaída linfonodal, mas não é uma contra-indicação
a traquelectomia.
Estágio Ib2-IIa
4.2.
Tratamento primário:
• Histerectomia total com linfadenectomia pélvica (IIa1).
• Radioterapia concomitante a cisplatina 40 mg/m² se-
manal seguido de braquiterapia (Ib2 e IIa2).
Tratamento adjuvante:
• Radioterapia externa nas pacientes de risco interme-
diário (dois dos seguintes critérios: tumor > 4 cm, >
1/3 de invasão estromal, invasão linfovascular).
• Radioterapia concomitante a cisplatina 40 mg/m² se-
manal seguido de braquiterapia nas pacientes de alto
risco (um dos seguintes critérios: linfonodo pélvico
positivo, margem positiva, invasão de paramétrio).
190
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
Considerações
Estudo randomizado (GOG 92) incluindo 277 portadoras
de carcinoma de cérvice em estádio IB, de risco interme-
diário submetidas à histerectomia total e à linfadenecto-
mia pélvica comparou radioterapia externa adjuvante com
observação. Em 2 anos, as taxas de recorrência foram de
88% com radioterapia versus 79% com observação [1]. Na
atualização do estudo com seguimento de 12 anos, houve
uma redução do risco relativo de progressão ou morte da
ordem de 42% [2]. Em metanálise envolvendo 397 pacien-
tes em estádio IB a IIA operadas, a radioterapia adjuvante
foi associada à redução no risco de progressão 42% [3] à
custa de maior toxicidade hematológica e gastrointestinal.
Em doença de alto risco o benefício da quimiorradioterapia
foi demonstrado em estudo de fase III (GOG 109) com 268
pacientes submetidas a histerectomia com achados de alto
risco na patologia randomizadas para radioterapia pélvica
com ou sem quimioterapia (cisplatina 70 mg/m² D1 com
5-FU 1000 mg/m² em infusão contínua por 4 dias, ambos
a cada 3 semanas, por 4 ciclos, os 2 primeiros juntos com
a radioterapia). O tratamento combinado foi associado em
4 anos a maior SLP (80% versus 63%, p=0,003) e SG (81%
versus 71%, p=0,007) [4]. Entretanto, recomendamos o uso
de cisplatina 40 mg/m² semanal durante a radioterapia por
ter demonstrado similar benefício com menor toxicidade
comparado a cisplatina com 5-FU no tratamento primário
da doença localmente avançada [5].
Estágio IIb-IVa
4.3.
Tratamento primário:
• Radioterapia concomitante a cisplatina 40 mg/m² sema-
nal seguido de braquiterapia.
• Estender o campo da radioterapia caso tenha comprova-
ção de envolvimento de linfonodos para aórticos.
191
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO — CID10: C53
Considerações
Metanálise com 13 estudos demonstrou que o tratamento
combinado de quimiorradioterapia versus radioterapia em
pacientes com doença localmente avançada está associado
a aumento absoluto de 10% na sobrevida global, redução no
risco de recorrência de local e sistêmica [6]. O benefício de
estender o campo da radioterapia para região para aórtica
em pacientes com envolvimento linfonodal comprovado foi
demonstrado em estudo prospectivo [7].
Recorrência local:
• Considerar quimiorradioterapia em pacientes sem
tratamento radioterápico prévio.
• Considerar cirurgia em pacientes previamente
irradiadas.
Considerações
A combinação de carboplatina com paclitaxel é uma opção
principalmente em pacientes tratadas previamente com cis-
platina por não demonstrar inferioridade em estudo rando-
mizado comparativo [8].
192
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
houve diferença na sobrevida global entre os braços, porém
a combinação de paclitaxel com cisplatina apresentou ten-
dência a maior tempo livre de progressão, taxa de resposta
e qualidade de vida [9].
Radioterapia
1) Adjuvância
• RISCO INTERMEDIÁRIO: RT externa (EBRT) pós opera-
tória: 45 – 50Gy (1.8 – 2Gy/dia).
• ALTO RISCO: RT externa + QT pós operatória.
• Margem positiva.
• Paramétrio comprometido.
• Linfonodo comprometido.
2) Tratamento definitivo
• RT externa (45 – 50Gy) seguida de braquiterapia intra-
cavitária de alta taxa de dose (3x8Gy; 4x7Gy; 5x6Gy ou
6x5Gy)
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina concomitante a Radioterapia
193
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO — CID10: C53
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina + Gencitabina
Cisplatina 50 mg/m² IV D1 A cada 21
Gencitabina 1000 mg/m² IV D1, D8 dias
Cisplatina + Vinorelbine
Cisplatina 50 mg/m² IV D1 A cada 21
Vinorelbina 30 mg/m² IV D1 e D8 dias
6. SEGUIMENTO
Estágio Exame clínico e citologia cervical/vaginal: a
Ia - Ib1 cada 3-6 meses por 2 anos, a cada 6-12 meses
até 5 anos e depois anualmente.
194
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
Estágio Exame clínico: a cada 3 meses por 2 anos, a
IIb-IVa cada 6 meses até 5 anos. Em seguida anual.
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195
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO — CID10: C53
7. Gouy S, Morice P, Narducci F, Uzan C, Martinez A, Rey A, et al. Pros-
pective multicenter study evaluating the survival of patients with locally
advanced cervical cancer undergoing laparoscopic para-aortic lympha-
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PubMed PMID: 19720909. Pubmed Central PMCID: PMC2754911. Epub
2009/09/02. eng.
196
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
CID10: C54
daniele xavier assad
198
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
FIGO TNM
Tumor invade bexiga ou mucosa do IV
intestino, ou doença metastática à
distância presente, ou ambos
Tumor invade bexiga ou intestino IVa T4
ou ambos
Doença metastática à distância IVb M1
(incluindo linfonodos inguinais,
doença intraperitoneal, pulmão,
osso ou fígado)
3. FATORES PROGNÓSTICOS
Os fatores prognósticos não englobados pela classificação
TNM ou FIGO são:
1. Tipo histológico;
2. Grau tumoral;
3. Idade da paciente;
4. Tamanho do tumor;
5. Invasão linfovascular.
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Tratamento cirúrgico
4.1.
199
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO — CID10: C54
A dissecção linfonodal pélvica e avaliação patológica são
aspectos importantes do estadiamento cirúrgico na doença
estádio I e podem ter sua indicação baseadas em critérios
pré-operatórios como histologia, grau tumoral, achados da
ressonância magnética ou histologia intra-operatória.
Avaliação dos linfonodos para-aórticos das regiões in-
fra-mesentéricas ou infra-renais é feita também de forma
selecionada para tumores de alto risco, como lesões com
invasão profunda no miométrio, grau tumoral elevado e his-
tologia não endométrioide.
Os tumores não endométrioides devem ser manejados
com histerectomia, salpingo-ooforectomia bilateral, linfa-
denectomia pélvica e para-aórtica, omentectomia e bióp-
sias peritoneais.
1) adjuvância
ESTÁDIO I
BAIXO RISCO RISCO INTERMEDIÁRIO ALTO RISCO
Observação Braquiterapia OU
1
Radioterapia
radioterapia externa externa +/-
braquiterapia 2
ESTÁDIO II
GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3
Radioterapia Radioterapia externa Radioterapia
externa +/- +/- braquiterapia1 externa +
braquiterapia1 braquiterapia1
* Legenda: 1 - Braquiterapia de fundo vaginal de alta taxa de dose
ESTÁDIO III
Radioterapia externa +/- braquiterapia*
* Considerar associar braquiterapia em casos de tumores de localização
inferior (istmo), acometimento cervical ou vaginal
200
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
PACIENTES INOPERÁVEIS
201
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO — CID10: C54
O papel da terapia hormonal é baseado em estudos retros-
pectivos. As taxas de resposta aos progestágenos, tamo-
xifeno e inibidores de aromatase são de aproximadamente
15-20%. Em pacientes com baixo volume de doença, as-
sintomáticas, com tumores endométrioides de baixo grau,
com expressão de receptores hormonais podem ser uma
opção razoável.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina e paclitaxel
Carboplatina AUC 5/6 IV D1 A cada
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 21 dias
Cisplatina + doxorrubicina
Doxorrubicina 60mg/m2 IV D1 A cada
Cisplatina 75mg/m2 IV D1 21 dias
202
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
Droga Dose Via Dias Intervalo
Doxorrubicina
Doxorrubicina 60mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
No máximo
400mg/
m2 de dose
acumulada
Docetaxel
Docetaxel 75 mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
Hormonioterapia
Tamoxifeno 20mg VO continuo Até
progressão
6. SEGUIMENTO
Consulta e exame físico 1º e 2º ano: A cada 3-6 meses.
≥ 3º ano: anualmente.
Citologia oncótica 1º e 2º ano: A cada 6 meses.
vaginal
≥ 3º ano: Anualmente.
CA125 A cada visita se elevado ao
diagnóstico.
Raio – X de tórax Anualmente.
Tomografia/ ressonância Quando clinicamente indicado.
7. REFERÊNCIAS
1. Kitchener H, Swart AM, Qian Q, Amos C, Parmar MK. Efficacy of syste-
matic pelvic lymphadenectomy in endometrial cancer (MRC ASTEC trial): a
randomised study. Lancet (London, England). 2009;373(9658):125-36. 29.
203
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO — CID10: C54
2. Todo Y, Kato H, Kaneuchi M, Watari H, Takeda M, Sakuragi N. Survi-
val effect of para-aortic lymphadenectomy in endometrial cancer (SE-
PAL study): a retrospective cohort analysis. Lancet (London, England).
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5. Nout RA, van de Poll-Franse LV, Lybeert ML, Warlam-Rodenhuis CC,
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se of systematic reviews. 2010(12):CD007926.
204
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
CÂNCER EPITELIAL DE
OVÁRIO
CID 10: C56
marcela crosara teixeira
1. DIAGNÓSTICO
• M arcadores séricos: CA 125.
• Tomografia computadorizada de tórax, abdômen
superior.
• Ressonância magnética de pelve.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO (FIGO 2014/AJCC- 8a EDIÇÃO)
208
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
IIIC/T3c-N0/N1 – Implantes em peritônio da cavidade ab-
dominal > 2 cm com ou sem metástases
em linfonodos retroperitoneais incluindo
extensão do tumor para a cápsula de fí-
gado ou baço sem o envolvimento paren-
quimatoso dos mesmos.
IVA – Derrame pleural com citologia positiva.
IVB/M1b – Metástase parenquimatosa de fígado ou baço;
metástase para órgãos extra-abdominais in-
cluindo linfonodos inguinais e linfonodos fora da
cavidade abdominal; envolvimento transmural
intestinal.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
IA T1a N0 M0
IB T1b N0 M0
IC T1c N0 M0
IIA T2a N0 M0
IIB T2b N0 M0
IIC T2c N0 M0
IIIA1 T1 – 2
N1 M0
IIIA2 T3a N1 – 2
M0
IIIB T3b N1 – 2
M0
IIIC T3c N1 – 2
M0
IVA T1 – 3 N0 – 1 M1a
IVB T1 – 3 N0 – 1 M1b
209
CÂNCER EPITELIAL DE OVÁRIO — CID 10: C56
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Tratamento adjuvante:
4.1.
Tratamento neoadjuvante
4.2.
Metastático:
4.3.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina e paclitaxel - adjuvante
Carboplatina AUC 6 IV D1 A cada 21
Paclitaxel 135 mg/m2 IV D1 dias
Carboplatina e paclitaxel - neoadjuvante
Carboplatina AUC 6 IV D1 A cada 21
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 dias
210
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina e paclitaxel - paliativa
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada 21
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 dias
Cisplatina e gencitabina
Cisplatina 60 mg/m2 IV D1 A cada 21
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1, D8 dias
Gencitabina monodroga
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1 , A cada 28
D8 e dias
D15
Docetaxel monodroga
Docetaxel 35 mg/m2 IV D1, A cada
D8, 6semanas
D15,
D22,
D28
6. SEGUIMENTO
Consulta e exame físico 1º e 2º ano: A cada 3 meses.
≥3º ano: A cada 6 meses.
CA 125 Em todas as consultas.
(Se resposta completa e
normalização do CA 125)
Exames de imagem Se quadro clínico.
compatível com progressão
ou aumento de CA 125.
211
CÂNCER EPITELIAL DE OVÁRIO — CID 10: C56
7. REFERÊNCIAS
1. du Bois A, Luck HJ, Meier W, Adams HP, Mobus V, Costa S, et al. A
randomized clinical trial of cisplatin/paclitaxel versus carboplatin/paclita-
xel as first-line treatment of ovarian cancer. Journal of the National Can-
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2. Vergote I, Trope CG, Amant F, Kristensen GB, Ehlen T, Johnson N, et al.
Neoadjuvant chemotherapy or primary surgery in stage IIIC or IV ovarian
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PubMed PMID: 20818904. Epub 2010/09/08. eng.
3. Parmar MK, Ledermann JA, Colombo N, du Bois A, Delaloye JF, Kris-
tensen GB, et al. Paclitaxel plus platinum-based chemotherapy versus
conventional platinum-based chemotherapy in women with relapsed
ovarian cancer: the ICON4/AGO-OVAR-2.2 trial. Lancet (London, En-
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4. Pfisterer J, Plante M, Vergote I, du Bois A, Hirte H, Lacave AJ, et al.
Gemcitabine plus carboplatin compared with carboplatin in patients with
platinum-sensitive recurrent ovarian cancer: an intergroup trial of the
AGO-OVAR, the NCIC CTG, and the EORTC GCG. Journal of clinical onco-
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5. Mutch DG, Orlando M, Goss T, Teneriello MG, Gordon AN, McMeekin
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17602086. Epub 2007/07/03. eng.
6. Tinker AV, Gebski V, Fitzharris B, Buck M, Stuart-Harris R, Beale P, et
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2006/11/03. eng.
212
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
CÂNCER GERMINATIVO
DE OVÁRIO
CID 10: C56
marcela crosara teixeira
1. DIAGNÓSTICO
• M arcadores séricos: alfa feto proteína, DHL e Beta-HCG.
• Tomografia computadorizada de tórax, abdômen superior.
• Ressonância magnética de pelve.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO (FIGO 2014/AJCC- 8a EDIÇÃO)
214
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
gado ou baço sem o envolvimento paren-
quimatoso dos mesmos.
IVA – Derrame pleural com citologia positiva.
IVB/M1b – Metástase parenquimatosa de fígado ou baço; me-
tástase para órgãos extra-abdominais incluindo
linfonodos inguinais e linfonodos fora da cavidade
abdominal; envolvimento transmural intestinal.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
IA T1a N0 M0
IB T1b N0 M0
IC T1c N0 M0
IIA T2a N0 M0
IIB T2b N0 M0
IIC T2c N0 M0
IIIA1 T1 – 2 N1 M0
IIIA2 T3a N1 – 2 M0
IIIB T3b N1 – 2 M0
IIIC T3c N1 – 2 M0
IVA T1 – 3 N0 – 1 M1a
IVB T1 – 3 N0 – 1 M1b
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Tratamento adjuvante:
4.1.
Platino – Sensível:
• BEP x 4 ciclos (pacientes que não receberam adjuvância).
• TIP x 4 ciclos (pacientes que receberam adjuvância) [2].
Platino – Resistente:
• 1ª Linha: Gencitabina monodroga [3].
• 2ª Linha: Paclitaxel monodroga [4].
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
BEP
Cisplatina 20mg/m2 IV D1 – 5
A cada
Etoposideo 100mg/m2 IV D1 – 5
21 dias
Bleomicina 30U IV D2, D9,
D16
TIP
Paclitaxel 250mg/m2 IV em D1 A cada
24h 21 dias
Ifosfamida 1,2g/m2 IV D2 – 5
Cisplatina 25mg/m2 IV D2 – 5
Gencitabina monodroga
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1 , D8 A cada
e D15 28 dias
Paclitaxel monodroga
Paclitaxel 175mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
216
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
6. SEGUIMENTO
Exame clínico 1º ano: A cada quatro semanas.
e marcadores 2º ano: A cada 3 meses.
tumorais 3º a 5º ano: A cada 6 meses.
Radiografia de 1º - 2º ano: A cada 3 meses.
tórax 3º a 5º ano: A cada 6 meses.
Tomografias de Se houver elevação do marcador ou
tórax e abdome sintomas.
7. REFERÊNCIAS
1. Williams S, Blessing JA, Liao SY, Ball H, Hanjani P. Adjuvant therapy of
ovarian germ cell tumors with cisplatin, etoposide, and bleomycin: a trial
of the Gynecologic Oncology Group. Journal of clinical oncology : official
journal of the American Society of Clinical Oncology. 1994 Apr;12(4):701-
6. PubMed PMID: 7512129. Epub 1994/04/01. eng.
2. Kondagunta GV, Bacik J, Donadio A, Bajorin D, Marion S, Sheinfeld J,
et al. Combination of paclitaxel, ifosfamide, and cisplatin is an effective
second-line therapy for patients with relapsed testicular germ cell tumors.
Journal of clinical oncology : official journal of the American Society of
Clinical Oncology. 2005 Sep 20;23(27):6549-55. PubMed PMID: 16170162.
Epub 2005/09/20. eng.
3. Hinton S, Catalano P, Einhorn LH, Loehrer PJ, Sr., Kuzel T, Vaughn D,
et al. Phase II study of paclitaxel plus gemcitabine in refractory germ cell
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4. Theodore C, Chevreau C, Yataqhene Y, Fizazi K, Delord JP, Lotz JP, et
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for germ-cell tumors. Annals of oncology : official journal of the European
Society for Medical Oncology. 2008 Aug;19(8):1465-9. PubMed PMID:
18385203. Epub 2008/04/04. eng.
217
CÂNCER GERMINATIVO DE OVÁRIO — CID 10: C56
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
CÂNCER DE VULVA
E VAGINA
CID 10: C51 e C52
marcela crosara teixeira
1. DIAGNÓSTICO
• T omografia computadorizada de tórax, abdômen
superior.
• Ressonância magnética de pelve.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO (FIGO 2014/AJCC- 8A EDIÇÃO
220
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
IVA/T3 – Tumor invade a uretra superior e/ou mucosa vagi-
nal, a mucosa vesical, a mucosa retal, fixo ao osso
pélvico.
IVA/N3 – Com metástases linfonodais inguinofemorais fixas
ou ulceradas.
IVB/M1 – Qualquer metástase à distância, incluindo linfono-
dos pélvicos.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
IA T1A N0 M0
IB T1b N0 M0
II T2 N0 M0
IIIA T1 N1a M0
T1 N1b M0
T2 N1a M0
T2 N1b M0
IIIB T1 N2a M0
T1 N2b M0
T2 N2a M0
T2 N2b M0
IIIC T1 N2c M0
T2 N2c M0
221
CÂNCER DE VULVA E VAGINA — CID 10: C51 e C52
ESTÁDIO T N M
IVA T1 N3 M0
T2 N3 M0
T3 N0 – 3 M0
IVB T1 – 3 N1 – 3 M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Estádio I:
4.1.
Estádio II:
4.2.
Estádio IVB:
4.4.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina concomitante a Radioterapia
Cisplatina 40 mg/m2 IV Semanal Durante a
radioterapia
Cisplatina Paliativa
Cisplatina 50 mg/m2 IV D1 A cada 21
dias
222
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
6. SEGUIMENTO
Consulta e 1º, 2º e 3º meses: inspeção local.
exame físico: 4º ao 12º mês: inspeção local e
inspeção vaginoscopia.
ginecológica
2º e 3º anos: semestral: inspeção local e
vaginoscopia.
7. REFERÊNCIAS
1. Samant R, Lau B, E C, Le T, Tam T. Primary vaginal cancer treated with
concurrent chemoradiation using Cis-platinum. International journal of
radiation oncology, biology, physics. 2007 Nov 1;69(3):746-50. PubMed
PMID: 17512130. Epub 2007/05/22. eng.
2. Thigpen JT, Blessing JA, Homesley HD, Berek JS, Creasman WT. Phase
II trial of cisplatin in advanced or recurrent cancer of the vagina: a Gyne-
cologic Oncology Group Study. Gynecologic oncology. 1986 Jan;23(1):101-
4. PubMed PMID: 3943746. Epub 1986/01/01. eng.
223
CÂNCER DE VULVA E VAGINA — CID 10: C51 e C52
NEOPLASIAS GINECOLÓGICAS
MELANOMA
MELANOMA
MELANOMA
CID 10: C43
bruno santos wance de souza
1. DIAGNÓSTICO
Exames Laboratoriais:
Hemograma completo, DHL, funções renal e hepática.
Exames de imagem:
Indicados de rotina a partir do estadiamento clínico ou pa-
tológico III, ou em qualquer estágio em caso de suspeita
clínica:
• Tomografia de tórax, abdômen superior e pelve com
contraste.
• Tomografia ou ressonância de crânio, bem como cintilo-
grafia óssea, apenas em caso de suspeita clínica.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
TX – Tumor primário não avaliável.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
Tis – Melanoma in-situ.
T1 – ≤ 1 mm.
a: sem ulceração e Breslow< 0,8 mm.
b:Breslow< 0,8 mm com ulceração ou Breslow 0,8-1,0 mm
independente da ulceração.
228
MELANOMA
LINFONODOS REGIONAIS
Nx – Linfonodos regionais não avaliáveis.
N0 – Sem metástase em linfonodos regionais.
N1 – Um linfonodo positivo ou metástase em trânsito, satéli-
te ou microssatélite sem envolvimento linfonodal.
a: um linfonodo clinicamente oculto.
b: um linfonodo clinicamente detectado.
c: presença de metástase em trânsito, satélite ou micros-
satélite, sem comprometimento linfonodal.
METÁSTASE À DISTÂNCIA
M0 – Ausência de metástases.
M1 – Presença de metástases à distância:
a: pele, subcutâneo ou linfonodo não regional.
b: pulmão.
229
MELANOMA — CID 10: C43
c: outros órgãos, exceto sistema nervoso central (SNC).
d: SNC.
** acrescentar (0) e (1) para DHL normal ou elevada,
respectivamente.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
IA T1a N0 M0
IB T1b – T2a N0 M0
IIA T2b -T3a N0 M0
IIB T3b – T4a N0 M0
IIC T4b N0 M0
IIIA T1a/b-T2a N1a – N2a M0
IIIB T0 N1b/c M0
T1a/b-T2a N1b/c-N2b M0
T2b – T3a N1a – N2b M0
IIIC T0 N2b/c-N3b/c M0
T1a – T3a N2c ou N3 M0
T3b – T4a Qualquer N M0
T4b N1a a N2c M0
IIID T4b N3a – c M0
IV Qualquer Qualquer M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Estádio clínico I:
4.1.
230
MELANOMA
Estádio clínico III A/B/C (Linfonodo Sentinela Positivo):
4.3.
2) Disseminada:
1ª Linha: Pesquisa clínica ou dacarbazina [3]
2ª Linha: Pesquisa clínica ou cuidados paliativos exclusivos
** Cuidados paliativos exclusivos para pacientes PS 3-4
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Dacarbazina
Dacarbazina 1000 mg/m2 IV D1 A cada 21 dias
231
MELANOMA — CID 10: C43
6. SEGUIMENTO
Estádio Clinico 0 Recomendações semelhantes à
ou in situ população geral.
Estádio Clinico • H
istória e exame físico a cada 6
Ia-IIA meses por 5 anos e em seguida
anualmente ou conforme
indicação clínica.
• E
xames de imagem apenas em
caso de suspeita clínica.
Estádio clínico IIB • H
istória e exame físico a cada 4
a IV meses por 2 anos, em seguida a
cada 6 meses por 3 anos e em
seguida anualmente ou conforme
indicação clínica.
• T
omografia de tórax, abdomen e
pelve a cada 4 meses por 2 anos,
em seguida a cada 6 meses por
3 anos, em seguida apenas em
caso de suspeita clínica.
7. REFERÊNCIAS
1. Garbe C, Hauschild A, Volkenandt M, Schadendorf D, Stolz W, Reinhold
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nes: surgical treatment and radiotherapy of melanoma. Melanoma resear-
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232
MELANOMA
MELANOMA
MESOTELIOMA
MESOTELIOMA
MESOTELIOMA
CID 10: C45
daniel da motta girardi
1. DIAGNÓSTICO
• H emograma, DHL.
• Tomografia de tórax e abdome.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
T1 – Tumor limitado à pleura parietal ipsilateral com ou sem
envolvimento de: pleura visceral, pleura mediastinal,
pleura diafragmática.
T2 – Tumor envolve cada uma das superfícies pleurais ipsi-
laterais (parietal, visceral, mediastinal e diafragmática)
com pelo menos um dos seguintes: envolvimentos do
músculo diafragmático ou invasão do parênquima pul-
monar contíguo.
T3 – Tumor envolve todas as superfícies pleurais ipsilaterais
(parietal, visceral, mediastinal e diafragmática) com
pelo menos um dos seguintes: envolvimento da fáscia
endotorácica, gordura mediastinal, parede torácica e
invasão não- transmural do pericardio.
T4 – Tumor envolve todas as superfícies pleurais ipsilaterais
(parietal, visceral, mediastinal e diafragmática) com
pelo menos um dos seguintes: acometimento do pe-
ritônio por via diafragmática, pleura contralateral, ór-
gãos mediastinais, pleura contralateral, pericárdio com
ou sem derrame, coluna vertebral e invasão extensa ou
multifocal da parede torácica com ou sem acometi-
mento da costela.
238
MESOTELIOMA
METÁSTASE
M0 – Sem evidência de metástase à distância.
M1 – Metástases à distância.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
IA T1 N0 M0
IB T2 ou T3 N0 M0
II T1 – 3 N1 M0
T2 N1 M0
IIIA T3 N1 M0
IIIB T1 – 3 N2 M0
T4 Qualquer N M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença ressecável (Estádio I, II e III)
4.1.
Doença refratária
4.3.
239
MESOTELIOMA — CID 10: C45
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina e gencitabina
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1 A cada
Gemcitabina 1000 mg/m2 IV D1, D8, 28 dias
D15
Carboplatina e gencitabina
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada 21
Gemcitabina 1000 mg/m2 IV D1 e dias
D8
Cisplatina e doxorrubicina
Cisplatina 60 mg/m2 IV D1 A cada 21
Doxorrubicina 60 mg/m2 IV D1 dias
Gencitabina
Gemcitabina 1250 mg/m2 IV D1, D8 A cada
e D15 28 dias
Vinorelbine
Vinorelbine 30 mg/m2 IV D1 semanal
Doxorrubicina
Doxorrubicina 75 mg/m2 IV D1 A cada 21
dias
(dose acumulativa máxima de 450 mg/m²)
6. SEGUIMENTO
Consulta e Exame Físico. A cada 3 meses.
Tomografia de tórax com A cada 6 meses.
contraste.
240
MESOTELIOMA
7. REFERÊNCIAS
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Multicenter trial of neo-adjuvant chemotherapy followed by extrapleural
pneumonectomy in malignant pleural mesothelioma. Annals of oncolo-
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pneumonectomy and adjuvant high-dose hemithoracic radiation for ma-
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of the American Society of Clinical Oncology. 2009 Mar 20;27(9):1413-8.
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5. van Meerbeeck JP, Baas P, Debruyne C, Groen HJ, Manegold C, Ar-
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3907825. Epub 1985/12/01. eng.
241
MESOTELIOMA — CID 10: C45
MESOTELIOMA
GLIOMAS
GLIOMAS
NEOPLASIA MALIGNA
DO ENCÉFALO
CID 10: C71
bruno santos wance de souza
2. CLASSIFICAÇÃO
GLIOMAS DE BAIXO GRAU GRAU
Astrocitomapilocítico. I
Astrocitomapilomixóide. I
Astrocitomasubependimário de células I
gigantes.
Astrocitoma difuso (IDHmutadox IDH II
selvagem).
Oligodendroglioma (IDHmutado + codel II
1p19q).
Oligodendroglioma, sem outra especificação. II
Oligoastrocitoma, sem outra especificação. II
Astrocitomagemistocítico (IDH mutado). II
246
GLIOMAS
3. PROGNÓSTICO
FATORES PROGNÓSTICOS E PREDITIVOS MOLECULARES
Mutação Observação
Mutação de Incidência elevada em astrocitomas
ATRX com mutação de IDH, menos
frequente em oligodendrogliomas e
glioblastomas.
Metilação do É fator prognóstico favorável e
promotor para possivelmente preditivo positivo
MGMT para resposta a quimioterapia com
alquilantes.
Mutação dos É importante fator prognóstico
genes IDH1 e favorável e possivelmente preditivo
IDH2 positivo de resposta a quimioterapia e
radioterapia
Co – deleção Importante fator prognóstico favorável
cromossômica
1p/19q
Legenda: MGMT = O6-metilguanina DNA
metiltransferase; IDH = isocitrato desidrogenase; ATRX=
α-talassemia / síndrome de retardo mental ligada ao
cromossomo X
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Gliomas de baixo grau (grau II):
4.1.
Cirurgia:
Ressecção máxima com preservação de função neurológica
Considerar seguimento em casos selecionados (lesões pe-
quenas, minimamente sintomáticas) [1].
Adjuvância:
• Radioterapia para pacientes de alto risco: > 40 anos, tu-
mor > 5 cm, ressecção incompleta, histologia astrocitária,
IDH selvagem, ausência de codel1p19q.
• Seguimento para pacientes sem fatores de risco.
247
NEOPLASIA MALIGNA DO ENCÉFALO — CID 10: C71
Doença recorrente [2, 3]
4.2.
•
Reabordagem cirúrgica em casos selecionados (sinto-
máticos, porém bom PS, lesões bem circunscritas, res-
secção total ou quase total factível, intervalo livre de pro-
gressão (ILP).
•
Re-irradiação em casos selecionados (tumores inicial-
mente de baixo grau que recorrem para alto grau, longo
ILP, contra-indicação para terapias sistêmicas).
Adjuvância: Radioterapia
•
Se ps/função neurológica limítrofe ou pacientes > 70
anos: RT isolada ou cuidados paliativos exclusivos [4].
Doença recorrente:
4.4.
•
Reabordagem cirúrgica em casos selecionados (sinto-
máticos porém bom PS, lesões bem circunscritas, ressec-
ção total ou quase total factível, longo ILP) [5].
•
Reirradiação em casos selecionados (tumores inicial-
mente de baixo grau que recorrem para alto grau, longo
ILP, contra-indicação para terapias sistêmicas) [6].
5. SEGUIMENTO
Exame Físico a cada 3 meses para os gliomas de alto
grau e a cada 3-6 meses para os gliomas
de baixo grau.
248
GLIOMAS
6. REFERÊNCIAS
1. Lang FF, Gilbert MR. Diffusely infiltrative low-grade gliomas in adults.
Journal of clinical oncology : official journal of the American Society of
Clinical Oncology. 2006 Mar 10;24(8):1236-45. PubMed PMID: 16525178.
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19118062. Epub 2009/01/02. eng.
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grade gliomas. Journal of neuro-oncology. 2007 May;82(3):281-8. Pub-
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4. Keime-Guibert F, Chinot O, Taillandier L, Cartalat-Carel S, Frenay M,
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5. Park JK, Hodges T, Arko L, Shen M, Dello Iacono D, McNabb A, et al.
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6. Mayer R, Sminia P. Reirradiation tolerance of the human brain. In-
ternational journal of radiation oncology, biology, physics. 2008 Apr
1;70(5):1350-60. PubMed PMID: 18037587. Epub 2007/11/27. eng.
249
NEOPLASIA MALIGNA DO ENCÉFALO — CID 10: C71
GLIOMAS
SARCOMAS
SARCOMAS
SARCOMA DE
PARTES MOLES
CID 10: C49
bruno santos wance de souza
1. DIAGNÓSTICO
Exames Laboratoriais
Hemograma completo;
Função hepática;
Função renal;
Desidrogenase lática.
Exames de imagem
Ressonância Magnética ou Tomografia da região afetada.
Tomografia de tórax.
Demais exames de imagem apenas em caso de suspeita
clínica.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
TX – Tumor primário não avaliável.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
Tis – Melanoma in-situ.
T1 – Tumor ≤ 5 cm.
T2 – Tumor entre 6 e 10 cm.
T3 – Tumor entre 11 e 15 cm.
T4 – Tumor >15cm.
254
SARCOMAS
LINFONODOS REGIONAIS
Nx – Linfonodos regionais não avaliáveis.
N0 – Sem metástase em linfonodos regionais.
N1 – Presença de metástase linfonodal.
METÁSTASE À DISTÂNCIA
M0 – Ausência de metástases.
M1 – Presença de metástases à distância.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M GRAU
IA T1 N0 M0 1
IB T2 – 4
N0 M0 1
II T1 N0 M0 2–3
IIIA T2 N0 M0 2–3
IIIB T3 – 4
N0 M0 2–3
IV Qualquer T N1 M0 – 1 Qualquer
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Estádio I:
4.1.
255
SARCOMA DE PARTES MOLES — CID 10: C49
Estádio II ressecável com morbidade aceitável:
4.2.
Ressecção ampla
• considerar radioterapia adjuvante [3-5].
Obs:
• Considerar adjuvância principalmente em tumores gran-
des (> 5cm), alto grau, histologia favorável (Sarcoma si-
novial e Lipossarcoma Mixóide), primário de extremida-
de em pacientes jovens (< 60 anos), bom PS.
• Doxorrubicina associado à ifosfamida é o esquema de
escolha para tratamento adjuvante.
• Considerar neoadjuvância principalmente em tumores
grandes (> 10cm), alto grau, bom OS e histologia favo-
rável. Citorredução possibilita melhor desfecho cirúrgico
(margem, preservação de membro, outros). Reavaliação
precoce com imagem após 2 ciclos. Em caso de respos-
ta radiológica e possibilidade de cirurgia com margens
adequadas, proceder com a cirurgia e completar quimio-
terapia adjuvante por mais 3 ciclos. Em caso de ausência
de resposta após 2 ciclos, discutir radioterapia neoadju-
vante. No caso de progressão de doença após 2 ciclos,
proceder com cirurgia se possível seguido de radiotera-
pia adjuvante.
256
SARCOMAS
Doença localizada irressecável ou ressecável com
4.4.
elevada morbidade:
Terapia de conversão:
A) Radioterapia [8]
• Ressecável com morbidade aceitável: ressecção ampla
Considerar boost +/- Quimioterapia.
• Irressecável ou ressecável com elevada morbidade:
Quimioterapia, ou cirurgia paliativa, ou amputação, ou cui-
dados paliativos.
Estádio IV ou sincrônico:
4.5.
• Oligometástase:
• Tumor primário:
Mesmo racional de doença estadio II ou III ressecável com
morbidade aceitável.
• Metástases:
A) Metastasectomia (associado ou não a Quimioterapia +/-
Radioterapia pré ou pós-operatória).
B) Técnicas ablativas (SBRT, embolização, outras).
257
SARCOMA DE PARTES MOLES — CID 10: C49
• Metástases disseminadas: tratamento paliativo
A) Quimioterapia [11, 12].
B) Observação se assintomático.
C) Cuidados paliativos.
D) Considerar tratamento localizado paliativo para lesões
sintomáticas (cirurgia, Radioterapia, outros).
Obs:
• D oxorrubicina associado ou não à ifosfamida é o esque-
ma de escolha em primeira linha paliativa.
• Reservar esquemas de poliquimioterapia para pacientes
com bom performance status e necessidade de taxa de
resposta.
• Considerar esquema de monoterapia em segunda linha.
• Tratamento sub-tipo específico ainda não foi capaz de
mostrar benefício em sobrevida global.
Doença recorrente:
4.6.
258
SARCOMAS
Histologias especiais:
4.7.
259
SARCOMA DE PARTES MOLES — CID 10: C49
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Doxorrubicina e Ifosfamida
260
SARCOMAS
Droga Dose Via Dias Intervalo
Gencitabina 675 – 9
00mg/m2 IV D1 e A cada
D8 21 dias
Docetaxel 75 – 100mg/m2 IV D8
Filgrastim 300mcg SC D9 a
D15
Ifosfamida monodroga — (Paliativo)
Ifosfamida 3000mg/m2 IV D1 e A cada
D3 21 dias
Mesna* 2000mg/m2 IV D1 e
D3
*Mesna EV mesma dose da Ifosfamidaidividida em
duas aplicações: imediatamente antes e 4 horas após
Ifosfamida
Dacarbazina monodroga
(Paliativo – 2ª linha ou pacientes com contra-indicação
a doxorrubicina)
Dacarbazina 1000mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
Doxorrubicina e Dacarbazina
261
SARCOMA DE PARTES MOLES — CID 10: C49
6. SEGUIMENTO
EC 0 IN SITU Recomendações semelhantes à
população geral.
EC IA - IIA • H
istória e exame físico:
• E
xames de imagem:
• T
omografia de tórax abdômen e pelve:
7. REFERÊNCIAS
1. Gronchi A, Lo Vullo S, Fiore M, Mussi C, Stacchiotti S, Collini P, et al.
Aggressive surgical policies in a retrospectively reviewed single-institu-
tion case series of retroperitoneal soft tissue sarcoma patients. J Clin On-
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SARCOMAS
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263
SARCOMA DE PARTES MOLES — CID 10: C49
SARCOMAS
OSTEOSSARCOMA
CID 10: C41
bruno santos wance de souza
1. DIAGNÓSTICO
Exames laboratoriais
• Hemograma, DHL, fosfatase alcalina, funções renal e
hepática.
• Função renal.
• Função hepática (+ fosfatase alcalina).
Exames de imagem
• Ressonância magnética ou tomografia da região afetada.
• Tomografia de tórax.
• Cintilografia óssea.
• Ressonância magnética ou tomografia dos sítios de me-
tástases ósseas.
* Demais exames de imagem apenas em caso de suspeita
clínica.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO
TUMOR PRIMÁRIO
TX – Tumor primário não avaliável.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
T1 – Tumor ≤ 8 cm.
T2 – Tumor > 8 cm.
T3 – Presença de dois tumores separados no mesmo osso.
LINFONODOS REGIONAIS
Nx – Linfonodos regionais não avaliáveis.
N0 – Sem metástase em linfonodos regionais.
N1 – Presença de metástase linfonodal (equivalente à doen-
ça metastática).
266
SARCOMAS
METÁSTASE À DISTÂNCIA
M0 – Ausência de metástases.
M1 – Presença de metástases à distância.
M1a: apenas pulmão.
M1b: qualquer outro local, incluindo linfonodo.
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M GRAU
IA T1 N0 M0 1
IB T2 – 3
N0 M0 1
IIA T1 N0 M0 2 – 3
IIB T2 N0 M0 2 – 3
III T3 N0 M0 2 – 3
IIIB T3 – 4
N0 M0 Qualquer
IVA Qualquer T N0 M1a Qualquer
IVB Qualquer T N0 – 1 M1b Qualquer
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença localizada
4.1.
267
OSTEOSSARCOMA — CID 10: C41
Em caso de biopsia demonstrando doença de alto grau pro-
ceder com QT neoadjuvante com cisplatina e doxorrubicina
por 3 ciclos [1] e reavaliar a resposta com imagens:
A) Se doença ressecável: Ressecção ampla.
• Margens positivas: QT adjuvante com cisplatina e do-
xorrubicina por 3 ciclos +/- terapia local (Cirurgia
+/- radioterapia).
• Margem negativa: QT adjuvante com mesmo esquema
da neoadjuvância por 3 ciclos.
** considerar trocar esquema quimioterápico na adjuvância
em casos de pobre resposta à QT neoadjuvante.
B) Se doença Irressecável [2]: Quimioterapia paliativa ou
radioterapia.
Se doença ressecável:
• Considerar tratar aos moldes de doença localizada de
alto grau + Metastasectomia, ou
• Quimioterapia paliativa [2, 3].
Se doença irressecável:
• Quimioterapia paliativa [2, 3].
• Considerar radioterapia / tratamento local.
Doença recorrente:
4.3.
Ressecável: Cirurgia
Irressecável: Quimioterapia com avaliação de resposta após
3 ciclos:
A) Ressecável: Cirurgia
B) Irressecável: seguimento, linhas subsequentes, tratamen-
to paliativo
268
SARCOMAS
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina e doxorrubicina (neoadjuvante, adjuvante e
paliativo)
Doxorrubicina 25 mg/m2 IV D1 a A cada
D3 21 dias
Cisplatina 50 mg/m2 IV D1 e por 6
D2 ciclos
Filgrastim 300 mcg SC D4 a
D13
Ifosfamida e etoposídeo (paliativo)
Ifosfamida 1800 mg/m2 IV D1 a A cada
D5 21 dias
Etoposídeo 100 mg/m2 IV D1 a por 6
D5 ciclos
Gencitabina e docetaxel (paliativo)
Gencitabina 675 mg/m2 IV D1 e A cada
D8 21 dias
Docetaxel 75 – 100 mg/m2 IV D1
6. REFERÊNCIAS
1. Souhami RL, Craft AW, Van der Eijken JW, Nooij M, Spooner D, Bram-
well VH, et al. Randomised trial of two regimens of chemotherapy in ope-
rable osteosarcoma: a study of the European Osteosarcoma Intergroup.
Lancet (London, England). 1997 Sep 27;350(9082):911-7. PubMed PMID:
9314869. Epub 1997/10/07. eng.
2. Goorin AM, Harris MB, Bernstein M, Ferguson W, Devidas M, Siegal
GP, et al. Phase II/III trial of etoposide and high-dose ifosfamide in ne-
wly diagnosed metastatic osteosarcoma: a pediatric oncology group trial.
Journal of clinical oncology : official journal of the American Society of
Clinical Oncology. 2002 Jan 15;20(2):426-33. PubMed PMID: 11786570.
Epub 2002/01/12. eng.
3. Navid F, Willert JR, McCarville MB, Furman W, Watkins A, Roberts W,
et al. Combination of gemcitabine and docetaxel in the treatment of chil-
dren and young adults with refractory bone sarcoma. Cancer. 2008 Jul
15;113(2):419-25. PubMed PMID: 18484657. Epub 2008/05/20. eng.
269
OSTEOSSARCOMA — CID 10: C41
SARCOMAS
GIST
CID 10: C26
fabiana comar
1. DIAGNÓSTICO
• E ndoscopia digestiva alta / colonoscopia com biópsia –
doença inicial esôfago, estômago ou reto.
• Tomografia computadorizada da região afetada.
• Ressonância Magnética de Abdome e Pelve – avaliar
ressecabilidade.
• Imunohistoquímica – Proteína KIT (éxon 11, éxon 9), PDG-
FR-alfa (éxon18).
2. ESTADIAMENTO E ESTRATIFICAÇÂO DE
RISCO
AFIP GÁSTRICO NÃO GÁSTRICO SG 5 ANOS EM %
3. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Pacientes operados sem doença residual
3.1.
doença [4]
• Imatinibe 400 mg/dia até progressão de doença.
• Na progressão: Imatinibe 800 mg/dia.
4. SEGUIMENTO
Exame trimestral nos 2 primeiros anos , semestral do
físco 3º ao 5º ano.
Exames • risco baixo intermediário – tomografia se-
de mestral nos 2 primeiros anos, anual do 3º ao
imagem 5º ano.
• r isco alto ou muito alto – tomografia a cada
3 ou 4 meses nos primeiros anos, semestral
do 3º ao 5º ano.
5. REFERÊNCIAS
1. Joensuu H, Eriksson M, Sundby Hall K, Hartmann JT, Pink D, Schutte J,
et al. One vs three years of adjuvant imatinib for operable gastrointestinal
stromal tumor: a randomized trial. Jama. 2012;307(12):1265-72.
2. Blanke CD, Demetri GD, von Mehren M, Heinrich MC, Eisenberg B, Flet-
cher JA, et al. Long-term results from a randomized phase II trial of stan-
dard- versus higher-dose imatinib mesylate for patients with unresectable
or metastatic gastrointestinal stromal tumors expressing KIT. Journal of
clinical oncology : official journal of the American Society of Clinical On-
cology. 2008;26(4):620-5.
3. Blay JY, Le Cesne A, Ray-Coquard I, Bui B, Duffaud F, Delbaldo C,
et al. Prospective multicentric randomized phase III study of imatinib in
patients with advanced gastrointestinal stromal tumors comparing inter-
ruption versus continuation of treatment beyond 1 year: the French Sar-
coma Group. Journal of clinical oncology : official journal of the American
Society of Clinical Oncology. 2007;25(9):1107-13.
4. Demetri GD, von Mehren M, Blanke CD, Van den Abbeele AD, Eisen-
berg B, Roberts PJ, et al. Efficacy and safety of imatinib mesylate in ad-
vanced gastrointestinal stromal tumors. The New England journal of me-
dicine. 2002;347(7):472-80.
273
GIST — CID 10: C26
SARCOMAS
SARCOMA DE KAPOSI
CID 10: C46
daniel da motta girardi
1. DIAGNÓSTICO
• E xames gerais como bioquímica, hemograma, função
hepática e renal.
• CD4 e carga viral.
• Tomografia de Torax, abdômen e pelve.
• Endoscopia e colonoscopia.
• Broncoscopia se indicado.
2 ESTADIAMENTO E ESTRATIFICAÇÃO DE
RISCO
• T umor (T): Relacionado ao tamanho do tumor.
• Sistema Imune (I): Status do sistema imune avaliado pela
contagem de células CD4.
• Doença sistêmica (S): Status da doença no organismo ou
presença de doença sistêmica relacionada ao HIV.
276
SARCOMAS
Baixo risco Alto risco
Todos os fatores abaixo Pelo menos um dos
fatores abaixo
Doença Ausência de infecções Presença de
sistêmica oportunistas ou infecções
(S) candidíase oral. oportunistas ou
candidíase oral.
Ausencia de sintomas B. Presença de pelo
menos um dos
sintomas B.
Karnofsky performance Karnofsky
status maior que 70. performance
status menor que
70.
Presença de
outra doença
relacionada ao
HIV como linfoma
ou doença
neurológica.
3. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Tratamento antirretroviral
3.1.
277
SARCOMA DE KAPOSI — CID 10: C46
Lesões cutâneas isoladas [1]:
3.2.
• Radioterapia.
• Excisão da lesão.
4. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Paclitaxel
Paclitaxel 80 mg/m2 IV D1, D8, Cada 28
D15 dias
Vimblastina
Vimblastina 0.1 mg/Kg IV D1 Semanal
5. SEGUIMENTO
Consulta e exame fisico A cada 3 meses após o
controle das lesões ou
resposta máxima.
Exames de imagem ou A depender da
endoscópicos sintomatologia e do sítio
acometido.
278
SARCOMAS
6. REFERÊNCIAS
1. Hoffmann C, Sabranski M, Esser S. HIV-Associated Kaposi’s Sarcoma.
Oncology research and treatment. 2017;40(3):94-8.
2. Gill PS, Tulpule A, Espina BM, Cabriales S, Bresnahan J, Ilaw M, et al.
Paclitaxel is safe and effective in the treatment of advanced AIDS-rela-
ted Kaposi’s sarcoma. Journal of clinical oncology : official journal of the
American Society of Clinical Oncology. 1999;17(6):1876-83.
279
SARCOMA DE KAPOSI — CID 10: C46
SARCOMAS
NEOPLASIAS
DE CABEÇA
E PESCOÇO
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
CARCINOMA DE
CÉLULAS ESCAMOSAS DE
CABEÇA E PESCOÇO
C01 - Neoplasia maligna da base da língua.
C02.9 - Neoplasia maligna
da língua, não especificada.
C03.9 - Neoplasia maligna
da gengiva, não especificada.
C04.9 - Neoplasia maligna do
assoalho da boca, não especificado.
C05.9 - Neoplasia maligna
do palato, não especificado.
C06.9 - Neoplasia maligna
da boca, não especificada.
C09.9 - Neoplasia maligna
da amígdala, não especificada.
C10.9- Neoplasia maligna
da orofaringe, não especificada.
C12 - Neoplasia maligna do seio piriforme.
C13.9 - Neoplasia maligna
da hipofaringe, não especificada.
C14.0 - Neoplasia maligna
da faringe, não especificada.
C32.9 - Neoplasia maligna
da laringe, não especificada.
rodrigo bovolin de medeiros
1. DIAGNÓSTICO
• A valiação direta do tumor e biópsia para exame histo-
patológico. Laringoscopia para tumores de hipofaringe
e laringe.
• Tomografia computadorizada ou ressonância nuclear
magnética de pescoço.
• Tomografia computadorizada de tórax (estadiamento e
avaliação de segunda neoplasia primária de pulmão).
• Avaliação laboratorial hematológica, da função renal e
hepática, eletrólitos e TSH.
284
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
M – Metástases à distância:
• M0: ausência de metástases à distância
• M1: presença de metástases à distância
285
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO — C01;C02-10.9;C12;C13.9;C14.0;C32.9
crânio, lâminas pterigoideas, seio esfenoide ou seio
frontal;
T4b – Invasão de ápice da órbita, dura, cérebro, fossa média
do crânio, nervos cranianos (exceto ramo maxilar do
nervo trigêmeo) ou clivo.
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1 – T3 N1 M0
IVA T4a N0-N1 M0
T1-T4a N2 M0
IVB T4b Qualquer N M0
Qualquer T N3 M0
IVC Qualquer T Qualquer N M1
286
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
de língua e pele da face (queixo ou nariz); nos casos de cavi-
dade oral, incluem-se invasão da cortical óssea (mandíbula
ou maxila), camada muscular profunda da língua, seio ma-
xilar e pele da face;
T4b – Invasão do espaço mastigatório, lâminas pterigoideas,
base de crânio ou envolvimento da carótida interna.
Erosão superficial isolada do dente/osso por um tu-
mor primário de gengiva não caracteriza doença T4.
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1 – T3 N1 M0
IVA T4a N0-N1 M0
T1-T4a N2 M0
IVB T4b Qualquer N M0
Qualquer T N3 M0
IVC Qualquer T Qualquer N M1
287
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO — C01;C02-10.9;C12;C13.9;C14.0;C32.9
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1 – T3 N1 M0
IVA T4a N0-N1 M0
T1-T4a N2 M0
IVB T4b Qualquer N M0
Qualquer T N3 M0
IVC Qualquer T Qualquer N M1
Tumor primário
T0 – tumor primário não foi localizado;
T1 – Tumor ≤ 2 cm;
T2 – Tumor > 2 e ≤ 4 cm;
T3 – Tumor > 4 cm ou extensão para a face lingual da
epiglote;
T4 – Invasão de laringe, camada muscular extrínseca da lín-
gua, músculo pterigoideo medial, palato duro ou man-
díbula, ou além dessas estruturas.
288
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
Estadiamento nodal patológico
pNx – Linfonodos regionais não podem ser avaliados;
pN0 – Ausência de metástases nodais;
pN1 – Metástases em quatro ou menos linfonodos;
pN2 – Metástases em mais do que quatro linfonodos.
Metástases
M0 – Ausência de metástases à distância
M1 – Presença de metástases à distância
ESTÁDIO T N M
CLÍNICO
I T0-T2 N0-N1 M0
II T0-T2 N2 M0
T3 N0-N2 M0
III T4 Qualquer N M0
Qualquer T N3 M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
ESTÁDIO PATOLÓGICO T N M
I T0-T2 N0-N1 M0
II T0-T2 N2 M0
T3-T4 N0-N1 M0
III T3-T4 N2 M0
IV Qualquer T Qualquer N M1
Laringe (supraglótica)
TX – Tumor primário não pode ser acessado;
Tis – Carcinoma in situ;
T1 – Tumor confinado ao local de origem com mobilidade
normal de prega vocal;
T2 – Invasão de estruturas adjacentes supraglóticas ou gló-
ticas, sem fixação da laringe;
T3 – Tumor limitado a laringe com fixação de prega vocal ou
invade as seguintes estruturas: área pós-cricoide, es-
paço paraglótico, tecidos pré-epiglóticos e/ou erosão
mínima da cartilagem tireoidea;
289
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO — C01;C02-10.9;C12;C13.9;C14.0;C32.9
T4a –
Invasão através da cartilagem tireoidea ou tecidos
além da laringe (traquéia, tecidos moles do pesco-
ço incluindo o músculo extrínseco da língua, tireoide,
esôfago);
T4b – Invasão de espaço paravertebral, estruturas do me-
diastino ou envolvimento da carótida.
Laringe (glótica)
TX – Tumor primário não pode ser acessado;
Tis – Carcinoma in situ;
T1 – Tumor confinado a uma (T1a) ou ambas (T1b) as pregas
vocais, preservando a mobilidade normal;
T2 – Extensão supraglótica ou subglótica e/ou alteração da
mobilidade de prega vocal;
T3 – Tumor confinado à laringe, com fixação de prega vocal
e/ou invasão de espaço paraglótico e/ou erosão míni-
ma da cartilagem tireoidea;
T4a – Invasão através da cartilagem tireoidea ou tecidos,
além da laringe (traquéia, cricóide, tecidos moles do
pescoço incluindo o músculo extrínseco da língua, ti-
reoide, esôfago);
T4b – Invasão de espaço paravertebral, estruturas do me-
diastino ou envolvimento da carótida.
Laringe (subglótica)
TX – Tumor primário não pode ser acessado;
Tis – Carcinoma in situ;
T1 – Tumor confinado à região subglótica com mobilidade
normal de prega vocal;
T2 – Extensão para prega vocal com mobilidade normal ou
diminuída;
T3 – Tumor confinado à laringe com fixação de prega vocal
e/ou invasão de espaço paraglótico e/ou erosão míni-
ma da cartilagem tireoidea;
290
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
T4a – Invasão através da cartilagem tireoidea ou cricoide
ou tecidos, além da laringe (traquéia, tecidos moles
do pescoço incluindo o músculo extrínseco da língua,
tireoide, esôfago);
T4b – Invasão de espaço paravertebral, estruturas do me-
diastino ou envolvimento da carótida.
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1 – T3 N1 M0
IVA T4a N0-N1 M0
T1-T4a N2 M0
IVB T4b Qualquer N M0
Qualquer T N3 M0
IVC Qualquer T Qualquer N M1
Hipofaringe
Tx – tumor primário não pode ser avaliado;
Tis – Carcinoma in situ;
T1 – tumor confinado a uma área da hipofaringe e/ou ≤ 2
cm;
T2 – tumor confinado a duas ou mais áreas da hipofaringe
ou extensão a local adjacente ou > 2 e ≤ 4 cm, sem fi-
xação de hemilaringe;
T3 – Ttumor > 4 cm ou com fixação de hemilaringe ou com
extensão ao esôfago;
T4a – Invasão de cartilagem cricoide ou tireoidea, osso hioi-
de, glândula tireoidea, esôfago ou tecidos moles do
compartimento central (incluem-se os músculos pré-
-laríngeos e gordura subcutânea);
T4b – Invasão de fáscia pré-vertebral, estruturas do medias-
tino ou envolvimento da artéria carótida.
291
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO — C01;C02-10.9;C12;C13.9;C14.0;C32.9
ESTÁDIO T N M
I T1 N0 M0
II T2 N0 M0
III T3 N0 M0
T1 – T3 N1 M0
IVA T4a N0-N1 M0
T1-T4a N2 M0
IVB T4b Qualquer N M0
Qualquer T N3 M0
IVC Qualquer T Qualquer N M1
3. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Estádios I-II
3.1.
Estádios III-IV
3.2.
292
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
D43 (alternativa 40 mg/m² semanal), concomitante à ra-
dioterapia está indicada quando se observa a presença de
margem comprometida e/ou extensão extranodal (EEN) no
relatório da peça cirúrgica, e desde que não haja contra-in-
dicações ao seu emprego.
Doença metastática
3.3.
293
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO — C01;C02-10.9;C12;C13.9;C14.0;C32.9
Recidiva à distância após tratamento
3.5.
definitivo locorregional
Tratamento individualizado de acordo com o descrito no
item doença metastática.
4. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina 100 mg/m D1, D22 e D43
2
294
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina + Paclitaxel
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada 21
Paclitaxel 175 IV D1 dias
mg/m2
Cisplatina + Gencitabina
Cisplatina 70 mg/ IV D1 A cada 21
m2 dias
Gencitabina 1.000 IV D1 e D8
mg/m2
Carboplatina + Gencitabina
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada 21
Gencitabina 1.000 IV D1 e D8 dias
mg/m2
Metotrexato
Metotrexato 40 mg/ IV D1 Semanal
m2
Paclitaxel
Paclitaxel 175 IV D1 A cada 21
mg/m2 dias
Gencitabina
Gencitabina 1.000 IV D1, D8 A cada 28
mg/m2 e D15 dias
Vinorelbine
Vinorelbine 20 mg/ IV D1 Semanal
m2
295
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO — C01;C02-10.9;C12;C13.9;C14.0;C32.9
5. SEGUIMENTO
Avaliação clínica e Até 2º ano: 3/3 meses.
laboratorial*
3º a 5º ano: 6/6 meses.
Laringoscopia Até 5º ano: 6/6 meses.
(tumores de hipofaringe
e laringe)
Tomografia de pescoço Até 5º ano: 6/ 6 meses.
e tórax**
6. REFERÊNCIAS
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-Risk Squamous-Cell Carcinoma of the Head and Neck | NEJM [Internet].
New England Journal of Medicine [cited 2018 Oct 14] Available from:
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa032646
2. Forastiere AA, Goepfert H, Maor M, et al: Concurrent Chemotherapy
and Radiotherapy for Organ Preservation in Advanced Laryngeal Cancer.
New England Journal of Medicine 349:2091–2098, 2003
3. Hitt R, López-Pousa A, Martínez-Trufero J, et al: Phase III Study Com-
paring Cisplatin Plus Fluorouracil to Paclitaxel, Cisplatin, and Fluoroura-
cil Induction Chemotherapy Followed by Chemoradiotherapy in Locally
Advanced Head and Neck Cancer. Journal of Clinical Oncology 23:8636–
8645, 2005
4. Lee SY, Choi YS, Song I-C, et al: Comparison of standard-dose
3-weekly cisplatin and low-dose weekly cisplatin for concurrent chemo-
radiation of patients with locally advanced head and neck squamous cell
cancer. Medicine 97, 2018
5. Eisenberger M, Krasnow S, Ellenberg S, et al: A comparison of car-
boplatin plus methotrexate versus methotrexate alone in patients with
recurrent and metastatic head and neck cancer. Journal of Clinical Onco-
logy 7:1341–1345, 1989
296
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
6. Gebbia V, Testa A, Cannata G, et al: Single agent paclitaxel in advan-
ced squamous cell head and neck carcinoma. European Journal of Cancer
32:901–902, 1996
7. Catimel G, Vermorken JB, Clavel M, et al: A phase II study of Gemci-
tabine (LY 188011) in patients with advanced squamous cell carcinoma of
the head and neck. Annals of Oncology 5:543–547, 1994
8. Testolin A, Recher G, Cristoferi V, et al: Vinorelbine in pre-treated ad-
vanced head & neck squamous cell carcinoma. Investigational New Drugs
12:231–234, 1994
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CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO — C01;C02-10.9;C12;C13.9;C14.0;C32.9
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
NEOPLASIA MALIGNA
DA NASOFARINGE
CID 10: C11
rodrigo bovolin de medeiros
1. DIAGNÓSTICO
• A valiação direta e biópsia do tumor por
nasofibrolaringoscopia.
• Tomografia computadorizada ou ressonância nuclear
magnética de pescoço para todos os casos.
• Tomografia computadorizada de tórax e tomografia
computadorizada ou ressonância nuclear magnética ou
ecografia de abdome total (tumores T3/T4 e/ou N+).
• Avaliação laboratorial hematológica, da função renal e
hepática, eletrólitos e TSH.
TUMOR PRIMÁRIO
TX – Tumor primário não pode ser acessado;
T0 – Tumor primário não identificado com LF cervical
EBV-positivo;
Tis – Tumor in situ;
T1 – Tumor confinado à nasofaringe ou com invasão de oro-
faringe e/ou cavidade nasal sem extensão parafaríngea (in-
filtração póstero-lateral além da fáscia faringobasilar);
T2 – Tumor com extensão parafaríngea e/ou partes mo-
les adjacentes (músculos pterigóideo medial, lateral,
pré-vertebral);
T3 – Invasão de estruturas ósseas da base de crânio, vér-
tebra cervical, estruturas pterigoides e/ou seios paranasais;
T4 – Invasão de crânio, pares cranianos, hipofaringe, órbita,
glândula parótida e/ou partes moles além da superfície late-
ral do músculo pterigoide lateral.
ENVOLVIMENTO LINFONODAL
NX – Linfonodos regionais não podem ser acessados;
N0 – Ausência de metástases em linfonodos regionais
300
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
N1 – Linfonodo(s) unilateral(is) ou na linha média ≤ 6 cm,
acima da borda caudal da cartilagem cricóide;
N2 – Linfonodos bilaterais ≤ 6 cm, acima da borda caudal da
cartilagem cricóide;
N3 – Linfonodo(s) > 6 cm e/ou extensão abaixo da borda
caudal da cartilagem cricóide;
METÁSTASES
M0 – Ausência de metástases à distância;
M1 – Presença de metástases à distância.
ESTÁDIO T N M
0 Tis N0 M0
I T1 N0 M0
II T0-1 N1 M0
T2 N0-N1 M0
III T0-T2 N2 M0
T3 N0-2 M0
IVA T4 N0-N2 M0
Qualquer T N3 M0
IVB Qualquer T Qualquer N M1
3. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Estádio I
Radioterapia (preferencialmente IMRT) isolada para tumo-
res em estádio I (T1N0M0).
Estádio II
Radioterapia (preferencialmente IMRT) concomitante à qui-
mioterapia com cisplatina 100 mg/m² EV D1, D22 e D43 (al-
ternativa cisplatina 40 mg/m2 semanal).
301
NEOPLASIA MALIGNA DA NASOFARINGE — CID 10: C11
Estádios III-IVA
Radioterapia (preferencialmente IMRT) concomitante à qui-
mioterapia com cisplatina 100 mg/m2 EV D1, D22 e D43 (al-
ternativa cisplatina 40 mg/m2 semanal).
Para os pacientes que apresentam um risco elevado de me-
tástases ocultas à distância, em razão de uma doença locor-
regional de grande volume (T4 e/ou N2-N3), favorecemos o
emprego de quimioterapia de indução com o esquema DCF
(ou apenas cisplatina mais docetaxel, sem 5-FU na indispo-
nibilidade de cateter de quimioterapia e/ou bomba infuso-
ra) por 3 ciclos.
302
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
4. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina 100 mg/m D1, D22 E D43
2
303
NEOPLASIA MALIGNA DA NASOFARINGE — CID 10: C11
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina + gencitabina
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada
Gencitabina 1.000 mg/m2 IV D1 e D8 21 dias
Cisplatina + docetaxel
Cisplatina 70 mg/m2 IV D1 A cada
Docetaxel 75 mg/m2 IV D1 21 dias
Carboplatina + docetaxel
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada
Docetaxel 75 mg/m2 IV D1 21 dias
5. SEGUIMENTO
Consulta e exame 1º e 2º ano: a cada 3 meses.
físico*
3-5º ano: a cada 6 meses.
Nasofibrolaringoscopia 1º ao 3º ano: a cada 6 meses.
3º ao 5º ano: Anualmente.
Imagens do pescoço, 1º ao 3º ano: a cada 6 meses.
tórax e abdome
3º ao 5º ano: Anualmente.
* Atenção à função renal e tireoidiana nos pacientes que receberam
quimioterapia com cisplatina e radioterapia cervical, respectivamente
6. REFERÊNCIAS
1. Xu C, Zhang L-H, Chen Y-P, et al: Chemoradiotherapy Versus Radio-
therapy Alone in Stage II Nasopharyngeal Carcinoma: A Systemic Review
and Meta-analysis of 2138 Patients. JournalofCancer8:287–297, 2017
2. Huncharek M, Kupelnick B: In regards to Baujat et al.: Chemotherapy
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304
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
3. Ouyang PY, Xie C, Mao YP, et al: Significant efficacies of neoadjuvant
and adjuvant chemotherapy for nasopharyngeal carcinoma by meta-a-
nalysis of published literature-based randomized, controlled trials. Annal-
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4. Lee JY, Sun J-M, Oh DR, et al: Comparison of weekly versus triweekly
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II trial (KCSG-HN10-02). RadiotherapyandOncology 118:244–250, 2016
5. Liu L, Fei Z, Chen M, et al: Induction chemotherapy plus concurrent
chemoradiotherapy versus induction chemotherapy plus volumetric mo-
dulated arc therapy alone in the treatment of stage II-IVB nasopharyngeal
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6. Zhang L, Huang Y, Hong S, et al: Gemcitabine plus cisplatin versus
fluorouracil plus cisplatin in recurrent or metastatic nasopharyngeal car-
cinoma: a multicentre, randomised, open-label, phase 3 trial. The Lancet
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7. Jin Y, Cai X-Y, Shi Y-X, et al: Comparison of five cisplatin-based re-
gimens frequently used as the first-line protocols in metastatic naso-
pharyngeal carcinoma. Journal of Cancer Research and Clinical Oncology
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305
NEOPLASIA MALIGNA DA NASOFARINGE — CID 10: C11
NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
TIMOMA E
CARCINOMA
TÍMICO
TIMOMA E CARCINOMA TÍMICO
TIMOMA E
CARCINOMA TÍMICO
CID 10: C37
daniel da motta girardi
2. ESTADIAMENTO
CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA DAS NEOPLASIAS TÍMICAS
TIPO CARACTERÍSTICAS
310
TIMOMA E CARCINOMA TÍMICO
Estádio Características Sobrevida em 5
anos para timomas
I Encapsulado 92%
macroscopicamente e
microscopicamente.
II Invasão macroscópica do 85%
tecido adiposo ao redor
do tumor ou da pleura
mediastinal, invasão
microscópica capsular.
III Invasão macroscópica de 69%
órgãos adjacentes.
IVa Disseminação pleural ou 50%
pericárdica.
IVb Metástases a distância. 50%
3. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença ressecável (Estádio I, II)
4.1.
311
TIMOMA E CARCINOMA TÍMICO — CID 10: C37
Doença recorrente ou refratária
4.3.
4. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
PAC
312
TIMOMA E CARCINOMA TÍMICO
5. SEGUIMENTO
Consulta e 1º ao 5º ano: a cada 3 meses
exame físico
6º ao 10º ano: a cada 6 meses
Tomografia 1º ao 5º ano: a cada 6 meses
de tórax
6º ao 10º ano: a cada 12 meses
6. REFERÊNCIAS
1. Fernandes AT, Shinohara ET, Guo M, Mitra N, Wilson LD, Rengan R, et
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3. Kim ES, Putnam JB, Komaki R, Walsh GL, Ro JY, Shin HJ, et al. Pha-
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5. Berruti A, Borasio P, Gerbino A, Gorzegno G, Moschini T, Tampellini
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313
TIMOMA E CARCINOMA TÍMICO — CID 10: C37
7. Lemma GL, Lee JW, Aisner SC, Langer CJ, Tester WJ, Johnson DH,
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9. Giaccone G, Ardizzoni A, Kirkpatrick A, Clerico M, Sahmoud T, van
Zandwijk N. Cisplatin and etoposide combination chemotherapy for lo-
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8622029. Epub 1996/03/01. eng.
314
TIMOMA E CARCINOMA TÍMICO
TIMOMA E CARCINOMA TÍMICO
NEOPLASIA DE
PULMÃO
NEOPLASIA DE PULMÃO
NEOPLASIA DE PULMÃO
NÃO PEQUENAS CÉLULAS
CID 10: C34
rafaela veloso ribeiro
1. DIAGNÓSTICO
• H
emograma, DHL, Fosfatase Alcalina, Enzimas Hepáticas,
Bilirrubinas Totais e Frações, Creatinina e Cálcio Sérico.
• Tomografia Computadorizada de Tórax, abdome supe-
rior com contraste.
• Ressôncia Nuclear Magnética de Crânio, se clinicamente
indicada.
• Cintilografia Óssea.
• Em pacientes com Adenopatia Mediastinal suspeita pela
tomografia ou com doença de risco para comprometi-
mento Linfonodal, há necessidade de comprovação his-
tológica por Mediastinoscopia.
• Prova de função pulmonar se indicado cirurgia ou
radioterapia.
2. ESTADIAMENTO
ESTADIAMENTO AJCC, 8ª EDIÇÃO, 2017
TUMOR PRIMÁRIO
TX – Tumor primário não avaliável.
T0 – Sem evidência de tumor primário.
Tis – Carcinoma in situ.
T1 – Tumor ≤ 3 cm circundado por pulmão ou pleura visceral
e sem evidência broncoscópica de invasão mais proximal
que o brônquio lobar.
T1mi: carcinoma minimamente invasivo.
T1a: tumor ≤ 1 cm.
T1b: tumor > 1 e ≤ 2 cm.
T1c: Tumor > 2 e ≤ 3 cm.
T2 – Tumor > 3 e ≤ 5 cm e/ou envolvimento do brônquio
principal independente da distância da carina e sem invasão
desta e/ou invasão da pleura visceral e/ou associação com
atelectasia ou pneumonite obstrutiva que se estende a re-
gião hilar, que envolve ou não todo o pulmão.
320
NEOPLASIA DE PULMÃO
T2a: Tumor > 3 e ≤ 4 cm.
T2b: Tumor > 4 e ≤ 5 cm.
T3 – Tumor > 5 e ≤ 7 cm ou de qualquer tamanho que invade
diretamente a parede torácica (incluindo o tumor de sulco
superior), nervo frênico, pericárdio parietal ou nódulos tu-
morais separados no mesmo lobo.
T4 – Tumor > 7 cm e/ou que invade diafragma, mediastino,
coração, grandes vasos, nervo laríngeo recorrente, esôfago,
carina, corpo vertebral ou nódulos separados em outro lobo
ipsilateral e diferente do tumor primário.
LINFONODOS REGIONAIS
Nx – Linfonodos regionais não avaliáveis.
N0 – Sem metástase em linfonodos regionais.
N1 – Metástase em linfonodos peribrônquicos e/ou hílares
ipsilaterais e linfonodos intrapulmonares, incluindo envolvi-
mento por extensão direta.
N2 – Metástases em mediastino ipsilateral e/ou linfonodos
subcarinais.
N3 – Metástases em mediastino contralateral, hilo contrala-
teral, escaleno contralateral, escaleno ipsilateral ou contrala-
teral ou linfonodos supraclaviculares.
METÁSTASE
Mx – Metástase a distância não avaliável.
M0 – Sem metástase à distancia.
M1 – Metástase a distância.
M1a – Nódulos tumorais separados em lobos contralaterais,
nódulos pleurais ou pericárdicos, ou derrame pleural
ou pericárdico maligno.
M1b – Metástase extratorácica única em um único órgão.
M1c – Múltiplas metástases em um ou mais órgãos.
321
NEOPLASIA DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS — CID 10: C34
3. AGRUPAMENTO TNM
ESTÁDIO T N M
IA1 T1mi-T1a NO M0
IA2 T1b N0 M0
IA3 T1c N0 M0
IB T2a N0 M0
IIA T2b N0 M0
IIB T2b N1 M0
T3 N0 M0
IIIA T2B N2 M0
T3 N1 M0
T4 N0-1 M0
IIIB T1a-T2b N3 M0
T3-T4 N2 M0
IIIC T3-T4 N3 M0
IVA qqT qqN M1a-M1b
IVB qqT qqN M1c
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Estádio I
4.1.
4.2. Estádio II
Quimioterapia adjuvante por 4 ciclos [1].
• C isplatina e vinorelbina.
• Cisplatina e gemcitabina.
• Cisplatina e docetaxel.
322
NEOPLASIA DE PULMÃO
• C
isplatina e etoposídeo.
•
Carboplatina e paclitaxel, apenas para paciente com
contra-indicação a cisplatina.
Estádio IIIA
4.3.
Obs:
1 - Pacientes que não tolerem terapia combinada devem re-
ceber terapia sequencial.
2 – Tumores de Pancoast devem ser tratados com quimior-
radioterapia baseada em platina e etoposideo seguido de
cirurgia 3 a 5 semanas após a conclusão do tratamento e,
após a recuperação do paciente, deve-se administrar mais 2
ciclos adicionais de quimioterapia baseada em platina.
Estádio IV
4.5.
Primeira Linha
Quimioterapia paliativa por 4 a 6 ciclos [4].
• Cisplatina ou carboplatina + paclitaxel.
• Carboplatina ou cisplatina + Docetaxel.
• Carboplatina ou cisplatina + gemcitabina.
• Carboplatina ou cisplatina + etoposídeo.
323
NEOPLASIA DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS — CID 10: C34
Terapia alvo em caso de adenocarcinoma com mutação ati-
vadora do EGFR:
• Erlotinibe 150mg VO 1x ao dia até progressão de doença
ou toxicidade limitante.
• Gefitinibe 250mg VO 1x ao dia até progressão de doença
ou toxicidade limitante.
Obs:
Se paciente oligometastático, avaliar possibilidade de tera-
pia local da metástase e do tumor primário após tratamento
sistêmico com boa resposta clínica.
Segunda Linha
• Docetaxel 75 mg/m² a cada 3 semanas se bom perfor-
mance status [5, 6].
• Outras opções como monoterapia: Gemcitabina, e pacli-
taxel, atenção para qual esquema usado em primeira linha.
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Cisplatina + vinorelbina
Cisplatina 50 mg/m2 IV D1 e D8 A cada
Vinorelbina 25 mg/m2 IV D1, D8, 28 dias
D15 e
D22
Cisplatina + etoposídeo
Etoposídeo 100 mg/m2 IV D1 a D3 A cada
Cisplatina 100 mg/m2 IV D1 28 dias
Cisplatina + gemcitabina
Cisplatina 75 mg/m2 IV D1 A cada
Gemcitabina 1.250 mg/m2 IV D1 e D8 21 dias
Cisplatina + docetaxel
Cisplatina 75 mg/m2 IV D1 A cada
Docetaxel 75 mg/m2 IV D1 21 dias
324
NEOPLASIA DE PULMÃO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina + paclitaxel
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 21 dias
Docetaxel
Docetaxel 75 mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
Gencitabina
Gemcitabina 1.000 mg/ IV D1 e D8 A cada
m2 21 dias
Paclitaxel
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 A cada
21 dias
6. SEGUIMENTO
Consulta e 1º ao 3º ano: a cada 6 meses.
exame físico
3º ao 5º ano: anual.
Tomografias 1º ao 3º ano: a cada 6 meses.
de tórax
3º ao 5º ano: anual.
7. REFERÊNCIAS
1. Pignon JP, Tribodet H, Scagliotti GV, Douillard JY, Shepherd FA, Ste-
phens RJ, et al. Lung adjuvant cisplatin evaluation: a pooled analysis by
the LACE Collaborative Group. Journal of clinical oncology : official journal
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2. Arriagada R, Auperin A, Burdett S, Higgins JP, Johnson DH, Le
Chevalier T, et al. Adjuvant chemotherapy, with or without postopera-
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nalyses of individual patient data. Lancet (London, England). 2010 Apr
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PMC2853682. Epub 2010/03/27. eng.
325
NEOPLASIA DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS — CID 10: C34
3. Senan S, Brade A, Wang LH, Vansteenkiste J, Dakhil S, Biesma B, et al.
PROCLAIM: Randomized Phase III Trial of Pemetrexed-Cisplatin or Eto-
poside-Cisplatin Plus Thoracic Radiation Therapy Followed by Consoli-
dation Chemotherapy in Locally Advanced Nonsquamous Non-Small-Cell
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4. Ardizzoni A, Boni L, Tiseo M, Fossella FV, Schiller JH, Paesmans M,
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5. Fidias PM, Dakhil SR, Lyss AP, Loesch DM, Waterhouse DM, Bromund
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326
NEOPLASIA DE PULMÃO
NEOPLASIA DE PULMÃO
PEQUENAS CÉLULAS
CID 10: C34
martha tatiane mesquita dos santos
2. CLASSIFICAÇÃO
Doença limitada: Tumor confinado a um hemitórax e linfo-
nodos regionais que podem ser envolvidos em um só campo
de radioterapia (RT). Linfonodos mediastinais contralaterais
e linfonodos supraclaviculares ipsilaterais são geralmente
classificados como doença limitada.
3. ESTADIAMENTO
O estadiamento AJCC usado para câncer de pulmão de
células não pequenas não é, em geral, usado em casos de
células pequenas, pois a maioria dos pacientes não se apre-
senta com doença potencialmente ressecável. Entretanto,
em indivíduos cuja doença foi ressecada, o estadiamento
AJCC (baseado na mesma classificação TNM para câncer
de pulmão de células não pequenas) pode diferenciar sub-
grupos com prognósticos distintos.
328
NEOPLASIA DE PULMÃO
4. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Doença limitada
4.1.
Doença extensa
4.2.
Obs:
• Em pacientes que obtiveram resposta parcial ou respos-
ta completa à quimioterapia e não desenvolveram doen-
ça em sistema nervoso central pode-se considerar radio-
terapia profilática de crânio [7].
• Considerar radioterapia torácica de consolidação nos
pacientes que resposnderam ao tratamento de primeira
linha e mantém bom performance status [8].
329
NEOPLASIA DE PULMÃO PEQUENAS CÉLULAS — CID 10: C34
5. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Platina + etoposídeo concomitante a radioterapia
Ou Por 4 ciclos
Carboplatina AUC 5
Platina + etoposídeo (doença extensa)
Etoposídeo 80 mg/m2 IV D1 a D3 A cada 21
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1 dias
Ou Por 4 a 6
ciclos
Carboplatina AUC 5
Platina + irinotecano (doença extensa)
Irinotecano 60 mg/m2 IV D1, D8 e A cada 28
D15 dias
Cisplatina 80 mg/m2 IV D1
Por 4 a 6
Ou ciclos
Carboplatina AUC 5
Irinotecano monodroga
Irinotecano 150 mg/m2 IV D1 A cada 15
dias
Paclitaxel
Paclitaxel 80 mg/m2 IV D1, D8 e A cada 21
D15 dias
330
NEOPLASIA DE PULMÃO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Etoposídeo
Etoposídeo 80 mg/m2 VO D1 a a cada 28
oral D21 a dias
cada 28
dias
6. SEGUIMENTO
Consulta e 1º ao 2º ano: a cada 3 meses.
exame físico 3º ao 5º ano: a cada 6 meses.
Tomografias de Conforme sintomas.
crânio, tórax,
abdome, pelve
Cintilografia óssea Conforme sintomas.
7. REFERÊNCIAS
1. Takada M, Fukuoka M, Kawahara M, Sugiura T, Yokoyama A, Yokota S,
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NEOPLASIA DE PULMÃO PEQUENAS CÉLULAS — CID 10: C34
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332
NEOPLASIA DE PULMÃO
NEOPLASIA DE PULMÃO
NEOPLASIA DE
SÍTIO PRIMÁRIO
DESCONHECIDO
NEOPLASIA DE SÍTIO PRIMÁRIO DESCONHECIDO
NEOPLASIA DE
SÍTIO PRIMÁRIO
DESCONHECIDO
CID 10: C80
daniel da motta girardi
1. DIAGNÓSTICO
• E xame físico incluindo exame das mamas, exame gine-
cológico e toque retal se suspeita clinica, palpação dos
testículos, exame da pele.
• Tomografia de tórax, abdômen e pelve.
• Mamografia para as mulheres.
• Marcadores tumorais baseados nas possibilidades
diagnósticas especialmente PSA, Beta-HCG e alfa
fetoproteína.
• Outros exames como endoscopia, colonoscopia, bron-
coscopia, ressonância magnética das mamas e do siste-
ma nervoso central devem solicitados baseado nas prin-
cipais hipóteses clinicas.
• Biopsia com painel imonuhistoquimico amplo.
2. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO
Didaticamente as neoplasias de sitio primário desconhecido
são divididas em:
• Neoplasia pouco diferenciada.
• Carcinoma pouco diferenciado.
• Carcinoma com diferenciação neuroendócrina.
• Adenocarcinoma.
• Carcinoma de células escamosas.
338
NEOPLASIA DE SÍTIO PRIMÁRIO DESCONHECIDO
Carcinoma pouco diferenciado
2.2.
Carcinoma epidermoide
2.4.
Adenocarcinoma
2.5.
339
NEOPLASIA DE SÍTIO PRIMÁRIO DESCONHECIDO — CID 10: C80
Quimioterapia empírica [1]
2.6.
3. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
Droga Dose Via Dias Intervalo
Carboplatina e paclitaxel
Carboplatina AUC 5 IV D1 A cada 21
Paclitaxel 175 mg/m2 IV D1 dias
Capecitabina e oxaliplatina
Capecetabina 1000 mg/m2 VO D1 a A cada 21
12/12h D14 dias
Oxaliplaina 130 mg/m2 IV D1
Gencitabina e oxaliplatina
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1 e D8 A cada 21
Oxaliplatina 130 mg/m2 IV D1 dias
Gencitabina e oxaliplatina
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1 e D8 A cada 21
Cisplatina 60 - 75 mg/m2 IV D1 dias
Gencitabina monodroga
Gencitabina 1000 mg/m2 IV D1, D8 A cada 28
e D15 dias
340
NEOPLASIA DE SÍTIO PRIMÁRIO DESCONHECIDO
4. SEGUIMENTO
Consulta e exame físico A cada 3 meses nos primeiros
3 anos e a cada 6 meses no
quarto e quinto ano.
Exames de imagem Apenas baseado em sintomas.
5. REFERÊNCIAS
1. Fizazi K, on behalf of the EGC, Greco FA, on behalf of the EGC, Pavlidis
N, on behalf of the EGC, et al. Cancers of unknown primary site: ESMO Cli-
nical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up†. Annals
of Oncology. 2015;26(suppl_5):v133-v8.
341
NEOPLASIA DE SÍTIO PRIMÁRIO DESCONHECIDO — CID 10: C80
NEOPLASIA DE SÍTIO PRIMÁRIO DESCONHECIDO
EMERGÊNCIAS
E URGÊNCIAS
ONCOLÓGICAS
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
HIPERCALCEMIA DA
MALIGNIDADE
daniel da motta girardi
1. INTRODUÇÃO
Trata-se de uma urgência oncológica grave e potencialmen-
te fatal. É descrita em até 20 a 30% dos pacientes com cân-
cer em algum momento da doença, geralmente acometen-
do pacientes em estadios avançados e com grande volume
de doença. A sobrevida média é de 30 dias [1].
2. FISIOPATOLOGIA
Os principais mecanismos envolvidos na fisiopatologia da
hipercalcemia da malignidade são [1]:
• Síntese de peptídeo PTH-símile ou PTHrP (parathyroid
hormone-related protein): Responsável por 80% dos ca-
sos. Ocorre principalmente nos carcinomas espinocelu-
lares, carcinoma de rim, bexiga, mama e ovário. O PTHrP
promove a reabsorção óssea por meio do aumento da
produção de RANKL (ligante ativador do receptor de
fator nuclear kB) pelos osteoblastos, com consequente
aumento da formação e da ativação dos osteoclastos
levando a liberação de cálcio e fósforo na circulação sis-
têmica. Também há o aumento da reabsorção de cálcio
na porção ascendente da alça de Henle e túbulo contor-
cido distal, além de inibição da reabsorção de fosfato no
túbulo contorcido proximal.
• Metástases osteolíticas: Ocorrem principalmente nos tu-
mores de mama, pulmão, melanoma, leucemias, linfomas
e mieloma múltiplo. Ativam os osteoclastos por meio da
produção local de PTHrP e de citocinas inflamatórias
como a IL-6, IL-8, IL-1 e VEGF. A atuação parácrina des-
sas substâncias, produz um microambiente propício para
o desacoplamento entre formação e reabsorção óssea,
com consequente liberação cálcio.
• Produção tumoral de 1,25-(OH)2D (calcitriol): A produção
tumoral de calcitriol ocorre através da enzima 1-alfa-hidroxi-
lase presente em alguns linfomas e, menos frequentemente,
em disgerminomas de ovário. O aumento dos níveis de cal-
citriol promove aumento da absorção intestinal de cálcio.
346
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
3. QUADRO CLÍNICO
Variam de acordo com o valor da calcemia e com a velo-
cidade da elevação. Entre os sintomas que podem ocorrer
estão [1, 2]:
• Poliúria;
• Polidipsia;
• Anorexia;
• Náusea;
• Constipação;
• Agitação psicomotora;
• Confusão mental;
• Coma.
4. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é estabelecido através de quadro clínico
compatível e exames laboratoriais que comprovem a hi-
percalcemia. Os níveis de PTH e 1,25-dihidroxivitamina D
encontram-se suprimidos por conta da regulação nega-
tiva que a hipercalcemia causa nas células produtoras de
paratormônio.
5. TRATAMENTO
O tratamento é individualizado e se baseia na presença de
sintomas e nos valores de cálcio [2, 3].
347
HIPERCALCEMIA DA MALIGNIDADE — CID 10: C80
com objetivo de manter diurese em 100 a 150ml/h e sus-
pensão de medicações que possam piorar a hipercalcemia
como diuréticos tiazídicos e carbonato de lítio.
348
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
6. REFERÊNCIAS
1. Stewart AF. Clinical practice. Hypercalcemia associated with cancer.
The New England journal of medicine. 2005;352(4):373-9.
2. Clines GA. Mechanisms and treatment of hypercalcemia of malignancy.
Current opinion in endocrinology, diabetes, and obesity. 2011;18(6):339-46.
3. Bilezikian JP. Management of acute hypercalcemia. The New England
journal of medicine. 1992;326(18):1196-203.
349
HIPERCALCEMIA DA MALIGNIDADE — CID 10: C80
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
SÍNDROME DE
COMPRESSÃO MEDULAR
helio borges de sousa
1. INTRODUÇÃO
A compressão neoplásica da medula espinhal é uma com-
plicação relativamente comum do câncer que pode causar
dor, instabilidade mecânica da coluna vertebral e perda po-
tencialmente irreversível da função neurológica [1].
2. CAUSAS
Aproximadamente 85% a 90% dos casos são decorrentes
de tumores metastáticos nos ossos vertebrais [1].
3. FISIOPATOLOGIA
Na maioria dos casos a compressão neoplásica da medula
espinhal ocorre quando o tumor invade o espaço epidural e
comprime o saco dural [1, 2].
4. EPIDEMIOLOGIA
Embora os tumores metastáticos de qualquer sítio primário
possam causar compressão neoplásica da medula espinhal,
cerca de metade dos casos surgem de tumores comuns, tais
como próstata, pulmão e mama, que têm propensão para
desenvolver metástases ósseas [1].
352
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
5. DIAGNÓSTICO
• R essonância Nuclear Magnética (RNM) de toda a coluna,
mesmo que os sintomas sejam decorrentes de apenas um
segmento. A importância de se obter imagem de toda a
coluna é que em até metade dos casos é possível identi-
ficar acometimento de mais de um segmento da coluna.
A imagem deve ser obtida o mais rápido possível e den-
tro de 24 horas na suspeita de compressão medular [2].
• Tomografia computadorizada de toda a coluna em caso
de contra-indicação de RNM.
6. QUADRO CLÍNICO
A maioria dos pacientes tem dor como o sintoma inicial [2].
• Dor - 95%: inicialmente localizada e de intensidade pro-
gressiva com piora à noite.
• Déficit motor - 60 a 80%: sucede o início do quadro
álgico.
• Déficit sensorial - 50%: começa distalmente e ascende
gradualmente.
• Disfunção autonômica - 40%: achado tardio.
7. MANEJO CLÍNICO
O manejo clínico é multiprofissional e deve envolver as equi-
pes de oncologia ou hematologia (a depender do diagnós-
tico oncológico), radioterapia e equipe cirúrgica (ortopedia,
grupo de coluna ou neurocirurgia).
353
Síndrome de compressão medular — CID 10: C80
Medicamentoso [2, 3]:
7.1.
8. REFERÊNCIAS
1. Prasad D, Schiff D. Malignant spinal-cord compression. The Lancet On-
cology. 2005;6(1):15-24.
2. Cole JS, Patchell RA. Metastatic epidural spinal cord compression. The
Lancet Neurology. 2008;7(5):459-66.
3. Laufer I, Rubin DG, Lis E, Cox BW, Stubblefield MD, Yamada Y, et al.
The NOMS framework: approach to the treatment of spinal metastatic
tumors. The oncologist. 2013;18(6):744-51.
354
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
SÍNDROME DE VEIA CAVA
SUPERIOR
rafaela pereira da costa
1. INTRODUÇÃO
A síndrome da veia cava superior, é a expressão clínica da
compressão da veia cava superior por um processo que im-
pede o retorno do sangue venoso ao coração [1].
2. CAUSAS
Neoplásicas (60-85%):
• Câncer de pulmão;
• Linfoma não Hodgkin;
• Menos frequentes: timoma, mesotelioma, tumores de cé-
lulas germinativos (primário de mediastino ou metastáti-
co) e tumores metastáticos como câncer de mama.
3. FISIOPATOLOGIA
A compressão da veia cava superior (VCS) pode resultar da
presença de uma massa no mediastino médio ou anterior
(geralmente à direita da linha média). A VCS é vulnerável
à obstrução devido a sua localização estratégica no com-
partimento visceral do mediastino, cercada por estruturas
rígidas como o esterno, a traquéia, o brônquio fonte direi-
to, a aorta e a artéria pulmonar direita; sua parede fina, fa-
cilmente compressível; o transporte de sangue em baixas
pressões; e a presença de linfonodos mediastinais circun-
dando completamente a veia cava superior (subcarinais, pe-
rihilares, paratraqueais) [2].
356
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
4. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico clínico é baseado em sinais e sintomas. A
anamnese deve atentar à duração dos sintomas, diagnós-
ticos prévios de condições malignas ou procedimentos in-
travasculares prévios. O exame de imagem mais útil é a
tomografia (TC) de tórax com contraste. A história clínica
combinada com a imagem de TC geralmente diferenciará
entre trombose de veia cava e compressão extrínseca. Em
caso de suspeita de etiologia neoplásica o diagnostico his-
topatológico também se faz necessário [1].
5. QUADRO CLÍNICO
Os sinais e sintomas estão relacionados a velocidade da ins-
talação e intensidade de obstrução:
• Edema facial;
• Pletora facial;
• Edema de membros superiores;
• Circulação colateral no tronco;
• Dor torácica;
• Dispneia;
• Tosse;
• Estridor*;
• Confusão mental*;
• Letargia*;
• Síncope*.
*Sintomas de maior gravidade [1]
6. TRATAMENTO
O tratamento é multidisciplinar e depende da gravidade dos
sintomas, da causa da obstrução, do tipo histológico e do
estádio do tumor de origem [2].
• Decúbito elevado.
• Oxigenoterapia se hipoxemia.
357
Síndrome de compressão medular — CID 10: C80
• vitar balanço hídrico positivo
E
• Corticosteróide (Linfoma e timoma)
• Antigoagulação se evidência de trombose
• Remover cateter endovascular
Radioterapia
6.2.
Quimioterapia
6.3.
Stents
6.4.
358
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
7. REFERÊNCIAS
1. Cirino LMI, Coelho RF, Rocha IDd, Batista BPdSN. Tratamento da
síndrome da veia cava superior. Jornal Brasileiro de Pneumologia.
2005;31:540-50.
2. Wilson LD, Detterbeck FC, Yahalom J. Clinical practice. Superior vena
cava syndrome with malignant causes. The New England journal of medi-
cine. 2007;356(18):1862-9.
359
Síndrome de compressão medular — CID 10: C80
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
SÍNDROME DE LISE
TUMORAL
karin fabiele kok
1. INTRODUÇÃO
A síndrome de lise tumoral (SLT) é considerada uma urgên-
cia oncológica e é caracterizada pela destruição maciça
de células malignas e consequente liberação do seu con-
teúdo no espaço extracelular. Mais comumente associada
com malignidades altamente proliferativas, volumosas e
quimiossensíveis, pode ocorrer tanto de forma espontânea
como induzida por agentes citotóxicos [1].
2. CAUSAS
• Q uimioterapia citotóxica.
• Radioterapia (raramente).
• Espontânea (neoplasias de alto índice proliferativo e/ou
que se apresentam com grandes massas tumorais).
3. FISIOPATOLOGIA
A lise excessiva de células neoplásicas irá levar a uma rápida li-
beração de anions, cátions e produtos metabólicos de proteínas
e de ácidos nucléicos intracelulares para a corrente sanguínea
que podem exceder a capacidade de eliminação renal, ou
formar obstrução em túbulos renais devido à precipitação de
ácido úrico e cálcio. O quadro caracteriza-se por hiperuricemia,
hiperfosfatemia, hipercalemia e hipocalcemia [1, 2].
• H iperuricemia: As células malignas contêm uma grande
carga de produtos de ácido nucléico devido sua alta ativi-
dade celular e duplicação. O ácido úrico é produzido pelo
metabolismo da purina cuja liberação no espaço intracelu-
362
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
lar e sua subsequente transformação em ácido úrico leva
à hiperuricemia. A formação de cristais de ácidos úrico
nos túbulos renais por sua vez leva a lesão renal aguda,
injúria que ocorre em um terço dos pacientes com SLT.
Podem sobrevir sobrecarga hídrica, edema pulmonar e
hipertensão. Quanto mais ácida a urina, maior a tendência
de cristalização do ácido úrico. A hiperuricemia normal-
mente inicia-se 48h a 72 horas após a instituição do trata-
mento, é frequentemente vista em doenças de alto índice
proliferativo e agravada pela quimioterapia citotóxica.
• H
iperfosfatemia e hipocalcemia: As células tumorais
contêm uma quantidade de fosfato muito superior às cé-
lulas normais; por isso, com a degradação aguda provo-
cada pela quimioterapia, elevam-se muito os níveis desse
eletrólito na SLT (24 às 48h depois da quimioterapia). O
aumento dos níveis séricos de fosfato leva à precipitação
de fosfato de cálcio ectópico e à hipocalcemia, outro im-
portante mecanismo de lesão renal na síndrome de lise
tumoral. Ao contrário do ácido úrico, o fosfato de cálcio
tende a precipitar em meio alcalino; além disso, sua pre-
cipitação no sistema cardíaco de condução elétrica pode
também contribuir com a ocorrência de arritmias cardía-
cas. A reposição de cálcio aumenta o risco de precipita-
ção. A hipocalcemia é, portanto, secundária à hiperfosfa-
temia podendo levar a tetania, arritmias e convulsões. Os
sintomas mais comuns relacionados a hiperfosfatemia
são naúseas, vômitos, convulsão e letargia.
• H
ipercalemia: A alta carga de potássio liberada como
consequência da destruição celular pode superar a ca-
pacidade excretora dos rins e levar à hipercalemia. Essa
costuma ser a alteração metabólica mais precoce da SLT,
e pode levar a consequências letais, como arritmias car-
díacas e morte súbita .
• A
cidose: Acidose lática foi encontrada em associação
com a SLT e sua extensão foi correlacionada à gravidade.
Os mecanismos fisiopatológicos que produzem acidose
lática são múltiplos, inclusive insuficiência hepática e is-
363
Síndrome de Lise Tumoral — CID 10: C80
quemia tumoral resultantes de uma revascularização pre-
cária dos tumores. Pode ser provocada por perda do po-
tencial da membrana mitocondrial durante a apoptose.
4. FATORES DE RISCO
• N eoplasia altamente proliferativas (Ex: linfomas, princi-
plamente o de Burkitt e leucemias).
• Tumores quimiossensíveis.
• Grandes massas tumorais ( >10cm).
• Nefropatia prévia.
• DHL >2x LSN.
• Ácido úrico elevado antes do início do tratamento.
• Oligúria.
• Desidratação.
364
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAIS:
Injúria renal de outra etiologia: Desidratação; sepse; uso ex-
cessivo de anti-inflamatórios, exposição recente a nefroto-
xinas, como contraste iodado e aminoglicosídeos compres-
são das vias urinárias e invasão do parênquima renal pelo
tumor [2].
6. CLASSIFICAÇÃO: GRADUAÇÃO DA
SLT POR CAIRO-BISHOP (LISE TUMORAL
CLÍNICA)
Grau Arritmia cardiáca Crise convulsiva Aumento
de creatina*
I Não Não 1,5x
II Sem impor- Uma crise bem 1,5 a 3x
tância Clínica controlada
III Sintomática Crises com respos- > 3 a 6x
e parcial- ta parcial ao trata-
mente con- mento anticonvul-
trolada com sivamente
medicações
IV Ameaçadora Crises frequentes, > 6x
à vida (isto prolongadas e
é, associada de difícil contro-
à insuficiên- le; estado de mal
cia cardíaca epilético
congestiva,
hipotensão,
sínecope)
V Parada car- Óbito —
diorrespira-
tória
* Aumento da creatinina sérica comparada com a normal
365
Síndrome de Lise Tumoral — CID 10: C80
7. MANEJO CLÍNICO
Profilaxia [1, 3]
7.1.
8. REFERÊNCIAS
1. Wilson FP, Berns JS. Onco-nephrology: tumor lysis syndrome. Clinical
journal of the American Society of Nephrology : CJASN. 2012;7(10):1730-9.
2. Montesinos P, Lorenzo I, Martin G, Sanz J, Perez-Sirvent ML, Martinez
D, et al. Tumor lysis syndrome in patients with acute myeloid leukemia:
identification of risk factors and development of a predictive model. Hae-
matologica. 2008;93(1):67-74.
3. Tumor Lysis Syndrome – A Literature Review- Gabriel Alvarenga
Beckmann1 , Marco Antônio Rocha Samarcos Filho1 , Caio Eduardo Go-
mes Benevides1 , Maria Alice Costa Pontes de Sá1 , José Carlos Cordoba2-
Revista brasiliense de medicina -2015
366
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
NEUTROPENIA FEBRIL
diego franco silveira fernandes
1. INTRODUÇÃO
A neutropenia febril é complicação clínica que ocorre no
curso da quimioterapia, terapia alvo ou imunoterapia, po-
dendo levar a reduções de dose e atrasos no programa te-
rapêutico para a neoplasia, com impacto em mortalidade
e morbidade, complicações clínicas secundárias e compro-
missos na eficácia da terapia oncológica. Pode ser condição
ameaçadora à vida [1].
2. DEFINIÇÕES:
• F
ebre: a) uma medida única de temperatura oral ou tim-
pânica maior ou igual a 38.3 graus Celsius ou duas me-
didas de 38 graus Celsius durando pelo menos 1 hora, no
intervalo de 12 horas; b) temperatura axilar maior ou igual
a 37.8 graus Celsius [1].
• N
eutropenia: Contagem de neutrófilos totais em sangue
periférico < 500 células/mcl ou < 1000 células/mcl com
tendência de queda em 48 horas.
3. EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA:
• N eutropenia é consequência de injúria à medula óssea
provocada por quimioterapia, terapia alvo, radioterapia,
imunoterapia ou infiltração tumoral. Alterações nas bar-
reiras mucocutâneas, na flora comensal e na resposta
imunológica promovem infecção. A febre é consequên-
cia da liberação de citosinas [1].
• Neutropenia ocorre em 16.8% dos pacientes submetidos
a quimioterapia, mesmo que não clinicamente manifes-
ta. Neutropenia febril ocorre em aproximadamente 1%
do total de pacientes submetidos à quimioterapia para
368
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
tumores sólidos. Em pacientes metastáticos, primordial-
mente internados, o risco de neutropenia febril pode
chegar a 20% [2].
• Em aproximadamente metade dos pacientes com neu-
tropenia febril, a antibioticoterapia permanece empírica
até o final do episódio [2].
• Infecções bacterianas são a maior causa identificável,
com predomínio de gram positivos (22%), seguidos por
gram-negativos (12%). Infecções polimicrobianas são
responsáveis por 9% dos casos.
• Agentes mais frequentemente isolados: Staphylococcus
aureus, Streptococcus spp., enterococcus, staphylococ-
cius coagulase-negativos, enterobactérias gram-negati-
vas e Pseudomonas aeruginosa. Diferentes perfis epide-
miológicos ocorrem a depender da idade, comorbidades,
sítio primário e esquema quimioterápico utilizado.
• Em infecções de cateteres e pacientes com mucosite,
infecções estafilocóccicas são mais comuns. Cepas de
Candida e aspergillus são os fungos mais frequentemen-
te isolados. Dentre os vírus, destaca-se o herpes simplex.
• O risco de morte em doentes oncológicos com neutro-
penia febril é superior a 15% quando comparado aos sem
neutropenia febril. A mortalidade geral é 5% para portado-
res de tumores sólidos e 11% para doentes hematológicos.
4. FATORES DE RISCO
• Idade > 65 anos.
• PS ECOG.
• Poliquimioterapia.
• Radioquimioterapia concomitante.
• Radioterapia com alvo extenso em sítio de medula óssea
ativa.
• Pacientes em terapia imunossupressora.
• Quimioterápicos: maior risco com drogas mais aplasian-
tes – antracíclicos, metotrexate em altas doses, platinas e
taxanes em altas doses.
369
Neutropenia febril — CID 10: C80
• umores hematológicos.
T
• TMO Alogênico.
• Obstrução ou semi obstrução intestinal.
• Quimioterapia na vigência de comprometimento renal
ou hepático.
• Uso de imunossupressor para outros diagnósticos (trans-
plantados, doenças autoimunes).
• Mucosite graus 3 e 4.
• Corticoterapia.
• Cirurgia recente.
• Malignidade não controlada.
• Doença pulmonar ou cardiovascular.
5. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:
Como a condição está atrelada a sinais e achados labora-
toriais fixos e imutáveis, diagnósticos diferenciais são raros
e não devem impedir o início da terapia apropriada, que é
empírica. Podem constituir causas de febre e neutropenia
que motivam um episódio de neutropenia febril mas que
não se devem a infecção + neutrólise por tratamento onco-
lógico [1, 2]:
• Febre de origem tumoral.
• Neutropenia constitucional.
• Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico.
• Neutropenia por hipotiroidismo.
• Febre como paraefeito à quimioterapia ou inibidores de
osteólise (zolendronato, gencitabina).
• Hiperesplenismo.
• Febre do SNC em pacientes com envolvimento central
pela neoplasia.
• Febre por antibioticoprofilaxia.
370
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
6. CLASSIFICAÇÃO DA NEUTROPENIA FEBRIL
GRAU [COMMON TERMINOLOGY CRITERIA FOR ADVERSE EVENTS
(CTCAE) VERSION 5.0]
1 2 3 4 5
- - Contagem Neutrofíli- Consequências Morte
ca de menos de 1000 ameaçadoras à
células /mm3 + febre vida
7. MANEJO CLÍNICO
Clínica e Exame Físico:
7.1.
371
Neutropenia febril — CID 10: C80
Exames Complementares [3]:
7.2.
SCORE MASCC
Características da Doença Pontuação
Sem sintomas ou sintomas mínimos 5
Sintomas moderados 3
Sem hipotensão 5
Sem DPOC 4
372
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
SCORE MASCC
Características da Doença Pontuação
Tu sólido ou Neo Hematológica sem infecção 4
fúngica prévia provável ouwz confirmada
Infecção domiciliar 3
Sem Desidratação 3
Idade < 60 anos 2
• 0 -20: ALTO RISCO;
• 21-26: BAIXO RISCO
373
Neutropenia febril — CID 10: C80
Tratamento no Alto Risco [1, 4]:
• Internação hospitalar, com suporte em UTI se necessário.
• Início precoce de antibioticoterapia IV, em até 60 minu-
tos, empírica.
• Opções: a) cefepime 2 gramas IV de 12 em 12 horas ou 1
grama IV de 8 em 8 horas para tumores sólidos ou 2 gra-
mas IV de 8 em 8 horas para tumores hematológicos; b)
piperacilina-tazobactam 4/500 mg de 6 em 6 horas ou
8 em 8 horas; c) meropenem 1 grama de 8 em 8 horas. O
cefepime será a primeira escolha, exceto na sua indispo-
nibilidade ou alergia à droga.
• Acrescentar Vancomicina 1 grama de 12 em 12 horas empi-
ricamente se uso profilático de quinolonas, consolidação
pulmonar, cateter venoso central com suspeita de infec-
ção após cateter venoso central, instabilidade hemodinâ-
mica, colonização por Staphilococo Oxa-R ou Pneumo-
coco resistente a Penicilina, hemocultura em andamento
com crescimento de coco gram positivo e mucosite grave.
• Se infecção de cateter, retirar o dispositivo, enviando a ponta
para cultura. Discutir a preservação do cateter do tipo por-
t-a-cath individualmente, que pode ser realizada em alguns
casos. Todo cateter central provisório deve ser retirado.
• Acrescentar Metronidazol 500 mg de 8 em 8 horas em-
piricamente se suspeita de infecção por anaeróbio, como
gengivite necrotizante, celulite perianal, infecções do tra-
to GI, diarreia e mucosite grave.
• Acrescentar Fluconazol 400 mg/dia empiricamente se
suspeita de candidíase oral, esofágica ou perieneal. Soli-
citar cultura para fungos nesses casos.
• Acrescentar anfotericina B ou voriconazol na evidência
de infecção fúngica em exames de imagem. Nesses ca-
sos, pedir o intercurso da CCIH/infectologia.
• Se lesões herpéticas em tegumento ou mucosa, associar
empiricamente aciclovir 10 mg por kg a cada 8 horas.
• Acrescentar cobertura para germes atípicos (azitromici-
na 500 mg MID oral), a depender do aspecto dos infiltra-
dos pulmonares.
374
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
Seguimento [1, 4]:
• Febre persistente por 96 horas: TC de tórax e seios da
face, independentemente da presença de sintomas res-
piratórios. Avaliar necessidade de outros exames de ima-
gem, a depender dos sinais e sintomas e da presença
de critérios para inclusão de outras classes de antimi-
crobianos (conforme exposto anteriormente), se ainda
não tiverem sido incluídos. Culturas de materiais biológi-
cos diversos podem ser repetidas. Em ensaios recentes,
o tempo médio de defervescência foi de 4 a 5 dias, e
a inclusão de vancomicina empírica nos casos de febre
prolongada na ausência de sinais e sintomas que a indi-
quem não resultou em aumento de sobrevida. A classe
de escolha no ambiente do empirismo para febre per-
sistente, na ausência de sinais e sintomas que indiquem
cobertura para gram positivo, antivirais e vancomicina, é
atualmente a dos antifúngicos: fluconazol, se exames de
imagem normais, ou anfotericina B, se sinais de infecção
fúngica profunda.
• A mudança de esquema antimicrobiano para “terapia de
segunda linha” (por exemplo, permuta de cefepime para
meropenem ou imipenem) pode ser indicada na depen-
dência do isolamento de agentes específicos ou deterio-
ração clínica.
• O acréscimo de fator estimulador de colonias (Filgras-
tim) no ambiente da febre persistente é categoria 2B.
375
Neutropenia febril — CID 10: C80
8. REFERÊNCIAS
1. Heinz WJ, Buchheidt D, Christopeit M, von Lilienfeld-Toal M, Cornely
OA, Einsele H, et al. Diagnosis and empirical treatment of fever of unkno-
wn origin (FUO) in adult neutropenic patients: guidelines of the Infectious
Diseases Working Party (AGIHO) of the German Society of Hematology
and Medical Oncology (DGHO). 2017;96(11):1775-92.
2. Weycker D, Barron R, Kartashov A, Legg J, Lyman GH. Incidence,
treatment, and consequences of chemotherapy-induced febrile neutro-
penia in the inpatient and outpatient settings. Journal of oncology phar-
macy practice : official publication of the International Society of Oncolo-
gy Pharmacy Practitioners. 2014;20(3):190-8.
3. Bellesso M, Costa SF, Chamone DAF, Llacer PED. Triagem para o tra-
tamento ambulatorial da neutropenia febril. Revista Brasileira de Hemato-
logia e Hemoterapia. 2010;32:402-8.
4. Lucas AJ, Olin JL, Coleman MD. Management and Preventive Measu-
res for Febrile Neutropenia. P & T : a peer-reviewed journal for formulary
management. 2018;43(4):228-32.
376
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
OBSTRUÇÃO
INTESTINAL MALIGNA
daniel da motta girardi
1. INTRODUÇÃO
Definição [1]:
• Evidência clinica de obstrução intestinal através de
anamnese e exame físico.
• Obstrução além do ligamento de Treitz.
• Presença de neoplasia intra-abdominal ou neoplasia ex-
tra-abdominal com evidente acometimento peritoneal.
• Ausência de possibilidade de cura da doença oncológica.
2. CAUSAS
As principais causas são as neoplasias originadas no trato
gastrointestinal e no trato ginecológico [2].
3. FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia da obstrução intestinal maligna envolve:
• Crescimento tumoral levando a compressão extrínseca
das alças intestinais.
• Obstrução endoluminal.
• Infiltração intramural.
• Infiltração mesentérica extensa.
A retenção de liquidos e gases na alça intestinal leva ao au-
mento da pressão intraluminal, que libera uma séria de cito-
cinas inflamatórias (prostaglandinas, substância P, peptídeo
vasointestinal ativo, somatostatina e acetilcolina) levando a
um aumento do peristaltismo e hipersecreção das células
das criptas intestinais. Esse processo leva ao aparecimen-
to de edema das alças intestinais e aumento da secreção
endoluminal, que por sua vez leva a u aumento da pressão
intraluminal perpetuando o processo fisiopatológico [2].
4. MANIFESTAÇÕES CLINICAS
• N áuse a vômito.
• Dor abdominal em cólica ou até mesmo contínua.
378
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
• P arada de eliminação de gases e fezes na obstrução in-
testinal total.
• Diminuição da eliminação de gases e fezes na suboclusão.
5. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é estabelecido através de quadro clínico
compatível e exames de imagem que comprovem a obstru-
ção intestinal.
6. TRATAMENTO
O tratamento é individualizado e se baseia no volume de doen-
ça oncológica, no prognostico do paciente, nas comorbidades
e na possibilidade de tratamentos oncológicos específicos.
Tratamento cirúrgico
A cirurgia paliativa pode aliviar os sintomas de obstrução e
permitir o restabelecimento de via alimentar. Entretanto, é
necessário lembrar que tais procedimentos estão associa-
dos a riscos inerentes de mortalidade e morbidade e por-
tanto, sua indicação em paciente com doença oncológica
avançada deve ser cuidadosamente poderada e considera-
379
Obstrução Intestinal Maligna — CID 10: C80
da para aqueles pacientes com bom performance e com ex-
pectativa de vida maior que 60 dias. Entre os procedimen-
tos que podem ser realizados nesses pacientes estão [3]:
• Colostomia;
• Ileostomia;
• Jejunostomia;
• Ressecção intestinal;
• Bypass;
• Lise de aderências;
• Laparotomia exploradora.
Tratamento endoscópico
È realizado através dos stents. Seu uso vem aumentando nos
últimos anos como uma alternativa para pacientes com obs-
truções únicas do intestino delgado proximal ou do colon.
É efetivo no alívio dos sintomas obstrutivos, porém entre as
possiveis complicações estão: re-obstrução (18%), migração
(5%), perfuração (1,2%) e necessidade de re-intervenção [2].
Tratamento oncológico
O tratamento oncológico com quimioterapia é controverso
e ainda sem um papel claro definido em literatura. Devemos
lembrar que a obstrução intestinal maligna em geral é mani-
festação de doença avançada e muitas vezes em pacientes
já politratados. Devem ser ponderados a quimiossensibilida-
de da doença e a toxicidade da terapia antes de se indicar
tratamento antineoplásico específico [3].
Tratamento medicamentoso
O tratamento é baseado no uso de analgésicos, antieméti-
cos, corticosteroides e medicações anti-secretoras.
380
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
nal de medicamentos como dipirona, paracetamol, opióides
fracos e fortes e medicações adjuvantes. Dentre as possibili-
dades de opióide forte a Morfina é a mais utilizada podendo
ser administrada de forma endovenosa ou subcutânea [2].
381
Obstrução Intestinal Maligna — CID 10: C80
7. MANEJO CLÍNICO
O manejo clínico consiste em três estágios terapêuticos
consecutivos que devem ser utilizados em pacientes não
candidatos a procedimento cirúrgico ou endoscópico [6]:
Estagio 1:
Passagem de sonda nasogástrica aberta, controle da dor
com analgésicos, corticosteroides, antieméticos e medica-
ções anti-secretoras que não o Octreotide. Esse tratamento
deve ser mantido por 5 dias.
Estagio 2:
Após 5 dias, na ausência de melhora dos sintomas o cor-
ticosteroide e as medicações anti-secretivas devem ser
interrompidas e substituídas pelo Octreotide na dose de
300mcg/dia a 600mcg/dia a cada 8 horas. Em caso de me-
lhora ou resolução dos sintomas obstrutivos, a sonda naso-
gástrica deve ser retirada e a dose das medicações devem
ser reduzidas progressivamente. Esta segunda etapa tem
duração de 3 dias.
Estagio 3:
Após 3 dias, em caso de refratariedade ao tratamento clíni-
co, esta indicada a gastrostomia descompressiva endoscó-
pica para alivio dos vômitos e retirada da sonda nasogás-
trica. Em caso de alivio dos sintomas a dose de Octreotide
deve ser reduzida gradativamente até a menor dose que
mantenha o paciente confortável.
8. REFERÊNCIAS
1. Anthony T, Baron T, Mercadante S, Green S, Chi D, Cunningham J, et
al. Report of the clinical protocol committee: development of randomized
trials for malignant bowel obstruction. Journal of pain and symptom ma-
nagement. 2007;34(1 Suppl):S49-59.
2. Tuca A, Guell E, Martinez-Losada E, Codorniu N. Malignant bowel obs-
truction in advanced cancer patients: epidemiology, management, and
factors influencing spontaneous resolution. Cancer management and re-
search. 2012;4:159-69.
382
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
3. Jatoi A, Podratz KC, Gill P, Hartmann LC. Pathophysiology and pallia-
tion of inoperable bowel obstruction in patients with ovarian cancer. The
journal of supportive oncology. 2004;2(4):323-34; discussion 34-7.
4. Feuer DJ, Broadley KE. Corticosteroids for the resolution of malig-
nant bowel obstruction in advanced gynaecological and gastrointestinal
cancer. The Cochrane database of systematic reviews. 2000(2):Cd001219.
5. Mercadante S, Porzio G. Octreotide for malignant bowel obs-
truction: twenty years after. Critical reviews in oncology/hematology.
2012;83(3):388-92.
6. Laval G, Arvieux C, Stefani L, Villard ML, Mestrallet JP, Cardin N. Proto-
col for the treatment of malignant inoperable bowel obstruction: a pros-
pective study of 80 cases at Grenoble University Hospital Center. Journal
of pain and symptom management. 2006;31(6):502-12.
383
Obstrução Intestinal Maligna — CID 10: C80
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
NAUSEA E VÔMITO
INDUZIDA PELA
QUIMIOTERAPIA
tiago pádua santos
2. FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia das náuseas e vômitos é complexa e ain-
da não totalmente esclarecida. Envolve múltiplos neuro-
transmissores, como serotonina, dopamina, histamina e
neurocinina-1 (NK-1) e áreas de êmese no sistema nervoso
central, como o núcleo do trato solitário (NTS) no bulbo,
a área postrema na base do IV ventrículo e as amígdalas
no lobo temporal.
3. FATORES DE RISCO
Os principais fatores de risco para êmese são [1]:
386
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
• Sensibilidade a odores;
• Idade menor que 50 anos.
4. CLASSIFICAÇÂO DA ÊMESE
Classificação Definição
Aguda Ocorre nas primeiras 24 após inicio da
quimioterapia.
Tardia Ocorre após 24h do inicio da
quimioterapia.
Resistente Ocorre apesar de profilaxia adequada.
Antecipatória Ocorre antes da infusão da medicação
como resposta condicionada a ocorrência
de náuseas e vômitos em ciclo anterior.
Refratária Ocorre em ciclos subsequentes apesar de
terapêutica profilática adeuada.
387
Nausea e vômito induzida pela quimioterapia — CID 10: C80
Nivel 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4
Risco mínimo Baixo risco Moderado risco Alto risco
< 10% 10-30% 31-90% >90%
Fludarabina Etoposideo Doxorrubicina Mechore-
tamina
Lapatinibe Irinotecano
Methotrexato Oxaliplatina
Mitomicina
Mitoxantrona
Paclitaxel
Permetrexato
Temsirolimus
Topotecano
Trastuzumabe
388
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
6. CLASSIFICAÇÂO
GRAU [COMMON TERMINOLOGY CRITERIA FOR ADVERSE
EVENTS (CTCAE) VERSION 5.0]
1 2 3 4 5
Náusea
Perda de Diminui- Necessi- - -
apetite ção da dade de
sem al- ingesta hospita-
teração oral sem lização
do hábito perda de , suple-
alimentar peso sig- mentacão
nificativa, alimentar,
desidra- passa-
tação ou gem de
desnutri- sonda
ção nado-en-
teral
Vômito
1a2 3a5 >=6 Con- Morte
episódios episódios episódios dições
(separa- (separa- (separa- amea-
dos por 5 dos por 5 dos por 5 çadoras
minutos) minutos) minutos) da vida.
em 24h em 24h em 24h Necessá-
rio Inter-
Necessi- venção
dade de imediata
sonda
nasogás-
trica
Necessi-
dade de
hospitali-
zação
389
Nausea e vômito induzida pela quimioterapia — CID 10: C80
7. MANEJO CLÍNICO
Êmese aguda e tardia
O tratamento da náusea e vômito aguda e tardia é realizado
através do uso de medicações antiemeticas profiláticas que
são usadas de acordo com risco emetogênico do esquema
quimioterápico.
390
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
Quimioterápicos de risco emetogênico mínimo [3]:
Não esta indicado o uso de antieméticos de alto índice te-
rapêutico, apenas medicações de baixo índice terapêutico.
391
Nausea e vômito induzida pela quimioterapia — CID 10: C80
Náusea refratária [3]:
Nos casos refratários, sempre checar se o melhor esquema
está sendo utilizado para o paciente, em concordância com
o tipo de quimioterápico que está sendo infundido, e che-
car diagnósticos diferenciais como Obstrução Intestinal Ma-
ligna, distúrbios hidroeletrolíticos e metástases em Sistema
Nervoso Central.
8. REFERÊNCIAS
1. Navari RM, Aapro M. Antiemetic Prophylaxis for Chemotherapy-
-Induced Nausea and Vomiting. The New England journal of medicine.
2016;374(14):1356-67.
2. Navari RM, Qin R, Ruddy KJ, Liu H, Powell SF, Bajaj M, et al. Olanzapine
for the Prevention of Chemotherapy-Induced Nausea and Vomiting. The
New England journal of medicine. 2016;375(2):134-42.
3. Hesketh PJ, Kris MG, Basch E, Bohlke K, Barbour SY, Clark-Snow RA,
et al. Antiemetics: American Society of Clinical Oncology Clinical Practice
Guideline Update. Journal of Clinical Oncology. 2017;35(28):3240-61.
392
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
DIARRÉIA INDUZIDA
PELA QUIMIOTERAPIA
daniel da motta girardi
1. INTRODUÇÃO
A diarréia induzida pela quimioterapia é definida como a
presença de pelo menos 3 episódios de evacuações ao dia
com fezes mal formadas em paciente submetido a trata-
mento quimioterápico.
2. CAUSAS
Entre as principais causas de diarréia induzida por trata-
mento oncológico estão aquelas relacionadas a quimiote-
rápicos como 5-Fluorouracil, Irinotecano, Taxanos, Capeci-
tabina e terapias alvo com os inibidores de tirosino quinase.
Além dos quimioterápicos, o tratamento com radioterapia
também pode ser causador deste sintoma [1].
3. FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia por trás do aparecimento da diarréia varia
de acordo com a medicação utilizada:
• Lesão celular direta com redução da renovação celular.
• Aumento da secreção e diminuição da absorção de água
e eletrólitos, como no caso do 5-Fluorouracil.
• SÍndrome colinérgica aguda como no caso da diarréia
precoce do Irinotecano.
• Lesão de mucosa pela irradiação.
4. FATORES DE RISCO
Fatores de risco para diarréia complicada:
• Cólica abdominal moderada a grave.
• Náuseas e vômitos grau 2 ou mais.
• Perda de performance.
• Febre.
• Sepse.
• Neutropenia.
• Sangramento franco.
• Desidratação.
394
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
5. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAIS
Entre os possíveis diagnósticos diferenciais pensar em:
6. CLASSIFICAÇÂO
GRAU [COMMON TERMINOLOGY CRITERIA FOR ADVERSE EVENTS
(CTCAE) VERSION 5.0]
1 2 3 4 5
Aumento Aumento Aumento Con- Morte
de < 4 no de 4 a 6 > 6 no dições
número no núme- número ameaça-
de eva- ro de eva- de eva- doras da
cuações cuações cuações vida. In-
habituais habituais habituais ternação
em 1 dia em 1 dia em 1 dia imedata
Moderado Grande
aumento aumento
do débito do débito
da colos- da colos-
tomia tomia
395
Diarréia induzida pela quimioterapia — CID 10: C80
7. MANEJO CLÍNICO
Tratamento inicial para todos os pacientes [2]:
• Realizar refeições pequenas e fracionadas.
• Suspender laxativos.
• Hidratação por via oral com 8 a 10 copos de água por dia
• Suspender bebidas alcóolicas e suplementos
hiperosmóticos.
• Suspender tratamento quimioterápico para diarréia clas-
sificada como grau 2 ou maior pelo CTCAE.
396
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
Tratamento em ambiente hospitalar com hidratação endo-
venosa, antibióticos endovenosos de amplo espectro, oc-
treotide e coleta de exames complementares como os men-
cionados acima.
Colite neutropênica
Definição: diarréia complicada associada a neutropenia.
8. REFERÊNCIAS
1. Cherny NI. Evaluation and management of treatment-related diarrhea
in patients with advanced cancer: a review. Journal of pain and symptom
management. 2008;36(4):413-23.
2. Benson AB, 3rd, Ajani JA, Catalano RB, Engelking C, Kornblau SM, Mar-
tenson JA, Jr., et al. Recommended guidelines for the treatment of cancer
treatment-induced diarrhea. Journal of clinical oncology : official journal of
the American Society of Clinical Oncology. 2004;22(14):2918-26.
397
Diarréia induzida pela quimioterapia — CID 10: C80
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
MUCOSITE
caio guimarães neves
1. INTRODUÇÃO
É a inflamação da mucosa causada por quimioterapia (QT),
radioterapia (RT) ou ambas. Pode ocorrer por regiões ou
por toda a mucosa do trato gastrintestinal, da mucosa oral
até a anal. A forma mais frequente de mucosite é a oral. Ini-
cia-se com ressecamento da boca e pode evoluir para erite-
ma, dificuldade de deglutição, ulceração, podendo envolver
todo trato gastrintestinal.
2. CLASSIFICAÇÃO
Escore para Mucosite Oral Mucosite por radiação
lesão
OMS* NCI_CTC** RTOG***
400
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
Escore para Mucosite Oral Mucosite por radiação
lesão
OMS* NCI_CTC** RTOG***
401
MUCOSITE — CID 10: C80
3. FATORES DE RISCO
• obre higiene bucal;
P
• Presença de cárie dentária e patologia periapical;
• Doença periodontal prévia;
• Tipo de terapia antineoplásica, dose e via de administração;
• Tratamento concomitante com radioterapia e quimiote-
rapia para tumores de cabeça e pescoço;
• Pacientes jovens;
• Transplante de medula óssea.
5. COMPLICAÇÕES DA MUCOSITE
• D or (muitas vezes com necessidade de opióides).
• Redução da ingesta oral (desidratação e desnutrição),
raramente necessitando nutrição parenteral.
• Sangramento oral e gengival (especialmente se plaque-
topenia presente). Nos casos de plaquetopenia asso-
ciados à pobre higiene bucal, o risco de sangramento
aumenta devido a ação bacteriana e elevado processo
inflamatório gengival.
• Infecções secundárias por bactérias, fungos ou vírus
principalmente na vigência de neutropenia. Principais
agentes: Candida albicans e Herpes simplex virus (pre-
sença de dor forte associada à mucosite deve sempre
levantar a hipótese de infecção por herpes).
• Risco de bacteremia.
• Necessidade de redução de dose e/ou atraso do esque-
ma quimioterápico, o que em alguns casos pode piorar o
prognóstico do paciente [1-3].
402
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
6. PREVENÇÂO
• H igiene oral com escova dental macia e fio dental.
• Avaliação oral pelo dentista antes do início do tratamento
• Alimentação:
Evitar: Alimentos ácidos, cítricos, crus, muito gordurosos,
granulados, condimentados, ou com temperos picantes,
dando preferência a alimentos temperados com ervas.
Alimentos muito quentes, dando preferência a alimentos
em temperatura ambiente.
Preferir: Durante o quadro, alimentos líquidos ou pasto-
sos, leves e de fácil digestão
• Manter os lábios hidratados com manteiga de cacau ou
similar.
• Bochechos:
- Soluções salinas
- Benzidamina (pacientes de tumores de cabeça e pesco-
ço em radioterapia)
- Soluções com bicarbonato de sódio
• Crioterapia (durante infusão com fluourouracil em bolus).
• Terapia com laser de baixa potência (2-4).
7. MANEJO CLÍNICO
Estimulantes salivares [4]:
• Saliva artificial;
• Pilocarpina;
• Betanecol.
Bochechos [4]:
• Soluções salinas;
• Soluções com bicarbonato de sódio.
Soluções orais a base de flúor
Anestésicos tópicos [4]:
• Lindocaína;
• Benzocaína.
403
MUCOSITE — CID 10: C80
Agentes de revestimento da mucosa [4]:
• Hidroxilpropril-celulose (Zilactin);
• Acetato de triancinolona (Omcilon - A Orabase).
Mucosite
ve
Le
Profilaxia
Bochechos Suaves
Fúngica
Moderada
Diagnóstico
Moderada - Severa
Analgésicos sistêmicos
404
EMERGÊNCIAS E URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
8. REFERÊNCIAS
1. Peterson DE, Bensadoun RJ, Roila F, Group EGW. Management of oral
and gastrointestinal mucositis: ESMO Clinical Practice Guidelines. Annals
of oncology : official journal of the European Society for Medical Oncolo-
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2. Bensinger W, Schubert M, Ang KK, Brizel D, Brown E, Eilers JG, et
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in cancer care. Journal of the National Comprehensive Cancer Network :
JNCCN. 2008;6 Suppl 1:S1-21; quiz S2-4.
3. Stokman MA, Spijkervet FK, Boezen HM, Schouten JP, Roodenburg
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chemotherapy-induced oral mucositis: results of meta-analyses. Journal
of dental research. 2006;85(8):690-700.
4. Lalla RV, Bowen J, Barasch A, Elting L, Epstein J, Keefe DM, et al.
MASCC/ISOO clinical practice guidelines for the management of mucosi-
tis secondary to cancer therapy. Cancer. 2014;120(10):1453-61.
405
MUCOSITE — CID 10: C80