PDF - Marilene Geremias Da Silva
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CAMPINA GRANDE-PB
DEZEMBRO DE 2014
MARILENE GEREMIAS DA SILVA
CAMPINA GRANDE-PB
DEZEMBRO DE 2014
O ENSINO DE GEOMETRIA NO ENSINO MÉDIO: SEQUENCIA DIDÁTICA
COMO METODOLOGIA.
RESUMO
ABSTRACT
The geometry is a mathematician content that offers possibilities to the student analyze,
represent and problematize an understanding of reality in an orderly and organized manner.
The contributions deriving from the study of geometry, to the construction process of the
student's knowledge, are very significant because it stimulates the observation, the creativity
and the comparison, which are fundamental tools for problem solving. In a general way, the
study of geometry emphasizes the understanding of the relationship with space, the
development of space's reasoning and contributes with the development of mathematical
rigor. With the goal to obtain a meaningful learning in geometry teaching, it was decided to
develop and analyze the effectiveness of a didactic sequence for the third years of high school
at the State School Professor Antonio Oliveira, located in Dinamérica neighborhood in the
city of Campina Grande - PB. In this sense, was performed a study on the concepts of
educational practice from the perspective of Antoni Zabala (1998), as well as a bibliographic
survey of the teaching of geometry in high school and the assumptions about the teaching and
the learning of mathematical knowledge.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
1. INTRODUÇÃO
Com base nas questões citadas anteriormente e depois de várias discussões, resolveu-
se desenvolver uma sequência didática sobre a geometria para os terceiros anos do ensino
médio da Escola Estadual Prof. Antônio Oliveira com o objetivo de analisar a efetividade de
uma sequência didática para o ensino de geometria. Nesse sentido realizou-se um estudo
sobre os conceitos de prática educativa na perspectiva de Antoni Zabala (1998) assim como
um levantamento bibliográfico sobre o ensino de geometria no ensino médio e os
pressupostos sobre o ensinar e o aprender do conhecimento matemático.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
d) a integração com outras áreas. Informações relativas a várias áreas do conhecimento são
dadas por medidas que utilizam gráficos, tabelas, desenho em escala, mapas. O estudo da
órbita dos planetas, cortes em caules, disposição de flores e folhas nas plantas, projetar a
geometria de uma cúpula autossustentada, decodificar formas da natureza, projetar sólidos de
revolução de menor área e maior volume, proporcionam momentos de integração da
Geometria com as outras áreas. O estudo da Geometria enriquece o referencial de observação
com o qual apreciamos e analisamos um quadro, azulejos, tapeçarias, edifícios.
Logo, a escolha da Geometria é justificada por esta ser considerada uma ferramenta
para a compreensão, descrição e inter-relação com o espaço em que vivemos. É, também, a
parte da Matemática mais intuitiva, concreta e ligada com a realidade. Como disciplina
escolar, apoia-se no extensivo processo de formalização realizado durante esses últimos 2000
anos, em níveis cada vez de maior rigor, abstração e generalização.
Os conhecimentos geométricos são úteis em toda parte, como dizia Platão „‟Deus é o
grande geômetra. “Deus geometriza sem cessar”. Para descrever o mundo, é necessário medir
espaços e classificar formas e encontrar padrões que os expliquem. O trabalho com o espaço e
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a forma está intimamente relacionado ao raciocínio espacial. E ele que nos ajuda a imaginar
um trecho que precisamos ladrilhar ou acarpetara, a julgar se o carro cabe ou não numa certa
vaga, ou a imaginar o caminho de casa a partir do colégio.
O estudo da Geometria é um forte instrumento para o desenvolvimento do raciocínio
lógico, sendo utilizada, devido ao seu caráter intuitivo, de ponte entre o concreto e o abstrato,
e dessa forma, serve de suporte intuitivo para as primeiras demonstrações matemáticas
realizadas ainda no ensino fundamental e no ensino médio e a Geometria Euclidiana é o
modelo mais utilizado para introduzir os sistemas dedutivos formais.
forma e ao espaço.
Entretanto ocorre no ensino médio uma baixa aprendizagem de conteúdos de
geometria conforme resultados do SAEB.
Estudos efetuados constataram nas décadas de 1970 e 1980, que o ensino de geometria
tinha sido abandonado, principalmente nas escolas das redes públicas e nas séries iniciais do
ensino fundamental. A pioneira nessa análise e referência para outros autores foi a professora
Regina Maria Pavanello, que escreveu sobre o tema uma dissertação de mestrado de 1989.
Os motivos deste fato, segundo Pavanello, são vários e estão inter-relacionados,
possuem origem na história desse ensino, nas teorias sobre ele e nas políticas educacionais
que a acompanharam no Brasil. A autora analisa que apesar de esse abandono ser um
fenômeno mundial, ele se configura no Brasil, principalmente depois da LDB de 1971, que
dava liberdade às escolas quanto à decisão sobre os programas e que, portanto, refletiu a
insegurança dos professores em relação a essa área da matemática, que por sua vez tem
origens mais antigas. É importante, no entanto, chamar atenção para o fato de que tal
abandono não se deu somente (nem se dá atualmente) pela exclusão explícita do currículo, ele
se configura muitas vezes como um adiamento dos temas geométricos para o final do ano
letivo (tendência que por muito tempo foi acompanhada e reforçada pelos livros didáticos), o
que faz com que muitas vezes não dê tempo de ser abordada ou que sua abordagem seja
rápida e superficial.
Apesar de os matemáticos terem opiniões divergentes quanto ao papel da geometria na
educação e na pesquisa, o abandono do ensino de geometria não se deveu ao desenvolvimento
da matemática, que o teria supostamente tornado desnecessário, ou à conclusão de que sua
contribuição para a formação do aluno não é importante. Parece que é da própria
complexidade desse campo de conhecimento, e das diversas opções possíveis sobre os
aspectos mais relevantes para o seu ensino que se construiu historicamente esse abandono.
Podemos perceber pela breve apresentação que fizemos da história da geometria que
ela envolve aspectos empíricos e intuitivos, mas só é sistematizada como área de
conhecimento quando organizada logicamente por uma estrutura axiomática e procedimentos
de inferência. O ensino de matemática (e de geometria) no século XX transitou por diferentes
abordagens em relação a esses aspectos e, entre outros fatores, a dificuldade de conjugá-los de
maneira satisfatória levou a confusões e divergências sobre o seu ensino.
Na década de 60, no entanto, junto com uma nova LDB, se generaliza no país a
influência do Movimento da Matemática Moderna, que, na tentativa de adaptar o ensino de
matemática às novas concepções desse ramo de conhecimento, e de colocar a matemática a
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serviço das necessidades sociais, preocupa-se bastante com as estruturas algébricas e com a
utilização da linguagem simbólica da teoria dos conjuntos. Em relação à geometria,
acentuam-se as noções de figura geométrica e de intersecção de figuras como conjuntos de
pontos do plano, adotando-se, para sua representação, a linguagem da teoria dos conjuntos. A
ideia de trabalhá-la em uma abordagem intuitiva acabou se concretizando nos livros didáticos
pela utilização dos teoremas como postulados, mediante os quais se podem resolver alguns
problemas. Não existindo qualquer preocupação com a construção de uma sistematização a
partir das noções primitivas e empiricamente elaboradas. Com essa geometria algebrizada
enfatiza-se a álgebra e não privilegia o que é mais interessante no ensino de geometria, o
desenvolvimento de um raciocínio hipotético-dedutivo.
Essas modificações entram em choque com a formação dos professores que acabam
deixando de ensinar geometria sob qualquer enfoque. Principalmente a partir da LDB de
1971, já citada, que facilita “esse procedimento” ao permitir que cada professor monte seu
programa “de acordo com as necessidades da clientela”. Juntando esse fato a expansão do
ensino público e da proliferação das licenciaturas curtas para atender suas demandas, temos
como consequência que a maioria dos alunos do ensino fundamental (naquela época
denominado 1o grau) deixa de aprender geometria, enquanto seu ensino continua ocorrendo
nas escolas particulares.
Conclui, então, Pavanello, que a “ausência do ensino de geometria e a ênfase na da
álgebra pode estar prejudicando a formação dos alunos por privá-los da possibilidade do
desenvolvimento integral dos processos de pensamento necessários à resolução de problemas
matemáticos. Ateyah salienta a necessidade de cultivar e desenvolver tanto o pensamento
visual, dominante na geometria, quanto o sequencial, preponderante na álgebra, pois ambos
são essenciais aos problemas matemáticos autênticos”.
Assim, o abandono do ensino de geometria é prejudicial, privando os alunos de um
modo de pensamento muito rico, como já tentamos mostrar na primeira parte desse trabalho e
tem como principais causas a emergência do Movimento da Matemática Moderna, a LDB de
71 e suas consequências: muitos professores que não detêm os conhecimentos geométricos
necessários para a realização de suas práticas pedagógicas e a importância que o livro didático
desempenha entre nós, devido à má formação de nossos professores e/ou à estafante jornada
de trabalho a que estão submetidos. Outra consequência desse quadro e que dificulta sua
reversão é a escassez de pesquisas sobre o ensino de geometria em comparação com outros
campos da matemática.
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Uma sequência didática se refere a uma sequência elaborada pelo professor que
proporciona uma organização de atividades que explorem o domínio do conhecimento dos
estudantes em sala de aula. Estas sequências de ensino aparecem, também, como um dos
principais objetos da Engenharia Didática.
Para Chevallard (1982), o conceito de Engenharia Didática é definido como uma
metodologia de pesquisa, caracterizada por um esquema experimental baseado em realizações
didáticas em sala de aula, isto é, sobre a concepção, a realização, a observação e a análise de
sequências de ensino.
Uma Sequência é dada num processo interativo no qual o objetivo é a elaboração de
um grupo de decisões para que os processos tenham significados e as estratégias sejam mais
efetivas. Valorizando as respostas dos estudantes e as condições as quais estão submetidas.
Para elaboração da sequência didática, anteriormente à sua construção, foi realizada
uma observação preliminar como proposta, pela Engenharia Didática, com o objetivo de
conhecer o ambiente de estudo das turmas pesquisadas. As turmas de terceiros anos do Ensino
Médio tinham dificuldade na compreensão do conteúdo de geometria. Até então, os
estudantes estavam envolvidos por um modelo tradicional de ensino, além de um quadro de
indisciplina significativo, o que se considerou, de certa forma, influenciar no ensino e
aprendizagem dos mesmos.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHEVALLARD, Y. Sur I' Ingénierie Didactique, Deuxième École d'Éte de Didactique des
Mathématiques,Olivet: 1982.
SILVA, Tomaz T. O que Produz e o que Reproduz em Educação. Porto Alegre: Artmed,
1992.
USISKIN, Zelman. Van Hielle Nivels in Acievement in Secondary School Geometry, The
university of Chicago, 1982.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.