Fisiologia DO SISTEMA Endr Sileza

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INSTITUTO POLITÉCNICO ISLÂMICO DE MOÇAMBIQUE

IPIMO-QUELIMANE

Técnico de Medicina Geral


TMG – 21

Tema: Fisiologia do Sistema Endócrino

Discentes:
Carlos Dionisio
Shallon John
Ivanildo Joel
Rui Rodrigues
Felisberto Mateus
Mariazinha Ebristo

Quelimane, Novembro de 2022


Introdução...................................................................................................................................4

Objectivos...................................................................................................................................4

Fisiologia do Sistema Hipotálamo-Hipofisário..........................................................................5

Hormónios adenohipofisários.....................................................................................................5

Hormónios neurohipofisários......................................................................................................7

Fisiologia dos Hormónios Tiróideos e Paratiroideos..................................................................7

Hormónios tiroideos....................................................................................................................7

Hormónio paratiroideo................................................................................................................8

Fisiologia dos Hormónios Supra-Renais....................................................................................9

Glucocorticóides.........................................................................................................................9

Androgénios..............................................................................................................................10

Fisiologia dos Hormónios Pancreáticos....................................................................................11

Insulina......................................................................................................................................11

Glucagon...................................................................................................................................11

Conclusão..................................................................................................................................12

Bibliografia...............................................................................................................................13
Introdução

O presente trabalho tem como tema fisiologia do sistema endócrino neste, vamos explicar
como e que o sistema endócrino funciona no organismo e quais são os órgão que estão em
comunicação para o funcionamentos e produção destas hormonas. Ainda no desenvolvimento
do trabalho vamos falar das principais hormonas produzidas ou reguladas pelo hipotálamo,
hipófise, tiróide, paratireóide e glândulas supra-renais. Para além disso cada hormona tem sua
função diferente da outra então vamos intender as quais são as funções das principais
hormonas, sem se esquecer também de falar uma componente muito importante que é o
mecanismos de acção das principais hormonas, e por fim vamos dar exemplos de alterações
do sistema endócrino.

Objectivos

 Listar as principais hormonas produzidas ou reguladas pelo hipotálamo, hipófise,


tiróide, paratiróide e glândulas supra-renais
 Explicar as funções das principais hormonas
 Descrever os mecanismos de acção das principais hormonas
 Listar exemplos de alterações do sistema endócrino

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Fisiologia do Sistema Hipotálamo-Hipofisário

O hipotálamo, além de outras funções não endócrinas, tem um duplo papel no sistema
endócrino:

 Funciona como regulador da função da hipófise anterior, mediante a secreção de uma


série de hormónios que estimulam ou inibem a libertação de hormónios adenohipofisários;
e:

 Produz hormónios que depois são libertados desde a hipófise posterior.

A hipófise anterior produz 4 hormónios estimuladores de outros órgãos endócrinos periféricos


e 3 hormónios com acção directa sobre processos fisiológicos periféricos.

A hipófise posterior secreta 2 hormónios (produzidos no hipotálamo) com acção directa sobre
processos fisiológicos.

Hormónios adenohipofisários

Os 7 hormónios da hipófise anterior são:

Hormónio estimulante da tiróide ou Tirotropina (TSH), que actua sobre a glândula tiróide
estimulando a secreção de hormónios tiroideos (tiroxina).

 A TSH é libertada no sangue por estímulo do Hormónio libertador da tireotropina (TRH),


produzido pelo hipotálamo.

 A tiroxina é capaz de inibir a secreção de TRH pelo hipotálamo (retroalimentação


negativa), controlando assim o equilíbrio do sistema.

Hormónio estimulante do córtex supra-renal ou Corticotropina (ACTH), actua sobre o


córtex supra-renal estimulando a secreção de glucocorticóides.

 A ACTH é libertada ao sangue por estímulo do Hormónio libertador da corticotropina


(CRH), produzido pelo hipotálamo.

 Os glucocorticóides são capazes de inibir a secreção de CRH pelo hipotálamo


(retroalimentação negativa), controlando assim o equilíbrio do sistema.

Hormónio estimulante folicular (FSH) e Hormónio luteinizante (LH), chamados também


Gonadotropinas, pois actuam sobre as gónadas.
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Nas mulheres, sobre o folículo ovárico, controlando a gametogénese e a sua função endócrina
(secreção de estrogénios e progesterona). No homem, tem efeitos semelhantes sobre os
túbulos seminíferos (gametogénese) e as células intersticiais (secreção de androgénios).

As gonadotropinas são secretadas por estímulo do Hormónio libertador das gonadotropinas


(GnRH), produzido pelo hipotálamo.

 Os hormónios sexuais (estrogénios, progesterona e androgénios) são capazes de inibir a


secreção de GnRH pelo hipotálamo (retroalimentação negativa), controlando assim o
equilíbrio do sistema.

Prolactina (PRL), actua sobre o desenvolvimento da mama e a produção de leite durante o


aleitamento.

 A prolactina deixa de ser secretada quando a hipófise anterior é inibida pelo Hormónio
inibidor da prolactina (PIH), produzido pelo hipotálamo. Existe também um Hormónio
libertador da prolactina (PRH), de acção ainda desconhecida.

 A própria prolactina no sangue é capaz de estimular a secreção de PIH e inibir a secreção


de PRH pelo hipotálamo (retroalimentação negativa), controlando assim o equilíbrio do
sistema.

Hormónio do crescimento ou Somatotropina (GH), que estimula o crescimento dos tecidos e


a síntese proteica (especialmente osso, cartilagem e músculo). Este efeito realiza-se de
maneira directa sobre os tecidos ou através de mediadores hepáticos (Somatomedinas) que
actuam como últimos mensageiros.

 A GH é libertada para o sangue quando a hipófise anterior é estimulada pelo Hormónio


libertador da somatotropina (GH-RH), produzido pelo hipotálamo.

 Pelo contrário, a GH deixa de ser secretada quando a hipófise anterior é inibida pelo
Hormónio inibidor da somatotropina ou Somatostatina (GH-IH).

 São as somatomedinas hepáticas as que estimulam a secreção de GH-IH e inibem a


secreção de GH-RH pelo hipotálamo (retroalimentação negativa), controlando assim o
equilíbrio do sistema.

Hormónio estimulante dos melanócitos ou Melanotropina (MSH), que actua sobre os


melanócitos cutâneos para dar pigmentação à pele, durante o desenvolvimento fetal, infância
e gravidez. Na fase adulta não aparece no sangue.

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 A MSH deixa de ser secretada quando a hipófise anterior é inibida pelo Hormónio
inibidor da MSH (MSH-IH), produzido pelo hipotálamo.

Harmónios neurohipofisários

. Os 2 hormónios secretados pela hipófise posterior tem acção directa sobre tecidos periféricos
e são controlados directamente pelas suas próprias acções (retroalimentação negativa) sem
mediadores hormonais hipotalámicos. São:

Hormónio antidiurético ou Vasopressina (ADH), que actua sobre o rim, aumentando a


reabsorção tubular de água, e portanto, diminuindo a perda desta com a urina. A altas
concentrações tem efeito constritor sobre os vasos periféricos.

 A ADH, produzida nos núcleos supraópticos hipotalámicos, e libertada pela hipófise


posterior por estímulo nervoso detectado pelos receptores vasculares: queda da pressão
arterial e aumento da concentração dos electrólitos plasmáticos.

 A restauração da pressão arterial e da concentração dos electrólitos inibe a libertação de


ADH, equilibrando dinamicamente o sistema.

Oxitocina, que actua sobre o útero grávido a termo, provocando o trabalho de parto, e sobre a
mama lactante para a expulsão de leite durante o aleitamento.

 A oxitocina, produzida nos núcleos paraventriculares hipotalámicos, é libertada pela


hipófise posterior por reflexo neuro-endócrino, quando o mamilo é estimulado pela sucção
do bebé.

Fisiologia dos Hormónios Tiróideos e Paratireóides

Hormónios tiróideos

Hormónios tiroideos. São a tiroxina (T3 e T4) produzidas nos folículos tiroideos, e a
calcitonina, produzida pelas células C da medula parafolicular, com funções e sistemas de
regulação diferentes.

A tiroxina é capaz de atravessar a membrana de quase todas as células do organismo,


ligando-se a diferentes receptores nucleares , para provocar efeitos fisiológicos orientados a
acelerar diferentes processos metabólicos:
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 Aumento do metabolismo celular com aumento do consumo de oxigénio e da produção de
calor corporal.

 Aumento do ritmo cardíaco e da pressão arterial.

 Aumento da frequência respiratória.

 Aumento da sensibilidade celular à estimulação pelo sistema simpático (catecolaminas).

 Estimulação da eritropoiese (e portanto, do transporte de oxigénio).

 Estimulação do crescimento ósseo e muscular, especialmente em crianças.

O TSH hipofisário estimula a produção e libertação de tiroxina, mediante o seu efeito


facilitador da absorção de iodo pelas células foliculares. Quanto mais absorção de iodo pelas
células foliculares, mais produção de hormónios tiroideos.

 As altas concentrações de tiroxina no sangue inibem a produção hipotalámica de TRH, e


portanto, a produção hipofisária de TSH, travando a absorção de iodo e a produção de
mais tiroxina. O sistema tem um equilíbrio dinâmico com retroalimentação negativa.

 A deficiência de iodo da dieta, impede a formação de tiroxina, pelo que aumenta a TSH
no sangue, sem conseguir haver produção de hormónios tiroideos.

A calcitonina actua sobre os rins, estimulando a excreção de cálcio, e sobre o osso,


estimulando a deposição de cálcio na matriz e inibindo a reabsorção de osso pelos
osteoclastos. Ambas funções levam a diminuição do cálcio no sangue. Sua função é
especialmente importante na infância e na gravidez.

 As células C respondem directamente às concentrações de cálcio no sangue. Quanto mais


cálcio, mais libertação de calcitonina.

 Sua função diminuidora do cálcio plasmático é limitada pelos hormónios paratiroideos.

Hormónio paratiroideo

O paratormónio (PTH) tem um efeito oposto à calcitonina, aumentando o cálcio plasmático


mediante o estímulo dos osteoclastos para destruir osso, a inibição dos osteoblastos para
construí-lo, e mediante a diminuição da excreção renal de cálcio.

 Como as células C, as paratiróides respondem directamente às concentrações de cálcio


no sangue. Quanto menos cálcio, mais libertação de PTH.

 Sua função aumentadora do cálcio plasmático é portanto, limitada pela calcitonina.


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Fisiologia dos Hormónios Supra-Renais

As supra-renais secretam uma alta variedade de hormónios com funções bem diferentes e que
são produzidos em distintas zonas histológicas da glândula.

Mineralocorticóides, principalmente Aldosterona, produzidos na zona glomerulosa do córtex


supra-renal.

Seu alvo são células de órgãos que têm efeito sobre a composição do meio interno (rins,
glândulas digestivas e sudoríparas) provocando retenção do sódio e perda de potássio no
plasma.

 Isto é especialmente evidente no rim, onde reabsorve sódio (e água acompanhante) e


excreta potássio.

Sua regulação faz-se directamente nas células do glomérulo renal, capazes de detectar as
concentrações plasmáticas dos iões (especialmente o aumento de potássio) e responder em
consequência (eliminando potássio e poupando sódio e agua).

 Assim a diminuição do sódio ou o aumento do potássio, provocam liberação de


aldosterona.

 Também, a queda da pressão arterial estimula a secreção mineralocorticoide pelo


sistema renina-angiotensina-aldosterona (vide aula 19), provocando retenção de sódio
e água, que aumentam o volume intravascular e portanto, a pressão.

Glucocorticóides

grupo de mais de 20 moléculas de estrutura e função semelhante como Cortisol, Cortisona ou


Corticosterona. São produzidos na zona fasciculada do córtex supra-renal.

Estimulam a síntese de glicose a partir de aminoácidos e lípidos e também o armazenamento


de glicose. Alem disso inibem a utilização de glicose mediada pela insulina, nos tecidos
periféricos, com a excepção do cérebro e do coração que podem beneficiar do aumento da
glicólise plasmática. Têm também um efeito anti-inflamatório, inibindo os factores que
provocam a reacção inflamatória. Por isso são frequentemente usados como medicamentos
(corticóides de uso tópico ou sistémico).

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São secretados perante o estímulo da ACTH hipofisária. Os próprios glucocorticóides inibem
a CRH hipotalámica, e consequentemente a ACTH hipofisária, mantendo o balanço dinâmico
do sistema.

Androgénios

principalmente Testosterona, que são produzidos na zona reticular do córtex supra-renal.

É secretado em pequenas quantidades, e uma parte deste hormónio é transformado em


estrogénios no próprio plasma.

 Tem uma limitada função no corpo, pois a fonte principal de hormônios sexuais são as
gónadas.

Catecolaminas, como Adrenalina e Noradrenalina, produzidas na medula supra-renal.

São neurotransmissores (a medula supra-renal é uma estrutura neural) que funcionam como
mediadores do sistema autónomo simpático, capazes de dar resposta a situações de stress
mediante:

 Mobilização das reservas energéticas do músculo.

 Liberação de gorduras para sua utilização metabólica.

 Liberação de glicose dos depósitos hepáticos.

 Aumento do ritmo e da força de contracção cardíacos.

 Inibição de processos fisiológicos não urgentes (digestivos,…).

 Aumento da atenção e da concentração.

São liberados por reflexo nervoso simples, desde os terminais do sistema simpático que
inervam as células medulares.

Fisiologia dos Hormónios Pancreáticos

O pâncreas endócrino secreta vários hormónios, dos quais a Insulina e o Glucagon são os
mais importantes, tendo funções opostas sobre o metabolismo da glicose, permanecendo num
estado de equilíbrio dinâmico, que não precisa de outros estímulos neurais ou endócrinos.

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Insulina

Este hormónio é secretado pelas células beta (β) dos ilhotes pancreáticos, perante o estímulo
da elevação dos níveis plasmáticos de glicose.

É capaz de se unir a receptores de membrana presentes em quase todas as células do


organismo (células insulino-dependentes), provocando mudanças químicas que levam a uma
maior absorção de glicose desde o espaço extracelular para o citoplasma.

 Alguns órgãos (cérebro, rins,…) tem células capazes de absorver glicose sem a
participação da insulina (células insulino-independentes).

Os efeitos finais da insulina são:

 Aceleração da passagem de glicose para o espaço intracelular, e portanto, diminuição


dos seus níveis plasmáticos.

 Aceleração da utilização celular de glicose como fonte de energia.

 Estimulação do armazenamento intracelular de glicose em forma de glicogénio.

 Estimulação da síntese de proteínas e de triglicéridos.

Este sistema metabólico é auto-regulado pelos próprios níveis de glicose plasmática. Quanto
mais glicose no plasma, mais secreção de insulina.

Glucagon

Secretado pelas células alfa (α) dos ilhotes pancreáticos, perante o estímulo da diminuição dos
níveis plasmáticos de glicose.

Os efeitos do glucagon nas células são:

 Estimulação da síntese celular de glicose a partir de lípidos e aminoácidos (proteínas).

 Estimulação da libertação de glicose intracelular, mediante o metabolismo do


glicogénio.

Estes efeitos provocam a passagem de glicose para o sangue desde as células, aumentando
seus níveis plasmáticos, equilibrando o sistema. Quanto mais glicose plasmática, menos
secreção de glucagon.

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Conclusão

A sequência de acção dos diferentes hormónios do sistema endócrino é basicamente a mesma:


secreção perante um estímulo externo, ligação do hormónio às células alvo, ocorrência de
uma mudança bioquímica que elimina o estímulo externo primário.
A regulação da actividade endócrina faz-se por sistemas de retroalimentação negativa, pelo
que o produto final duma sequência de reflexos endócrinos ou neuroendócrinos, actua como
inibidor do próprio processo, levando-o a uma situação de equilíbrio dinâmico.
O hipotálamo produz uma série de hormonios que regulam (estimulam ou inibem) o
funcionamento da hipófise anterior e produz dois hormónios que se secretam na hipófise
posterior.
A hipófise anterior secreta, perante o comando do hipotálamo, 4 hormónios com função
estimuladora de órgãos endócrinos periféricos (tiróide, córtex supra-renal e gónadas) e 3
hormónios com acção directa sobre tecidos específicos.
A tiróide secreta dois hormónios: tiroxina, capaz de acelerar os procesos metabólicos na
maioria das células do organismo, e calcitonina, que reduz o cálcio plasmático.
As paratiróides secretam PTH, hormónio que estimula o osso e o rim para aumentar os níveis
plasmáticos do cálcio, estando equilibrada com a calcitonina tiroidea.
O córtex supra-renal secreta três grupos de hormónios: mineralocorticóides, capazes de
aumentar o sódio e água plasmáticos e diminuir o potássio; glucocorticóides, capazes de
aumentar a produção de glicose e a sua armazenagem no fígado e que têm também efeitos
anti-inflamatórios; e androgénios em pequenas quantidades.
A medula supra-renal actua como um gânglio do sistema autónomo simpático, secretando
catecolaminas em resposta a situações de stress.
O pâncreas endócrino produz dois hormónios principais: insulina, que facilita a passagem de
glicose para a maioria das células do corpo, favorecendo a sua utilização como fonte de
energia; e glucagon, com efeito contrário, criando um equilíbrio com a insulina.

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Bibliografia

Jacob SW. Anatomia e fisiologia humana. 5ª edição. Brasil: Guanabara Koogan; 1990.

Martini. Fundamentos de anatomia e fisiologia (Fundamentlas of anatomy and physiology). 4º


edição. Prentice Hall: 2008.

Ganong. Fisiologia médica. 5ª edição. Brasil: Lange; 2005.

Universidade Nacional del Comahue. Apuntes de Morfofisiologia (espanhol). 2007.


Disponível em:

http://essa.uncoma.edu.ar/academica/materias/morfo/ARCHIVO%20PDF%202/.

Wecker J. Aula de Anatomia. Disponível em www.auladeanatomia.com

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